Maio 04, 2025
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Diante da injusta decisão tomada pelo STF nesta quarta-feira, os democratas devem, antes de tudo, manter uma postura serena, prudente, objetiva.

Não é o momento para arroubos. A situação é perigosa. O Brasil se tornou um regime extremamente autoritário e violento. A polícia mata. O exército mata. Não há investigação de crimes cometidos por policiais.

O Ministério Público inventa acusações. O Judiciário condena sem provas. O elo que amalgama todo o movimento, conferindo-lhe unidade e coerência, é uma grande mídia sem compromisso com valores democráticos.

O campo popular nunca viveu uma situação tão vulnerável. Pessoas de esquerda estão sendo perseguidas em todo país: demitidas, vigiadas, agredidas.

Uma vereadora socialista foi executada no Rio, cinco jovens foram mortos em Maricá, o governo entrega nossas riquezas, desmantela centros de pesquisa, campos universitários, fecha hospitais, bloqueia recursos financeiros devidos aos estados, e Luis Roberto Barroso comemora tudo isso como um movimento de "refundação da república".

O governo não foi eleito e não demonstra preocupação alguma com a segurança da população. Não me refiro apenas à segurança em relação à criminalidade. Falo de segurança alimentar, jurídica, constitucional. Segurança de que haverá saúde e educação públicas para o povo. De que haverá empregos.

Não há mais segurança de nada.

Rodrigo Maia declarou, há alguns meses, que a agenda do congresso é a mesma do "mercado". O que é parecido, aliás, ao que Rodrigo Janot, então procurador-geral da república, havia dito sobre a Lava Jato, quando estava em Davos: que ela é "pró-mercado".

O comandante do exército lança ameaças veladas – e sinistras – contra o STF e o governo reage com muxoxos tímidos. A única reação às mensagens do general veio do decano do STF, Celso de Mello, durante a leitura de seu voto no debate sobre o habeas corpus de Lula.

O Valor, jornal econômico da Globo, estampou hoje, na capa, que "Lucro cresce 49% no quarto trimestre". A reportagem é uma mistificação, porque olha apenas a situação de grandes empresas de capital aberto, as quais, mesmo não sendo financeiras, se beneficiam do aumento do capital especulativo nas bolsas.

Na economia real, temos um quadro de desemprego, precarização do mercado de trabalho e queda brutal do nível de investimentos.

Esses dois números comparados, o aumento no lucro de algumas empresas de capital aberto e o aumento do desemprego, revelam uma coisa: o Brasil está vivendo um momento de acelerada e brutal reconcentração da renda – que já é a maior do mundo.

Segundo o Banco Central, os investimentos estrangeiros diretos no país caíram de 16,7 bilhões de dólares nos dois primeiros meses de janeiro de 2017, para 11,2 bilhões em igual período deste ano, queda de 33%.

Os desembolsos do BNDES este ano estão sofrendo redução brutal: nos dois primeiros meses deste ano, ficaram numa média mensal de 5,5 bilhões de reais, 85% a menos que a média mensal de 2017, que foi de mais de 36 bilhões de reais.

Os números do comércio exterior revelam, por sua vez, que o Brasil continua aumentando fortemente suas importações de derivados de petróleo. A importação de combustíveis e lubrificantes totalizou 5,6 bilhões de dólares no acumulado dos três primeiros meses do ano, aumento de 45% sobre igual período de 2017.

Nos últimos 12 meses até fevereiro, a importação de óleo diesel totalizou US$ 6 bilhões, dos quais quase 80% vieram dos Estados Unidos.

Ou seja, mesmo tendo descoberto o pré-sal, o Brasil volta a ter déficits na balança comercial do petróleo (ou a não ter o superávit que poderíamos alcançar): exportamos 3,22 bilhões de dólares em jan/fev em petróleo bruto,  mas importamos, no mesmo período, quase 4 bilhões de dólares em derivados do petróleo (óleo diesel, gasolina, propano, nafta, gás natural).

Sobre o desemprego, já falei em post anterior. As vagas que vem sendo geradas estão em setores precarizados e vulneráveis. Os empregos no setor privado, com carteira assinada, continuam caindo. Uma quantidade monstruosa de pessoas tem escolhido trabalhar por "conta própria", ou em trabalhos informais, auferindo uma renda muito inferior àquela obtida por meio do emprego com carteira assinada.

A dívida pública está aumentando com uma velocidade alarmante: a dívida líquida do governo geral (que inclui tudo: federal, estatais, estados e municípios) saiu de 47,8% em 2016, para 53,9% em fevereiro de 2018. A dívida bruta do governo geral pulou de 70% em dezembro de 2016, para 75% em fevereiro último.

O Rio de Janeiro vive uma situação fiscal dramática, sem paralelo no país. A Lava Jato conseguiu fazer um estrago terrível nas finanças estaduais: a dívida líquida do estado já está em 170% de sua receita corrente líquida. São Paulo é o segundo estado com mais problemas neste sentido, com uma dívida correspondendo a 105% da receita corrente líquida do estado. Mas São Paulo tem um agronegócio e uma indústria fortes. Com o fim da indústria naval, a suspensão da Comperj, a paralisação do projeto do Submarino, o Rio não tem mais nada.

Em meio a essa conjuntura, o partido do Judiciário nega habeas corpus a Lula, após um processo irregular, no qual o presidente é condenado sem provas em duas instâncias.

O que fazer?

Essa pergunta, a gente tentará respondê-la amanhã.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Quando a gente falava que era importante conhecer o passado para não repetir as atrocidades da ditadura militar, não era pura retórica. Lamentavelmente, nunca foi algo tão atual. 

Comparar ontem e hoje passa por muitas frentes. São incontáveis as analogias. E maiores, conforme avança o novo golpe. Uma das mais importantes é denunciar as permanências da violência de Estado, que segue lastimando corpos, sobretudo corpos negros – desde sempre. Mas vai além. É preciso também compreender de que forma as estruturas autoritárias se arrastam, sorrateiras, até o bote fatal. Caminham lentamente, estrategicamente, forjando legalidade e conquistando a opinião pública até a maioria achar que é normal.

Assim foi no Holocausto, com a poderosa propaganda nazista que cegou a tantos. Ou com o Apartheid, que convenceu que direitos eram só para alguns. E com a escravidão, que igualou pessoas a coisas e imprimiu em sua pele marcas da submissão. Não foi diferente com o regime militar, que prometeu, não por coincidência, instalar-se "para limpar o país da corrupção até a ordem se restabelecer". Ali ficaram por 21 sangrentos anos, com 70 mil torturados e milhares de mortos e desaparecidos políticos, incluindo tribos inteiras, camponeses, jovens vítimas dos grupos de extermínio.

Há tempos dizemos vivenciar um golpe, mas de fato não paramos para enfrentá-lo como tal. Então ele ganha nuances sofisticadas – ou, no nosso caso, mais perversas mesmo – de toda forma, cada vez menos controláveis. Uma sucessão de golpes dentro do golpe a nos nocautear. 

Hoje, quem tem olhos e ouvidos atentos sabe que tomamos mais uma entrada de direita no maxilar. Sem nem nos recuperarmos do ataque a Marielle – assim como a Edson Luís, há exatos 50 anos - assistimos chocados o cerco se fechar. A declaração do comandante das forças é clara, ecoada com entusiasmo em cadeia nacional. Uma chantagem entoada na cara dura, ovacionada pelos barões oligárquicos, na frieza de quem calcula cada movimento que faz.

E aquela cena, que parecia tão inverossímil pra alguns lá atrás, insiste em se anunciar. Cada vez mais nítida, escrachada, incontornável. A suspensão das eleições soaria absolutamente absurda, não fosse a meticulosa propaganda servida fresca nas casas brasileiras a cada jantar.

Um golpe, para ser certeiro, nunca se faz de uma só vez nem por uma única mão. Estão ali, há muito entrelaçadas, as da grande mídia, do legislativo, do judiciário e, agora, mais recentemente, também as desse executivo ilegítimo que se agarra a qualquer possibilidade de permanência, para passar reformas impensáveis, inelegíveis, custe o que custar. 

Certamente, vão fazer parecer que vai tudo muito bem, obrigada. A bolsa bombando, a economia se recuperando lindamente, os jornais aclamando uma prisão completamente inconstitucional. Até a Copa é bem capaz de a gente ganhar – não seria ideia nova. Só que antes de melhorar mesmo, ainda tem muito o que piorar. Não está tudo bem, como não estava 54 anos atrás. Como, na verdade, nunca esteve de fato nesse tempo todo em que recusamos a olhar pro que restou de lá.

acordo está claro. Os dados foram lançados. Escolham seus lados, não há o que esperar. Só não vê quem não olhou o suficiente para trás.

por Carla Borges publicado 04/04/2018, Rede Brasil Atual

Os trabalhadores de empresas financeiras de todo o país realizam nos dias 3 e 4 de maio a 3ª Conferência Nacional da categoria, em preparação à campanha salarial da categoria. Durante a conferência, os financiários atualizarão a minuta de reivindicações a ser entregue à Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi) no dia 15 ou 16 de maio. As atividades serão realizadas na sede do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região (rua São Bento, 413, Centro, São Paulo – SP).

“Vivemos uma conjuntura de intenso ataque aos direitos dos trabalhadores, com uma legislação que coloca em risco diversas conquistas clausuladas na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Vamos lutar pela manutenção dos direitos conquistados e clausulados”, disse Jair Alves diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da mesa de negociações com a Fenacrefi.

Para subsidiar o debate, economistas e técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentarão dados sobre o emprego no ramo financeiro, a distribuição das financeiras pelo país, além de informações sobre o impacto da nova Lei Trabalhista (13.467/2017) sobre a CCT da categoria.

“Mais do que nunca, os financiários precisam ter uma visão dos impactos que a reforma trabalhista pode lhes causar. É preciso unificar a categoria nacionalmente para enfrentar os ataques. Precisamos nos organizar, com a união de todos sindicatos e federações, e estarmos presentes em todas as financeiras do Brasil. Somente desta maneira, somando forças, conseguiremos fazer a luta em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores”, destacou Jair Alves.

O diretor da Contraf-CUT recordou que os bancários, conquistaram diversos direitos depois que se uniram nacionalmente. “A categoria se fortaleceu e ampliou sua legitimidade, respeito e representação nas mesas de negociações com os bancos. Queremos seguir este exemplo na organização dos financiários”, disse o dirigente sindical.

Fonte: Contraf-CUT

A Anistia Internacional divulgou uma nota de repúdio às declaração do comandante do Exército, o general Villas Boas. Para a organização, a fala do militar é uma "afronta à independência dos poderes", além de sinalizar uma ameaça ao estado democrático.

A Anistia lembra que já havia manifestado sua preocupação com o uso das Forças Armadas como política de segurança pública. Ela lembra que a impunidade aos militares, que cometeram crimes durante a ditadura civil-militar, estimula a violência dos agentes do estado nos tempos atuais.

Além disso, a organização diz que Villas Boas foi contraditório ao se dizer "contra a impunidade", já que defendeu a não instauração de uma nova Comissão da Verdade durante a intervenção no Rio, que possivelmente investigaria os crimes cometidos pelo Exército.

Na véspera de julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta, o general faz declaração nas redes sociais que repudia "a impunidade". Ele disse também que o Exército está ainda "atento às suas missões institucionais", sem detalhar a expressão. 

Leia o texto na íntegra:

A Anistia Internacional vem a público manifestar seu repúdio às declarações do Comandante do Exército General Villas Boas. As declarações do General são uma grave afronta à independência dos poderes, ao devido processo legal, uma ameaça ao estado democrático de direito e sinalizam um desvio do papel das Forças Armadas no Brasil.

A Anistia Internacional já havia manifestado sua preocupação com o crescente uso das Forças Armadas como política de segurança pública. O avanço do militarismo através das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e, mais recentemente, com a intervenção federal no Rio de Janeiro são uma ameaça crescente ao estado democrático de direito.

Esse contexto foi agravado diante de declarações das Forças Armadas de que precisavam de garantias legais para atuarem em ações de segurança pública sem que fossem julgados em tribunais civis por ilegalidades ou abusos cometidos. Ainda, a aprovação e sanção da Lei 13.491/2017, que entrou em vigor dia 16 de outubro de 2017, transferiu para a justiça militar os crimes cometidos por militares contra civis em operações de GLO. Esse foi já um passo assegurado pelos militares para garantir impunidade por crimes que possivelmente já tinham a intenção de cometer.

Não obstante a aprovação da Lei 13.491/2017, o General Villas Boas afirmou ainda que os militares precisavam de garantias de que não haveria uma nova "comissão da verdade" no futuro. Tal afirmação revela novamente a predisposição das Forças Armadas a alimentar o ciclo de impunidade, já que possíveis graves violações de direitos humanos ficariam sem julgamento.

Cabe lembrar ainda que a impunidade dos graves crimes e violações de direitos cometidos pelas forças armadas é uma das feridas abertas na histórias recente brasileira. O Brasil nunca julgou ou responsabilizou os militares e agentes do estado que cometeram execuções, desaparecimentos forçados, tortura, estupros, e todo tipo de violações durante o regime militar.

A impunidade dos crimes cometidos pelos militares e agentes do estado no passado alimenta e estimula a violência dos agentes do estado e militares no presente.

Este é um momento crucial na história do país. A Anistia Internacional se posiciona fortemente contra o militarismo, contra o desvio de função das Forças Armadas e abuso do uso da força, contra a impunidade das graves violações cometidas pelos agentes do estado. A sociedade brasileira precisa se posicionar a favor do estado democrático de direito, do devido processo legal e da garantia dos direitos humanos.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Tenho revisto as cenas da sequência do filme Cabaret (1972), dirigido por Bob Fosse, com Liza Minelli e grande elenco, conhecida como "Tomorrow belongs to me" (O amanhã pertence a mim), da qual ofereço em anexo uma tradução de minha lavra*, ao fim desse texto. 

Nela dois dos personagens, o inglês Brian Roberts (Michael York) e o aristocrata alemão Maximilian von Huene (Helmut Greim) vão a um "Bier Garten" (bar/café ao ar livre) próximo da casa de campo deste último, na Alemanha.

Ali se desenrola uma cena que começa idílica e se transforma em sinistra. A câmera foco o rosto bonito de um jovem louro, que entoa, com sua voz de tenor, quase de tenorino, uma canção que reúne alguns lugares comuns (expressão que não é necessariamente pejorativa) do romantismo germânico (embora composta por dois norte-americanos, John Kander e Fred Ebb). Ela fala de um veado que corre livre na floresta, do sol que aquece o prado, do bebê que adormece no berço, da tempestade de verão que se aproxima… reunindo tudo sob o refrão-título: "o amanhã pertence a mim", isto é, ao vigor da juventude. 

A câmera, descendo lentamente, revela que o jovem veste a camisa parda dos SA nazistas, com a braçadeira expondo a suástica. A canção idílica vai se transformando num hino belicoso, na medida em que quase toda a plateia, de todas as idades, canta com o jovem. Ao fim, os dois amigos se retiram, assustados, e Brian pergunta a Max: "você ainda acha que pode controla-los?", numa referência a crença deste de que os nazistas serviriam para neutralizar a esquerda e depois poderiam ser contidos pelas forças políticas dos conservadores tradicionais.

A cena serve muito bem para encararmos o que se passa no Brasil de hoje. Escrevo estas apressadas linhas às sete da manhã (hora de Brasília), meio dia em Berlim. Não sei qual será a decisão do STF sobre a prisão ou não do ex-presidente Lula. Mas sei que, seja ela qual for (prisão, liberdade, postergação) ela levará os golpistas remanescentes à histeria, seja ela festiva ou enfuriada.

Em primeiro lugar, porque eles já ficaram histéricos, com a decisão anterior do STF, dando uma espécie de "salvo-conduto" a Lula até hoje, 4 de abril. Esta decisão não estava no seu script. Em segundo lugar, porque ela veio se somar a uma série de problemas que eles enfrentam, embora de momento detenham a faca, o queijo e o tabuleiro político nas mãos. E os problemas vão se transformando em impasses.

O governo Temer está nas cordas e na lona. Desmoralizado e desmoralizando o Brasil no mundo inteiro, só tem a oferecer o espetáculo vexaminoso de sua luta pela própria sobrevivência em meio a um mar de denúncias e de fracassos até mesmo em relação ao vergonhoso programa de retrocesso político, social, econômico, cultural e educacional, além de na previdência e na saúde, que vem se esforçando por impor ao país.

Os golpistas estão esfrangalhados, embora ainda os una o empenho em retirar Lula da eleição e as esquerdas da cena política. Seu poder de mobilização das parcelas reacionárias das classes médias arrefeceu, embora continuem as campanhas virulentas na mídia e nos espaços virtuais.

Atesta este impasse o fracasso das manifestações pela prisão de Lula convocadas para ontem (3), em todo o país - até com o auxílio de empresas - que se limitaram a reunir uns poucos gatos pingados de norte a sul, de leste a oeste. Gatos pingados, porém perigosos. O seu jogo está se tornando cada vez mais violento, açulados pela aura de impunidade que os protege.

O que se viu nos últimos dias mostra bem a agitação deflagrada nas suas hostes tanto pelo sucesso das caravanas de Lula e a formação de uma frente (ainda limitada às esquerdas) anti-fascista quanto pela decisão (para eles inesperada) do STF.

O que foram pedradas e chicotadas contra a caravana se transformaram em tiros contra os ônibus, com as autoridades do Paraná fazendo vista-grossa e políticos que querem aparecer como moderados condenando as vítimas pelo incidente.

Pipocaram editoriais na mídia golpista pedindo a prisão do ex-presidente. Pedindo? Ordenando. Multiplicaram-se as vozes dos economistas de vitrine pregando que o esfrangalhamento da economia do país, seu retalho entre multinacionais, o dramático desemprego, a precarização do trabalho que corrói o poder aquisitivo da população, o neo-crescimento da desigualdade, da miséria, do número de pedintes, incluindo crianças, o retorno do Brasil ao mapa da fome, tudo isso junto chama-se "recuperação" e "retorno à normalidade".

Sem falar na redução a pó de traque do prestígio brasileiro na cena internacional, que se mantinha de pé até o golpe de 2016. Para completar o conturbado quadro, vieram à tona declarações inoportunas (para os golpistas oportunas, válidas e inseridas no contexto) de próceres militares sobre combate à impunidade e falando em "missão institucional".

O maior problema enfrentado pelos golpistas é o de que o Brasil não cabe mais (e faz tempo) no tabuleiro de usas ideias anacrônicas, feitas de importações das piores quinquilharias do pensamento neo-liberal e norte-americano.

Portanto, para manter o tabuleiro e a tábua das suas ideias, tudo o que terão a oferecer será a sinistra combinação que se prefigura naquela canção do filme: um conluio de repressão violenta para manter "a ordem" e o suposto progresso, com a impunidade da baderna dos grupos para-militares, da sanha da nova "tigrada" corporativa, agora muitas vezes togada, aliada à propagação mais deslavada de "fake news" na mídia e no campo virtual. Como já mencionei, independentemente do resultado de hoje no STF. Até quando?

O diabo é o que e quanto teremos de pagar para ver.

 

A tradução livre da canção do filme:

 

Original: 

The sun in the meadow is summery warm

The stag in the forest runs free

But gather together to greet the storm

Tomorrow belongs to me

 

The branch of the linden is leafy and green

The Rhine gives its gold to the sea

But somewhere a glory waits unseen

Tomorrow belongs to me

 

The babe in the cradles is closing his eyes

The blossom embraces de bee

But soon says a whisper: "arise, arise"

Tomorrow belongs to me

 

O fatherland, o fatherland show us the sign

Your children have waited to see

The morning will come when the world is mine

Tomorrow belongs to me

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Tradução:

O veado na mata corre em liberdade

O sol do verão aquenta o prado enfim

Mas reúnam-se para saudar a tempestade

O amanhã pertence a mim

 

O ramo da tília é verde e frondoso

O Reno entrega seu ouro ao mar sem fim

Mas em algum lugar aguarda um futuro glorioso

O amanhã pertence a mim

 

A criança no berço os olhos fecha no acalanto

A flor abraça o besouro carmim

Mas logo um suspiro nos ergue em seu canto

O amanhã pertence a  mim

 

Ó pátria, ó pátria, nos dá o sinal

Que teus filhos aguardam, sim

A manhã nascerá em meu mundo afinal

O amanhã pertence a mim

 

FONTE: Rede Brasil Atual

O Supremo tem, agora, uma arma apontada contra os juízes: ou votam contra o HC de Lula e pela prisão em segunda instância, ou… ou o quê, general? Traem a pátria? Traem o interesse público? Contrariam suas convicções pessoais? Desagradam sua corporação?

Se o ministro Fachin tinha sido ameaçado, agora teria razões para denunciar a chantagem.

Vivemos uma sequência de ataques à democracia e à independência dos poderes.

Marielle e Anderson assassinados, a caravana de Lula agredida com tiros e impedida, pela violência, de seguir viagem, a mídia ensandecida porque a direita não encontra um candidato viável.

Querem o quê? Prender Lula? Se não bastar, pretendem o quê? Suspender as eleições ou neutralizá-la com o parlamentarismo tirado do bolso do colete nas vésperas do pleito?

O que muita gente boa parece não entender é que o impeachment, na atmosfera envenenada por um antipetismo patológico, abriu caminho para que saíssem do armário todos os espectros do fascismo. "Não sou petista: sou anti-antipetista."

O antipetismo é o ingrediente que faz as vezes do antissemitismo, na Alemanha nazista.

O antipetismo identifica O CULPADO de todas as perversões, o monstro a abater, o bode expiatório, a fonte do mal.

O antipetismo gerou o inimigo e gestou a guerra político-midiática para liquidá-lo, guerra que se estende, sob outras formas (mas até quando?), às favelas e periferias, promovendo o genocídio de jovens negros e pobres, e aniquilando a vida de tantos policiais, trabalhadores explorados e tratados com desprezo pelas instituições.

Há um fio de sangue que liga as palavras ameaçadoras do general, interferindo na autonomia do Supremo, na véspera do julgamento do habeas corpus de Lula, a agenda regressiva que cancela direitos, as balas contra a caravana de Lula e a execução de Marielle e Anderson.

Os autores não são os mesmos, e existem contradições entre eles, mas há uma linha de continuidade porque todas ocorrem no cenário de degradação institucional criado pelo antipetismo e nele se inspiram.

Ser contrário ao antipetismo, mesmo não sendo petista, é necessário para resistir ao avanço do fascismo.

Os que votaram pelo impeachment e, na mídia, incendiaram os corações contra Lula e o PT, sem qualquer pudor, não tendo mais como recuar, avançam ao encontro da ascensão fascista, que ajudam a alimentar, voluntária e involuntariamente.

Não podemos retardar a formação de ampla aliança progressista pela democracia, uma frente única antifascista.

*Luiz Eduardo Soares é antropólogo, cientista político e especialista em segurança pública 

Stephen Lerner é um estrategista do campo sindical norte-americano. Além de ter participado da fundação de diferentes entidades, Lerner ganhou notoriedade por atuar no Occupy Wall Streetmovimento que, em 2011, reivindicou igualdade econômica, e também pela campanha Justice for Janitors, algo como "justiça para os trabalhadores da limpeza", de meados da década de 1980 e alcançou maior dignidade para os trabalhadores do setor nos Estados Unidos e no Canadá. O caso foi detalhado pelo filme Pão e Rosas (2000), do aclamado diretor Ken Loach.

Em visita ao Brasil, Lerner participou de um debate no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região nesta terça-feira (3). Ao lado dele, a presidenta da entidade, Ivone Silva, o sindicalista italiano da UNI Finanças, Antônio Di Cristo, e a presidenta dessa entidade internacional, a brasileira Rita Berlofa. No centro dos debates, paralelos entre as conjunturas políticas de Brasil e Estados Unidos, além da luta sindical em um momento de avanço do capital internacional contra regulações no mundo do trabalho.

"A sensação é de que estamos em um fio de navalha. Ou vamos melhorar muito ou piorar muito, mas não ficaremos neste meio termo. Isso significa que o que nós fizermos vai ter uma grande diferença, mais do que em qualquer momento anterior de nossas vidas", disse Lerner, ao afirmar que os trabalhadores do setor bancário devem assumir um importante papel no cenário econômico mundial.

Para o sindicalista norte-americano, se o Estado não regulamenta o setor financeiro, os trabalhadores e sindicatos devem assumir o papel de pressionar os bancos para que eles não cometam "práticas perigosas". "Precisamos construir uma nova regulamentação para domar essa instituições". Para exemplificar o que considera práticas danosas oriundas da desregulação do capital financeiro, Lerner cita o caso de Porto Rico, estado anexo aos Estados Unidos que está à beira da falência.

"O Santander e outros bancos tiveram lucros extraordinários a partir de empréstimos predatórios em Porto Rico. Algo muito parecido com o que viveu a Grécia. Agora, Porto Rico foi à bancarrota com o adendo de um furacão. O que era uma crise financeira, se tornou uma crise humanitária", disse sobre a condição local. "Seis meses depois do furacão, centenas de milhares de pessoas ainda estão sem água e sem eletricidade. As casas das pessoas estão sem telhados", completou.

Em resposta à crise, o governo local, em parceria com o governo de Donald Trump e do setor financeiro, aplicam um capitalismo do desastre. "Em vez de consertar a economia, as casas, os telhados, estão aplicando um severo ajuste fiscal. As escolas estão sendo privatizadas, a eletricidade está sendo privatizada. Estão vendendo até os prédios do governo com grandes descontos. A solução deles é transformar Porto Rico em um paraíso fiscal para os ricos. É a primeira vez que vemos esse estilo de austeridade, comandado pelo Banco Mundial, implantado nos Estados Unidos", disse Lerner.

A nova importância dos sindicatos

Lerner explicou que os trabalhadores do setor financeiro nos Estados Unidos recebem baixo salários, "um pouco mais do que garçons", e possuem baixo prestígio na sociedade local. Isso pode ser explicado porque o setor não possui organização. "Um terço dos bancários do mundo estão nos Estados Unidos e 99,9% deles não são sindicalizados. As pessoas merecem uma remuneração decente e os trabalhadores não podem ser obrigados a vender produtos predatórios que trapaceiem clientes", disse.

Para o sindicalista, parece óbvio que, para desafiar o poder, é preciso ter o suporte de uma organização. Apenas a partir disso, o trabalhador poderá "perder o medo". A prevalência desse "medo", no entanto, pode influenciar na escalada do ódio em nível global.

"É impressionante, mas vemos em todo o mundo um tipo de nacionalismo etno racista. Em um momento semelhante, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, surgiram essas mesmas soluções", observou. "Com o colapso do neoliberalismo (evidenciado pela crise de 2008), vemos o surgimento desses movimentos da nova direita que oferecem essas 'respostas fáceis'. Em vez de dizer que as grandes empresas estão pilhando a economia, eles apontam para o medo, atacam estrangeiros. É estonteante, mas existem, nos Estados Unidos, passeatas de pessoas que se dizem abertamente nazistas."

Para enfrentar o problema, Lerner propõe uma autocrítica do modelo sindical no mundo. "Precisamos pensar que o movimento sindical não foi forte o suficiente para se impor ao declínio do neoliberalismo. O exemplo disso é que estamos na defensiva, e para nós a defensiva só nos garante uma morte mais lenta."

Então, a solução é engajamento, e os trabalhadores precisam ser convencidos disso. "Para criticar um banco, não precisamos apenas falar de como os trabalhadores ganham mal. Mas, em aliança com os movimentos sociais, temos que mostrar como os bancos prejudicam a todos. Tem bancos que financiam a indústria bélica e precisamos dizer isso, dizer que bancos investem em empresas que matam nossos filhos nas escolas. Nos Estados Unidos, tem bancos que cobram juros hipotecários maiores de negros do que de brancos. Então, temos que falar de gente sendo extorquida, tudo isso junto."

"É para a população que devemos mostrar. Eles devem perceber o real inimigo e não aceitar esse discurso fácil contra imigrantes. E o sindicato é o caminho para obter justiça em diversos aspectos da vida. Quando estreitamos a visão do sindicato, não atingimos a alma das pessoas. O sindicato não é só para ganhar mais, é para o imigrante poder ser documentado, não tomar mais porrada da polícia, para todos terem casas decentes. O benefício vai para além dos trabalhadores do sindicato, atingem toda a sociedade. A partir daí, as pessoas começam a superar seus medos", completou.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

O processo eleitoral do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro está em andamento. A votação começa na próxima terça-feira (10) e segue até sexta-feira (13).

Todos os bancários sindicalizados podem votar, inclusive aqueles que estão afastados para tratamento de saúde, os que foram demitidos nos últimos seis meses e os aposentados que eram sindicalizados no momento da aposentadoria. Basta apresentar um documento de identidade com foto. Urnas itinerantes percorrerão as agências durante os dias de votação. Haverá também uma urna fixa na sede do sindicato.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) apoia a CHAPA 1 – Unir, Resistir e Avançar, encabeçada pela bancária Adriana Nalesso, do Itaú, atual presidenta do sindicato.

“A Chapa 1 reúne trabalhadores de sete diferentes instituições financeiras. Isso permite uma excelente representação da categoria. Além disso, é a chapa que conta com o apoio da grande maioria dos sindicatos em todo país. Como a campanha dos bancários é nacional esse é um fato importante. Garante a unidade da categoria na luta por seus direitos”, disse Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.

Conheça os integrantes, as propostas e obtenha mais informações no site da Chapa 1.

Fonte: Contraf-CUT

O deficit cresceu em todos os planos da Funcef em 2017. De acordo com os resultados apresentados pela Fundação na última quarta-feira (28), mesmo com rentabilidade acima da meta, Novo Plano, REB e REG/Replan o deficit nos planos da Funcef se elevou em R$ 4,7 bilhões. Considerando anos anteriores e os valores incluídos nos planos de equacionamento, a Funcef apresenta um deficit acumulado de R$ 6,5 bilhões.

O valor não é maior porque, no final do ano, a diretoria executiva aprovou dois planos de equacionamento, nos quais foram contabilizados R$ 10,6 bilhões. Como explica a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, esse dinheiro deixou de ser contabilizado como deficit e será cobrado dos participantes em contribuições extraordinárias.

“Esses bilhões que seriam contabilizados como deficit, agora levam o nome de reserva a integralizar e serão descontados no contracheque dos participantes”, alerta a diretora da Fenae.

R$ 10,6 bilhões serão cobrados nos contracheques

No final do ano passado, a Funcef aprovou o primeiro plano de equacionamento do REG/Replan Não Saldado, abrangendo um montante de R$ 929,4 milhões e já com a quebra da paridade, ou seja, com os participantes desse plano assumindo 58% do deficit enquanto a Caixa acará somente com 42%.

No caso do Saldado, os outros dois planos de equacionamento já implementados contemplavam somente a parcela mínima do deficit permitida por lei. Com isso, a Funcef apostou na cobrança de contribuições extras menores referentes a 2014 e 2015 (2,78% e 7,86%, respectivamente) enquanto o desequilíbrio se acumulava. Também no final de 2017, pouco antes do término da atual gestão, a diretoria da fundação aprovou o terceiro plano de equacionamento do Saldado, referente a 2016, desta vez, contemplando todo o deficit e não mais o valor mínimo. Neste plano, foram incluídos R$ 9,7 bilhões, que geraram o novo desconto de 9,59% - previsto inicialmente par ser implementado em março - totalizando 20,23%.

Oportunidade perdida

A rentabilidade dos planos foi, em média, cerca de 5 p.p acima da meta atuarial, mas foi insuficiente para evitar o aumento do deficit. A elevada concentração de investimentos no segmento de renda fixa comprometeu a recuperação dos planos, que mantém nos títulos públicos R$ 6 de cada R$ 10 investidos. Com a Taxa Selic em queda, a renda fixa foi o segmento de mais baixo desempenho, inferior inclusive à rentabilidade do CredPlan. “A Funcef está ganhando mais cobrando juros dos participantes do que com títulos públicos”, observa Fabiana.

Enquanto isso, os investimentos estruturados e a renda variável tiveram as maiores rentabilidades. No Novo Plano, por exemplo, cerca de 70% dos ativos estão em renda fixa, enquanto 20% dos investimentos estão na renda variável e apenas 2,7% estão nos estruturados, como os chamados Fundos de Investimento em Participações, os FIPs. No entanto, os estruturados apresentaram a maior rentabilidade de todas (36,53%), enquanto a renda variável obteve 21,19% e a renda fixa apenas 9,62%.

“Os fundos que souberam aguardar o bom momento da bolsa de valores, estão colhendo os frutos em seus resultados”, avalia a diretora da Fenae. Fabiana cita o exemplo da Previ, fundo de pensão do pessoal do Banco do Brasil, que manteve suas posições em renda variável e pegou o embalo do mercado de ações em 2017. No acumulado de janeiro a outubro, o índice Bovespa foi equivalente a 15 vezes a inflação (INPC).

Reclassificação do contencioso

Outra medida aplicada pela Funcef no último mês de 2017 foi a reclassificação contábil do contencioso. Até novembro, o provisionamento feito nos planos de benefícios para cobrir o passivo trabalhista originado pela Caixa era de R$ 2,4 bilhões. O balanço anual, porém, fechou com uma redução de mais de R$ 1 bilhão na provisão para as chamadas ações de perda provável, aquelas cuja contabilização é obrigatória. Com isso, o novo provisionamento está em R$ 1,4 bilhão.

“A reclassificação contábil foi usada pela diretoria para reduzir o deficit a registrado no balanço. Se essas ações reclassificadas forem executadas lá na frente, as perdas virão e carregarão o deficit de qualquer maneira”, comenta Fabiana.

Fonte: Fenae

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