Abril 29, 2025
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Nilza Silva, 35 anos, foi morta em casa com golpes de machado na cidade de Atibaia. Elizabeth Aparecida Ribeiro, 36 anos, professora, foi morta a facadas em seu apartamento, em Marília. Wilce Helena Oliveira Machado, 49 anos, foi encontrada morta em sua casa com sinais de estrangulamento, em Paraguaçu Paulista.

As três mulheres têm em comum, além do destino trágico, o fato de terem sido assassinadas pelos parceiros com os quais conviviam. Um tipo de brutalidade que se enquadra no chamado feminicídio, o assassinato de uma mulher pelo simples fato de ela ser mulher.

Nesses casos, o ódio, o desprezo e o sentimento de perda de controle sobre a mulher são justificativas comuns para esse tipo de atrocidade. As três foram mortas no dia 10 de janeiro de 2018 em cidades do interior paulista.

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Márcia Viana lamenta que o machismo e o feminicídio estejam impregnados na sociedade brasileira. “O machismo mata e precisamos acabar com isso”, enfatiza.

Márcia defende a intensificação da luta, ainda mais, segundo ela, em tempos de golpe. “Com este governo golpista, que acabou com as políticas públicas de combate à violência contra a mulher, só nos resta a resistência. É necessário alterar de uma vez por todas essa cultura do machismo. Não é e não pode ser visto por ninguém como algo natural no cotidiano da vida das mulheres.”

No estado de São Paulo, de janeiro a outubro de 2017, a Justiça instaurou 175 processos por feminicídio.

Dados da Secretaria da Segurança Pública paulista apontam que SP registra um feminicídio a cada quatro dias. Os números são resultado do levantamento dos boletins de ocorrência do primeiro semestre de 2017.

A realidade paulista, contudo, não é uma exceção. O Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

E não para por aí: a violência também tem cor no País. Pesquisas apontam que as violências racista, sexista e institucional atingem principalmente as mulheres negras.

Levantamento do Mapa da Violência 2015, produzido pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais, mostra que o número de mulheres negras assassinadas entre 2003 e 2013 cresceu 54%, enquanto o índice de feminicídio de mulheres brancas caiu, no mesmo período, 10%.

Para Márcia Viana, as mulheres negras são as que mais sofrem. “Elas estão entre as que ganham menos, as que ocupam os postos de trabalhos mais precarizados e também são as maiores vítimas de seus companheiros”, lamenta, ressaltando a importância de a luta feminista ter o olhar direcionado às mulheres negras.

Aumento dos estupros e jornada das mulheres
Além do feminicídio, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) divulgou em fevereiro deste ano o aumento de 15,5% no número de estupros em janeiro de 2018, em comparação com janeiro de 2017, segundo o balanço mensal da criminalidade.

É contra essas várias formas de violência, lembra Márcia, que a Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos, organizada pela CUT São Paulo, em parceria com a CUT nacional e movimentos de mulheres, ocorre no estado de São Paulo até o dia 1º de maio.

Durante a jornada, as mulheres debaterão também a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº181, de 2015. Adiada no ano passado após pressão popular, ela pode voltar à Câmara dos Deputados em 2018.

A princípio, a lei tratava da extensão da licença-maternidade para o caso de bebês nascidos prematuros. Mas, os deputados homens da comissão votaram pela inclusão de uma alteração no artigo primeiro da Constituição, destacando “a dignidade da pessoa humana, desde a concepção”.

Só que a manobra dos parlamentares abriu brechas para aumentar a criminalização da prática de aborto, mesmo em casos de estupro, risco de morte da mãe ou doença como a anencefalia - ausência parcial ou total de cérebro no feto, que hoje são permitidos pelo Código Penal.

“Medidas como essa, se aprovadas, representam uma violência e serão ainda piores às mulheres negras, pobres e jovens em situação de aborto inseguro. Esta proposta retira o direito das mulheres sobre seus corpos e sequer faz o diálogo sobre a questão de saúde, que está ligada ao tema”, conclui a bancária e secretária de Comunicação da CUT São Paulo, Adriana Magalhães.

Perda de direitos
Diante do cenário de violência contra as mulheres, em 2015, a presidenta eleita Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 13.104, que tornou hediondo o crime de feminicídio.

O dossiê “Violência contra as mulheres”, da Agência Patrícia Galvão, mostra que o principal ganho desta lei foi justamente tirar o problema da invisibilidade.

“A tipificação é vista por especialistas como uma oportunidade para dimensionar a violência contra as mulheres no País, quando ela chega ao desfecho extremo do assassinato, permitindo, assim, o aprimoramento das políticas públicas para coibi-la e preveni-la”, diz trecho do documento.

A medida fortaleceu a Lei Maria da Penha, sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Reconhecida mundialmente como um grande instrumento de combate à violência contra as mulheres, a Lei Maria da Penha providenciou as medidas protetivas de urgência, mas a Lei do Feminicídio ajudou a endurecer as penas de homicídios praticados contra mulheres por razões de gênero, estabelecendo, inclusive crime inafiançável.

Mas, logo após o golpe de Estado que colocou o ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) no poder, tudo começou a piorar. O golpista Temer cortou 61% das verbas destinadas ao atendimento de mulheres vítimas de violência de 2016 para 2017.

De 42,9 milhões previstos para o setor, em 2016, o orçamento caiu para 16,6 milhões, em 2017, segundo dados do Portal do Orçamento do Senado Federal. Também houve redução de 54% do orçamento para políticas de incentivo à autonomia das mulheres, diminuindo de R$ 11,5 milhões para R$ 5,3 milhões, no mesmo período, afetando, por exemplo, programas como o ‘Mulher, Viver sem Violência’.

Para a ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, a conjuntura não surpreende, já que o golpe é perverso, neoliberal e misógino, como classifica. Segundo ela, isso demonstra o descaso de um governo ilegítimo a serviço das classes dominantes.

“As mulheres serão as mais afetadas com medidas como a do congelamento dos gastos públicos por 20 anos, aprovado por maioria no Congresso Nacional. Elas são as maiores usuárias dos serviços de saúde e educação”, denuncia a ex-ministra.

Além disso, segundo ela, a reforma Trabalhista, que flexibiliza os direitos históricos da classe trabalhadora, atinge, sobretudo, as mulheres. “Elas já recebem menores salários e agora terão de se deparar com o fato de que gestantes poderão trabalhar em lugares insalubres”, critica.

Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista ressalta, porém, que, mesmo diante de um cenário de retirada de direitos, o movimento sindical, ao lado dos movimentos populares, tem cumprido papel fundamental na luta de resistência.

“A pressão das trabalhadoras e dos trabalhadores tem barrado inúmeros retrocessos no Brasil, mas ainda temos muitas lutas pela frente para combater o golpe e o machismo e barrar medidas como a reforma da Previdência, que hoje está suspensa, mas pode voltar a qualquer momento”, diz.

Fonte: CUT-SP

Neste 8 de março, 800 mulheres de diversos movimentos populares ocuparam o parque gráfico do jornal impresso no Rio de Janeiro, que pertence ao grupo Globo Comunicação. O objetivo da ação, iniciada às 5h30 da manhã, é denunciar a atuação decisiva da empresa sobre a instabilidade política brasileira. Elas destacam a articulação da Globo no processo do golpe, desde o impedimento da presidenta Dilma em 2016 até perseguição ao presidente Lula, para inviabiliza-lo como candidato em uma eleição democrática.

Participaram mulheres do MST, do Levante Popular da Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento dos Pequenos Agricultores, além de moradoras de comunidades da cidade. “A Globo promove os golpes em pró de seus interesses empresariais, não interessa as consequências para o país. Por isso ela é criminosa. Ela não é inimiga só dos trabalhadores, ela é inimiga de toda a nação”, afirmou Ana Carolina Silva, do Levante Popular da Juventude.

Intervenção contra os direitos
As mulheres também deram visibilidade ao caráter político e contrário aos direitos do povo da intervenção militar no Rio de Janeiro. Com o mote “A Globo promove intervenção para dar golpe na eleição” elas lembram que o próprio golpista Michel Temer declarou que vai suspender o decreto caso tenha maioria na Câmara e no Senado para votar a reforma da Previdência.

Para Maria Gomes de Oliveira, da Direção do MST, se trata de uma questão eleitoral e de um processo de coação social. “A Globo e os articuladores desse processo abordam a intervenção militar no Rio de Janeiro como medida de segurança. Ao mesmo tempo em que ela promove o medo para manter a classe trabalhadora calada, Temer e aliados se aproveitam de um anseio da sociedade para esconder sua estratégia eleitoral”, explica.

A dirigente ressalta ainda que a empresa tem interesses econômicos na Reforma da Previdência. “A globo opera ativamente na política para manter seus lucros e o monopólio sobre a mente das pessoas. No caso da previdência, ela está diretamente ligada à Mapfre Seguros, uma empresa que presta serviços de previdência privada”. Para ela, o momento caracteriza um desvio de função das Forças Armadas. “Tanques e soldados armados com fuzil não resolvem a violência. Os militares deviam cuidar de proteger nossa soberania, inclusive as riquezas como o petróleo, a água, as terras, que o golpista está entregando numa bandeja para o capital internacional”, afirma.

Ana Paula Silva destaca que a taxa de desemprego beira a 12% e, assim com o desmonte de serviços básicos de educação e saúde, são fatores que contribuem para o aumento da violência. “O crime se combate com o desenvolvimento de uma política de segurança e não com intervenção militar. Sabemos que o caminho é crescimento econômico e políticas públicas para o povo, mas para garantir isso precisamos retomar a democracia que perdemos com o golpe. Garantir eleições sem fraude é central para barrar os ataques aos direitos dos brasileiros”, garante a militante.

Decadência
O parque gráfico ocupado é o maior da América Latina. Sua construção foi, em parte, financiada pelo BNDES, com o montante de R$ 217 milhões, em valores atuais. Ele foi projetado para a impressão de 800 mil jornais diários, mas a média de produção do O Globo em 2017 não passa de 130 mil exemplares/dia, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Ou seja, não utiliza nem 50% da capacidade produtiva.

“Este lugar é um elefante branco a serviço da desinformação. Com tanto recurso público investido, deveriam ao menos se dignar a fazer um jornalismo de qualidade. Não é à toa que o jornal está em decadência. As trabalhadoras não engolem mais as mentiras e manipulações da Globo”, afirmou.

A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que tem por lema a célebre frase de Rosa Luxemburgo “Quem não se movimenta, não sente as cadeias que a prendem”.

Fonte: MST

Os empregados da Caixa Econômica Federal tiveram creditados no dia 20 de fevereiro, retroativos a janeiro, os reajustes da promoção por mérito. Conquista renovada ano após ano, desde a campanha salarial de 2007, os deltas agregaram aumento de cerca de 2,34% nas remunerações do Plano de Cargos e Salários.

De 87.635 trabalhadores do banco (em 31/12/2017), 83.985 eram promovíeis. Desses, 12.596 (15%) receberam dois deltas. Outros 59.532 (70,9%) conquistaram um delta. E 11.857 (14,1%) não alcançaram promoção.

“No princípio, a Caixa fazia com que 20% dos empregados de cada unidade ficassem sem delta. Na negociação, porém, arrancamos que só com critérios objetivos já se garantia um delta. É bom lembrar também que na mesa permanente evitamos os reflexos dos dias de greve do ano passado”, frisa Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretor da Fenae.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, reforça que a promoção por mérito é uma das mais importantes conquistas dos empregados da Caixa. “Ela só veio após um longo período de negociação. Foi restabelecida em 2008, depois de mais de 15 anos de sonegação desse direito. Por isso, nossa mobilização é fundamental para que seja mantida”, afirma.

As regras da promoção por mérito 2017, com reflexos neste ano, foi assegurada no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2016-2018. Ela previa pontuação final de até 70 pontos, resultante do somatório dos pontos nos critérios Frequência ao Trabalho, PCMSO, Horas de Capacitação, Iniciativas de Autodesenvolvimento e Indicação de Empregado na Unidade.

PLR e PLR Social
Recebidos os reajustes da promoção por mérito, os empregados da Caixa aguardam agora o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Pelo ACT em vigor, o banco tem até o dia 31 de março para creditar a segunda parcela, mas o pagamento só vai ocorrer após a divulgação do lucro referente a 2017.

Na Caixa, a PLR é composta pela regra básica Fenaban (90% do salário base), parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido pelo número total de empregados em partes iguais) e PLR Social (4% do lucro líquido, distribuídos linearmente para todos os trabalhadores). Também conforme o ACT 2016-2018, está garantida uma remuneração base para todos os empregados.

“A PLR Social é mais uma conquista histórica dos empregados. Desde 2010, com muita luta, asseguramos a manutenção, garantido a distribuição superior a 19% do lucro líquido para todos os trabalhadores da empresa. Na campanha salarial passada, a Caixa tentou retirar a PLR Social, mas barramos esse retrocesso com a mobilização”, diz Dionísio Reis.

O número de crimes de ódio praticados contra lésbicas em todo o Brasil aumenta a cada ano. De acordo com o Núcleo de Inclusão Social da UFRJ, divulgado nesta quarta-feira (7), só nos dois primeiros meses de 2018, já foram registradas 26 mortes por lesbocídio. Por não haver dados oficiais, os crimes são coletados na mídia e nas redes sociais, o que acaba gerando subnotificação.

Segundo a pesquisa, 83% dos crimes contra lésbicas são cometidos por homens que não necessariamente possuem algum tipo de parentesco com a vítima, mas que têm algum tipo de aversão a lésbicas em geral – ou seja, lesbofobia.

Os crimes praticados contra lésbicas também são diferentes dos casos de homofobia praticados contra outros grupos, porque a condição das lésbicas é específica. Os demais grupos também são atacados por não estarem em conformidade com a sociedade, mas as lésbicas ainda sofrem com a carga do machismo. A classificação específica desse tipo de crime é fundamental para que ele possa ser combatido por meio de políticas públicas.

Para a secretaria da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, a mulher precisa ser respeitada na sociedade. “Nós, mulheres, temos o direito de ser e gostar de quem a gente quiser. A mulher já enfrenta muita discriminação apenas pelo fato de ser mulher e a lésbica ainda sofre o preconceito. Precisamos lutar contra o machismo.”

Fonte: Contraf-CUT

No dia 8 de março, as mulheres são lembradas pela sua força, coragem e capacidade de luta. Desde o século XIX, elas buscam por mais respeito, mais dignidade e igualdade de oportunidade. Muitos direitos já foram conquistados, porém, ainda há muitos a serem reivindicados. Nesse meio tempo, as mulheres ainda têm de lutar contra os retrocessos, promovidos pelo governo atual, para que não retirem os direitos conquistados durante toda a trajetória de luta.

“As mulheres, em sua luta histórica, já obtiveram muitos avanços, conquistaram direitos. Mas, nunca podemos parar de lutar, ainda mais na atual conjuntura do nosso país. Temos o dever de honrar as batalhas realizadas por tantas mulheres no passado para manter os direitos que elas conquistaram e ir além na conquista de novos direitos. Iremos às ruas hoje em todo país e no mundo por igualdade, contra o feminicídio e a violência contra a mulher, por direitos, salários iguais e pela democracia. É isso o que queremos lembrar neste 8 de Março, é isso o que precisamos lembrar por toda nossa vida, enquanto vivermos em uma sociedade patriarcal e machista”, afirmou Juvandia Moreira, vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Direito ao voto

A luta diária que deve ser realizada pelas mulheres em nossa sociedade pode ser facilmente observada quando vemos que, mesmo após conquistar legalmente diversos direitos, muitos deles continuam não sendo cumpridos, caem no esquecimento, ou simplesmente não são efetivados.

Um exemplo é o direito ao voto. Em 1932, as mulheres conquistaram o direito votar e passaram a ocupar maior espaço no eleitorado do país. Porém, mesmo com esse direito, até hoje, a mulher é sub-representada no Congresso Nacional. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres ocupam apenas 10% dos cargos de representação na Câmara dos Deputados e 14% no Senado. O percentual é semelhante nas Assembleias Legislativas Estaduais e até menor nas Câmaras de Vereadores e no Poder Executivo.

Para Elaine Cutis, secretaria da Mulher da Contraf-CUT, a pouca participação feminina na política impede com que os direitos das mulheres sejam garantidos. “É preocupante ver que, depois de tanta luta, em pleno 2018, a representação política das mulheres é tão pequena”, observou.

Ameaça aos direitos conquistados
Dentre todos os retrocessos, promovidos pelo governo Temer, a reforma trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017, é a que mais ameaça e retira de direitos das mulheres. Com as novas regras, gestantes e lactantes podem trabalhar em local com baixa e média insalubridade.

Violência contra a mulher
A Lei Maria da Penha foi sancionada em 2006 com o objetivo de punir com mais rigor os agressores contra a mulher no âmbito doméstico e familiar. Com a aprovação da lei, o feminicídio também passou a constar no Código Penal como crime.

A criação da lei foi uma grande conquista para o movimento feminista, mas ainda é alto o número de feminicídios no Brasil. De acordo com os dados dos Ministérios Públicos Estaduais, o Brasil registrou ao menos oito casos de feminicídio por dia, entre março de 2016 e março de 2017. No total, são 2.925 casos no país, o que mostra um aumento de 8,8% em relação ao ano anterior.

Desigualdade de Oportunidade
A desigualdade de oportunidades no ambiente de trabalho prejudica cruelmente as mulheres. No setor bancário, por exemplo, a diferenciação de gênero pode ser vista pelos cargos e salários. Segundo a pesquisa, realizada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e divulgada pelo Ministério do Trabalho, na sexta-feira (2/3), as 1.283 mulheres admitidas nos bancos em janeiro de 2018 receberam, em média, R$ 3.116,41. Esse valor corresponde a 71,8% da remuneração média auferida pelos 1.316 homens contratados no período. Constata-se a diferença de remuneração entre homens e mulheres também nos desligamentos. As 991 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.649,80, o que representou 76,3% da remuneração média dos 956 homens desligados dos bancos no período.

“Temos uma mesa de negociação permanente para tratar com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) sobre a questão de igualdade de oportunidades na categoria. Os Censos da Diversidade apontam uma grande desigualdade de gênero na categoria. Por isso, esse é um dos temas mais debatidos nesta mesa”, afirmou a secretária da Mulher da Contraf-CUT.

A categoria bancária sempre teve papel importante nesta luta, tanto que foi a primeira a conquistar uma cláusula de igualdade de oportunidades na sua Convenção Coletiva de Trabalho e é citada como exemplo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) por esta conquista.

Diante de tantas ameaças aos seus direitos, as bancárias se somam à Jornada de Lutas em Defesa da Democracia e Direitos, lançada no dia 24 de fevereiro, reafirmando seu compromisso de luta contra os retrocessos e por uma sociedade justa e igualitária.

Fonte: Contraf-CUT

Os trabalhadores e trabalhadoras, preocupados com a reforma da Previdência proposta pelo golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), que pode acabar com a aposentadoria de milhões de brasileiros, estão correndo para se aposentar, mesmo que isso cause perdas nos valores do benefício a receber.

“É interessante verificar que os trabalhadores, além de lutarem contra a reforma previdenciária, vão buscando suas formas de se proteger. Infelizmente fazem isso abrindo mão de uma aposentadoria melhor e de ter condições de uma velhice digna”, diz Jandyra Uehara, secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT.

No ano passado, a idade média das mulheres trabalhadoras que se aposentaram baixou de 53,25 para 52,8 anos. Entre os homens, a idade passou de 55,82 para 55,57 anos. Essa queda não acontecia há pelo menos dez anos, segundo dados da Secretaria da Previdência.

Os resultados interromperam uma tendência longa, embora gradual, de aumentos na idade média de concessão das aposentadorias. A última vez em que houve queda foi em 2008, entre homens, e em 2005, entre mulheres. Do total de 1,4 milhão de aposentadorias concedidas no ano passado, 470 mil foram por tempo de contribuição.

Para o secretário de Organização e Política Social da CUT, Ari Aloraldo do Nascimento, isso confirma o que a CUT vem afirmando sobre a reforma de Temer: “É um processo claro de terror, de pressão da mídia pela reforma, o que faz as pessoas se aposentarem mesmo tendo direito a um benefício menor do que o que teriam direito se esperassem um pouco mais”.

Essa corrida ao INSS é que vai provocar um rombo nas contas da Previdência, diz Ari, que explica: “quanto mais pessoas entrarem com pedidos de aposentaria, menor será o volume de contribuições”.  

Mas mostra também, acrescenta Jandyra, que a classe trabalhadora está muito atenta à movimentação desse Congresso conservador, dos golpistas e do mercado, que querem promover cada vez mais a retirada dos direitos.

Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT), reforça a avaliação de Jandyra de que o fato de estarmos vivendo sob o regime de um governo golpista, leva os trabalhadores e trabalhadoras a se aposentarem mais cedo porque ninguém confia neste governo.

“Os golpistas mudaram as relações sociais e de trabalho. Não há diálogo com os representantes dos trabalhadores, causando um enorme prejuízo à maioria da população”.

Reforma adiada
Por falta de apoio no Congresso Nacional e por causa da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, a reforma da Previdência foi engavetada, por enquanto, pelo golpista e ilegítimo Temer. Mas os trabalhadores brasileiros temem que volte a ser apresentada.

“As pessoas acabam buscando seu direito à aposentadoria porque temem que o governo golpista consiga acabar com esse direito”, diz Jandyra, que critica ainda “o efeito de um terrorismo midiático, de um debate totalmente contrário aos interesses dos trabalhadores, o que leva justamente ao efeito inverso”.

Dirigentes defendem mobilização de sindicatos e movimentos sociais
Para dirigentes sindicais, a saída é intensificar a mobilização de trabalhadores e trabalhadoras junto ao Congresso Nacional e nas ruas. “Devemos aproveitar o período de renovação no Congresso para pressionar os parlamentares em seus redutos, para que se posicionem de fato contra a reforma, além de mobilizar os sindicatos e movimentos sociais para que dialoguem ainda mais com suas bases esclarecendo a importância dessa mobilização”, defende Ari Aloraldo.

Para Juvandia, o caminho é a luta. É o trabalhador fortalecer seu sindicato, sua entidade organizativa e atender aos chamados para que não haja solução individual e sim coletiva, para que todos não sejam prejudicados.

“Só conseguimos barrar a reforma até agora porque a população atendeu ao chamado dos sindicatos. A solução é a luta coletiva porque depois das eleições vão querer colocar a reforma da Previdência novamente em pauta”, diz.

Uma campanha forte de mobilização é o caminho para impedir que a reforma entre na pauta de votação do Congresso novamente após as eleições de outubro, é o que defende o metalúrgico e secretário geral da CUT São Paulo, João Cayres. Segundo ele, “quem perder as eleições não tem compromisso, e quem ganhar terá quatro anos pela frente para fazer o povo esquecer como esse parlamentar votou”.

Como é a regra hoje
Pela regra atual, o fator previdenciário reduz o valor do benefício quanto mais novo é o trabalhador. Para conseguir 100% do salário de contribuição é preciso estar dentro da regra conhecida como 85/95, que é a soma do tempo de contribuição mais a idade da pessoa.

Hoje, uma mulher com 31 anos de contribuição e 54 anos de idade, por exemplo, pode se aposentar por tempo de contribuição e receber o benefício integral.

Já uma mulher com 29 anos de tempo de contribuição e 56 anos de idade também soma 85, mas não pode se aposentar por tempo de contribuição, pois não tem o tempo mínimo de contribuição para mulheres, que são 30 anos.

No caso dos homens, a conta é a mesma, só que ao invés de 30 anos de contribuição são 35 anos e a soma com a idade tem de dar 95.

Fonte: CUT Nacional

O Dia da Mulher não é pra ser uma homenagem singela e bonitinha para as lindas mulheres sorridentes e fofinhas, ah, essas mulheres, tão lindas e tão geniosas, mas que os homens amam. É um dia pra botar todas as questões que precisam ser debatidas em pauta, é pra falar sobre a luta dos direitos da mulher, não sobre TPM e manicure. Não é pra ter um "tom leve".

Tom leve não combina com assunto sério, daí tantas manifestações negativas a campanhas paternalistas. Algumas pessoas vêm com aqueles papos de que as reações são desproporcionais, que deixa disso, que não é tanto assim, que é frescura, que é exagero, que devemos também falar das mulheres "normais". Como se a única agressão que contasse fosse a física.Como se a única opressão que valesse fosse a explícita. Como se, por exemplo, um padrão de beleza massacrante também não fosse uma forma de opressão.

Entendo que para as pessoas menos familiarizadas com o feminismo algumas coisas possam parecer exagero. Já fui assim também. Achava algumas reações exacerbadas, motivadas por "bobagem". Aí eu descobri duas coisas: primeiro: não temos o direito de cagar regras sobre como alguém se sente a respeito de algo. Segundo: nenhuma reação é exacerbada quando se trata de quebrar um paradigma milenar. Cada minicoisinha conta.

Cada reclamadinha que a gente dá pode gerar questionamento em alguém - apesar de gerar chacota dos que nunca sentiram na pele o que a mulher passa e, por serem incapazes de empatia, minimizam qualquer manifestação com o papinho da feminista histérica. Querem uma feminista mansa, que não fale alto, que não incomode e fique no seu lugarzinho. Não, né?

O dia 8 de Março é importante pelo simples motivo de que a mulher ainda é oprimida. O dia em que formos realmente tratadas como iguais poderemos transformar o dia em uma comemoração, mas, por enquanto, ainda é um dia para abrir os olhos da galera que prefere não saber, por exemplo, que sete de cada dez mulheres serão agredidas ao longo da vida - este é um dado da ONU - e que essas mulheres não estão longe.

A violência acontece no seu prédio. Na sua rua. Pode ser que aconteça na sua família, com a sua sobrinha, sua vizinha, sua colega de trabalho, sua chefe, a chefe de sua chefe, uma juíza, enfim. Pode ser que aconteça com você. Violência contra a mulher não escolhe classe social. E a violência acontece porque ainda vivemos sob o patriarcado, onde a mulher está abaixo do homem. Sim, conquistamos muitas coisas, mas ainda não chegamos nem perto de realmente reestruturar o funcionamento da sociedade para que seja igualitária e justa.

Temos um longo caminho pela frente.

Enorme.

Milhares de anos precisando de desconstrução e reconstrução.

Milhares de paradigmas incrustados em nossas cabeças.

Milhares de estereótipos para quebrar.

Anos e anos e anos e anos de violência suportada em silêncio pra gritar.

 

*Originalmente publicado em claraaverbuck.com.br

 

FONTE: Carta Capital

 
 
 

As tradicionais feijoadas mensais que acontecem em nossa Sede de Duque de Caxias e SubSede de Nova Iguaçu já tem datas definidas no mês de março:

Dia 23/03 - SubSede de Nova Iguaçu

Dia 29/03 - Sede de Duque de Caxias

Esperamos todos nossos associados para mais dois eventos imperdíveis e deliciosos.

Até lá!

 

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense fechou mais um convênio para suas associadas e associados. E na área de educação.

O Colégio Padrão, situado no Centro de Nova Iguaçu, conta com fácil acesso e alia tradição com tecnologia.

O colégio tem também uma parceria com as Editoras SM e Netbil, além da Universidade Paulista (cursos de graduação e pós-graduação), utilizando a metodologia de EaD com mais de 40 cursos disponíveis. 

 

BENEFÍCIOS

As bancárias e bancários sindicalizados contarão com bolsas de 50% para qualquer curso.

Os interessados deverão levar um ofício (solicitado em nosso Sindicato) onde deverá constar a fase/série que o estudante pretende cursar.

 

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Endereço: Rua Russani Elias José, 108 Centro - Nova Iguaçu

Telefones: 21- 2767-5103 / 21- 3770-6263 / 21- 99992-8685 (WhatsApp)

Mais de 12 milhões de desempregados, aumento do trabalho informal e demissões em massa. São esses os primeiros resultados dos três meses da nova lei Trabalhista que o golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) vendeu ao país como a solução para todos os problemas da classe trabalhadora.

A argumentação dos parlamentares governistas, ao acelerar os processos internos de aprovação e votação da chamada reforma Trabalhista - Lei 13.467/17, em vigor há menos de 100 dias - era a de que, além de gerar milhares de empregos, garantiria segurança jurídica para os empresários. Essa versão, que invadiu os lares brasileiros diuturnamente nos meios de comunicação em programas populares de rádio e TV, está sendo desmentida pelos fatos.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho/Anamatra e juiz do Trabalho da 15ª Região, Guilherme Guimarães Feliciano, o que está acontecendo no Brasil hoje é muito semelhante ao ocorrido no México nos anos 2000: uma migração dos postos de trabalhos formais e garantidos por atividades informais, precárias e mal remuneradas.

Um dos principais motes de convencimento das entidades patronais brasileiras para aprovar essa lei era justamente conferir segurança jurídica, diz Guilherme, lembrando que, “por isso, o texto foi aprovado sem debate, mesmo depois do relator Rogério Marinho (PSDB-RN) ter alterado mais de 100 artigos no texto que veio do poder Executivo. E, depois, [o Senado] não se mexeu em nenhuma vírgula do documento”.

“Isso tudo aconteceu em apenas quatro meses. Foi inédito!”. 

Para a CUT, a principal saída para impedir o fim de tantos direitos perdidos nesse processo é a revogação da Lei. E a Central está atuando em várias frentes para anular os efeitos dessa legislação Trabalhista que não é só perversa e retrógrada, tem também vários itens inconstitucionais.

“A CUT está agindo de diversas formas para extinguir essa lei”, disse a secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT.

Uma delas, segundo Graça, é resistir nas mesas de negociação e nas campanhas salariais de todas as categorias. Outra é o movimento que a CUT já está fazendo com a coleta de 1,3 milhão de assinaturas, para viabilizar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que propõe a revogação da nova legislação.

“Entendemos que não tem condição de aceitar essa lei e vamos trabalhar para acumular assinaturas contrárias”, ressaltou.

Outras ações destacadas pela dirigente são: brigar na Justiça, nos tribunais de primeira instância, quando os direitos da classe trabalhadora forem  desrespeitados; e denunciar nas instâncias internacionais, a exemplo do documento protocolado na Organização Internacional do Trabalho (OIT) no ano passado.

Uma das prioridades da CUT este ano é combater a Reforma Trabalhista. Resolução da Direção Executiva da CUT, reunida dia 28 de fevereiro, reafirma que a Central não medirá esforços para anular essa reforma que deteriorou as relações trabalhistas em todo o país. 

A nova Lei é anticonstitucional

A pressa era tanta para aprovar a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras que os parlamentares fizeram um acordo para aprovar a reforma do jeito que estava, independentemente das perversidades, como o caso de mulheres grávidas serem obrigadas a trabalhar em ambientes insalubres e até de inconstitucionalidades no texto da reforma. A promessa era de que depois resolveriam os problemas via Medida Provisória. Até agora, nada foi feito.

“Existia um tal acordão entre os parlamentares da situação para que, assim que a lei fosse sancionada pela presidência da República, seria encaminhada uma Medida Provisória para fazer correções porque a lei passou nas duas casas sem nenhum veto”, confirma o presidente da Anamatra.

“Acontece que ao longo dos 120 dias de vacância – período para a lei entrar em vigor – nada foi feito nem encaminhado e, somente na semana seguinte, depois que passou a valer, foi criada uma MPa para alterar a lei. Porque não veio antes?” questionou Guilherme.

O secretário Nacional de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, explicou que vários pontos da nova lei são inconstitucionais e que o próprio patronato está com dificuldade para aplicá-la, o que gerou aproximadamente 18 Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Além das Adin’s que tramitam no STF, também o Tribunal Superior do Trabalho (TST) irá refletir sobre a aplicação desta lei, para saber se o que diz o texto é constitucional ou não.

“Essa Lei foi feita a toque de caixa, é muito mal elaborada e está provocando vários problemas para todo o mercado de trabalho, sendo que o principal é a insegurança jurídica”, destacou o dirigente.

As ações que estão sendo encampadas pelo poder Legislativo partem do Senado, cujo principal artigo do Projeto de Lei (PL) de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) é a revogação da 13.467/17, protocolado em agosto de 2017. 

Também sob relatoria do senador Paim, o Estatuto do Trabalho está programado para ser apresentado agora em maio, mas assim como o PL, precisa passar pelo rito do Congresso.

Volta à barbárie

Para o deputado federal e advogado trabalhista, Wadih Damous (PT-RJ), a forma como a lei foi aprovada colocou os trabalhadores de volta ao cenário de barbárie que só existiu antes da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, criada no ano de 1943.

“Essa legislação é a consagração do capitalismo selvagem no mundo do trabalho”.

O deputado reforçou que a bancada de oposição foi contundente no diagnóstico do que estaria por vir. “Pontuamos que aumentaria tudo o que já havia de ruim e pioraria: a precarização, a informalidade, o subemprego e demissões. Tudo isso já está acontecendo”, desabafou Damous.

FONTE: CUT