Maio 06, 2025
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O Conselho de Enlace Brasil, da UNI Américas, que integra a UNI Global Union, entidade que reúne mais de 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços de todo o mundo, realizou na quinta-feira (18), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), sua 89ª reunião.

“Fizemos uma análise de conjuntura e das eleições no Brasil. É visível que vivemos um período de recrudescimento de ódios e violências. Sugerimos à UNI Global Union Américas que produza um documento de denúncia e alerta para uma possível situação de ruptura da liberdade e da democracia, dos direitos humanos e da ideia do trabalho decente no Brasil”, disse o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Na avaliação dos participantes, o ambiente de insegurança estabelecido no Brasil permitiu ao governo Temer editar o Decreto nº 9.527, de 15 de outubro de 2018, que cria uma força-tarefa de inteligência para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil, com competências para analisar e compartilhar dados e produzir relatórios de inteligência com vistas a subsidiar a elaboração de políticas públicas e a ação governamental no enfrentamento a organizações criminosas que “afrontam o estado brasileiro e as suas instituições”.

“Trata-se de uma medida que tem aparência de necessária, mas, na verdade, pode vir a ser uma ameaça para a liberdade de expressão e atuação dos movimentos sociais e sindical. Ainda mais se considerarmos as declarações do candidato militar que está na dianteira das pesquisas de intenção de votos para a Presidência da República”, observou von der Osten.

De acordo com o Decreto, a força-tarefa que reunirá setores de inteligência das Forças Armadas, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), da Polícia Federal (PF), da Receita Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros órgãos. “O grupo vai atuar também em combate e repressão aos movimentos sociais de lutas por terra e moradia, que já são acusados de serem ‘organizações criminosas’”, alertou o dirigente da Contraf-CUT.

O movimento sindical também se sente ameaçado pela definição vaga do que venha ser “afronta ao estado brasileiro e suas instituições” e o Conselho de Enlace teme que se alastre uma repressão generalizada a todas as greves e movimentos reivindicatórios.

Diretrizes internacionais de direitos
O Conselho do Enlace também considerou os documentos produzidos recentemente durante o 5º Congresso da UNI Global Union, realizado em Liverpool, na Inglaterra, de 17 a 20 de julho de 2018, que estabelecem planos estratégicos para nortear ações por um mundo de paz, por democracia e direitos humanos e outros específicos para o mundo sindical, como “Os sindicatos e o futuro mundo do trabalho” e “Os sindicatos são a base de uma economia mundial sustentável” se tornarão impraticáveis no Brasil em caso de vitória do candidato que lidera as pesquisas de intenção de votos para a Presidência.

O candidato já fez inúmeros anúncios de medidas repressivas, ataque às questões da defesa ambiental, às relações de trabalho e direitos trabalhistas, à aposentadoria, aos direitos humanos, aos direitos de crianças e adolescentes, à liberdade religiosa, à constante disseminação de preconceitos e discriminações, apologia ao armamento, à tortura, à ditadura militar, ao ódio e à violência que amedrontam e causam repulsa os sindicalistas brasileiros.

Fonte: Contraf-CUT

Em entrevista ao Seu Jornal, da TVT, o coordenador de educação e comunicação do Dieese, Fausto Augusto Júnior, avaliou que a criação de novos postos de trabalho deve ser a prioridade do próximo presidente. Com programas opostos, de acordo com Júnior, enquanto o candidato Fernando Haddad (PT) trata do desemprego como um problema do Estado, Jair Bolsonaro (PSL) reverte a questão ao mercado.

Atualmente, com a taxa média de desemprego em 12,1%, estima-se que 12,7 milhões de brasileiros estejam sem trabalho, e para o coordenador do Dieese, as mudanças propostas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e a "reforma" criam mais obstáculos para o enfrentamento.

"O governo Temer acreditava em uma coisa muito simples: achava que a 'reforma' trabalhista resolveria todos os problemas e está muito claro que não resolveu. Não teve geração de empregos, que foi muito pontual e está vinculada ao mercado informal", explica Augusto Júnior à repórter Michelle Gomes. A proposta de revogação da "reforma" consta apenas no programa de governo de Haddad, enquanto que o programa de Bolsonaro, segundo especialistas, pode na verdade aprofundar ainda mais o problema, já que retira ainda mais direitos do trabalhador, como o 13˚ salário.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Bancários de todo o país realizaram, nesta quinta-feira (18), o Dia Nacional de Luta em defesa da Defesa da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). Promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), federações e sindicatos, o dia foi marcado por protestos em defesa da Cassi e contra os descomissionamentos do Banco do Brasil.

Leia também:

> Sindicatos protestam em defesa da Cassi e contra descomissionamentos no BB

Com grande adesão de trabalhadores, os atos se concentraram em frente a várias agências do BB. Os funcionários cobraram a retomada da mesa de negociação com o banco.  

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissaão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, o objetivo a atividade também é esclarecer os funcionários sobre as propostas apresentadas pela Contraf-CUT e outras entidades. “Em várias bases já aconteceram descomissionamentos sem critérios claros e sem observar os ciclos avaliatórios de GDP. Precisamos alertar os funcionários da importância de denunciar os processos arbitrários de descomissionamento que vêm acontecendo”, disse.

Confira as atividades pelo Brasil:

Campinas: Bancários realizam Dia de Luta em defesa da Cassi e contra o descomissionamento

Seeb BH realiza Dia Nacional de Luta em Defesa da Cassi

Bancários de Porto Alegre fazem dia nacional de luta

 

Fonte: Contraf-CUT

O Banco do Brasil foi a instituição com mais de quatro milhões de clientes com o maior índice de reclamações no terceiro trimestre de 2018, segundo dados do ranking do Banco Central divulgado na segunda-feira (15). O índice do BB ficou em 25,22, seguido pelo Bradesco, com 22,55, e pelo Santander (22,10). A Caixa Econômica Federal, que liderou o ranking no primeiro trimestre, ficou em quarto. A maioria das reclamações está relacionada à oferta ou prestação de informação a respeito de produtos e serviços de forma inadequada.

BB e Santander figuraram entre os três mais reclamados nos três trimestres de 2018. O banco espanhol foi o líder de reclamações no segundo trimestre.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão Empresa dos Funcionários do BB, o banco do Brasil mudou o modelo de atendimento jogando boa parte dos clientes para o modelo digital. "As agências estão com falta de funcionários e o banco não contrata há anos. Falta de funcionários e condições de trabalho contribuem para esse ranking, afirma Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil", disse. 

     > Reestruturação leva a aumento de reclamações contra o BB

Em números absolutos, o Bradesco foi o mais reclamado (2.151 reclamações), seguido pela Caixa, com 1.950 reclamações, e pelo BB, com 1.590 reclamações. Para o cálculo do índice é considerado o número de clientes da instituição. Como o Bradesco possui 95 milhões de clientes e o BB 63 milhões, o índice do BB acabou maior do que o do Bradesco.

Como reclamar
Os clientes podem efetuar suas reclamações diretamente no site do Banco Central. O procedimento contribui com fiscalização e regulação do Sistema Financeiro.

Mas, o BC recomenda que, primeiro, a reclamação seja feita diretamente nas agências onde o atendimento foi prestado ou no serviço de atendimento ao consumidor (SAC) da própria instituição financeira. Se o problema não for resolvido, o cliente pode também recorrer à ouvidoria da instituição, que terá prazo de até 10 dias úteis para apresentar resposta. Os clientes também podem buscar atendimento no Procon e recorrer à Justiça.

Fonte: Contraf-CUT

Um levantamento realizado pelos professores Pablo Ortellado (USP), Fabrício Benvenuto (UFMG) e pela agência de checagem de fatos Lupa em 347 grupos de WhatsApp encontrou entre as imagens mais compartilhadas apenas 8% podendo ser classificadas como verdadeiras. O estudo buscou analisar o fenômeno da desinformação e das fake news em grupos na plataforma, que vem sendo apontada como principal espaço de disseminação desse tipo de conteúdo.

O estudo analisou conteúdos enviados entre os dias 16 de setembro de 7 de outubro, ou seja, em boa parte do 1º turno das eleições deste ano. A amostra trouxe 347 grupos monitorados pelo projeto Eleição sem Fake, da UFMG. Os resultados, portanto, não podem ser generalizados. Mas trazem indícios importantes para a compreensão deste fenômeno. Ao todo, eles reuniram mais de 18 mil usuários. No período, circularam 846 mil mensagens, entre textos, vídeos, imagens e links externos.

Das 50 imagens mais compartilhadas nos grupos checadas pela agência Lupa, considerando foto e texto, apenas quatro foram consideradas verdadeiras (8%), entre elas uma de Bolsonaro em uma maca e outra do autor da facada no candidato, Adélio Bispo de Oliveira. Do total, oito (16%) eram falsas, como a montagem de Dilma com Che Guevara.

Quatro (8%) foram consideradas insustentáveis, conceito da agência para conteúdos que não se baseiam em nenhum banco de dados público confiável, como fotos de Lula e FHC afirmando que os dois se reuniram para planejar assaltos a banco. Outras nove eram fotos reais, mas com alusões a teorias da conspiração sem comprovação.

Da amostra, sete fotos eram reais, mas tiradas de contexto, como um registro de Aécio Neves e Fidel Castro acompanhado da acusação do político tucano ter virado “aluno” do dirigente cubano. Três imagens foram consideradas sátiras, seis estavam associadas a textos de opinião, o que a agência não checa, e três não foram examinadas por não ser possível aferir se a foto havia sido tirada no Brasil ou não. No total, 56% das imagens que mais circularam foram consideradas “enganosas”.

Caso BNDES

O levantamento dos professores e da Agência Lupa detalhou o caso das mensagens sobre supostos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras fora do Brasil. De oito sobre o tema acompanhadas de fotos, apenas duas eram verdadeiras. Outras três traziam dados considerados “exagerados” e duas eram falsas, como a alegação de que o banco teria financiado um gasoduto em Montevidéu e o soterramento de uma ilha em Sarmiento, na Argentina.

Propostas

Os autores divulgaram propostas em artigos e em documento ao WhatsApp solicitando a redução da possibilidade de encaminhamento de mensagens para, no máximo, cinco destinatários. Hoje, este limite é de até 20 pessoas ou grupos. Segundo o professor da USP Pablo Ortellado, o WhatsApp respondeu que tal medida seria inviável.

“Nós discordamos. Na Índia, após uma série de linchamentos causados por boatos difundidos no aplicativo, o WhatsApp conseguiu implementar mudanças em poucos dias. Nossa situação é bastante grave. Estamos conclamando também o TSE e outras instituições com poder regulatório para agir”, escreveu Ortellado, em texto em sua rede oficial sobre o relatório.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Na edição da manhã do Jornal Brasil Atual, uma análise da indústria de notícias falsas que impulsionam a campanha de Jair Bolsonaro (PSL); uma entrevista com Ivan Seixas, coordenador da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” sobre o julgamento favorável ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP); o perigo da privatização dos bancos públicos na avaliação de Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese; o aumento dos casos de violência física e agressões nas redes sociais; além da agenda cultural e as análises de Emir Sader e José Lopes Feijó.

Ouça a íntegra do programa: https://soundcloud.com/redebrasilatual/jornal-brasil-atual-18-de-outubro

 

Fonte: Rede Brasil Atual

 

Sindicatos de bancários e funcionários do Banco do Brasil realizam nesta quinta-feira (18) um Dia Nacional de Luta em Defesa da Cassi e contra os descomissionamentos que estão ocorrendo no banco.

Cassi
O Banco realizou entre o final de setembro e início de outubro uma consulta aos associados da Caixa de Assistência (Cassi) dos funcionários com a intenção de que os associados aprovassem mudanças estatutárias propostas pelo Banco do Brasil e pela direção da Cassi. Cerca de 70% dos associados da Caixa de Assistência dos funcionários rejeitaram as mudanças. Os funcionários querem que o banco retome as negociações.

“A retomada das negociações é necessária e urgente. O banco falou o tempo todo sobre a pressa que a Cassi precisa, mas a estratégia errada atrasou ainda mais o processo. Cada dia sem negociação aumenta ainda mais a margem para decisões atabalhoadas da direção da Cassi. O nome do banco está sendo desgastado pela direção da Cassi e a ordem das coisas precisa ser restabelecida com a retomada das negociações”, disse Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Descomissionamentos
Os trabalhadores estão apreensivos com uma nova onda de descomisionamentos e perda de função pelos funcionários, que levam em conta apenas a avalição do próprio gestor sem que seja considerado o mecanismo próprio de Gestão de Desempenho Profissional por Competência e Resultados (GDP). Eles querem que seja retomada a avaliação por meio da GDP, modelo construído com a participação dos funcionários e entidades representativas da categoria, com o investimento de milhões de reais pelo banco.

“Precisamos denunciar os descomissionamentos arbitrários para garantir a segurança dos funcionários e a aplicação correta da GDP”, afirmou o coordenador da CEBB.

A Contraf-CUT disponibilizou um boletim específico para instruir funcionários e a população sobre os protestos (veja aqui).

Fonte: Contraf-CUT

Para o membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), sociólogo e professor universitário Sérgio Amadeu, o uso das redes sociais como Facebook e WhatsApp como principais meios de distribuição de informações no processo eleitoral tem deixado o debate político em segundo plano. Criticados pela propagação de notícias falsas, as chamadas fake news, os aplicativos de redes também vêm sendo usados para ameaças e intimidações.

"Eu diria que o debate político não está fazendo sentido porque a candidatura majoritária nesta eleição, que teve mais apoio, utilizou a estratégia da direita americana de destruir a possibilidade do debate racional. Quando você faz isso, o que tem como resultado é uma disputa de quem consegue angariar mais ódio do outro", explica o sociólogo em entrevista ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual.

O fenômeno, já observado nas eleições para presidente dos Estados Unidos, com a vitória de Donald Trump, é amplamente utilizado pelo candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), que estrutura sua campanha principalmente pelo WhatsApp, diz Amadeu.

No entanto, para a coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, o extenso conteúdo de informações falsas, ao manipular o processo eleitoral, torna-se um risco à democracia. "A ação das forças públicas para procurar quem produz poderia e pode ser feito ainda para escancarar quem está querendo influenciar o resultado da eleição com mentiras", afirma.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

 

 

Depois de liberar o pagamento aos beneficiários da Fundação Francisco Conde, no final de setembro, a Justiça disponibilizou as guias judiciais para que os advogados retirem e apresentem ao Banco do Brasil. Os recursos já estavam depositados em conta judicial no BB e agora estão sendo transferidos para os advogados que representaram os beneficiários e serão os responsáveis pelo repasse dos recursos aos destinatários finais.

“Alguns advogados já estão efetuando a transferência dos recursos para os bancários, como no caso dos bancários de São Paulo. Os demais devem receber em uma semana, mais um menos. Tudo depende do dia em que os advogados apresentarem a guia judicial ao banco, o tempo que o mesmo levará liberar os recursos e de os advogados organizarem o repasse a cada beneficiário”, explicou o secretário de Comunicação da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Gerson Carlos Pereira, ex-funcionário do BCN que acompanhou o processo desde o início.

Para Gerson, o desfecho favorável aos trabalhadores é resultado de muitos anos de luta, debates e reuniões coordenadas pelos sindicatos. “Esta é uma demonstração da força dos trabalhadores e trabalhadoras e da contribuição dos sindicatos. Se não houvesse unidade e comprometimento, esse dinheiro ficaria para os ativos do Bradesco. Como houve uma postura combativa, de solidariedade, união e luta de todos os envolvidos, hoje nós podemos decidir sobre como será a divisão desse dinheiro”, afirmou o dirigente da Contraf-CUT.

De acordo com a decisão do Tribunal, terão direito a receber os seguintes trabalhadores:

Trabalhadores Elegíveis ao pagamento (requisitos cumulativos):
1. Empregados do antigo BCN + coligadas;
2. Empregados admitidos até 31/04/1993;
3. Empregados participantes que permaneceram no banco até 31/05/1999;
4. Empregados que constam da listagem apresentada na ação judicial pelo Bradesco.

A forma de pagamento tem como critério básico o tempo de contribuição de cada empregado. Assim, cada mês de contribuição corresponde a uma cota.

O valor depositado pelo Bradesco será rateado da seguinte forma:
Será divido em 2 metades:
1ª metade – Grupo 1:
1. Empregados que ingressaram no BCN até 31/12/1975;
2. Levará em conta o tempo de contribuição até 31/12/1979.

2ª metade – Grupo 2:
1. Empregados que ingressaram no BCN a partir de 01/01/1976;
2. Levará em conta o tempo de contribuição até 31/04/1993.

Fonte: Contraf-CUT

“O governo Temer não precisa dos bancos públicos, pois não tem interesse em fazer política social”, crava o sociólogo Emir Sader, diretor do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Seria por essa razão que a atuação dessas instituições vem mudando radicalmente no Brasil após o ocaso dos governos petistas. “O futuro dos bancos públicos está diretamente ligado ao destino do Brasil.”

Para Sader, ao longo da história, os bancos públicos tiveram funções fundamentais na política do Estado brasileiro, mas durante os mandatos petistas, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil assumiram papeias ainda mais relevantes, como o de alavancar as políticas sociais. “A Caixa se tornou o segundo maior banco do Brasil na esteira do financiamento habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida”. 

Nesse período, os bancos públicos “tiveram papel dinâmico, como indutor do crescimento econômico e da distribuição de renda.” O sociólogo lembra ainda que na crise financeira de 2008, a existências das instituições estatais foram essências para resgatar a economia brasileira durante a crise financeira de 2008. “A crise uma hora era um tsunami, outra hora, uma marolinha.” Já na atual crise, o papel dessas instituições é praticamente inexistente, atenta o sociólogo.

Ele compara com a Argentina, cuja crise econômica teima em não ceder – o país novamente pediu dinheiro para o FMI. “Eles já não tem banco público. O banco argentino mais forte é dirigido por uma cooperativa ligada ao Partido Comunista. O resto é privado, com capital estrangeiro. Aí nós vemos mais uma vez a Argentina com uma dificuldade muito grande de retomar o crescimento econômico.” 

Para a Sader, aqui no Brasil, com a passagem para o governo Temer, os interesses teriam mudado. Voltam, em realidade, velhas ambições. “Na campanha eleitoral de 2014, os candidatos de direita diziam que manteriam o Bolsa Família. Mas seus gurus econômicos diziam que os bancos estatais ficariam reduzidos a nada. Iam fazer o bolsa família com o Bradesco, com o Itaú. De fato, só diziam que ia manter as políticas sociais pelos prestígios.” 

Com a saída de Dilma Rousseff da presidência, tem início, inclusive, uma campanha para desfazer a reputação dos bancos estatais, acredita Sader. “Veja essa campanha do Bolsonaro, que repete que ‘o PT quebrou o Brasil’. Que ‘gastou tanto na Venezuela, tanto em Cuba, tanto em propaganda [com os bancos públicos, como o BNDES]’. Nós não conseguimos convencer a massa da população que foi um governo que usou muito bem esses recursos, seja para fazer a economia crescer e distribuir renda”, lamenta. “Essa foi uma batalha que nós perdemos.”

Não é por acaso, sugere o sociólogo, que o candidato Jair Bolsonaro deve colocar no Ministério da Fazenda alguém “radicalmente ligado ao capital financeiro”. Em declarações passadas, o economista Paulo Guedes, consultor do capitão da reserva, já indicou sua intenção em privatizar o máximo possível das estatais brasileiras. Do outro lado do espectro, observa Sader, o candidato do PT já indicou que não vai colocar alguém do mercado para fazer reforma bancaria.

Emir Sader participou do debate público “O Futuro dos Bancos Públicos”, promovido no Rio de Janeiro, na terça-feira 16 por CartaCapital e pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).

 

Fonte: Carta Capital