Maio 06, 2025
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O Projeto de Lei da Câmara PLC (77/2018), que viabiliza a privatização de distribuidoras de energia do sistema Eletrobras e altera regras do setor elétrico, foi rejeitado no plenário da Senado nessa terça-feira (16). Em votação feita por meio do sistema eletrônico, 34 senadores foram contrários à proposta defendida pelo governo de Michel Temer e apenas 18 parlamentares votaram pela aprovação do PLC.

O embate foi marcado por líderes do governo e representantes dos estados do Norte, que seriam os principais atingidos pela medida. Quatro das seis distribuidoras já foram leiloadas, e a aprovação do projeto pretendia destravar o leilão da Amazonas Distribuidora de Energia, adiado para 25 de outubro. A privatização da Companhia Energética de Alagoas foi suspensa por decisão judicial devido a uma disputa entre o governo de Alagoas e a União.

Dirigentes da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU-CUT), que acompanhavam a votação, comemoraram o resultado, considerado uma vitória. Em um vídeo publicado na página do Facebook da entidade, nesta quarta (17), os representantes e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destacaram ser contrários à proposta pelo comprometimento dos empregos dos trabalhadores da companhia, que poderia ocorrer, e pela defesa da geração de energia mais segura e da manutenção do programa federal Luz para Todos. 

"Nós derrotamos o Michel Temer e salvamos a Amazonas Energia da privatização", comemorou Vanessa. "Agora, para garantir essa vitória de hoje, nós temos que derrotar o próximo que vai investir contra a Amazonas Energia que se chama Bolsonaro, nós temos que derrotar esse cidadão que não só vai querer privatizá-la como vai entregá-la aos estrangeiros", ressalta a senadora do Amazonas sobre o candidato a presidente.

A expectativa dos opositores ao PLC 77/2018 é que, com o veto do Senado, a venda das distribuidoras de energia do Acre, Rondônia, Roraima e Piauí não sejam concretizadas diante da insegurança jurídica criada pela rejeição ao projeto.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Professor do Instituto de Economia da Unicamp, Pedro Rossi elencou três pontos sobre a importância dos bancos públicos no desenvolvimento regional; são ferramentas de crescimento e desenvolvimento; promovem uma ação anticíclica em momentos de crise e enfrenta oligopólios financeiros e taxas de juros.

Durante a série Diálogos Capitais, nesta quarta, 29, em Teresina, Rossi abordou que a consolidação do mercado de consumo de massas incitado pelos bancos públicos contribuiu para o crescimento da economia brasileira.

"Esse mercado foi a engrenagem do desenvolvimento do país no Governo Lula e os bancos públicos tiveram um papel fundamental nessa política, uma vez que a relação crédito/PIB no país dobrou de 2004 a 2014, além de possibilitar a democratização do acesso ao crédito", avalia o especialista.

Sobre a medida anticíclica, Rossi explicou que, em momentos de crise, os bancos públicos brasileiros induziram e estimularam o gasto da população por meio da expansão desses entes financeiros enquanto que a tendência dos bancos privados era sempre de se retrair e essa medida, sem dúvida, foi de grande auxílio na crise.

Ainda segundo Rossi, outra função de fundamental importância desempenhada pelos bancos públicos é a de enfrentar o oligopólio financeiro e as taxas de juros, aumentando, assim, a concorrência no setor bancário. "É uma função primordial, que auxilia combate um comando muitas vezes desigual dos bancos privados", avalia.

 

Fonte: Carta Capital

“Um voo de galinha.” Esse deverá ser o crescimento econômico do Brasil se a atual política de ajuste fiscal e contenção de investimento estatal continuar nos próximos anos. Quem afirma é a economista Esther Dweck, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Ela participou na manhã desta terça-feira 16 do seminário Diálogos Capitais - O Futuro dos Bancos Públicos, promovido por CartaCapitale pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) no Rio de Janeiro.

Em sua apresentação, a economista exibiu dados para explicar que a recessão econômica do Brasil atual é grave, mas que o receituário que vem sendo aplicando – e que pode seguir dependendo do resultado da próxima eleição – para tirar o Brasil da UTI não está ajudando, pelo contrário.  

“A última crise é tão forte quanto a da década de 1980. A diferença é que, apesar de ela ter sido chamada de década perdida, quando veio a recuperação, ela foi muito mais forte. Depois de cinco anos o Brasil tinha se recuperado.” Já a crise atual, explica Dweck, “será uma retomada superlenta, que vai levar até dez anos para voltarmos ao nível do PIB de 2014”.

Esse “voo baixo” não é novidade nas análises econômicas. Aconteceu também na recessão financeira mundial de 2008-2009, explica a professora da UFRJ ao lembrar um estudo da crise nos EUA e Europa feito pelo Nobel da economia Paul Krugman. “Ele mostra que, logo após à crise, os governos rapidamente atuaram para contê-la, pois a maioria era constituída de estados de bem-estar social fortes, o que ajudou a recuperar mais rápido.”

Mas o que veio a seguir, não foi um forte reaquecimento como o observado na grave crise de 1929. “Começou a ser dito que se os países não fizessem um grande ajuste fiscal, todos virariam a Grécia”, conta Dweck ecoando o economista norte-americano. “Os países começaram a tirar o governo da recuperação e ela começou a ser lenta no mundo inteiro.”

Com alerta a professora da UFRJ, é muito parecido com o que vem acontecendo no Brasil. “O que está sendo proposto é justamente tirar o Estado do seu papel de estabilizador econômico. E uso tem muito a ver essa discussão dos bancos públicos no Brasil.”

E, segundo Dweck, não tem milagre. "O mundo não vai nos puxar – os EUA e a China estão em guerra comercial –, as empresas não vão sair gastando, pois ainda estão esperando que sua capacidade instalada seja utilizada para voltar a investir, e as famílias estão esperando que o desemprego caia para poder voltar a gastar. Sobrou um único ator que poderia tirar a gente dessa situação: o Estado.”

E as mãos deste foram atadas. “Nós agora temos a Emenda Constitucional 95/2016 [do teto dos gastos]. É algo gravíssimo o Estado simplesmente amarrar a mão de um jeito que não pode fazer nada. Além de ser uma política recessiva, pois pega uma parte grande da economia [o setor público] e dizer que ela não pode mais crescer.” 

É aí que os bancos federais deveriam ter papel um essencial, acredita a professora da UFRJ. Ela observa que o setor público, seja federal ou estadual, se financiam particularmente com bancos públicos. “Se você olhar o saneamento básico, o setor rural, transporte, habitação, essas áreas dependem de bancos estatais, como o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O que a gente está vendo é um grande desmonte dessas capacidades de financiamento”. O que pode piorar, dependendo dos resultados das urnas no dia 29, acredita a economista.

 

Fonte: Carta Capital

Voltou ao normal a situação do Saúde Caixa, após a Fenae e o Conselho de Usuários terem denunciado a suspensão do plano pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Devido à restrição, muitos dependentes de usuários deixaram de ser incluídos no plano. A situação se regularizou depois que a Caixa melhorou a estrutura na Central de Atendimento e o número de reclamações diminuiu.

Em nota, a ANS confirma que a Caixa “não tem, no momento, nenhum produto com comercialização suspensa pelo Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento”. Esse programa é realizado a cada três meses pelo órgão regulador e se baseia nas reclamações de usuários sobre problemas relacionados à cobertura assistencial, como negativas de atendimento ou descumprimento de prazos máximos para a realização de consultas, exames e cirurgias. A ANS também informa que a Caixa não se encontra sob regime especial, situação em que ocorre intervenção na gestão de uma operadora.

Ranking de reclamações

Depois de passar mais de seis meses no topo do ranking de reclamações da ANS, o Saúde Caixa chegou a descer para a terceira colocação e agora está em segundo lugar, atrás da PoStal Saúde, do pessoal dos Correios. O índice atual do Saúde Caixa é 7,04, enquanto a média geral do setor é 2,66.

Saúde Caixa é “plano antigo”

Contudo, o usuário que consultar o site da ANS ainda encontrará a informação de que o Saúde Caixa estaria suspenso. Isto ocorre porque a Caixa se registrou na ANS em 21/12/1998 e registrou apenas um plano que, conforme a legislação, é considerado “antigo”. Planos antigos são aqueles registrados antes do início da vigência da Lei 9656, que começou a vigorar em janeiro de 1999. Aos olhos da ANS, o Saúde Caixa é um plano antigo, logo não pode ser comercializado. No caso das autogestões, como não há comercialização de planos, caso o regulamento tenha sido adaptado à lei, o ingresso de novos usuários é autorizado.

A Caixa não esclarece por que mantém o Saúde Caixa como um plano antigo, embora a assistência siga todas as determinações da regulação, como o Rol de Procedimentos, por exemplo. Dados da ANS mostram que a presença dos planos antigos no setor é cada vez menor. No mercado somente 9% dos usuários estão em planos antigos. Nas autogestões, somente 37,8%.

Fonte: Fenae

O governo tenta incessantemente privatizar a Caixa Econômica Federal. Isso significa reduzir e enfraquecer o banco público e o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.  Para a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) a privatização Não Tem Sentido. É com base nessa afirmação e com esse mote, que a entidade lançou a campanha para defender a Caixa 100% Pública.

O site do movimento recebe e publica depoimentos de toda a população sobre a importância da Caixa para o desenvolvimento do país.  “Não tem sentido a sociedade brasileira abrir mão de uma empresa tão importante como a Caixa. Por isso, nós, todos os trabalhadores da Caixa e trabalhadores brasileiros, queremos que a Caixa continue firme e forte como ela está: uma empresa dedicada que tem um papel importantíssimo na sociedade brasileira”, afirmou Jair Ferreira, presidente da Fenae, em um dos depoimentos publicados no site da campanha.

Com 157 anos de história, a Caixa exerce um papel fundamental no desenvolvimento do país com a realização de financiamentos habitacional, de saneamento e de obras públicas, além de oferecer programas sociais inovadores e eficientes, como: o Programa de Integração Social (PIS), Seguro-Desemprego, Bolsa Família, FIES e o Minha Casa Minha Vida.  O banco também é responsável pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

“Não tem sentido privatizar os bancos públicos. O povo brasileiro vai pagar um preço muito caro por isso. Vai ter um alimento mais caro na mesa, vai financiar a casa própria com juros muito mais altos, porque é isso que os bancos privados querem, só visam os lucros. Os bancos públicos fazem o que os privados não fazem”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

De acordo com Sergio Takemoto, vice-presidente da Fenae, cerca de 75% das moradias hoje no Brasil são ou foram financiadas pela Caixa. “A Caixa é, historicamente, o banco da habitação. Reduzir o acesso ao financiamento da casa própria significa diminuir a função pública e social do banco”, disse.

A representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, afirma que é preciso combater a privatização, que só visa beneficiar os empresários. “Não tem sentido manter a Caixa pública, que é uma conquista dos trabalhadores, e ao mesmo tempo ter uma iniciativa da direção do governo de privatizar a gestão da Caixa. Isso desvaloriza a carreira, os empregados e coloca a direção da empresa sob os interesses privados. É uma outra modalidade de privatização que precisamos combater juntos”, enfatizou.

Para participar da campanha, é preciso entrar no site www.naotemsentido.com.br e enviar um vídeo de até 15 segundos com uma mensagem dizendo por qual motivo a Caixa não pode ser privatizada. Compartilhe o seu recado com o Brasil e ajude a defender a Caixa.

Fonte: Contraf-CUT

O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) divulgou hoje (16) estudo sobre o novo perfil do Congresso Nacional após as eleições de 7 de outubro. As mudanças são poucas, apesar de importantes conquistas: a maioria (85%) é formada por homens, 74,7% são brancos e 43,6% estão na faixa etária de 45 a 59 anos. 

Segundo assessores e consultores do Inesc, uma conquista é a eleição da primeira mulher indígena para a Câmara, Joênia Wapichana (Rede), por Roraima. No entanto, houve um retrocesso de representatividade em 2018. Das 133 candidaturas indígenas para todos os cargos, apenas Joênia foi eleita.

Outra é das mulheres negras. Com campanhas inovadoras e progressistas, diversas mulheres negras se destacaram neste pleito. Em São Paulo, elegeu-se deputada estadual Erica Malunguinho, negra e trans, em Minas Gerais, a vereadora negra mais votada do último pleito, Áurea Carollina, elegeu-se para a Câmara Federal. E a vereadora Marielle Franco, do Rio de Janeiro, assassinada em 14 de março, deixou suas sementes. Suas ex-assessoras Monica Francisco, Dani Monteiro e Renata Souza foram eleitas deputadas estaduais.

A única candidatura preta eleita para Assembleia Legislativa de Pernambuco merece destaque, já que na realidade trata-se de cinco mulheres do Psol: Carol Vergolino, Joelma Carla, Jô Lima, Kátia Cunha e Robeyoncé Lima (primeira transexual do Norte e Nordeste do país a usar o nome social na carteira da Ordem dos Advogados do Brasil).

Estatisticamente discreto, o número de mulheres que se autodeclararam pretas para todas as candidaturas aumentou 70% em relação a 2014.  No total, 77 mulheres foram eleitas deputadas federal, representando 15,01% do total da Câmara, um aumento de 50,9% em relação ao pleito de 2014, que elegeu 51 mulheres.

Do total das deputadas eleitas para a câmara federal, 13 são negras (quatro pretas e nove pardas), além de uma senadora parda. Juntas representam 2,5% de mulheres negras no Parlamento, um aumento muito pequeno em relação a 2014, quando 11 se declararam negras – 10 na Câmara e 1 no Senado, ou seja, 2% do total de eleitos.

No Senado, a proporção entre homens e mulheres diminuiu. Em 2014 foram ocupadas 27 vagas de senadores, 5 delas por mulheres, representando 18,5%. Com a renovação de 54 vagas, serão 7 mulheres (13%) e 47 homens (87%), ou seja, um aumento de 40% de senadoras eleitas, mas uma queda de 5% em relação a eleição geral para o Senado.

Considerando homens e mulheres, o Senado contará com 14 negros, representando 26% da casa (3 pretos – 5,6%; 11 pardos – 20,3%); e a Câmara com 126 deputados federais negros (24,7%, sendo 20 pretos, 4%; e 106 pardos, 20,7%). Em 2014, os negros representavam 20% do total do parlamento.

Nenhuma mulher foi eleita governadora no primeiro turno. Para o segundo, temos ainda na disputa Fátima Bezerra (PT) no Rio Grande do Norte. Por outro lado, foram eleitas 5 vice-governadoras, representando 38,5%.

Os partidos que mais elegeram mulheres são o PSL (11), PT (10) e PSDB (9); e os que mais elegeram negros são PSL (16), PT (16), PR (12) e PRB (11). Os partidos que conquistaram vagas no Congresso, mas não elegeram nenhuma mulher, são o DC, Patriotas, PMN e PSC. E os partidos que não elegeram nenhum negro, mesmo tendo cadeira no Congresso, são DC e Novo.

Os estados que mais elegeram mulheres são São Paulo (12), Rio de Janeiro (10) e Distrito Federal (6). E os que não elegeram nenhuma são Amazonas e Sergipe.

Analisado como um todo, o Congresso Nacional terá 15% de mulheres nos próximos quatro anos, um aumento importante em relação a 2010 (9%) e 2014 (10%), mas muito aquém da cota de 30% de candidatas – e pior ainda considerando que metade da população brasileira é composta de mulheres. Em números absolutos, dos 567 cargos, foram eleitas somente 84 mulheres frente a 483 homens.

A eleição de novas candidaturas, de vários matizes ideológicos do espectro político, foi a tônica do primeiro turno. Mas ainda que a chamada “renovação política” tenha implicado mudanças na correlação de força dos partidos, a representatividade continuou muito aquém da realidade da sociedade brasileira. Exemplo disso é que das 13 mulheres que disputavam o governo nos estados, nenhuma foi eleita no primeiro turno e apenas uma ainda concorre no segundo.

Os jovens (de 20 a 29 anos) representam 3,7% entre os eleitos para o Congresso Nacional. Neste segmento, os negros ficaram com baixíssima representação: 79% (15) dos jovens eleitos são brancos e 15,8% negros (3 pardos, nenhum preto).

Nos estados

Dos governadores eleitos, 77% são brancos e 24% se declararam pardos (nenhum preto, indígena ou amarelo).

Nos cargos a vice-governador, 46% (6) dos eleitos são negros (7,7% pretos e 38,46% pardos), e destes, 5 são mulheres negras.

Para os cargos de deputado estadual/distrital, foram eleitos 163 mulheres (15,39%) e 305 negros (28,8%). O estado do Mato Grosso do Sul não elegeu nenhuma mulher.

Nenhum indígena foi eleito para o cargo de deputado estadual/distrital. Em 2014 tivemos um indígena eleito nas Assembleias Estaduais, José Carlos Nunes (PT-ES).

Com relação à juventude, das 532 candidaturas de 20 a 29 anos para os cargos de deputado estadual e distrital, 54 foram eleitos. Destes, 19% mulheres e 22,2% negros (1 preto e 11 pardos). Os partidos que mais elegeram jovens para os cargos de deputado estadual/distrital foram PSL (6), PP (5), PRTB (4), PSD (4), Solidariedade (4).

Os partidos que mais elegeram mulheres nos estados são o PSOL (7), PSD (4) e MDB (3), e os que não elegeram nenhuma deputada estadual negra são o Avante, DC, Novo, Patriotas, PHS, PMB, PPL e PSC.

Para o Inesc, em um Brasil que flerta com o fascismo, estas vitórias devem ser celebradas. "Um país que não consegue parar o genocídio da juventude negra e que mais mata LGBTI no mundo, onde nos defrontamos com políticos eleitos e candidatos ainda na disputa que falam abertamente em suprimir os direitos de minorias, a renovação que estas mulheres propõem à política são um respiro à nossa cidadania", disseram os coordenadores da pesquisa.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Atingida diariamente com campanhas contra o serviço estatal, a sociedade ainda não percebeu o quanto pode ser nociva para a vida dos brasileiros a privatização dos bancos públicos. Essa é a avaliação da economista Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento Federal e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Durante quarta edição do evento Diálogos Capitais, na capital fluminense, nesta terça-feira (16), Esther explica a importância da presença do Estado no combate à crise e na aceleração do desenvolvimento econômico.

De acordo com a economista, só com a presença do sistema bancário privado os consumidores e as grandes empresas sairão perdendo. "As famílias que estão com dívidas por causas dos juros altíssimos dos bancos privados podem renegociar com os bancos públicos, reduzindo esses juros. As famílias perdem com a privatização. As empresas também, porque estão pegando dinheiro lá fora, criando dívida em dólar", observa, lembrando que nesse caso tornam-se reféns da política americana e das influências do mercado cambial especulativo. Assim, se o real se desvaloriza, o endividamento aumenta, como alerta a professora da UFRJ.

Esther Dweck criticou as medidas do governo de Michel Temer. De acordo com ela, a atual conduta de ajuste fiscal, que limita os gastos públicos por 20 anos e pretende mudar a política previdenciária, é um "remédio que mata o paciente". "A solução não é a saída do Estado. Falaram que era só tirar a Dilma, ou aprovar emendas constitucionais, que o crescimento econômico voltaria, mas até hoje estamos esperando", critica ela.

Promovido pela revista CartaCapital, com apoio da Federação Nacional das Associações de Empregados da Caixa (Fenae), o evento debateu o futuro dos bancos públicos, em meio ao cenário político do país pré-segundo turno.

 

Reprodução Emir Sader e Jair Ferreira
O sociólogo Emir Sader e o presidente da Fenae, Jair Ferreira, falam da importância de combater a cartelização do sistema bancário

Com mediação da jornalista Cynara Menezes, participaram também o doutor em Ciência Política e coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Emir Sader, e o presidente da Fenae (federação que reúne as associações de funcionários da Caixa), Jair Pedro Ferreira.

Ferreira afirma que os instrumentos públicos são os únicos possíveis para a redução desigualdade social no Brasil, já que são os principais financiadores de políticas públicas. "Há estados onde os bancos públicos públicos fazem 100% dos financiamentos habitacionais, como o Amazonas", afirma ele, que também chama a atenção para o aumento de desemprego com as privatizações.

Esther acrescenta que um próximo governo precisa se impor, através da Caixa, do Banco do Brasil e do BNDES para reativar a economia. Desde 2016, com a política de austeridade de Temer, as investimentos públicos caíram, junto com a economia.

"Os estados e municípios se financiam com os bancos públicos, sejam para saneamento, crédito imobiliário ou mobilidade, e grande parte dos recursos vem da Caixa, por exemplo. O investimento rural é feito pelo Banco do Brasil, como outro exemplo. Houve um desmonte da capacidade de financiamento, passando pela mudança de regras do BNDES, colocando ele como um grande vilão", lamenta.

Risco de privatizações

Com a crise financeira e institucional, Esther Dweck alerta que os ataques aos bancos públicos aumentam sob o modelo neoliberal. Numa competição com as empresas privadas, a Caixa e o Banco do Brasil sofrem pressão para ser privatizadas. "Eles querem concentrar o mercado entre os privados para possibilitar a cartelização", diz. 

Emir Sader lembra que o mercado vende como opção a privatização depois de enfraquecer o Estado. Alinhados ao setor privado durante o governo Temer, os bancos públicos abandonam concorrência e investimentos, como o corte de crédito, o fechamento de agências e o aumento das tarifas.

"Eles falam que 'quem não quiser defender esse Estado desfeito, vem para a esfera privada', o que é uma tentação. Porém, a esfera deles não é privada, mas mercantil. Quando os tucanos privatizaram o Banerj e Banespa, porque não queria fazer políticas sociais, eles não colocaram as ações nas mãos dos trabalhadores, mas deram ao mercado. Eles transformam o direito em mercadoria", conta o sociólogo.

Esther também rebate o argumento de defensores do controle do Estado pelo mercado, de que, com a retração do Estado, os bancos privados podem entrar nesses espaços com mais competência. Segundo ela, enquanto a economia brasileira crescia, parte da riqueza estava nos títulos privados, mas quando afundou, a maior parte da riqueza financeira foi para a dívida pública. "Ou seja, ela vai para a esfera financeira e não sai de lá. Quando você tira os bancos públicos, a economia enfraquece", explica.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou em comunicado, nesta sexta-feira (12/10), estar "profundamente preocupada" com o clima de violência nas eleições do Brasil e apelou aos líderes nacionais.

"Pedimos aos líderes políticos e àqueles com influência que condenem publicamente qualquer ato de violência durante este período eleitoral delicado, e chamem todos os lados para que se expressem de forma pacífica e com o total respeito pelos direitos dos demais", disse a porta-voz da ONU Ravina Shamdasani.

Segundo o jornal Estadão, em declaração emitida em Genebra o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos enfatizou que considera "delicada" a situação brasileira, e pede investigações imparciais sobre os crimes registrados.

Depois do ataque a faca contra o candidato do Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro, num ato de campanha em 6 de setembro, foram registrados nos últimos dias diversos casos de agressão por questões políticas, inclusive um homicídio.

Na segunda-feira, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, foi assassinado a facada num bar de Salvador, após se envolver numa discussão na qual defendia o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad. O suspeito foi identificado como adepto de Bolsonaro.

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Questionado acerca do caso, o candidato do PSL respondeu: "A pergunta deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um homem que tem uma camisa minha comete um excesso, o que isso tem a ver comigo? Eu lamento, e peço às pessoas que não pratiquem isso, mas eu não tenho controle."

Na quarta-feira, num tuíte, ele voltou ao assunto em tom diferente: "Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar."

Numa segunda postagem, porém, afirmou haver um "movimento orquestrado forjando agressões" para prejudicar sua campanha, "nos ligando ao nazismo, que, assim como o comunismo, repudiamos".

Bolsonaro venceu o primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras com 46,03% dos votos, seguido por Haddad, com 29,28%. O segundo turno, em que ambos se enfrentarão pela maioria absoluta dos votos, está marcado para 28 de outubro.

A declaração emitida pelas Nações Unidas não cita o nome de nenhum dos dois candidatos. Shamdasani frisou: "Condenamos qualquer ato de violência e pedimos investigações imparciais, efetivas e imediatas sobre tais atos."

"O discurso violento e inflamatório destas eleições, especialmente contra LGBTs, mulheres, afrodescendentes e aqueles com visões políticas diferentes, é profundamente preocupante, especialmente tendo em conta os relatos de violência contra tais pessoas", censurou a porta-voz da ONU.

 

Fonte: Carta Capital

Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, as políticas para dar conta do desemprego, uma realidade para 12,7 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE, passam pela tomada de uma estratégia econômica que tenha como dinâmica a promoção de empregos e a valorização dos salários. "Isso é feito com grande atuação do Estado", ressalta o diretor técnico, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

"Agora, no segundo turno, a escolha de um candidato a presidente significará a escolha de uma trajetória para a economia brasileira", afirma Clemente, acrescentando ao problema do desemprego a relação com a informalidade, em que se estima que 33 milhões de pessoas estejam em ocupações precárias, sem direitos e proteções sociais. O que, segundo o diretor técnico, pode ser contornado com a retomada de obras públicas, programas sociais e iniciativas de valorização das empresas internas e estatais.

"É o emprego e a ocupação das pessoas que geram a atividade econômica, é o investimento na produção de infraestrutura, na geração de máquinas e tecnologia, que junto com a força do trabalho humano, gera capacidade de produzir na economia e é essa capacidade que, transformada em salários, gera o consumo e a dinâmica produtiva", descreve Clemente.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O WhatsApp permite ao usuário denunciar emissores de notícias falsas e tendenciosas, como forma de conter a disseminação cada vez maior deste tipo de conteúdo por aquela rede social. Neste período eleitoral, as fake news enviadas aos celulares dos eleitores é a principal tática da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) para Presidente da República. "Se alguém está constantemente te enviando notícias falsas, denuncie", diz um vídeo tutorial da rede social.

Para fazer a denúncia, o usuário deve selecionar o nome do contato, clicar em "Denunciar" e, em seguida em 'Denunciar contato'. Não é possível denunciar contatos específicos dentro de um grupo, pode-se apenas denunciar todo o conteúdo que circula dentro do grupo de uma só vez.

Segundo o jornal "O Dia" dados do Relatório de Segurança Digital no Brasil, divulgados pela empresa de aplicativos PSafe, indicam que, apenas no primeiro trimestre deste ano foram detectadas cerca de 2,9 milhões de fake news no país, a grande maioria delas compartilhadas pelo WhatsApp, por seguidores do candidato Bolsonaro.

Já no segundo trimestre, o número cresceu 51,7% e alcançou a marca de 4,4 milhões. A região Sudeste foi a mais afetada com a disseminação de informações manipuladas, com cerca de 48% do total nacional.

Mensagens feitas para incitar violência também podem ser denunciadas para autoridades. Da mesma forma, para fazê-lo é necessário clicar em "Opções" na parte superior direita na página da conversa. Em seguida clicar em "Mais" e "Denunciar".

Confira o passo a passo:
Na conversa com a pessoa, clique na parte superior direita e selecione a opção 'Mais'

Em seguida, clique em 'Denunciar'

É possível bloquear o contato antes de denunciá-lo. Caso não queira bloquear e apagar as mensagens com os contatos, desmarque esta opção. Por fim, clique em 'Denunciar'

 

Fonte: Rede Brasil Atual