Maio 03, 2025
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Na manhã da última terça-feira (15), o Sindicato dos Bancários da Paraíba, através dos diretores Sivaldo Torres e Genário Moreira, acompanhou a reintegração do bancário Fernando Isaías Maropo aos quadros do Banco Santander, na agência Guarabira, em cumprimento à sentença do Juiz do Trabalho Antonio Cavalcante da Costa Neto, da Vara do Trabalho de Guarabira.

O banco foi sentenciado a reintegrar o funcionário demitido em gozo de licença-saúde para tratamento de doença ocupacional, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil em caso de descumprimento da medida judicial.

O desligamento ocorrido em 10 de dezembro além de ter sido anulado, também foi alvo de uma série de medidas que inibem qualquer ação excessiva do banco contra o bancário, acometido de doença ocupacional como: a não imposição de prática de atividades que requeiram a utilização dos membros superiores com elevação acima da cabeça e em movimentos repetitivos, bem como seja restaurado o seu plano de saúde.

Para o diretor responsável pelo Jurídico do Sindicato, Jurandi Pereira, a ação que reverteu mais uma conduta ilegal, também é a prova que ante à prepotência dos banqueiros, a luta do Sindicato na defesa da categoria obtém êxito. “Esse banco é o que mais incide em praticar essa conduta ilegal. Vale lembrar que em 2018 foram cinco bancários reintegrados por força judicial, através da competente atuação do escritório Marcelo Assunção e Advogados Associados. A condução de mais uma ação que reverte tal atitude e devolve o emprego ao bancário é uma vitória que deve servir de exemplo para a categoria sobre a importância de se ter um Sindicato forte e atuante em defesa dos interesses dos seus associados”, explicou.

Fonte: Seeb PB

O Ministério Público do Trabalho (MPT) teme que a venda da Embraer para a empresa norte-americana Boeing resulte em demissões em massa. O órgão fala em aproximadamente 27 mil postos de trabalho em risco. Para evitar o cenário, ingressou com recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Pede que reconsidere a decisão do presidente, ministro Brito Pereira, que autorizou a transação sem consulta ao Conselho de Segurança Nacional.

“O objetivo é defender os postos de trabalho ameaçados em razão da compra da Embraer (...) a União precisa verificar se há garantia de manutenção dos postos para os trabalhadores brasileiros”, afirma o MPT, em nota.

A subprocuradora-geral do MPT Maria Aparecida Gurgel assina o recurso. “Se não houver, a União deve exercer o direito contratual, denominado de golden share, de garantir o interesse público e a segurança nacional, mesmo após a venda da Embraer, optando, em último caso, por vetar o negócio”, disse. Embora o controle acionário da Embraer seja privado, a participação da União, ainda que minoritária, inclui esse poder de veto.

Além dos empregos, a venda da empresa representa, de acordo com o MPT, risco para questões de soberania nacional. “Está sob ameaça o patrimônio tecnológico e intelectual da Embraer, com o alheamento de softwares e a perda de profissionais forjados na empresa”, afirma Maria Aparecida.

A Embraer é uma empresa de sucesso e apresenta bons resultados e alta lucratividade. “Trata-se da terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, tem mercado consolidado e é líder mundial na fabricação de jatos de 70 a 130 assentos, com 51% do mercado em pedidos líquidos acumulados desde 2004, seguida pela Bombardier, sua principal concorrente, com 24%”, acrescenta o MPT, ao chamar a estatal de “joia da coroa”.

O recurso do MPT também visa proteger a economia da cidade de São José dos Campos, no interior paulista, que seria duramente afetada com o corte dos empregos. Para o Sindicato dos Metalúrgicos da região, a venda da Embraer é um crime de lesa-pátria, conduzido por um governo com a orientação de entregar o patrimônio nacional.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Para especialistas em direitos humanos, a medida do presidente Jair Bolsonaro em facilitar a posse de armas de fogo em todo o país, vai na contramão das ações de combate à violência que deveriam ser adotadas. "Isso só pode ser um projeto de morte mal-intencionado", classifica a advogada e diretora do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Mônica Paião Trevisan (CEDECA - Sapopemba), Valdênia Lanfranchi.

Ao repórter Leandro Chaves, do Seu Jornal, da TVT, Valdênia avalia que a mudança estabelecida pelo decreto dará margem para o uso "clandestino das armas" e aumentará a impunidade dos crimes, a partir, por exemplo, do tempo de validade do registro junto à Polícia Federal, que passou de cinco para 10 anos.

O advogado e conselheiro do Conselho Estadual de Direito da Pessoa Humana (Condepe) Ariel de Castro analisa ainda que a medida de Bolsonaro representa um estímulo ao uso armas de fogo e, embora pelo decreto a posse esteja limitada à residência e ao local de trabalho, será difícil evitar o porte em outros locais. "Nós sabemos que a polícia não tem como controlar o porte de armas, então não existe esse controle. O estímulo está dado. A partir da posse, uma pessoa que tiver algum tipo de desavença, (estiver) sendo ameaçada, querendo fazer algum 'acerto de contas', (querendo) matar sua companheira ou ameaça-la, certamente, com a posse de arma vai usá-la também para essas situações".

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Deputados federais do campo progressista fizeram, na tarde de hoje (15), duras críticas ao decreto do presidente da República, Jair Bolsonaro, que facilita a posse de armas pela população. Em entrevista coletiva, o deputado Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara, alertou: "Isto mergulhará o país num caos, numa espécie de faroeste onde aqueles que têm dinheiro poderão adquirir grandes quantidades de armas e munição, e as pessoas de menor poder aquisitivo serão vítimas não só de grupos armados, mas também de grupos econômicos".

Ele afirmou que o decreto é construído com grande " carga de subjetividade" . O texto prevê, por exemplo, que cada pessoa terá direito de adquirir até quatro armas de fogo, abrindo a possibilidade para a aquisição de " quantidade superior a esse limite (...) se presentes outros fatos e circunstâncias que a justifiquem" . " Imagina uma casa com três adultos, com 12 armas. São pistolas, armas de grosso calibre, fuzis de repetição"

Durante a coletiva, Pimenta questionou se a liberação para a comercialização de armas no país tem real eficácia para que a população passe a ter a sensação de estar segura. " Como vamos nos sentir cada vez que nossos filhos saírem de casa?"  

O PT entrará com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF). O PT e o Psol apresentarão propostas de decretos legislativos para sustar os efeitos do texto de Bolsonaro. 

O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) considera viável a suspensão do decreto que será proposta pelos partidos. "Trata-se de uma violação constitucional. Eles flexibilizaram totalmente o Estatuto do Desarmamento, que é uma lei, através de um decreto." Para ele, a medida anunciada por Bolsonaro se deu " exorbitando o poder Executivo e violando as funções do Legislativo" .

O deputado Wadih Damous (PT-RJ), segundo o site do PT, afirmou que " o decreto é de duvidosa constitucionalidade e empurra o Brasil mais um degrau abaixo do processo civilizatório" . Acrescentou: " Bolsonaro vai transformar o País em um sangrento faroeste" .

Os parlamentares são unânimes em afirmar que o Estatuto do Desarmamento não poderia ter sido modificado por decreto, mas apenas por lei.

Ivan Valente observa que a reação ao decreto de Bolsonaro está sendo " bastante forte na sociedade civil e até na grande imprensa" . Em editorial publicado na tarde de hoje, o jornal O Globo anotou: "Difícil desmentir a relação entre mais armas e mais mortes" .

Na opinião de Valente, a intenção, com a flexibilização, é " substituir o papel do Estado na segurança pública" . Ele destaca também que " quanto mais armas em circulação, mais armas na mão dos delinquentes" . Ele cita estudo do Instituto Sou da Paz segundo o qual cada arma colocada em circulação pode dobrar o número de homicídios.

Também para Guaracy Mingardi, ex-secretário para Assuntos de Segurança Pública na gestão de Elói Pietá (PT) em Guarulhos, a liberação da posse, da maneira como prevê o decreto, significa colocar, no médio e longo prazo, mais armamento na mão de criminosos. " Eles se abastecem assim. Armas na mão dos chamados cidadãos de bem são roubadas e acabam na mão do criminoso."

Na opinião de Mingardi, um dos motivos para a queda dos homicídios em São Paulo foi que a campanha do desarmamento (a partir de 2004) retirou 105 mil armas das ruas. 

Além disso, em sua opinião, boa parte dos homicídios não tem nada a ver com o criminoso profissional, mas decorre de brigas de bar e trânsito, por exemplo. " Eu sempre digo: quanto mais frouxo o cara é, mais interesse ele tem em andar armado" , diz o ex-secretário.

No editorial, o jornal da família Marinho observou ainda: "O Estatuto do Desarmamento, ao entrar em vigor em 2004, estancou o ritmo de crescimento de homicídios — de 8,1% ao ano entre 1980 e 2003, para 2,2% de 2004 a 2014. Agora, resta ao Legislativo e a organismos da sociedade civil acompanharem a implementação do decreto" .

Em junho passado, o Atlas da Violência 2018, estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a partir de dados do Ministério da Saúde, mostrou que São Paulo registrou a maior queda na taxa homicídios, de 2006 a 2016, de 46,7%.

Direito?

No discurso em que defende a medida, Bolsonaro afirmou que ela "nada mais é do que restabelecer um direito deferido nas urnas por ocasião do Referendo de 2005, onde, infelizmente, o governo à época buscou maneira em decretos e portarias a negar-lhes esse direito".

Naquele ano, 63% dos eleitores rejeitaram, em referendo, a proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil. "O povo decidiu por comprar armas e munições e nós não podemos negar o que o povo quis naquele momento", disse ainda o presidente.

"Qualquer pessoa que tenha noção básica sobre segurança pública, em qualquer lugar do mundo, sabe que isso não tem por objetivo atender ao justo sentimento da sociedade por paz, tranquilidade e segurança, mas atender o lobby da indústria de armas", declarou Paulo Pimenta.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A privatização da Previdência no Chile, que hoje resulta até no suicídio de idosos diante do desespero da falta de recursos, ocorreu em plena ditadura de Augusto Pinochet. “Não houve nenhum debate democrático. Isso se decidiu entre quatro generais das Forças Armadas e a assessoria de um grupo de economistas neoliberais da escola de Chicago”, relata o professor chileno Andras Uthof, doutor em Economia pela Universidade da Califórnia, em Berkeley.

A “coincidência” é apontada pela presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva. A equipe econômica de Paulo Guedes, o ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro, é composta por Chicago’s boys – inclusive os presidentes dos maiores bancos públicos.

Guedes já deixou claro sua simpatia pelo modelo que destruiu a previdência pública no Chile, deixando milhões de trabalhadores na miséria. E afirmou que a proposta de reforma da Previdência a ser enviada ao Congresso, em fevereiro, vai incluir um regime de capitalização semelhante ao chileno.

O bate-papo entre Ivone Silva e o professor Andras tem três partes e pode ser conferido na TV 247. Os próximos trechos serão publicados nos dias 21 e 28.

A previdência começou a ser alterada no Chile no início da década de 1980, com a implementação de um mercado obrigatório de poupança. Assim, as caixas de previdência foram transformadas em empresas privadas de fundo de pensão que administram contas de poupança ou capitalização.

“O trabalhador passa a ser um consumidor de um serviço financeiro”, afirma o professor. E coube ao Estado arcar com o valor da transição para encerrar o sistema anterior, o que resultou em 4,5 pontos do PIB chileno, causando um verdadeiro déficit no setor. “Esse é um elemento que se deve olhar com muito cuidado se o mesmo for ser feito no Brasil”, afirma Andras. “É a história oculta do sistema chileno.”

Tragicamente, o Estado levou 26 anos para perceber que o sistema não paga boas pensões aos trabalhadores do Chile. Não há benefício definido, nem uma regra clara de quanto vão pagar. “Ao trabalhador só cabe poupar, poupar. Quando quer saber quanto vai receber dizem para seguir poupando. Todos os riscos são do trabalhador.”

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O Banco do Brasil (BB) liderou o ranking de reclamações contra instituições financeiras no quarto trimestre de 2018, segundo informou nesta terça-feira (15) o Banco Central (BC). A lista, divulgada regularmente pelo órgão, se refere aos bancos que têm mais de quatro milhões de clientes em sua base. Em segundo e terceiros lugares, apareceram o Santander e o Bradesco, respectivamente.

No período apurado, o Banco Central (BC) recebeu 1.585 queixas consideradas procedentes contra o BB, sendo a maioria delas relacionadas à "oferta ou prestação de informação a respeito de produtos e serviços de forma inadequada", com 304 registros, seguida por "prestação de serviço de forma irregular em conta-salário", com 144 ocorrências.

O ranking de reclamações é formado a partir das demandas do público registradas nos canais de atendimento do Banco Central, como internet, aplicativo, correspondência, presencialmente ou por telefone. São consideradas como reclamações procedentes as ocorrências registradas no período de referência em que se verificou indício de descumprimento por parte da instituição financeira.

Participam do ranking, além dos bancos comerciais, os bancos múltiplos, os cooperativos, bancos de investimento, filiais de bancos comerciais estrangeiros, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento e administradoras de consórcio. As listas se dividem entre aquelas instituições financeiras com mais ou menos de 4 milhões de clientes.

Para fazer o ranking, as reclamações procedentes são divididas pelo número de clientes da instituição financeira que originou a demanda e multiplicadas por 1 milhão. Assim, é gerado um índice, que representa o número de reclamações da instituição financeira para cada grupo de 1 milhão de clientes. O resultado é, portanto, avaliado pela quantidade de clientes de cada instituição financeira, combinada como número de reclamações.

Primeiros da lista

Com esse cálculo, o Banco do Brasil liderou a lista com índice 24,98 reclamações para cada 1 milhão de clientes. Ao todo, a instituição tem 63,4 milhões de clientes. Em segundo lugar no ranking do quarto trimestre de 2018, aparece o conglomerado Santander, com índice 24,04 e um total de 1.033 reclamações registradas. O Santander soma 42,9 milhões de clientes. O conglomerado Bradesco vem em seguida, com índice 23,52 e um total de 2.262 reclamações, considerando um total de 96,1 milhões de clientes.

O Banrisul, que tem pouco mais de 4,7 milhões de clientes, obteve índice de 19,30 com 91 reclamações. Já a Caixa Econômica Federal, com base de 90,9 milhões de clientes, registrou índice de 18,92, com 1.721 reclamações registradas.

Do total de 11.092 reclamações, a principal está relacionada à oferta ou prestação de informação a respeito de produtos e serviços de forma inadequada (2.045), seguida de irregularidades relativas a integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito, com 1.202 casos.

Também houve reclamações relacionadas a restrições à realização de portabilidade de operações de crédito consignado, débito em conta de depósito não autorizado pelo cliente, prestação de serviço de forma irregular em conta-salário e cobrança irregular de tarifa por serviços não contratados. No total, 84 tipos de reclamações foram registradas.

Recomendações

A insatisfação com serviços e produtos oferecidos por instituições financeiras pode ser registrada no BC e as reclamações ajudam na fiscalização e regulação do Sistema Financeiro Nacional. Quando a reclamação chega à autarquia, é encaminhada para a instituição financeira que tem prazo de 10 dias úteis (descontados sábados, domingos e feriados) para dar uma resposta, com cópia para o BC.

Entretanto, o BC recomenda que a reclamação seja registrada, primeiramente, nos locais onde o atendimento foi prestado ou no serviço de atendimento ao consumidor (SAC) da instituição financeira. Se o problema não for resolvido, o cliente pode ainda recorrer à ouvidoria da instituição financeira, que terá prazo de até 10 dias úteis para apresentar resposta. Os clientes bancários também podem buscar atendimento no Procon e recorrer à Justiça.

Fonte: Contraf-CUT

Em um contexto econômico "incerto", com crescimento fraco e aumento do desemprego, as políticas de inclusão e o sistema de proteção social são fundamentais para erradicar a pobreza e reduzir a desigualdade, afirma a secretária-executiva da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe, Alicia Bárcena. A entidade divulgou nesta terça-feira (15), em Santiago, o Panorama Social da América Latina, relatório anual sobre a região, mostrando tendência de alta da pobreza extrema, mas melhor participação do gasto social no total das despesas públicas dos países da região.

A estimativa é de que em 2017 havia 184 milhões de pessoas em situação de pobreza na América Latina e Caribe (30,2% da população), sendo 62 milhões na pobreza extrema, 10,2% (ante 9,9% no ano anterior), maior percentual em 10 anos. Segundo a Cepal, as projeções para 2018 indicam que esses números deverão variar para 182 milhões e 63 milhões, respectivamente.

O documento aponta ainda "elevados níveis de informalidade", com pelo menos um terço de trabalhadores por conta própria (dados de 2016). Dos ocupados, menos da metade (48,1%) contribuíam para algum sistema previdenciário. "Esse é um tema de futuro", observou Alicia.

Segundo ela, o gasto social "manteve sua importância" em relação ao gasto total, ainda que menos que nos países desenvolvidos e insuficiente para as necessidades da região. A participação das despesas sociais no Produto Interno Bruto (PIB) vem subindo e atingiu 11,2% no ano passado, sendo 12,8% na América do Sul e 15,1% no Brasil. "Há um esforço dos países de dedicar uma parte importante do gasto público (as áreas sociais)", diz a secretária-executiva.

Ainda de acordo com o relatório da Cepal, 42% dos trabalhadores recebiam menos que os salários mínimos de seus países. Esse percentual subia para 48,7% entre mulheres, 55,9% no caso dos jovens e, principalmente, 60,3% para as mulheres jovens.

O desafio, diz a Comissão, é implementar políticas com foco na igualdade e na defesa de direitos, considerando as mudanças na estrutura produtiva da região, a fim de garantir um desenvolvimento sustentável.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, considerou que não havia urgência em uma ação que questiona a extinção do Ministério do Trabalho pelo atual governo.Assim, a decisão caberá ao relator de ação, Ricardo Lewandowski, apenas a partir de 1º de fevereiro, quando o Judiciário retorna de recesso. Toffoli já havia rejeitado um questionamento à mesma medida, por entender que a parte não tinha legitimidade. Uma terceira ação deu entrada hoje (14) na Corte.

Para o presidente do STF, a Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADI) 6.057, ajuizada pelo PDT, não tinha urgência que justificasse sua atuação e poderia aguardar o próprio relator, na retomada dos trabalhos. Por meio da Medida Provisória (MP) 870, o governo Bolsonaro, entre outras ações, acabou com o Ministério do Trabalho e distribuiu suas atividades por outras áreas.

O partido alega que a organização ministerial, em um Estado democrático de direito, deve considerar o valor social do trabalho e da dignidade humana, um princípio constitucional. Nesse sentido, acabar com o Ministério do Trabalho estaria ferindo um item da própria Carta de 1988.

Na semana passada, Toffoli rejeitou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 561, da Federação Nacional dos Advogados. Sem entrar no mérito, o ministro afirmou que a parte não tinha legitimidade para atuar. 

Agora, foi a vez de a Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) entrar com uma ADPF contra a medida do governo. A entidade afirma que o fim do ministério causa "danos irremediáveis" por atingir a estrutura de proteção do trabalho, distribuindo atividades que cabiam a uma pasta especializada. A transferência de atribuições para o Ministério da Econômica teria resultado em "grave conflito de interesses". 

Fonte: Rede Brasil Atual

"Se tivermos esse movimento de diminuição dos bancos públicos para que os privados ocupem mais largamente o mercado, as resultantes serão a concentração de riqueza e retirada do Estado das condições para impulsionar o desenvolvimento da sociedade. Isto nunca aconteceu antes no Brasil, e eu ousaria a dizer, em nenhum país do mundo", disse o governador maranhense, Flávio Dino (PCdoB), na noite desta segunda-feira (14), no primeiro evento de 2019 da série "Diálogos Capitais", em São Luís, promovido pela revista CartaCapital e Federação Nacional das Associações de Empregados da Caixa (Fenae). O tema foi "Bancos públicos sob ataque: desafios, riscos e perspectivas".

Segundo Dino, por trás do objetivo ideológico contra os bancos públicos, está o discurso, consolidado nos últimos anos, segundo o qual "o que é público é corrupto e ineficiente, e o que é privado, é limpinho e eficiente". Porém, essa análise não ultrapassa nenhum "teste empírico". "Qual foi o grande esquema de corrupção desvendado nas últimas décadas que não teve a participação do setor privado? Nenhum."

O problema é que os holofotes que procuram iluminar a corrupção focam apenas a política, os políticos, o público e o Estado. "E às vezes a esquerda, o pensamento progressista embarca nessa armadilha ideológica. Se isto fosse verdade, que o sistema público é corrupto e ineficiente por natureza, ninguém estaria se ocupando em destruí-lo, porque as próprias leis de mercado obteriam este resultado."

 

REPRODUÇÃOFlávio Dino

O que é público é corrupto e ineficiente, e o que é privado é limpinho e eficiente", ironiza governador

O governador do Maranhão ironizou os cidadãos que nos últimos anos foram às ruas vestidos de verde e amarelo contra o governo de Dilma Rousseff e a esquerda de modo geral. Ele dirigiu-se ao "cidadão brasileiro que acredita no Brasil, e que veste verde e amarelo por dentro e por fora, que não é só o retoricamente brasileiro que bate continência para os Estados Unidos" (referência ao conhecido gesto do presidente Jair Bolsonaro). Os bancos públicos são essenciais para uma nação soberana", acrescentou.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, destacou que os números são a prova de que o desmonte dos bancos públicos significariam a retirada de ferramentas importantes para fomentar o desenvolvimento.  De acordo com ele, hoje, nos 217 municípios do estado do Maranhão, a Caixa Econômica está presente em praticamente todos, com programas, como Bolsa Família, financiamentos, entre outros.

"A cadeia habitacional alavanca milhões de empregos com muita rapidez e ao mesmo tempo permite que as pessoas tenham condições de vida, de moradia e de financiamento melhores", disse. No Maranhão, 60% das agências bancárias são de bancos públicos, de acordo com Ferreira, citando Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste (BNB), contra  40% dos privados. "Não temos nenhum financiamento feito pelos bancos privados, que poderiam fazer, mas não fazem."

Ferreira também falou sobre a importância do BNDES como promotor do desenvolvimento. "Todos os países têm em seu portfólio bancos de desenvolvimento. É muito difícil um país como o Brasil prescindir de um banco como o BNDES." 

Elika Takimoto, professora do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), também destacou que os bancos públicos cumprem uma função social que não interessa aos bancos privados. Ela manifestou preocupação com o destino do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), com uma eventual privatização dos bancos públicos.

"É urgente que a população entenda que a privatização dos bancos públicos ataca o futuro da nossa população. O tiro da arminha (outro gesto conhecido de Bolsonaro) é atirar com tiro de fuzil no nosso futuro", afirmou Elika.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon-MA), Fábio Ribeiro Nahuz, destacou que seu setor, especificamente no Maranhão, tem cerca de 78% a 80% dos financiamentos habitacionais ligados à Caixa. "A maior indústria do Maranhão é da construção. Temos um diálogo muito grande com os bancos públicos. Se tiver que enxugar, que enxugue para eficiência, e não para privatização", disse.

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, esperado no debate, não participou por motivos de saúde, de acordo com a organização do evento.

Fonte: Rede Brasil Atual

Todos os países industriais do mundo têm um banco próprio que financia um outro país para comprar equipamentos do seu. Essa é a função dos chamados Eximbanks, os bancos de exportação e importação. Nos Estados Unidos tem, no Japão, na China. E no Brasil é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que exerce, entre outros, esse papel.

O banco público, que atende desde operações para pequenos empreendedores a grandes investimentos nacionais, funciona também como um banco de exportação e importação. Quem explica é o engenheiro Elvio Gaspar, que foi diretor de crédito e de infraestrutura urbana do BNDES entre 2004 e 2012. “Por exemplo, os chineses querem vender trem para o metrô de São Paulo. Quem financia é o Eximbank da China. Foi assim no Rio de Janeiro. O governo do estado do Rio comprou os trens (chineses) com financiamento do governo chinês.”

No caso do BNDES, um exemplo é o financiamento ao governo chileno para comprar ônibus de uma marca brasileira. “Isso cria emprego no Brasil. O BNDES assina o contrato com o governo e paga a fabricante de ônibus aqui, que entrega o equipamento. O governo chileno fica devendo ao governo brasileiro, ao BNDES. A operação criou emprego no Brasil, o equipamento é todo brasileiro. E o empréstimo será pago. O Brasil tem um sistema chamado de Fundo Garantidor de Exportação que aprova esses empréstimos e garante a operação”, explica Elvio, que é mestre em planejamento urbano e regional.

Essa função de banco de exportação e importação não é uma invenção da era petista à frente do BNDES. “O que houve foi que nesse período foi ampliada e direcionada para outros países que não estavam no circuito do BNDES no passado”, explica Gaspar, lamentando a criminalização de uma coisa tão boa para o país e que pode ser diluída por conta de uma “ideologia perversa”.

“É tão meritório tudo isso que daqui a alguns anos será vergonhosa essa discussão que está se fazendo hoje. Todos os países industriais fazem isso. Financiar a compra de equipamento brasileiro pelo exterior é um papel valioso, importante, que gera exportação de engenharia com valor agregado alto. E isso já era feito pré-2003”, reforça, lembrando que o BNDES financiou boa parte da venda de aviões da Embraer para a America Airlines. “A presença de engenharia brasileira no exterior há muitos anos se deve ao financiamento do BNDES a essas empresas, inclusive aos Estados Unidos. Há vários contratos com eles. Esses arranjos de empréstimos são comuns em todos os países.”

O ex-diretor lembra ainda da polemizada construção de aeroportos e portos em países África, da América Latina. “Foi tudo feito com máquina e mão de obra brasileira financiadas pelo BNDES. O que é local não tem financiamento do BNDES. Financia-se o governo dos outros países para que contratem empresas brasileiras que vendem engenharia nacional, inteligência, que tem grande valor agregado. E o empresariado brasileiro, que sabe disso, não esposa dessa acusação tosca e ideológica contra essa função do BNDES. Não estamos apoiando nenhum país, mas quem queira comprar produtos brasileiros.”

Caixa-preta no BNDES

Se o papel do BNDES como Eximbank do Brasil não é invenção petista, a agenda de abertura de informação do banco de desenvolvimento para a sociedade foi, afirma Elvio Gaspar. “Antes dos governos Lula e Dilma, as informações sobre o banco deveriam ser buscadas em cartório. Agora, tudo está na internet, no site, organizado. Hoje eu acho que o BNDES é a instituição mais aberta e transparente nas suas operações.”

Desde a campanha eleitoral, o agora presidente Jair Bolsonaro associa ao nome do BNDES uma suposta "caixa-preta" que esconderia informações de transações prejudiciais à sociedade brasileira. Para Gaspar, por trás de toda essa retórica está a disputa de espaço econômico por parte dos bancos privados.

“A acusação de caixa-preta tem a ver mais com a existência do BNDES. Os bancos privados têm vontade enorme de participar de projetos muito grandes, mas têm limitações, não têm funding de longo prazo”, avalia o ex-diretor do banco.

Esse funding é a capacidade que o banco tem de captar dinheiro que possa devolver só mais tarde, para emprestar com prazo mais estendido. A Constituição Federal de 1988 determinou a destinação de parte dos recursos arrecadados pelo PIS/Pasep – que compõem o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – para investimentos capazes de impulsionar o desenvolvimento econômico do Brasil, via BNDES.

“O BNDES tem essa fonte de renda de recursos de longo prazo que é o FAT e o dinheiro do Tesouro, com 40 anos para pagar. Assim, pode emprestar por cinco anos, 10 anos, 15 anos, 20 anos, porque tem certeza de que seu credor não vai exigir amanhã o dinheiro de volta, como é o caso das operações do sistema financeiro brasileiro. E nessa dinâmica, ele é essencial”, avalia Gaspar, lembrando uma estatística da época em que estava no banco. “Mostrava que acima de cinco anos, os empréstimos são 99% do BNDES, que é um emprestador de longo prazo para negócios, investimentos em capacidade produtiva, compra de máquinas.”

Todo o “problema” começou quando o BNDES se "agigantou", avalia o ex-diretor da empresa pública. Os bancos privados não conseguem acompanhar a taxa baixa e o longo prazo do BNDES, que “fica campeão” e atrai grandes tomadores, como a Vale, por exemplo.

“As instituições privadas começaram a se queixar de o BNDES estar tirando delas essas grandes empresas. Classificaram de subtração da capacidade de empréstimo de créditos bons. Isso fez com que interviessem politicamente para dizer que o BNDES é caixa-preta, que não sabiam o que acontecia”, diz. “Minha leitura sobre isso: a oposição se deve a uma lógica comercial de combater um concorrente que é muito mais poderoso e por conta disso está sendo desqualificado.”

Para Elvio, quando os presidentes do BNDES posteriores à era dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff falam em atender somente micro e pequenas empresas, atender só inovação, estão falando exatamente o que os privados falam. “O BNDES tem de entrar onde eles não querem entrar, onde o risco é mais alto. Acham que nas grandes empresas só eles podem emprestar.”

Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES na gestão de Michel Temer , também rebate a acusação de Bolsonaro. “Nós não vamos aceitar nada, a não ser um pedido de desculpas na ausência de caixa-preta. Por quê? Porque esse é um assunto muito grave. Lida com a competência das pessoas que estavam administrando, mesmo que não tenha sido nada alegado quanto ao meu período. Mas é alegado quanto à nossa capacidade de verificação, o que é suficientemente grave”, afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo.

O economista, filiado ao PSC – já presidiu o IBGE e foi vice de Álvaro Dias (Pode) na recente eleição presidencial –, relata que sua gestão “escarafunchou” o banco e não encontrou crimes. E que, com o portal de transparência do BNDES, encerra-se a “suposta dúvida” sobre “polêmicos contratos”.

Mesmo para o economista Mailson da Nóbrega, ministro da Fazenda no governo de José Sarney, consultor com ideias neoliberais e crítico da política de financiamentos do BNDES, não há no banco público corrupção e falta de transparência.

“A cruzada de Bolsonaro em torno da 'caixa-preta' do BNDES certamente agrada grande parte dos seus eleitores, mas tende a frustrá-los”, escreveu em artigo na revista Veja. “A 'caixa-preta', se houver, estará vazia.”

A reportagem da Rede Brasil Atual enviou ao novo presidente do BNDES, Joaquim Levy, perguntas sobre a suposta caixa-preta do banco público, mas não obteve resposta.

Sem o BNDES fica ruim para os pequenos

Somente empréstimos de grande valor são apresentados diretamente ao BNDES, que tem pouco mais de 2 mil funcionários e não teria capacidade de analisar as centenas de milhares de projetos que chegam ao banco de desenvolvimento.

Pequenas operações, como o Finame (crédito para compra de máquinas e equipamentos), devem ser feitas por intermédio do agente financeiro (outros bancos), que assume o risco e monta a operação, apresenta ao BNDES que analisa, aprova e empresta o recurso.

O banco privado não faz com o dinheiro dele porque não tem recurso para longo prazo. Como o dinheiro é do BNDES o prazo para pagamento é mais longo e o juro pode ser mais baixo. Os bancos que operam esses créditos cobram suas taxas para fazer essa intermediação, “mas não tanto quanto gostariam”, afirma Elvio Gaspar.

“Eles queriam é fazer com o dinheiro deles e cobrar 30% ao ano com no máximo dois anos de prazo para pagamento se for um bom cliente. Pelo Finame custa em média metade com mais prazo. Os bancos não gostam, mas fazem porque com o tempo podem operar com os recursos de longo prazo que não têm risco de ser pedido de volta. Prefeririam emprestar seus próprios recursos cobrando mais em curto prazo. Ou seja, o pequeno fica desguarnecido se não tiver o BNDES”, avalia do ex-diretor do banco público.

O engenheiro lembra que houve um momento de crescimento acelerado da economia brasileira em que só tinha BNDES. “Os bancos sumiram do investimento de longo prazo e o BNDES teve necessidade de ter dinheiro. Os recursos do FAT são uns R$ 30 bilhões por ano, e precisou sair de R$ 40 bilhões a R$ 50 bi ao ano de empréstimos para R$ 190 bi, em 2010, 2011. Um recorde. Quando fez isso avançou na ocupação de espaço do banco privado. O setor produtivo adorou, mas é liberal na sua dinâmica. Gostam para si, mas não querem para todos.”

Quando Elvio Gaspar entrou no BNDES o banco tinha R$ 170 bilhões em ativos. “Quando saí em 2012 tinha quase R$ 1 trilhão de ativos. De lá pra cá vem diminuindo. E o governo federal está exigindo de volta os R$ 500 bilhões que emprestou.”

Como ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Joaquim Levy iniciou a devolução desses empréstimos pelo BNDES à União. Cerca de R$ 309 bilhões já voltaram ao Tesouro e há um cronograma de devolução antecipada do restante.

“Esse governo vai acelerar a devolução do dinheiro ao Tesouro. Isso já está combinado. Eles enxergam um BNDES menor. Nos tempos de Luciano Coutinho (presidente do BNDES entre 2007 e 2017)era assim: se o mercado financeiro não entra, o BNDES tem de entrar. Agora vão focar no pequeno e médio, onde o mercado financeiro não quer entrar. E isso não é culpa só do mercado financeiro que não tem o longo prazo. Um país não se desenvolve só com crédito de curto prazo e os bancos não têm condição de emprestar de longo prazo. Ou seja, o BNDES é fundamental.”

Fonte: Rede Brasil Atual