Maio 03, 2025
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Não há maneira de se prever os efeitos para o Brasil da chamada “guerra comercial” entre Estados Unidos e China, que atemoriza o mundo desde 2018, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou tarifas sobre produtos chineses. No mês passado, a situação ficou mais tensa, quando a China desvalorizou fortemente sua moeda, o yuan, e os EUA acusaram o gigante oriental de manipulação cambial.

No início de setembro, ambos os países impuseram novas tarifas extras sobre produtos um contra o outro. O governo chinês impôs a taxa de 5% aplicada sobre o petróleo dos EUA, que, por sua vez, passou a cobrar taxas de 15% sobre produtos importados da China, de fones de ouvido a calçados.

“Não há solução ou saída simples. Se essa guerra continuar, pode ser ruim para o Brasil. O risco maior é ela prejudicar o crescimento da China. As nossas exportações de commodities cairiam, para a China e também para os países que dependem do dinamismo chinês para crescer”, diz o economista e professor da Unicamp Guilherme Mello. “Do ponto de vista comercial, nosso problema é não perder mercados de nossas commodities.” No limite, uma crise global poderia ser desencadeada no processo.

Por outro lado, até mesmo a resolução da crise entre as duas superpotências pode prejudicar o Brasil. Por exemplo, se houver um acordo entre ambas que prejudique as exportações brasileiras e, portanto, os produtores de commodities no país. Há pressões norte-americanas para que a China compre soja dos EUA para beneficiar seus produtores.  A China é o principal importador de petróleo, minério de ferro e soja brasileiros.

Outro cenário seria, em decorrência da disputa sino-americana, os chineses diminuírem suas importações de soja dos Estados Unidos, o que beneficiaria o produtor brasileiro ao fortalecer a importação do produto pela China.

“A situação do Brasil é muito particular, porque ambos são grandes parceiros comerciais. Dependemos muito da exportação de commodities para a China. Já na questão financeira, dependemos muito dos Estados Unidos, porque nossas reservas são em dólar e há muitas empresas americanas no Brasil. E a atração de capitais financeiros (para o Brasil) ainda é a grande força dos norte-americanos”, observa Mello.

“Acontece que a questão financeira não necessariamente vai se reverter em crescimento e emprego aqui no país e, portanto, pode não resolver nossos problemas, que se relacionam a produção, crescimento e emprego”, acrescenta.

Mello observa que o termo “guerra comercial” é relativamente simplista. “Tem uma guerra comercial, mas também uma guerra mais importante, que é tecnológica, pelo domínio do padrão 5G (quinta Geração de internet móvel) e os impactos que isso vai ter na próxima onda de inovações.”

A balança comercial Brasil-China, de janeiro a agosto de 2019, é francamente favorável ao país. O Brasil exportou U$ 41,5 bilhões e importou 23,7 bilhões, com saldo favorável de R$ 17,8 bilhões.

Já com os Estados Unidos, a balança em 2019 é deficitária em R$ 352 milhões, com exportações de R$ 19,709 bilhões e importações de R$ 20,061 bilhões.

Alinhamento com Trump

Uma atitude prudente do Brasil seria adotar uma postura autônoma. Negociar com amplo leque de países buscando uma estratégia visando ao seu desenvolvimento. Mas aqui há problemas. Primeiro, a radicalização da guerra comercial e por hegemonia das superpotências americana e oriental, por si só, dificulta a adoção dessa postura. Em segundo lugar, o alinhamento radical do governo Jair Bolsonaro ao colega Donald Trump traz enormes riscos.

“Os Estados Unidos sob Trump têm exigido fidelidade dos parceiros, mas não oferece muito em troca. Não há ganhos claros ao Brasil nessa aliança com os  EUA”, destaca o economista da Unicamp.

O empresário Edouard Mekhalian, diretor geral da empresa Kuka Roboter do Brasil, subsidiária de uma empresa de origem alemã na área de robótica adquirida por um grupo chinês, também acredita que a “guerra comercial” China-EUA pode ter vários desdobramentos para o Brasil. Tudo depende da forma como o país se alinhe diante do cenário internacional.

Ele aponta que os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff foram abertos a negociações internacionais e não fecharam as portas para nenhum país. Pelo contrário,  diversificaram as relações internacionais. “De 2003 até 2015, passamos a ter relacionamentos mais fortes com muitos  países”, diz. “Mas esse novo governo virou o posicionamento na geopolítica e política externa em 180 graus, com uma postura agressiva demais.”

Fonte: Rede Brasil Atual

A proposta de “reforma” da Previdência é “cruel”, desnecessária e aumentará a pobreza, concluíram participantes de audiência pública realizada nesta segunda-feira (16) na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. O presidente do colegiado, senador Paulo Paim (PT-RS), afirmou que a maioria dos parlamentares nem conhece o teor da proposta, que ele considera “a mais cruel de todos os tempos”. Já aprovada na Câmara, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6 deve ser votada em primeiro turno no Senado no próximo dia 24.

Segundo Paim, quem sofrer um problema grave e não puder mais trabalhar vai se aposentar recebendo a metade do salário da ativa. “Isso vai gerar miséria”, afirmou. “Essa reforma prejudica gerações do passado, do presente e do futuro. Retira de quem está ganhando no trabalho formal e não resolve nada para aqueles que nem têm chance de um emprego formal”, acrescentou o senador.

Para Fabiano Contarato (Rede-ES), do jeito que está, a proposta será “uma violência contra aqueles que ganham menos, a camada mais pobre da sociedade brasileira”. Ele acusou Jair Bolsonaro de disseminar ódio em vez de ser um “instrumento de pacificação social”, como o cargo exigiria. “Minhas digitais não estarão nessa proposta, diante da minha consciência de que 459 municípios brasileiros estão em extrema pobreza, 70 milhões de brasileiros estão na pobreza ou extrema pobreza e há 22 milhões de brasileiros desempregados ou subutilizados.”

A assessora da Cáritas (ligada à Igreja Católica) Marcela Gonçalves leu trecho de carta do Papa Francisco sobre assistência aos desempregados e direito à aposentadoria, entre outros temas. “Estamos observando o aumento da informalidade, com a perda dos empregos. Há uma minoria barulhenta, que já percebeu o aumento da miséria. Mas uma maioria ainda está silenciosa, em letargia”, afirmou.

Pouca pluralidade

A audiência também discutiu o papel da mídia comercial na abordagem da “reforma” apresentada pelo governo. Segundo Maria Mello, representante da Intervozes, levantamento com base em dados dos jornais  O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo), 64% dos especialistas consultados – muitos ligados a consultorias empresariais – eram favoráveis à proposta. Em torno de 8% eram parcialmente favoráveis e 19%, contrários.

“É notável a pouca pluralidade das vozes. Os jornais se repetem recorrendo aos mesmos especialistas, sendo que 88% eram homens e 12%, mulheres”, disse Maria Mello, acrescentando que nas emissoras de TV a maioria dos consultados eram representantes do governo. “Faltou pluralidade na cobertura, faltou dar voz a setores que importavam ser ouvidos.”

Representante de uma associação de catadores de materiais recicláveis, Ronei Silva falou de sua experiência pessoal – ele sempre usou força física para trabalhar, também carregando nas costas sacos de cimento e outros itens. “Eu não vou conseguir me aposentar nunca, mas estou perdendo as minhas forças e, com três hérnias de disco, não consigo pegar o que antes conseguia.”

Pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Francisco Urbano Araújo Filho criticou o processo de retirada de direitos que, segundo ele, vem desde a “reforma” trabalhista, implementada em 2017. Ele citou o item que trata de “acordo” entre patrão e empregado para demissões sem justa causa. “O Estado está abrindo mão do recurso do FGTS e o patrão está se apropriando do bem do empregado.”

Marcelo Inácio de Sousa, representante do Fórum de Economia Solidária do Distrito Federal e entorno, afirmou que falta um projeto de Estado. É preciso mostrar como o trabalhador pagará a chamada “nova Previdência” e como o dinheiro supostamente economizado vai refletir em melhorias à população.

“Eles dizem que vão economizar R$ 1 trilhão em 10 anos. Ora, esse foi o dinheiro pago no ano passado com juros e amortização da dívida”, criticou. “Não temos um problema de Previdência. Isso é um truque de ilusionismo. Dizem que uma mudança na Previdência é inevitável. Esse discurso não é novo, Margaret Thatcher fez a mesma coisa na Inglaterra. Perguntem aos chilenos o que foi a reforma lá.”

Fonte: Rede Brasil Atual

As secretarias de Combate ao Racismo e de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) realizarão, em conjunto, o curso de extensão universitária “Desigualdades raciais no mundo do trabalho: as consequências da ideologia racista”. Com o objetivo de proporcionar formação sobre a história econômica do Brasil, o curso promoverá reflexões sociológicas e filosóficas em torno dos temas escravidão, racismo e suas consequências no mercado de trabalho atual, que ocorrerão nos dias 17 a 19 de setembro (1º módulo) e nos dias 22 a 24 de outubro (2º módulo), na sede da Contraf-CUT, das 9h às 17h.

Serão 32 horas de aprendizado, com aulas elaboradas e certificadas pela Universidade Federal do ABC, que serão ministradas pelo Núcleo de Estudos Africanos e Afro-brasileiros.

O mundo do trabalho é um dos espaços onde a discriminação racial tem sido perene. Pesquisas recentes do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – (Dieese) mostram que o setor bancário é um dos segmentos empresariais que mais discrimina segundo a cor da pele e o sexo, fato comprovado pela pouca presença de negros, em especial, nos cargos com visibilidade, de chefia e gerência. 

Para Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, em vários seguimentos do setor produtivo, a discriminação ainda é uma realidade, e passados 131 anos da abolição inacabada, mostra que o Brasil ainda é desigual, discriminatório e com seus reflexos no mercado de trabalho até os dias de hoje. “Apesar da população negra, ser 54% da população, nos quadros de executivos das 500 maiores empresas, somente 4,7% é ocupado por negros e negras” comentou.

O Censo da Diversidade de 2014, mostrou que a categoria bancária contava com 24,7% de negros naquele ano. Nesta semana, começou a aplicação do questionário do III Censo. “Nós já conhecemos a realidade dos negros e negras da categoria, mas o curso dará muito mais elementos para avançarmos nessa luta, por mais contratação de negras e negros no setor bancário”, disse Almir Aguiar.

De acordo com o secretário de Formação, Walcir Previtale, é fundamental que os sindicatos e federações fortaleçam o Curso de Extensão Étnico Racial. “Nosso objetivo é formar lideranças sindicais com uma visão mais ampla da história econômica do país, da contribuição das trabalhadoras e dos trabalhadores negros para a economia nacional, assim como para a organização das entidades de representação, tais como sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais”, afirmou.

Inscrições

As inscrições para o curso podem ser feitas pelas entidades (sindicatos e federações) pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

A turma será composta por 40 (quarenta) dirigentes e ativistas sindicais brasileiros, indicados pela Contraf-CUT, buscando a meta de, preferencialmente, 20 mulheres e 20 homens.

Programação

17 de setembro:       O legado científico e cultural dos africanos;

                                    Capitalismo e racismo: a expansão europeia;

19 de setembro:       O papel econômico, social, político e cultural da escravidão;

                                    Resistência negra a escravidão;

22 de outubro:         A invenção do racismo – ideologia;

                                   Transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado;

24 de outubro:         Diminuição das desigualdades raciais nos governos Lula e Dilma

                                   O aumento das desigualdades após o golpe de 2016

As aulas serão ministradas por Ramatis Jacino, que é professor do bacharelado em Ciências e Humanidades e do Bacharelado em Ciências Econômicas da Universidade Federal do ABC. Mestre e doutor em História Econômica pela Faculdade de Letras, Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP onde pesquisou o período de transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado no Brasil e a marginalização econômica e social dos que foram escravizados. Fundador da CUT, foi militante do Sindicato dos Gráficos de São Paulo, assessor da CUT SP, conselheiro estadual da APEOESP e dirigente da CUT SP. É também militante do Movimento Negro desde 1977. 

Fonte: Contraf-CUT

Trabalhadores da Caixa Econômica Federal realizam atos em todo o país nesta sexta-feira (13) para denunciar os ataques que o banco vem sofrendo. O Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública marca o aniversário de 53 anos do FGTS, e coincide com o primeiro dia dos saques de até R$ 500 liberados pelo governo. Na mobilizações, os bancários também orientam a população sobre as formas e condições para acessar os recursos, bem como os riscos desse tipo de política para o futuro do fundo.

Segundo os trabalhadores, os saques do FGTS implicarão no aumento do atendimento, e hoje a rede de agências conta com 17 mil empregados a menos do que havia em há cinco anos, devido aos diversos planos de aposentadoria incentivada promovidos nos governos Temer e Bolsonaro, que aprofundou as políticas do governo anterior.

O atual governo também anunciou que pretende acabar com o “monopólio” da gestão da Caixa nas contas do FGTS. Para o o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, Dionísio Reis, seria um “crime” voltar a pulverizar as contas dos trabalhadores nos bancos públicos, como ocorria antes de 1992, quando houve a centralização da administração.



Confira aqui: O que está por trás da MP que mexe com seu FGTS


“Quando a gestão do fundo era pulverizada, havia muitos casos de fraude e outros problemas administrativos. Nós, da Caixa, resolvemos esses problemas. A Caixa tem uma gestão mais transparente, e, por ser centralizada o fundo, todo trabalhador sabe aonde está a conta dele. Ele sabe aonde ir para sacar os seus recursos”, afirma Dionísio. Ele lembra que os recursos do fundo, além de servirem como uma “poupança” do trabalhador, também são investidos em políticas públicas de moradia, saneamento e infraestrutura, que poderão acabar com a mudança no modelo de gestão.

Criado em 1966, o FGTS nasceu como uma alternativa a estabilidade, que era adquirida após o empregado completar dez anos numa mesma empresa. A cada mês, o empregador deposita 8% do salário bruto em conta no nome do trabalhador. Ele recebe o montante poupado no momento da aposentadoria, ou se for demitido sem justa causa. Os recursos do fundo também podem ser usados para a compra da casa própria.

Desmonte

Além do esvaziamento do fundo e das propostas de mudança no modelo de gestão, o coordenador também denuncia outros ataques que a Caixa vem sofrendo, como a venda de ativos estratégicos mais rentáveis – como as ações da Petrobras e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) –,  a tentativa de privatizar as loterias instantâneas (Lotex), que hoje financiam programas nas áreas da educação, esporte, cultura, segurança e saúde, e também a venda dos setores de seguro e cartões do banco.

Tudo isso, segundo ele, é para reduzir a concorrência com o setor privado, prejudicando o conjunto da população. Ele diz que a atuação do bancos públicos serve para pressionar o setor privado a reduzir os juros e tarifas cobradas pelo outros bancos. “Não adianta o Banco Central reduzir a Selic. Eles só diminuem quando a Caixa e o Banco do Brasil reduzem as suas taxas”.

Privatização

Para Reis, esses ataques preparam terreno para uma futura tentativa de privatização, mesmo com 67% da população se manifestando contra, segundo o Instituto Datafolha. “No futuro, sem a gestão do FGTS, sem as partes mais rentáveis, a Caixa vai virar um simples departamento estatal, servindo de justificativa, inclusive, para um processo de privatização. A atual direção está desinvestindo inclusive no marketing para reduzir a força da imagem do banco.

Ainda assim, a Caixa é referência para a população, tendo sido eleita, no ano passado, a marca mais lembrada pelos brasileiros quando pensam em poupança.  “Nenhum outro banco tem a capilaridade da Caixa, que está em todos os municípios do país. Quando não tem agência, tem uma lotérica. A Caixa está presente, por exemplo, nas cidades ribeirinhas da Amazônia com as agências-barco. Nenhum outro banco tem.”

Fonte: Rede Brasil Atual

Menos professores, salários mais baixos e mais lucros. É assim que as instituições particulares de ensino superior têm se comportado a partir da reforma trabalhista, aprovada no governo de Michel Temer, em novembro de 2017.

A crítica foi feita pelo presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo, Celso Napolitano, ao participar ontem (12), na Câmara dos Deputados, em Brasília, de audiência na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

De acordo com Napolitano, as instituições privadas de ensino superior querem apenas explorar a educação sem compromisso com a qualidade de ensino. Ele afirmou que a rede particular de ensino quer diminuir o custo para aumentar o lucro às custas do rebaixamento salarial do corpo docente.

“Os professores se sujeitam aos baixos salários por falta de emprego, como o caso da (universidade) Estácio de Sá, que demitiu 1.200 pessoas, e disse que fazia isso para aproveitar novas regras de contratação”, criticou.

Napolitano destacou ainda que as grandes empresas de ensino superior “praticamente não pagam imposto” e tem aumentado suas receitas às custas da demissão de professores que ganham mais por professores que ganham menos.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que solicitou a audiência, também criticou a demissão em massa de professores para recontratá-los com salários menores. “As demissões em massa constituem atentado vigoroso aos direitos constitucionais dos trabalhadores-professores e, portanto, merecem apuração, além da justa responsabilização das instituições de ensino pelo abuso do direito de demitir. Como sempre alertamos, a reforma trabalhista desequilibrou completamente as relações de trabalho”, criticou Silva.

A assessora jurídica Maria Cecília Lemos afirmou que a mudança trabalhista que permitiu demissões sem a intermediação dos sindicatos aponta para a precarização das relações de trabalho. Lemos destacou que essa posição do Brasil está em contradição com a premissa da Organização Internacional do Trabalho de que o trabalho não pode ser considerado mercadoria. Ela disse que o enfraquecimento da negociação coletiva tem sido denunciado internacionalmente.

“A reforma trabalhista veio num momento em que se preconizou uma série de direitos e o Brasil foi denunciado na última conferência internacional da OIT junto com uma série de países que não estão contribuindo com a obrigatoriedade de priorizar a negociação coletiva”, criticou.

Tentando justificar

Já o representante do Ministério da Educação na audiência, Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior, mostrou mais uma vez a face do governo federal na gestão de Jair Bolsonaro, sem preocupação com a educação em si, mas voltada aos interesses mercantilistas no setor.  Ele defendeu que o ministério quer que as instituições de ensino superior garantam a sustentabilidade financeira para evitar que entrem em falência, o que prejudica a todos. Oliveira disse ainda que o aumento do EAD, o ensino à distância, tem diminuído os custos e os salários dos professores, mas, em muitos casos, são a única forma dos alunos de concluírem uma graduação.

“Um dos fatores da redução de custo é alcance, a quantidade de alunos atendidos é maior do que um curso presencial, isso justifica um pouco a questão das demissões”, disse o representante do MEC.

*Com informações da Agência Câmara

Fonte: Rede Brasil Atual

O grupo dos 2% das pessoas mais ricas possui mais da metade de toda a riqueza do mundo. A grande massa dos 80% mais pobres, detém apenas 6% das riquezas. Em outras palavras, os 300 mais ricos, possuem o mesmo do que os 3 bilhões mais pobres.

As informações levantadas pelo grupo de ativistas The Rules voltaram a circular nas redes sociais em um curto vídeo de 2013 que explica tamanha desproporção. Os números que revelam o “sucesso” do capitalismo global continuam.

De fato, as políticas econômicas globais aplicadas nas últimas dezenas anos, com base em ideologias liberais, resultaram no aumento deste vale; no aumento radical do acúmulo e da expropriação do valor do trabalho. Há 200 anos, os países mais ricos do mundo concentravam cerca de três vezes mais riqueza do que os mais pobres. Nesta década, eles são 80 vezes mais ricos.

Esse número aumenta ano a ano com a fuga de capitais criada a partir do sistema de comércio internacional. Grandes corporações exploram a mão de obra barata de países pobres e expropriam as riquezas dessas nações. Esse é um ponto. Outro ponto apresentado pelo The Rules é a questão da dívida. São cerca de US$ 600 bilhões por ano pagos a organismos como FMI e grandes bancos de dívidas que já foram pagas, mas o que corrói são os juros cobrados.

• Eduardo Moreira: país que não enfrenta desigualdade não combate corrupção


Assista ao vídeo:

Fonte: Rede Brasil Atual

Depois da cobrança da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o Itaú vai antecipar o pagamento da 13ª cesta alimentação para 25 de outubro. Pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, os bancos têm até o dia 31 de novembro para realizar o crédito.

A 13ª cesta alimentação é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2015. Corresponde a mais um valor ao ano de vale-alimentação. Este ano, o VA dos bancários foi reajustado retroativamente a 1º de setembro de 2019 (data base da categoria), em 4,31%, que corresponde à reposição da inflação mais 1% de aumento real, conquistado no acordo de dois anos fechado na Campanha de 2018. Portanto, o vale-alimentação e a 13ª cesta alimentação passaram de R$ 609,88 para R$ 636,17.

“Com a CCT válida por dois anos conseguimos manter nossos direitos em um cenário de ameaças e retrocessos como a reforma trabalhista, e ainda garantir o reajuste de 1% dos bancários para este ano, que incide sobre salários, PLR e verbas como VA e VR”, lembrou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Fonte: Contraf-CUT

Os veículos da imprensa tradicional ofereceram apoio decisivo à aprovação da “reforma” da Previdência, que restringe o acesso dos trabalhadores às aposentadorias. Principal medida econômica do governo Bolsonaro, a proposta está em tramitação no Senado.

Estudo elaborado pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, a ser divulgado nesta quinta-feira (12), revela que os principais jornais impressos e televisivos do país utilizaram-se de seus editoriais e da escolha de especialistas para silenciar opiniões contrárias. Assim, criaram artificialmente a impressão de que haveria “consenso” sobre a proposta.

O Intervozes analisou as edições impressas dos jornais Folha de S.PauloO Estado de S. Paulo e O Globo publicadas no período de 1º de janeiro a 30 de junho de 2019. Nessas publicações, 64% dos especialistas posicionaram-se favoravelmente à “reforma” da Previdência; 8,5% foram parcialmente contrários (mesmo índice daqueles cujo posicionamento não foi possível identificar) e 19% manifestaram-se contrariamente à proposta. Os três maiores jornais impressos do país também deram, juntos, 267 editoriais majoritariamente favoráveis à dita “reforma”.

Segundo o jornalista Rodolfo Vianna, um dos autores do estudo, os que apresentaram argumentos contrários focaram sobretudo na insatisfação com aspectos jurídicos específicos que poderiam ser identificados como inconstitucionais e na não inclusão dos militares no projeto. Em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual desta quinta-feira (12), Vianna diz que esse “falso consenso” criado prejudica o debate junto à opinião pública sobre um projeto que modifica a vida da maioria da população.

Na TV a hegemonia da opinião foi ainda maior. Foram analisadas quatro semanas específicas de edições dos telejornais Jornal Nacional (Rede Globo), Jornal da Record (Rede Record) e SBT Brasil (SBT), relativas a datas importantes da tramitação do projeto no Congresso Nacional: quando a “reforma” foi apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro à Câmara dos Deputados, as semanas subsequentes a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na Comissão Especial, e também a votação em primeiro turno pelos deputados.

Vianna relata que na cobertura televisa tiveram maior destaque as fontes oficiais do governo. “O que chama a atenção particularmente é que não houve tantos especialistas ouvidos. Foram somente dez especialistas ouvidos pelos três telejornais ao longo desses períodos, nove favoráveis ao projeto. Portanto, não havia nenhum tipo de contraponto com pessoas de fora do governo.”

O estudo também revela distorções de gênero na cobertura, com quase nenhum espaço garantido às mulheres. “Saltou aos olhos a divisão de gênero entre os especialistas. Tanto no impresso quanto nos telejornais, os números são aproximados. Nos jornais impressos, 88% eram homens. Nos jornais televisivos, 90% eram homens”, destacou Vianna.

O estudo constata o desrespeito à premissa básica do jornalismo que aponta a necessidade de ouvir os dois ou mais lados envolvidos numa discussão, diz Vianna. Ele destaca, ainda, que o “especialista”, tido como uma figura com conhecimento mais aprofundado sobre o tema, serviu para silenciar críticas à proposta. Ao discordar do especialista, o leitor e o espectador revelariam “desconhecimento” sobre a proposta, já que todas as opiniões apontadas eram favoráveis. Ele alerta, contudo, que há “bons economistas” com críticas mais agudas ao projeto, que não foram ouvidos.

A apresentação online do estudo será nesta quinta (12), às 19h, no canal do Intervozes no Youtube. Além de Vianna, participam da conversa a jornalista Maria Martha, da Gênero e Número, e o pesquisador João Feres, do Manchetômetro – o observatório dos meios de comunicação do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Brasil registra, a cada quatro minutos,  pelo menos um caso de agressão cometida por homens contra mulheres. Levantamento do Ministério da Saúde, divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, aponta para um aumento expressivo de casos de violência física, psicológica e sexual registrados. Foram 145 mil casos denunciados nos últimos anos, ante pouco mais de 120 mil denunciados em 2014. O número, no entanto, poderia ser ainda maior, considerando que esse tipo violência ainda é subnotificada.

Só em São Paulo, ao todo 15.561 registros de agressões contra mulheres foram feitos entre janeiro e julho deste ano, a maioria em bairros da periferia da cidade. O bairro Capão Redondo, na zonal sul, é o que apresenta o maior número de casos de violência doméstica, com 6%, seguido de Perus e Jardim Cidade Pirituba, na zona noroeste, que registram 5,4%. A Brasilândia, na zona norte, também figura no topo de denúncias, registrando 4,6%. Em entrevista à repórter Dayane Ponte, do Seu Jornal, da TVT, representantes de movimentos de acolhimento a essas vítimas criticam a atuação do Estado, seja pela falta de ampliação de políticas públicas para a proteção à mulher ou a constante redução do orçamento destinado às políticas em andamento, o que pode contribuir para aumentar ainda mais esses números de violência em um momento que tema ganha maior visibilidade na sociedade.

De acordo com a advogada e integrante da União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências, Érica Bueno, é preciso investir na criação de espaços de atendimento às mulheres, aos agressores e àquela família em conjunto que sejam vítimas da violência doméstica. “Política públicas que auxiliem na prevenção dessas ocorrência, a educação de gênero é de suma importância”, destaca Érica.

O cenário pelo Brasil 

“Sempre que acontece uma vez, você acha que é a última vez. Aí você conversa, a pessoa fala para você que não vai fazer de novo, daqui a pouco volta e faz tudo de novo”, o relato de uma vítima que tenta se recuperar das dores da violência praticada pelo seu próprio companheiro, maioria quase que absoluta, reverbera por todo o país.

Divulgado nesta terça-feira (10), o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, registrou que na contramão da queda de homicídios, que caiu 10% entre 2017 e 2018, o assassinato de mulheres por violência doméstica e discriminação de gênero, o feminicídio, aumentou 4% no mesmo período. Para a advogada e integrante da Rede Feminista de Juristas (DeFEMde), Amarílis Costa, a contradição não é à toa. De acordo com ela, essa violência, que mata uma mulher a cada oito horas, está diretamente relacionada “às práticas de machismo e patriarcado arraigados na sociedade (…) nossa sociedade é machista, capitalista e racista, e esses três marcadores, quando imbricados, cria uma série de violências” , explica.

A comprovação dessas questões sociais está no fato do principal perfil de vítimas identificadas pelo Anuário, indicando que 61% das mulheres são negras e quase 71% têm até o ensino fundamental. “Isso significa dizer que a nossa estrutura estatal não verifica a questão da violência contra a mulher como prioridade, e significa dizer também que a Lei 11.340, a Lei Maria da Penha, que na verdade é uma lei que prevê políticas públicas, atuações holísticas e diversas formas de concatenar as ações do estado, não funciona por vontade política. O que significa dizer que as mulheres pretas e pobres pagam por uma ineficiência estatal que por vezes é direcionada a esses corpos que são menos considerados dentro do panorama social”, descreve a integrante do DemFEMde.

Assista na íntegra as entrevistas da TVT:

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa movimentou as principais cidades do país, nesta quarta-feira (11), com atividades nas agências bancárias. Dirigentes sindicais dialogaram com os empregados para organizar a resistência da categoria aos ataques praticados pelo governo e pela direção do banco ao plano de saúde.

As ações fazem parte das atividades da Campanha Saúde Caixa para Todos, idealizada durante o 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado em agosto. “As atividades de hoje envolveram os empregados do Brasil inteiro na defesa do Saúde Caixa, contra a intransigência da direção do banco, que além de destruir a instituição federal, quer acabar com a saúde dos trabalhadores da Caixa”, afirmou Dionísio Reis, Coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.

Os empregados da Caixa denunciam a ação discriminatória do banco, que está contratando 2 mil novos empregados que não poderão ingressar no plano de saúde atual e que ainda não foram informados sobre como será a assistência à saúde oferecida pela Caixa, conforme prevê a cláusula 33 do Acordo Coletivo de Trabalho.

As novas restrições ao Saúde Caixa foram impostas após aplicação da resolução 23 da CGPAR, resolução que estabelece diretrizes e parâmetros para o custeio das empresas estatais federais sobre benefícios de assistência à saúde aos empregados. A aplicação da resolução traz impactos diversos ao Saúde Caixa, não só para os novos ingressos. Ela onera os associados do plano, quebra o princípio de solidariedade, exclui os aposentados, impõe períodos de carências, permite cobrança de franquias, traz novas restrições para dependentes e veta a oferta do plano em novos concursos, proibindo a entrada de novos associados. Com o impedimento de novos membros, a tendência é que o Saúde Caixa seja esvaziado, tornando-se inviável no futuro.

 
Fonte: Contraf-CUT