Maio 02, 2025
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Os bancos fecharam 1.928 postos de trabalho somente no mês de setembro de 2019, segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O saldo acumulado de janeiro a setembro chegou a 3.328 postos de trabalho a menos na categoria bancária neste ano. Desde 2013, foram fechadas 63.934 vagas na categoria.

O saldo foi impactado, principalmente, pelos planos de demissões voluntárias (PDVs) dos bancos Itaú e Bradesco.

“Essa enorme redução de postos de trabalho afeta não apenas a categoria. Num contexto de altas taxas de desemprego, toda a sociedade é prejudicada”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Os bancários se somam ao enorme contingente de desempregados. Isso contribui para a paralisia que vemos na economia. Sem renda, a população não vai às compras. A economia não gira”, analisou.

“Além disso, as pessoas que não têm acesso à tecnologia e as que preferem, ou precisam de atendimento pessoal, ficam sujeitas às enormes filas. Os funcionários ficam sobrecarregados e ainda mais propensos ao adoecimento”, completou Juvandia.

Os estados mais afetados foram Rio de Janeiro (-1.177 postos), Rio Grande do Sul (-852 postos) e Distrito Federal (-725 postos).

Faixa Etária

No período de janeiro a setembro de 2019, houve redução de postos de trabalho para todas as faixas etárias acima de 30 anos, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 6.909 postos. O saldo positivo ocorreu apenas na faixa de 18 a 29 anos, com criação de 9.547 postos de trabalho. “É uma forma de reduzir os salários e aumentar ainda mais os lucros”, explicou a presidenta da Contraf-CUT.

Segundo levantamento do Dieese, a remuneração média dos bancários e bancárias admitidos até 29 anos é de R$ 3.344,56. A dos demitidos com mais de 30 anos, a é de R$ 8.054,90, ou 141% maior do que a dos admitidos com idade inferior aos 30 anos.

Desigualdade de gênero

As 11.965 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e setembro de 2019 receberam, em média, R$ 3.938,85. Esse valor corresponde a 75,6% da remuneração média auferida pelos 14.151 homens contratados no período. Constata-se uma diferença de remuneração ainda maior entre homens e mulheres nos desligamentos. As 14.319 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.920,32, o que representou 72,8% da remuneração média dos 15.125 homens desligados dos bancos no período.

“Esse dado é preocupante. Mais do que mostrar que as mulheres são admitidas com remunerações menores do que as dos homens, mostra que, ao longo da carreira a diferença aumenta”, observou secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, lembrando que a categoria está respondendo ao Censo da Diversidade Bancária, que visa, entre outras coisas, apurar desigualdades de oportunidades na categoria para possibilitar a promoção de medidas preventivas.

Fonte: Contraf-CUT

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,09% em outubro, menor resultado para o mês desde 1998, segundo o IBGE. Se por um lado a inflação em baixa pode ser vista como boa notícia, por outro reflete uma economia estagnada, na produção e no consumo. O indicador que é considerado “prévia” da inflação oficial acumula alta de 2,69% no ano e de 2,72% em 12 meses. Os resultados foram divulgados na manhã desta terça-feira (22).

O grupo de maior peso, Alimentação e Bebidas, teve variação de -0,25%, na terceira deflação seguida. A maior alta ficou com Saúde e Cuidados Pessoais: 0,85%, com impacto de 0,10 ponto percentual no índice geral e influência de produtos como itens de higiene pessoal (2,35%) e produtos farmacêuticos (0,54%).

Em seguida, Transportes subiu 0,35%, com 0,06 ponto de contribuição na taxa do mês. A gasolina, que havia caído 0,06% em setembro, subiu 0,76% neste mês. O IBGE apurou elevação também no óleo diesel (3,33%), no etanol (0,52%) e no gás veicular (0,23%).

Entre os alimentos, o instituto registrou quedas nos preços da cebola (-17,65%), da batata inglesa (-14%) e do tomate (-6,10%). Dos produtos em alta, destaque para carnes (0,59%). Alimentação no domicílio caiu 0,38%, enquanto fora do domicílio não teve variação: a refeição caiu 0,13% e o lanche subiu 0,20%.

O grupo Habitação também teve queda, a segunda maior de outubro: -0,23%. Contribuiu para o resultado o item energia elétrica (-1,43%), com mudança de bandeira tarifária. Já a taxa de água e esgoto subiu 0,18%.

Três das 11 regiões pesquisadas tiveram deflação: Curitiba, Recife (ambas com -0,07%) e Fortaleza (-0,08%). O maior índice foi apurado em Belém (0,28%). Na região metropolitana de São Paulo, o índice foi de 0,06%. Em 12 meses, o IPCA-15 varia de 1,86% (Curitiba) a 3,70% (Fortaleza).

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 7 de novembro.

Fonte: Rede Brasil Atual

A “reforma” da Previdência deve passar pelo segundo turno de votação no plenário nesta terça-feira (22) à tarde. Pela manhã, a partir de 11h, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deve votar as últimas emendas apresentadas ao projeto, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019. Se aprovada, segue para sanção presidencial.

As emendas que serão apreciadas na CCJ tentam reverter os prejuízos que a reforma pode causar aos trabalhadores. Três delas são do senador Paulo Paim (PT-RS), seis de Jaques Wagner (PT-BA), uma de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e de Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Paim afirmou ontem (21) em plenário que o Senado tem a oportunidade de diminuir os prejuízos que a reforma pode trazer. Paim defendeu mudanças, como o fim da aposentadoria especial de quem trabalha em área de alto risco. Paulo Paim mencionou o estudo da Unicamp que questiona os cálculos do governo, que apontaram déficit nas contas da Previdência.

Ele defendeu algumas medidas, sugeridas pela CPI da Previdência, para garantir mais recursos para a Seguridade Social (e para as contas públicas) sem penalizar os trabalhadores.

“A CPI fez uma análise detalhada, demonstrou que o problema da Previdência é de gestão, de arrecadação, de sonegação, de apropriação indébita e de perdão de dívida. Só de apropriação indébita, são R$ 30 bilhões por ano. A CPI também constatou que, em 20 anos, entre desvio, sonegação, dívidas, o montante foi de R$ 6 trilhões, em valores atualizados”, afirmou o senador.

Já o senador Rogério Carvalho (PT–SE) afirmou que a reforma atende apenas aos interesses empresariais. O senador lamentou que as reivindicações corporativas estejam acima do interesse público. Para o parlamentar, o texto aprovado em primeiro turno no Senado contribui para o aumento da desigualdade social e, como consequência, é uma ameaça à estabilidade, à democracia e à paz social do país.

“As corporações do mercado financeiro são as que definem como vai ser a nossa Previdência. São as que definem o que é importante para o país e que tornaram o Brasil refém de uma agenda […]. Amanhã [terça-feira, 22], nós temos um grande embate, e espero que se consiga corrigir essa que é uma grande atrocidade com os mais pobres do nosso país, que é essa tal de reforma da Previdência”, analisou.

Com informações da Agência Senado

Fonte: Rede Brasil Atual

Os empregados da Caixa Econômica Federal se reúnem, nesta terça-feira (22), para a mesa permanente de negociação com a direção do banco. Na pauta, Saúde Caixa e Saúde do Trabalhador, Funcef e Caixa 100% Pública. Na última reunião, os representantes dos trabalhadores reafirmaram a necessidade da construção do papel público e social do banco, junto à defesa dos direitos dos trabalhadores.

“A mesa de negociação permanente é conquista do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho). Estamos num momento ímpar para defender os direitos dos empregados e, principalmente, defender a nossa empresa. Priorizamos as negociações e temos muita coisa para cobrar e avançar”, afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco.

Os empregados cobram as informações necessárias para negociar a sustentabilidade do Saúde Caixa. Reivindicam ainda paridade na política de investimento da Funcef.

Com relação a saúde do trabalhador, os empregados querem debater o fim do GDP e de todas as formas de gestão pelo medo, entre outros itens.

Nesta terça-feira, os empregados de todo o Brasil realizam também ato em defesa da Caixa 100% Pública, com ênfase na defesa das loterias.

Fonte: Contraf-CUT

Dirigentes das seis principais centrais sindicais do país se reuniram na última quinta-feira (17) com o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, que anunciou o início da elaboração de uma nova “reforma” trabalhista por parte do governo Bolsonaro e também a pretensão de acabar com unicidade sindical. Em resposta, foi apresentada ao governo a versão atualizada da “agenda da classe trabalhadora“, documento com 23 itens que propõe políticas para a retomada do crescimento econômico. Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre,  há um “tema central e prioritário a ser discutido hoje no país e esse tema é a geração de empregos, para o Brasil voltar a crescer”.

O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, também tratou das divergências no encontro. “A preocupação central é a geração de empregos e a retomada do crescimento econômico. Não é prioridade, nesse momento, o tratamento da reforma trabalhista, mas, sim, o tratamento para a geração de empregos de qualidade, que não é o que estamos observando na economia brasileira”, afirmou, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (21).

Entre os itens da agenda, Clemente destaca ações emergenciais para a retomada do emprego no “curtíssimo prazo”, como investimento público para a retomada de mais de 10 mil obras paradas. Seria uma das melhores formas, segundo ele, para a criação de postos de trabalho na construção civil, setor que, desde 2014, vem sofrendo com a destruição de milhares de empregos, por conta da paralisação no setor causada pelas investigações da Operação Lava Jato.

Segundo ele, para além das inúmeras irregularidades cometidas pelos procuradores de Curitiba, em conluio com o então juiz Sergio Moro, divulgadas na série de reportagens do The Intercept Brasil, ao criminalizar as empresas em vez de responsabilizar os seus executivos, a força-tarefa penalizou a sociedade, que passou a pagar um “preço injusto” pela forma “inadequada” do suposto combate à corrupção.

Fonte: Rede Brasil Atual

Terminou neste domingo (20) o 4º Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (4FNDC), realizado em São Luís, Maranhão. O evento debateu com ativistas, militantes, pesquisadores e trabalhadores formas para a construção de uma comunicação mais plural, diversa e democrática.

Foram discutidos nas conferências e painéis temas, como: desinformação e fake news, proteção à comunicadores e jornalistas em tempos de autoritarismo, discurso de ódio na mídia, privacidade na internet, atuação das plataformas de tecnologia, comunicação pública e comunicação comunitária, institucionalização da censura no Brasil, entre outros.

“Terminamos o Fórum com a esperança de conseguirmos uma melhor articulação em nível nacional. Precisamos lutar para combater as fake news e produzir conteúdo com qualidade para todos”, disse o secretário de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

O Encontro contou com a participação de convidados internacionais, como o pesquisador Martín Becerra, professor titular daa Universidade Nacuional de Quilmes e Universidade de Buenos Aires, e do inglês Nick Couldry, sociólogo e professor da London School of Economics and Political Science.

Do Brasil, destaque para a participação do editor-executivo do The Intercept Brasil, Leandro Demori, da jornalistas Maria Inês Nassif e Mara Régia, da blogueira Lola Aronovich, dos professores Dennis de Moraes e Silvio Almeida, ambos da USP, entre outros. Ao todo, o 4ENDC reuniu um total de 227 participantes, que vieram de todas as regiões do país.  

Aprovação da Carta de São Luís

O 4º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (4ENDC) aprovou a Carta de São Luís, documento que reafirma de forma contundente a defesa da liberdade de expressão e da democracia, e denuncia os principais movimentos autoritários em curso no país, que tem sido capitaneados principalmente pelo governo Bolsonaro. 

Leia a Carta de São Luís:

“Carta de São Luís em defesa da Democracia e da Liberdade de Expressão

Nós, participantes do 4º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ativistas dos movimentos de comunicação, sindical, juventude, cultural, estudantil, moradia, do campo e da cidade, mulheres, negros, LGBT, meio ambiente, academia, ativistas digitais, trabalhadores da comunicação etc.), promovido pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação nos dias 17, 18, 19 e 20 de outubro, na cidade de São Luís, no Maranhão, nos levantamos contra toda e qualquer forma de censura.

Num momento delicado para a democracia no nosso país, onde um governo de caráter antidemocrático promove perseguição a jornalistas e a veículos de comunicação e impõe censura no campo cultural, nós reiteramos: Não vamos nos calar diante das arbitrariedades!

Nos manteremos unidos na luta para garantir os espaços de participação social extintos pelo governo federal e denunciar a demissão discricionária de dirigentes de órgãos públicos fundamentais, com mandatos em vigência, para desmantelar políticas públicas essenciais ao país, como ocorreu no caso da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, na Funarte e no Inpe. Reiteramos que o decreto de Jair Bolsonaro que extingue os conselhos são inconstitucionais. Democracia e liberdade de expressão se constróem com a efetiva possibilidade de aprofundarmos os espaços de participação da sociedade na elaboração e acompanhamento de políticas públicas do governo!

Continuaremos denunciando os ataques à Lei de Acesso à Informação (LAI), feitos pela imposição de sigilo às agendas de autoridades e das mais variadas informações públicas para impedir a transparência e a possibilidade de a sociedade acompanhar as ações do governo. Também nos manifestamos contra o decreto 10046/2019, que integra os bancos de dados da administração pública, violando vários dispositivos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, sem mecanismos de transparência e controle, atentando contra a privacidade do cidadão. ?Democracia e liberdade de expressão se constróem com transparência das ações do Estado e com a garantia da privacidade do cidadão!

A resistência contra a Lei da Mordaça, contra a perseguição de professores e estudantes e de suas entidades representativas, contra a intervenção autoritária que ataca 

a autonomia das universidades e institutos federais, contra o desmonte da universidade pública e da política de Ciência & Tecnologia também são tarefas urgentes! Democracia e liberdade de expressão se constróem com uma educação de qualidade, com liberdade de cátedra para os professores, com universidades fortes e livres e uma pesquisa forte para explorar todas as fronteiras do conhecimento!

No campo econômico, nos manteremos firmes na defesa da soberania nacional e contra as privatizações que estão liquidando empresas fundamentais para a construção de um Estado forte. Somos contra a privatização dos Correios, da Dataprev, do Serpro e continuaremos lutando para reduzir os danos da aprovação do PLC 79, que alterou a 

nossa Lei Geral de Telecomunicações e reduziu os instrumentos do estado de impor metas e obrigações para essas empresa, e assim garantir a universalização do acesso aos seus serviços, como a internet banda larga. Democracia e Liberdade de Expressão se constróem com Estado forte, soberano.

Não vamos nos dobrar diante da truculência e do obscurantismo que avança sobre nossa produção cultural e artística, que ressuscita a censura prévia do Estado brasileiro a obras culturais por motivação ideológica e política. ?

Democracia e Liberdade de Expressão se constróem com plena liberdade artística e cultural.

Manteremos nossa voz ativa e altiva diante da tentativa do presidente da República, de seu governo e seguidores de nos silenciar. Denunciaremos amplamente toda e qualquer forma de censura, e de perseguição e violência contra jornalistas e comunicadores.

Continuaremos na luta em defesa da comunicação pública, em particular da Empresa Brasil de Comunicação. Expressamos nosso repúdio à fusão da programação da TV Brasil e da NBr, que viola a complementariedade prevista na Constituição, a censura e a militarização do conteúdo da EBC, e o fechamento da praça do Maranhão, violando o direito à produção regional. Nos mantemos firmes na defesa da radiodifusão comunitária e lutaremos para fortalecer a mídia alternativa e popular. Democracia e Liberdade de Expressão se constróem com imprensa livre, com pluralidade e diversidade de vozes.

Reunidos em São Luís, reafirmamos nosso compromisso em defesa da construção de uma ampla unidade dos setores democráticos e populares, tecendo o diálogo entre campos diferentes. Compreendemos que para derrotar a ultra-direita conservadora e reacionária, o obscurantismo e o ultra-liberalismo econômico é necessário a unidade na diferença. Democracia e Liberdade de Expressão se constróem com uma ampla unidade social.

Calar Jamais!

4º Encontro Nacional pelo Direito da Comunicação”

 

Fonte: Contraf-CUT

O triunfo da extrema-direita no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) e centenas de nomes antidemocráticos aos governos estaduais e nos legislativos é a vitória do extremismo religioso, sobretudo evangélico, alimentado pelo conservadorismo do brasileiro. Pautada por uma agenda de ataques aos direitos da mulher, da população negra, indígena, quilombola e a toda a diversidade sexual, supostamente em defesa da família e dos fundamentos da fé, da moral e dos bons costumes, essa combinação nefasta segue dando as cartas nos espaços de poder, nas políticas, ações, projetos e nos discursos. E tem como objetivo se fortalecer, se ampliar e se perpetuar como instrumento político e de controle social e econômico.

O retrocessos trazidos pela agenda da família e da religião, diretamente associada à questão de gênero, e as estratégias de enfrentamento estiveram na pauta do seminário internacional Democracia em Colapso?, realizado pela Boitempo Editorial e pelo Sesc na tarde desta quarta-feira (16). Para debater o tema, o pastor batista Henrique Vieira, a militante LGBT comunista Amanda Palha e a cientista política Flávia Biroli.

Titular da Igreja Batista do Caminho, de Niterói (RJ), Henrique Vieira alertou para um “extremismo evangélico” no Brasil, perigoso e potencializador de violências. Um “problemaço” para a democracia, os direitos humanos e a diversidade de gênero. “Esse grupo, que tem poder econômico, midiático e projeto de poder, cresce em um país fundado na escravidão genocida, colonizadora”.

Mas ressalvou: é um erro de análise acreditar que que o movimento evangélico inaugurou o retrocesso. “O conservadorismo do brasileiro alimenta o extremismo evangélico e vice-versa. Mas não há um monopólio do evangélico sobre o conservadorismo brasileiro”, ressaltou, ponderando que, se Silas Malafaia é evangélico, Marthin Luther King também era. “Ou seja, achar que são todos iguais, caretas, fascistóides prontos a dominar o Brasil, é ignorar uma disputa dentro do segmento evangélico, que majoritariamente é pobre, negro, periférico, favelado e trabalhador”.

Essa diferenciação, segundo ele, é fundamental para conter o avanço extremista e seus efeitos. “Se cairmos nessa ladainha de que todo evangélico é igual, vamos entregar de bandeja o futuro do nosso país nas mãos dos coronéis da fé. É dessa armadilha que temos de sair.”

Valores sagrados

O extremismo a que ele se refere é o espírito da bancada evangélica no Congresso Nacional, que apresenta e aprova leis contrárias aos reais interesses da sociedade, e que se move entre as estruturas de poder e em instituições.  Está alicerçado em um fundamentalismo que afeta diretamente a pauta política e de gênero – que tem tudo a ver com os ataques do governo.

Conforme o pastor Henrique Vieira, o fundamentalismo se sustenta na leitura e interpretação literal de trechos bíblicos, sem contextualização, e em uma “perspectiva de  antigamente”, de que algo está sendo perdido: uma verdade, uma tradição. “Valores fundamentais e sagrados que estão sendo desafiados pelo movimento feminista, corroídos pelas LGBTS. Tem um senso de que os corpos em movimento na história estão corroendo essa absoluta objetividade nessa letra. E tudo aquilo que aparece como revolução, especialmente no corpo, se torna uma ameaça a esse código maior, porque o código, por definição, é indecifrável. Interditar o corpo, controlar, domesticar, definir, castrar o potencial sedutor, sensitivo, físico do corpo é também anular uma potencialidade subversiva de mudar o mundo.”

Outro espaço que ganha a prevalência e a densidade de um ativismo conservador na agenda política brasileira é a rural, conforme apontou a cientista política Flávia Biroli, que coordena o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Desigualdades (Demodê), da Universidade de Brasília (UnB). “A pesquisa que estou realizando tem me mostrado que existe um padrão regional com relação direta com a capacidade de atores políticos religiosos de mobilizar segmentos populares amplos, significativos em apoio a agendas que são mais do que conservadoras, mas antidemocráticas. Há uma capacidade de mobilização com a base na agenda rural.”

É na ideia de ameaça à família que está o apoio a alianças e agendas antidemocráticas, conforme lembrou Flávia. “Nós vimos isso acontecer nas eleições no Brasil e não podemos fazer de conta que não aconteceu. E existe apoio popular, embora nem todos estejam apoiando a agenda antidemocrática, como esses protestos de rua, com slogans ‘não se meta com meus filhos’. Eles são populares, de caráter popular”.

Entre essas “famílias de bem”, defensoras de valores tradicionais e morais ameaçadas estariam aquelas proprietárias de terras, com liberdade para usar armas contra trabalhadores rurais.

Sua hipótese é a de que as inseguranças das pessoas em relação a vínculos são muito reais. Ou seja, vínculos entre as pessoas, relações de cuidado em uma sociedade com crianças, idosos, pessoas doentes em situações econômicas especificas.”Essas questões todas estão sendo transformadas em apoio a visões antidemocráticas. Há uma chave, a ideia de que as maiorias existiriam e seriam correspondentes a valores tradicionais ameaçados. E isso tem sido muito utilizado. Nós temos de ser capazes de fornecer uma alternativa, sem virar as costas para inseguranças que têm, sim, relações com vínculos, com as famílias, com as pessoas, seus afetos; a gente tem de ter capacidade de lidar com isso. Por que senão, gente, é prato cheio para mobilizações antidemocráticas”.

Pra mim, uma das coisas mais difíceis na educação de uma criança é o conceito de família. Parece louco nesse mundo privado que a gente construiu. Aí vem a sabedoria indígena: criança é responsabilidade tribal. Isso é lindo. É ampliar tanto o conceito de família que sai da imaginação privada e vira uma grande responsabilidade pública cuidar uns dos outros. Eu só chamaria isso de ampliação e não de fim. (Pastor Henrique Vieira)

Questão de gênero

Flávia destacou também que a noção de gênero avançou timidamente durante os governos de centro-esquerda em diversos países da América Latina nas últimas décadas. Mas isso foi o suficiente para assustar os setores conservadores, como lembrou. “Em seu discurso de posse, de nove minutos, Bolsonaro disse que o combate à ideologia de gênero é uma das metas de seu governo. Olha a que lugar político foi parar essa noção, que se transformou em estratégia política e se transforma em um dos eixos das lideranças de direita, extrema direita em várias partes do mundo.”

Estar no alvo das ações do governo, segundo ela, tem a dimensão de restringir os direitos ao desnaturalizar as ideologias de gênero e também obter apoio popular para processos de desconstrução democrática. Isso porque foi criado um inimigo – a ideologia de gênero.

“Esse inimigo foi solto em um momento em que há muito receio e insegurança entre as pessoas, causados pelo processo histórico de precarização de décadas de neoliberalismo. A decepção da democracia liberal, a desconfiança das elites políticas junto com esse processo de moralização das inseguranças tem trazido essa possibilidade de ao mesmo tempo desconstruir os direitos das mulheres e utilizá-los para criminalizar movimentos sociais e restringir direitos”.

Não é à toa, segundo ela, que os ministérios da Educação, das Relações Exteriores e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos têm suas agendas afinadas com o discurso presidencial. E o governo é um ator contrário à agenda da igualdade de gênero e da diversidade sexual nesse processo de desconstrução democrática.

Família

Enquanto diretriz e norma para a prática sexual e a produção de corpos – em síntese, a força de trabalho fundamental na engrenagem capitalista –, em desrespeito à autonomia sobre o desejo e gozo, o modelo tradicional de família foi duramente criticado pela educadora popular e ativista LGTB Amanda Palha. Ela foi além ao criticar também as limitações do próprio movimento em que milita e pediu mudança de postura.

“Dizem pra gente que o movimento quer acabar com a família, é promíscuo, defende o sexo desregrado… E a gente entrou na década de 1990 para cá numa onda de se colocar em posição defensiva de dizer ‘não, eu não quero destruir família nenhuma não. A gente só quer amar,  quer até constituir família’, o que é um retrocesso político violento, que violenta o movimento LGBT na América Latina. Cabe a radicalização da nossa parte de afirmar com todas as letras o que é uma estratégia política crítica anti-sistêmica. ”Vocês querem destruir a família. Sim, queremos'”, disse, sendo muito aplaudida nesse momento. “Mas dizer que queremos o fim da família não quer dizer que queremos o fim do afeto, o cuidado mútuo, o que é outra coisa.”

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Na direção oposta ao que desejariam o presidente estadunidense, Donald Trump, e seu discípulo Jair “I Love You” Bolsonaro, a população dos Estados Unidos apoia cada vez mais a existência dos sindicatos. Segundo pesquisa divulgada no final de agosto deste ano pelo instituto Gallup, 64% das pessoas em idade economicamente ativa naquele país aprovam e apoiam a ação sindical.

Já segundo levantamento realizado no final de 2018 pelo prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT), 48% das pessoas em idade economicamente ativa se filiariam a um sindicato, caso tivessem a oportunidade.

Nos últimos dois anos, os sindicatos filiados à American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations (AFL-CIO), principal central sindical estadunidense, conquistaram meio milhão de novos sindicalizados, apesar de toda a oposição do partido Republicano e de decisões judiciais que pretendem esvaziar o movimento sindical.

Essa taxa de 48% de norte-americanos que desejam se sindicalizar supera o índice de 33% registrado em 1977, período anterior à campanha maciça contra o movimento sindical que seria iniciada anos mais tarde, por Ronald Reagan, ícone do neoliberalismo.

Uma das explicações para esse movimento é justamente a ação sindical, explica o presidente da AFL-CIO, Richard Trumka. Segundo ele, os sindicatos têm conversado pessoalmente, ou por telefone, com os trabalhadores associados e não-associados, há pelo menos dois anos, para falar da importância da ação coletiva e da sindicalização. Além das campanhas nos meios de comunicação sindical.

Outra razão pode estar na queda de poder de compra dos salários e da qualidade dos postos de trabalho nos Estados Unidos, resultado também do enfraquecimento dos sindicatos, por conta das campanhas e ações contrárias ao movimento. Menos de 11% dos que trabalham naquele país são sindicalizados. A combinação desses dois fatores – empobrecimento e baixa sindicalização – vai deixando à mostra, com a ajuda de pesquisas acadêmicas e reportagens não-alinhadas aos donos do dinheiro, que ser sindicalizado faz diferença. E para melhor.

Por exemplo:

Sindicalizados ganham 25,6% a mais que outros trabalhadores não sindicalizados, graças às negociações coletivas. Têm também cinco vezes mais chances de se aposentar. Mulheres negras sindicalizadas têm salários 25% maiores que as não-sindicalizadas. As diferenças salariais entre gênero e raça são menores em empresas onde há atuação sindical. Isso porque, onde os sindicatos podem pressionar os empregadores e negociar, há contratos coletivos e condições mais favoráveis aos trabalhadores.

Esses e outros dados, coletados pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos, são inclusive citados nas justificativas que encabeçam o projeto da Lei pelo Direito de Organização (Protecting the Right to Organize Act), elaborado e apresentado pela bancada do partido Democrata no Congresso. Aprovado na última semana de setembro pela Comissão de Educação e Trabalho da Casa, seguirá para o Plenário.

Se aprovado, vai abolir práticas que têm sido enormes obstáculos ao movimento sindical. Como as rotineiras demissões de quem manifesta o desejo de se sindicalizar, decisões judiciais que tentam desestimular a contribuição financeira voluntária ou o controle dos patrões sobre a decisão de abrir ou não um sindicato. Como nos Estados Unidos a representação sindical é por empresa – e para criar um sindicato é preciso a assinatura expressa de 50% mais um do total de empregados – o medo de retaliações deixa vários locais sem representação sindical.

“Isso soa familiar para você?”, pergunta, em tom jovial, o sindicalista Richard Trumka, em alusão aos ataques aos sindicatos sofridos atualmente no Brasil. Trumka, que iniciou sua vida laboral como funcionário de uma mina e, anos depois, formado advogado, ascendeu no movimento sindical, esteve recentemente no Brasil. Em Curitiba, visitou Lula, a quem entregou um prêmio em nome da AFL-CIO. Na sexta-feira (11), concedeu esta entrevista ao portal da FPA na sede da CUT, em São Paulo.

Acompanhe:

Nos Estados Unidos, o movimento sindical tem conseguido aprovar leis que tentam conter a perseguição e o esvaziamento dos sindicatos. Conte um pouco sobre isso.

Nós temos trabalhado com o partido Democrata para ter um nova lei implantada. Há duas semanas, essa lei, chamada Lei pelo Direito de Organização (Protecting the Right to Organize Act), foi aprovada em comissão da Câmara. Todos os democratas votaram a favor, e provavelmente a Câmara vai aprová-la. Vai ser uma luta para aprovar também no Senado, porque a direção do partido Republicano não quer nada que ajude os trabalhadores. Ao mesmo tempo, temos feito um esforço de sindicalização num ritmo muito interessante: nos dois últimos anos, conseguimos sindicalizar meio milhão de trabalhadores. Estamos crescendo entre os jovens: cada vez mais a juventude quer se sindicalizar e exige mudanças que permitam isso.

Estamos fazendo um grande esforço para termos também condições de sindicalizar as pessoas que trabalham na área de alta tecnologia, o pessoal que trabalha com aplicativos de transporte, para que eles tenham também o direito de ter sua voz ouvida.

Vamos ter eleições no ano que vem e esperamos ter um presidente e lideranças no Congresso que possam aprovar essa nova legislação que permita reverter a atual, tão negativa para os trabalhadores nos Estados Unidos nos últimos anos.

Quais são as chances de a nova legislação ser aprovada no Senado? E quais as principais mudanças que essa lei propõe?

A lei abole o “right to work”, um conjunto de leis que permite contratar trabalhadores avulsos para substituir quem está em greve, que permite aos estados impedirem sindicalização e desconto da contribuição sindical. A lei que pretendemos aprovar também extingue a proibição de greves de outras categorias em apoio a reivindicações de uma outra.

Hoje, quando você é demitido de uma empresa e contratado por outra, a indenização que você recebe é descontada no salário da nova empresa. Queremos que isso acabe.

A chance de essa legislação ser aprovada no atual Senado é pequena, não tanto pelo conjunto do senadores, mas pela liderança da maioria, que é republicana. Mitch McConnell (líder dos republicanos no Senado) não pretende colocar em votação. Então, depois das eleições, aí sim, se conseguirmos maioria, acreditamos na possibilidade de aprovação, a gente tem alguma chance.

Aqui no Brasil, além do governo e do Congresso terem um recorte conservador e anti-trabalhista, há uma campanha permanente por parte de setores da mídia que faz com que parte da população, senão a maioria, acredite que de fato sindicato não é necessário e ainda representa um entrave para o desenvolvimento. Como a AFL-CIO e seus sindicatos têm trabalhado para obter apoio popular a essas mudanças representadas pela nova legislação?

Em primeiro lugar, a opinião pública nos Estados Unidos em relação aos sindicatos está em direção oposta. Estamos com uma aprovação popular de 64%, que é a maior dos últimos cinquenta anos. Os jovens querem se sindicalizar como jamais antes. Das pessoas que nós sindicalizamos nos últimos dois anos, três quartos são jovens, com menos de trinta anos. E uma respeitada instituição, o MIT, fez uma pesquisa que mostra que 48% das pessoas que não são sindicalizadas o fariam hoje mesmo, se tivessem a oportunidade. E essa é a razão: o trabalhador americano não acredita que o sistema econômico funciona para ele. A única coisa que funciona para ele são os coletivos. Atualmente existem mais ações coletivas acontecendo nos Estados Unidos do que nas últimas décadas. Nós conseguimos demonstrar nosso poder e nosso valor para os trabalhadores. Por exemplo: um trabalhador sindicalizado ganha, em média, 150 dólares a mais por semana do que aquele que não é sindicalizado. A chance de quem é sindicalizado conseguir se aposentar também é muito maior.

Outra coisa importante: em nosso último congresso, decidimos que íamos começar a promover trabalhadores sindicalizados para cargos públicos eletivos. No ano passado, em 2018, elegemos aproximadamente mil candidatos a cargos públicos. Dois para o Senado, três governadores estaduais, dezoito deputados federais e novecentos deputados estaduais. No próximo ciclo político, esse número deve crescer ainda mais. Então, esses trabalhadores começam a levar o recado dos trabalhadores para os corredores do poder. Ao invés de termos esses corredores contra nós, eles serão neutros ou passarão a ser mais favoráveis.

Outra coisa que vale a pena mencionar é que nós investimos muito tempo para entender os trabalhadores, quem são nossos associados, o que pensam, no que acreditam. Assim, vamos desenvolver mensagens que vão ecoar melhor junto às pessoas, vão energizá-las, motivá-las a participar de atividades. Inclusive, vão apoiar as candidaturas que nós indicarmos. Essa é uma parte importante do trabalho.

Gostaria de falar sobre o financiamento dos sindicatos. Para fazer um trabalho como esse que você acaba de relatar, são necessários recursos. Hoje, no Brasil, além da queda do número de filiados, há obstáculos ao recebimento das mensalidades, colocados por governos. Como lidar com isso?

Para responder essa pergunta, vou citar um exemplo do que aconteceu conosco. Ano passado, sob demanda do Partido Republicano, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que os servidores públicos não precisavam pagar contribuição sindical. Isso soa familiar para você? Eles acharam que isso seria um golpe mortal no sindicalismo do serviço público. Nós fomos e conversamos com nossos filiados. Telefonamos para eles. Falamos da importância de estarmos juntos, da solidariedade. Em vez de perder, nós ganhamos. Não deixamos o plano deles ter êxito. Conversamos com nossos associados, e principalmente ouvimos sobre o que eles querem, o que precisam. Quais suas expectativas, desejos e esperanças. E trabalhamos em cima disso. Ficamos mais fortes, da base para cima. Foi nisso que a gente focou. Então, aumentamos nossas taxas de sindicalização e contribuição.

Fonte: Rede Brasil Atual

A Caixa divulgou, na última sexta-feira (11), o RH 227, com as regras para reembolso com despesas médicas, para os contratados a partir de 1 de setembro de 2018.

A publicação é fruto da pressão da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) para que a Caixa cumprisse o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2018/2020, uma vez que os empregados contratados após a data acima estavam sem qualquer tipo de assistência. A Contraf-CUT, inclusive, entrou com ação judicial visto que nas mesas de negociação permanente, a Caixa não dava um prazo para essa publicação.

“Por nossa solicitação, o reembolso será retroativo necessitando o empregado comprovar a contratação de plano de saúde do mercado. Porém, a nossa luta é maior que apenas o cumprimento do acordo, queremos Saúde Caixa para todos”, afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Juventude da Contraf-CUT e coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu, na manhã desta quinta-feira (17), com a direção do banco para debater o novo modelo de agências e o plano de Previdência dos funcionários e conhecer a apresentação do banco sobre o quadro de funcionários por Estado e gênero e do número de admissões e demissões 2018 e 2019.

O banco apresentou os números referentes a admissões e desligamentos de 2018 e de 2019. Porém, não conseguiu finalizar o levantamento do desmembramento de admissões e demissões e ficou de encaminhar para a COE assim que terminar o trabalho.

Projeto: Consultor de Longevidade:

O Itaú apresentou o Projeto Piloto de Longevidade, que será testado em 16 agências de São Paulo, com a contratação de terceirizados, com mais de 50 anos e carga horária de 20 horas de trabalho, responsáveis por familiarizar os clientes mais velhos aos meios eletrônicos. O projeto terá duração de cinco meses.

“Nossa preocupação com o projeto é que a pessoa contratada terá acesso a informações bancárias dos clientes, o que pode ser perigoso”, alertou Jair Alves, coordenador da COE Itaú.

Plano de previdência

De acordo com o Itaú, 72% dos bancários têm Previdência e 28% não têm. Dos 28%, eles têm em média 4 anos de empresa e idade média de 29 anos. “Os números mostram que é fundamental o banco reestudar os valores que são pagos em contrapartida pelo Banco no Plano PGBL (616). Hoje vão de 0,5% a no máximo 2% do salário. Esse debate vai para mesa de negociação com a Fundação de Previdência Itaú”

Novo Modelo de Agências:

O banco está adotando um novo modelo de agência bancária que tem salas de vídeo conferência, wifi, uma área interna com layout mais aberto, sem caixas humanos, com máquinas que realizam depósito em dinheiro, pagamento com troco (inclusive moedas). No Rio de Janeiro e Nordeste vão inaugurar ainda. Em São Paulo já existe. De acordo com o banco, as agências que vão “tombar” e virar modelo novo que tenham portas giratórias, será mantido o equipamento e as que não tem, não será instalado.

Para Jair, está claro que este projeto favorece os meios eletrônicos, o que pode na realidade, ser uma ponte para digitalização total do atendimento bancário. “Apresentamos a preocupação com as obras e as condições de trabalho dos bancários, citando inclusive o exemplo da Fetrafi-MG que tem uma agência fechada pelo Sindicato de BH há mais de cinco dias por conta da falta de condições de trabalho oferecida pela obra na agência. Questionamos como serão emprego do trabalhador nesse novo modelo. Questionamos também qual será a quantidade de trabalhadores dentro dessas agências e o banco disse que não tem essa informação, mas vão levantar e passar para COE”, lembrou.

“O banco afirmou que não tem interesse acabar com as agências. Apenas quer que os clientes usem meios eletrônicos, mas que quando o cliente precisar ir na agência ele quer que seja bem atendido. Afirmaram que de fato o número de agências vai diminuir, dado o avanço da tecnologia. Disseram ainda que hoje existem vários concorrentes que estão incomodando o banco e, portanto, têm que ser feitas mudanças para competir no mercado”, completou Ramon Peres, representante da Fetrafi MG.

Fechamento de agências:

O banco disse que tem recebido de alguns sindicatos sobre possíveis fechamentos de agências. O diretor de Relações Sindicais afirmou não ter muito conhecimento sobre isso, pois o banco trata de uma maneira estratégica esse tema e, portanto, ele não tem acesso.

O Itaú anunciou o fechamento de mais 86 agências normais e 18 agências do Personalité, até 25/11. O banco assumiu o compromisso de fazer o esforço para realocar as pessoas. Soma-se já 240 agências fechadas no ano de 2019. O banco fez o compromisso de encaminhar o nome das agências que vão fechar para a COE que encaminhará para as federações.

Uma nova reunião será realizada para entre os dias 10 e 11 de dezembro, para voltar a discutir esses temas.

Fonte: Contraf-CUT