Maio 01, 2025
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Poucas horas depois de divulgar um lucro de mais de 19 bi nos primeiros meses de 2019, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, anunciou que irá fechar 450 agências até o ano que vem.

De acordo com matérias publicadas na grande imprensa, o banco precisa melhorar suas despesas operacionais, que estão acima da meta estabelecida para 2019, e que está tomando medidas para isso – além do programa de demissão voluntária (PDV), com adesão de mais de 3 mil funcionários. A Confederação Nacional do Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) já enviou um ofício ao banco solicitando informações sobre o fechamento de agências e a situação dos bancários e uma reunião para tratar do assunto.

Depois de fechar 50 agências até setembro, o Bradesco espera encerrar mais 100 unidades ainda este ano. Mais de 300 devem ser descontinuadas em 2020, conforme Lazari. Os fechamentos de agências ocorrerão em todo o Brasil e não há, segundo ele, uma região específica. Ao fim de setembro, o Bradesco contava com 4.567 agências.

“É lamentável que, mesmo com lucro crescente, a decisão do banco seja a retirada de emprego. Este é um dos pontos prioritários da nossa minuta de reivindicações, a garantia de emprego”, afirmou Magaly Fagundes, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco do Brasil comunicou na quinta-feira (31) que o Conselho Diretor do banco aprovou a nova proposta de reforma estatutária da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), que foi elaborada com as entidades de representação dos funcionários e apresentada ao banco pelo Conselho Deliberativo da Cassi.

O banco informa ainda que a aprovação da proposta depende da anuência dos associados e que, se aprovada, está previsto o aporte adicional na Cassi de até R$ 588 milhões em 2019.

O banco diz ainda que a proposta prevê também a liquidação antecipada pelo BB de obrigação contratual de R$ 450,9 milhões referentes ao ressarcimento do déficit do Grupo dos Dependentes Indiretos (GDI), formado por cerca de 2.300 dependentes indiretos de associados, inscritos antes de 2007, quando o estatuto não vedava e que custeado em parte pelo banco e em parte pelos próprios usuários

“A Cassi passa por um momento difícil, com grande déficit fiscal e o risco ter a carteira do plano associados alienada e transferida para o mercado de saúde privada. Por isso, o aceite pelo banco de uma nova proposta elaborada em conjunto pelas entidades de representação, com o auxílio do corpo técnico da Cassi, já uma grande vitória”, alertou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

R$ 1 bilhão de aporte imediato

As entidades representativas acordaram com o banco que, se o estatuto for aprovado, o BB aportará de imediato R$ 1.006 bilhões para o Plano Associados.

  • R$ 450 milhões relativos à antecipação de pagamento de todas as parcelas futuras de responsabilidade do banco no GDI;
  • R$ 415 milhões para pagar contribuições patronais para dependentes de ativos retroativas a janeiro de 2019;
  • R$ 141 milhões relativos às despesas administrativas de todo o ano de 2019.

“Agora, temos que arregaçar as mangas e intensificarmos nossas visitas às bases para apresentar a proposta, esclarecer as dúvidas e conseguir a aprovação por, pelo menos 2/3 dos associados”, disse Fukunaga. “Não temos muito tempo. O memorando de intenções que permite o aporte adicional de recursos na Cassi vence em dezembro. A partir de janeiro, se não houver uma nova proposta aprovada, a situação da Cassi, que já não é boa, vai ficar ainda pior”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco lucrou R$ 19,2 bilhões nos nove primeiros meses de 2019, um crescimento de 22,3%, em relação ao mesmo período de 2018 e de 1,2% comparado ao trimestre anterior. De acordo com os destaques do Dieese, o retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 20,5%, com aumento de 1,8 pontos percentuais em doze meses. Segundo o banco, esse crescimento do resultado se deve “a maior margem financeira, menores despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD – Expandida), crescimento das receitas com prestação de serviços e a contribuição das operações de seguros, previdência e capitalização”.

Para Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, o balanço trimestral do banco mostra, mais uma vez, que as reivindicações dos funcionários podem ser atendidas. “Dentre as reivindicações está o auxílio educação e melhoria na remuneração (PCS). Esse resultado é fruto do compromisso e do profissionalismo dos trabalhadores.”

A carteira de crédito expandida do banco apresentou crescimento de 10,5% em doze meses e 3,2% no trimestre, atingindo R$ 578,3 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 19% em relação a setembro de 2018, chegando a R$ 221,4 bilhões. Os destaques para PF foram o crédito pessoal (+36,2%), o crédito consignado (+24,1%), CDC/leasing veículos (+21,4%) e o financiamento imobiliário (+15,9%). Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 356,9 bilhões, com crescimento de 5,8% em doze meses. O segmento de grandes empresas cresceu 4,8%, enquanto a carteira de micro, pequenas e médias empresas cresceu 8,3%. O índice de inadimplência superior a 90 dias, em doze meses, manteve-se estável, ficando em 3,6%. As despesas com devedores duvidosos (PDD), por sua vez, caíram 2,7%, totalizando R$ 13,4 bilhões.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 6,8% em doze meses, totalizando R$ 19,8 bilhões. As despesas de pessoal também cresceram no período (10,4%) atingindo R$ 16,2 bilhões. Segundo o banco, o crescimento das despesas de pessoal “está relacionado aos efeitos do acordo coletivo de 2018/2019 (reajuste de 4,31%), à evolução do quadro de funcionários, alocados, principalmente, nas áreas de negócios, a concessão de um programa de remuneração variável nas redes de agência, maiores despesas com treinamento e a alta da provisão para processos trabalhistas”. Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 121,6%. A holding encerrou setembro de 2019 com 99.272 empregados, com aumento de 1.113 postos de trabalho em doze meses. No período, foram fechadas 85 agências.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco Mercantil apresentou a proposta do programa próprio de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para 2020, nesta quinta-feira (31). A meta anual de indicador de lucro de R$ 270 milhões, índice de percentual de variação de despesa menor ou igual 3,5% em relação a 2019 e outros grupos de indicadores, como BSC, indicadores de eficiência e ganhos adicionais.

O Mercantil, diferentemente de anos anteriores, antecipou a entrega da minuta para se adequar aos preceitos da lei 10.101, que regulamenta e dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa.

Para o movimento sindical, a meta do lucro proposta é muito distante da realidade, posto que mais do que dobra em relação ao acordado para 2019, que é de R$ 130 milhões. Os representantes dos funcionários também avaliam que a variação de despesas poderá sofrer com impactos da inflação e custos variáveis que, em muitos casos, fogem do raio de intervenção e atuação dos trabalhadores.

Por tudo isso, o movimento sindical solicitou ao Mercantil o agendamento de uma nova reunião, com data indicativa para os dias 5 ou 11 de novembro. Na ocasião, será apresentada uma contraproposta com melhorias, de forma a tornar a PLR 2020 mais justa e igualitária para os funcionários do Mercantil do Brasil.

Para Marco Aurélio Alves, coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil, o processo negocial deverá direcionar as partes ao entendimento que seja benéfico aos trabalhadores. “Devemos pressionar a direção do banco para que seja implementado um programa que seja factível à atuação dos funcionários. A meta de lucro deverá ser ajustada, pois foi majorada pelo banco, dificultando seu cumprimento. Isso não podemos admitir”, afirmou

O dirigente sindical explicou que a lei 10.101 regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. “Por isso, a importância da participação do movimento sindical no processo negocial. O dever dos sindicatos são sempre lutar pelos interesses dos trabalhadores e isso também inclui a correta remuneração sobre os programas próprios de PLR”, destacou.

O movimento sindical também solicitou ao Mercantil que seja dado aos funcionários com jornada de 6 horas, que assim optarem, o intervalo de repouso ou refeição de 30 minutos, no caso de realização de horas suplementares à duração da jornada contratual (horas extras). O banco anunciou que o assunto já foi mapeado e que implementará a cláusula 31 da Convenção Coletiva de Trabalho por meio de um acordo individual da forma mais rápida possível.

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb BH

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quarta-feira (30) a abertura de um novo programa de demissão voluntária (PDV) para mil empregados.

Segundo a instituição estatal, a adesão deverá ser feita entre os dias 1 e 8 de novembro. Os desligamentos dos trabalhadores da Matriz e das filiais será entre 2 e 8 de dezembro e o das agências e SR entre 16 e 20 de dezembro.

Os inscritos no PDV vigente não podem participar. Também não poderá ocorrer migração de data de um PDV para o outro.

Este é o quarto PDV aberto pela Caixa nos últimos anos. No primeiro, em 2017, o alvo eram os empregados aposentados pelo INSS ou que poderiam se aposentar até 30 de junho daquele ano. Em julho do mesmo ano, o banco anunciou a reabertura para completar a meta de 10 mil que não foi cumprida inicialmente. Em maio de 2019, teve o terceiro para 3,5 mil empregados.

“A nossa luta é para melhores condições de trabalho e de atendimento à população. Para isso, precisamos de mais trabalhadores e não menos. Esta redução prejudica não só os trabalhadores que ficam, como também a população, que é prejudicada diretamente. Nós queremos mais contratações, os aprovados no concurso de 2014 precisam ser chamados para começarem a trabalhar”, afirmou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.

Fonte: Contraf-CUT

No Dia Mundial das Cidades, comemorado nesta quinta-feira (31), o Instituto Pólis apresenta uma série de atividades como parte do evento “Na rua que a gente se encontra: rolês por espaços públicos de São Paulo“, que ocorre das 9h às 20h, no auditório da ONG, na República, na região central da capital paulista. Com oficina e debates ao longo do dia, o evento reflete que tipo de cidade tem se construído para a população, olhando esses lugares por diferentes perspectivas com intuito de fincar a bandeira do direito à cidade e garantir espaços públicos que sejam seguros, inclusivos e democráticos.

Realizado em parceria com o Habitat Internacional Coalition – América Latina (HIC-AL), Global Platform for the Right to the City, Unicab e o coletivo Cartografia Negra, o evento chama atenção principalmente para a apropriação de espaços por grupos considerados minoritários por terem seus direitos renegados, entre eles, os trabalhadores informais que fazem das ruas local de trabalho como vendedores ambulantes. A saída encontrada para fugir do desemprego, no entanto, enfrenta uma “criminalização pela gestão pública”, como lembra o assessor de Relações Internacionais do Instituto Pólis, Rodrigo Iacovini.

“Tem uma ordem social e pública, entre muitas aspas aí, que legitima essa criminalização que a prefeitura e a polícia tentam impor a esses trabalhadores e trabalhadoras. Isso tem sido uma questão muito complicada porque, na verdade, diz quem define para quem que é o espaço público, quando o espaço público deveria ser definido para a efetivação do direito à cidade da pessoa, de todos os habitantes, e dentro disso a possibilidade de ela ganhar sua vida e sustentar sua família”, defende Iacovini em entrevista à jornalista Marilu Cabãnas, da Rádio Brasil Atual.

Pesquisador, urbanista e coordenador da Plataforma Global pelo Direito à Cidade, ele afirma que, da forma como a cidade está pensada hoje, o acesso das pessoas LGBT também fica inviabilizado.”São várias formas de confinamento, de ‘armário’, que a cidade nos coloca dentro e que a gente está sempre tentando romper”, ressalta, sobre o movimento reivindicando visibilidade nos espaços públicos, como também tem feito historicamente a população negra.

O tema integra a discussão do coletivo Cartografia Negra, que resgata os lugares históricos construídos e ressignificados por essa população, como o bairro na Liberdade, no centro da capital. “É recolocar a população negra na história urbana de São Paulo e coloca-lá como sujeita de direitos e do direito à cidade”

O evento segue na parte da noite com uma roda de conversa aberta e sem necessidade de inscrição, debatendo essas questões na América Latina com vozes da Argentina e México. De acordo com Iacovini, a ideia é levantar as convergências e divergências entre os lugares. “Elas podem nos ajudar bastante para apontar caminhos para o nosso espaço público de São Paulo e outras cidades brasileiras e, ao mesmo tempo, também incidir sobre esses outros países e realidades.  Direito à cidade é uma bandeira internacional”, destaca.

O Instituto Pólis fica na Rua Araújo, 124, na região da Praça República, centro da capital.

Confira a entrevista da Rádio Brasil Atual

Fonte: Rede Brasil Atual

CUT Brasil – O governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL) anunciou a venda de 17 estatais brasileiras, num processo de privatizações sem precedentes na história do país. A decisão, ao contrário do que o governo diz, vai impactar a vida de todos os brasileiros, tanto os que podem ser demitidos das empresas que forem privatizadas, quanto das prestadoras de serviços, num processo em cadeia que pode destruir pequenos negócios que giram em torno da “empresa mãe” aumentando mais ainda o número de desempregados do país.

Se você ainda está se perguntando “e eu com isso?, – já que não trabalha nem tem parentes empregados numa empresa pública – saiba que as privatizações vão impactar direitamente no seu bolso e no de cada um dos milhões de brasileiros.

E isso vai acontecer porque os preços dos serviços que a estatal oferece vão aumentar, assim como serão reajustados os preços de outros bens que necessitam da matéria prima – energia, gás e petróleo, por exemplo – produzida pela empresa pública.

O Portal CUT decidiu fazer uma série de matérias mostrando como a privatização afeta a vida de todos os brasileiros. A primeira envolve as ameaças de privatização da Eletrobras. Se a empresa for vendida, além das contas de luz com preços exorbitantes, a população poderá ser afetada também pela falta de água. O desabastecimento prejudicará ainda mais quem precisa de água em abundância como é o caso dos pequenos agricultores, responsáveis por 70% dos alimentos que o brasileiro coloca na mesa, e também do agronegócio.

Alex Capuano/CUT

Todo brasileiro tem muito a ver com as privatizações de empresas públicas

“A Eletrobras tem 47 usinas hidrelétricas responsáveis por 52% de toda a água armazenada no Brasil. 70% dessa água são utilizados na irrigação da agricultura”, diz o engenheiro eletricista da Eletronorte e dirigente do Sindicato dos Urbanitários no Distrito Federal (STIU-DF), Íkaro Chaves.

“Imagine tudo isso nas mãos de uma empresa privada que só se  interessa pelo lucro”, alerta o engenheiro, ressaltando que os aumentos de preços serão em cadeia. “Lógico que o preço vai subir para a agricultura e será repassado para a população que vai pagar mais caro pelos alimentos que coloca à mesa”.

Além dos alimentos mais caros, o povo também terá de arcar com contas de luz mais altas e ainda vai  sofrer com o desabastecimento, afirma Íkaro, que explica: uma usina hidrelétrica tem a “chave do rio”. Ela armazena água para que em época de seca tenha como transformar a água em energia. Mas cada gota utilizada na transformação da água em energia é uma gota a menos para o abastecimento.

“Vai ter conflitos entre uma empresa, que ganha mais em período de seca com o aumento do preço da energia, a população e os agricultores que vão querer utilizar a água para consumo. Já numa empresa estatal, esse conflito é minimizado porque o abastecimento da população tem prioridade, mas uma empresa privada que visa o lucro, não vai se importar com a falta de água na torneira da população”, avalia.

Já no Nordeste a privatização da Eletrobras vai afetar a transposição do rio São Francisco, cujo reservatório é controlado pela Chesf, que faz parte do holding da estatal. “O impacto será muito grande para todos, mas a privatização vai afetar, principalmente, o abastecimento de água no Nordeste porque a Região sofre com grandes períodos de seca”, diz o Íkaro.

Segundo ele, já houve conflitos com agricultores na região em que a Chesf atua, mas como é uma empresa estatal, os conflitos foram mais rapidamente resolvidos. “Uma empresa privada não vai ter este cuidado”, afirma.

Íkaro diz ainda que a privatização da Eletrobras vai impactar no emprego de trabalhadores de outras áreas, como os das empresas de turismo que exercem atividades na água, já que as hidrelétricas definem o fluxo de muitos rios.

Ele conta que o lago da hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais, foi formado pelo Rio Grande, e é a “praia dos mineiros”, com pousadas ao seu redor. Como o Rio Grande sai em direção ao Rio Tietê, houve uma grande disputa com a usina privatizada de Ilha Solteira, que alegou precisar de mais água para a navegação das barcas da hidrovia Tietê-Paraná. Conclusão: hoje tem mais água do que o necessário na hidrovia, enquanto a indústria do turismo de Minas sofre com a diminuição de água do lago de Furnas.

“A recente privatização de Ilha Solteira deu a ela a condição de venda de 30% de sua produção fora do mercado regulado. Manter aquele reservatório cheio na entrada do período seco na Região Sudeste pode ter propiciado milhões de reais aos proprietários da Usina Ilha Solteira e um lago muito vazio para Furnas”, afirma o dirigente.

Aumento das tarifas de energia

A venda da Eletrobras também vai prejudicar 99,7% da população brasileira que é consumidora de energia elétrica. A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que as contas de luz subam, de imediato, entre 16% a 17% em todo o território nacional.

“Hoje a Eletrobras dita o preço da energia no país. O valor do megawatts/hora é de R$ 70. Com a privatização pode chegar a R$ 250, gerando impacto de até 17% no aumento de preço da energia elétrica para o consumidor”, afirma Íkaro.

O dirigente cita como exemplo de lucro a todo custo, a privatização da empresa energética do estado de Goiás, a Enel Goiás. O valor da tarifa subiu 40% e a população tem ficado sem energia elétrica, em média, 26 horas por ano contra 13 horas de limite que a Aneel considera um serviço satisfatório.

Outros estados em que o preço da energia subiu após a venda das distribuidoras, no ano passado, foram: Roraima (38%), Rondônia (25%), Acre (21%), Amazonas (14,9%) e no Piauí (12%).

Segundo Íkaro, não foi à toa que no Chile, o primeiro lugar que os manifestantes tacaram fogo foi no prédio da empresa de energia, a Enel, que ao ser privatizada pelo governo daquele país, aumentou os preços abusivamente.

“Onde acontece a privatização de empresa pública de energia elétrica, acontece aumento de preço. O consumidor não vai ter alternativa, e sem garantias de uma prestação de serviço de qualidade, sem garantia de investimentos das empresas privadas, haverá apagões energéticos no futuro”, afirma.

“Os apagões afetam também a segurança pública. Sem energia, à noite poderão ocorrer mais roubos, mais assaltos, mais acidentes de trânsito”, afirma o dirigente do STIU-DF, certo de que os brasileiros e brasileiros entenderam ‘o que têm a ver com isso’ e porque é importante ir às ruas contra a privatização da Eletrobras.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O banco Santander acumulou um lucro líquido gerencial de R$ 10,824 bilhões nos nove primeiros meses de 2019, crescimento de 20,4% em relação ao mesmo período de 2018 e de 1,9% na comparação com o trimestre anterior, segundo análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O levantamento do Dieese aponta ainda que a rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado – ROE) do banco foi de 21,2%, alta de 1,8 pontos percentuais em doze meses. O lucro no Brasil representou 29% do lucro global obtido pelo banco no período, que foi de € 6,179 milhões, com crescimento de 3% em um ano. Vale salientar que, entre os países, a participação do lucro brasileiro é a maior, seguida da Espanha com participação de 15%.

“Esperamos que o esforço para obter esse resultado se reflita na remuneração e valorização dos funcionários e, mais ainda, que o banco aproveite o bom resultado para cumprir a responsabilidade social que toda instituição financeira deveria ter”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia.

Receita X empregos

A receita com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias cresceu 11,7% em doze meses, totalizando R$ 14 bilhões, enquanto as despesas de pessoal, incluindo a Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) subiram apenas 1,2%, atingindo R$ 7 bilhões no período. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 198,96%. Ou seja, apenas com essa receita, que é muito menor se comparada às obtidas pelo banco nas demais transações financeiras, o banco consegue cobrir quase que duas vezes todas as despesas que tem com seus funcionários.

Crédito

A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve alta de 7,3% em doze meses e de 3,7% no trimestre, atingindo R$ 408,7 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 18,0% em relação a setembro de 2018, chegando a R$ 147,9 bilhões, impulsionado pelo crédito consignado (25,6%), cartão de crédito (20,7%) e crédito imobiliário (12,7%). A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 55,1 bilhões, com crescimento de 16,6% no período. Do total desta carteira, R$ 46,0 bilhões (83,1% da carteira) referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, que cresceu 17,6% no período.

O crédito pessoa jurídica apresentou alta de 2,2% em doze meses e leve alta de 0,2% no trimestre, alcançando R$ 128,6 bilhões. Entre setembro de 2018 e setembro de 2019, o segmento de pequenas e médias empresas cresceu 11,6%, enquanto o de grandes empresas caiu 1,4%. Desconsiderando-se o efeito cambial, a queda da carteira para grandes empresas foi de 5,9% em relação a setembro de 2018. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias ficou em 3,0%, com crescimento de 0,1 pontos percentuais. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD), por sua vez, cresceram 2,6%, somando R$ 9,7 bilhões.

“O banco precisa fornecer crédito para quem precisa. Nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, a maior parte do crédito é proveniente de bancos públicos. O banco não pode limitar sua atuação apenas à região Sudeste, que concentra a maior parte das riquezas do país”, observou Mario Raia.

Fonte: Contraf-CUT

Uma multidão foi às ruas de Brasília, nesta quarta-feira (30), para protestar contra a política econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Com cartazes e palavras de ordem, num ato pacífico, trabalhadores de bancos públicos e empresas públicas se somaram à movimentos sociais para dar o recado: Não mexam nos bancos públicos e nas empresas públicas!

Crédito: Augusto Coelho/Fenae

Durante a manifestação, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, enfatizou a importância da luta em defesa do patrimônio público. “Hoje fizemos o Dia Nacional de Mobilização e Luta contra a política do ministro da Economia, Paulo Guedes, que está entregando as estatais, desmontando o serviço público, como a educação e a saúde. Estamos lutando para reverter esse quadro e, nós, os bancários de todo o Brasil, estamos aqui porque sabemos a importância de fazer essa luta em defesa do patrimônio brasileiro”, disse.

Juvandia alertou ainda sobre a situação de grande parte dos trabalhadores e trabalhadoras no país. “O Brasil possui mais de 12 milhões de desempregados e tem quase 28 milhões de pessoas que estão em subemprego, no desalento, precarizados. Não podemos permitir que entreguem as estatais, tudo isso vai causar prejuízo para população brasileira. Por isso, queremos emprego e renda”, reafirmou a presidenta da Contraf-CUT.

De acordo com o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, o governo desrespeita a população quando propõe a privatização das empresas públicas e dos bancos públicos. “As estatais brasileiras são patrimônio do povo e instrumentos de desenvolvimento do nosso país e nós não podemos permitir que, de maneira nenhuma, eles vendam as estatais”, disse.

Em um país como o Brasil, onde a iniciativa privada e as empresas multinacionais não fazem investimentos, a única possibilidade de o país crescer é com investimento do Estado, do BNDES, das empresas estatais que eles querem destruir, explicou o presidente da CUT.

Para a deputada federal Erika Kokay, que é bancária, “o país pensado por Jair Bolsonaro é um país onde não cabe o povo brasileiro. O povo está excluído do orçamento e de qualquer tipo de programa e de desenvolvimento nacional. Esse país é um país que entrega as nossas riquezas para outros países, abre mão dos seus instrumentos estratégicos, como os bancos públicos, a energia e o petróleo”, afirmou.

Erika reafirmou a importância da resistência na luta em defesa da soberania nacional. “Esse país vai ter a nossa resistência porque entendemos que o Brasil se faz Brasil e respeita o seu povo com as empresas públicas fundamentais para o seu desenvolvimento. Não pode ser um paraíso do capitalismo financeiro. O Brasil tem que ser o paraíso para o seu povo.  Por isso não toque nos bancos públicos, nas empresas públicas”, disse.

A presidenta do PT e deputada Federal, Gleisi Hoffmann, acrescentou que este governo vem atacando vários pontos da Constituição Federal e reforçou a importância das estatais para o desenvolvimento do país e para os brasileiros e brasileiras que precisam de acesso garantido à saúde e educação gratuitas e de qualidade, a saneamento básico e todos os serviços públicos que o estado tem obrigação de oferecer. Para ela, é muito importante fazer o diálogo com o povo mostrando de onde vêm os recursos para investir nessas áreas e trazer mais gente para a luta.

“Nós temos a obrigação de conversar com o povo brasileiro e esclarecer que quando lutamos contra privatização não é só pelo salário e, sim, pela democratização da informação, acesso ao sistema financeiro diferenciado e pela inclusão de todos e todas”, afirmou.

Carta aberta ao povo brasileiro

Durante o ato foi distribuída uma carta à população explicando os motivos desta mobilização. Confira a íntegra da nota abaixo.

CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO

Nós, brasileiros e brasileiras, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, mulheres, jovens, negros e negras, construtores e construtoras do movimento sindical e das lutas populares do nosso país, nos mobilizamos nesta quarta-feira, 30 de outubro de 2019, nas ruas da capital federal, para manifestar nossa indignação com o governo Jair Bolsonaro e sua política econômica que agrava a crise econômica, não gera empregos, ataca nossos direitos sociais e a soberania do nosso país.

As ações e as reações do governo – e a falta delas – só fazem piorar a situação do povo brasileiro. A economia não cresce. Os desempregados já são 12,6 milhões. Somando desempregados, trabalhadores desalentados e aqueles que só conseguem trabalhos com jornadas parciais, o Brasil tem hoje 27,8 milhões de trabalhadores subutilizados.

A desigualdade social só aumenta. O 1% mais rico do país, que são 2,1 milhões de pessoas, ganham 34 vezes mais do que os 104 milhões de brasileiros que compõem a metade mais pobre da população. Os rendimentos dessa parcela mais rica cresceram 8%, enquanto o dos mais pobres caiu 3%. De toda a renda do Brasil, 40% estão nas mãos de apenas 10% da população, dados que revelam recordes históricos de desigualdade.

Temos um governo que assiste e promove a destruição do país. O ano iniciou com mais um crime da Vale, matando 251 trabalhadores em Brumadinho e vemos, até agora, a inércia do Estado na responsabilização e punição dos envolvidos. Assistimos, depois, a escalada criminosa das queimadas na Amazônia e, agora, o óleo que mancha e polui o litoral do Nordeste sem que o presidente Bolsonaro se digne sequer a visitar a área. É sempre o lucro acima da vida.

Não podemos mais aceitar que o povo trabalhador seja tratado como responsável por essa crise, como querem Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes. Para eles, a “solução” é tudo para os ricos e patrões e a destruição, o corte e a comercialização dos direitos da maioria do povo. Assim foi com a reforma da Previdência, com os cortes na educação, o congelamento dos investimentos sociais e as propostas de reforma administrativa, tributária e de mais cortes nos direitos dos trabalhadores.

Fonte: Contraf-CUT

Os trabalhadores do Itaú saíram otimista da reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde, realizada na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, nesta quarta-feira (30).

A direção do banco se comprometeu a ter como prioridade as reivindicações apresentadas pelo movimento sindical, desde 2016. “Quando nós convencionamos as cláusulas de antecipação salarial e a do salário emergencial é justamente para que esse trabalhador consiga pagar seus compromissos num momento de dificuldade de saúde. Não faz o menor sentido gerar uma dificuldade financeira para ele, depois de um período tão difícil”, explicou Carlos Damarindo, coordenador do GT de Saúde do Itaú.

Quanto ao endividamento do trabalhador afastado depois do retorno, o banco se comprometeu a analisar uma fórmula que não permita que o holerite fique zerado até quitar a dívida, como acontece atualmente.

Outro ponto importante é a o descritivo dos descontos nos holerites, que confunde muito o trabalhador. O Itaú buscará, via sistema, uma solução. O banco reconheceu ainda que há problemas no processo desde o primeiro dia de afastamento, para entrega de documentos, até o fechamento da folha de pagamentos e isso contribui para que os valores sejam confusos. Para a próxima reunião, marcada para a segunda semana de dezembro, o banco ficou de fazer uma apresentação do novo programa de readaptação do trabalhador.

 

Fonte: Contraf-CUT