Maio 06, 2025
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Os empregados da Caixa em todo Brasil se mobilizaram, nesta terça-feira (26), para protestar contra o fatiamento da Caixa Econômica, mais especificamente contra o leilão da Lotex, remarcado para o dia 26 de abril, quando os trabalhadores farão um grande ato contra a entrega desse patrimônio da população brasileira para a iniciativa privada. Foram realizadas atividades para conscientizar a população sobre o prejuízo imenso que a privatização traria a todos os brasileiros.

“É fundamental que no período que antecede a data prevista para a entrega da Lotex ao capital privado, os empregados e a população se mobilizem contra este ataque contra a Caixa, seus trabalhadores e também à sociedade, que perderá um patrimônio importantíssimo”, Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).

“Não podemos aceitar que recursos que hoje financiam cultura, educação, esporte e segurança sejam destinados para o lucro privado de empresas e acionistas. Não tem sentido privatizar a Lotex. Por isso, a resistência dos trabalhadores e da sociedade é fundamental para barrar essa ameaça. Vamos mostrar ao governo que não interessa a ninguém essa privatização”, finalizou.

“A Caixa é o único banco 100% do Brasil. E tem agências espalhadas de norte a sul do país. Então, essa nossa mobilização mostra que a comunidade ou família Caixa tem força e que não vamos permitir que nenhum governo fatie a Caixa para facilitar a sua venda em partes”, afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, secretaria de Cultura e representante da Contraf-CUt na mesa de negociação com o banco.

Leilão da raspadinha

O leilão da raspadinha, previsto para ocorrer em 26 de março, foi remarcado para 26 de abril. É a quarta vez que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adia o certame. “Não tem sentido privatizar a Lotex”, afirma o coordenador a CEE/Caixa, Dionísio Reis.

Para onde vai parte do dinheiro da raspadinha

Em 2017, as loterias da Caixa arrecadaram quase R$ 13,9 bilhões. Desse total, cerca de R$ 5,4 bilhões foram transferidos aos programas sociais do Governo Federal relacionados à seguridade social, à educação (Fundo de Financiamento Estudantil- Fies), ao esporte (Ministério do Esporte, Comitê Olímpico Brasileiro, Comitê Paralímpico Brasileiro e clubes de futebol), à cultura (Fundo Nacional da Cultura), à segurança (Fundo Penitenciário Nacional) e à saúde (Fundo Nacional de Saúde), o que corresponde a 37,1% do total arrecadado. Caso a Loteria Instantânea seja privatizada, o repasse social deverá ser reduzido para 16,7%.

No ano passado, o Fies recebeu R$ 730 milhões para financiamento de cursos superiores para estudantes, principalmente de famílias de baixa renda. Já para o Fundo Nacional de Cultura os repasses foram de aproximadamente R$ 387 milhões.

Resistência

As entidades representativas dos empregados da Caixa têm lutado para barrar o leilão da Loteria Instantânea. A Fenae ajuizou, em novembro do ano passado, uma ação popular para barrar o processo que estava previsto para ocorrer no dia 29 daquele mês.

“Não haverá na iniciativa privada o interesse em garantir, por exemplo, que milhões de brasileiros façam uma faculdade com a ajuda do Fies. Esse é o perfil da Caixa Econômica Federal, banco que cumpre um papel social desde a sua criação. Isso não pode ser colocado em risco, até porque é apenas uma das ações do projeto que visa enfraquecer o banco e seus empregados”, destaca o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Será a quinta tentativa do governo federal para conceder a exploração dessa modalidade de loteria à iniciativa privada. Um primeiro leilão chegou a ser agendado para julho, mas não houve propostas de empresas interessadas. A disputa, então, foi postergada para o final de novembro, depois para 22 de fevereiro e 26 de março.

 

Fonte: Contraf-CUT

No mês da mulher é possível fazer uma reflexão sobre a luta por igualdade entre homens e mulheres, que obteve importantes avanços ao longo da história, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido na busca por uma sociedade igualitária e democrática.

As mulheres já foram proibidas de fazer muitas coisas. Nos dias de hoje as mulheres seguem se mobilizando para garantir que seus direitos sejam defendidos e mantidos. Mas existem muitas delas que não têm o conhecimento o que era a vida das mulheres antes de uma série de conquistas.

“A nossa luta por igualdade já passou por muitos obstáculos ao longo da história recente do nosso país. Muitas de nós, não podíamos fazer parte de um júri, por exemplo. Não podemos evoluir discriminando diferenças. Lutamos por direito iguais. Homens e mulheres devem caminhar lado a lado na construção de um mundo melhor”, destacou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Confira algumas coisas em que as mulheres eram proibidas de fazer:

Bancos negavam cartão de crédito para mulheres solteiras ou divorciadas

Na década de 70, as mulheres eram proibidas de ter cartão de crédito. Durante muitos anos, bancos negavam cartões de créditos ou abertura de contas para mulheres que fossem solteiras ou divorciadas. Muitas vezes elas tinham que levar um homem junto para assinar o contrato.

Mulheres não podiam trabalhar fora de casa

Por mais incrível que pareça, as mulheres casadas só podiam exercer trabalho remunerado caso o seu marido autorizasse, essa limitação foi estipulada em 1916, pelo código civil que surgiu para substituir a legislação portuguesa. Por outro lado, ela só foi banida no ano de 1962.

Não podiam fazer parte de um júri

Até o ano de 1975, diversos estados dos Estados Unidos não podiam convocar mulheres para fazer parte dos júris. Um júri popular geralmente é formado com o objetivo de retratar a opinião de diferentes pessoas e grupos de uma sociedade.

Mulheres não podiam votar, nem se candidatar

Até o ano de 1889, muitas pessoas eram excluídas do processo eleitoral brasileiro: menores de 21 anos, analfabetos, soldados, indígenas e mulheres. No Brasil as mulheres só passaram a votar após o ano de 1932, antes dessa data as mulheres não só eram proibidas de votar como consequentemente de se eleger.

Direito de frequentar escola e universidade

Foi no ano de 1827 que surgiu a primeira lei sobre a educação de mulheres, que a partir dessa data conquistaram o direito de frequentar o ensino básico. Vale lembrar que foi apenas em 1979 que esse direito se estendeu também ao ensino superior, permitindo desse modo, que as mulheres juntamente com os homens frequentassem uma universidade.

Não podiam utilizar trajes de banhos pequenos

Até os anos 20, as roupas que podiam ser utilizadas em locais como as praias públicas eram fiscalizadas, especialmente em relação ao tamanho. A principal preocupação de alguns governantes era não permitir que elas mostrassem demais do corpo. Existia até mesmo uma fita métrica que era utilizada para definir o quanto de perna poderia ser possível de ser mostrado por elas nas praias.

Elas não podiam jogar futebol, nem participar das olimpíadas

Muitas mulheres jogavam futebol durante a Primeira Guerra Mundial em países europeus, já que a guerra tinha levado muitos dos homens embora. Mas, a partir do ano de 1921, muitos países proibiram elas de praticar o esporte, com base em uma decisão do órgão Football Leagu, que declarou que o esporte era “inadequado” para o corpo feminino.

Apenas homens podiam praticar certos tipos de esportes e consequentemente participar de olimpíadas representando nosso país. Foi no ano de 1948 que a delegação de atletas foi composta por 11 mulheres e 68 homens que disputaram as olimpíadas em Londres.

 

Fonte: Contraf-CUT

O dia 21 de março é o Dia Internacional e Luta contra a Discriminação Racial, uma data que no Brasil ainda se faz necessária pelo histórico de casos de racismo e discriminação que ocorrem em todos os setores da sociedade, inclusive no ambiente de trabalho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017 mostram, inclusive, que os trabalhadores negros no Brasil recebem, em média, R$ 1,2 mil a menos que os brancos.

Um balanço divulgado pelo Grupo de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), do MPT, mostra que somente nos últimos cinco anos, o órgão recebeu 896 denúncias por discriminação em razão da origem, raça, cor ou etnia. No ano passado foram 205, um crescimento de 30,5% em relação a 2014, que foi de 157.

Para a secretária de Combate ao Racismo da CUT Maria Júlia Reis Nogueira, o balanço do MPT é um reflexo da discriminação exercida no mercado de trabalho do país.

“A falta de oportunidades para os negros vai além da sua pouca representatividade em cargos de chefia. Negros e negras são os que mais sofrem com a falta de proteção do direito do trabalho, a desigualdade salarial e o desemprego”, reforça a dirigente sobre a importância da luta contra o racismo.

Caso de racismo punido com indenização milionária

Um dos casos mais emblemáticos de discriminação aconteceu em 2013, quando o grupo de lojas Walmart foi condenado a pagar R$ 22,3 milhões por dano moral coletivo devido à prática de discriminação e assédio moral contra funcionários, ex-empregados e promotores de vendas, em supermercados no Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Uma das trabalhadoras, no Rio Grande do Sul, conseguiu comprovar, por meio de testemunhas, que, entre 1993 e 2006, a chefe dela fazia comentários ofensivos, discriminatórios e racistas, quanto ao seu trabalho, tais como “isso só pode ser coisa da cor”, e teria chegado a afirmar que tiraria “todos os pretinhos da frente de caixa”.

O MPT cita também entre os casos emblemáticos o envio de notificações a emissoras de TV para cobrar delas a devida representação racial em sua programação. A primeira a ser notificada foi a Globo, às vésperas da estreia de uma telenovela ambientada na Bahia e que, segundo denúncias, não contava com pessoas negras no elenco.

 

Fonte: Contraf-CUT

Os bancários de todo o Brasil atenderam ao chamado das centrais sindicais e saíram às ruas para dizer não à reforma da Previdência, proposta pelo governo, que restringe o acesso à aposentadoria e reduz o valor do benefício, prejudicando milhões de pessoas, especialmente os que começam a trabalhar mais cedo, e os idosos que vivem em situação de miserabilidade.

Clique aqui para ver a galeria de fotos do dia.

“As atividades serviram para mostrar aos bancários e à sociedade as perversidades da proposta de reforma da Previdência que o governo quer nos empurrar”, explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Para Juvandia, a proposta joga nas costas dos trabalhadores a responsabilidade por cobrir o que o governo alega ser o déficit da Previdência. “O que o governo diz ser déficit não existiria se não houve os desvios de recursos de impostos que deveriam ser destinados à Previdência e se cobrasse as dívidas de grandes devedores do INSS”, afirmou.

Juvandia disse ainda que, ao invés de jogar a conta para os trabalhadores, o governo deveria taxar grandes fortunas e instituir formas de arrecadação sobre a renda, com mais faixas de alíquotas, e isentando quem ganha até R$ 5 mil. “Durante a campanha, quando seu concorrente apresentou essa proposta, mesmo sem que estivesse em seu programa de governo, Bolsonaro correu para dizer que também faria isso. Temos que cobrar que ele cumpra sua promessa”, lembrou a presidenta da Contraf-CUT.

São Paulo

Os bancários de São Paulo deram seu recado claro para o governo: não aceitarão uma reforma na qual, se tiverem sorte, os trabalhadores terão que trabalhar mais para ganhar menos. Para chamar atenção da população do centro de São Paulo na manhã de hoje (22), Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, os bancários recorreram a brincadeiras, jogos e performances. Milhares de trabalhadores se mobilizaram na capital para defender uma Previdência pública, solidária e para todos. No Grande ABC, o Sindicato realizou atividades juntamente com metalúrgicos da Ford e Mercedes-Benz, em São Bernardo.

Rio de Janeiro

Os bancários do Rio de Janeiro reuniram milhares de trabalhadores da Candelária à Central, contra a proposta perversa de reforma da Previdência e para defender o direito de se aposentar e receber um valor justo pela contribuição que dão para o desenvolvimento do país.

Curitiba

Contra a proposta nefasta de reforma da Previdência do governo, bancários e bancárias de Curitiba lotaram as ruas da Boca Maldita com manifestações e panfletagens. O ato mostrou a força da classe trabalhadora para barrar a proposta que acaba com a aposentadoria do trabalhador brasileiro.

Porto Alegre

As centrais no Rio Grande do Sul lançaram um panfleto que explica os principais pontos da reforma e neste dia de mobilização, bancários de Porto Alegre dialogaram com a população mostrando as maldades da reforma da Previdência proposta pelo governo. Bancários e bancárias da região forraram a Esquina Democrática num dia de resistência para mostrar ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) que a classe trabalhadora não vai aceitar a aprovação da proposta de reforma da Previdência.

Pernambuco

Pelos direitos dos trabalhadores e contra a nefasta reforma da Previdência, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco paralisou parcialmente as atividades de 19 agências bancárias, no Recife (PE), neste Dia Nacional de Luta em defesa da Previdência (22). O ato faz parte da mobilização nacional, que visa impedir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (6/2019) do governo Bolsonaro, que dificulta o acesso à aposentadoria e reduz os benefícios previdenciários.

Ceará

Unidos às demais categorias de trabalhadores, bancários e bancárias do Ceará participaram do Dia Nacional de Luta e Mobilização em Defesa da Previdência Pública, nesta sexta-feira, para dizer não à PEC 06/2019. Cerca de 30 mil trabalhadores compareceram à Praça da Imprensa, no bairro Dionísio Torres, e saíram em caminhada até a Praça Portugal.

Piauí

No Piauí, a manifestação reuniu Centrais Sindicais, sindicatos, associações e movimentos sociais e populares que se concentraram em frente ao prédio da Previdência Social e seguiram pelas ruas do Centro de Teresina. Uma marcha unindo a todos em defesa do direito a uma aposentadoria digna e contra essa proposta de reforma apresentada pelo governo Bolsonaro.

Paraíba

Em Campina Grande, o ato público organizado pelas centrais sindicais e movimentos populares teve início às 9h, na Praça da Bandeira. Em seguida, os trabalhadores saíram pelas principais ruas da cidade, munidos de faixas e cartazes, chamando a atenção da população contra os prejuízos da reforma.

Apucarana

Londrina

Cornélio Procópio

Arapoti

Vitória da Conquista

 

Fonte: Contraf-CUT

Depois de uma semana inteira de debates e estudos técnicos, as negociações da Mesa da Cassi continuarão na próxima semana.

Nova rodada de negociações está marcada para a próxima quarta-feira (27), no Rio de Janeiro, nas dependências do Banco do Brasil.

 

Fonte: Contraf-CUT

Depois da cobrança da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e de atividade nacional dos empregados, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, finalmente marcou audiência com os representantes dos trabalhadores na próxima terça-feira (26).

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal reivindica que seja interrompida reestruturação na empresa e que o banco assuma o compromisso de comunicar previamente a Contraf-CUT e a CEE, antes de comunicar a implementação de novos processos de trabalho aos empregados.

Dionísio Reis, coordenador da CEE, lembra que, nos termos da cláusula 48, parágrafo segundo, no ACT 2018/202, a Caixa se comprometeu a discutir quaisquer “impactos na vida funcional dos empregados, decorrentes da implantação de novos processos de trabalho pela empresa”.

“O debate junto à mesa de negociação permanente é imprescindível, qualquer mudança a ser implementada deve resguardar os direitos dos empregados, bem como a saúde física e mental”, afirmou. “Vamos cobrar também o que é verdade do que foi veiculado pela imprensa de manobra no lucro e quando vira o balanço do banco e a PLR”, finalizou.

 

Fonte: Contraf-CUT

Depois de muita insistência, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) conseguiu se reunir, na manhã desta sexta-feira (22), com a vice-presidente de Recursos Humanos do Santander, Vanessa Lobato, e também teve a participação da diretora de Relações Sindicais, Fabiana Ribeiro.

“A interface é feita pela diretoria de Relações Sindicais, mas o diálogo está esgotado. Nos últimos meses, relatamos diversos problemas vividos pelos trabalhadores, mas não há nenhuma solução ou contraproposta. Por isso, resolvemos falar direto com a vice-presidência de Recursos Humanos”, explicou Mario Raia, secretário de Assuntos Sócioeconômicos e representante da Contraf-CUT na mesa de negociações com o banco.

A situação é tão grave, que assuntos como, a criação de regras e cronograma para a unificação de cargos nas agências; a abertura de agências aos finais de semana e a implantação de horário estendido durante a semana; o aumento abusivo da mensalidade e a coparticipação no convênio de saúde Sulaméria; a retirada das portas de segurança nas agências, o descumprimento do acordo de pausa e folgas nos call centers; o desconto variável na folha de pagamento dos trabalhadores do Vila Santander; e a alteração da bandeira dos vales alimentação e refeição estão pendentes na pauta com a diretoria de relações sindicais há meses.

O dirigente da Contraf-CUT disse ainda que, além de buscar a resolução dos problemas dos trabalhadores, a reunião serviu para tentar reestabelecer o canal de negociações com o banco. “Valorizamos muito a via negocial. Sabemos que cada um vai defender sua parte, mas acreditamos que muitos dos problemas podem ser resolvidos a partir da negociação. Por isso, não entendemos e não aceitamos ver medidas sendo implementadas pelo banco sem a prévia negociação com as entidades de representação dos trabalhadores”, afirmou Rita Berlofa, presidenta mundial de Uni Finanças.

Maria Rosani, coordenadora nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) Santander, lembrou que “essa postura, inclusive, fere o que diz nosso Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que determina que o banco comunique previamente as entidades de representação dos trabalhadores as medidas a serem tomadas que interfiram nas relações de trabalho”, concluiu.

Participou também da reunião Lucimara Malaquias, coordenadora do Coletivo Santander no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

 

Fonte: Contraf-CUT

Pirotecnia e arbitrariedade. Sem defender o ex-presidente Michel Temer ou entrar no mérito das acusações que lhe são feitas, o advogado André Lozano, coordenador do Departamento de Iniciação Científica do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), diz ver com muita preocupação as prisões realizadas pela Operação Lava Jato nesta quinta-feira (21). 

“Todas as cautelas devem ser tomadas, principalmente a necessidade e a fundamentação dessas prisões. E não houve nenhuma justificativa plausível para que a prisão preventiva fosse decretada”, afirma Lozano, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual

Segundo ele, os elementos determinados pelo artigo 312 do Código de Processo Penal para a realização de uma prisão preventiva, ou seja, antes do julgamento e da condenação, possa ser decretada, não estão presentes na decisão do juiz Marcelo Bretas. Entre tais elementos, explica o advogado, está o indício de que a pessoa possa cometer outros crimes, haver risco de fuga para que a pena não seja aplicada e atrapalhar o bom andamento do processo, como ameaçar testemunhas ou destruir provas. 

“O juiz deve decretar a prisão com base nestes requisitos, mostrando como a lei se aplica no caso concreto, elementos do que os acusados estão fazendo e que justificam a prisão. E nas 46 páginas da decisão do juiz Bretas, não existe uma linha em que ele demonstre concretamente que a prisão é necessária.” 

Além da ausência dos elementos exigidos pela lei para decretar a prisão preventiva, o coordenador do IBCCrim também critica o aparato policial e midiático montado para prender Temer e o ex-ministro Moreira Franco. 

“Eles usam toda a pirotecnia que podem para aparecer, para demonstrar que a Lava Jato está atuando. Eles fazem isso para conseguir a atenção e a aprovação da população, eles trabalham com o populismo penal”, afirma André Lozano. Para ele, tanto a prisão arbitrária quanto o aparato policial legitimam um sistema que já exclui os mais pobres, para quem esse tipo de arbitrariedade já acontece normalmente. 

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Todos os estados do país e o Distrito Federal organizam manifestações para o Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, nesta sexta-feira (22), em resposta à proposta de "reforma" apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro. Ao todo, atos, panfletagens e outras ações contra a retirada de direitos devem ocorrer ao menos em 78 cidades brasileiras.

Na capital paulista, a concentração está marcada para as 17h, em frente ao Masp, na Avenida Paulista. Na região do ABC, haverá passeata logo cedo saindo da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo. No Rio de Janeiro, o ato ocorre às 16h, na Candelária, região central. Em Belo Horizonte, a manifestação começa também às 17h na Praça Sete, no centro da cidade. Há ainda na parte da manhã atividades nos bairros Barreiro e Venda Nova.

Reunião, seminários, assembleias, atos e paralisações estão previstas para denunciar os riscos dos trabalhadores com a "reforma" da Previdência em Brasília, além do ato agendado para as 17h, na Praça Zumbi dos Palmares, no Setor de Diversões Sul. Em Manaus, a concentração está prevista para as 15h, na Praça da Polícia e deve seguir até a Praça da Matriz, no centro.

Além das capitais, outras 51 cidades das regiões metropolitanas e no interior também programam atos contra a "reforma" da Previdência. As adesões às atividades também acontecem por categorias, como os bancários, que abrirão o dia de manifestações com diversas atividades em agências e concentrações de trabalhadores do ramo financeiro, de acordo com informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Desde terça-feira (19), por meio do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a categoria tem se articulado na região central da cidade para alertar a população sobre os riscos da proposta de destruição da Previdência pelo governo Bolsonaro.

Com o mesmo intuito, a CUT lançou ainda uma campanha e um site "Reaja agora" informando sobre os pontos da "reforma" e seus impactos sobre os trabalhadores, além de peças e materiais informativos que podem ser acessados por aqui

Toda a mobilização é, no entanto, um "esquenta" para uma greve geral, caso a proposta de retirada dos direitos trabalhistas seja levada adiante pelo Congresso. A exemplo das paralisações que ocorreram em 28 de abril de 2017, os dirigentes sindicais e movimentos sociais avaliam a campanha como um passo essencial para frear os retrocessos do governo Bolsonaro.

Com informações da CUT

Confira a programação completa dos atos

Acre
Boa Vista: Palácio do Rio Branco, às 8h

Alagoas
Maceió: Praça Centenário, às 15h
Arapiraca: Praça da Prefeitura, às 9h

Amapá
Macapá: ato às 9h, em frente a agência do INSS, na Avenida Marechal Rondon

Amazonas
Manaus: concentração na Praça da Polícia, às 15h, seguindo em passeata para a Praça da Matriz (Centro) às 16h

Bahia
Salvador: ato na Rótula do Abacaxi, às 9h

Ceará
Fortaleza: ato na Praça da Imprensa (Dionísio Torres), às 8h
Juazeiro do Norte: ato no Giradouro, às 16h
Iguatu: ato com concentração na Praça da Caixa Econômica, às 8h
Sobral: Praça de Cuba, às 7h30
Chorozinho: Praça da EEF Padre Enemias, às 8h
Morada Nova (ato regional): Praça da Matriz, às 7h
Russas: Praça Monsenhor João Luiz, às 7h
Aracati: Praça do Prazeres, às 8h
Jaguaruana: Praça da Prefeitura, às 9h
Itaiçaba: EEF Dulcineia Gomes Dinis, às 7h
Solonopole: Ginásio Poliesportivo, às 9h30
Pereiro: Praça da Matriz, às 7h
Itapipoca: Praça dos Motoristas, às 8h
Tianguá: Praça dos Eucaliptos, às 8h
Acopiara: Praça da Matriz, às 8h
Paracuru: Sindicato Rural, às 8h
Crateús: Coluna da Hora, às 7h
Camocim: Pracinha do Amor, às 8h
Paraipaba: Praça do Hospital, às 15h30
Martinópole: Galpão dos Feirantes, às 16h
Jaguaribe: Praça do Fórum, às 16h

Distrito Federal
Praça Zumbi dos Palmares (SDS), às 17h

Espírito Santo

Vitória: Caminhada de Jucutuquara até o Palácio Anchieta, às 8h

Goiás
Goiânia: ato perto da Serra Dourada, na altura do Km 153 da BR, às 6h

Maranhão 

São Luís: INSS no Parque Bom Menino (Centro), às 8h
Imperatriz: Praça de Fátima, às 8h

Mato Grosso
Cuiabá: Praça Ipiranga, às 16h

Mato Grosso do Sul
Campo Grande: Praça do Rádio Clube, às 9h

Minas Gerais
Belo Horizonte: Ato na Praça Sete, às 17h
Montes Claros: Praça do Automóvel Clube, às 16h
Cidade de Timóteo: Praça 1º de Maio, às 17h
Coronel Fabriciano: Praça da Rodoviária, às 9h
Ipatinga: Praça 1º de Maio, às 14h
João Monlevade: Praça do Povo, às 9h 

Ouro Preto: Panfletagem

Pará
Belém: concentração no Banco do Brasil da Ponte Vargas às 7h30, com caminhada até o INSS da Av. Nazaré às 9h
Marabá: em frente ao INSS (manhã), seminário sobre reforma da Previdência na Faculdade Carajás, às 15h
Parauapebas: Praça de eventos no bairro Cidade Nova, às 6h

Paraíba
Campina Grande: Praça da Bandeira, 10h

Paraná
Curitiba: concentração na Boca Maldita, às 9h; ato e panfletagem no INSS da Rua João Negrão, às 11h

Pernambuco
Recife: Praça do Derby, às 15h

Piauí
Teresina: INSS (Praça Rio Branco), às 8h

Rio de Janeiro
Rio de Janeiro: Candelária, com caminhada até a Central do Brasil, 16h

Rio Grande do Norte
Natal: INSS da Rua Apodi, 2.150, às 15h e segue para a Praça dos Três Poderes
Mossoró: Manifestação na base da Petrobrás, às 6h e, concentração no INSS, às 8h e seguem pelas ruas do centro da cidade

Rio Grande do Sul
Porto Alegre: Esquina Democrática, às 18h
Caxias do Sul: Praça Dante Aligheri, às 17h
Santa Maria: Praça Saldanha Marinho, às 17h30
Pelotas: Mercado Público às 18h
Passo Fundo: Esquina Democrática, às 17h

Rondônia

Porto Velho: Praça Marechal Rondon, a partir das 17h

Roraima

Boa Vista: debate sobre a “reforma” da Previdência no auditório Jornalista Alexandre Borges, na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Ato em frente à Assembleia Legislativa, às 16h

Santa Catarina
Florianópolis: Ticen, às 17h
Blumenau: em frente ao INSS, às 10h
Joinville: Praça da Bandeira, às 14h
Criciúma: Calçadão da Praça Nereu Ramos, às 13h30
Itajaí: ato em frente à Igreja Matriz, às 16h
Lages: "aulão" popular sobre a "reforma", no Calçadão Tiago Fiúza de Carvalho, às 17h

São Paulo
São Paulo: Masp, Avenida Paulista, às 17h
São Bernardo do Campo, 10h Largo Rudge Ramos, Praça São João Batista, em frente à igreja; saída da porta da Mercedes-Benz e da Ford, às 7h

São Carlos: praça em frente ao Mercado Municipal, às 9h
Bauru: audiência Pública na Câmara, às 14h
Campinas: ato dos Servidores Públicos no Largo do Rosário, às 10h; Concentração para o ato e panfletagem na rua 13 de Maio e terminais de ônibus, às 16h30; ato político às 18h
Mogi das Cruzes: Largo do Rosário (Praça da Marisa), às 10h
Ribeirão Preto: Concentração na Esplanada Dom Pedro II, às 17h
Osasco: ato público em frente à Estação de trem de Osasco, às 9h
Carapicuíba: ato público em frente à estação de Carapicuíba, às 5h30 e Ato público no Calçadão, às 9h
Ubatuba: ato no Ipiranguinha, Posto BR, às 10h, e no calçadão do Centro, das 11h30 às 18h
São José dos Campos: Praça Afonso Pena, às 10h

Sergipe
Aracauju: ato com concentração em frente à Deso, na Rua Campo do Brito, às 15h

Tocantins
Palmas: em frente ao INSS, às 8h

 

Fonte: Rede Brasil Atual

reforma da Previdência vem sendo apresentada como uma espécie de elixir capaz de curar todos os males da economia brasileira. Alega-se de tudo a esse respeito: desde assegurar o equilíbrio contábil atuarial da própria Previdência Social até ser o alicerce para a construção de um próspero futuro para o país. Atribui-se à reforma poderes quase sobrenaturais. Não faz muito tempo, em 2016, o santo remédio consistia em outra proposta de emenda à Constituição Federal, que estabelecia o congelamento dos gastos não financeiros da União por vinte anos. A argumentação era semelhante, e os propalados benefícios, a começar pela retomada do crescimento econômico, também. Em 2017, o novo milagre seria produzido pela retirada de direitos e flexibilização das relações de trabalho, através da reforma trabalhista. Até agora esperamos, em vão, pelos resultados prometidos. A economia, após uma profunda recessão, segue andando de lado. E os empregos... ah!, os empregos. Esses não deram o ar de sua graça. Quando muito, são criadas ocupações de baixíssima qualidade.

Agora, no balaio da argumentação pró-reforma da Previdência, vale destacar a reiterada promessa de geração de empregos. Há quem diga até que não apenas a reforma vai gerar empregos, mas que se trata de uma condição necessária para evitar que o país entre novamente em recessão e, consequentemente, leve a uma piora do mercado de trabalho.

Mas, afinal, que mecanismo explicaria essa relação entre emprego e Previdência, segundo a visão daqueles que defendem a reforma? Apesar de não muito claro, é possível identificar, no rol anunciado de virtudes, dois supostos efeitos positivos que levariam à elevação do emprego: um, o crescimento do investimento privado, e outro, o aumento do investimento público.

O crescimento do emprego, decorrente do aumento do investimento privado (decorrente, por sua vez, da reforma), se daria devido à retomada da confiança empresarial. Um ambiente macroeconômico supostamente mais estável, previsível e favorável, proporcionado por contas públicas em equilíbrio intertemporal e taxas básicas de juros mais baixas, atiçaria o “espírito animal” do empresariado (residente e não residente no país), que faria as inversões em ampliação da capacidade produtiva, geraria empregos, renda, ampliação da arrecadação tributária, num ciclo virtuoso que nos colocaria na rota do crescimento sustentável. Aqui, o elemento-chave seria o retorno da confiança empresarial, que estaria abalada atualmente pela insustentabilidade das contas públicas. Por esse raciocínio, a confiança empresarial, e portanto o nível de investimentos, é função, fundamentalmente, da percepção sobre a situação das contas públicas.

Em primeiro lugar, cabe questionar essa subentendida explicação sobre as motivações relacionadas às decisões de investimento dos capitalistas. Tal decisão resulta fundamentalmente da comparação entre a receita necessária a viabilizar o investimento (que cubra os custos e remunere o capital) e a receita esperada com a realização desse investimento (que, por sua vez, passa pelas expectativas empresariais quanto às vendas futuras). Obviamente, um ambiente macroeconômico estável favorece a decisão de investir, mas jamais é razão suficiente. É preciso que as expectativas quanto à demanda (venda) futura sejam favoráveis. E isso passa, necessariamente, mas não apenas, por expectativas favoráveis quanto ao emprego, à renda e ao crédito.

Ora, todas as políticas que vêm sendo adotadas nos anos recentes, e também as anunciadas pelo atual governo, apontam no sentido contrário: contratos de trabalho mais precários, informalidade, restrição do crédito de longo prazo (por meio de bancos públicos), eliminação das políticas industrial e tecnológica, eliminação de barreiras alfandegárias sem qualquer contrapartida etc. são os elementos do contexto atual. Esperar que o emprego, especialmente aquele de qualidade, seja criado a partir da crença num suposto ajuste das contas públicas é ignorar o que ocorre no mundo real: acirradas disputas comerciais e tarifárias, adoção de programas governamentais ostensivos de estímulo à inovação tecnológica (a exemplo da indústria 4.0), de restrições à venda de empresas – mesmo privadas – a estrangeiros, de políticas abrangentes de compras governamentais, de afrouxamento monetário e de aumento do déficit público. E o que a reforma da Previdência tem a ver com isso?

Em segundo lugar, e talvez o mais relevante: quem disse que essa reforma da Previdência tornará o ambiente macroeconômico mais favorável? Os processos de consolidação fiscal experimentados por diversos países no período pós-crise de 2008 redundaram, via de regra, em um rotundo fracasso. As chamadas políticas de austeridade produziram uma enorme penúria social e não foram capazes de promover a retomada do emprego e do crescimento econômico, nem o ajuste das contas públicas. Ao contrário, como sucedeu na Espanha, na Itália, na Irlanda e em Portugal. Aliás, nesse último, a partir de 2015, houve uma guinada na política econômica e o gasto público passou a ser elemento central na recuperação. Mais que isso, foi a própria recuperação que permitiu a estabilização da relação dívida/PIB e a eliminação dos déficits públicos, pelo incremento da receita fiscal. Recentemente, temos a experiência argentina, até agora malsucedida.

O Brasil, por sua vez, produziu superávits primários durante mais de uma década, e apenas a partir do período da recessão, em 2015, passou a ter problemas significativos, mas conjunturais. A resposta, iniciada ainda sob a gestão Dilma/Levi e aprofundada sob Temer e seu “dream team”, foi a de tentar promover um forte corte de gastos públicos e estabelecer regras estruturais para um novo regime fiscal, com vistas a restaurar a confiança empresarial na política econômica. O resultado tem sido desastroso. Como dito, as políticas de austeridade não têm logrado promover a retomada da atividade econômica. Com o apelido simpático de “fadinha da confiança”, essa estratégia passou a ser questionada até por órgãos de viés ortodoxo no espectro teórico, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI).

Outra suposta razão para a reforma produzir efeitos benéficos ao emprego seria o aumento do investimento público, que decorreria da redução de despesas correntes ensejada pela reforma. O raciocínio é: gasta-se menos com a Previdência, tem-se mais para a realização de investimentos em infraestrutura. Nesse caso, estamos falando de qual horizonte temporal? Curto prazo? Longo prazo? Podemos supor que a queda na demanda agregada provocada pela queda no valor pago de benefícios fará o Estado dispor de recursos adicionais para investir mais? Se é assim, por que isso não está ocorrendo agora? Afinal, temos a Emenda Constitucional 95/16, e desde sua implementação o investimento público só despenca. E por que logramos crescer e gerar superávits por anos a fio sem que essas reformas tivessem sido feitas? Quem garante que esses recursos (a anunciada “economia” de R$ 1 trilhão), se forem subtraídos dos beneficiários da Previdência, serão utilizados para o investimento público? Quem garante que não serão apropriados na forma de serviço da dívida pública ou de redução de impostos?

É importante salientar que não havia e não há uma trajetória explosiva do gasto público no período recente da história econômica do país. Há, sim, uma queda brusca da receita fiscal associada a questões de ordem conjuntural no início, e acentuada posteriormente pelas medidas implementadas que só intensificaram a crise econômica. E isso ocorre, sobretudo, em razão da queda na atividade econômica. O corte nas despesas, nesse contexto, só agravará a situação de debilidade da demanda agregada.

Por fim, cabe dizer que, de fato, há um envelhecimento da população brasileira. Há, também, um aumento da longevidade. Isso é indiscutível. Mas não se trata de um cavalo de pau demográfico. É um processo lento e, neste momento, estamos no auge do chamado bônus demográfico, com a maior parcela da população em idade para trabalhar. Contudo, estamos desperdiçando essa potencialidade.

Em vez de mobilizarmos nossa energia no debate de uma reforma proposta de forma abrupta, que exclui ou dificulta o acesso ao direito à proteção social, reduz os valores dos benefícios e, no longo prazo, aponta para o fim da Previdência pública, com sua substituição pelo sistema de capitalização, deveríamos estar engajados para assegurar o pleno emprego de nossa força de trabalho e promover o aumento da produtividade. Esses elementos, sim, constituiriam o caminho para a acumulação de recursos que, posteriormente, permitiriam o financiamento da Previdência em outras bases.

O debate necessário sobre as mudanças em nosso sistema previdenciário, como de resto em nosso sistema fiscal, deve ser feito de outra maneira, envolvendo primordialmente o principal ator social por ela afetado, qual seja, a classe trabalhadora organizada. Além disso, caberia, respeitando-se os marcos regulatórios/institucionais de uma economia com as características da brasileira, que esse processo se desse no âmbito de uma grande negociação nacional, num ritmo compatível com essa participação e sem o apelo fácil a ameaças infundadas de fim de mundo, que estão longe de aportar a racionalidade necessária para lidar com algo tão relevante para a maior parte de nossa população.

Clemente Ganz Lúcio, sociólogo, é diretor-técnico do Dieese. Paulo Jager, economista, é supervisor técnico da entidade