Os bancários ficaram apreensivos após o Bradesco anunciar o fechamento 200 agencias em todo o país. O maior medo é com a possibilidade de perda de emprego.
Imediatamente após a notícia, o movimento sindical procurou o banco para tratar do assunto.
“Nos reunimos com o departamento de Relações Sindicais do Bradesco que nos informou que se trata de um estudo, uma vez que, com a aquisição do HSBC, passaram a coexistir duas, e até três agências muito próximas. O banco também disse que não tem a intenção de demitir funcionários, mas realocá-los em agências próximas que estão com déficit de pessoal, disse Sandra Regina, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que é funcionária do Bradesco.
O banco também afirmou que o “banco digital” não vai substituir as agências físicas, visto que grande parte da população prefere o atendimento pessoal dos bancários.
Aumento das receitas
Outro motivo de preocupação do movimento sindical é com o aumento do assédio moral por meio das práticas de cobrança de metas. O banco pretende aumentar a receita com a venda de produtos aos clientes. Atualmente, a média de produtos adquiridos por clientes é de 1,6. A meta é chegar à média de 2 produtos por cliente.
O banco alega que tem um departamento que faz um estudo para determinar metas possíveis de serem alcançadas, sem abusos. Disse ainda que, se houver excessos na cobrança de metas é devido à má postura de gestores. “Vamos acompanhar todo o processo, desde o estudo até a implantação do projeto. Se houver excesso nas cobranças, demissões, ameaças vamos denunciar e tomaremos as medidas cabíveis”, ressaltou a dirigente.
Reunião da COE
Na próxima terça-feira (20), o Comando Nacional dos Bancários se reunirá na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Um dos pontos de pauta são as Conferências Nacionais dos Bancos Privados, entre elas a do Bradesco. “Convocaremos uma reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco logo após a reunião do Comando Nacional para, entre outros pontos, tratarmos sobre este estudo do Bradesco”, disse Gheorge Vitti, coordenador da COE do Bradesco.
Para Gheorge, este é apenas um dos desafios a ser enfrentado pela categoria neste ano. “O banco está passando por uma troca de comando e certamente haverá mudança, mas nosso debate precisa ser muito mais amplo. Vivemos um momento de forte ataque aos direitos dos trabalhadores. Além disso, neste ano acontecerão eleições gerais. Tudo isso afeta a vida do trabalhador e temos que estar muito organizados para enfrentarmos esse momento da melhor forma possível e avançarmos o máximo possível”, observou o coordenador da COE do Bradesco.