Maio 02, 2025
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A saúde financeira do sistema bancário parece ter sido uma das poucas a não sofrer grandes abalos após oito meses de pandemia da covid-19 no país. A economia brasileira começou o ano com registro de “pibinho” por falta de ações do governo pela recuperação da economia. De março para cá, a situação só se agravou. O tombo previsto para o PIB no ano é superior a 5%. Empresas perderam negócios e trabalhadores perderam empregos. O desemprego explodiu, para mais de 14%. Com medo da inadimplência, os três maiores bancos do país aumentaram suas provisões. Por isso, o lucro líquido alcançado por Bradesco, Itaú e Santander entre janeiro e setembro deste ano foi de “apenas” R$ 34 bilhões. Apesar da saúde sólida, as demissões nos bancos não pararam de ocorrer.

Em março, os três haviam se comprometido, em negociações com os sindicatos da categoria, que não haveria demissões nos bancos durante a pandemia. A onda de contágios ainda não acabou, o país chega a 6 milhões de casos, as mortes em decorrência da covid-19 voltaram a rondar a casa do milhar por dia e já somam 164 mil vidas perdidas. Mas se a pandemia seguiu de pé, a palavra dos bancos, não.

Demissões nos bancos têm nome e rosto

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do governo, houve quase 13 mil demissões no sistema financeiro em nove meses. O Bradesco, sozinho, deixou sem trabalho 1.300 pessoas entre março e setembro, de acordo com os bancários. Uma das reações encontrada pelos sindicatos e a confederação nacional da categoria foi recorrer às redes sociais para denunciar o trio de bancos que agravou a situação da economia do Brasil.

Uma série de vídeos vem sendo divulgada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Gravadas por atores, as mensagens são baseadas em relatos de personagens reais, de funcionários que não podem se expor, tidos como exemplares por Bradesco, Itaú e Santander. Expressam o sentimento de traição dos bancos ao promover demissões de empregados que passaram anos cumprindo com suas obrigações. Postados no canal da entidade no YouTube, os testemunhos de ex-bancários dos três maiores bancos do país já tiveram mais de 52 mil visualizações.

 

Humanizar os números

“O sindicato quis mostrar com esses vídeos uma coisa mais humana. Quando a gente vê só os números, fica uma coisa muito fria. A gente quis, com atores, mostrar a história verdadeira dos bancários. Que se dedicam muito. Cumprem metas e mesmo assim são demitidos” A explicação é da presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva.

“A gente quis dar um rosto para essas demissões. São pais e mães de família. São pessoas de quem suas famílias dependem. Pessoas que profissionalmente se dedicaram muito e mesmo assim foram demitidas. E isso apesar de todos os lucros dos bancos.”

demissões nos bancos
Ivone: bancos precisam explicar contradições

De acordo com Ivone, o sindicato vem promovendo ações nas redes sociais e toda semana essas campanhas, que “atingem, sim, a imagem dos bancos”, aparecem entre os assuntos mais comentados. E os bancos são cobrados e acabam tendo de se explicar. “Isso porque a imagem dos bancos é aquela coisa de propaganda, olha, vem pra cá, nós estamos preocupados com sua saúde, somos seus parceiros. Parceiro nada. Estão colaborando para os péssimos números de demitidos na economia, apesar de seus lucros serem exorbitantes”, afirma a presidenta da entidade.

“A gente tem tido bastante retorno positivo. Gente falando ‘é isso mesmo!’ E os bancos têm de dar satisfações aos clientes, porque eles sentem a contradição entre a propaganda e a vida real”, observa. “As demissões afetam as condições do atendimento. Você passa nas agências e vê filas enormes. Principalmente no Bradesco, que tem feito muita propaganda, as pessoas estão vendo que as agências não condizem com as propagandas.”

demissões nos bancos
Manifestação de sindicato dos bancários na Avenida Paulista

Os bancários de todo o Brasil vão participar nesta terça-feira (17), às 11h, do tuitaço contra as demissões no Banco Bradesco. Os trabalhadores devem utilizar e divulgar as hashtags #QueVergonhaBradesco e #QuemLucraNãoDemite nos seus perfis nas redes sociais, preferencialmente no Twitter. A ação faz parte da campanha organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, que visa denunciar a quebra do compromisso assumido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), feito em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário, de não realizar demissões durante a pandemia.

Só o Bradesco já demitiu este ano mais de 1.200 trabalhadores, de acordo com cálculos da COE Bradesco. Isso no mesmo período em que obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,657 bilhões nos primeiros nove meses de 2020.

Ao todo, os bancos já demitiram no Brasil mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. É um claro descumprimento ao acordo firmado em março. Divulgue ao máximo este protesto, fale para seus amigos e familiares ajudarem a denunciar os bancos que tiveram grandes lucros este ano e não cumprem o acordo com os bancários de não demitir durante a pandemia.

Fonte: Contraf-CUT

A pandemia do novo coronavírus é uma ameaça à saúde pública, mas também à segurança das mulheres. Com o isolamento social necessário para conter o contágio, aumentaram os casos de violência doméstica. No primeiro semestre de 2020, as mortes em decorrência da violência contra mulher cresceram 2% comparado ao mesmo período de 2019. Os dados são do Anuário de Segurança Pública, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O isolamento social só agravou uma tendência de agressões às mulheres dentro de casa. Levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para o Atlas da Violência 2019 mostra que a taxa de homicídios de mulheres fora do domicílio aumentou 28% em 10 anos. Mas no mesmo período, as ocorrências registradas em casa subiram 38%.

Se aumentou o feminicídio durante a pandemia, por outro lado, diminuiu o registro de agressões a mulheres, de acordo com a 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Pelo estudo, o número de registros de violência doméstica registrado nas delegacias durante o primeiro semestre de 2020 foi 9,9% menor do que registrado no igual período do ano anterior.

“O maior tempo de convivência da mulher com seu agressor faz com que a violência aumente. Porém, sabemos que durante a pandemia fica mais difícil para a mulher buscar uma delegacia de polícia para denunciar o agressor. Isso já não era era simples antes e agora ficou ainda mais difícil”, avalia a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elaine Cutis.

A secretária lembra que já começaram as atividades para o dia 25 de novembro, o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. “Uma das preocupações da nossa atividade neste mês é divulgar a importância de se denunciar as agressões. Sabemos que a denúncia fica mais difícil durante a pandemia, mas além do fone 180, a mulher pode buscar ajuda com a família e amigos, pela internet e mesmo indo a uma farmácia, por exemplo, e mostrando um “xis” feito na palma da mão. Os funcionários destes e outros estabelecimento são treinados a alertar a polícia e ajudar as vítimas da forma mais rápida possível”, explica Elaine Cutis.

As bancárias também podem buscar ajuda nos locais de trabalho. Este ano, a Contraf e o movimento sindical da categoria incluíram na Convenção coletiva de Trabalho (CCT) assinada este ano uma cláusula que cria nas instituições bancárias canais de atendimento às vítimas de violência doméstica. Até mesmo a transferência de local de trabalho será possível, caso a vítima entenda que precisa se afastar do agressor. “A criação dos canais de atendimento é uma conquista da nossa categoria”, afirma a secretária da Mulher.

Fonte: Contraf-CUT

A mesa bipartite de igualdade de oportunidades entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) retomou o calendário de reuniões após a campanha nacional da categoria. O encontro desta quinta-feira (12) teve como temas principais o ‘Programa de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher’ e a implementação do ‘Canal de Denúncia’ para as bancárias vítimas de violência, conforme acordo assinado em março de 2020 e incorporado às Cláusulas 48 a 54 da Convenção Coletiva de Trabalho 2020-2022, assinada em setembro.

A mesa decidiu por intensificar as ações para enfrentamento da violência contra a mulher e contra o racismo já no mês de novembro, tendo em vista ser o Mês da Consciência Negra e também devido aos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, que compreende o período de 25 de novembro a 10 de dezembro.

A divulgação do canal é uma iniciativa da Contraf-CUT, junto aos sindicatos e federações e será assumida em conjunto pela Fenaban, que compreende a necessidade de tal campanha. “Hoje a gente tem um machismo enraizado na sociedade, e é fundamental termos ações permanentes sobre o tema para ampliarmos a conscientização e impedirmos os retrocessos. Além de auxiliarmos as mulheres a romperem o ciclo da violência, precisamos aprofundar esse debate e criar uma política para tratar essa questão”, avaliou a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.

Além da campanha conjunta para divulgar o canal, a Contraf-CUT solicitou a retomada do calendário de reuniões, que foi atendida pela Fenaban. Os representantes dos bancos informaram que haverá uma reunião na primeira semana de dezembro, para capacitar cerca de 300 representantes das instituições bancárias e sistematizar as ações para o melhor acolhimento e atendimento das mulheres vítimas de violência. Na segunda semana de dezembro, a mesa torna a se reunir com o movimento sindical para apresentar as iniciativas feitas até então.

Na reunião desta quinta, os representantes da Fenaban informaram que após a incorporação do canal de atendimento às bancárias vítimas de violência, em setembro, registrou-se um aumento do número de bancárias que denunciaram casos de violência. O que indica que, a partir do momento em que o canal de atendimento foi incorporado à CCT, as vítimas passaram a procurar o atendimento nos bancos.

O debate sobre o atendimento das bancárias vítimas de violência foi levantado pela primeira vez pelo movimento sindical em fevereiro de 2019. Em março de 2020, após debate entre as partes, foi acordada a criação de um programa para as vítimas de violência doméstica e do canal de atendimento nos bancos. O acordo foi incorporado na CCT aprovada em setembro. A reunião desta quinta-feira teve por objetivo encaminhar a estruturação desse sistema de atendimento.

Combate ao Racismo

Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, propôs na reunião que a mesa bipartite de igualdade de oportunidades também passasse a ter ações permanentes de combate ao racismo. “Não podemos ficar restritos só ao mês de novembro (Mês da Consciência Negra). Temos que tratar dessa questão diuturnamente”, disse Almir. Os representantes da Fenaban concordaram em criar uma ação permanente para tratar a questão.

A mesa concordou que é necessário que, tanto na questão de gênero como no combate ao racismo, sejam feitas duas frentes de trabalho. Uma de atendimento às vítimas e outra educativa e de conscientização, dentro dos bancos.

Fonte: Contraf-CUT

A pandemia de Covid-19 impôs a paralisação de muitas atividades produtivas e exigiu que milhões de pessoas praticassem o isolamento social para protegerem a vida, provocando uma rápida e intensa recessão econômica, que gerou, inclusive o fechamento de empresas e o crescimento do desemprego, que já era muito alto, observa o sociólogo e professor Clemente Ganz Lúcio em seu artigo “As pressões sobre o emprego. A população negra foi a mais afetada.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) trimestral, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa geral de desocupação é de 13,3%. Entre os pretos alcança 17,8%. Considerando apenas os brancos, é de 10,4%.

Os números apontam que cerca de 11 milhões de trabalhadoras foram para a inatividade, sem condições de trabalhar ou procurar emprego; outros 8 milhões foram para o trabalho em casa (home office); quase 10 milhões tiveram seu contrato de trabalho suspenso ou redução da jornada de trabalho. Outros 13 milhões continuaram desempregados.

Grandes e médias empresas e até os três maiores bancos privados do país (Bradesco, Itaú e Santander), que obtiveram lucro que soma R$ 36 bilhões nos nove primeiros meses de 2020, demitiram funcionários.

Salários menores

“Nesta crise, a população negra foi ainda mais afetada. Os dados mostram que a renda média da população negra representa apenas 56,2% da recebida pelos brancos”, observou o secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) de Combate ao Racismo, Almir Aguiar.

“Há quem fale que é devido à qualificação profissional. Mas, mesmo com ensino superior, negros e negras ganham, em média, menos do que os não-negros. Não tem nada a ver com qualificação profissional. É racismo mesmo!”, criticou o dirigente da Contraf-CUT.

> Ouça o Podcast da Contraf-CUT sobre o Mês da Consciência Negra

Discriminação no setor financeiro

O dirigente da Contraf-CUT diz, também, que é clara a ausência de negros e negras no sistema financeiro. “Além disso, bancários e bancárias negros recebem percentualmente menos que um trabalhador não negro e a cor da pele é um obstáculo para ascensão profissional. Aos negros são dados cargos de menor remuneração e aqueles que não são de atendimento ao público. Eles ficam escondidos atrás dos biombos. É isso o que mostram os dados dos Censos da Diversidade Bancária, realizados em 2008, 2014 e 2019”, disse.

Para ele, no entanto, esta triste realidade do sistema financeiro não é verificada apenas nos bancos. “Lutamos diariamente para mudá-la e, agora em novembro, mês da consciência negra, orientamos que os sindicatos e federações da categoria aproveitem a maior visibilidade sobre o tema para intensificar as atividades e denunciar estas injustiças”, completou.

“É fundamental que os bancos contratem mais trabalhadores negros como forma de diminuir essas desigualdades e avançar para um ambiente justo e sem discriminação”, concluiu o secretário da Contraf-CUT de Combate ao Racismo.

Fonte: Contraf-CUT

O Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, juntamente com a Secretaria de Saúde e Segurança do Trabalho, conseguiram a reintegração de mais duas bancárias: uma do Banco Santander e outra do Banco Bradesco. As duas trabalhadoras foram demitidas durante a pandemia, desrespeitando um compromisso firmado no começo do ano de não haver demissões durante a crise sanitária.

Jane Soraia Pessoa, da agência 129 do Banco Bradesco, e Vanessa Fabro Coelho, da agência 3122 do Banco Santander, ambas em Duque de Caxias, tiveram suas reintegrações determinadas pelas 7ª e 6ª Varas do Trabalho da cidade, respectivamente. 

As bancárias foram dispensadas, sem motivo aparente, sob a justificativa de que os bancos estão passando por uma reestruturação, uma reformulação. Mas, na contramão da maioria dos setores da economia, os maiores bancos privados lucraram juntos, em plena crise de saúde e sanitária, R$ 35,7 bilhões. O Santander é o líder em demissões no Brasil, país onde o grupo extrai sua maior fatia de lucro.  

Em 2020, já são mais de 12 mil bancários e bancários demitidos. São pais e mães de família, que ficaram sem emprego em meio a uma crise sem precedentes.

Demitido? PROCURE O SINDICATO

A orientação é que o bancário ou bancária demitida entre em contato com o Sindicato, para que a entidade tenha ciência da demissão, verifique a regularidade da mesma, assegure o correto pagamento dos direitos e subsidie a luta em defesa dos empregos na categoria. É fundamental um acompanhamento jurídico para que seus direitos sejam assegurados. 

SINDICALIZE-SE

Ao se sindicalizar, você fortalece a luta pela manutenção de todos os direitos que conquistamos em décadas de muita mobilização, e ajuda a manter empregos, reajustes salariais, aposentadoria, PLR, vales refeição, alimentação, 13ª cesta, auxílio-creche babá, defender os bancos públicos. Além disso, tem descontos em diversas universidades, colégios e na área de lazer. 

Confira as fotos das reintegrações em nossas redes sociais.

Só a luta te garante! #JuntosSomosFortes

 

Um dia depois de figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil com as hashtag #QueVergonhaBradesco e #QuemLucraNãoDemite, os bancários de todo o país voltaram a chamar a atenção nesta quinta-feira (12) com o Dia Nacional de Luta contra as demissões do Bradesco. Manifestações nas portas das agências e dos departamentos do banco Bradesco protestaram contra as demissões realizadas pelo banco neste ano.

Para Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, não há justificativa para que a empresa de capital aberto que mais lucrou na América Latina no primeiro semestre continue colocando pais e mães de família no olho da rua. “Estamos em luta e não mediremos esforços para barrar esta falta de responsabilidade social”, disse.

A ação faz parte da campanha organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e sindicatos dos bancários, que denunciam a quebra do compromisso de não realizar demissões durante a pandemia, assumido pelo banco e pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário. “Não nos daremos por vencidos até que todos os bancos recuem e parem de demitir”, completou Magaly.

O Bradesco já demitiu mais de 1.200 trabalhadores este ano, de acordo com cálculos da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco. Isso no mesmo período em que obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,657 bilhões nos primeiros nove meses de 2020.

Os três maiores bancos do país estão demitindo. Ao todo, já dispensaram mais de 12 mil trabalhadores este ano, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, em claro descumprimento ao acordo firmado em março.

O tuitaço contra as demissões realizadas pelos bancos será realizado na manhã desta sexta-feira (13), às 11h, com a hashtag #QuemLucraNãoDemite. A mobilização em defesa do emprego faz parte da campanha organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelos sindicados dos bancários.

Os bancos desrespeitaram um acordo firmado no começo do ano de não haver demissões durante a pandemia. Mas, em 2020, já demitiram 12 mil bancários e bancários, pais e mães de família, que ficaram sem emprego em meio a uma crise econômica e sanitária. No mesmo período, os três maiores bancos, Bradesco, Santander e Itaú, os campeões das demissões, lucraram juntos R$ 35,7 bilhões, rendimento que nenhum setor da economia registrou.

O tuitaço é uma forma de se contrapor a quem lucra e demite, sem se importar com a crise social causada pelo desemprego. Por isso, participe e divulgue esse protesto e a hashtag #QuemLucraNãoDemite para amigos e familiares.

Fonte: Contraf-CUT

As demissões do Santander, mesmo em um período de crise como a da pandemia de Covid-19, foram notícias na Espanha, país sede do banco. No último dia 6, o site espanhol Diario16 publicou reportagem em que explicita as estratégias perversas do Santander com demissões em massa em todo o mundo, sob a justificativa de fazer “reestruturações”.

Com o título “Banco Santander: la perfecta máquina de ejecutar despidos" (a máquina perfeita de executar demissões), a reportagem informa que empregos também estão em jogo no Reino Unido, Portugal e Espanha, além do Brasil, país onde o grupo extrai sua maior fatia de lucro, como não deixa de destacar o texto . Segue trecho traduzido abaixo:

“No entanto, a Europa não é o único território onde ocorrem demissões. No Brasil, filial que mais beneficia o Grupo Santander, nos momentos mais difíceis da pandemia no país, foi anunciada no Rio de Janeiro, uma reestruturação que afetou 20% da força de trabalho, ou seja, 9 mil trabalhadores. O Santander desmentiu a notícia publicada pela Folha do S.Paulo, segundo a Agência Reuters no dia 10 de junho. No entanto, a organização sindical UNI Global Union emitiu um comunicado 6 dias depois, confirmando as demissões.”

A reportagem lembra também dos métodos desumanos, com o banco demitindo pessoas por telefone. Rita Berlofa, diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo e presidenta da UNI Finanças Mundial - braço do sindicato mundial UNI Global Union, que reúne sindicatos de trabalhadores do ramo financeiro em todo o mundo - é ouvida pelo site espanhol e destaca que as demissões são injustificáveis. “A posição do Santander no Brasil é inaceitável. Num momento em que nos deparamos com uma gravíssima crise política, financeira e de saúde, em que os trabalhadores gostariam de se sentir protegidos, o que vemos é um descaso com os responsáveis ​​pelos exorbitantes lucros e bônus estratosféricos dos executivos . As demissões afetam a sociedade como um todo e contribuem para o agravamento da crise. (…) Queremos mais diálogo social, respeito aos acordos, trabalhadores e sociedade brasileira”, diz.

Clique aqui para ler a matéria na íntegra (em espanhol).

Fonte: SEEB SP

O pagamento do 13º salário pode chegar a aproximadamente R$ 215,6 bilhões, pouco acima do ano passado (R$ 214,6 bilhões), nas estimativas divulgadas pelo Dieese nesta quarta-feira (11). Mas o instituto pondera que, com a “situação excepcional provocada pela pandemia”, o número pode ser menor. E lembra que foram celebrados milhões de acordos de redução de jornada e salário ou suspensão do contrato de trabalho. “Os dados disponíveis, contudo, não permitem a incorporação precisa de tais impactos no cálculo do 13º”, conclui.

Produção industrial volta ao nível de fevereiro e acumula queda no ano

Os R$ 215 bilhões representam 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Serão pagos a 80,3 milhões de pessoas, entre trabalhadores no mercado formal (48,4 milhões) e aposentados ou pensionistas (31,9 milhões). Quase metade (48,5%) se concentra no Sudeste.

O maior valor médio deve ser pago no Distrito Federal (R$ 4.348) e o menor, no Maranhão e no Piauí (R$ 1.641 e R$ 1.647, respectivamente), segundo o Dieese. “Essas médias, porém, não incluem o pessoal aposentado pelo Regime Próprio dos estados e dos municípios, pois não foi possível obter os dados.” A média geral do benefício é de R$ 2.459.

Serviços predominam

Para fazer o cálculo, o Dieese usou dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do “novo” Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), ambos divulgados pelo Ministério da Economia. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua), do IBGE, da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional.

Dos assalariados formais dos setores público e privado, que até o fim do ano deverão receber R$ 139,4 bilhões, quase dois terços (64,7%) do pagamento estão no segmento de serviços. A fatia dos trabalhadores na indústria representa 17% do total, enquanto os comerciários terão 13,2%. Outros 3% irão para os empregados na construção civil e 2% para os da agropecuária.

Apenas no estado de São Paulo o volume de pagamentos de 13º salário deverá somar R$ 61,8 bilhões. Esse valor corresponde a quase 29% do total nacional e a 59% da região Sudeste.

Fonte: Contraf-CUT