Maio 06, 2025
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Mesmo com os crescentes lucros, que alcançaram R$ 5,471 bilhões somente no terceiro trimestre deste ano – crescimento de 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado -, o Bradesco continua demitindo trabalhadores e contribuindo para agravar um dos principais problemas econômicos e sociais do país. Somente na região representada pela Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), o Bradesco demitiu 229 bancários este ano.

Muitas das demissões têm atingido os trabalhadores oriundos do extinto banco HSBC.

“O tema emprego foi uma das principais reivindicações e um tema bastante discutido em nossa campanha nacional deste ano. Também temos cobrado do banco mais contratações e reposições de funcionários desligados durante as reuniões da Comissão de Organização dos Empregados, mas ao invés disso o Bradesco demite, apesar da lucratividade maior a cada ano. Com esses resultados, não há porque ter redução no número de vagas”, denuncia Janes Estigarribia, diretor do Sindicato de Dourados e representante da Fetec-CUT na COE Bradesco.

Veja como foram as demissões do Bradesco em cada região da Federação:
Acre: 7
Amapá: 13
Brasilia: 44
Campo Grande: 46
Dourados: 5
Mato Grosso: 26
Pará: 49
Rondônia: 23
Rondonópolis: 3
Roraiam: 8
Sinbama (Médio Araguaia): 5

“Além de preocupante, os números mostram que o banco, ao demitir, impõe aos bancários que ficam sobrecarga de trabalho muito grande e uma rotina de pressão e muitas vezes de perseguição e desrespeito. E como as metas só aumentam, os lucros crescem e o número de funcionários diminui  leva os trabalhadores ao adoecimento, já que provocam uma superlotação nas agências e a precariedade no atendimento”, acrescenta Janes.

Fonte: Fetec-CUT/CN

A Caixa enviou um comunicado a todas suas unidades informando que “em cumprimento ao estabelecido no Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2020, informamos a revogação da CI DEPES/SURBE 001/17 #10”, que estabelecia o reajuste dos percentuais da mensalidade do Saúde Caixa.

“Essa é mais uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários deste ano. A defesa da manutenção da fórmula de custeio do Saúde Caixa foi uma das prioridades tiradas no 34º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal)”, ressaltou a secretária de Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na mesa de negociações com o banco, Fabiana Uehara Proscholdt, lembrando que a CI revogada tratava do aumento unilateral do Saúde Caixa sem qualquer negociação com os trabalhadores e que até então não tinha sido aplicado graças a uma liminar conquistada pela Contraf-CUT e pela Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae).

“A Caixa queria que retirássemos a ação que tínhamos contra o reajuste. Dissemos que só aceitávamos se retirar a ação se o banco revogasse a CI”, explicou a dirigente da Contraf-CUT.

A revogação ocorreu em decorrência do Acordo Coletivo dos Trabalhadores (ACT) 2018/2020 entre os empregados e Caixa, que prevê a manutenção dos percentuais, dos valores e da fórmula de custeio do Saúde Caixa, que prevê a responsabilidade de 100% dos custos administrativos e 70% dos custos assistenciais para a Caixa. Os empregados arcam com 30% dos custos administrativos do plano.

“Essa foi uma batalha vencida. Não restam dúvidas de que os ataques ao Saúde Caixa continuarão. Cada um dos usuários precisa estar atento e continuar defendendo nosso plano de saúde”, completou.

Defesa da Caixa
Fabiana conclamou também os empregados e toda a sociedade a se juntar à campanha #NãoTemSentido, que mostra à sociedade que não tem sentido privatizar a Caixa e acabar com programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida.

“Ao contrário do que tentam fazer a sociedade acreditar, a Caixa não está quebrada. É um banco que dá lucro e lucro crescente ano após ano. Mas, mais importante ainda do que o lucro, é um banco essencial para a continuidade de diversas políticas sociais que beneficiam toda a população brasileira. Sem a Caixa, muitos bairros nas periferias das grandes cidades e municípios afastados ficariam sem atendimento bancário. Isso prejudica não apenas a população, mas a economia destas localidades”, defendeu a dirigente da Contraf-CUT.

Leia também:
     > Fenae e Contraf-CUT tratam de ameaças ao Saúde Caixa
     > Conecef aprova pauta de reivindicações dos empregados da Caixa

 

Fonte: Contraf-CUT

A Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários assegurou que milhares de trabalhadores continuem recebendo, por no mínimo até 31 de agosto de 2020 – data da validade do acordo – o adicional equivalente a 55% da remuneração do trabalhador, em caso de realização de jornada de 40 horas semanais. Isso equivale a um montante, que sai dos bancos direto para o bolso dos trabalhadores, de cerca de R$ 10 bilhões de reais em dois anos.

Essa foi uma das importantes conquistas garantidas na Campanha Nacional dos Bancários em 2018. A cláusula, parte da CCT nacional, foi aprovada por trabalhadores de bancos públicos e privados em assembleias lotadas, realizadas nos dias 29 e 30 de agosto deste ano, em todo o Brasil.

Os bancos queriam a extinção da gratificação de função e bem que tentaram. O objetivo deles era economizar esse montante. Mas nossa estratégia de campanha, com a unidade nacional e a força e a representatividade que a categoria dá como respaldo ao movimento sindical, com mais de 50% de sindicalizados em nível nacional, garantiram a manutenção do direito dos bancários à gratificação de função com o pagamento do adicional equivalente a 55% da remuneração. A lei determina apenas o pagamento de 33%.

A manutenção dessa cláusula é uma conquista muito importante para a categoria, que garante um ganho monetário expressivo. A cada ano, essa conquista corresponde a um acréscimo de R$ 4,9 bilhões nos salários dos que trabalham 40 horas semanais, que vai dos bancos para os bancários

Pressão na mesa de negociação garantiu a conquista
A Campanha Nacional Unificada 2018 ocorreu numa conjuntura extremamente desfavorável aos trabalhadores. Foi a primeira campanha da categoria após as mudanças promovidas pela reforma trabalhista do pós-golpe. Em 2016, o acordo assinado garantiu os direitos até este ano.

O Comando Nacional dos Bancários tinha como estratégia principal, apontada pelos bancários na consulta e nas assembleias, a manutenção de toda a CCT para toda a categoria, como forma de neutralizar os impactos nefastos do desmonte da legislação trabalhista que poderia afetar 61% das cláusulas da nossa Convenção Coletiva.

Do outro lado da mesa de negociação, a Federação Nacional dos Bancos, por sua vez, indicava a retirada de direitos, inclusive com o fim da jornada de seis horas dos bancários, o fim do salário substituto, do adicional de insalubridade, da complementação salarial por dois anos durante o afastamento por doença, da PLR na licença-maternidade e dos licenciados por saúde. Os representantes dos bancos repetiram, da primeira à última negociação, que não encerrariam o processo sem que “houvesse segurança jurídica em todas as cláusulas”. Frisaram que, em hipótese alguma, haveria pagamento de dias parados em caso de greve e que toda e qualquer proposta teria validade somente na mesa de negociação, além de cogitarem a hipótese de instaurar dissídio, acabar com a Convenção Coletiva de Trabalho, fazendo política própria ou acordos por banco, por estado, colocando em risco a mesa única de negociação e a unidade nacional da categoria.

Foram mais de dois meses entre a entrega da pauta de reivindicações à Fenaban, em 13 de junho, e a conclusão das negociações, em 26 de agosto.

Quando os dirigentes do Comando se preparavam para retornar às suas bases com indicativo de mobilizações – mesmo com o risco de um dissídio e a possibilidade de um prejuízo maior –, a federação dos bancos apresentou a proposta de compensação das horas já pagas, em caso de litígio. Mas queriam utilizar o percentual de 33% do salário nas gratificações de função e com validação imediata. Novamente os dirigentes do Comando recusaram.

A negociação foi tensionada e levada ao extremo de uma semana ininterrupta e as conversas evoluíram para a redação aprovada por assembleias lotadas de bancários em todo o Brasil e que garante o percentual mínimo de 55% nas gratificações de função, com possibilidade de compensação do que já foi pago em ações futuras com prazo a partir de 30 de novembro de 2018, colocando restrições à compensação e garantindo que os trabalhadores da ativa não tivessem nenhuma redução de valores e direitos.

Todas as tratativas foram apresentadas para a categoria e, após análise da conjuntura e da proposta negociada na mesa nacional, bancários de todo o Brasil, sócios e não sócios das entidades, decidiram pela aprovação da proposta.

A cláusula vale para todos os bancários da ativa. Ou seja, é muito maior o número de beneficiados pela manutenção do direito para todos, que o de empregados que ingressam com ações na Justiça e têm êxito no recebimento da sétima e oitava horas pagas como comissão.

Principalmente agora, diante das alterações na legislação trabalhista, que tornou muito mais difícil o reconhecimento de direitos via Justiça do Trabalho, já que, em caso de perda, o trabalhador tem de arcar com custos muitas vezes proibitivos. A queda no número de ações na nossa categoria chega à casa dos 62%. Ainda durante as nossas negociações, o Supremo Tribunal Federal autorizou a terceirização total dos serviços. Ou seja, o cenário era totalmente favorável aos bancos. Foi a nossa resistência, calcada no apoio e reconhecimento dos bancários às suas entidades representativas, que garantiu o sucesso da nossa negociação e a vitória da categoria na Campanha Nacional Unificada 2018.

Fonte: Contraf-CUT

Encerradas as eleições, a conjuntura posta para 2019 é clara: teremos um governo federal ainda mais privatista, o qual terá como ministro da Fazenda o economista ultra liberal Paulo Guedes, que já declarou que pretende privatizar todas as estatais. No primeiro ano de mandato, Guedes já declarou que o objetivo é vender 50 estatais.

Nesse contexto, não resta outro caminho para os empregados da Caixa que não intensificar ainda mais a defesa da Caixa 100% Pública, assim como as funções sociais exercidas pelo banco e o seu papel fundamental para o desenvolvimento do país e sua retomada econômica.  

“Desde 2016, após o golpe que levou ao poder Temer e, junto com ele, o projeto privatista derrotado nas urnas em 2014, a Caixa está sob intenso ataque. O corte no quadro de empregados, com o programa de demissão voluntária, levou ao aumento da sobrecarga, do assédio. Também tivemos fechamento de agências e redução do crédito à população, evidenciando que a Caixa tem deixado paulatinamente de exercer sua função social. E, além disso, enfrentamos as tentativas de transformar o banco em S/A, derrotadas pela nossa mobilização”, diz o diretor do Sindicato, Fenae e coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis.

“Com a eleição de um governo ainda mais privatista, a perspectiva é de que os ataques serão intensificados. Porém, os empregados da Caixa possuem história de luta e resistência. O último dia 30 marcou os 33 anos da greve de 1985, primeira paralisação na empresa. Greve histórica de 24 horas, com adesão de 100% em agências e unidades. É preciso que honremos essa trajetória e escrevamos nossos nomes na história como parte da resistência em defesa da Caixa 100% pública, sua função social, nossos direitos e empregos”, acrescenta.

O diretor do Sindicato lembra que a Caixa já enfrenta ameaças de privatização parcial das suas funções. “Já privatizaram parte da gestão com a mudança do estatuto feita em setembro, permitindo que diretorias da área de controle (Jurídica, Auditoria e Corregedoria) sejam ocupadas por não concursados. As funções da Caixa também estão sendo preparadas para a privatização. A Lotex é o provável primeiro alvo. Empresas estão sendo contratadas para gerir parte das funções do banco público.”

Não faz sentido privatizar a Caixa

Para ampliar a luta em defesa da Caixa 100% pública e sua importante função social, dando um claro recado ao governo eleito, a Fenae lançou a campanha “Não faz sentido privatizar a Caixa”.

Os empregados podem participar enviando vídeos ou depoimentos escritos sobre a importância do banco para o Brasil e os motivos pelos quais ele não pode ser privatizado ou enfraquecido. Para isso, basta acessar o site www.naotemsentido.com.br.

“Não tem sentido privatizar a Caixa, instituição fundamental e estratégica para o país. É necessário que os empregados abracem a campanha para que o nosso recado chegue muito forte ao novo governo. Nós resistiremos”, conclui Dionísio.

Fonte: Seeb SP

A Caixa Econômica Federal enviou um comunicado interno aos seus empregados na quarta-feira (8) com as regras da promoção por mérito 2019, ano base 2018. O comunicado explica a sistemática que possibilita ao empregado ascender no Plano de Cargos e Salários (PCS) para receber a referência salarial (delta) e os critérios exigidos, que foram definidos em negociação coletiva com as entidades representativas dos empregados.

Quem tem direito
Todos os empregados das carreiras administrativa, profissional e serviços gerais, independentemente do PCS de vinculação podem receber o delta, que representa um reajuste de 2,35% do salário do cargo efetivo. Basta cumprir os requisitos estabelecidos. Neste ano, excepcionalmente, basicamente basta realizar o exame periódico do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e cumprir 8 horas dos cursos do Agir Certo Sempre (veja abaixo os detalhes). Todas as informações sobre a Promoção por Mérito 2019 - ano base 2018 constarão no RH176 a ser atualizado em breve.

“É lamentável que para este ano a Caixa tenha estabelecido o limite de um delta na promoção por mérito, mas temos que comemorar a restrição de acesso ao delta. Possivelmente todos vão conseguir”, disse o coordenador do Grupo de Trabalho de Promoção por Mérito, João Paulo Pierozan, diretor da Federação dos Bancários do Paraná (Fetec-CUT/PR).

Para Pierozan, outro ponto positivo é a aplicação de critérios objetivos para a avaliação e a não aplicação da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP).

Critérios
Estará habilitado para o recebimento de um delta todo empregado que em 20/12/2018:
     • apresentar pelo menos de 180 dias de efetivo exercício;
     • não estar na última referência salarial do PCS ao qual é vinculado;
     • não ter aplicação de penalidade de suspensão (Ocorrência 60 – RH053) iniciada em 2018;
     • não estar com o contrato de trabalho extinto (RH053, RH087, RH089, RH098);
     • não ter 02 aplicações de penalidade de advertência (Ocorrência 300 – RH053), sendo uma em 2018 e          já tendo recebido outra advertência nos últimos cinco anos;
     • não ter registro de censura ética em 2018 (Ocorrência 1423 – RH103);
     • não estar com o contrato de trabalho suspenso em 20 de Dezembro de 2018;
     • apresentar PCMSO (ASO) válido;
     • ter realizado pelo menos 08 Horas de Capacitação dentre as ações integrantes do Programa Agir               Certo Sempre, disponível no portal da Universidade Caixa.

Para o ano base 2019, as regras voltarão a ser debatidas com os representantes dos empregados no primeiro trimestre de 2019.

O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis, destaca a importância do PCS para os trabalhadores. “Este é um fruto da luta dos empregados, conquistado em 2008. Juntamente com o Saúde Caixa, é uma das nossas maiores conquistas”, disse. “Mas, ambas sofrem forte e constante ataque. Querem tirar esse direito do trabalhador e nós temos que permanecer unidos para resistir e evitar mais uma retirada de direito”, completou.

Leia também:
     > Grupo de trabalho garante delta só com critérios objetivos em proposta

Fonte: Contraf-CUT

O banco Santander obteve no Brasil um Lucro Líquido Gerencial de R$ 8,992 bilhões nos primeiros nove meses de 2018, com crescimento de 24,9% em relação ao mesmo período de 2017. No trimestre, o crescimento foi de 2,8%. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) ficou em 19,4%, com alta de 3,1 pontos percentuais em doze meses. O lucro obtido no Brasil representou 26% o lucro global do banco, que foi de € 6,042 bilhões (com crescimento de 21% em doze meses). As informações são de uma análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no balanço divulgado pelo Santander.

A alta do Lucro Líquido foi proporcionada, principalmente, pela entrada de crédito tributários no montante de R$ 2,8 bilhões, gerando um resultado positivo com impostos e contribuições de quase R$ 1,7 bilhão.

“O banco espanhol continua lucrando muito no Brasil. Mas, não vemos a remuneração aos funcionários crescer na mesma proporção. O que também cresce bastante é a arrecadação com a prestação de serviços e com cobrança de tarifas bancárias”, disse o secretário Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Mario Raia. “Isso mostra que o banco lucra em cima da exploração dos trabalhadores e dos clientes”, observou o dirigente da Contraf-CUT.

A afirmação de Mario Raia tem como base a informação de que, mesmo com um crescimento de 24,9% do Lucro Líquido no terceiro trimestre 2018 e de 10,3% com a receita com prestação de serviços somada à renda das tarifas bancárias em doze meses (totalizando R$ 12,5 bilhões), as despesas de pessoal, somada a PLR, subiram apenas 3%, atingindo R$ 7,0 bilhões. “Sem considerar as receitas obtidas com as demais transações realizadas pelo banco, apenas com o que arrecada com a prestação de serviços e cobrança de tarifas de clientes, o banco conseguiu cobrir 181% do total de despesas que tem com seus funcionários. E olha que essa é uma fonte secundária de arrecadação do banco. A maior arrecadação do banco vem de outras fontes”, disse.

Emprego
A holding encerrou o 3º trimestre de 2018 com 47.836 empregados, com abertura de 1.102 postos de trabalho em relação a setembro de 2017, entretanto essa se deve a consolidação dos empregados da tecnologia do banco, antes terceirizados pelas empresas ISBAN e PRODUBAN. Em relação ao 2º trimestre de 2018, o saldo foi de 172 postos fechados. Foram abertas 21 agências em doze meses (sendo 14 no trimestre).

“É preciso atenção ao analisar esse dado. Se olharmos apenas para o número vamos pensar que o banco está contratando. Na verdade, o que houve foi a bancarização de trabalhadores que antes eram terceirizados. Mas, se pegarmos os dados comparativos entre o terceiro em relação ao segundo trimestre, após a integração dos terceirizados ao quadro do banco, veremos que o Santander está reduzindo seu quadro de funcionários”, observou a coordenadora da COE do Santander, Maria Rosani. “Pior ainda, está levando à sobrecarga de trabalho, pois, com menos funcionários, está abrindo novas agências”, completou.

Carteira de crédito
A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve alta de 13,1% em doze meses e 3,4% no trimestre, atingindo R$ 380,7 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 22,6% em doze meses, chegando a R$ 125,3 bilhões, impulsionado por crédito consignado (35,0%), cartão de crédito (22,5%) e crédito imobiliário (15,6%). A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 47,3 bilhões, com crescimento de 20,7% no período. Do total desta carteira, R$ 39,1 bilhões (88% da carteira) referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 20% no período.

Para o crédito pessoa jurídica houve crescimento de 3,5% em doze meses, alcançando R$ 125,8 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 10,1%, enquanto o segmento de grandes empresas cresceu 1,1%. Desconsiderando-se o efeito cambial, observou-se queda de 7,2% nessa conta. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias permaneceu estável em 2,9%. Ainda assim, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) subiram 5,3%, totalizando R$ 9,5 bilhões.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço ou, se preferir, leia a íntegra da análise do (Dieese).

Fonte: Contraf-CUT

O Banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 19,255 bilhões nos nove primeiros meses de 2018, com crescimento de 3,5% em relação ao mesmo período de 2017 e de 1,1% no trimestre. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) permaneceu estável em doze meses, ficando em 21,7%.

O menor custo do crédito e as maiores receitas com prestação de serviços foram os principais componentes que contribuíram para o desempenho.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 7,7% em doze meses, totalizando R$ 28,4 bilhões. O montante foi mais do que suficiente para cobrir as despesas de pessoal (R$ 17,6 bilhões). “Somente com estas receitas secundárias, o banco conseguiu cobrir 161,58% das despesas que tem com os trabalhadores. É bom frisar que o valor destas receitas é ínfimo perto do que o banco fatura com as demais operações comerciais”, explicou o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves. “Com tamanho lucro, o banco tem todas as condições para atender as reivindicações dos trabalhadores e melhorar a PLR, a PCR e outras verbas e tornar melhor a vida de seus funcionários”, ressaltou o dirigente da Contraf-CUT.

Emprego e postos de atendimento
A holding encerrou junho de 2018 com 87.070 empregados no país, com abertura de 4.669 novos postos de trabalho em doze meses, sendo 926 no trimestre. Segundo o banco, a expansão do quadro de funcionários deve-se à aquisição das operações de varejo do Citibank no Brasil (com 2.897 trabalhadores) e as contratações de consultores de seguros na rede de agências, além da maior contratação na área de tecnologia, visando acelerar o processo de transformação digital. No período, o saldo foi de 8 agências físicas e 17 agências digitais abertas (que somaram 3.531 e 173 unidades, respectivamente, em setembro de 2018). Entretanto, ao se considerar que 71 agências físicas do Citibank foram incorporadas ao grupo, o saldo, de fato, é de 63 agências físicas fechadas em doze meses.

Carteira
A carteira de crédito do banco apresentou crescimento de 10,6% em doze meses e 2,1% no trimestre, atingindo R$ 636,4 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 11,2% em relação a setembro de 2017, chegando a R$ 199,1 bilhões, com destaque para cartão de crédito, que cresceu 20,1% e crédito pessoal, com alta de 11,6%. Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) no país somaram R$ 171,2 bilhões, com alta de 5,6%. O crescimento no segmento de grandes empresas foi de 0,7%, devido à baixa demanda por crédito no longo prazo.

Na América Latina, a carteira de crédito cresceu 26,5% em doze meses. O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou redução de 0,3 pontos percentuais no período, ficando em, apenas, 3,5%, desconsiderando-se a América Latina. Diante disso, as despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) caíram 22,6%, totalizando R$ 11,250 bilhões.

Veja abaixo a tabela resumo dos dados do balanço elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) ou, se preferir, leia análise na íntegra.

 

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco lucrou R$ 15,7 bilhões nos noves primeiros meses de 2018, um crescimento de 11,1%, em relação ao mesmo período de 2017 e de 6,0% na comparação ao trimestre anterior. O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 18,7%, com aumento de 0,6 p.p. em doze meses.

Segundo o banco, esse resultado foi impulsionado pela performance das receitas de prestação de serviços, pela redução nas despesas com provisões para devedores duvidosos (a PDD), maiores receitas com a margem financeira, além da forte incidência de créditos tributários.

Em contrapartida, a holding encerrou o 3º trimestre de 2018 com 98.159 empregados, o que representa uma redução de 2.529 postos de trabalho em doze meses, ainda em função do Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE), divulgado em 2017. Em doze meses, foram fechadas 193 agências e 35 postos de atendimento (PA). “O alto lucro do Bradesco neste trimestre demonstra o compromisso e a responsabilidade dos funcionários. Entregamos uma pauta de reivindicação ao banco em junho deste ano. Emprego, saúde, melhores condições de trabalho, valorização dos funcionários, plano de cargo e salário, são os itens mais importante da nossa minuta. É a hora de o banco fazer sua parte e demonstrar sua responsabilidade social”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) Bradesco.

Neste trimestre, foram abertos 476 novos postos de trabalho. Segundo o banco, a elevação de postos no último trimestre “contempla a ampliação de nossas áreas digitais e segurança corporativa, em função das crescentes demandas por inovação e interação com clientes, além, do crescimento da força de vendas na rede de agências”.

A Carteira de Crédito do banco apresentou crescimento de 7,5% em doze meses e 1,5% no trimestre, atingindo R$ 523,4 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 8,1% em relação a setembro de 2017, chegando a R$ 186,2 bilhões. Os segmentos com maior destaque para PF foram o crédito consignado (alta de 14,2%) e o CDC/LEASING Veículos (que cresceu 14,1%). Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 337,3 bilhões, com crescimento de 7,2% em doze meses.  A principal alta ocorreu nas operações com micro, pequenas e médias empresas (8,3%), enquanto a conta de Grandes Empresas cresceu 6,7%.  O Índice de Inadimplência superior a 90 dias reduziu-se em 1,2 p.p em doze meses, ficando em 3,6%. As despesas com PDD foram reduzidas em 30,2%, totalizando R$ 13,8 bilhões.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 4,4% em doze meses, totalizando R$ 18,6 bilhões. Já as despesas de pessoal caíram 13,6%, atingindo R$ 14,1 bilhões. Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 131,2%.

Leia a íntegra da análise elaborada pelo Dieese.

Leia também:
     > Lucro do Bradesco ultrapassa R$ 10 bilhões no 1º semestre
     > Mesmo com mais de 5 Bi de lucro, Bradesco corta 9.051 postos de trabalho

Fonte: Contraf-CUT

O índice de desemprego caiu para 11,9% no trimestre encerrado em setembro, uma retração tanto na comparação com os três meses imediatamente anteriores (0,6 ponto) quanto com o mesmo período do ano passado (0,5 ponto). Ainda assim, há no País 12,5 milhões de brasileiros em busca de trabalho. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça-feira 30 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De toda a força de trabalho do mercado brasileiro, 24,2% está subutilizada, 27,3 milhões de pessoas. O número de desalentados - aqueles trabalhadores que desistiram de buscar uma ocupação - segue chamando a atenção e se mantém no recorde de 4,8 milhões, alta de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado. 

O percentual de pessoas desalentadas na população de 14 anos ou mais de idade na força de trabalho foi estimado em 4,3% no trimestre de julho a setembro de 2018. É justamente essa desistência que puxou para baixo o índice, já que essas quase 5 milhões de pessoas deixam de ser contabilizadas como desempregadas, ou sejam, saem do cálculo do IBGE.

Só é considerado desocupado, e entra na estatística de desemprego, quem não está trabalhando, procurou emprego nos 30 dias anteriores à pesquisa e estava apto a começar a trabalhar. Mas existem outras situações medidas. A taxa composta de subutilização da força de trabalho agrega os desempregados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial.

Já o desalento, que faz parte da força de trabalho potencial, engloba as pessoas que estavam fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguiam trabalho, ou não tinham experiência, ou eram muito jovens ou idosas, ou não encontraram trabalho na localidade – e que, se tivessem conseguido trabalho, estariam disponíveis para assumir a vaga.

No trimestre de julho a setembro de 2018, havia aproximadamente 27,3 milhões de pessoas subutilizadas no Brasil. Este contingente apresentou estabilidade, ou seja, sem variação significativa, frente ao trimestre de abril a junho de 2018, ocasião em que a subutilização foi estimada em 27,6 milhões de pessoas. No confronto com igual trimestre do ano anterior, quando havia 26,8 milhões de pessoas subutilizadas, esta estimativa apresentou variação de 2,1%, significando um adicional de 559 mil pessoas subutilizadas.

O contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (6,9 milhões) aumentou 5,4% em relação ao trimestre anterior, um adicional de 351 mil pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o indicador apresentou variação positiva (9,3%), quando havia no Brasil 6,3 milhões de pessoas subocupadas.

Informalidade

O número de empregados com carteira de trabalho assinada se manteve estável em chegou a 33 milhões no fim de agosto, dado estável na comparação com o trimestre anterior e também na comparação com o mesmo período do ano passado. Do total de pessoas ocupadas, 11,5 milhões não têm registro em carteira, alta de 4,7% em relação ao trimestre anterior, e 5,5% maior em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Os trabalhadores por conta própria (23,5 milhões) cresceram 1,9% em relação ao trimestre anterior (mais 432 mil pessoas) e subiu 2,6% em relação ao mesmo período de 2017 (mais 586 mil pessoas).

Esses dados, analisados juntos com o desalento, ajudam a explicar porque a taxa total de desemprego começou a cair em relação aos dados de 2017. Apesar da queda, as vagas que se abrem são informais ou iniciativas do próprio trabalhador em busca de renda.

A precariedade das novas vagas também aparece na renda. Apesar de haver mais pessoas trabalhando, a massa de rendimento real habitual, que é a soma de todo os proventos dos trabalhadores, foi de 199,9 bilhões de reais ao fim de julho, estável em relação ao trimestre anterior  e ao mesmo trimestre de 2017.

 

Fonte: Carta Capital

O novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e seus aliados "foram eleitos com um tipo de discurso que não sustenta um governo". "Eles vão ter agora que tomar decisões", diz o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro. Para ele, os próximos governantes terão que decidir entre tentar executar o discurso que os elegeu, mas que é insustentável para um governo, ou adequar o discurso. 

"Essa adequação passa por vários pontos. Um deles é que, na economia, não basta falar em privatização, mas tem que qualificar a mão de obra. Isso é educação, e está ausente (das falas de Bolsonaro e seu grupo). O segundo ponto é que todo o combate aos costumes mais modernos os coloca em enfrentamento com a realidade atual, e vai trazer a eles uma imagem muito ruim fora do Brasil, se houver perseguições a homossexuais, tolerância com violência contra pobres, negros e nordestinos."

Se essa postura prevalecer, os problemas à imagem do Brasil podem trazer "até mesmo consequências negativas para as exportações brasileiras", diz Janine. 

"Ou eles vão manter o discurso que os levou à eleição, ou vão ter que se adequar à realidade. Acho que vão ficar divididos entre essas duas posições, ora tentando uma, oura outra."

Para o filósofo, "o próprio liberalismo econômico ilimitado padece de um equívoco muito grande, porque a ênfase maior tem que estar na qualificação de mão de obra por meio de uma educação de melhor qualidade". O problema, acrescenta, é que, ao contrário, quando os bolsonaristas falam de educação "é mais para torná-la conservadora, reprimindo o que ela tem de emancipador, do que para formar as pessoas melhor, inclusive nas ciências".

Ele cita a deputada estadual eleita em Santa Catarina Ana Caroline Campagnolo (PSL), que defende a denúncia contra professores "doutrinadores" e até abriu um canal para isso na internet. "Isso significa tornar a profissão de professor ainda menos atrativa. Além de ganhar pouco e ter pouco prestígio social, o professor pode correr o risco de ter que ir para a Justiça para se defender, sem ter liberdade de cátedra", diz Janine.

"Mas não adianta ficar denunciando essas pessoas pelo mal que fazem para a democracia, tem que mostrar que a economia (como eles a pensam) é insustentável. Não basta denunciar Bolsonaro como ameaça à democracia. Isso todo mundo tem ouvido há muito tempo e ele teve quase 60% dos votos. As pessoas estão preocupadas com emprego, salário, que dependem do PIB."

Na opinião de Janine, o que o empresariado que o apoiou espera de Bolsonaro é que ele faça o PIB crescer através de reformas "bastante onerosas socialmente". "Mas estas reformas podem produzir o efeito contrário. Não adianta fazer reforma da Previdência, trabalhista e outras e esquecer a qualificação da mão de obra. Para melhorar a economia precisa melhorar a educação, e (o grupo do Bolsonaro) não tem noção disso."

Discurso ideológico

Na opinião de Janine, a esquerda insistiu muito em um discurso ideológico ao falar na educação, batendo na tecla de que educação é positiva para a democracia, mas deixou de lado que é importante também para a economia. "Não basta defender a educação falando da democracia. A justiça social passa por um aumento do PIB decorrente de uma melhora da educação. Esse é o ponto em que a esquerda tem falhado." 

Para o ex-ministro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva entendeu muito bem a necessidade do povo, que era de trabalho, emprego, renda e se alimentar "três vezes ao dia". 

Entretanto, ressalta, os governos petistas falharam na conscientização da população. "Olhando criticamente, o aumento do emprego com o governo Lula não foi do emprego com grande qualificação, e isso é pouco sustentável", diz.

"Na verdade, Lula entendeu bem que as pessoas queriam comer três vezes por dia, mas não queriam ideologia. O erro foi que ele não transmitiu a ideia de que era uma política pública progressista que estava gerando isso", avalia Janine.

Ele lembra que, no segundo mandato de Dilma Rousseff, a política pública deixou de satisfazer a população e o país entrou em recessão. Como consequência, Dilma perdeu apoio popular. "Se tivesse havido uma conscientização política maior, as pessoas diriam: 'faz dez anos que estamos melhorando de vida, e vamos cair fora porque tem uma crise de um ano? Vamos segurar a onda!'. A consciência política no Brasil é muito pouca." 

O filósofo acrescenta: "O que derrubou a Dilma, entre outras coisas, é que, com a queda do PIB, não dava mais para fazer políticas sociais e os próprios beneficiários dessas políticas se voltaram contra ela".

 

Fonte: Rede Brasil Atual