Maio 04, 2025
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O Comando Nacional dos Bancários se reuniu, na sede da Contraf-CUT, na tarde desta quinta-feira (26) para discutir estratégias da Campanha Nacional dos Bancários 2018. A defesa da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) foi o tópico principal do debate.

De acordo com a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional, Juvandia Moreira, é preciso defender a renovação do acordo coletivo e para isso a unidade é fundamental. “Precisamos considerar a conjuntura. Estamos num cenário difícil e temos que discutir como nos organizar e fazer a articulação para sairmos vitoriosos. É necessário defender a CCT, fazer campanhas, mostrar a história e conscientizar a população que tudo o que conquistamos é resultado de luta. É muito importante permanecermos unidos e reforçar a mobilização contra a efetivação da Reforma Trabalhista”, afirmou.

A implementação da Reforma Trabalhista liberou as instituições bancárias para realizarem a demissão em massa. Prova disso, foi a abertura de Programas de Demissão Voluntaria (PDV) pela Caixa, pelo Banco do Brasil e Bradesco.  “Os bancos estão reduzindo o número de funcionários e pressionando cada vez mais os trabalhadores, desrespeitado a Convenção Coletiva. Por isso é muito importante fortalecermos o nosso diálogo com a base, fazer a consulta, conscientizar sobre o golpe contra os trabalhadores e a retirada dos direitos”, explicou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Ivone Silva.

Mídia da Campanha Nacional dos Bancários 2018

A secretaria de Comunicação da Contraf-CUT apresentou uma proposta de mídia para a Campanha Nacional dos Bancários 2018 e o Comando Nacional irá avaliar na próxima reunião.

Fonte: Contraf-CUT

O número de acordos e convenções trabalhistas entre empresários e trabalhadores caiu entre 2017 e 2018. Entre fevereiro de 2017 e igual mês deste ano, os acordos coletivos entre um único sindicato e uma empresa caíram 24%. Já o número de convenções coletivas que envolvem sindicatos de trabalhadores e patronais teve redução de 44%.

Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), baseados em informações do Ministério do Trabalho. Para economistas, os trabalhadores rejeitam propostas que trazem redução de direitos impostos pela reforma trabalhista do governo Temer.

"Os empregadores apresentam as pautas propondo a introdução de mecanismos novos para flexibilizar ou alterar a forma de contrato, mas os sindicatos não querem aceitar esse tipo de mudança que prejudica os trabalhadores. Isso tem dificultado mais as negociações coletivas e passam a ter processos de negociação mais longos", afirma o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, ao repórter Leandro Chaves, da TVT.

A contrapartida fica por conta da inflação, para quem está empregado a situação é mais favorável e quase 90% das negociações no primeiro trimestre tiveram ganhos acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que foi de 1,9%. Os quase 800 reajustes fechados no período tiveram ganho real de 0,9%.

Para o Dieese. os números passam uma falsa sensação de ganho. “Uma inflação menor para quem tem salário significa que o salário teve uma menor perda. O que é importante também observar é que essa inflação extremamente baixa para o padrão brasileiro é decorrente de uma grave crise, que gera mais de 13 milhões de desempregados e outro contingente de pessoas subocupadas. Empregadores repõem a inflação, até dão algum tipo de ganho real, mas continuam pressionando para que a convenção aceite uma redução de direitos", diz Clemente.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Sem planejamento e nem modelo de política de segurança, sem metas a serem atingidas e sem transparência nos gastos, os resultados da intervenção federal no Rio de Janeiro, nos últimos dois meses, não são nada animadores. Os índices de violência não só não caíram, como os números de casos de tiroteios vem subindo, assim como também aumentaram os casos de chacinas. É o que aponta o primeiro relatório do Observatório da Intervenção, chamado À Deriva: Sem programa, sem resultado, sem rumo, divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESeC/Ucam). 

Em parceria com o DefeZap, Fogo Cruzado e OTT-RJ (aplicativos que fazem o mapeamento dos incidentes de violência), e também a partir da pesquisa em jornais impressos e online, e em mais de 200 páginas e perfis de redes sociais, o Observatório monitorou 70 operações, realizadas pelas forças de segurança entre 16 de fevereiro e 16 de abril, que empregaram mais de 40 mil homens, deixaram 25 mortos e apreenderam 140 armas, sendo 42 fuzis. 

Nesse mesmo período, foram registrados 1.502 tiroteios em todo o estado do Rio. Nos dois meses anteriores à intervenção, foram 1.299. Nesses dois meses, 52 pessoas foram mortas em 12 chacinas, algumas delas cometidas pelos próprios policiais. No mesmo período, em 2017, foram seis casos com múltiplas vítimas, que somaram 27 mortos.

Uma das chacinas fez oito mortos na favela da Rocinha, na madrugada de 24 de março. O caso, cometido por policiais do Batalhão de Choque, ocorreu dois dias após a morte de um PM na comunidade. "Aparentemente foi uma operação autorizada, não só pelo comando da PM, mas pelo comando da intervenção", afirma a coordenadora do Observatório da Intervenção, Silvia Ramos.

Para além dessas operações, o Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio diz que, nos meses de fevereiro e março, o estado registrou 940 homicídios. Desses, 209 foram cometidos pelas forças policiais, que também registraram 19 baixas na tropa.

Novos problemas

Frente a todos esses dados, Silvia, que também é cientista social, diz que a intervenção "não veio solucionar os problemas existentes e criou novos", como, por exemplo, o impacto da interferência dos militares na cena política – ilustrado pelo tuíte do comandante do Exército para pressionar votação no STF – e do reforço ao discurso de que os problemas de segurança se resolvem com estratégias de guerra. 

Durante a apresentação do relatório, Silvia ressaltou que a intervenção foi motivada muito mais por questões políticas, do que propriamente de segurança. "No carnaval, o que aconteceu foi que o governo federal não ia conseguir aprovar a reforma da Previdência. Por uma questão política, resolveu fazer esse decreto que tem muito mais a ver com a agenda do Planalto que com a realidade do Rio de Janeiro."

Passados dois meses, todos os indicadores de crimes contra a vida e o patrimônio se mantiveram nos patamares alarmantes do carnaval, segundo dados do relatório. Ela diz que o estado do Rio de Janeiro já experimentou momentos mais agudos de criminalidade, como no fim dos anos 1990 e em 2002, quando as taxas de homicídio eram muito maiores do que as atuais, com maior número de conflitos entre facções criminosas. 

A onda de saques no Espírito Santo, após paralisações de policiais militares, em 2017, as reincidentes mortes em motins em presídios em estados do Nordeste e os ataques do PCC em São Paulo, em 2006, também foram lembrados como situações mais graves do que a realidade do Carnaval carioca, que serviu de pretexto e estopim para a intervenção. 

Ela destacou ainda que as graves ocorrências, como os tiroteios e chacinas – bem como os outros crimes –, são distribuídas de maneira desigual pela cidade, com concentrações muito maiores na Baixada Fluminense do que na orla da zona sul do Rio, ou até mesmo que nas favelas da capital.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Mesmo com um lucro de R$ 5,102 bilhões no 1º trimestre de 2018, que representa aumento de 9,8%, em relação ao mesmo período de 2017, e de 4,9%, na comparação com dezembro de 2017, o Bradesco cortou 9.051 postos de trabalho. O Banco encerrou o 1º trimestre de 2018 com 97.593 empregados. A redução se deve ao Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE) que, de acordo com o banco, teve 7,4 mil adesões. No período, ainda, foram fechadas 414 agências e 63 postos de atendimento (PA).

“O Bradesco continua a mostrar sua falta de responsabilidade social. Não há explicação para o banco que acumula lucros tão exorbitantes fechar tantos postos de trabalho, agências e postos de atendimento. Este é o momento de cobrarmos mais contratações, para melhorar as condições de trabalho dos bancários e o atendimento aos clientes”, afirmou Gheorge Vitti, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados da COE Bradesco.

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O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 18,6%, com aumento de 0,6 p.p. em doze meses. Segundo o Banco, o lucro líquido recorrente do período foi impulsionado pela boa performance das receitas de prestação de serviços em 12 meses, e das despesas operacionais (pessoal e administrativas); assim como pela redução nas despesas com PDD, que também impactaram o resultado operacional.

A Carteira de Crédito do banco apresentou queda de 3,2% em doze meses e atingiu R$ 486,6 bilhões. No trimestre a queda foi de 1,3%. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 3,5% em relação a março de 2017, chegando a R$ 177,8 bilhões. Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 308,8 bilhões, com queda de 6,7% em doze meses. Os produtos que apresentaram maior destaque para PF foram o crédito pessoal consignado (alta de 13,4%) e o CDC/Leasing Veículos (cresceu 10,0%). O imobiliário apresentou crescimento de 5,5% no período. Para PJ, a principal queda ocorreu na conta de Grandes Empresas (-7,5%), nas operações com micro, pequenas e médias empresas, a queda foi de 4,7%.  O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou redução de 0,3 p.p em doze meses, ficando em 4,4%. As despesas de provisão para devedores duvidosos (PDD) foram reduzidas em 44,7%, totalizando R$ 4,6 bilhões.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 4,3% em doze meses, totalizando R$ 6,0 bilhões. Já as despesas de pessoal ficaram praticamente estáveis em doze meses, num total próximo a R$ 4,9 bilhões. A cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 123,7%.

Fonte: Contraf-CUT

As Entidades de Representação dos Funcionários da Ativa e Aposentados do Banco do Brasil iniciaram um novo processo de negociação com o banco, nesta terça-feira (24). 
O banco afirmou que a proposta, cujos detalhes serão melhor apresentados aos funcionários da ativa e aposentados, tem como base o relatório da Consultoria Accenture, contratada e paga pelo BB conforme negociação anterior, com os parâmetros estabelecidos no Memorando de Entendimentos assinado em 21 de outubro de 2016.
A proposta apresentada altera o custeio dos Plano Associados para ativos e aposentados, altera o modelo de governança paritária e quebra o princípio da solidariedade, instituindo também a cobrança por dependente. 
Com a Contribuição por Titular, o Banco do Brasil mantém os 4,5% e os associados 4%, ficando permanente a contribuição extraordinária que iria até 2019. 
A Contribuição por Dependente estabelece o valor base de R$ 360,57 (valor limitado ao da 1ª faixa do Cassi Família II). Assim, a cobrança por dependente se daria de forma diferenciada entre ativos e aposentados.  
Os aposentados teriam de contribuir com 100% do valor base (R$360,57) para o primeiro dependente e mais 20% do valor para o segundo em diante (R$72,11). Já para os ativos, seria 40% do valor base por dependente até o terceiro (R$144,23 por dependente) mais 20% do valor base (R$72,11) a partir do terceiro dependente. 60% desse valor seria pago pelo Banco do Brasil direto para a Cassi. 
No caso da Contribuição Total, ficam estabelecidos os dois tipos de contribuição citados acima limitados a 10% da renda. 

Mudança na governança
Com a mudança na governança, a Cassi passaria a contar com cinco diretorias mais a presidência (modelo atual tem três Diretorias e Presidência). A presidência e a Tecnologia e Inovação seriam indicadas pelo BB. Os representantes de administração e gestão de Risco e Relacionamento seriam eleitos. E Produtos e Programas e Rede de Atendimento seriam representados por técnicos.      

A proposta para a Governança inclui ainda o voto de qualidade (voto de minerva) para o patrocinador no Conselho Deliberativo.
As Entidades farão debates com os associados para melhor entendimento e análise técnica da proposta.

Para Wagner Nascimento, Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a proposta do banco aumenta consideravelmente o custo para aposentados e ativos de forma desigual quando penaliza os menores salários. “As mudanças no modelo de governança quebram a paridade de gestão e precisam ser muito bem estudadas, principalmente pela introdução de agentes de mercado e a instituição do voto de minerva, tão condenado pelos associados. É sempre bom lembrar que grandes planos de saúde no Brasil que quebraram recentemente eram geridos por agentes de mercado, sem compromisso com os associados. Orientamos os sindicatos a realizarem debates com as suas bases para discutir os impactos da proposta entre ativos e aposentados. ”

Fonte: Contraf-CUT

O Santander lucrou R$ 2,859 bilhões no 1º trimestre de 2018, um crescimento de 25,4% em relação ao mesmo período de 2017. Em relação ao 4º trimestre de 2017 o crescimento foi de 3,9%. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 19,1%, com crescimento de 3,2 p.p. em doze meses. O lucro obtido no Brasil representou 27% do lucro global que foi de € 2,054 bilhões, sendo o principal responsável por crescimento de 10,0%, em doze meses.

A holding encerrou o 1º trimestre de 2018 com 48.855 empregados, com abertura de 1.958 postos de trabalho em relação ao 1º trimestre de 2017. Em relação ao 4º trimestre de 2017, o saldo foi de 1.451 postos abertos. O número de agências cresceu em quatro unidade em doze meses.

Clique aqui e veja os destaques do Dieese.

A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve crescimento de 8,7% em doze meses e atingiu R$ 353,9 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 21,0% em relação a 2016 e 5,3% no trimestre, chegando a R$ 113,7 bilhões, impulsionado pelo crédito consignado (39,0%), cartão de crédito (20,2%), e crédito imobiliário (7,6%). A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 43,6 bilhões, com crescimento de 21,9% em doze meses. Do total desta carteira, R$ 36,3 bilhões referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 22,4%.

Já o crédito à pessoa jurídica houve queda de 3,4% em doze meses, alcançando R$ 123,1 bilhões. No segmento de pequenas e médias empresas houve crescimento de 5,6% e no segmento de grandes empresas, a queda foi de 6,5% em relação ao 1º trimestre de 2017. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias permaneceu estável no período, em 2,9%. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) apresentaram alta de 9,0%, acompanhando o crescimento da carteira, totalizando R$ 3,3 bilhões.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias apresentou alta de 11,5% em doze meses, totalizando R$ 4,1 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR subiram 4,9%, atingindo R$ 4,1 bilhões. Assim, em 2017, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 179.04%.

Fonte: Contraf-CUT

Santander lucra 27% no país

“O que podemos fazer por você, hoje?”, o slogan do espanhol Santander nunca foi mais atual e comporta várias respostas. Uma delas seria reduzir juros no Brasil e moderar os lucros, que somaram no primeiro trimestre R$ 2,054 bilhões (677 milhões de euros)  crescendo 10,7% no primeiro trimestre, o que ampliou de 26% para 27% a fatia dos ganhos da filial brasileira no resultado global (2,054 bilhões de euros), a despeito da economia brasileira ter crescido praticamente zero no trimestre. A Espanha ficou com 18% e o Reino Unido, com 13% dos lucros. 

Outra, seria ampliar os empréstimos. No balanço expresso em euros (que valorizou 19,18% diante do real desde março de 2017) os empréstimos às grandes empresas brasileiras encolheram 3%, no mesmo período. 

*Excluindo o Centro Corporativo e Atividade Imobiliária na Espanha

Os dados da filial brasileira do Santander, mais uma vez, se destacam no grupo. Nenhum país apresenta resultado tão expressivo. E nenhum também ostenta juros tão elevados. O argumento habitual dos bancos, de que os juros são elevados devido à inadimplência (e não o contrário, de que a inadimplência é gerada pelos juros elevadíssimos), é enfraquecido no próprio balanço global do banco espanhol. Na terra da matriz, o banco comandado por Ana Botin, tem índice de inadimplência de 6,27%, ainda causado pela absorção do Banco Popular. Em Portugal, a inadimplência chega a 8,29%, puxada por operações imobiliárias.

No Brasil a inadimplência desceu de 5,36%, em março de 2017, para 5,26%. O banco teve redução de 8,16% para 5,02% (em euros) no custo da captação dos recursos, o que elevou em 17% as margens dos juros. Os ganhos nas tarifas aumentaram 17% no período, sendo que as receitas nas mensalidades dos cartões de crédito cresceram 20% e nas contas correntes o crescimento foi de 16%. A inflação do período foi de 2,8%. 

Mas as operações do banco no país ficaram concentradas nas pessoas físicas e nas modalidades de crédito com juros mais altos. O crédito ao consumidor aumentou 25,6%, concentrado nos cartões de crédito (expansão de 25%) e no crédito pessoal consignado. Os empréstimos habitacionais cresceram 9,7%. No mercado de financiamentos a veículos houve avanço de 23,6%. 

Levantamento do Banco Central entre os dias 4 e 10 de abril, mostrou que os juros do Santander no financiamento de veículos eram de 21,14% ao ano, a 20ª taxa mais alta entre 40 instituições. Perdia para os juros  mais baixos do Banco Volkswagen, do Bradesco, da Bradesco Financeira, do Safra, e do Itaúcard, ficando à frente do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Na Espanha, o financiamento de automóveis está em 4% ao ano.

No rotativo do cartão de crédito, o Santander também tinha taxa de 242,85% ao ano, contra 6,5|% ao ano na Espanha e Europa em média. Já no crédito pessoal não consignado sua taxa de 76,41% ao ano era a 31ª numa lista de 69 instituições financeiras, com juros acima dos do BB e CEF, mas menores que os de ItaúUnibanco e Bradesco. A Crefisa cobrava 699,02% ao ano.

Custos da intermediação 

Em depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Murilo Portugal, afirmou ontem que  77% do spread bancário se devem aos custos da intermediação financeira. Citando dados de do BC, de 2017, disse que a inadimplência representa 55,7% do spread (diferença entre o custo de captação e o que é cobrado do cliente final). Portugal afirmou ainda que o custo da inadimplência no Brasil é quatro vezes maior que o de outros países e que as instituições precisam fazer provisões para processos trabalhistas 24 vezes maiores. 

O presidente da Febraban argumentou que os spreads estão caindo com a Selic (a taxa básica de juros em 6,50% ano). “Mas a Selic não é o único componente dos juros”, ponderou. Para ele, não há proporcionalidade na queda do spread em relação à Selic (a Selic caiu 54% em um ano e os juros bancários 24%em média) justamente porque a taxa básica não é o único componente considerado no custo. “Temos a oportunidade para aproveitar a queda da Selic para fazer os juros baixarem como gostaríamos”, afirmou. “O cadastro positivo está agora em discussão na Câmara e nossa esperança é que isso seja aprovado rapidamente”, disse.

Portugal afirmou que “tanto a Febraban quanto o setor bancário são 100% favoráveis ao aumento da competição”. E rebateu a crítica sobre a concentração do setor bancário, afirmando ser apenas uma “meia verdade”, porque o setor bancário é intensivo e concentrado em todo o mundo, e  dividiu a culpa “com os bancos públicos”, que concentram mais de 50% do mercado”. Também reconheceu o fraco ritmo de recuperação da atividade: “É verdade que, neste primeiro trimestre, o ritmo decepcionou um pouco, mas há recuperação”, ponderou. 

 

FONTE: Jornal do Brasil

No próximo mês de maio, bancários da Baixada Fluminense disputarão mais uma edição do Torneio de Futebol Society dos Bancários.
 
Confira:
 
Data: 26/05
Local: AAFBB/Xerém
Taxa de inscrição: R$ 100
Informações: Ricardo Santos (21) 96408-6589
 
Não percam!

A Contraf-CUT cobrou melhorias do Saúde Caixa, melhores condições de trabalho e nenhum direito a menos na primeira reunião do ano da mesa permanente de negociação, realizada na tarde de terça-feira (24), em Brasília (DF).

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), que representa a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, ainda protestou contra as medidas unilaterais que estão levando ao encolhimento do banco e restringindo os direitos dos empregados.

Temas como o atendimento no Saúde Caixa, o processo de verticalização, o contencioso na Funcef, as ameaças de leilões das operações nas loterias e a nova reestruturação, denominada de Programa Eficiência, também foram debatidos. “Cobramos da Caixa o respeito aos empregados. Quando os trabalhadores realizam mobilizações para reivindicar seus direitos, são retaliados como aconteceu nas paralisações e atividades realizadas no ano passado”, explicou Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

O novo modelo de reestruturação, lançado na quinta-feira da semana passada (19) e denominado Programa Eficiência, também fez parte da pauta da negociação. No entanto, a Caixa não apresentou detalhes sobre as medidas que pretende adotar. Informações preliminares sobre o programa apontam que o processo irá afetar áreas estratégicas para o papel social do banco, como programas sociais, habitação e FGTS. Em relação ao tema, a principal preocupação da Contraf/CUT – CEE/Caixa é com a garantia de direitos dos empregados, dado que existe um processo cada vez maior de verticalização, com pesadas ameaças aos trabalhadores.

Encontra-se consignado no Acordo Coletivo de Trabalho que qualquer medida relativa à reestruturação deveria antes de ser implantada passar por debate na mesa de negociação, e a Caixa não está cumprindo com o que foi acordado. No entanto, os interlocutores do banco negaram a existência de uma nova reestruturação, afirmando que o movimento nessa direção está alinhado com o momento da empresa, cuja ordem de prioridade é a eficiência, a melhoria de processos e as pessoas. Isso, segundo os representantes da Caixa, não significa corte de funções e prejuízo aos direitos dos empregados.

Na negociação, a Contraf/CUT cobrou ainda posicionamento do banco a respeito da situação dos empregados, com reflexos nas diversas áreas. Hoje, a Caixa possui 86.334 empregados e o último Programa de Desligamento Extraordinário (PDE) contabilizou a adesão de 1.300 trabalhadores.

Na ocasião, a representação nacional dos empregados cobrou respeito aos direitos e às carreiras de todos os empregados. A luta é para que seja mantida a Caixa 100% pública, com atendimento das necessidades da sociedade brasileira e também com respeito e valorização dos trabalhadores do banco.

Liminar conquistada recentemente pela Contraf-CUT suspendeu os efeitos da revogação do RH 151 pela Caixa, confirmando assim que essa norma incorpora o contrato de trabalho dos empregados, devendo ser respeitada. Dessa forma, de acordo com a liminar, a Caixa deverá aplicar o normativo interno, procedendo a incorporação da gratificação de função para os empregados, quando houver dispensa da função sem justo motivo.

“Como sempre defendemos, não há amparo legal para acabar com a incorporação de função, pois o RH 151 integra o nosso contrato de trabalho”, afirmou o coordenador da CEE/Caixa, para quem é fundamental que os trabalhadores se mobilizem cada vez mais, porque a revogação do normativo é mais um ato do governo para desmontar e enfraquecer a Caixa.

Funcef

Na negociação, a Contraf/CUT – CEE/Caixa reiterou o pedido de instalação de um Grupo de Trabalho para tratar de assuntos relacionados à Funcef e cobrou solução para o contencioso judicial, cuja postergação representa um risco para a sustentabilidade dos planos de benefícios. A Caixa havia concordado com essa reivindicação em 2015, mas o GT não avançou porque não houve qualquer esforço para que esse debate fosse impulsionado. Agora, diante do que foi dito pelos interlocutores do banco, a intenção é deixar os empregados de fora da discussão sobre os impasses provocados pelas ações judiciais de cunho trabalhista, que hoje prejudicam a Fundação.

Um propósito se impõe: é de extrema importância a discussão de um Grupo de Trabalho específico para que o assunto do contencioso possa ser debatido de forma transparente, e para que sejam esclarecidas todas as dúvidas dos participantes.

A representação nacional dos empregados considera fundamental valorizar esse espaço de negociação e reivindica que os participantes sejam ouvidos nos assuntos relativos à Funcef, de modo a que seja possível o envolvimento ativo de todos eles no processo de busca de solução para os problemas existentes.

Saúde Caixa

O Saúde Caixa é o plano de grande porte do país com mais reclamações por beneficiário, conforme ranking divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). São 8,69 ocorrências para cada 10 mil usuários, muito além da média do segmento, que é de 2,78 por 10 mil.

Os maiores problemas foram detectados nas autorizações prévias e coparticipação, correspondendo a 52,2% das demandas. Dificuldades com reembolso geram 19,5% das queixas e 7,6% estão relacionadas à insatisfação com os prazos de atendimento. Uma constatação: esse quadro resulta da gestão que a Caixa vem adotando, com negligência em relação à estrutura da Central de Atendimento e a todo o sistema de coparticipação. Os usuários estão encontrando dificuldades para serem atendidos, o que agrava ainda mais uma situação já precária.

A Caixa afirmou haver perspectiva de a empresa sair do ranking da ANS a curto prazo, devido a mudanças implementadas a partir de abril em toda a sistemática de funcionamento do plano de saúde. Informou também que foram criados novos canais de atendimento, assim como foram oferecidos cursos de reciclagem para as equipes de atendentes. Diante disso, segundo a empresa, a tendência é de que os números do Saúde Caixa registrem melhorias cada vez maiores. Hoje, por exemplo, existem 8 Gipes e 18 Repes (Representações de Pessoas).

Para melhorar o atendimento no Saúde Caixa, a categoria reivindica a ativação de comitês de credenciamento e descredenciamento em todos os estados, com a participação dos trabalhadores, e com a demanda de também serem responsáveis por receber as reclamações relativas ao plano de saúde.

Outro ponto da pauta na mesa de negociação foi a retaliação aos trabalhadores que aderiram às greves gerais de 15 de março, 28 de abril e de 30 de junho de 2017. A Contraf/CUT – CEE/Caixa cobrou uma solução em definitivo em torno dos reflexos dos dias parados na vida funcional de muitos empregados, inclusive nas daqueles que aderiram a programas de desligamento. No entanto, mesmo diante dessas ponderações, a Caixa não apresentou posição que sinalizasse para o propósito de negociar.

Os representantes dos trabalhadores reivindicam a retomada do Fórum Nacional e dos fóruns regionais sobre condições de trabalho, para debater a montagem de oficinas sobre adoecimentos e mortes no ambiente de trabalho, como forma de combate aos problemas provocados pelo grande volume de adoecimentos de trabalhadores dentro da empresa.

As entidades representativas têm detectado que a precarização das condições de trabalho, devido à falta de empregados, cobrança de metas abusivas e jornada extenuante, além das ameaças de retirada de função e transferências compulsórias, está causando o adoecimento de praticamente todo o quadro de pessoal. Como resultado disso, o número de trabalhadores afastados para tratamento de saúde mental é assustador e a quantidade dos que estão em atividade sob efeito de medicação controlada é igualmente alarmante.

Verticalização

A Contraf-CUT – CEE/Caixa cobrou mais uma vez esclarecimentos sobre o processo de verticalização colocado em prática. A empresa mudou o modelo de segmentação dos clientes Pessoa Jurídica e Pessoa Física, o que vem impactando diretamente os empregados, a ponto de muitos que prestam atendimento social estarem sendo direcionados para a prospecção de clientes de alta renda e para a venda de produtos, repetindo a estratégia das instituições privadas. A empresa informou também que, como resultado do processo de verticalização em curso, 194 agências perderam a função de (PJs).

Para adotar as medidas de verticalização, a justificativa da Caixa é sempre a mesma: redução de custos. Foi lembrado ainda que há muita incerteza no tocante aos descomissionamentos, situação negada pelo banco. A alegação é de que existe, isto sim, uma transformação de funções, em alguns casos com realocação de pessoal.

Loterias e ameaça de leilão

Foram cobrados maiores esclarecimentos a respeito do leilão de produtos da Loteria Instantânea (Lotex), responsável pela “raspadinha”, cujo processo encontra-se em andamento. A informação é de que muitas empresas nacionais e estrangeiras estão habilitando-se a participar desses leilões, inclusive a Caixa Instantânea Sociedade Anônima.

A Contraf/CUT lembrou que, já há algum tempo, está deflagrado todo um processo de sucateamento de empresas, bens e serviços públicos, muito parecido com o que ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 90. Por isso, os esclarecimentos sobre o leilão para a concessão de produtos da Lotex fazem-se necessários na luta para evitar retrocessos contra a Caixa 100% pública.

A Lotex foi criada por meio da Medida Provisória 671/2015, conhecida como a MP do Futebol, que tratou do refinanciamento das dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes de futebol. Após ser aprovada pelo Congresso Nacional, a proposta foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff. A oficialização de privatização da Lotex foi anunciada pelo governo Temer, em setembro de 2016, na primeira reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado para viabilizar concessões e privatizações.

Nada disso existiria se a Caixa fosse um banco privado, pois aí seu objetivo seria unicamente a lucratividade. Quando se fala em privatizar, abrir capital ou fazer leilões para concessão de serviços e bens públicos, é preciso saber claramente o prejuízo que isso pode causar a todos os brasileiros. Daí a importância de, no caso da Caixa, reafirmar o caráter 100% público e social do banco.

Time de vendas

A representação nacional dos trabalhadores questionou também o chamado “time de vendas”, que expõe individualmente os empregados e atua como uma forma disfarçada de ranqueamento. Os casos não são localizados e apresentam-se no formato de uma campanha nacional.

A Caixa disse ainda que o gestor tem acesso aos dados de toda a equipe, não podendo divulgar o ranking dos empregados que fazem parte de sua equipe. Nesse sentido, o banco assumiu o compromisso de orientar os gestores quanto a essa questão.

A Caixa informou que o modelo de “time de vendas” não tem qualquer relação com ranqueamento e representa, na verdade, uma espécie de controle do próprio empregado para monitorar a evolução do desempenho dele nas unidades.

Bolsas

Diante de cobranças feitas pela representação dos empregados, os interlocutores da Caixa informaram que foram oferecidas em 2017 bolsas de incentivo à elevação da escolaridade em todo o país: 534 das 800 disponíveis para idiomas, 292 das 300 disponíveis para graduação e 447 das 500 previstas para pós-graduação. A medida atende à reivindicação dos empregados do banco, assegurada no Acordo Coletivo de Trabalho 2016-2018, aditivo à Convenção de Trabalho (CCT), fruto da greve de 31 dias ocorrida no ano passado.

O mesmo quantitativo de bolsas deverá ser oferecido até o fim de 2018. A empresa, no entanto, só divulgará em meados de julho a nova sistemática para a utilização das bolsas. O movimento dos empregados manifestou preocupação com os critérios a serem adotados. 

Os empregados reivindicaram uma posição da Caixa sobre a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) em torno da contratação de pessoas com deficiência (PCDs). Foi cobrado do banco o cumprimento da Lei 8.213/91, que determina que empresas com mais de mil empregados tenham 5% dos cargos ocupados por PCDs ou reabilitados, com orientação de que, no caso da Caixa, seja dada prioridade aos aprovados no concurso público realizado em 2014. Diante disso, os interlocutores do banco voltaram a alegar a falta de posição fechada a respeito dessa questão, justificando que continuam estudando a melhor alternativa para cumprir a orientação do TCU. Esse tema, aliás, consta também no Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2018.

A Caixa informou que o número de contratados por PCDs, até o momento, é de apenas 2% do total estabelecido, estando hoje sem condições de alcançar o patamar mínimo legal de 5%. “Como sempre dissemos, é inadmissível que a Caixa insista no descumprimento da lei que garante porcentagem do quadro de pessoal para portadores de necessidades especiais. Trata-se de uma empresa 100% pública, que deve dar sempre o exemplo”, afirma o coordenador da CEE/Caixa.

Fóruns sobre Condições de Trabalho

Na mesa permanente com a Caixa, a representação dos trabalhadores reivindicou agilidade na implantação das demandas apresentadas nos fóruns paritários sobre condições de trabalho, tanto o nacional quanto os regionais. Os trabalhos nessas comissões tiveram a finalidade de debater e buscar medidas de combate e prevenção a problemas encontrados nas unidades, como não-cumprimento da jornada de trabalho, assédio moral, cobranças por metas abusivas e falta de estrutura.

Para a Contraf/CUT – CEE/Caixa, a instalação dos fóruns foi positiva, pois possibilitou que as diversas áreas do banco dialogassem entre si, viabilizando celeridade no atendimento das demandas, embora considere ser preciso aprimorar o seu funcionamento.

Existe ainda a necessidade de reforçar para os gestores a importância desses fóruns de diálogo e construção. Só assim os problemas que afligem os trabalhadores serão resolvidos, com a criação de medidas preventivas para que não mais ocorram. São dificuldades que vão desde a desorganização no local de trabalho agravada pela carência de pessoal, que gera a sobrecarga de trabalho, a questões como falta de ar condicionado e segurança.

CPA-20

Em relação ao CPA-20, a principal preocupação das entidades representativas é com a ameaça de descomissionamento arbitrário de empregados. O prazo para validação das certificações deve ser prorrogado pelo menos até meados de maio. É de 470 o quantitativo de empregados que não possuem a devida certificação, correspondendo a 3% do total de gerentes da Caixa.

“A exigência de CPA-20 para todos os gerentes de carteira é uma arbitrariedade da gestão. Não é prática dos demais bancos. No nosso entendimento, isso faz parte do escopo da reestruturação da rede, chamada pela Caixa de verticalização. É mais uma estratégia, dentre tantas outras, para viabilizar o descomissionamento em massa. É mais um ataque direto aos empregados do banco”, criticou o coordenador da CEE/Caixa e diretor da Fenae, Dionísio Reis.

O curso de CPA-20 se destina a certificar profissionais que atuam na prospecção e venda de produtos de investimento ou na manutenção de carteira de clientes atendidos nos segmentos Varejo Alta Renda, Private Banking, Corporate e Investidores Institucionais.

Fonte: Contraf-CUT, com Fenae

Para o Dieese, apenas uma "mudança radical da atual política econômica" seria capaz de criar um ambiente de crescimento, além de fazer com que os bancos públicos voltassem a atuar como financiadores de setores e projetos estratégicos, "para retomar uma dinâmica de ampliação da demanda agregada da economia". A análise consta de nota técnica do instituto, que em manifestações anteriores já destacava a importância do crédito para o país no período de crise internacional, de 2008 a 2013, e o papel do setor público.

Em dezembro do ano passado, o saldo total das operações de crédito no Brasil foi de R$ 3,086 trilhões, sendo 53,4% para pessoas físicas e 46,6% a jurídicas, segundo o Dieese. Na comparação com janeiro de 2014, houve queda de 11,3%, em termos reais, "resultado principalmente da redução dos financiamentos para as empresas, que apresentaram queda real de 22,8% no período, enquanto o crédito para as famílias manteve-se praticamente estável, com leve elevação real de 2,1%".

Foi um comportamento bem diferente do observado no período imediatamente anterior. De 2008 e 2013, o crédito teve expansão acumulada de 105%, aumentando tanto para pessoas físicas (104,4%) como para jurídicas (105,5%). "Naquele período, o crédito foi parte da engrenagem que garantiu a rápida retomada da economia brasileira após o início da crise econômica internacional e um nível relativamente elevado de crescimento do PIB até 2013. Isso se deu notadamente em função da determinação do governo federal, em 2008, de utilizar os bancos públicos para elevar crédito e, assim, aquecer o mercado interno, determinante para a expansão da produção, do emprego e da renda." Mas a política mudou. A Caixa Econômica Federal, lembra o Dieese, "vem reduzindo drasticamente a concessão de empréstimos". 

No caso das famílias, o Dieese aponta "o declínio intenso de diversos indicadores econômicos e sociais" para um menor ritmo de concessão de crédito. Em 2014, por exemplo, a taxa de desemprego era de 6,8%, subindo para 12,7% no ano passado, com 6,5 milhões de desempregados a mais (dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE). "Do ponto de vista da demanda de crédito, a alta no desemprego e a queda do rendimento médio real dos trabalhadores, juntamente com altos níveis inflacionários em 2015 e 2016, reduziram o consumo das famílias e, consequentemente, a procura por empréstimos no setor financeiro."

Se pelo Indicador Serasa Experian de Demanda do Consumidor por Crédito, de 2008 a 2011, com exceção de 2009, houve crescimento do número de pessoas em busca de crédito, a partir de 2012 as taxas foram "bem mais modestas, pelo menos até 2016", quando começou uma pequena retomada, com elevação de 3,7% – e 4,9% no ano seguinte. "No entanto, sem uma mudança profunda na atual política econômica, essa retomada não deve se mostrar sustentável, principalmente em contexto de restrição dos gastos públicos, com a Emenda Constitucional nº 95, de 2016, que congelou, em termos reais, os gastos não financeiros da União por 20 anos; e, com a aprovação da reforma trabalhista, que deverá generalizar formas precárias de emprego, com padrões rebaixados e instáveis de contratação, remuneração e jornada de trabalho",pondera o Dieese.

O instituto questiona: sem com redução da taxa básica de juros (Selic), queda da inflação, pequeno crescimento e bancos públicos com capacidade de crédito reduzida, "será que os bancos privados concederão crédito à população a um custo menor, já que as taxas de juros bancárias ainda estão elevadas? Fomentarão a atividade industrial? Concederão crédito de longo prazo no intuito de aumentar os investimentos, gerar emprego e renda e fortalecer o mercado interno, em busca de um crescimento mais sustentado para o país?". E responde na sequência: "A lógica de funcionamento do setor financeiro privado brasileiro, observada ao longo da história, não indica que tais questões serão respondidas de maneira afirmativa".

É nesse ponto que o Dieese fala em "mudança radical" da política econômica, com retomada do papel estratégico do setor financeiro público na economia. "Assim, os bancos privados poderiam ser estimulados a se inserir, de alguma forma, nesse contexto e o sistema financeiro poderia vir a cumprir o que define o artigo 192 da Constituição Federal, de 1988, quer dizer, atuaria para “promover o desenvolvimento equilibrado do País e servir aos interesses da coletividade”.

Confira aqui a íntegra da nota técnica do Dieese.

Emprego cai

Os bancos brasileiros fecharam 2.226 postos de trabalho no primeiro trimestre, sendo 1.836 apenas em março. Os dados, divulgados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Só a Caixa federal, "maior banco totalmente público do país", lembra o sindicato, eliminou 1.268 vagas de janeiro a março, com concentração neste último mês (1.255).

"Apenas em 2017, os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Santander) lucraram R$ 77,342 bilhões (33,5% a mais em relação a 2016). Somente com a receita total de prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes, esses bancos obtiveram R$ 126,423 bilhões (10,1% a mais em relação a 2016). O valor cobre toda a folha salarial dessas empresas e ainda sobram R$ 28 bilhões."

Fonte: Rede Brasil Atual