Abril 30, 2025
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Levantamentos sobre as negociações salariais de 2019 mostram que menos da metade das categorias conseguiu obter reajuste com aumento real de salários, segundo reportagem publicada na quinta-feira (23) pelo jornal Valor Econômico.

O jornal diz que, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apenas 49,4% das negociações realizadas em 2019 entre patrões e empregados resultou em reajustes de salários com ganho superior à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 2018, 75,5% das negociações conquistaram aumento real, segundo levantamento da Fipe.

Para o coordenador do boletim Salariômetro, da Fipe, Hélio Zylberstajn, as perspectivas para as negociações salariais em 2020 são pouco animadoras. “No geral, deve ser tão difícil quanto o ano passado, pelo menos.”

Os dados são semelhantes ao do levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que aponta que 49,9% das negociações conquistaram aumento real no ano passado. No boletim “Cadernos de Negociação”, o Dieese ressalta que “mesmo com inflação baixa, apenas metade dos reajustes resultou em ganhos reais.

Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, os dados de ambas as entidades confirmam o acerto da estratégia de negociação do Comando Nacional dos Bancários que, ainda em 2018, firmou uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que garantiu a manutenção dos direitos da categoria até 31 de agosto de 2020 e o reajuste com aumento real nos salários e demais cláusulas econômicas da convenção de 1%, bem acima da média dos aumentos reais que, segundo o Dieese, ficou em 0,2%.

“Não fosse a estratégia do Comando Nacional dos Bancários, o aumento real e muitos direitos estariam em risco já em 2019”, disse. “Neste ano teremos que manter a mobilização e a união da categoria para obtermos sucesso em nossas negociações”, completou Juvandia, que, além de presidente da Contraf-CUT, é uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria.

Juvandia disse ainda que a queda dos salários e de direitos tem a ver com a política econômica neoliberal adotada pelo governo, que coloca os interesses do mercado em primeiro lugar. “Mas os bancários vão lutar por aumento real e direitos como sempre fizemos”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

O Brasil se manteve no pior patamar em ranking mundial de percepção sobre combate à corrupção no setor público, pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2019. Com apenas 35 pontos, o pior resultado desde 2012, o país está atrás de outros como Sri Lanka, Vietnã, Timor Leste, Etiópia, Arábia Saudita e Colômbia.

Com essa pontuação baixa, o Brasil caiu mais uma posição em uma lista de 180 países, indo para o 106º lugar, a pior colocação desde o início da série histórica, em 1995. Em 2018, o país já havia perdido dois pontos e caído nove posições.

Nas primeiras cinco posições estão Dinamarca, Nova Zelândia, Finlândia, Singapura e Suécia. Nas últimas, Venezuela, Iêmen, Síria, Sudão do Sul e Somália. Produzida pela Transparência Internacional, a avaliação se dá em cima de 180 países, cuja escala vai de 0 a 100. Quanto mais próximo de 0, mais o país é percebido como altamente corrupto; mais perto de 100, o país é percebido como muito íntegro.

Causas e obrigações

A Transparência Internacional, junto com o índice, divulga também uma análise do cenário que pode ter influenciado o ranqueamento do Brasil. Para a organização, em 2019, não houve aprovação de reformas no Congresso Nacional que de fato levassem à raiz do problema da corrupção. Ao contrário, foram “poucos avanços e retrocessos em série” que marcaram o ano anterior.

Como exemplo, a organização cita “um aumento das tentativas de interferência política do Palácio do Planalto nos órgãos de controle” como o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje conhecido como Unidade de Inteligência Financeira (UIF), e “substituições polêmicas na Polícia Federal e Receita Federal e nomeação de um Procurador-Geral da República fora da lista tríplice”.

“O cenário só não foi menos desolador graças à forte reação da sociedade e das instituições brasileiras que conseguiram barrar alguns retrocessos significativos e garantir alguns avanços.”, aponta o relatório.

Além do cenário, a Transparência Internacional também faz recomendações aos países, de acordo com a realidade de cada um, para que o combate à corrupção seja mais eficiente. Como primeiro e mais importante fator, a organização aconselha a implementação de reformas que “ataquem as causas estruturais do problema”.

Ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, a recomendação é agir contra a ineficiência administrativa, como “a falta de responsabilização de seus membros por mau desempenho e corrupção e os privilégios, como férias abusivas e remunerações exorbitantes, que resultam na prestação jurisdicional ineficiente, morosa e seletiva”.

Quanto ao processo eleitoral, os órgãos de controle e a Justiça Eleitoral devem coordenar juntos as eleições municipais de 2020 contra “o financiamento ilícito de campanhas e o desvio de fundos públicos sob controle dos partidos, incluindo a utilização de candidatas laranjas e novas modalidades de manipulação virtual, como uso de robôs e disseminação de fakenews”.

Fonte: Contraf-CUT

Ano novo, vida nova. Que tal transformar aquelas promessas de novos desafios e conquistas em 2020 e investir na sua qualificação profissional? A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com o Instituto Fenae de Responsabilidade Social, oferece cursos, na modalidade de Ensino à Distância, dedicados à formação profissional e desenvolvimento de novos hobbies e gostos pessoais.

“Como falar bem em público”, “Como fazer cerveja”, “Oratória”, “Sobremesas para Confeitaria Básica”, “Cozinha Criativa”, “Espanhol Básico”, “Investimento Inteligente”, “Escrita Criativa”, “FBB150” e “Matemática Financeira com o uso da HP12C na prática” se juntam aos outros dez cursos já oferecidos.

Os cursos são gratuitos desde a inscrição e serão devidamente certificados. “Nosso objetivo é oferecer a chance de qualificação profissional aos trabalhadores e seus dependentes, sem atrapalhar muito a rotina deles, já que os cursos são à distância”, explicou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e vice-presidente da Fenae.

Os interessados devem procurar seu sindicato de base para o acesso e o cadastramento à plataforma que oferece os cursos. Será permitido a realização de dois cursos simultaneamente.

Confira a lista completa dos cursos:

  • CPA 10;
  • CPA 20;
  • CEA;
  • CA 600;
  • Bancos Públicos no Brasil;
  • FBB 200;
  • Introdução ao Mundo dos Vinhos;
  • MasterMind: “Desenvolvendo uma mente poderosa”;
  • Inglês Básico;
  • Cozinha Básica;
  • Como falar bem em público;
  • Cerveja;
  • Oratória;
  • Sobremesas para Confeitaria Básica;
  • Cozinha Criativa;
  • Espanhol Básico;
  • Investimento Inteligente;
  • Escrita Criativa;
  • FBB150;
  • Matemática Financeira com o uso da HP12C na prática.

Fonte: Contraf-CUT

O relatório da auditoria realizada em contratos de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas não encontrou quaisquer indícios de corrupção nas oito operações analisadas. O banco gastou R$ 48 milhões com a consultoria Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, dos Estados Unidos, na tentativa de “abrir a caixa-preta” para encontrar possíveis subornos, corrupção ou influência indevida nas atividades do BNDES durante gestões do Partido dos Trabalhadores.

Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), realizadas na Câmara dos Deputados e do Senado em 2015 e 2017 e comissões de apuração interna já haviam chegado à mesma conclusão. Mesmo assim, em 2018, uma das promessas de campanha do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, era “abrir a caixa-preta do BNDES”.

Em nota, a Associação dos Funcionários do BNDES diz que o resultado das investigações “desconstroem a fantasiosa ‘caixa-preta’ do BNDES, que políticos demagogos, com objetivos eleitorais mesquinhos, e alguns atores do mercado financeiro, que visam obter vantagens com a redução de tamanho do BNDES, lamentavelmente ainda tentam incutir na opinião pública”.

O texto, assinado pelo presidente da AFBNDES, Arthur Koblitz, diz, porém, que “se as conclusões da consultoria ajudarem a redefinir o debate público sobre o BNDES, o valor gasto na sua contratação terá valido a pena. (…) Chega de perder tempo com discussões vazias e discursos demagógicos sobre supostos malfeitos completamente destituídos de evidências”.

O banco divulgou no dia 10 de dezembro que o relatório elaborado pela empresa de auditoria apontou que não foram encontradas evidências diretas de corrupção, influência indevida sobre a instituição ou pressão por tratamento diferenciado na negociação, aprovação e/ou execução das oito operações investigadas.

Fonte: Contraf-CUT

O desemprego vem aumentando no mundo todo e no Brasil o cenário não está muito diferente. Relatório anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta segunda-feira (20), mostra que – apesar de uma pequena redução no desemprego brasileiro – a previsão é de que ele fique entre 12% em 2020 e 11,5% em 2024. As taxas estão quase três vezes maiores que a média global de 5,4%.

Caso as previsões da OIT sejam confirmadas, o nível de pessoas sem um posto de trabalho no País continuará sendo o mais alto nos últimos 30 anos. Segundo o relatório, 2019 terminou com uma taxa de desemprego de 12,1% no Brasil. O dado é contrário ao divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que encerrou novembro com uma taxa de 11,2%.

Segundo a OIT, em 2020 o índice cai para 12%; em 2021, para 11,8% e, em 2022, para 11,6%. Já para os anos de 2023 e 2024 a taxa prevista é de 11,5%.

Queda no desemprego

“Não vemos um empurrão importante para permitir que taxa volte ao que existia em 2014”, afirmou Stefan Kuhn, macroeconomista da OIT. Naquele ano, a taxa de desemprego era de 6,7% e o número de desempregados era de 6,7 milhões, praticamente metade da cifra atual.

Segundo ele, uma volta às taxas anteriores à crise pode levar anos ainda para ocorrer. “Pode levar muito tempo”, alertou. “Atualmente, não há como saber. Não há uma previsão de queda acelerada (do desemprego) no Brasil”, disse.

A OIT aponta que o modelo usado pelo Brasil para garantir seu crescimento, baseado em exportações e commodities, é um dos problemas que impede a queda do desemprego. “A economia global está se deteriorando. Será cada vez mais difícil implementar o modelo liderado pelas exportações”, explicou o economista.

Medo do desemprego

A alta taxa de desemprego vem aumentando o medo do brasileiro, como mostrou a Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Medo do Desemprego caiu 2,1 pontos em relação a setembro do ano passado, mas ainda atingiu  56,1 pontos em dezembro. São 6 pontos acima da média histórica, que é de 50,1. O índice varia de zero a 100.

Desemprego no mundo

O desemprego global permaneceu praticamente estável nos últimos nove anos, com uma taxa de 5,4%. Entretanto, a desaceleração do crescimento econômico global mostra que, embora a força de trabalho aumente em todo o mundo, não estão sendo criados novos empregos suficientes para absorver os que entram no mercado de trabalho.

O relatório da OIT destaca que o número de pessoas desempregadas deve aumentar em cerca de 2,5 milhões em 2020. O diretor-geral da organização, Guy Ryder, explicou que para milhões de pessoas é cada vez mais difícil construir uma vida melhor por meio do trabalho.

“As persistentes e substanciais desigualdades e exclusões relacionadas ao trabalho estão impedindo-as de encontrar trabalho decente e de construir um futuro melhor. Essa é uma descoberta extremamente preocupante, que tem repercussões profundas e alarmantes para a coesão social”, disse Ryder.

Fonte: Recontaí

“É evidente que a Caixa está sendo privatizada”, afirma a representante dos empregados no Conselho de Administração (CA) da Caixa, Maria Rita Serrano, ao comentar o empenho do governo em se desfazer do controle das empresas públicas. Segundo ela, embora o governo negue que a Caixa Federal faça parte desse processo, são várias as iniciativas que apontam para a privatização: a Caixa se desfez de R$ 15 bilhões em ativos, vendeu ações da Petrobras, do BB, do Instituto de Resseguros do Brasil, o IRB, fez o leilão da Lotex e prepara para este ano a privatização de operações nas áreas de seguros, cartões e loterias.

A tentativa de afastar a Caixa da privatização por parte do governo tem a ver com a imagem do banco público. Pesquisas mostram que a população rejeita a privatização da Caixa. Rita Serrano diz que isso ocorre porque o banco está historicamente ligado à gestão de programas sociais. “A Caixa está presente na vida dos brasileiros há 159 anos, e a população sabe que a privatização significa menor investimento público e piores condições de vida”.

Na entrevista para a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a representante dos trabalhadores também destaca que “a realidade é que não existem requisitos de atendimento ao interesse público nessas propostas de venda de ativos. O objetivo do governo é de que os recursos arrecadados sejam repassados ao Tesouro para pagar parte dos juros da dívida pública”. Trata-se, por parte do governo, de uma política de curto prazo, imediatista, reflexo da ausência de um projeto de desenvolvimento para o Brasil.

A área de seguros, a Caixa Seguridade, representa o quarto maior grupo segurador do Brasil, reunindo as participações do banco em seguro, previdência privada, capitalização e consórcio, destaca Rita Serrano. “A pretensão da direção do banco é abrir o capital com a oferta de ações via IPO (Oferta Pública Inicial), o que não é aceitável, porque a Caixa Seguridade tem plenas condições de aproveitar o potencial de expansão do mercado de seguros no Brasil”.

Tudo isso coloca em risco a sustentabilidade da Caixa no longo prazo, adverte Rita Serrano, e os bons resultados que vêm sendo demonstrados pelo banco ocorrem por conta da venda de ativos e não de operações financeiras. Outro problema no processo, segundo ela, é que aumente a pressão por resultados sobre os funcionários, já que a venda de ativos amplia a participação de acionistas no banco.

Confira a entrevista:

O governo anunciou há pouco que pretende realizar a privatização de 300 empresas e promover a venda de ações e ativos, mas excluiu da lista a Caixa, Banco do Brasil e Petrobras. Qual sua avaliação sobre isso?

Minha avaliação é de que essa afirmação não corresponde à realidade. Porque recentemente a Caixa se desfez de R$ 15 bilhões em ativos, vendeu ações da Petrobras, do BB, do Instituto de Resseguros do Brasil, o IRB, fez o leilão da Lotex e prepara para este ano a privatização de operações fundamentais nas áreas de seguros, cartões e loterias. Então é evidente que Caixa está sendo privatizada.

Mas por que o governo insiste em negar que essa privatização ocorre?

Por um motivo simples: a opinião pública. As pesquisas indicam que a sociedade brasileira não quer a privatização, especialmente quando se trata da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa, um banco público, tão importante e gestor de inúmeros programas sociais. A Caixa está presente na vida dos brasileiros há 159 anos, e a população sabe que a privatização significa menor investimento público e piores condições de vida. Além disso, há controvérsias jurídicas que envolvem a questão. O próprio secretário de Desestatização, Salim Mattar, já afirmou, em entrevista recente, que seria necessária uma Medida Provisória (MP) para criar uma empresa com os ativos da Caixa e assim poder vender.

No caso da Caixa, quais os impactos da privatização em áreas como Seguros, Cartões, Loterias?

No caso das loterias já tivemos o exemplo da Lotex. Sabemos que parte do dinheiro arrecadado nas Loterias é reinvestido no País através de fundos sociais, e que uma vez ocorrida a privatização, esse repasse é reduzido ou mesmo extinto. Já em relação à Caixa Seguridade, cuja abertura de IPO (Oferta Pública Inicial) pode ocorrer ainda neste semestre, quero deixar claro que sempre fui contra essa e outras iniciativas de mesmo teor. A realidade é que não existem requisitos de atendimento ao interesse público nessas propostas de venda de ativos. O objetivo do governo é de que os recursos arrecadados sejam repassados ao Tesouro para pagar parte dos juros da dívida pública, via devolução dos IHCDs (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida utilizados em anos anteriores para capitalizar o banco e ampliar sua capacidade de investimento em áreas sociais); esses recursos não serão usados para expandir a atuação da Caixa ou os investimentos públicos. É política de curto prazo, imediatista, reflexo da ausência de um projeto de desenvolvimento para o Brasil.

E em relação ao IPO da Caixa Seguridade?

A Caixa Seguridade, representa o quarto maior grupo segurador do Brasil, reunindo as participações do banco em seguro, previdência privada, capitalização e consórcio. A pretensão da direção do banco é abrir o capital com a oferta de ações via IPO, o que não é aceitável, porque a Caixa Seguridade tem plenas condições de aproveitar o potencial de expansão do mercado de seguros no Brasil, justamente porque conta com uma rede de distribuição ampla e uma das mais robustas capilaridades do País. Para desmistificar o discurso privatista temos bons exemplos de empresas públicas que atuam nessa área: a segunda maior seguradora do mundo é uma chinesa, 70% estatal, a China Life Insurance Company, que com suas subsidiárias forma o maior grupo comercial de seguro na China e é também um dos maiores investidores institucionais daquele país. O mesmo ocorre com a estatal francesa CNP Assurances, que já é parceira da Caixa.

Mas o Banco do Brasil, por exemplo, também vendeu sua área de Seguridade…

Sim, e é um exemplo concreto do que não se deve fazer. A venda de parte das ações do BB Seguridade ocorreu em 2013. Em 2018 foi lamentada por Paulo Caffarelli, que foi presidente do banco entre maio de 2016 até o final do ano passado. Em entrevista à revista IstoÉ ele afirmou: “A gente sente falta da receita recorrente da BB Seguridade. O Bradesco, por exemplo, tem 100% da sua operação de seguridade”. Ainda nessa entrevista destacou que os bancos deveriam evitar vender suas atividades principais ou limitar as vendas a fatias mínimas, para não estancar a geração de resultado futuros e, quando questionado sobre abrir o capital da empresa de cartões, do banco de investimentos ou da gestora de fundos, avaliou que se isso ocorresse “o lucro do ano ia ser maior do que o Itaú, mas seria a pior coisa que eu poderia fazer para a nossa empresa. Lá na frente, a receita vai fazer falta”, sem descartar a possibilidade, no futuro, “de recomprarmos parte do capital da BB Seguridade, quando tivermos capital para isso”. Ou seja, na avaliação do próprio presidente, o BB saiu perdendo.

Além da questão financeira há outros riscos envolvidos?

Existem outros riscos, e o principal deles é o risco para a sustentabilidade da Caixa no médio prazo, a perda de autonomia na tomada de decisões em especial na hora de utilizar os recursos para o desenvolvimento do País. Haverá mais pressão por resultados por parte dos novos acionistas, o que pode gerar também instabilidade política dentro da Caixa e, claro, uma cobrança ainda maior sobre os empregados.

A Caixa vem anunciando que terá seu melhor resultado financeiro este ano. Não é um balanço positivo? O banco não deve ampliar seus investimentos?

Rita – O problema é que boa parte do lucro será resultado da venda de ativos, não de operações financeiras, não são números que se sustentam no médio prazo. Os recursos serão usados para o governo amortizar juros da dívida pública, não proporcionarão investimentos ou geração de emprego.

Especificamente sobre a reestruturação em curso na Caixa, de que forma a conselheira eleita pelos empregados pode atuar em favor deles?

A Caixa fala em mudança na rede de varejo e apresentou suas propostas em dezembro passado, gerando muitos questionamentos. Acredito que a premissa para qualquer alteração deve ser a contratação de mais trabalhadores, ou o resultado será apenas perda de qualidade para empregados, clientes e sociedade. Só nos últimos cinco anos o banco perdeu quase 20 mil funcionários. O que posso adiantar é que essas mudanças anunciadas não foram ainda votadas nos órgãos internos do banco, e que há um posicionamento do movimento sindical no sentido de estar atento e tentar impedir prejuízos. Nesse ano teremos muitos embates, entre os quais questões relacionadas ao plano de saúde e fundo de pensão, além, é claro, da campanha salarial, em que teremos de reivindicar a garantia de nossos direitos e boas condições de trabalho. Meu segundo mandato como conselheira do CA terá início em abril, e vou prosseguir com o mesmo foco adotado até agora, apresentando ações, prestando contas e me posicionando pela defesa do banco público e dos direitos dos empregados.

E no que diz respeito às mudanças causadas pela reforma da Previdência?

É outro desafio em curso. Petrobras e Banco do Brasil já anunciaram que os funcionários que deram entrada no pedido de aposentadoria após a reforma e continuam trabalhando serão desligados, mas as entidades sindicais apontam que nada na legislação determina que parta do funcionário a comunicação da aposentadoria. Na Caixa não ocorreu, até o momento, qualquer determinação oficial sobre o assunto.

Como os empregados devem se posicionar frente a tantos desafios?

A diminuição de investimentos do banco público traz grande impacto para o País. Nas prefeituras, nos governos estaduais… Então é preciso somar forças com parlamentares, prefeitos, governadores, entidades sindicais e associativas para exigir a manutenção da Caixa 100% pública e a volta do país ao caminho do desenvolvimento. Os empregados devem se manter organizados e acompanhar os desdobramentos de tudo que diz respeito ao banco, inclusive ajudando a informar a sociedade, que tem alta estima pela Caixa. De minha parte, reafirmo a disposição de manter sempre aberto um canal de comunicação com todos, para que juntos, sempre juntos, possamos superar os tantos desafios presentes.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído em 2007, no mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como reconhecimento do Estado brasileiro quanto ao problema da perseguição e do desrespeito, sobretudo contra religiões de matriz africana. Passados 13 anos, a data comemorada em 21 de janeiro se mostra atual e necessária no Brasil. “Esse dia é ainda mais importante no Brasil em que nós vivemos. Exatamente pelas pesquisas em relação à intolerância religiosa, que vem crescendo no país. E uma das formas da gente combater isso ou criar uma cultura de direitos humanos em que todos possam expressar as suas liberdades é muito importante”, avaliou o teólogo João Moura, em entrevista ao jornalista Glauco Faria, na Rádio Brasil Atual.

Para Moura, a data ajuda a criar uma cultura em que todos e todas sejam respeitados, sobretudo porque o Brasil ainda tem dificuldade pra efetivar Estado laico. “Por uma série de fatores, a religião foi se apoderando de maneira muito forte e rápida do Estado brasileiro. Hoje temos organizações do governo que dizem que o projeto é a criação de um Brasil terrivelmente evangélico. Pra gente garantir um país em que todas as religiões sejam respeitadas, é preciso garantir que todas as religiões tenham plena liberdade, mas também que o Estado não seja um aparato que uma religião ou outra seja hegemônica”, defendeu Moura.

O teólogo avalia que, além do discurso, há também uma prática de intolerância por parte de figuras que estão hoje no poder no Brasil. “A intolerância religiosa no Brasil hoje tem um fator muito singular que é o racismo. Ser intolerante às religiões de matriz africana não diz respeito apenas a uma questão teológica. Não é simplesmente dizer que não aceita uma religião diferente. É dizer que negros e negras não podem expressar as suas identidades religiosas pelo simples fato de serem negros. O racismo está mobilizando religiões e marca essa intolerância religiosa”, afirmou.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Banco do Brasil pagou nesta segunda-feira (20) os recursos que devia à Caixa de Assistência dos Funcionários (Cassi) em decorrência das alterações promovidas no estatuto da entidade, após consulta aos associados, realizada entre os dias 18 a 28 de novembro de 2019.

“Havia um grupo de funcionários que estava apreensivo, com medo de que o banco se negasse a efetuar o pagamento dos valores estipulados no novo estatuto da Cassi, que foi autorizado pelo banco e aprovado pelos associados”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Esta apreensão acabou gerando boatos de que o banco não iria cumprir o acordo”, completou.

A aprovação do novo estatuto da Cassi garantiu o aporte imediato pelo banco de mais de R$ 1 bilhão e, a partir de janeiro do próximo ano, mais cerca de R$ 550 milhões anuais, na forma de contribuições patronais por dependente de funcionário ativo, mais cerca de R$ 150 milhões em cobertura de despesas administrativas por parte do banco até 2021. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), elaborou um boletim e divulgou diversos textos para esclarecer os associados sobre as alterações do estatuto.

Fukunaga explicou que a demora ocorreu devido as negociações que são realizadas entre o banco e a Cassi sempre que há a necessidade repasses de recursos devido a acordos de convênios.

Os recursos pagos pelo BB são decorrentes de três convênios entre o banco e a Cassi, referentes à taxa de administração e a parte do banco sobre os dependentes, ambos retroativos a janeiro de 2019, assim como aqueles devido para arcar com os custos do Grupo de Dependentes Indiretos (GDI), aprovados por unanimidade pela diretoria e pelo conselho deliberativo da Cassi

“A demora no pagamento é decorrente da negociação dos acordos, prevista no artigo 88 do estatuto da Cassi, que diz que ‘as obrigações e direitos atribuídos por este Estatuto ao Banco do Brasil S.A., na condição de patrocinador do Plano de Associados, e à Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil devem ser formalizados por convênio/contrato entre estes e a Cassi’”, disse Fukunaga. “A apreensão dos funcionários também é compreensível. Mas, os boatos, em muitos casos são maldosos. Surgem, na maioria das vezes, de pessoas e entidades que têm interesses escusos, que não se preocupam com o real interesse dos funcionários e não medem as consequências dos seus atos, mesmo que estes possam vir a prejudicar à Cassi”, criticou Fukunaga.

Fonte: Contraf-CUT

A diretoria do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) anunciou, nesta segunda-feira (20), em reunião com diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) e da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), o fechamento de nove agências do banco no Rio Grande do Sul. Oito delas em Porto Alegre e uma em Caxias do Sul. Algumas virarão postos de atendimento bancário (PAB) e outras serão fundidas com a agência mais próxima.

O SindBancários está atento à política de privatizações implantada pelo atual governo gaúcho de Eduardo Leite. Tanto que dirigentes manifestam a preocupação com uma escalada de desmonte do Banrisul. A PEC 280/2019 tramita desde setembro na Assembleia Legislativa para retirar a obrigatoriedade do plebiscito à venda do Banrisul, Procergs e Corsan e deve ser retomada a partir de 6 de fevereiro, quando termina o recesso parlamentar.

A diretoria do Sindicato, em reunião com o RH, solicitou garantias para que os colegas das agências não sofram qualquer prejuízo. O banco concordou em realizar um processo de realocação transparente e negociado. O Sindicato irá acompanhar. Entre as garantias, estão manter as funções que cada Banrisulense exercia na sua agência e abrir a possibilidade de manifestar interesse em outra agência que não aquela recomendada pelo banco.  “O banco garantiu que vai ouvir os colegas e adequar as necessidades de cada um sem prejuízos”, disse o presidente do SindBancários, Everton Gimeni.

Fonte: Contraf-CUT

Relatório da Oxfam, divulgado neste domingo (19), apontando um aumento na concentração de renda no mundo, comprova “que não se está fazendo nada para efetivamente enfrentar a concentração de riqueza”. A análise é da diretora executiva da organização no Brasil, Katia Maia, em entrevista aos jornalistas Nahama Nunes e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual. “É uma concentração de riqueza absurda, baseada muitas vezes em heranças, outras vezes numa tributação que é favorável a esses super ricos, enquanto a maioria da população no mundo enfrenta uma situação de pobreza”, critica.

Entre os diversos dados que expõem um abismo social que separa a elite mais rica das populações mais pobres, o documento Tempo de Cuidar – O trabalho de cuidado mal remunerado e não pago e a crise global da desigualdade, destaca que 2.153 bilionários do mundo possuem uma riqueza maior do que 4,6 bilhões de pessoas, aproximadamente 60% da população global. E o Brasil, apesar de ser um país periférico, não deixa de contribuir para essa concentração de renda, ao deixar de lado, por exemplo, a taxação de grande fortunas. “Apesar de estar escrito na Constituição, isso nunca foi implementado”, observa a diretora executiva.

Há pouco mais de um ano no poder, o governo de Jair Bolsonaro também tem deixado sua “contribuição” para a desigualdade, que aprofunda as diversas clivagens desse problema na sociedade brasileira. A começar pela exploração ainda maior sobre o trabalho de mulheres e meninas, enquanto bilionários acumulam fortunas. São elas as responsáveis por 75% do trabalho de cuidado, não remunerado, realizado no mundo. Uma desigualdade que faz com que a economia global perda US$ 10,8 trilhões por ano, e que também diz muito sobre a violência e a falta de representação política.

Na alta cúpula do governo Bolsonaro, há 20 ministros homens, mas apenas duas mulheres ocupando o mesmo cargo. E uma delas, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, que, assim como o presidente, reforça o discurso machista de que o trabalho doméstico é unicamente responsabilidade das mulheres. Além de ser um governo que vem que impulsionando reformas com a retirada de direitos sociais.

“Você tem um conjunto não só de reformas, mas também de cortes em gastos sociais, eliminação de políticas que eram políticas de promoção dos direitos das mulheres, que faz com que o desafio de cidadania das mulheres, de elas poderem usufruir dos seus direitos, vão ficando mais difíceis. E tem um outro fator, que no caso do Brasil é muito significativo, que é quando a gente cruza isso com o racismo. As priores condições e os piores salários são para as mulheres negras e isso precisa ser enfrentado pela nossa sociedade”, alerta Katia.

“É  difícil imaginar que, com tantas desigualdades, isso não seja uma prioridade do governo (….)  isso deveria ser prioridade de qualquer pessoa política que se diz preocupado com o bem da sociedade brasileira”, ressalta.

Fonte: Rede Brasil Atual