Maio 02, 2025
Slider
Imprensa

Imprensa

O drama das mais de 700 mil pessoas, em 13 dos 16 municípios do estado do Amapá, completa uma semana nesta terça-feira (10). Eles estão sem energia, água e combustíveis desde a noite de terça-feira (3), quando a subestação de energia que pegou fogo por volta das 20h40, na capital Macapá, levou ao desligamento automático da linha de transmissão.

A empresa responsável pelo serviço é a espanhola Isolux, grupo multinacional que controla a linha de transmissão de 500 kv Tucuruí-Macapá-Manaus, que liga o Amazonas, o Amapá e oeste do Pará à Usina Hidrelétrica de Tucuruí desde em 2015, mas não consegue trocar o transformador que pegou fogo porque não tem nem um gerador substituto, nem peças de reposição.

Por isso, pediu socorro para os trabalhadores da Eletrobras, estatal brasileira que está correndo risco de também ser privatizada pelo governo federal. “Este governo só pensa em privatizar. Mas, este caso, mostra como o modelo não funciona. As empresas que compram, só pensam nos lucros, demitem técnicos experientes e contratam pessoal com menos qualificação para pagar menos. Além de reduzir o quadro de pessoal”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

“Já estamos cansados de alertar para isso. Os governos que defendem as privatizações deixam de investir nos serviços públicos para afetar a imagem das empresas estatais e conquistar apoio popular para a venda. O resultado é a precarização das condições de trabalho dos funcionários e a consequente queda na qualidade dos serviços prestados à população. Não podemos deixar isso acontecer”, completou Juvandia.

Segundo o diretor do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIU/MA), Wellington Diniz, o que acontece no Amapá pode acontecer em outros lugares. “Bolsonaro e ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, vêm dizendo que a Eletrobras não tem capacidade de investimento, e apostam na privatização, só que na hora em que acontece um acidente como este são os técnicos da Eletrobras que são convocados para prestarem socorro à empresa internacional porque ela não tem capacidade para resolver o problema”, alerta Wellington, que também é funcionário da Eletronorte, do holding Eletrobras.

O presidente do Sindicato dos Ubanitários do Amapá (STIU-AP), Jedilson Santa Bárbara de Oliveira, critica ainda o desmonte da Eletronorte no estado. Segundo ele, a empresa tinha no estado do Amapá, 220 trabalhadores em 2007, mas com a sanha privatista de Michel Temer (MDB-SP), hoje conta com apenas 110 trabalhadores.

“Oito técnicos da Eletrobras de outros estados que estão ajudando nos reparos são considerados dispensáveis pela empresa por terem muito tempo de casa e estão prestes a se aposentar. A empresa quer incentivar a demissão de trabalhadores experientes por meio de PDVs, mas na hora que mais precisa, são eles que são chamados. As mil demissões que a Eletrobras quer fazer são para baratear os custos para privatizar e entregar ao capital internacional mais uma empresa brasileira superavitária. A Eletrobras teve um lucro no último ano de R$ 20 bilhões” , denuncia Jedilson.

Entidades sindicais pedem ação do governo federal no Amapá

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e o Sindicato dos Urbanitários do Amapá (Stiu-AP) divulgaram nota pública neste sábado (7) cobrando da Aneel um posicionamento “firme” sobre o apagão no Amapá, repudiando “a tentativa do governo federal de minimizar” o episódio.

As entidades também destacaram o papel do sistema estatal de energia para solucionar o caso. “Cabe ressaltar que a Eletronorte, empresa estatal do Sistema Eletrobras, foi acionada para ajudar o restabelecimento da energia no Amapá, o que não seria possível se o governo levar adiante o plano de privatizar a Eletrobras”, diz o documento.

“A CUT, CNU, FNU e Stiu-AP também prestam solidariedade ao povo do Amapá nesse momento de extrema dificuldade, sem energia elétrica, sem água e com um agravante ainda maior: em plena pandemia da Covid-19”, conclui a nota.

Fonte: Contraf-CUT

Milhares de pessoas, a maioria mulheres, realizaram uma manifestação na Avenida Paulista na tarde deste domingo (8), em São Paulo, para exigir justiça no caso Mari Ferrer. Acusado de estupro pela influenciadora, o empresário André de Camargo Aranha foi inocentado pela Justiça do Paraná. O juiz acatou argumento de que ele “não teve intenção” de violentar a vítima.

Elas se reuniram no Vão do Masp, no início da tarde. Posteriormente, saíram em caminhada pela Rua da Consolação em direção ao centro. Com cartazes e bandeiras, as manifestantes reafirmaram nas ruas que “estupro culposo não existe”, em alusão à tese que absolveu o empresários.

Protestos contra o machismo e em solidariedade a Mari Ferrer também foram registrados em diversas capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre. No interior de São Paulo, foram registrados atos em Jundiaí, Bauru, Araras e São José do Rio Preto.

Além da responsabilização do agressor, também exigiram que o juiz e o promotor do caso sejam investigados, por terem consentido com as ofensas e humilhações promovidas contra Mari, durante o julgamento, pelo advogado do acusado.

Por outro lado, elas exigiram o fim da “cultura do estupro”, que transfere a culpa dos agressores para as vítimas, nos casos de violência sexual contra as mulheres. E também protestaram, ademais, contra o presidente Jair Bolsonaro, acusado de estimular a violência machista contra as mulheres.

“Contra a violência machista, que é muito forte e muito potente. Enquanto houver machismo, haverá feminismo”, afirmaram as mulheres em jogral, durante o protesto.

O caso Mari Ferrer

Segundo Mari, o estupro ocorreu durante uma festa em Jurerê Internacional, Florianópolis, no final de 2018. À época com 21 anos, quando ainda era virgem, ela denunciou que foi dopada, antes de ter sido violentada pelo empresário.

O caso voltou à tona na semana passada, quando reportagem do The Intercept Brasil divulgou as imagens do julgamento, em que Mari implora ao juiz para que fosse respeitada, após ser humilhada pelo advogado por Cláudio Gastão da Rosa Filho. O advogado mostrou, então, fotos sensuais da jovem para questionar a acusação de estupro.

“Peço a Deus que meu filho não encontre uma mulher que nem você”. Sem ser interrompido, o advogado insistiu em mostrar imagens. “Só falta uma auréola na cabeça. Não adianta vir com esse choro dissimulado, falso, e essa lágrima de crocodilo”, acusou Cláudio Gastão. 

Aos prantos, a jovem implorou por respeito. “Nem os acusados, nem os assassinos são tratados da forma como eu estou sendo tratada. Pelo amor de Deus, o que é isso? Eu sou uma pessoa ilibada, nunca cometi crime contra ninguém”, contestou Mariana na audiência. 

Fonte: Rede Brasil Atual

Os lucros líquidos dos grandes bancos privados brasileiros cresceram no terceiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior. Em nove meses, o Banco Santander lucrou R$ 10 bilhões, o Banco Bradesco lucrou R$ 12,7 bilhões e o Banco Itaú lucrou R$ 13 bilhões.  O que eles tem em comum? Todos, mesmo com lucros extraordinários, estão demitindo.

As demissões de bancárias e bancários vão contra o compromisso assumido, no início do ano, de não demitirem durante a pandemia do novo coronavírus, apesar dos lucros estarem crescendo.

Desde o começo do ano, foram 12 mil bancários e bancários, pais e mães de família, que ficaram sem emprego em meio a uma crise econômica e sanitária. Os três maiores bancos (Bradesco, Santander e Itaú) são os campeões das demissões.

O aumento dos desligamentos motivou a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, junto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o movimento sindical bancário em todo o país, a se organizarem em uma campanha contra as demissões que deve durar, pelo menos, até o fim do ano.

“Além da força dos nossos sindicatos e federações, a mobilização é de grande importância para mostrar que os bancos não se importam com a crise social causada pelo desemprego. Vamos mobilizar não só bancárias e bancários, como amigos, família e população em geral”,  declarou o Presidente da Fetraf RJ/ES, Nilton Damião Esperança.

Fonte: Fetraf RJ/ES

O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil nos primeiros nove meses de 2020 foi de R$ 10,189 bilhões, queda de 22,9% em relação ao mesmo período de 2019. No trimestre, foi de R$ 3,482 bilhões, com crescimento de 5,2% em relação ao 2º trimestre do ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPSL) ajustado caiu 4,6 pontos percentuais em doze meses, chegando em 10,3%.

Segundo o banco, o resultado foi impactado pelas provisões para lidar com devedores duvidosos – “PCLD Ampliada”, que aumentou 47,9% no trimestre, mesmo com o baixo índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias (2,4%), que caiu 1,0 ponto percentual em relação a setembro de 2019.

“O Banco do Brasil é uma instituição sólida. Dá lucro e contribui com o Tesouro Nacional. Não há motivos para que o governo e, especialmente, o ministro da Economia (Paulo Guedes) promovam ataques e queiram privatizá-lo. Os ataques e tentativas de privatização servem apenas para enfraquecer o banco e abrir espaço para os bancos privados”, disse a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes. “O país precisa de um Banco do Brasil forte para poder dar continuidade ao que faz de melhor, que é incentivar o desenvolvimento econômico e social por meio do fomento às micros e pequenas empresas, que são as que mais geram emprego, e ao setor agropecuário, principalmente aos pequenos produtores, que colocam o alimento na mesa dos brasileiros”, completou.

A carteira de crédito ampliada do BB cresceu 6,4% em doze meses. No segmento de pessoas físicas, cresceu 6,2%, com destaque para o empréstimo consignado (+15,3%) e o crédito renegociado (+20,1%). No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 7,9%, com destaque para o crédito voltado às micros, pequenas e médias empresas, que cresceu 10,5%, especialmente na linha de capital de giro (+24,7%). A carteira do agronegócio (que representa 55,2% do segmento no país) cresceu 4,2% em doze meses, chegando a R$ 190,5 bilhões.

Receitas, despesas e emprego

A arrecadação com prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 21,3 bilhões, enquanto, as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, totalizaram R$ 16,3 bilhões. Ou seja, apenas com a arrecadação desta fonte secundária, que representa um valor irrisório frente ao total de arrecadação do banco, foi possível cobrir todos os pagamentos aos funcionários do 3º trimestre de 2020 e ainda sobrou 30,5%.

Com relação ao emprego, em um ano (setembro de 2019 a setembro de 2020), o banco fechou 1.766 postos de trabalho e, em plena pandemia (entre março e setembro de 2020) foram fechados 651 postos de trabalho.

“Mesmo sendo sucateado pelo atual governo, o Banco do Brasil mostra toda sua importância para a recuperação econômica e para a retomada do crescimento do país. Mas, age como um banco privado na questão da manutenção do emprego. Não há reposição do quadro funcional. Isso prejudica o atendimento à população e sobrecarrega os funcionários, que acabam adoecendo e, como consequência, afeta ainda mais o atendimento ao público”, observou Fernanda. “O Banco do Brasil precisa, urgentemente, promover um processo de seleção e contratação de novos funcionários. Os dados mostram que se trata de uma instituição sólida e perfeitamente capaz de prestar um bom serviço a população”, concluiu.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço, ou, se preferir, leia a íntegra da análise, ambos elaborados pelo Dieese.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e movimentos sindicais se unem na luta contra a privatização e o enfraquecimento da Caixa. As entidades alertam a população sobre a ameaça que o banco público vem sofrendo sob a mira de um governo privatista e pedem a participação de todos para votarem a favor do Projeto de Lei 4.269/20, que torna crime a privatização das estatais sem autorização do Congresso.

O PL 4.269, de autoria dos deputados federais Érika Kokay (PT/DF) e Frei Anastácio Ribeiro (PT/PB) prevê pena de 10 a 16 anos de reclusão para quem insistir em privatizar estatais sem autorização do Legislativo. Há também a previsão de multa de 1% a 20% do faturamento bruto da empresa pública ou da sociedade de economia mista afetada no exercício anterior à ocorrência do crime.

Para incentivar a votação do projeto, as entidades sindicais dialogam com a população sobre a importância de votar a favor do PL na enquete, que está sendo realizada no Congresso Nacional. Na justificativa do projeto, os autores citam as irregularidades da MP 995, que autorizou a venda das subsidiárias da Caixa, fatiando o banco público e diminuindo sua atuação.

“A participação da população é de extrema importância na luta em defesa do nosso patrimônio brasileiro. Estamos sendo constantemente ameaçados com a política entreguista do atual governo. Temos que reunir forças contra tantos retrocessos e fortalecer ainda mais a luta pela nossa soberania nacional”, enfatizou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Contraf-CUT.

PL segue travado na Câmara. Entenda o porquê

O texto do PL 4.269/20 foi apresentado em 19 de agosto de 2020, mas segue travado na Casa. O motivo é a Medida Provisória 1.000. Na última terça-feira (03), por exemplo, as votações foram canceladas por falta de quórum. Sem acordo, deputados de esquerda (PT PDT, PSB, PCdoB, Psol e Rede) reforçaram a obstrução em defesa da análise da Medida Provisória 1.000, que reduz o valor do auxílio emergencial para R$ 300 reais.

“Diante de um governo que está na contramão do desenvolvimento social, devemos unir todas as forças representativas da classe trabalhadora e do povo brasileiro para barrar a retirada de direitos, o enfraquecimento do patrimônio público e falência da democracia em nosso país. Por isso, a importância da aprovação do PL 4.269 e a urgência da votação da MP 1.000”, destacou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT.

Clique aqui e apoie o PL 4.269/20.

MP 1.000 – Uma pedra no sapato do governo

A MP 1.000, que estende o auxílio emergencial até dezembro e reduz o valor das parcelas para R$ 300, está sendo considerada uma pedra no sapato do governo. Pela impopularidade da medida, o governo tenta empurrar a votação para depois das eleições de 15 de novembro.

Os partidos contrários ao governo buscam aumentar o valor das últimas parcelas do benefício para R$ 600,00. De acordo com o líder do PT na Câmara, deputado Enio Verri (PT/PR), a pressão para que a Medida entre na pauta de votação segue firme.

Manifestações de rua

A volta do auxílio para R$ 600,00 foi também pedida nesta terça-feira (3) em manifestações de sindicatos em São Paulo. Segundo a CUT, foi a pressão das centrais sindicais e da oposição que garantiu o valor de R$ 600,00 para o auxílio emergencial. A proposta inicial do governo era que ele fosse de R$ 200,00.

Além do benefício emergencial, a CUT e centrais sindicais querem a desoneração da folha de pagamento para que empresas possam manter empregos e reagir diante da crise econômica provocada pela pandemia. “Nós estamos de mãos dadas com os movimentos sindicais. Estamos na iminência de uma segunda onda da pandemia e o governo continua perdido, alheio às questões sociais. Não tem nenhum plano de recuperação econômica, muito menos para proteger milhões de pessoas que vão ficar completamente desamparadas com o fim do auxílio”, disse Sérgio Takemoto, presidente da Fenae. “Vamos continuar pressionando o governo e o Congresso para prorrogar o benefício no valor de R$ 600,00, que ainda é insuficiente”.

Fonte: Contraf-CUT

Vai ser hoje (sexta-feira, 30/10) o tuitaço contra as demissões realizadas pelos bancos. A mobilização em defesa do emprego faz parte da campanha organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo movimento sindical bancário. O tuitaço será às 11h, com a hashtag #QuemLucraNãoDemite.

Os bancos desrespeitaram um acordo firmado no começo do ano de não haver demissões durante a pandemia. Desde o começo do ano, foram 12 mil bancários e bancários, pais e mães de família, que ficaram sem emprego em meio a uma crise econômica e sanitária. No mesmo período, os três maiores bancos, Bradesco, Santander e Itaú, os campeões das demissões, lucraram juntos R$ 35,7 bilhões, rendimento que nenhum setor da economia registrou.

O tuitaço é uma forma de se contrapor a quem lucra e demite, sem se importar com a crise social causada pelo desemprego. Por isso, participe e divulgue esse protesto para amigos e família.

Divulgue a hashtag #QuemLucraNãoDemite.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta sexta-feira (6), às 11h, tem tuitaço contra as demissões nos bancos. Você tem bons motivos para participar. A pandemia atingiu milhões de pessoas e negócios em todo o Brasil. A exceção nesse cenário são os bancos, que lucraram bilhões em nove meses deste ano.

O Santander lucrou R$ 10 bilhões; o Bradesco, 12,7 bilhões, e o Itaú, 13 bilhões. Mesmo assim, esses bancos demitiram milhares de pais e mães de família. Não respeitaram o acordo firmado com os bancários, no começo do ano, de não demitir durante a pandemia.

O tuitaço é uma forma de se contrapor aos bilhões de reais que estão sendo gastos pelos bancos em campanhas publicitárias para mostrar uma falsa imagem humana dessas instituições. Clientes dos bancos precisam conhecer a realidade dos mais de 12 mil de bancários que perderam seus empregos este ano.

Lembre-se, amanhã, às 11h, divulgue a hashtag #QuemLucraNãoDemite.

Fonte: Contraf-CUT

O banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 13,148 bilhões, nos primeiros nove meses de 2020, redução de 37,6% em relação ao mesmo período de 2019 e alta de 19,6% no trimestre (o lucro do 3º trimestre foi de R$ 5,030 bilhões). Segundo análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos relatório apresentados pelo banco, a rentabilidade (retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) do Itaú ficou em 14,1%, queda de 9,5 pontos percentuais (no Brasil ficou em 14,4%, com queda de 10,3 p.p.).

“O ano de 2020 tem sido atípico por causa da pandemia de Covid-19. Muitas empresas registraram prejuízo e uma grande quantidade chegou a baixar as portas. Mas, não é o caso dos bancos”, observou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves, ao destacar que o lucro do Itaú superou os R$ 13 bilhões nos nove primeiros meses do ano e chegou aos R$ 5 bilhões no terceiro trimestre. “Não há motivo para que o banco reclame. Ainda mais no atual contexto”, disse.

Jair disse, ainda, que 2020 também é atípico devido à queda nos lucros registrada pelos bancos. “Os bancos registram, ano após ano, recordes nos resultados de alta nos lucros. As quedas neste ano são comparadas aos astronômicos resultados que obtiveram em 2019. E mesmo assim, devido às enormes reservas de provisões para cobrir dívidas duvidosas (PDD), que cresceram 74,8%, mesmo com queda no índice de inadimplência, que está em apenas 2,6%”, ressaltou o dirigente.

Demissões

A receita que o banco obtém com prestação de serviços e tarifas bancárias totalizou R$ 29,1 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, somaram R$ 17,9 bilhões. Isso quer dizer que, a apenas com o que arrecada com estas fontes secundárias, que representam um valor irrisório frente ao arrecadado com outras transações, o banco conseguir cobrir todas as despesas que teve com seus funcionários no período e ainda sobrou 63% do valor arrecadado.

Mesmo assim, o Itaú segue demitindo. Ao final do 3º trimestre de 2020, a holding contava com 84.272 empregados no país, 71 postos a menos do que que no trimestre encerrado em junho. “Precisamos analisar a movimentação de pessoal com atenção, uma vez que os trabalhadores da ZUP (1.448 empregados, empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019) foram incluídos no quadro de pessoal do banco. Veremos que as demissões são ainda maiores”, observou Jair.

Outro ponto que merece destaque é o fechamento de agências. Em doze meses, foram fechadas 203 unidades (sendo 28 no trimestre).

Veja abaixo a tabela resumo do balanço, ou, se preferir, leia a íntegra da análise feita pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

O Senado aprovou na terça-feira (3) Projeto de Lei Complementar que dá autonomia ao Banco Central (BC). A decisão pode representar prejuízo para a política econômica brasileira. A proposta desvincula os mandatos de diretores do BC do período de governo do presidente da República. Também deixa o BC fora da política de geração de empregos. A proposta segue agora para discussão na Câmara dos Deputados.

“Esse Projeto de Lei aprovado pelo Senado tira do governo a elaboração da política econômica. É o que eles sempre quiseram, isto é, o Banco Central fica ligado exclusivamente aos interesses do mercado, independente do projeto político que vença nas urnas. No projeto, ainda se reafirma o compromisso do Banco Central com a estabilidade de preços, ignorando as necessidades do povo, como a geração de empregos e o crescimento. Ou seja, será um BC ‘livre’ da sociedade, para atender somente ao mercado financeiro”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeira (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Para a presidenta da Contraf-CUT, o próprio desenvolvimento do Brasil está em risco com a proposta aprovada pelo Senado. “A justificativa do projeto deixa claro quais são as intenções: coibir a execução de uma política econômica que não siga a cartilha do mercado. Junto com o tripé, as travas fiscais, o teto de gastos, a autonomia do BC vai impedir que haja uma política de desenvolvimento no país. Não importa quem será o presidente e qual a vontade da população, a política econômica será sempre de orientação neoliberal”, alertou Juvandia Moreira.

Desvinculação do governo

A gestão do BC fica desvinculada, de acordo com o projeto aprovado, do período de governo do Poder Executivo. “O Projeto de Lei propõe que o presidente da República indique o novo presidente do BCB apenas em 1º de janeiro do terceiro ano do mantado presidencial. Além disso, os diretores serão indicados de maneira intercalada: serão dois indicados todo primeiro de janeiro durante os quatro anos de mandato presidencial. Assim, o presidente eleito tem esvaziado seu poder de agir sobre a política monetária”, observa Bárbara Vallejos, doutoranda em Desenvolvimento Econômico e técnica do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese).

Também foi aprovada uma emenda que estabelece como “objetivos secundários” do BC “suavizar as flutuações do nível de atividade econômica”. A emenda também estabelece a meta de zelar pela solidez e eficiência do sistema financeiro.

Fonte: Contraf-CUT

A decisão do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, de absolver o empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a influencer Mariana Ferrer, provocou protestos em todo o país. Mariana foi atacada por André Aranha em 2018, quando tinha 21 anos, durante uma festa. O juiz, em sua sentença, acolheu a tese de que o empresário cometeu um “estupro culposo”, crime que não existe na legislação brasileira.

Imagens feitas no local da festa mostram o ataque de André Aranha, corroborando a acusação de estupro. A decisão provocou revolta nos meios jurídicos e gerou protestos generalizados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) emitiu nota de repúdio à decisão (veja a íntegra da nota ao final do texto).

“É assustador uma decisão como essa, de estupro culposo, que não existe. Na semana passada, outro juiz absolveu um homem que matou uma mulher alegando a legítima defesa da honra, uma alegação que também não existe na lei brasileira. Assusta porque corremos o risco de perder décadas de conquistas das mulheres. Lutar contra essa cultura da violência contra a mulher é tarefa de todos”, declarou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT).

Em novembro, a Contraf-CUT organiza, com outras entidades, uma campanha para marcar o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, que é dia 25. “É uma campanha para debater a violência contra a mulher. O Brasil certamente precisa estar nessa campanha”, afirmou Elaine Cutis.

Veja a nota da CUT

Nota de Repúdio: Estupro culposo não existe

A CUT, por meio de sua Secretaria de Mulheres, vem a público repudiar a ação da justiça de Santa Catarina no caso do estupro de Mariana Ferrer.

O Brasil tem se tornado em um dos piores países para mulheres e meninas. A cada 11 minutos, uma mulher sofre estupro, 30% das vítimas são menores de 13 anos de idade.

Realidade essa reforçada por instituições que deveriam combater a violência e proteger as vítimas.

Exemplo disso é a vergonhosa decisão da Justiça de Santa Catarina que por meio do juiz Rudson Marcos e do promotor Thiago Cariço, ao julgar o caso de estupro de Mariana Ferrer optam por não cumprir a lei e punir o estuprador, numa tentativa de  tornar a vítima em ré.

As ações para inibição da vítima durante o processo, por meio do advogado Claudio Gastão, deixam claro como as vítimas de violência são tratadas pela sociedade machista e patriarcal, representada por homens brancos, ricos que culpam as mulheres e meninas, por suas atrocidades, exemplo do empresário, André de Camargo Aranha.

Até quando ficaremos gritando por justiça? Até quando a mulher vítima de violência será julgada por seus algozes? Porque não são julgados os estupradores, mas sim as vítimas? Até quando seremos vítimas de homens brancos e ricos que usam do dinheiro pra perpetuar suas violências e injustiças? Até quando seremos vítimas da impunidade?

A CUT repudia mais essa injustiça e exige que a Justiça seja feita em toda a sua plenitude, com a punição nos rigores da Lei, do estuprador André de Camargo Aranha, bem como a reparação da injustiça cometida contra Mariana Ferrer.

Estupro culposo não existe!!!

Justiça para Mariana e todas as mulheres e meninas!!!

Fonte: Contraf-CUT