Maio 03, 2025
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Em artigo publicado em seu blog nesta segunda-feira (19), o presidente da CUT, Vagner Freitas, ironiza o governo do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) que comemorou antecipadamente o fim da crise econômica e afirmou que o Brasil estava em rota de crescimento. 

A crítica veio após a divulgação pelo Banco Central da estimativa prévia do PIB de janeiro, que apontou para uma queda de 0,56%

“O que aconteceu com o aquecimento da economia que Temer e seu ministro Meireles se gabaram e a imprensa repercutiu sem questionar?”.

Para Vagner, não há milagre para fazer o Brasil voltar a crescer. “É preciso antes de tudo estabilidade política e isso só será conseguido com responsabilidade e credibilidade; com o retorno da democracia e eleições diretas e livres de pressões de parte do Poder Judiciário para impedir que Lula seja candidato”.

Confira a íntegra do artigo publicado em seu Blog:

PIB cai em janeiro e desmente teoria sobre ‘suposto’ crescimento da economia

O Banco Central divulgou estimativa de prévia do PIB de janeiro, apontando para uma queda de 0,56%.

O que aconteceu com o aquecimento da economia?  Temer e Meirelles se gabaram que tinham acabado com a crise econômica, que o país tinha voltado a crescer e a mídia amiga gastou páginas de jornal impresso e minutos de sua programação de rádios e TVs para repercutir o falso crescimento.

A verdade é que Temer queimou os cartuchos que tinha no Congresso Nacional para se livrar de denúncias de corrupção apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR); e, também, para aprovar matérias decisivas contra os trabalhadores e as trabalhadoras a mando das Confederações patronais, como a CNI, para pagar a conta do golpe, mas os patrões não investiram um centavo para aquecer a economia.

Além disso, liberou verbas e injetou recursos para consumo na economia, como o das contas inativas do FGTS. Mais do mesmo.

Não criou nenhuma base nova, nenhuma estratégia para recuperar a economia. Muito pelo contrário, a PEC do congelamento de gastos amarrou os braços e as mãos do Estado que agora fica impossibilitado de exercer seu papel de indutor do desenvolvimento.

Não há milagre para fazer o Brasil voltar a crescer. É preciso antes de tudo estabilidade política e isso só será conseguido com responsabilidade e credibilidade; com o retorno da democracia e eleições diretas e livres de pressões de parte do Poder Judiciário para impedir que Lula seja candidato.

O Ministério do Trabalho já havia divulgado na semana passada o resultado do saldo de empregos formais de janeiro, 78 mil vagas. Na soma dos últimos 12 meses foram 83 mil vagas. Uma gota no oceano frente aos mais de 12 milhões de desempregados.

Estamos andando de lado como caranguejo.

A criação de vagas não é capaz de absorver os trabalhadores que ingressam no mercado de trabalho. A taxa de desemprego no trimestre encerrado em janeiro ficou em 12,2%, maior que os 11,8% do mesmo trimestre do ano anterior. São 12,7 milhões de pessoas desempregadas em janeiro para as 78 mil vagas líquidas criadas.

O Brasil está estagnado. Nesse ritmo vamos ter de entrar no alçapão que há no fundo do poço.

O golpe e o uso extremado da força não criam nada, apenas destroem o que foi criado. Em um país tão desigual, precisamos restabelecer e aperfeiçoar o pacto da constituinte de 1988 com propostas de políticas de estado que aprofundem a participação social, dos trabalhadores e das trabalhadoras, do povo, que impulsione um projeto de desenvolvimento sustentável com crescimento, distribuição de renda, justiça e inclusão social.

Não vão nos silenciar e tampouco nos enganar com falsos discursos de melhora na economia quando temos uma legião de mais de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, chefes de famílias, desempregados e sem perspectiva de conseguir recolocação a médio prazo.

Fonte: CUT

A reforma Trabalhista do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), que flexibilizou a legislação, retirou direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e legalizou o bico, parece não ter sido suficiente para conter a ganância dos empresários. Tem muito patrão querendo se aproveitar do período de adaptação às novas regras da Lei 13.467/17, em vigor há quatro meses, para lucrar ainda mais.

A homologação, que não precisa mais ser feita obrigatoriamente nos sindicatos ou no Ministério do Trabalho, que conferiam e corrigiam as distorções e erros nos cálculos, está se tornando um grande problema para milhares de trabalhadores e trabalhadoras que não conhecem seus direitos e perdem verbas rescisórias.

Na semana passada, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou duas empresas a indenizar um trabalhador que foi dispensado durante período de experiência sem nenhuma verba rescisória. A decisão foi por unanimidade e mostra a importância da classe trabalhadora estar atenta aos direitos que ainda estão valendo.

Foi o que fez um pedreiro do interior de São Paulo, que ganhou a causa no TST. Ele foi demitido dois meses após a contratação e não recebeu as verbas rescisórias. A alegação da empresa era a de que ele estava no período de experiência. Acontece que não havia cláusula de prorrogação automática do período de experiência e a nova lei não mudou as regras de demissão nesse período. Ou seja, as empresas têm de pagar toda a rescisão ao trabalhador. Muitos não sabem disso e acabam perdendo direitos. 

Ao perceber que estava sendo enganado, o pedreiro entrou com ação trabalhista pedindo verbas rescisórias e parcelas de direitos, como aviso prévio e vale-transporte, tanto à companhia na qual trabalhava como a que prestava serviços. E ganhou a ação. 

O presidente da CUT, Vagner Freitas, lembra que a Central denunciou durante meses e meses que o objetivo da reforma era única e exclusivamente o aumento dos lucros dos empresários, mas os deputados conservadores ignoraram porque estavam preocupados com seus próprios interesses e traíram a classe trabalhadora.

O fundamental para os empresários sem escrúpulos era isso mesmo, uma aparente segurança jurídica para explorar, enganar, intimidar e impedir que os sindicatos agissem para combater a má-fé, o ataque aos direitos adquiridos"

Vagner Freitas

E é para proteger os trabalhadores e trabalhadoras que a CUT orienta quem se sentir prejudicado – tanto na demissão como na homologação – a procurar o sindicato de sua categoria para buscar orientação, enquanto a Central luta para extinguir essa lei perversa, que só beneficia empresário. 

“Nos sindicatos, é possível verificar possíveis erros e se proteger na hora de assinar a documentação. Assim, o trabalhador recebe seus direitos sem que isso se torne um passivo trabalhista”, explica a secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa.

Mais do que nunca, esse é o momento para os trabalhadores e as trabalhadoras buscarem seus sindicatos pra defender seus direitos. Apenas coletivamente conseguiremos resistir a essa reforma absurda"

Graça Costa

Homologações e o papel dos sindicatos
Antes de entrar em vigor a lei trabalhista do golpista Temer, a homologação era feita nas entidades sindicais ou no Ministério do Trabalho (MTE). Trabalhadores e trabalhadoras demitidos eram orientados por profissionais dos sindicatos ou do MTE, que faziam a conferência dos valores pagos pelos empregadores, evitavam incorreções e fraudes e orientavam os trabalhadores em caso de erro. 

Com as novas regras, as homologações deixaram de ser obrigatórias nas entidades sindicais e agora podem ser realizadas nas empresas, sem a presença de um representante do sindicato. Dessa forma, os trabalhadores, sob pressão e sozinhos, sem apoio sindical, podem ficar na mão do patrão, que diz o que deve ou não ser assinado sem esclarecer os direitos. 

O advogado José Eymard Loguercio, especialista em direito coletivo do trabalho, explica que o ideal é o trabalhador procurar o sindicato assim que for comunicado da dispensa do trabalho.

Essa seria a primeira opção, pois o sindicato pode fazer imediatamente esse cálculo pelo último contracheque do trabalhador. É a melhor forma de se prevenir de fraudes"

José Eymard Loguercio

Segundo ele, boa parte das reclamações trabalhistas se dá por erro no pagamento das verbas rescisórias, que são calculadas equivocadamente por algumas empresas. Por isso, defende Eymard, é importante que, com a nova legislação, os trabalhadores procurem o sindicato antes e até mesmo depois da assinatura do termo de rescisão para garantir que nenhum erro foi cometido.

Essa conferência sempre foi muito importante. Os sindicatos corrigem muitos erros"

José Eymard Loguercio

Foi o caso da bancária Bruna, que foi demitida do Itaú após 18 anos e, ao fazer a homologação no sindicato, foi informada que o banco estava se propondo a pagar a indenização somente sobre o valor do FGTS recolhido naquele mês – o equivalente a cerca de R$ 3 mil. Estava errado. O valor correto, calculado pelo sindicato com base no extrato do FGTS da bancária, somava um montante de mais de R$ 100 mil. Feitas as correções, o banco foi obrigado a creditar uma diferença de mais de R$ 35 mil em relação ao que o Itaú havia se proposto a pagar inicialmente.

O advogado Eymard atenta também para o fato de que, além do cálculo nas homologações, o sindicato tem o conhecimento de todos os direitos dos trabalhadores assegurados não somente pela lei, mas também pela convenção coletiva da categoria, o que pode evitar casos de demissão quando o trabalhador tem estabilidade e não sabe. 

“Há casos ligados à saúde, por exemplo, que o trabalhador não sabe que tem estabilidade, mas o sindicato sabe. Nesse caso, é possível reverter a própria demissão”, alerta Eymard.

Por isso, a CUT orienta os trabalhadores e trabalhadoras a procurarem seus sindicatos antes de assinar a homologação para garantir que seus direitos não estão sendo desrespeitados pela ganância ou má-fé dos empresários.

Fonte: CUT

O Coletivo Nacional de Comunicação dos Bancários começou a debater, nesta segunda-feira (19), a slogan e as artes da Campanha Nacional 2018. Por se tratar de um cenário adversos para os trabalhadores, o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, fez uma análise de conjuntura. “Passamos por momentos muito difíceis para toda a classe trabalhadora e os bancários precisam, mais uma vez, estar na vanguarda da luta e de organização para sairmos vencedores neste ano.”

Para Gerson Carlos Pereira, secretário de Comunicação da Contraf-CUT, a reunião foi muito positiva. “O debate nos deu a exata noção do que acontece na categoria nos mais diferentes cantos do país. Agora temos de fazer um exercício de reflexão, para no próximo encontro trazermos ideias mais concretas para a Campanha Nacional 2018.”

O próximo encontro ficou marcado para o dia 9 de abril, na sede da Contraf-CUT, às 11h. Nesta data, a Contraf-CUT, as federações e os sindicatos devem trazer ideias de campanhas para serem avaliadas pelo Coletivo.

Fonte: Contraf-CUT

Cansado de pagar juros mensais de 8,77% a 13,40% (174,34% a 352,12% ao ano) no cartão de crédito Itaú? Quer pagar bem menos? Que tal, 13,35% ao ano para um cartão da própria bandeira do Itaú, o maior banco privado da América Latina? Pois bem, a situação é muito fácil para quem mora nos estados fronteiriços ao Paraguai. Ou mesmo para qualquer brasileiro, que mora mais distante. Basta uma visita a Foz do Iguaçu.

Além das belezas naturais das Cataratas do Iguaçu, uma simples travessia da Ponte da Amizade pode render boas economias. Não. Não se trata das tradicionais muambas paraguaias. Ou de uma noitada sortuda num dos cassinos do lado de lá da fronteira. Basta uma visita a uma das agência do Banco Itaú em qualquer cidade do Paraguai.

Lá, o Itaú usa o mesmo slogan que bombardeia os espectadores diariamente na TV. Só que o “Feito para você”, vira “Hecho para vos”. Tem a mesmo logomarca da @ com o I imaginário no meio. Mas a realidade é muito melhor do que sonha a nossa vã imaginação.
Cliente do Itaú no Paraguai tem as mesmas facilidades eletrônicas, mas a grande vantagem está nos juros, bem mais baixos do que no Brasil
Cliente do Itaú no Paraguai tem as mesmas facilidades eletrônicas, mas a grande vantagem está nos juros, bem mais baixos do que no Brasil

Os juros que o Itaú cobra dos nossos hermanos paraguaios são muito menores do que pagamos por aqui. No Brasil, paga-se em um mês, o que os donos de cartão do Itaú Unibanco pagam em um ano. Ou seja, em um ano, os clientes paraguaios ganham, na conta de juros do cartão, nada menos que 11 meses em relação aos clientes brasileiros. Uma diferença de 161 a 338,77 pontos percentuais, conforme o emissor do cartão dentro da Organização Itaú Unibanco.

No Paraguai o custo anual do financiamento do cartão de crédito é menor do que 13,35% ao ano. Ou seja menor que a taxa mensal de um dos cartões operados pelo oligopólio do Itaú no Brasil. Conheço um amigo brasileiro que está vivendo de comprar artigos made in Paraguai para revender no Brasil. Os ganhos são duplos: nas taxas de juros do cartão e nas pechinchas de qualidade duvidosa...

Mas terá o Paraguai algum segredo econômico? Além dos juros baixos, uma tributação bem menor que a nossa. Resultado: muitos empresários brasileiros mudaram para lá para produzir e exportar para o Brasil. O país de pouco mais de 6,8 milhões de habitantes (quase igual ao total do município do Rio de Janeiro), tem uma inflação anual na faixa 4% (o Brasil fechou 2017 com 2,95% e deve fechar 2018 entre 3,5% e 4%) e o piso dos juros anuais é de 5,25%.  No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve reduzir nesta quarta-feira a taxa Selic (o piso bancário brasileiro) para 6,50% ano.

A economia paraguaia é bem mais modesta do que a brasileira. Seria equivalente à de um estado médio do Nordeste, mas seu grau de endividamento público é bem menor. A dívida pública equivale a 22,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraguai. No Brasil, a dívida pública bruta está na faixa de 74% do PIB.

Um banco por R$ 1

Vale lembrar que o Itaú Unibanco conseguiu abrir as operações no Paraguai pagando o valor simbólico de R$ 1. A rede de agências do Paraguai pertencia ao antigo Interbanco, que foi criado no país vizinho, nos anos 80 e 90 pelo extinto Banco Nacional. O Nacional foi comprado em 1995 pelo Unibanco pelo valor simbólico de R$ 1. E o Itaú fez uma fusão com o Unibanco (na qual passou a deter quase dois terços da nova instituição líder do mercado brasileiro) no final de 2008, quando a crise financeira mundial atingiu as linhas de crédito externas do banco da família Moreira Salles.  

A concentração bancária que se acelerou no Brasil nos últimos 15 anos, também ocorreu na América Latina. O motivo externo são as exigências de capitalização dos bancos pelo Acordo de Basileia, regulado pelo PIS, o Banco Central dos Bancos Centrais.

Nos últimos anos, o Itaú consolidou sua presença na Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. Com a fusão entre o Itaú Chile e o CorpBanca, o grupo chegou à Colômbia e ao Panamá.  O ItaúUnibanco tem operações na Europa (França, Alemanha, Portugal, Reino Unido, Espanha e Suíça), nos Estados Unidos (Miami e Nova Iorque), e nos paraísos fiscais do Caribe (Ilhas Cayman e Bahamas), do Oriente Médio (Dubai) e da Ásia (Hong Kong), além de agências em Xangai (China) e Tóquio (Japão). São centros financeiros que facilitam captar recursos para o Brasil a custos mais baixos e ampliar os ganhos de arbitragem nas taxas de juros com as elevadíssimas taxas praticadas no Brasil.

 

FONTE: Jornal do Brasil

A gravíssima recessão que atingiu a economia brasileira produziu efeitos muito desiguais. Para a maioria do conjunto dos setores das atividades econômicas, a recessão implicou queda no nível de produção ou até mesmo redução na capacidade de produção (desinvestimento), acompanhada da redução no faturamento e na taxa média de lucro.

Em função disso, por exemplo, setores industriais e da construção civil amargaram diminuição significativa no nível de produção e emprego de mão de obra. A participação da indústria de manufatura no Produto Interno Bruto recuou ao observado na década de 1910.

Por outro lado, os maiores bancos no país (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil) registram elevação de 21% nos lucros que somam quase R$ 65 bilhões somente no ano passado. A atuação do Banco Central como uma espécie de sindicato dos banqueiros ajuda a entender como foi contida a queda na taxa básica de juros (Selic), sem qualquer compromisso com o emprego e renda dos brasileiros.

A prevalência da inegável alta na taxa de juros reais também favoreceu, bem como permitiu reproduzir – ainda mais – o segmento rentista, ou seja, aqueles que vivem da aplicação de sua riqueza no sistema financeiro. No ano de 2016, por exemplo, os rendimentos financeiros alcançaram a soma de R$ 141,7 bilhões, o que equivaleu a 2,2 vezes mais do que o registrado em 2013 (R$ 65,8 bilhões), segundo informações do próprio Ministério da Fazenda.

Para isso, o Banco Central elevou a taxa básica de juros de 7,25% no ano de 2013 para 14,25% até 2016. Ao mesmo tempo em que inibia o conjunto das atividades econômicas, produzindo a mais grave recessão entre os brasileiros, o Banco Central protegia os muito ricos com capital a desviar das atividades produtivas para as aplicações financeiras.

Não satisfeito com o beneplácito do Banco Central aos ricos, o Ministério da Fazenda manteve intocável o atual sistema tributário regressivo, o que permitiu prosseguir com os privilégios aos detentores de fortunas no país. No ano de 2017, por exemplo, a renda advinda de lucros e dividendos que alcançou a soma de R$ 350,3 bilhões permaneceu imune ao pagamento do imposto de renda, ao contrário dos assalariados, cuja renda mensal superior a R$ 2 mil (R$ 24 mil ano) implica contribuição ao fisco.

Trabalhadores perderam emprego, tiveram rebaixamento do nível de renda, mas o peso dos impostos sobre os mais pobres seguiu intocável pela equipe econômica do governo Temer. Assim como a elite dos servidores públicos com rendimentos anuais acima de R$ 600 mil (R$ 52,5 mil por mês), e que representa apenas 1% dos quase 5 milhões de funcionários públicos federais, seguiu detendo isenção tributária de um terço de sua renda auferida ao ano (R$ 58,7 bilhões).

A presença de adicionais à remuneração básica, como auxílio-moradia, entre outros, constitui benefício tanto para se proteger de crises econômicas como a recessão quanto manter imune à tributação que atinge, sobretudo, os mais pobres no Brasil. A grande faixa de isenções tributárias se constitui agravante do processo de reprodução da bárbara desigualdade de renda e riqueza.

Todo o movimento de ajuste fiscal produzido pelo governo Temer, que tem destruído direitos sociais do conjunto da população, passa à margem dos ricos e privilegiados do país. Talvez por isso que os propagandistas sustentados por bancos e meios de comunicação destacam o quanto a equipe econômica é a do sonho do mercado financeiro.

*Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Seu provedor de acesso à internet sabe as páginas que você visita, se fica mais tempo nas redes sociais ou assistindo a filmes e vídeos. Se costuma fornecer o seu CPF à farmácia perto de sua casa, na hora de pagar seus remédios, ela sabe, por exemplo, que a cada dois meses você compra aquele medicamento para descongestionar o nariz, o que pode indicar um futuro problema crônico nas vias respiratórias. Se utiliza bilhete eletrônico no transporte público, a prefeitura guarda os dados sobre horários e trajetos mais utilizados. Google e Facebook pedem para que a gente revele a festa em que estivemos e quem lá encontramos. 

A cada momento, deixamos rastros de nossas experiências, seja no mundo virtual ou no real. Todos esses dados são devidamente armazenados, compilados, cruzados com os de milhares – ou milhões – de outras pessoas, para depois receberem o devido "tratamento", de acordo com o interesse específico de cada agente. É a era do big data, em que essa montanha de informação coletada é processada pelos algoritmos.

Com base nesses perfis, uma empresa oferece desconto especial na reserva de hotel para a viagem do próximo feriado, o que muito agrada o consumidor. Mas ela também pode bloquear as ofertas numa determinada área – geoblocking – e elevar o preço em outra – geopricing –, conforme recente denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra a Decolar.com .

Apesar de parcialmente contemplada por outras legislações, como o Marco Civil da Internet, ou até mesmo o Código de Defesa do Consumidor, a proteção dos dados pessoais ainda carece de regulamentação específica, que preserve direitos individuais e coletivos das pessoas, e que estabeleça regras transparentes quanto ao aproveitamento econômico dessas informações, com normas claras inclusive para o poder público.

Congresso

É por isso que especialistas defendem a aprovação de uma Lei Geral de Proteção de Dados que devolva ao cidadãos o controle sobre tudo aquilo que é coletado sobre si mesmos. Neste momento, dois projetos centralizam a discussão sobre o tema no Congresso Nacional e, como não podia ser diferente, são alvo de disputa entre diferentes grupos interessados. 

Na Câmara dos Deputados tramita o Projeto de Lei (PL) 5.276/2016, proposto pelo Ministério da Justiça ainda durante o governo Dilma. Amplamente discutido em consultas públicas, teve o seu andamento comprometido em favor do substitutivo ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 330/2013, elaborado pelo então senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e encampado pelo atual governo – e que atende mais aos interesses das empresas e do próprio Estado.

As empresas disputam para garantir "segurança jurídica" aos negócios que giram em torno da comercialização desses bancos de dados. Querem não ser responsabilizados caso seus compradores façam mal uso.

Se a rede de farmácias decidir vender as informações dos seus clientes a uma operadora de planos de saúde, por exemplo, esta última poderá estabelecer no seu cálculo algorítmico que as pessoas que fazem uso de determinadas medicações têm mais riscos de apresentar essa ou aquela doença e, a partir daí, começar a cobrar mais pelos serviços médicos prestados, ou recusar a adesão daqueles com histórico de saúde mais problemático.

Ou ainda, esses mesmas informações colhidas nas farmácias podem ser negociada com uma empresa de recrutamento que, da mesma forma, poderia através do algorítimo selecionar para as vagas de emprego os candidatos mais saudáveis. 

Já o governo Temer defende que o poder público fique de fora das regras que garantem transparência no tratamento dos dados do cidadão, para que possa usá-los sem o devido consentimento, em casos que afetem a "segurança nacional".

Segundo a coordenadora da área de Privacidade e Vigilância do InternetLab, Jaqueline Abreu, uma lei geral que proteja o indivíduo contra abusos no tratamento dos seus dados individuais é uma necessidade "muito mais que urgente", e lembrou que diversos países, da Europa e também da América Latina, já contam legislação específica. 

Desvirtuamento

Em seminário intitulado Desproteção dos Dados Pessoais, promovido nesta semana em São Paulo pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e o Departamento Jurídico XI de Agosto – ligado à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Jaqueline disse que o que mais preocupa é o desvirtuamento do uso desses dados. Colhidos com um determinado propósito, podem servir a um fim completamente diferente.

Como exemplo do uso indevido, ela citou iniciativa do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que, em viagem ao Oriente Médio, no ano passado, apresentou  aos investidores, como um dos "ativos" do seu programa de privatização, o banco de dados de milhões de usuários do Bilhete Único. Legislação específica poderia coibir esse tipo de prática.

A coordenadora do Intervozes, Veridiana Alimonti, lembrou que, no mundo contemporâneo, "somos representados não pela nossa presença física, mas pelos nossos dados", e essas combinações únicas utilizadas pelos computadores para formar um determinado perfil do indivíduo "podem ou não refletir corretamente sobre quem somos".

É por isso que os especialistas defendem mais transparência não apenas na coleta, mas no "tratamento" que é dado aos nossos dados pelos algoritmos. Ela destacou que, principalmente, as redes sociais nos induzem a agir de uma ou de outra maneira, a partir da análise dos nossos dados. E o uso e a manipulação, por vezes, não são apenas para fins comerciais, mas também político.

Uso político

Veridiana lembrou que, durante as últimas eleições nos Estados Unidos, em 2016, de posse das informações dos usuários, o Facebook criou cinco categorias políticas – do mais liberal ao mais conservador – para facilitar a distribuição de notícias ao gosto do freguês. A rede diz que, passadas as eleições, essa plataforma não opera mais. 

A partir de mecanismos desse tipo, ela diz que até mesmo um candidato poderia se apresentar com "várias faces", adequando o seu discurso às diferentes parcelas do eleitorado, assim agradando a todos, e não estabelecendo compromissos com ninguém.

Já no ano seguinte, no processo eleitoral canadense, devido a pressões de grupos organizados da sociedade e até do governo do país, lançou recurso que permite ao usuário verificar o histórico de publicações patrocinadas dos políticos para inibir o surgimento do candidato multifacetado. 

Caso Globo

A campanha da TV Globo, que pede para o espectador enviar um vídeo do seu celular falando sobre "O Brasil que eu quero" também levanta suspeitas sobre a utilização das informações colhidas. Além de dados cadastrais, nome, e-mail e CPF, a emissora poderá catalogar essa parcela da sua audiência a partir das demandas políticas expressadas e, aos moldes do que ocorreu com o Facebook nas eleições americanas, passar a entregar conteúdo jornalístico direcionado, ou seja, mais afeito às opiniões do próprio espectador – obviamente não na TV, mas nos demais serviços noticiosos da empresa, como portais de notícias e plataforma de vídeo sob demanda. 

Segundo a ativista do Intervozes, esse tipo de estratégia faz com que a Globo mais uma vez "saia na frente", em relação aos concorrentes, o que é legítimo do ponto de vista editorial e econômico, mas também cria dúvidas sobre possibilidades de manipulação em ano eleitoral, prática em que a emissora também já demonstrou know-how em inúmeros episódios nas últimas décadas.

Já a especialista do InternetLab diz que a suposta adesão voluntária pelo usuário à campanha da Globo não inibe as responsabilidades da empresa no tratamento dos dados, e criticou a falta de clareza nos genéricos termos de adesão. Segundo ela, para dirimir dúvidas, a emissora deveria informar às pessoas o que pretende fazer com todos os dados coletados, afastando assim os receios e dúvidas sobre o risco de manipulação. 

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Os bancários ficaram apreensivos após o Bradesco anunciar o fechamento 200 agencias em todo o país. O maior medo é com a possibilidade de perda de emprego.

Imediatamente após a notícia, o movimento sindical procurou o banco para tratar do assunto.

“Nos reunimos com o departamento de Relações Sindicais do Bradesco que nos informou que se trata de um estudo, uma vez que, com a aquisição do HSBC, passaram a coexistir duas, e até três agências muito próximas. O banco também disse que não tem a intenção de demitir funcionários, mas realocá-los em agências próximas que estão com déficit de pessoal, disse Sandra Regina, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que é funcionária do Bradesco.

O banco também afirmou que o “banco digital” não vai substituir as agências físicas, visto que grande parte da população prefere o atendimento pessoal dos bancários.

Aumento das receitas
Outro motivo de preocupação do movimento sindical é com o aumento do assédio moral por meio das práticas de cobrança de metas. O banco pretende aumentar a receita com a venda de produtos aos clientes. Atualmente, a média de produtos adquiridos por clientes é de 1,6. A meta é chegar à média de 2 produtos por cliente.

O banco alega que tem um departamento que faz um estudo para determinar metas possíveis de serem alcançadas, sem abusos. Disse ainda que, se houver excessos na cobrança de metas é devido à má postura de gestores. “Vamos acompanhar todo o processo, desde o estudo até a implantação do projeto. Se houver excesso nas cobranças, demissões, ameaças vamos denunciar e tomaremos as medidas cabíveis”, ressaltou a dirigente.

Reunião da COE
Na próxima terça-feira (20), o Comando Nacional dos Bancários se reunirá na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Um dos pontos de pauta são as Conferências Nacionais dos Bancos Privados, entre elas a do Bradesco. “Convocaremos uma reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco logo após a reunião do Comando Nacional para, entre outros pontos, tratarmos sobre este estudo do Bradesco”, disse Gheorge Vitti, coordenador da COE do Bradesco.

Para Gheorge, este é apenas um dos desafios a ser enfrentado pela categoria neste ano. “O banco está passando por uma troca de comando e certamente haverá mudança, mas nosso debate precisa ser muito mais amplo. Vivemos um momento de forte ataque aos direitos dos trabalhadores. Além disso, neste ano acontecerão eleições gerais. Tudo isso afeta a vida do trabalhador e temos que estar muito organizados para enfrentarmos esse momento da melhor forma possível e avançarmos o máximo possível”, observou o coordenador da COE do Bradesco.

Fonte: Contraf-CUT

assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), na noite de quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, eleva a pressão sobre o trabalho do interventor federal no estado, o general Walter Souza Braga Netto. Com apelos por investigação e um esclarecimento rápido, o crime, que ocorre em plena intervenção, é um teste sobre a capacidade dos militares de fazerem funcionar as instituições policiais fluminenses.

Marielle foi morta por volta das 21h30, na região central do Rio. Nove tiros foram disparados de um carro que, segundo os primeiros relatos, emparelhou com o veículo onde estava a vereadora. Quatro tiros acertaram a cabeça de Marielle e outros três, o corpo de Anderson Pedro Gomes, motorista, que também morreu.

Os criminosos não levaram nada das vítimas e, de acordo com a polícia do Rio, sabiam o local exato em que a vereadora se encontrava no veículo. Todos esses aspectos são indícios de uma execução.

"Não há dúvidas de que esse crime mostra que o circuito da violência no Rio de Janeiro está convicto de sua impunidade”, diz Ignácio Cano, coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. "Eles acreditam que haverá impunidade mesmo assassinando uma pessoa de tanta visibilidade como a Marielle."

Feminista e ativista do movimento negro, Marielle se destacava também por ser uma crítica da violência policial no Rio. Ela entrou para a política após uma "bala perdida” em confronto entre traficantes e policiais matar uma amiga em 2005, no Complexo da Maré, onde nasceu. A militância na área a levou ao cargo de relatora da Comissão de Observação da intervenção federal na Câmara dos Vereadores. Ela nem teve tempo de iniciar seu trabalho.

"Espero que o interventor tenha muito interesse em resolver o caso, pois esse crime joga uma sombra sobre o momento que estamos vivendo”, avalia Cano. Para ele, a investigação deve ser "rápida” e "profunda”.

Opinião semelhante tem Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch para o Brasil. Ela classifica o assassinato de Marielle como uma "tragédia para todo o movimento de direitos humanos” no país.

"Estamos diante de um teste para o modelo de policiamento que o Brasil escolheu”, diz, em referência à intervenção decretada pelo presidente Michel Temer e apoiada por cerca de 70% da população, segundo pesquisas recentes. "É o momento de o interventor, que é um interventor militar, mostrar seu comprometimento no que diz respeito ao combate à impunidade.”

Para ela, o general Braga Netto, e o secretário de Segurança Pública do Rio, o general Richard Nunes, nomeado por ele, têm a obrigação de promover uma investigação "rápida, transparente e que leve à responsabilização” dos criminosos.

"As autoridades precisam garantir que os responsáveis pela investigação, seja a Polícia Civil, ou eventualmente a Polícia Federal, tenham recursos disponíveis e possam conduzir a apuração de forma independente, para que a sociedade tenha uma resposta”, diz.

Recado

A ONU no Brasil manifestou consternação com o assassinato da ativista dos direitos humanos e disse esperar rigor na investigação do caso e uma breve elucidação, com responsabilização pela autoria do crime. A Anistia Internacional também pediu uma investigação imediata e rigorosa do assassinato. 

Ocupante de um gabinete vizinho ao de Marielle Franco, o vereador Tarcísio Motta, também do PSOL, diz que o Rio, e o Brasil, estão diante de um "atentado político”. "É uma execução pelo trabalho que ela fazia, é um atentado à democracia”, afirma ele. Motta diz que seu partido não teve notícias de ameaças a Marielle, mas compara seu assassinato ao de outros líderes ativistas na história recente do Brasil, como o ambientalista Chico Mendes, executado em 1988, e a religiosa Dorothy Stang, morta em 2005. "Sua morte é para mandar um recado”, diz.

Motta afirma que o assassinato da relatora da comissão de observação da intervenção deveria fomentar um debate a respeito da forma como se combate a violência no Brasil. "Precisamos repensar como tratamos a segurança pública. Não dá mais para enxugar gelo e derramar sangue”.

Segundo o vereador, o PSOL está em contato com o secretário Richard Nunes. "Esperamos da intervenção, assim como de todos os agentes públicos do Rio de Janeiro, que deem todo apoio a uma investigação rigorosa, para que a Polícia Civil possa responsabilizar os criminosos e, principalmente, os mandantes”, diz.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que "a morte da vereadora não afeta a intervenção federal no Rio". Em notas, no entanto, os generais Braga Netto e Richard Nunes destacaram a preocupação com o caso. O primeiro, interventor federal, afirmou que acompanha o caso "em contato permanente” com Nunes. O secretário de segurança, por sua vez, informou que determinou ampla investigação ao chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.

O Planalto vai acompanhar as investigações. O recém-criado Ministério de Segurança Pública colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar na investigação. O ministro Raul Jungmann já acionou a PF e irá ao Rio junto com o diretor do órgão, Rogério Galloro.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) participou, nesta quinta-feira (15), da 23ª Reunião do Conselho Diretivo da Uni Américas, em Montevidéu, no Uruguai, para analisar a atual situação política e econômica do continente americano. O debate contou com a participação de Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, representante do Brasil; Rocio Saéz, dos Estados Unidos e Rubem Cortina, da Argentina.

Ao comentar sobre a conjuntura política socioeconômica brasileira, o presidente da Contraf-CUT afirmou que o país passa por um retrocesso após ter sofrido o golpe articulado pelas elites brasileiras. “Está reconhecido que em 2016 aconteceu um golpe midiático econômico político e judicial articulado pelas elites brasileiras e outros interesses externos. Isso representou um revés na percepção de que o Brasil caminhava para a consolidação da democracia. Ficou claro que as classes dominantes abandonaram as regras do jogo porque seu programa neoliberal não se mostrou capaz de ganhar quatro eleições sucessivas.”

De acordo com Roberto, foi construído o caminho do impeachment ilegal, que mostrou como as instituições deliberadamente não só não cumpriram seu papel protetivo da ordem constitucional e da democracia, ao contrário, participaram do golpe. “Um golpe “limpo” sem forças armadas e sem tanques nas ruas. Mas não foi um golpe isolado. Coincidiu com a retomada mundial da direita e revelou que a estrutura política da democracia liberal é frágil”, explicou. 

As consequências dessa estratégia podem ser sentidas com o bloqueio do progresso social, o aumento das desigualdades e com o fim da democracia. “O Executivo pode ser usurpado, o Legislativo pode ser comprado, o Judiciário pode ser partidarizado e a mídia pode ser manipulada para construir uma “aparência de normalidade” enquanto o golpe se estabelece”. 

Roberto lembrou as mobilizações realizadas em 2013, quando a mídia hegemônica mudou as reivindicações das ruas, colocou no centro o clamor pela moralização do Estado e atribuiu a corrupção à presidenta Dilma, sem provas. “Passou despercebido às pessoas porque a mídia hegemônica cobriu ao vivo, amplificou e significou as grandes manifestações que seguiram. Poucos se perguntaram quem financiou as entidades, sites e blogs estruturados, com conteúdos bem diagramados e com postagens pagas. Poucos se perguntaram porque os patos amarelos moravam e eram alimentados na frente da Fiesp na avenida Paulista. Estas redes sociais da direita disseminaram o ódio como ferramenta política a serviço do golpe. ”

Nesse período, a base social nas ruas foi formada predominantemente por pessoas brancas, com dinheiro, com formação escolar elevada, com idade acima de 30 anos, conservadores, intolerantes, simpáticos à intervenção militar - a classe média - movidos pelo desejo do fim da corrupção no Estado e pelo medo do comunismo. 

A massa foi às ruas e pressionou o Congresso a executar o golpe e a colocar no lugar Temer, o inexpressivo vice de Dilma.  O Congresso aproveitou este cheque em branco e iniciou as reformas que os patrocinadores do golpe determinavam: o congelamento das despesas do Orçamento, a terceirização, a reforma trabalhista, as privatizações. A reforma da Previdência, mais complexa e com mais resistência social ficou para após as eleições.

O presidente da Contraf-CUT chama a atenção para o protagonismo do poder judiciário neste processo. “A justiça foi espetacularizada, os agentes foram alçados à posição de heróis populares e de intérpretes das leis - hoje no Brasil a lei diz o que o juiz diz que a lei diz. Quem perdeu até agora com este golpe? Os trabalhadores e os pobres! Cresceu um sentimento de abandono e desalento.

A direita unida desarticulou os espaços de organização e resistência dos trabalhadores: criminalizou movimentos sociais, atacou a representatividade e o financiamento sindical, reprimiu o movimento estudantil e esvaziou até a Comissão da Verdade.”

Eleições 2018

De acordo com Roberto von der Osten, as contradições do ano eleitoral estão aflorando. “As esquerdas não unificaram-se em uma candidatura de unidade e assumiram táticas muito diferentes. E os movimentos sindical e sociais estão refletindo seus caminhos no Fórum Social Mundial e nos planejamentos internos. Alguns fatos recentes alteraram a conjuntura e trazem mais apreensões. Vivemos uma conjuntura instável onde a resistência e a unidade são fundamentais.  Nada deve nos desviar deste caminho”, finalizou.

Fonte: Contraf-CUT

Terminada a apuração dos votos na noite desta quinta feira, dia 15/03, com enorme participação de bancárias e bancários, foi eleita com 99% dos votos válidos, a Chapa 1 – Unidade na Luta, que dará continuidade ao trabalho vitorioso dos últimos anos.
A chapa terá como missão o enfrentamento com as reformas do governo Temer, que visam destruir os direitos dos trabalhadores e as suas organizações sindicais.
São inúmeros os desafios que a nova diretoria terá pela frente: não permitir a privatização da Caixa Econômica Federal , assim como não permitir a privatização do Banco do Brasil. Também o desafio de continuar a luta pela preservação dos empregos nos bancos privados, procurando corrigir injustiças, reintegrando bancários através de nosso departamento jurídico e cancelando demissões de bancários portadores de doenças ocupacionais.
A chapa irá defender a democracia e o estado de direito no Brasil.
A chapa irá lutar pela manutenção da convenção coletiva dos Bancários e todos os seus benefícios.
A chapa irá lutar pela unidade da classe trabalhadora e em especial os bancários.
E, por fim, a chapa eleita nesse momento, convida todos os bancários e bancárias pra se unirem e, assim, seguir garantindo as conquistas que a categoria tanto lutou ao longo dos anos.

Números da eleição:

Total de votos - 1.112

Votos válidos (Chapa1) -1.035

Votos nulos/brancos/inválidos - 77