Maio 02, 2025
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O emprego formal teve crescimento em setembro, segundo o “novo” Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (29) pelo Ministério da Economia. Entre admissões e desligamentos, o saldo foi de 313.564 postos de trabalho com carteira assinada. Mas o resultado positivo do mês não reverteu a queda acumulada no ano. Agora, o país perde 558.597 vagas em 2020.

Com os dados desta quinta-feira, o estoque de empregos formais no país chegou a 38.251.026. Há um ano, era de aproximadamente 39,2 milhões. Em setembro de 2014, chegava a quase 41,6 milhões.

Apenas em setembro, a indústria abriu 110.868 vagas com carteira e os serviços, 80.481. O segmento que inclui comércio e reparação de veículos criou 69.239 e a construção, 45.249.

Comércio e serviços, queda livre

A situação muda com os números acumulados no ano. O crescimento se concentra na agropecuária (102.467, alta de 6,9% no estoque) e na construção (102.108, 4,7%). Um pouco menos na administração pública: 64.770 (1,3%) O comércio elimina 345.677 postos de trabalho (-3,7%) e os serviços fecham 418.040 (-2,3%). Indústria e setor doméstico ficam estáveis.

O chamado trabalho intermitente acumula saldo de 42.532 vagas de janeiro a setembro, enquanto o trabalho parcial fechou 13.137. Os desligamentos “por acordo” somam 131.343.

O salário médio de admissão foi estimado em R$ 1.710,97, abaixo de agosto e acima de setembro do ano passado (sem desconto da inflação). O Ministério da Economia deixou de divulgar o salário dos demitidos, invariavelmente maior que o dos contratados.

Fonte: Rede Brasil Atual

Nesta última quinta-feira (29), uma informação que circulou nas agências da Caixa, pegaram os empregados de surpresa: um aumento de 200% da meta na maior parte dos produtos e indicadores no Conquiste, o sistema de mensuração e acompanhamento de resultados do banco.

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) entrou em contato com a vice-presidência Rede de Varejo (Vired) e solicitou o reprocessamento das metas para os valores anteriores. A ação será feira pela Controladoria do banco no Conquiste e o assunto será debatido com a Rede.

Desde o início da pandemia, a cobrança de metas na Caixa é discutida, já que uma parte dos trabalhadores estão em home-office e outros, exclusivamente, no pagamento ao auxílio e FGTS emergencial. Ainda assim, metas seguiram sendo cobradas, mesmo a diretoria do banco indicando que isso não seria feito.

Inclusive, na Campanha Salarial de 2020, a CEE/Caixa reforçou a reivindicação à direção da Caixa para deixar de cobrar as metas enquanto perdurar a pandemia.

Fonte: Fetraf RJ/ES

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve hoje, quinta-feira (29), em São João de Meriti, para denunciar e protestar contra as demissões praticadas pelos grandes bancos brasileiros. Foi uma manifestação pelo Dia Nacional de Luta Contra as Demissões no Banco Bradesco.

O banco já demitiu, este ano, mais de 1.200 trabalhadores, de acordo com cálculos da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

O Dia Nacional de Luta Contra as Demissões no Banco Bradesco faz parte de uma campanha que o movimento sindical bancário realiza em todo o país. A campanha visa denunciar a quebra do compromisso assumido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), feito em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário, de não realizar demissões durante a pandemia.

Os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. É um claro descumprimento ao acordo firmado em março. Divulgue ao máximo este protesto, fale para seus amigos e familiares, para ajudarem a denunciar os bancos que tiveram grandes lucros este ano e não cumprem o acordo com os bancários de não demitir durante a pandemia.

Em reunião, realizada nesta quarta-feira (28) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Coletivo Nacional dos Bancários pediu esclarecimentos sobre os problemas na interpretação de cláusula da CCT que trata de complementação salarial aos bancários afastados por doença. Também foram cobradas dos bancos explicações sobre a demissão de trabalhadores doentes e a retomada de medidas protetivas, devido ao aumento de casos de Covid-19. Os representantes dos trabalhadores externaram a preocupação com a flexibilização das medidas protetivas.

Na ocasião, o Coletivo esclareceu que a complementação salarial prevista na cláusula 29 da CCT, além de complementar o salário total, traz as garantias jurídicas previstas na Convenção. Portanto, deve ser garantida a complementação e todos os reflexos nas verbas salariais, PLR, tíquete, entre outros. O valor emergencial é de R$ 1.045,00 estabelecido pela lei 13892/20, mas há casos em que o afastado está sobrevivendo com apenas um salário mínimo, visto que em algumas situações não pagam o adiantamento emergencial de salário. Também foi cobrado que, em eventuais ressarcimentos aos bancos, não sejam descontadas parcelas acima de 30% dos salários.

Segundo Mauro Salles Machado, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, a interpretação dos banco sobre a complementação salarial do auxílio doença está em desacordo com a cláusula da CCT e têm gerado prejuízo aos trabalhadores. No que diz respeito aos números de infecção por Covid-19 que estão aumentando em todo o país, Mauro destacou a preocupação com a proteção da saúde da categoria. “A segunda onda está ocorrendo em vários países e, no Brasil, o nível de infecção continua alto e está voltando a crescer. Desta forma, cobramos dos bancos a retomada das discussões sobre medidas de proteção aos trabalhadores, diante deste cenário do crescimento das infecções e mortes causadas pelo coronavírus”, explicou. 

Os representantes da Fenaban, reforçaram a preocupação com a pandemia e concordaram com a necessidade de retomar a mesa de debates sobre o assunto, e ainda afirmaram que os bancos serão orientados a terem um rigor maior evitando flexibilizar medidas diante da piora do cenário.

Mauro também relatou a indignação do movimento sindical com a demissão de trabalhadores doentes, com doenças graves como câncer e mesmo com Covid-19. Citou o exemplo de uma bancária que foi demitida por telefone com quadro de adoecimento pela doença, sendo obrigada a comparecer ao exame demissional. Segundo a bancária não houve atendimento por parte da medicina ocupacional do banco, por causa do risco de contaminação, mas mesmo assim o banco manteve a demissão. “É inadmissível a postura dos bancos quanto ao grupo de risco, que muitas vezes estão sendo pressionados a retornar ao trabalho presencial, sendo obrigados a apresentarem relatórios médicos, além da autodeclaração, e muitas vezes acabam sendo demitidos”, disse.

Posição da Fenaban

A Fenaban pediu um prazo para apresentar uma posição sobre o assunto, que deverá ocorrer no início de novembro.

O representante dos bancos, Adauto, afirmou que irá sugerir aos bancos ajustes nos processos de demissão, em relação às denúncias de demissões de trabalhadores doentes. E que dará retorno aos representantes sindicais sobre esse assunto bem como quanto à iniciativa de reforçar a vigilância no enfrentamento à pandemia diante do cenário preocupante.

Em relação aos problemas relativos à interpretação da cláusula 29 da CCT, quanto à complementação salarial e eventual endividamento, ficou definido o aprofundamento do debate junto aos bancos e a Fenaban nos dará uma posição em breve, mesmo que adiantando uma avaliação inicial de que tem o entendimento de que o cabível seria tratar como adiantamento.

A Fenaban pediu um prazo para apresentar uma posição sobre o assunto, que deverá ocorrer no início de novembro.

Fonte: Contraf-CUT

Hoje (quinta, 29/10) é o Dia Nacional de luta contra as demissões no Banco Bradesco. Serão realizadas manifestações e paralisações em todo Brasil contra o banco, que já demitiu este ano mais de 1.200 trabalhadores, de acordo com cálculos da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco. Estão programadas atividades nas agências e departamentos do banco.

O Dia Nacional de Luta Contra as Demissões no Banco Bradesco faz parte de uma campanha que o movimento sindical bancário realiza em todo o país. A campanha visa denunciar a quebra do compromisso assumido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), feito em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário, de não realizar demissões durante a pandemia.

Os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. É um claro descumprimento ao acordo firmado em março. Divulgue ao máximo este protesto, fale para seus amigos e familiares ajudarem a denunciar os bancos que tiveram grandes lucros este ano e não cumprem o acordo com os bancários de não demitir durante a pandemia.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu nesta quarta-feira (28) com representantes do banco e cobrou informações sobre os boatos de demissões que criam um clima de terror nas agências. A COE reivindicou que o banco divulgue comunicado para esclarecer que não haverá reestruturação, pelo menos neste ano, conforme dito pelos representantes do Itaú na reunião.

“Cobramos que o banco solte um comunicado definindo sobre o piloto que eles pretendem fazer. A falta de informação está provocando insegurança nos funcionários. O banco precisa esclarecer sobre o que quer com esse novo modelo, no que se refere a cargos”, disse Jair Alves, coordenador da COE do Itaú. Na reunião, o representante do banco informou que este ano não haverá nenhuma restruturação e extinção de cargos e que a partir do ano que vem é que será aplicado um modelo piloto em algumas agências. O detalhamento das mudanças será apresentado em uma nova reunião com a COE, em 10 de novembro.

Sem informação

A falta de informação por parte do banco foi uma crítica comum feita pelos membros da COE. O representante do banco admitiu que existem problemas de comunicação.

Além de um comunicado sobre a não realização de reestruturação, o banco deve esclarecer aos trabalhadores e à COE o projeto piloto que disseram estar em andamento. Também foi cobrado que o Itaú emita outro comunicado sobre as metas de consignado, que estão comprometidas diante dos atrasos das liberações. O representante do banco informou que os atrasos são da DataPrev, órgão do governo federal. A COE cobrou, então, que os funcionários não sejam prejudicados pelos atrasos e que as dificuldades nas liberações sejam explicadas oficialmente pelo banco.

Horário de atendimento

Outra informação passada pelo representante do banco é de que, por causa de ações do Ministério Público, as agências que fazem atendimento até 14h vão estender o horário até 15h. A COE também cobrou que a vacina contra o novo coronavírus a ser disponibilizada seja garantida pelo banco para todos os funcionários e seus dependentes. O representante do banco disse que a reivindicação da vacina será analisada. Também foi cobrada a retomada do debate sobre plano saúde, incluindo os aposentados.

Também foi levantado pela COE o problema das demissões. “Queremos a retomada da Central de Realocações, que deu certo e conseguimos manter mais de 8 mil empregos com essa central”, declarou Jair Alves. Outro ponto colocado pelos membros da COE foi que o Itaú retome as homologações com os sindicatos.

A COE também aguarda uma resposta sobre a proposta de renovação do Programa Complementar de Resultados (PCR) para a reunião de 10 de novembro. A expectativa da COE é que a renovação do PCR aconteça antes do final do ano.

Fonte: Contraf-CUT

A direção do Itaú se reuniu nesta terça-feira (27) com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco para apresentar propostas para um acordo sobre teletrabalho, ponto eletrônico e acordo de quitação do espelho do ponto. O acordo deve regular o teletrabalho para entorno de 35 mil a 38 mil funcionários.

Na reunião, o Itaú apresentou como propostas o controle da jornada de trabalho com ponto eletrônico, que deve regular o trabalho de cerca de 57 mil funcionários. Também será paga uma ajuda de custo de R$ 960,00, em duas parcelas semestrais de R$ 480,00 cada. O banco irá respeitar os intervalos para refeição e os períodos de descanso.

Serão mantidos, integralmente, os vales refeição e alimentação. O vale transporte vai ser pago proporcionalmente, para os dias em que o funcionário fizer o trabalho presencial, no local de trabalho. O banco vai fornecer o equipamento (computador e cadeira ergométrica).

“Tivemos todo o cuidado nessa crise de pandemia. Primeiro, fizemos um acordo de banco de horas negativas, mantendo o nível de emprego no banco. Agora, com esse acordo de teletrabalho, nos preocupamos com o bem-estar e a manutenção do emprego. A proposta é boa, garante emprego, direitos e benefícios. Isso é o mais importante nessa crise: manter os direitos e os empregos de todos”, avaliou Jair Alves, coordenador da COE do Itaú. A proposta discutida na reunião agora será repassada para as federações e entidades sindicais para conhecimento e debate.

Ponto eletrônico e quitação

Na reunião, a direção do Banco apresentou uma proposta de controle de jornada e quitação das obrigações do registro de ponto dos funcionários. Além do controle mensal do registro de ponto diário, os funcionários poderão acessar um termo de quitação de suas horas semestralmente e terão a possibilidade de concordarem ou não. Caso não haja concordância o funcionário deve procurar os sindicatos e abrir um chamado na Central de Pessoas. Os sindicatos acompanharão todo o processo para garantir que não tenham irregularidades. Importante ressaltar que a quitação é opcional e se refere somente à jornada trabalhada, não impedindo nenhuma outra reclamação trabalhista.

Fonte: Contraf-CUT

Na esteira da reforma trabalhista, que passou a vigorar em julho de 2017, surgiu uma nova modalidade de law fare, como é conhecido o ativismo de tribunais e magistrados não exatamente em defesa da lei ou do direito, mas de fins específicos de grupos localizados. A reforma trabalhista produziu, em segmentos do Judiciário, a criminalização do trabalho, com ataque aos direitos trabalhistas. O caso dos Correios, sintomático dos efeitos da reforma trabalhista, é um bom exemplo, tecido em trama nada aleatória.

Convocado pela empresa a arbitrar sobre tema estranho à sua área, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou liminar que havia sido concedida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) – este sim, vocacionado para o assunto – e decidiu que o acordo coletivo firmado entre os trabalhadores e os Correios não valeria até o ano seguinte e expirava ali.

Era 21 de agosto, quarto dia da greve, iniciada para reivindicar a manutenção das cláusulas, já que as tentativas de negociação com a diretoria da empresa, em período de data-base, haviam fracassado.

 

Um mês depois, já sem o apoio da liminar que protegia as cláusulas trabalhistas firmadas ao longo de anos de mobilização e negociação, a greve dos trabalhadores dos Correios foi a julgamento no TST, como num retorno ao palco apropriado. Mas o enredo parecia escrito.

Conciliação? Divergência

Apesar de duas tentativas de conciliação feitas por integrantes do tribunal, o ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, ex-presidente da corte e sempre defensor da reforma trabalhista, abriu divergência com a relatora da ação, Kátia Magalhães Arruda. Katia propunha conciliação entre as partes, que minimizasse a perda de direitos para os trabalhadores.

A manobra de Gandra, regimentalmente prevista, mas de desdém com as prerrogativas da relatora, permitiu-lhe puxar votos da maioria dos ministros do TST e impor dura derrota aos grevistas.

Das 79 cláusulas existentes na convenção, anteriores à greve, restaram apenas 29. Entre as que caíram, auxílio-creche, licença-maternidade de 180 dias e auxílio para casais que trabalham na empresa e têm filhos com deficiência.

Os grevistas, que não pediam novos direitos, apenas a preservação deles – alguns com mais de 15 anos de vigência – nem tentaram relativizar a derrota, como é comum quando nem tudo sai como previsto em uma campanha salarial.

“A interferência do STF no processo é algo que nunca vimos antes. A direção da empresa nos ignorou. E o gesto do Gandra foi um desrespeito, um golpe”, comenta Amanda Corsino, presidenta do sindicato da categoria no Distrito Federal e secretária-adjunta de Relações do Trabalho da CUT Nacional.

Mas esse ativismo judiciário em relação aos direitos trabalhistas já se manifestava antes do episódio recente envolvendo os Correios.

Com fleuma de magistrado, o vice-presidente do TST, ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, também critica a interferência do Supremo Tribunal Federal na seara trabalhista.

Ao se referir à decisão da corte de que a regulamentação das terceirizações nas atividades-fim é constitucional, ocorrida em junho deste ano, Mello Filho afirma: “Para que se houvesse uma mudança, ela não deveria ter sido pela via do Judiciário, sobretudo do Supremo, que não é uma questão da singularidade deles, eles não sabem como flui a vida nessa relação capital-trabalho”.

Perseguição

O caso envolvendo as negociações entre os Correios e seus trabalhadores, no entanto, firma-se como marco na escalada do law fare trabalhista. “É o exemplo mais simbólico dos efeitos da reforma trabalhista e do seu uso em desfavor dos trabalhadores. A empresa passou a usar o argumento da não-ultratividade (direitos conquistados em convenção coletiva anterior deixam de valer a cada data-base) para começar a diminuir o que os trabalhadores tinham em acordo coletivo”, comenta Eymard Loguercio, advogado trabalhista.

Na opinião dele, a empresa começou a se apropriar da nova legislação no momento em que se recusou a negociar, já de olho nas vantagens que representaria a eclosão de uma greve.

“A Justiça do Trabalho só vai mediar uma negociação de comum acordo. Mas, se há uma greve, ela pode examinar o conflito independentemente das partes”, diz.

Quando o TST dá liminar favorável aos trabalhadores, o recurso da empresa ao STF é outro reflexo da reforma e do que o advogado classifica de “inflação de poder” que o Supremo vem acumulando desde o julgamento da ação penal 470, do chamado “mensalão”.

“A AP 470 desencadeia uma forma de atuação do Supremo muito diferente da tradicional. Foi na 470, antes mesmo da Lava Jato, quando o tribunal passa a examinar e legislar – porque é isso, o tribunal acaba criando regras – sobre determinadas questões que não estão diretamente escritas na Constituição, mas que têm algum apelo midiático ou clamor de setores dominantes. E, no caso trabalhista, esse apelo é claramente o apelo empresarial, que afirma que nossa lei é muito protetiva e que isso dificulta a atividade econômica”, analisa Eymard.

Constituição remendada

Embora haja matérias de ordem trabalhista inscritas na Constituição, o que significa que nem sempre a análise do Supremo sobre o tema representa anomalia, a “inflação de poder” da corte já atropela a própria Carta Magna e abre caminho para mais rebaixamento de direitos.

Isso ocorreu, por exemplo, quando o tribunal, no mês de abril, excluiu a necessidade de negociação coletiva para a redução de salário ou suspensão temporária de contrato.

Mais do que a decisão em si, proferida quando o STF julgou a eficácia das medidas provisórias para enfrentamento da pandemia de covid-19, são as justificativas dadas para os votos favoráveis ao governo, que revelam muito da criminalização do trabalho e seus direitos por parte do Judiciário.

Para colocar de lado item expresso na Constituição, o de que não se reduz direitos sem acordo coletivo, parte dos ministros do Supremo afirmou que não havia conflito em causa.

Para justificar seu voto, Alexandre de Moraes afirmou que existia concordância das partes quanto ao desejo de manter empregos, o que descartaria necessidade de negociação.

“Essa lógica de que se pode rejeitar acordo coletivo apenas pelo simples fato de estar empregado reduz o direito do trabalho ao fato de ter um emprego. É como se o fato de ter trabalho fosse, por si só, privilégio”, critica Loguercio.

O que esta reportagem chama de law fare trabalhista pode ser constatado também em prática recente do TST contra suas próprias instâncias regionais.

A Corregedoria e a Presidência – depois de Gandra assumiu o posto Maria Cristina Peduzzi, também pró-reforma trabalhista – cassaram desde o início da pandemia ao menos 20 liminares movidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e concedidas por diferentes tribunais regionais, os TRTs.

Todas as liminares envolviam pedidos de medidas contra a contaminação pelo coronavírus, como o fornecimento de equipamentos de proteção.

Lei não cria emprego

As cassações – revogação de atos dos tribunais de instâncias inferiores – são interpretadas como tentativa de centralização, outro reflexo da reforma trabalhista, para evitar uma jurisprudência que gradativamente seja favorável aos trabalhadores e desfavorável à lógica da reforma.

Um ativismo e processo de interferência movido não pela ideia de justiça ou cumprimento da lei, mas por um uso em favor de interesses de grupos. As cassações estão relatadas na página da corregedoria do TST na internet.

Enquanto isso, o mercado de trabalho continua estreito e precarizado, contrariando o mais alardeado dos argumentos de venda apresentados pelos defensores da reforma trabalhista.

“Não houve redução qualitativa quanto ao objeto das reclamações trabalhistas. Eles diziam: ‘ah, ali na Justiça do Trabalho se pede de tudo, qualquer coisa, lá se pode tudo’. Hoje, as violações do direito do trabalho denunciadas permanecem as mesmas, ou seja, pedido de verbas de terminação de contrato”, afirma o vice-presidente do TST, Mello Filho.

Ele se refere ao popular calote do patrão sobre o empregado demitido.

“Isso confirma o que o Conselho Nacional de Justiça já havia constatado: no somatório geral das ações ajuizadas, entre 47% e 62%, quando se acrescentava uma ou outra parcela, são verbas rescisórias”, diz Mello Filho.

(Fonte: TST)

Surge neste ponto a confirmação de outra das mentiras da propaganda da reforma, alerta o ministro. “Isso contraria também a tese de que haveria maior cumprimento da legislação com regras mais simples e mais claras. Não houve, ficou a mesma coisa”, afirma.

Trabalhador, pária social

Para ele, essa destruição objetiva dos direitos sociais e a dimensão subjetiva disso, que é a eliminação da identidade da pessoa humana com seu trabalho, está criando uma geração de “párias sociais”.

Pária é o indivíduo marginal, que não pertence a nenhum grupo ou casta. É a criminalização do trabalho e de seus direitos.

(Fonte: TST)

Mello Filho põe em dúvida a redução de novos casos ajuizados nas varas do trabalho desde a aprovação da reforma.

Apesar de comprovada pelos números, a redução não significa algo positivo, ao contrário das comemorações feitas por intermédio da mídia corporativa. “Nós tínhamos uma relação entre o aumento do desemprego e o aumento de demandas. O número absoluto de demandas caiu no âmbito da Justiça do Trabalho, a despeito de haver um aumento do desemprego e da informalidade. Isso significa para mim que o acesso à justiça foi reduzido”, diz.

Segundo ele, ocorreu uma queda na proporção inversa do desemprego e da informalidade, com o receio de que, com as novas regras, o trabalhador tenha de pagar custas do processo e até mesmo os honorários dos advogados patronais caso seja derrotado na ação.

Para o magistrado, essa redução forçada, que tenta desfazer o nexo causal lógico que rege a relação entre capital e trabalho e, ainda, retirar da Justiça do Trabalho o papel de mediador, não resultará em pacificação permanente.

“A conflituosidade não resolvida não significa que desaparece, está sendo apenas postergada e pode gerar um bolsão de indignação futura e trazer alguma consequência. Isso é história. A razão da Justiça do Trabalho é a paz social”, adverte.

Trabalhador, um genérico?

O mesmo vale para a ofensiva contra os sindicatos, cujo papel a reforma trabalhista expressamente procura destruir. “Os sindicatos são os elementos compensadores na sociedade, economicamente. São só eles que podem equilibrar essa relação. Têm se ser fortalecidos, e não enfraquecidos”, comenta o ministro.

Na opinião dele, o conjunto desses ataques consagrados na reforma estão alterando a natureza do trabalho. “Eu, trabalhador, me tornei um genérico”, resume.

Porém, como dito pelo próprio ministro, esse quadro não está pacificado ad infinutum. Tampouco os sindicatos estão prostados, não em sua totalidade. Parte das alternativas é construída no calor da hora, como ocorreu com os petroleiros em fevereiro deste ano, ao decidirem decretar greve.

“Os sindicatos são os elementos compensadores na sociedade, economicamente. São só eles que podem equilibrar essa relação. Têm se ser fortalecidos, e não enfraquecidos”Ministro Mello Filho, do TST

Por ter ocorrido antes do tradicional período de negociação coletiva da categoria, a greve acabou funcionando como anteparo à voracidade que o TST teria demonstrado em setembro, mês oficial da data-base dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras.

A avaliação é do coordenador-geral do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, Juliano Deptula.

“Fizemos greve em fevereiro para exigir o cumprimento do acordo coletivo que havia sido fechado em setembro do ano anterior. A intransigência da empresa forçou a mediação do TST. Fizemos a greve um pouco antes da chegada da pandemia, uma greve forte. Se tivéssemos chegado à negociação coletiva agora no TST, com a conjuntura atual, talvez fosse diferente, não tivéssemos garantido as cláusulas que garantimos. Foi a necessidade que nos levou à greve, não foi uma decisão estratégica, não”, relata.

Ele considera que mesmo a realização da greve teria sido dificultada pela pandemia. Porém, a despeito da greve e do grau de pressão que a ameaça de desabastecimento de petróleo pode exercer, os petroleiros não escaparam ao law fare da justiça trabalhista, com ataques como as multas, decididas pelo mesmo STF que penalizou os trabalhadores dos Correios.

Reflexos do golpe e da reforma trabalhista. Com STF, com tudo.

Com informações do Sindipetro.

Fonte: Rede Brasil Atual

As mulheres são as mais atingidas pela crise no mercado de trabalho durante a pandemia do novo coronavírus. A participação da mulher no mercado de trabalho no país caiu ao menor em 30 anos. No segundo trimestre deste ano, segundo dados do IBGE, as mulheres representaram 46,3% da força de trabalho. O índice considera as mulheres que trabalham e procuram emprego. É o menor número desde 1990, quando o índice foi de 44,2%. De acordo com a instituto, a perda na participação evidencia que as mulheres são as mais atingidas pela crise econômica agravada pela covid-19.

Desde 1991, o índice não caía abaixo de 50%. O que para especialistas consultados pelo repórter Jô Miyagui, do Seu Jornal, da TVT, está além das circunstâncias causadas pela pandemia, por mostrar “a cara de um país que historicamente tem altas taxas de desemprego entre as mulheres. Dados do IBGE de 2019, recortados por gênero e raça, já indicavam que as mulheres, sobretudo as negras, formavam 13,9% do índice de desemprego, acima da média nacional de 11,8%.

Taxa deve aumentar

E com a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 e a previsão de encerramento do benefício, programado para até dezembro, o desemprego deve aumentar ainda mais porque as pessoas sairão à procura de trabalho. “A taxa de desemprego no Brasil ela começa a pressionar o mercado agora em setembro”, observa a economista Marilane Teixeira. “As pessoas que estavam sem trabalho, que perderam a ocupação durante a pandemia, vão às ruas buscar trabalho. E aí a taxa de desemprego começa a refletir nessa condição nova”. 

Esse é o caso da advogada Michele Morais que perdeu o emprego no escritório em que atuava. Há seis meses desempregada, ela procura uma recolocação, mas tem dificuldades de encontrá-la também porque o filho, de três anos, está fora da escola. 

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“Hoje o meu período é full-time para ele, porque eu não tenho com quem deixá-lo. Eu até estou no mercado de trabalho, procurando alguma coisa para fazer, mas ainda está difícil. A semana passada fui numa entrevista de emprego e a primeira pergunta que me fizeram foi ‘você tem com quem deixar seu filho?’. Como eu estou precisando muito, eu falei que nessa situação, se for para trabalhar presencial, eu deixaria com a minha mãe, porque as escolas estão fechadas. E é claro que eu não tive retorno ainda”, lamenta Michele. 

Fonte: Rede Brasil Atual

O Comando Nacional dos Bancários se reúne nesta quarta-feira (28) com os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para negociar questões referentes à saúde da categoria.

O Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador se reuniu nesta manhã para debater sobre os pontos que serão tratados na mesa de negociações com os bancos.

Acompanhe nosso site e redes sociais para mais informações durante o dia.

Fonte: Contraf-CUT