Maio 02, 2025
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A síndrome do esgotamento profissional, conhecida pelo termo em inglês burnout, atinge cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros, segundo levantamento da Associação Internacional de Controle do Stress (ISMA-BR). Policiais, médicos, professores e  jornalistas estão entre as categorias mais afetadas, mas é uma realidade que afeta cada vez mais trabalhadores subordinados a constantes pressões pelo cumprimento de metas e acuados pelo temor do desemprego.

No programa Bom para Todos, da TVT, desta quarta-feira (23) especialistas discutiram causas e sintomas da doença. Para o psicanalista Leonardo Siqueira Antônio, doutor em antropologia pela Universidade de São Paulo (USP), o avanço da síndrome do esgotamento profissional está relacionado com um modelo de gestão adotado pela lógica neoliberal. Em outros tempos, o sofrimento do profissional era visto como um mal que afetava o desempenho dos negócios.

“(Hoje) A empresa não é mais pensada organicamente. Tem setores que competem uns com os outros por bônus, num ambiente extremamente competitivo. Parece que às vezes um bom gerente não é mais aquele que tenta pensar no bem-estar dos seus profissionais e, sim, empurrar o mal-estar até o limite.” O temor da demissão, segundo ele, cria uma espécie de “paranoia artificial” que leva os profissionais a trabalharem até o esgotamento.

Para a psicóloga Fátima Ferreira Bortoletti, mestre em ciências da saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), corpo e mente vão dando sinais de esgotamento. Ela destacou que o engajamento excessivo no trabalho também pode levar à estafa aguda, até mesmo, e principalmente, em profissionais dedicados que sentem prazer no ofício desempenhado e, portanto, acabam “passando dos limites”. Já a psicóloga Ingrid Lamy, professora e mestranda em ciências da saúde, ressaltou que a dedicação desmedida também está ligada ao cumprimento de metas abusivas, comuns no setor bancário e outras profissões. Quando o trabalhador deixa de lado as atividades físicas, de lazer e, até mesmo, o convívio com a família, são indícios da síndrome, segundo ela.

Assista ao programa completo:

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Para o geógrafo e professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro,  pode não ter sido mero acidente o vazamento de óleo na costa litorânea brasileira. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o docente baseia sua análise na notícia desta terça-feira (22), divulgada pelo comandante da Marinha, Ilques Barbosa, que entre as hipóteses levanta a investigação de que as marchas de óleo teriam partido de um navio irregular, conhecido como dark ship.

Nesse caso, a Marinha reconhece que possa ter ocorrido um “incidente e, infelizmente não progrediu a informação”, afirmou o almirante, de acordo com reportagem da Agência Brasil. A não comunicação, por si só, já configura ato criminoso pelas normas internacionais de navegação. A Marinha afastou qualquer envolvimento da Venezuela e disse estar investigando cerca de 30 navios, provenientes de 10 países.

Para Wagner Ribeiro, se a apuração confirmar a atuação de um navio ilegal, que busca se camuflar dos radares, é possível pensar que o óleo tenha sido vazado na corrente brasileira para garantir tempo à dispersão dos tripulantes, que presumiriam a demora do governo Bolsonaro em dar início às investigações. “Provavelmente isso aconteceu nesse momento porque esses cargueiros, os comandantes e quem paga por esse transporte, têm informação de que o Brasil está vivendo um momento de afrouxamento da legislação ambiental”, avalia, acrescentando que a situação “mostra o despreparo que esse governo tem”, para lidar com questões ambientais .

“Essa fragilização que foi anunciada a partir, por exemplo, da desativação dos conselhos (ambientais), e a própria demora do governo (em dar uma resposta e iniciar investigação), que já era sabido que ia ocorrer, digamos que permitiria maior facilidade de escamotear um crime dessa ordem. Isso tudo é uma possibilidade que a gente tem que aventar também, já que é difícil agora mapear”, explica o geógrafo.

Improviso e risco 

Ainda que as circunstâncias do vazamento não tenham sido respondidas até agora, a devastação causada pelo derramamento já é considerado enorme. Estima-se que 144 mil pessoas estão sofrendo as consequências em 200 localidades espalhadas nos nove estados do Nordeste. A população local, principalmente quilombolas e ribeirinhos, usam do turismo e da pesca de peixes, mariscos e caranguejos, para subsistência. 

“E o que é mais assustador é que nós não estamos vendo nenhum tipo de ação, até o momento, por parte do governo em prover minimamente condições (de subsistência) para que essas comunidades”, contesta Wagner Ribeiro. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), chegou a dizer que o governo federal “trata a questão no improviso”, deixandoos passivos do derramamento à população que, por conta própria, se mobiliza para retirar os resíduos de óleo que estão chegando à costa, colocando inclusive a própria saúde em risco, uma vez que se tratam de materiais tóxicos e que estão sendo retirados sem luvas ou qualquer equipamento de proteção.

“O que nós precisamos fazer de maneira emergencial é fornecer equipamentos mínimos para fazer com que essa ação seja coordenada e não coloque em risco as comunidades e, principalmente, quem está lá manipulando o óleo. E  mapear com mais veemência todo esse fluxo de material que veio e tentar identificar os responsáveis, essa tarefa é mais difícil e só será conseguida se o Brasil tiver cooperação internacional, algo que na atual conjuntura também está um pouco difícil”, descreve Wagner Ribeiro.

Fonte: Rede Brasil Atual

O economista Eduardo Moreira, conhecido por ser ex-banqueiro e hoje ser ativista por uma economia mais inclusiva, com menos desigualdade, é o entrevistado de hoje (24) no programa Entre Vistas, da TVT. “Você trabalhou 20 anos de um lado e, de repente, olha e pensa que: ‘Meu lado não é esse. Para ser do lado do Brasil, tenho que mudar'”, apontou o apresentador Juca Kfouri. “Isso requer alta dose de coragem, porque está mexendo com a única coisa intocável, os bancos”, completou.

“As coisas não acontecem da noite para o dia (…) Ao longo da minha caminhada, alguns acontecimentos foram me jogando para esse outro lado, de investigação, de como funciona o sistema”, responde o economista. Filho de classe média alta da zona sul do Rio de Janeiro, Moreira reconhece que foi criado em uma “bolha”. “Não só financeira, mas em termos de costumes morais, muito conservadora”, disse.

Durante a conversa, Moreira explica nuances do sistema financeiro e de como investimentos públicos e privados, da forma como são organizados, tendem ao acúmulo de dinheiro nas mãos de uma pequena elite que se mantém.

Um dos pontos centrais é a injusta cobrança de impostos no país. “No Brasil, a pergunta que temos que fazer é ‘de onde está saindo o dinheiro, para aonde está indo, quanto está indo e qual o legado do processo?’ Você vai ver que, 50% da carga tributária vem da carga sobre consumo, que pega pessoas mais pobres. Isso não sai quando o cara compra um jatinho, não sai quando o cara ganha lucros e dividendos (…) Quando você vê para aonde está indo, também vê esses sinais. Boa parte vai para uma pequena elite que está lucrando com os juros da dívida. A produtividade desse dinheiro é zero, um dinheiro ganho por poucas pessoas que não fazem nada”, disse.

O economista também atuou fortemente na questão da “reforma” da Previdência, aprovada nesta semana no Senado. Ele esteve presente em inúmeras sessões no Congresso para apontar a injustiça do projeto. O tema foi abordado durante o Entre Vistas. “Essas reforma tem absurdos cruéis. Ela foi mal escrita, tem erros crassos na primeira PEC. Não viram o que escreveram.”

Fonte: Rede Brasil Atual

O Senado deve concluir nesta quarta-feira (23) a votação de dois destaques que modificam o texto-base da “reforma” da Previdência, aprovado por 60 votos a favor e 19 contra, nesta terça-feira (22). Segundo a economista Maria Lucia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, trata-se da “destruição” do principal patrimônio social brasileiro, em referência às restrições ao acesso às aposentadorias.

“Esse Congresso tem que passar para a história como o Congresso que destruiu o principal patrimônio brasileiro. Tem que passar para a história como o Congresso que destruiu a maior conquista da Constituição Federal de 1988. É assim que temos que tratar esses congressistas”, afirmou Maria Lúcia à jornalista Marilu Cabãnas, para o Jornal Brasil Atual.

O destaque apresentado pelo PT  busca diminuir os prejuízos na aposentadoria de trabalhadores que exercem atividades com efetiva exposição a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos. Outro destaque da Rede trata da idade mínima desses mesmos trabalhadores.

O texto aprovado ontem autoriza a administração Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) por instituições privadas. A economista afirmou que esse tipo de articulação vai servir para que fundos como o Funpresp sejam utilizados para absorver “papeis pobres” do sistema financeiro internacional – como àqueles que levaram ao estouro da crise internacional de 2008, no Estados Unidos –, transferindo para a classe trabalhadora os riscos criados pelos operadores do mercado.

Ela comparou o Brasil com o Chile, que vive uma rebelião popular nos últimos dias, e que também privatizou a Previdência, além de serviços públicos como o fornecimento de energia elétrica e água e também o ensino. Por aqui, seguimos a mesma trilha. Após a “destruição” da Previdência, o governo Bolsonaro promete privatizar a Eletrobras, os Correios e outras 15 empresas estatais, além de promover leilões que entregam o controle do pré-sal às petrolíferas estrangeiras. A própria Petrobras e os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil –, não constam na lista imediata de privatizações, mas também estão na mira.

Securitização

Maria Lúcia também chamou a atenção para o Projeto de Lei Complementar (PLP) 459/17, da chamada “securitização dos créditos“, que permite a União, estados, Distrito Federal e municípios ceder aos bancos o produto da arrecadação tributária em troca da antecipação das receitas. Ela diz que esse projeto, se aprovado, representa a “morte do orçamento público”, e comparou ao modelo de empréstimo consignado.

“É a entrega do Orçamento para bancos privilegiados. Nós, contribuintes, vamos continuar pagando impostos aos bancos. Só que os recursos não chegarão aos cofres públicos. Serão desviados no meio do caminho. Ainda na rede bancária, os recursos serão desviados para investidores privilegiados, através da chamada “conta vinculada”, disse a economista.

Fonte: Rede Brasil Atual

Com ainda mais votos do que no primeiro turno (56), o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, de “reforma” da Previdência, foi aprovado no início da noite desta terça-feira (22) pelo Senado, e segue para sanção presidencial. As bancadas do Podemos e do PSDB, das mais numerosas da casa, votaram integralmente pela matéria. A maior bancada, do MDB, registrou 12 votos a favor e 1 contra, de Renan Calheiros (AL).

Do lado da oposição, o PDT teve três votos contrários e um favor do projeto, de Kátia Abreu (TO). Os seis deputados do PT foram contra a PEC e a Rede teve dois contra a um a favor.

No total, foram 60 votos a favor do projeto e 19 contra. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não votou, e houve uma ausência, de Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Confira como votou cada senador.

Sim à reforma

Alessandro Vieira (Cidadania-SE)

Álvaro Dias (Pode-PR)

Ângelo Coronel (PSD-BA)

Antônio Anastasia (PSDB-MG)

Arolde de Oliveira (PSD-RJ)

Carlos Viana (PSD-MG)

Chico Rodrigues (DEM-RR)

Ciro Nogueira (PP-PI)

Confúcio Moura (MDB-RO)

Daniella Ribeiro (PP-PB)

Dário Berger (MDB-SC)

Eduardo Braga (MDB-AM)

Eduardo Girão (Pode-CE)

Eduardo Gomes (MDB-TO)

Elmano Férrer (Pode-PI)

Esperidião Amin (PP-SC)

Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE)

Flávio Arns (Rede-PR)

Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)

Izalci Lucas (PSDB-DF)

Jader Barbalho (MDB-PA)

Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)

Jayme Campos (DEM-MT)

Jorge Kajuru (Cidadania-GO)

Jorginho Mello (PL-SC)

José Maranhão (MDB-PB)

José Serra (PSDB-SP)

Juíza Selma (Pode-MT)

Kátia Abreu (PDT-TO)

Lasier Martins (Pode-RS)

Lucas Barreto (PSD-AP)

Luis Carlos Heinze (PP-RS)

Luiz do Carmo (MDB-GO)

Mailza Gomes (PP-AC)

Major Olímpio (PSL-SP)

Mara Gabrilli (PSDB-SP)

Marcelo Castro (MDB-PI)

Marcio Bittar (MDB-AC)

Marcos do Val (Pode-ES)

Marcos Rogério (DEM-RO)

Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Mecias de Jesus (Republicanos-RR)

Nelsinho Trad (PSD-MS)

Osmar Aziz (PSD-AM)

Oriovisto Guimarães (Pode-PR)

Plínio Valério (PSDB-AM)

Reguffe (Pode-DF)

Roberto Rocha (PSDB-MA)

Rodrigo Cunha (PSDB-AL)

Romário (Pode-RJ)

Rose de Freitas (Pode-ES)

Sérgio Petecão (PSD-AC)

Simone Tebet (MDB-MS)

Soraya Thronicke (PSL-MS)

Styvenson Valentim (Pode-RN)

Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Telmário Motta (Pros-RR)

Vanderlan Cardoso (PP-GO)

Wellington Fagundes (PL-MT)

Zequinha Marinho (PSC-PA)

Não à reforma

Acir Gurgacz (PDT-RO)

Cid Gomes (PDT-CE)

Eliziane Gama (Cidadania-MA)

Fabiano Contarato (Rede-ES)

Fernando Collor (Pros-AL)

Humberto Costa (PT-PE)

Irajá (PSD-TO)

Jaques Wagner (PT-BA)

Jean Paul Prates (PT-RN)

Leila Barros (PSB-DF)

Otto Alencar (PSD-BA)

Paulo Paim (PT-RS)

Paulo Rocha (PT-PA)

Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Renan Calheiros (MDB-AL)

Rogério Carvalho (PT-SE)

Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB)

Weverton (PDT-MA)

Zenaide Maia (Pros-RN)

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Os gastos mensais das famílias brasileiras variam de R$ 1.493,67, na faixa de menor renda, a R$ 27.234,49 na outra ponta, 18 vezes mais, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, com dados de 2018. A composição de despesas mostra que famílias de menor rendimento têm proporcionalmente muito mais gastos com itens básicos, como alimentação e habitação, embora as mais ricas tenham despesa nominal maior.

As diferenças fornecem um retrato da desigualdade do país. Apenas com alimentação, por exemplo, as famílias de mais renda gastam mais do que todo o gasto das famílias que ganham menos.

Ainda no caso da alimentação, enquanto a família de menor renda tem gasto mensal de R$ 328,74, em média, a de maior renda desembolsa R$ 2.061,34 – 6,3 mais. Apesar disso, no primeiro caso as despesas representam 22% do orçamento total e no segundo, apenas 7,6%.

A diferença é ainda maior no caso da habitação, conforme os dados da POF. No recorte do IBGE, famílias de menor rendimento têm gasto mensal de R$ 584,79, o que corresponde a mais de 39% de seu orçamento total. Já as de maior renda gastam 10 vezes mais, R$ 6.150,59, mas esse valor representa 22,6% da conta mensal.

Essas desigualdades são observadas nos diferentes hábitos de consumo. Em transporte, por exemplo, os gastos médios vão de R$ 140,11 a R$ 4.154,94, ou 29 vezes mais de um para outro. O peso no orçamento é de 9,4% no primeiro caso e de 15,3% no segundo. Mas as famílias mais pobres consomem 2,1% de sua renda com transporte coletivo e as mais ricas, apenas 0,4%. No item plano de saúde, a situação se inverte: 0,4% e 2,9% do total, respectivamente.

Não há muita diferença, por exemplo, no consumo com telefone celular: 1,1% e 0,8% dos gastos. Mas enquanto os mais pobres gastam, em média, R$ 16,27, as famílias mais ricas despendem R$ 210,55. A variação é mais brutal ainda no item que inclui pacote de telefone, TV e internet. As famílias de menor renda gastam R$ 7,78 e as de maior renda, 32,4 vezes mais (R$ 252,02).

Outro item básico, o gás doméstico representa 2,2% do consumo das famílias de menor renda e 0,2% para as de renda maior. Nesse caso, o valor monetário não mostra diferença tão significativa – R$ 32,85 e R$ 56,81, respectivamente.

O IBGE dividiu em sete as classes de rendimento. A pesquisa vai provocar mudanças no cálculo da inflação oficial (IPCA) a partir de 2020.

Na média das famílias, o gasto é de R$ 4.649,03. A habitação representa 29,6% do total e o transporte, 14,6%. Em seguida, vem a alimentação, com 14,2%. Saúde consome 6,5% do orçamento e educação, 3,8%.

Fonte: Rede Brasil Atual

A campanha nacional #aCaixaétodasua está se espalhando pelo país. Lançada pelo Comitê Nacional em Defesa da Caixa, no último domingo (20), a iniciativa tem por objetivo chamar a atenção de empregados do banco público e da população para os prejuízos que a venda de partes da empresa, como seguros, loterias e cartões, poderá trazer para a sociedade, além de alertar sobre as consequências da retirada do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) da Caixa.

É por meio dessas áreas estratégicas que o banco financia menores taxas para a compra da casa própria, a operação de toda a área social, como benefícios ao trabalhador, acesso a produtos e serviços por meio da bancarização, o Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), por exemplo. São essas áreas também que financiam o Minha Casa Minha Vida, o maior programa habitacional do Brasil, para a população de baixa renda. Desde 2009, foram mais de quatro milhões de unidades habitacionais, um investimento de R$ 105 bilhões, beneficiando 16 milhões de pessoas. Mais que reduzir o déficit habitacional, o programa ainda contribui para a geração de empregos, foram 1,2 milhões em 10 anos de programa.

A Caixa é o banco da cidadania, da distribuição de renda e da inclusão social. Por meio das mais de 3,3 mil agências, a Caixa faz o pagamento para 13,5 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Graças a essa capilaridade, que está em risco com o fechamento de diversas agências e postos de atendimento, as famílias que vivem em munícipios mais afastados têm como receber seu benefício todo mês.

Outro setor estratégico da Caixa são as Loterias. Para além do sonho dos apostadores, nos últimos anos, aproximadamente metade dos recursos das apostas são aplicados em saúde, segurança, cultura e esporte, beneficiando toda a população. Além disso, os prêmios que não foram reclamados em 90 dias após a data do sorteio são repassados ao tesouro nacional para aplicação no Fundo do Fies. Esse repasse tem caído no decorrer dos anos. Em 2017, o Fies recebeu cerca de R$ 1,3 bilhões das Loterias. O valor passou para pouco mais de R$ 730 milhões em 2018.

A campanha pretende mostrar para a sociedade que vender a Caixa, atualmente único banco 100% público do Brasil, compromete sua função social e de desenvolvimento do país. “A Caixa está na vida de todos os brasileiros diariamente, embora muitos não tenham essa noção. E eles precisam saber que a privatização, mesmo que fatiada, poderá comprometer totalmente a aplicação dos recursos que o banco administra na área social”, destaca o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira.

A campanha nacional #aCaixaétodasua ocorre em um momento decisivo. A cada dia estão mais claros os planos para privatizar o banco. “A Caixa não pode deixar de ser o banco da casa própria, da poupança, do saneamento básico, do Fies, do Bolsa Família, dos municípios. Isso só é possível com a manutenção do caráter 100% público. Às instituições privadas não interessa o papel social desempenhado pela Caixa, o que significa dizer que ele não será mantido”, afirmou Jair Ferreira.

Formam o Comitê Nacional a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Federação Nacional dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag), Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (Fenacef), Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (Aneac), Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (AudiCaixa), Associação Nacional dos Técnicos Sociais e Assistentes de Projetos Sociais da Caixa Econômica Federal (Social Caixa), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), e Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU), além das centrais sindicais CUT, CTB, Intersindical, CSP/Conlutas e UGT.

Mobilização

Dois atos de pré-lançamento da campanha foram realizados em Brasília, no dia 15 de outubro, e em São Paulo na última sexta-feira (18). O primeiro aconteceu na matriz 3 da Caixa e contou com a participação de empregados do banco, dirigentes de entidades representativas da categoria, movimentos em defesa da moradia, parlamentares e de outros segmentos.

O pré-lançamento na capital paulista teve como palco as agências que administram o saque do FGTS para pessoas que não têm conta na Caixa. Representantes das entidades sindicais e do pessoal da Caixa dialogaram com a população e distribuíram material reforçando a importância do banco.

“Fizemos esse grande ato em sedes do FGTS e da Caixa, e é fundamental que todos os empregados se envolvam na campanha e conversem com amigos, vizinhos e conhecidos sobre a importância da Caixa para a vida da população”, destacou o vice-presidente da Fenae e secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Sergio Takemoto.

A empresa pública de Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex) foi vendida para o consórcio estrangeiro Estrela Instantânea, formado pelas empresas privadas IGT (norte-americana) e SGI (italiana), na manhã desta terça-feira (22).

O único participante do leilão ofereceu uma proposta de pagamento de R$ 96,969 milhões para a parcela inicial, apenas R$ 1 mil acima do mínimo exigido (R$ 96.968.123,51). O leilão foi realizado na sede da B3 (bolsa de valores oficial do Brasil), em São Paulo.

O valor total da outorga a ser paga à União nos próximos anos será de R$ 818 milhões, considerando a inflação projetada. O vencedor poderá realizar o pagamento em 8 parcelas anuais, que serão corrigidas pelo IPCA.

De acordo com o secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Sergio Takemoto, hoje é um dia triste para o povo brasileiro e para os empregados da Caixa. “O governo federal ‘vendeu’ a Lotex a preço de banana. Depois de seis tentativas, o governo conseguiu vender a Lotex. Agora temos que organizar os empregados e a sociedade para barrar a continuidade da privatização da Caixa. Precisamos da Caixa inteira para continuar servindo a sociedade brasileira”, disse.

Estudos feitos pelo BNDES apontam para uma receita potencial de R$ 6 bilhões a partir do quinto ano de exploração do serviço. Do valor faturado pela concessionária estrangeira, apenas 16,7% deverão ser entregues à União.

Somente em 2017, as Loterias da Caixa transferiram R$ 5,2 bilhões do total de R$ 13,9 bilhões (37,4%) dos jogos feitos pelos brasileiros a programas sociais nas áreas de seguridade social, esporte, cultura, segurança pública, educação e saúde.

A privatização da Lotex faz parte do Programa de Parceria e Investimentos (PPI). Criado ainda no governo Temer com a finalidade de privatizar empresas e serviços públicos, o PPI usa o BNDES para a estruturação dos leilões. No dia 27 de agosto, o governo Bolsonaro ampliou a queima de estoque do patrimônio nacional ao incluir mais nove estatais no cardápio de venda do PPI. A resolução do PPI baixou a exigência de faturamento da Lotex de R$ 1,2 bilhão para R$ 560 milhões em 12 meses, ou seja, menos da metade do exigido anteriormente. Também amplia de quatro para oito parcelas o pagamento do bônus de assinatura.

Fonte: Contraf-CUT

Em rápida sessão na manhã desta terça-feira (22), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou relatório de Tasso Jereissati (PSDB-CE) sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, de “reforma” da Previdência. Agora, o projeto vai para a última etapa da tramitação, no plenário da Casa, para uma segunda rodada de votação. A sessão está prevista para começar às 14h.

No primeiro turno, dia 2, a PEC passou com 56 votos favoráveis, sete a mais do que o mínimo necessário, e 19 contrários. Naquela votação, foi derrubado um dispositivo do texto aprovado na Câmara, sobre abono salarial.

Na sessão de hoje da CCJ, foram aprovadas duas emendas, de redação, que não alteram o mérito da proposta. O líder do PT, senador Humberto Costa (PE), disse que a oposição vai apresentar destaques em plenário para tentar alterar o texto do projeto governista.

Amanhã (23) deverá ser lido o relatório da chamada “PEC paralela” (número 133), que inclui Estados e municípios ao novo sistema. O relator também é Jereissati.

Com informações da Agência Senado

Fonte: Rede Brasil Atual

É o acúmulo de uma série de retirada de direitos e de precarização da vida das pessoas que, em algum momento, faz explodir os protestos como os que veem ocorrendo pelo mundo, avalia o comentarista político José Lopez Feijóo em sua coluna ao Seu Jornal, da TVT.

Na Europa, o Brexit levou a população da Inglaterra a tomar as ruas contra a saída do país da União Europeia, enquanto na Itália, o ministro do Interior, de extrema-direita, Matteo Salvini, sofreu um revés em sua política xenófoba. Medidas de austeridade fiscal também levantaram uma onda de protestos no Líbano, enquanto na América Latina, Argentina, Equador e Chile as populações também se manifestam, a despeito da repressão de seus governos.

Para Feijóo, está claro que todos os levantes populares que se espalham pelo mundo têm em comum a “implantação de políticas xenófobas, racistas, misóginas contidas nos pacotes de medidas ultra-liberais, que atacam os direitos da classe trabalhadora e as políticas públicas que beneficiam a população em áreas como saúde, educação, transporte e segurança pública. Enfim, um verdadeiro desastre”, avalia o comentarista político.

Os levantes contra as políticas neoliberais deveriam servir como alerta para o Brasil, aponta ainda Feijóo, uma vez que o país, desde 2016, com o governo golpista de Michel Temer e agora, com Bolsonaro, tem adotado medidas de austeridade e ajustes fiscais. É o caso da “reforma” da Previdência e da “reforma” trabalhista, que aprofundam e agravam a retirada de direitos. “O modelo neoliberal é incapaz de dar respostas satisfatórias para a vida da maioria da população, servindo apenas para concentrar renda e riqueza na mão de poucos.”

Fonte: Rede Brasil Atual