Abril 27, 2025
Slider
Imprensa

Imprensa

Em reunião realizada nesta terça-feira (26) com o Comando Nacional dos Bancários a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) sinalizou que aceita negociar as propostas dos bancários para definir a redação das cláusulas específicas sobre teletrabalho a serem inseridas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.

“É um avanço importante, mas existem pontos a serem melhor discutidos, como a questão da ajuda de custo para os gastos assumidos pelos trabalhadores e o respeito à jornada de trabalho, com direito à desconexão do trabalhador”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira lembrando que já houve avanços neste sentido nos acordos específicos com o Bradesco, Itaú e Banco do Brasil.

A representação dos bancos afirmou que é preciso analisar as redações propostas pelos trabalhadores para evitar que haja insegurança jurídica nos pontos que forem clausulados.

Estrutura e acompanhamento

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP) e também coordenadora do Comando Nacional, Ivone Silva, também destacou a importância da saúde do trabalhador. “As pesquisas que realizamos com a categoria apontam que, durante a pandemia, muitos não receberam equipamentos e tampouco móveis ergonômicos para se evitar adoecimentos”, observou. “Lutamos por muito tempo para reduzir as LER/Dort (lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) entre os bancários e não podemos permitir que elas retornem agora”, completou Ivone ao lembrar ainda da necessidade de manutenção dos equipamentos e mobiliário utilizados em home office.

Outros pontos da proposta

A proposta apresentada pelo Comando, que terá redação analisada pelos bancos, também destaca que a quantidade de trabalho deve ser compatível com a jornada; que o empregador é responsável pelas condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho, independentemente do local onde o mesmo é realizado; e que tanto a remuneração, quanto os direitos da categoria não devem diferir por causa da modalidade de trabalho realizada, seja ela presencial, ou remota, assim como as metas estipuladas.

Com relação aos possíveis casos de violência doméstica, às trabalhadoras que forem vítimas será garantido o direito de escolher se prefere trabalhar presencial ou em home office.

Os bancos também acataram a proposta de criação de um grupo de trabalho (GT) bipartite específico para promover reajustes e revisão nas cláusulas visando a melhoria das mesmas.

Qualificação e requalificação profissional

Além do tema teletrabalho, um outro ponto tratado na reunião foi a qualificação e requalificação profissional. A secretária geral do Seeb/SP, Neiva Maria dos Santos, ressaltou a rapidez com que as mudanças estão acontecendo na parte tecnológica e de gestão e a necessidade dos trabalhadores se capacitarem. “É importante que os bancos arquem com os custos das qualificações que são exigidas para o trabalho. Mas, muitas vezes, essas formações precisam ser feitas fora da jornada, sem que eles tenham muito tempo para isso. É preciso que seja garantido tempo para que as formações sejam realizadas dentro da jornada e que esta possibilidade perdure durante toda a carreira no banco”, disse. “A qualificação e requalificação é importante, inclusive, para que as pessoas possam evoluir na carreira e possam ir para outras áreas”, completou.

Indenização adicional

Outra proposta apresentada pelo Comando Nacional dos Bancários que foi debatida na mesa de negociações desta terça-feira é com relação à indenização adicional para os casos de dispensa imotivada. Na categoria bancária, houve uma redução de 77 mil postos de trabalho entre 2013 e 2021. Nos últimos cinco anos entre (2016 a 2021), a redução de postos foi de 57.175 postos de trabalho.

“É preciso que as empresas que demitam sem justa causa sejam penalizadas”, disse Juvandia. Na proposta apresentada aos bancos, o Comando pede “garantias contra a dispensa imotivada”, com indenização adicional no valor equivalente a três vezes a maior remuneração do empregado a cada cinco anos trabalhados.

Homologações nos sindicatos

O Comando também pede o retorno das homologações das rescisões contratuais nos sindicatos. A presidenta da Contraf-CUT lembrou que, desde a reforma trabalhista houve muitas demissões e a classe trabalhadora perdeu muitos direitos, entre eles o direito de que as rescisões contratuais fossem realizadas nos sindicatos com acompanhamento de um profissional. “Quando as homologações eram realizadas nos sindicatos, muitos erros eram evitados. É preciso que volte a ser como era para que os trabalhadores não tenham mais esta perda”, defendeu.

Continuidade das negociações

A data-base da categoria bancária é 1º de setembro. As negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban continuam. A próxima reunião acontecerá na quinta-feira (28) e abordará o tema da segurança bancária. Em seguida, no dia 1º de agosto, será tratado o tema de saúde e condições de trabalho.

Fonte: Contraf-CUT

O Coletivo Nacional de Combate ao Racismo dos bancários realiza nesta terça-feira (26), às 18h, em reunião ampliada, um debate relacionado ao momento político atual brasileiro. Os temas em pauta serão “raça e gênero: mulheres negras”, “educação em tempos de desmonte”, “por uma política inclusiva e democrática” e “segurança pública”.

O evento é aberto a sindicatos, bases e ramos sindicais, confederações e demais entidades ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e será realizado na modalidade remota, pela plataforma Zoom. Interessados podem acessar o encontro diretamente pelo aplicativo, ou clicando neste link, e usar o ID da Reunião 854 4223 3804 e a senha 653948.

Reunião Nacional Ampliada do Coletivo de Combate ao Racismo

Agenda: 26 de julho, 18h

Aplicativo Zoom ou por este link.

ID da reunião: 854 4223 3804

Senha de acesso: 653948

Anfitriã: Ana Dindara

Fonte: Contraf-CUT

Em reunião de negociações com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, ocorrida nesta segunda-feira (25), o banco se comprometeu em dar continuidade das fases do processo de contratação, previsto em edital, dos candidatos já convocados e com exames médicos aptos.

“Nos últimos anos, a Caixa vem reduzindo drasticamente no número de trabalhadores no banco. Na contramão, houve um grande aumento do número de clientes e de contas. Isso causa superlotação, sobrecarga de trabalho e adoecimento, prejudicando o atendimento à população”, observou o coordenador da CEE, Clotário Cardoso ao destacar que a Caixa possui mais de 142 milhões de clientes e 220 milhões de contas bancárias e que cada empregado é responsável pelo atendimento de, em média, 1.700 clientes. Para Cardoso, a contratação prometida pela Caixa é bem-vinda, mas a demanda por mais contratações permanece. “Para acabar com a sobrecarga de trabalho, a superlotação, adoecimento dos trabalhos e atender bem seus clientes, seria preciso contratar de aproximadamente 30 mil empregados”, completou.

A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) autorizou a Caixa a contratar mais empregados até completar um quadro de 87.544 trabalhadores. Hoje o banco possui 86.907 empregados, segundo dados dos representantes da Caixa.

GDP

Outro avanço nas negociações desta segunda-feira foi a disponibilidade do banco em debater sobre o Programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP). “Para nós, a GDP deveria ser gestão de desenvolvimento de pessoas e não de desempenho. Do jeito que está ela pode ser utilizada como forma de assédio”, afirmou Cardoso. “Precisamos encontrar formas para construir uma ferramenta que ajude os trabalhadores a se desenvolver e ascender na carreira, não a sofrer assédio”, completou.

“Existem alguns princípios que precisam ser levados em conta na hora de tratar da ascensão de carreira. A nossa lógica de avaliação de desempenho de pessoas precisa valorizá-las e não levá-las ao adoecimento”, disse a diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil.

Para o representante da Federação Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe (Feeb – BA/SE), Emanoel Souza a Caixa adoeceu e esta é a oportunidade de se construir uma vacina para se evitar episódios desagradáveis. “Precisamos construir outras ferramentas e instâncias de avaliação que estejam descontaminadas com o vírus do assédio”, disse. “Devemos sinalizar os pontos que devem ser levados em conta para esta construção”, completou.

“Precisamos construir uma ferramenta que funcione independentemente da mudança de governo, ou gestão”, observou Emanuel.

A Caixa aceitou discutir a GDP para que haja uma construção conjunta de uma ferramenta de avaliação do desempenho das empregadas e empregados.

Seleção interna

Outra demanda apresentada pela representação dos empregados foi com relação aos processos de seleção interna (PSI). “Existem inúmeros relatos de travas que impedem a ascensão profissional”, disse o coordenador da CEE.

A Caixa informou que desde novembro de 2020 não existem mais travas que impedem a ascensão.

“Pode não existir a trava formal, mas a Caixa impede a saída, porque não existe a contratação para a substituição da pessoa. Se ela sai o departamento, ou agência fica desguarnecido. Aí dizem que somente libera, se o próprio trabalhador arrumar alguém para substitui-lo”, explicou a representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Vivian Carla de Sá.

A representação dos trabalhadores também cobrou maior divulgação do fim das travas no PSI. A Caixa se comprometeu a melhorar a comunicação e encontrar formas para que não se impeça a ascensão profissional. Mas, com relação aos optantes pelo REG/Replan não saldado disse que estes estavam cientes da impossibilidade quando fizeram a opção.

O representante da Feeb-BA/SE discorda. Ele disse que no momento da opção o documento dizia que não haveria empecilhos à ascensão na carreira, ou travas às seleções internas.

Jornada

A representação dos empregados também apresentou a demanda de jornada de quatro dias semanais. “Quando os bancários conquistaram as seis horas de trabalho, todo mundo achava que era utópico. Agora, estamos trazendo a reivindicação de uma jornada de quatro dias por semana”, disse Cardoso.

Eliana Brasil, diretora executiva da Contraf-CUT, ressaltou que existem estudos que mostram haver ganho de produtividade quando se há redução de jornada. “Os trabalhadores trabalham mais felizes. Além disso, também existe a possibilidade de se aumentar as contratações”, disse.

Outros assuntos

A reunião também tratou sobre descomissionamento arbitrário, a incorporação de função gratificada e o fim da designação por minuto para as funções de caixa, tesoureiro e avaliador de penhor.

“Os empregados lutam para conquistar uma função gratificada, mas quando conseguem obtê-la se estabelece uma grave dependência, já que em alguns casos ela representa 60% ou mais da remuneração do trabalhador. Por esse motivo regular com clareza o acesso às funções é um dos pontos cruciais da mesa especifica com a Caixa”, Carlos Augusto (Pipoca), representante da Federação Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS).

Sobre a designação por minuto o banco concorda em debater e quer agendar uma reunião específica para tratar do assunto. Mas, com relação aos outros dois temas o banco se nega a retomar a incorporação das gratificações de função e disse que os descomissionamentos ocorrem quando há motivação, classificando-os como desligamentos motivados.

A representação dos trabalhadores também pediu o retorno das áreas de logística e gestão de pessoas nos estados/regiões.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários de Macaé e Região (SEEB-Macaé), filiado à Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES), completou, nesta segunda-feira (25), 31 anos de existência.

“Reafirmamos o compromisso com toda a categoria de prosseguir com a luta pela manutenção e preservação de nossos direitos trabalhistas que conquistamos ao longo dessa jornada de existência”, disse o sindicato em nota comemorativa. “Esse ano temos um grande desafio pela frente, trata-se da renovação de nosso acordo coletivo de trabalho onde iremos buscar não só a sua renovação, mas também a ampliação de direitos e sobretudo reposição da inflação e aumento real para a categoria”, completou a entidade.

Também em reconhecimento à data, a Diretoria eleita para o mandato 2020/2024 reafirmou o compromisso de se manter ao lado dos trabalhadores bancários, “preservando o emprego a renda, direitos trabalhistas e principalmente o direito à vida”. O presidente da Fetraf RJ/ES, Nilton Damião Esperança, além de parabenizar todos e todas que já fizeram parte do SEEB-Macaé, falou do “orgulho” de integrar a Federação “um sindicato que representa, não só a categoria bancária, como, também, toda a classe trabalhadora”.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense percorreu nesta terça-feira, 26 de julho, agências do Banco Santander, para protestar contra reestruturações em unidades de varejo da instituição financeira. 

As manifestações ocorreram nos municípios de Duque de Caxias e de São João de Meriti.

Em São João de Meriti, houve retardamento de uma hora na abertura da agência 3306, localizada no centro.

Em Duque de Caxias, foram realizados atos com intervenções no interior das agências, distribuição de informativos e exibição da faixa sobre a campanha salarial, nas agências Presidente Kennedy e Brigadeiro Lima e Silva. 

As diretoras e diretores do Sindicato puderam falar com bancárias, bancários e população em geral, e debater sobre o recente anúncio de reestruturações em agências e seus potenciais impactos contra os direitos dos trabalhadores. Além de tentar impedir os ataques aos trabalhadores e de estabelecer processo negocial entre as partes, para construção de alternativas que não passem por estas, impostas pelo banco. Os dirigentes sindicais também falaram sobre a renovação do aditivo, previsto na Convenção Coletiva de Trabalho Nacional (CCT), que contempla funcionárias e funcionários do banco.

Parte das medidas apresentadas pelo banco, como a extensão do horário de atendimento gerencial das 9h às 17h, desde o dia 18 de julho, a terceirização de serviços, a extinção da função de Gerente de Atendimento, além das demissões continuadas, podem atingir um expressivo contingente de funcionários.

Após os protestos, o banco entrou em contato com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e se comprometeu a fazer uma conversa presencial para tentar chegar a uma solução para o caso.

*Confira mais fotos em nossas redes sociais

O movimento sindical conquistou um acordo que garantirá prazo mais amplo de compensação de horas para os bancários do Santander que ficaram em casa durante a pandemia, mas não puderam trabalhar porque o banco não ofereceu equipamento ou acesso ao sistema.

O acordo se estende até agosto de 2023 e obedecerá os seguintes critérios:

  • 10% para o empregado que compensar de 30 (trinta) a 59 (cinquenta e nove) horas por semestre (julho de 2022 a dezembro de 22, e janeiro de 2023 a junho de 2023); b) 20% para o empregado que compensar de 60 (sessenta) a 100 (cem) horas por semestre (julho de 2022 a dezembro de 2022, e janeiro de 2023 a junho de 2023);
  • 30% para o empregado que compensar de 101 (cento e uma) a 150 (cento e cinquenta) horas por semestre (julho de 2022 a dezembro 2022, e janeiro de 2023 a junho de 2023);
  • 40% para o empregado que compensar de 151 (cento e cinquenta e uma) a 180 (cento e oitenta) horas por semestre (julho de 2022 a dezembro de 2022, e janeiro de 2023 a junho de 2023;
  • Fica compromissado, também, que haverá o abatimento de 40% no saldo de horas negativas acumuladas, especificamente, para empregados com deficiência e empregadas que durante a gestação estiveram afastados de suas atividades em decorrência da pandemia da Covid-19, desde que compensem 60 (sessenta) horas por semestre (julho de 2022 a dezembro de 2022, e janeiro de 2023 a junho de 2023);
  • Não poderá ocorrer desconto em folha de pagamento até setembro de 2023;
  • Em caso de demissão sem justa causa, as horas não serão descontadas da rescisão;
  • Não é permitido compensar horas aos finais de semana e feriados;
  • Só será permitido compensar 4 dias por semana, de segunda a sexta, e até 1 hora e 50 minutos por dia.

Os trabalhadores que não conseguirem realizar a compensação por qualquer motivo devem procurar o Sindicato para orientações (veja contatos da entidade ao final do texto).

“O acordo representa um avanço ao tranquilizar os trabalhadores que agora têm regras claras para a compensação, e não podem ter descontos no salário. Faremos acompanhamento desses casos e, se necessário, novas negociações”, disse a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias.

Importância do acordo negociado

O movimento sindical acompanha desde 2020 a condição dos bancários de maior risco para a Covid-19, tendo feito inclusive acordo para garantir que esses trabalhadores ficassem em casa durante o período mais difícil da pandemia, a fim de proteger a saúde destes empregados.

Muitos destes trabalhadores acumularam horas negativas porque o banco não ofereceu função em home office. Mas, mesmo este grupo já tendo retornado ao trabalho presencial, tem causado grande preocupação o acúmulo de horas a serem compensadas por conta da pandemia.

Fonte: Contraf-CUT

A 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) confirmou a condenação ao Banco Santander por danos morais coletivos em razão de metas abusivas, adoecimentos mentais e assédio moral. Segundo a decisão, o banco terá que pagar uma indenização de R$ 275 milhões. O processo é resultado de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que pedia indenização de R$ 460 milhões e contou com a assistência do movimento sindical.

Segundo o MPT, “a conduta ilícita do banco reveste-se de elevada gravidade. Ao exigir dos bancários metas abusivas e cobranças excessivas, comete assédio moral, grave violação aos preceitos constitucionais que asseguram o trabalho decente, a saúde, a vida digna e a redução dos riscos inerentes ao trabalho”.

De acordo com a decisão da Justiça, o banco está proibido de adotar metas abusivas e de permitir, tolerar ou praticar, por seus gestores e prepostos, práticas que configurem assédio moral, como humilhações, xingamentos, ameaças de demissões, constrangimentos, coação, agressão, perseguição, entre outros.

“Trata-se de uma decisão importante, pois sindicatos de todo o país recebem denúncias de funcionários do Santander de que o assédio é frequente no banco, principalmente quando as metas não são atingidas”, disse a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. “O banco, mais uma vez, se vê obrigado a não cometer tais ilícitos e nem permitir que seus gestores cometam. Caso elas persistam, as bancárias e bancários devem entrar em contato com seu sindicato e denunciar a prática”, completou.

Adoecimento

Em nota divulgada em seu site, o MPT informa que o acórdão ressalta que “os diversos depoimentos transcritos na sentença dão nítida ideia do abalo emocional e psíquico impingido pela sistemática organizacional de fixação de metas de produção, mediante cobrança truculenta pelos gestores, seja diretamente ao empregado ou por meio de reuniões com exposição vexatória, cujas metas deveriam ser cumpridas a todo custo”.

“A categoria bancária, que já era a campeã entre os casos de Lesões por Esforços Repetitivos e de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort), agora também é a mais acometida por transtornos mentais, que são consequências diretas das práticas pelas quais o Santander foi condenado”, disse o secretário de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles. “É preciso que haja fiscalização do cumprimento efetivo da sentença para que o adoecimento seja reduzido. E, para isso, é fundamental que os funcionários denunciem quaisquer ilícitos cometidos pelo banco”, completou.

Entenda o caso

As irregularidades que geraram a ação foram levantadas por Auditores Fiscais do Trabalho, que apuraram a pressão psicológica e as ameaças constantes implícitas e explícitas de demissão dos bancários, bem como o subdimensionamento do quadro de empregados como punição pelo não cumprimento das metas.

Segundo os auditores “o estabelecimento de metas praticamente impossíveis de serem atingidas, seguido da cobrança pelo atingimento destas metas por seus superiores, caracteriza grave inadequação da organização do trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores que consequentemente trará a curto e médio prazo danos graves e irreparáveis à saúde dos bancários do Santander”.

Baixe os arquivos das ações

     >>>>> ACP nº 342-81.2017.5.10.0011
     >>>>> ACP nº 253-87.2014.5.10.0003

Questionário

Para construir um diagnóstico preciso das condições laborais e da saúde dos bancários do Santander, os Auditores Fiscais do Trabalho aplicaram questionários em várias agências do estado de Santa Catarina com resultados preocupantes.

Avaliações psicológicas

Avaliações psicológicas em diversas agências em Santa Catarina, por meio do instrumento SRQ 20 (avaliação do sofrimento mental), concluiu que os bancários do Santander “se encontram em níveis de sofrimento extremo em decorrência das distorções na organização e condições de trabalho”.

De acordo com os dados levantados pela especialista, na abordagem sobre pensamentos depressivos, 86% disseram que têm dificuldade em tomar decisões, 86% têm dificuldade de pensar com clareza, e 43% pensam em dar fim a sua vida, ou seja, apresentam ideação suicida. “É lamentável, quase metade dos trabalhadores entrevistados referiu já ter pensado em dar fim a sua vida. Os relatos dos trabalhadores descrevem níveis insuportáveis de sofrimento relacionado aos contingentes laborais”, afirma a psicóloga.

Danos graves

Levantamento dos benefícios previdenciários concedidos aos empregados do Santander no período de 2010 a 2015 concluiu que em 2010 os benefícios por transtornos mentais correspondiam a 20,41% da totalidade dos benefícios concedidos ao banco. Em 2015 este percentual subiu para 37,29%, mesmo com as demissões realizadas pelo Santander naquele ano. O relatório aponta que “os benefícios acidentários (B91) associados ou não ao NTEP e previdenciários (B31 e B32) associados ao NTEP somam 7.677 BIs. O custo total destes benefícios foi estimado em R$ 90.171.773,02.

Metas abusivas

Nos depoimentos colhidos pelo MPT ficou comprovada a completa inadequação da organização do trabalho no Banco Santander que vem gerando uma legião de jovens acometido de transtornos mentais. Problemas gerados principalmente por metas impossíveis de serem conquistadas.

Em 2015 os dados apresentados pelo Banco Santander ao MPT revelaram que o percentual de atingimento de metas foi extremamente baixo. Em outubro de 2015, por exemplo, somente 26% dos bancários do Santander atingiram as metas.

Para os auditores do Trabalho “as metas abusivas, as cobranças excessivas, o subdimensionamento e a imposição de metas aos bancários do setor operacional da agência, além de trazer graves prejuízos à saúde dos empregados do Banco Santander, vêm gerando lesões aos direitos dos consumidores em razão de tempo excessivo de espera em filas; vendas casadas; não recebimento de títulos de crédito mesmo de correntistas do banco e em dinheiro; alteração de tarifas bancárias sem autorização dos clientes, dentre outras”.

Fonte: Contraf-CUT

O Julho das Pretas é uma iniciativa em homenagem ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A ONU reconhece a data desde 1992, quando ocorreu o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe. No Brasil, a data foi aprovada em 2014 e decretada nacionalmente pela então presidenta Dilma Rousseff.

“É uma data muito importante, primeiro porque nós, mulheres latino-americanas e caribenhas, nos conectamos umas com as outras. E podemos dar visibilidade às nossas pautas, políticas públicas que queremos para tirar nossas irmãs desse lugar subalterno que a sociedade insiste em colocar. Sabemos que as mulheres negras são as primeiras atingidas numa crise, numa recessão, são as primeiras a ocupar esse lugar de desemprego e também são as que ocupam esse imaginário de objetificação dos nossos corpos”, explicou a secretária de Assuntos da Mulher da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE), Cândida Chay.

Números da violência

O total de mulheres negras vítimas de homicídios subiu de 2.419, em 2009, para 2.468 em 2019, um crescimento de 2%. No mesmo período, o número de mulheres não negras assassinadas caiu 26,9%, passando de 1.636 para 1.196. Os dados são do Atlas da Violência, publicado pelo IPEA em 2021. “Por isso que o 25 de Julho é tão importante, para que a gente possa debater sobre o espaço do negro no país e avançar na conscientização, para uma sociedade antirracista e que nos permita viver e viver com pleno acesso à felicidade e à dignidade, como diz a Constituição”, pontuou Chay.

O secretario de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, completou que a marcação de uma data tem função estratégica na “luta das mulheres pretas contra o preconceito, discriminação e todos os tipos de violência”, lembrando que, em 2021, o país registrou 1.319 casos de feminicídio, segundo relatório do Fórum de Segurança.

Desigualdade no setor bancário

“No setor bancário, a mulher preta representa somente 1,1% das que estão em cargos de liderança, a remuneração média das mulheres pretas bancárias é 59% da média de remuneração dos homens brancos. Isso precisa mudar, esse é um ano eleitoral, é fundamental elegermos mais mulheres pretas para o parlamento, empoderar para avançar”, prosseguiu o dirigente. Em termos de salário no setor bancário, enquanto um homem branco ganha, em média, R$ 10 mil, a mulher branca recebe R$ 7,8 mil e a mulher negra apenas R$ 5,9 mil, como mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Tereza, a rainha

Tereza de Benguela viveu no século XVIII e foi casada com José Piolho, chefe do Quilombo Quariterê, localizado na divisa do Brasil com a Bolívia no atual estado do Mato Grosso. Com a morte do marido, ela passou a reinar a comunidade negra e indígena, resistindo à escravidão por duas décadas, até por volta de 1770, quando, após várias incursões, o quilombo foi destruído pelas forças da capitania mato-grossense.

“Estudar a história de Tereza de Benguela é muito importante para as mulheres negras contemporâneas e para as nossas crianças, principalmente quando a gente tem uma lei que garante o estudo da história africana, mas que não é respeitada”, observa Cândida Chay. “As meninas são fortalecidas com a história de uma negra que, no século XVIII, foi tratada como rainha, que estruturava o quilombo econômica e politicamente, ainda mais ao lembrarmos que a menina de hoje ainda carrega o peso de estar numa sociedade patriarcal que tenta limitar suas atuações e, enquanto menina negra, também é atingida pelo racismo”, avalia.

Tereza implantou novos modelos de produção, como o uso de ferro na agricultura. Na parte de defesa, ela liderou as ações contra os bandeirantes, como mostra artigo do portal Alma Preta, assinado por Pedro Borges: “O quilombo, território de difícil acesso, foi o ambiente perfeito para Tereza coordenar um forte aparato de defesa e articular um parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade, que vivia do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana, e da venda dos excedentes produzidos”, escreveu ele.

Braços que construíram o país

“Nós precisamos trazer para essa discussão o reconhecimento de que foram nossos braços que construíram esse país, que estruturaram essa sociedade, que possibilitam que outras pessoas possam hoje lutar para ocupar outros espaços, na academia, nas diretorias de grandes empresas, na política, para que as nossas irmãs não sofram pela falta de acesso a políticas públicas que tragam dignidade, creche, mobilidade urbana. O mínimo para que a gente possa ter as mesmas oportunidades que a branquitude tem”, concluiu Chay.

Podcast

O Podcast Contraf-CUT desta segunda-feira (25) aborda o tema Julho das Pretas, com entrevistas da secretária de Assuntos da Mulher da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE), Cândida Chay, e da dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (Seeb-SP) e bancária do Santander, Susana Malu Cordoba.

Os podcasts Contraf-CUT ficam disponíveis na plataforma SoundCloud.

Fonte: Contraf-CUT

A pedido da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a reunião para a negociação sobre cláusulas sociais – teletrabalho, que aconteceria nesta sexta-feira (22), foi adiada para a próxima terça-feira (26), a partir das 14h.

Acompanhe os sites e redes sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), das federações e sindicatos da categoria bancária para manter-se informado e mobilizado.

Fonte: Contraf-CUT

Trabalhar nas agências do Itaú está ficado cada vez mais insuportável, ainda mais depois da implantação dos programas GERA, Evolui e Vai; e do aumento das metas, mesmo quando o banco alega que houve redução. É o que o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região apurou com bancários de diversas unidades.

Para se adequar à legislação, o Itaú determinou que o tempo de fila não pode ultrapassar 15 minutos para atendimento no segmento IA e Emp; e 10 minutos para o seguimento Uniclass e Personnalité. Só que, neste tempo, os bancários precisam oferecer produtos para os clientes. Ao atender o cliente no caixa, há a oportunidade de fazer negócios, onde é necessário tempo para explicar o produto ao cliente, o que demanda tempo.

Com isso, ou o bancário cumpre tempo de fila, ou vende o produto. E se o funcionário tenta vender o produto, estoura o tempo de fila. Mas se cumpre o tempo de fila, perde a venda.

E um dos itens do GERA é justamente a contabilização do tempo de espera na fila, mas o Itaú mudou este parâmetro na segunda semana de julho, sem aviso prévio, o que vai prejudicar na performance dos funcionários.

“É preciso computar os novos tempos de atendimento, a partir de uma data específica e não de uma hora para outra, como fizeram”, afirma Marcia Basqueira, dirigente sindical e bancária do Itaú.

VAI (perder o emprego se não fizer 30 contatos por dia)

Além disso, o Itaú implantou um programa chamado VAI, por meio do qual os bancários devem fazer 30 contatos por dia. As ligações não completadas não são computadas. Dos 30 contatos, obrigatoriamente oito ligações pela VAI devem ser efetivas, ou seja, o cliente aceitou ou recusou a ligação. E do total de oito, ao menos três precisam se converter na venda de algum produto.

Gestores ameaçam que a empregabilidade do bancário que não atuar na VAI estará em risco.

Metas no Itaú sobem, mesmo quando banco alega redução

Além disso, o Itaú alegou uma redução das metas em julho. Mas com base nas informações passadas por bancários, o Sindicato fez um cálculo comprovando o contrário: que houve aumento das metas. Veja abaixo.

Item Proteção: seguro que ponderava 10 caiu para 2; seguro que ponderava 5 caiu para 1. Em contrapartida, uma meta de 22.000 precisaria de 22 seguros de 100 X 10 = 1.000 X 22 = 22.000. Essa meta agora é 6.000, com um seguro de 100 X 2 = 200 X 30 = 6.000. Então são necessários 8 seguros a mais.

Nesta simulação, houve um aumento das metas em torno de 36%. O Sindicato apurou que na maioria das agências o aumento do item girou em torno de 30% para cima.

Evolui: justificativa para demitir

Nas agências existe uma ferramenta de avaliação chamada “Evolui”, por meio da qual os gestores avaliam os seus funcionários nas reuniões, baseados em eixos: X (vendas) e Y (a maneira como os colegas o avaliam). Com base nestes quesitos, os bancários são classificados em três quadrantes: “abaixo do esperado”, “dentro do esperado” e “acima do esperado”.

A pontuação máxima em cada um dos eixos é 5, mas o bancário é automaticamente classificado como “abaixo do esperado” se não tiver a certificação CPA, ou se o gestor “entender” que quer colocá-lo como abaixo do esperado, mesmo que pontue próximo de 5 nos eixos. “É uma avaliação subjetiva e uma justificativa para demitir”, afirma Marcia Basqueira.

Remuneração variável inatingível

Dentro do Programa GERA, o Gerente Geral Agência (GGA) e o Gerente de Agência (GA), poderão ganhar, a título de remuneração semestral, um valor determinado para cada cargo. Só que os gerentes ouvidos pelo Sindicato afirmam que pouquíssimos gerentes irão conseguir essa remuneração semestral, porque além de terem de atingir 1.200 pontos no programa mensal, ainda precisarão cumprir a porcentagem semestral exigida em cada item do GERA que, em alguns deles, chega a 200%. Ou seja, parece algo interessante na regra, mas inviável para a grande maioria na prática.

“Trabalhar em agência bancária hoje é desafiador. Tempo de fila, GERA, Evolui, Metas abusivas, falta de funcionários, VAI, etc. O ser humano está em segundo plano. Todos os dias precisam enviar e-mails com a produção, participar de calls ou reuniões via Teams. Aqueles que não trabalham nas agências parecem não lembrar o quão corrido é o trabalho em agência bancária. Desesperador”, afirma Marcia Basqueira.

O aumento de metas vem ocorrendo em meio ao fechamento de agências e da redução de postos de trabalho nas unidades que ainda permanecem em funcionamento. “Isto leva as agências e bancários remanescentes a ficarem mais sobrecarregados. Uma situação insustentável que está levando muitos bancários a adoecerem por causa do acúmulo de função, e da cobrança por resultados cada vez maior. Uma situação que precisa urgentemente ser revista pela direção do banco Itaú”, acrescenta Márcia.

“Vale ressaltar que o Sindicato e o banco estão criando um grupo de trabalho para discutir e entender ponto a ponto o programa GERA, com a possibilidade de construir um Acordo Coletivo de Trabalho justo e que contemple todos os trabalhadores”, diz Sérgio Francisco, dirigente sindical e bancário do Itaú.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região