Maio 05, 2025
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Os bancários de todo o país realizarão, nesta terça-feira (7), às 9h, um twittaço para cobrar da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma proposta global com reajuste de salários e demais verbas para a categoria. A reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e os representantes dos bancos começará às 10h.

Na rede social, os trabalhadores utilizarão a hashtag #queropropostadecente com o objetivo de pressionar os bancos a apresentarem uma proposta com aumento real para salários, vales e auxílios, PLR maior, garantia para os empregos e melhores condições de trabalho.

Fonte: Contraf-CUT

Dos dias 20 a 23 de agosto, acontecerá a eleição para Delegado Sindical da Caixa Econômica Federal.

Os Diretores do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, José Guilherme Simonato Tinoco e Marcio Wanderley, percorrerão as agências para a realização da eleição.

O movimento sindical bancário sempre disse que os bancos brasileiros ganham em período de crise ou de bonança. Mas, para muitos, isso não passa de discurso de sindicalista para fazer pressão sobre os bancos e forçá-los a atender as reivindicações do movimento.

Mas, agora, a britânica “The Economist”, uma das maiores revistas econômicas do mundo, é quem faz a mesma constatação (leia o texto na íntegra – em inglês). Segundo a revista, o lucro dos bancos brasileiros se mantém alto independentemente da situação econômica do país, seja em momentos de crise ou de prosperidade.

O artigo observa que os bancos brasileiros mantiveram a lucratividade durante o período de hiperinflação da década de 1980 e início dos anos 1990, assim como no recente período de recessão econômica de 2015 e 2016, com o país já sob o comando de Michel Temer. A revista observa ainda que, em 2017 e 2018, com a economia do país estagnada, os bancos brasileiros continuam registrando lucros altos.

Analistas do mercado financeiro acreditavam que, com a queda da taxa básica de juros (Selic) os bancos seriam obrigados a baixarem suas taxas e, com isso, haveria uma redução de lucros do setor. “A Selic caiu de 14,25% em outubro de 2016 para 6,5% ao ano atualmente, mas os bancos sempre inventam uma desculpa para manter suas taxas nas alturas. Além disso eles agora passaram a ganhar mais também com as tarifas sobre serviços. Os lucros dos três maiores bancos privados do país continuam nas alturas”, observa Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Em 2017, os ganhos dos bancos com tarifas de serviços bancários aumentaram 10% na comparação com o ano anterior, somando R$ 126,4 bilhões. Os valores sobem tanto que a inflação de serviços bancários, em 2017, foi de 8,96%: três vezes mais que a geral, de 2,95% (IPCA/IBGE).

A receita dos bancos com tarifas por serviços bancários é secundária. Os bancos ganham muito mais com outras operações. “Essa é uma receita ínfima para os bancos, mas ela é maior do que o orçamento do governo federal para a Saúde (R$ 114,8 bilhões) e para a Educação (R$ 109 bilhões)”, observou Juvandia.

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Para a revista, a concentração do setor é uma das explicações para a grande lucratividade dos bancos brasileiros. O setor é dominado por cinco grandes bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander). The Economist observa que a concentração tem aumentado nos últimos anos, após a compra do HSBC pelo Bradesco e das operações de varejo do Citibank pelo Itaú.

“Mas, essa não é o único motivo que leva ao grande lucro dos bancos no Brasil. Aqui, eles fazem o que quiserem. Aumentam suas tarifas indiscriminadamente, mantém spreads altíssimos, promovem a venda casada de produtos, exploram seus funcionários, estabelecendo metas abusivas de vendas e obrigando-os cumpri-las, sob o risco de perderem o emprego”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT. “Os bancos obrigam os funcionários a trabalharem todo arrumadinho. Quem os vê trabalhando, desta maneira não imagina a pressão que eles precisam suportar para cumprir as metas estabelecidas. Isso faz com que a categoria seja uma das que mais precisam se afastar de suas funções devido a doenças causadas pelo trabalho que realizam”, completou Juvandia.

Para a presidenta da Contraf-CUT, os problemas que afetam a categoria podem se ampliar após a aprovação da reforma trabalhista. “Lutamos pela manutenção dos direitos estabelecidos em nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e na antiga CLT. Os bancos estão com a faca e o queijo na mão e nos ameaçam com o corte de conquistas de décadas de luta. Mas, eles lucram muito no Brasil e podem garantir aumento real para a categoria e manter todos os direitos. Os bancários precisam estar preparados para lutar por isso”, alerta Juvandia.

Os bancários, que tem data-base em 1º de setembro, estão em Campanha Nacional. O reajuste que cubra a inflação medida pelo INPC/IBGE, mais aumento real de 5%, a manutenção dos direitos previstos na atual CCT e o fim das demissões estão entre as principais reivindicações da categoria.

     > Setor que mais lucra no Brasil se recusa garantir empregos na CCT
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     > Não há razão para demissões nos bancos

Fonte: Contraf-CUT

A semana da categoria bancária vai ser quente. Na terça-feira (7), os bancos devem trazer para a mesa de negociação uma proposta global com índice de reajuste para os salários e demais verbas da categoria. No dia seguinte (8), os trabalhadores se reúnem em assembleias por todo o Brasil para analisar o que for apresentado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Caso a proposta não seja aprovada, os bancários vão deliberar sobre quais serão as estratégias de luta.

“Os negociadores da Fenaban vêm afirmando, desde a entrega da pauta, que querem resolver a campanha na mesa de negociação e antes da data base dos bancários (1º de setembro). Chegou a hora de mostrarem se essa intenção é real”, afirma Juvandia Moreira, presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “De nossa parte, sabemos que os bancos têm totais condições de atender às reivindicações da categoria: aumento real para salários, vales e auxílios, PLR maior, garantia para os empregos, melhores condições de trabalho para acabar com o alto nível de adoecimento da categoria. Além disso tudo, garantir todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), de forma que os contratos precários autorizados pela reforma trabalhista do pós-golpe não atinjam os bancários”, ressalta a dirigente, lembrando que sindicatos e trabalhadores estão mobilizados para proibir que contratos temporários, intermitentes, terceirizados e PJs avancem sobre os empregos do setor.

Os bancários do Banco do Brasil e da Caixa, cujos direitos específicos estão sendo negociados com as direções dos respectivos bancos, também devem participar da assembleia no dia 8.

     > Mesa de negociação com BB fica zerada na pauta econômica
     > Caixa não apresenta propostas para reivindicações dos empregados

Bancos estão devendo proposta
A Fenaban já deveria ter apresentado, no dia 1º de agosto, uma proposta para os dirigentes sindicais que compõem o Comando Nacional dos Bancários. No entanto, solicitaram debater melhor cada cláusula econômica e de igualdade de oportunidades que compõem a pauta de reivindicações. Assim foi feito, com o compromisso de que uma proposta completa seria apresentada no dia 7.

“Destacamos que a categoria espera uma boa proposta com aumento real diante do crescimento de quase 34% no lucro das cinco maiores instituições em 2017, de 20% no primeiro trimestre de 2018 e que segue em alta diante dos balanços do semestre já divulgados”, lembra Juvandia, uma das coordenadoras do Comando.

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Setor pode pagar aumento real e respeitar empregos
Os bancos ganham muito graças ao trabalho bancário. Só com a receita de prestação de serviços e tarifas, os cinco maiores que compõem a mesa de negociação (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) cobrem quase 140% do total dispendido em despesa de pessoal, que inclui salários, encargos, benefícios, PLR, treinamentos, provisões trabalhistas etc. Ou seja, pagam todos os funcionários com o que ganham com tarifas e ainda sobra muito. Nos três primeiros meses deste ano acumularam o montante de R$ 32,4 bilhões com a receita de tarifas, crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período de 2017.

“Os bancos estão há cerca de duas décadas acumulando lucros astronômicos. Podem pagar aumento real e devem isso aos trabalhadores. Mesmo em setores menos lucrativos, a proporção de reajustes acima da inflação foi de 84,6% no primeiro semestre de 2018”, ressalta Juvandia.

A categoria cobra também respeito aos empregos. No primeiro trimestre deste ano, houve queda de 13.564 postos de trabalho comparado ao mesmo período de 2017. Desde 2016 já foram extintos mais de 40 mil empregos no setor.

“O Brasil precisa de empregos decentes, com carteira assinada e direitos reconhecidos, para voltar a crescer. E os bancos devem isso à sociedade brasileira que tanto lucro dá ao setor”, completa a presidenta da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

Com a volta do crescimento da extrema pobreza no Brasil, moradores das comunidades Parque João e Jonas Godin, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro, denunciam a situação de vulnerabilidade social vivenciada. Divulgado no mês passado, o Relatório Luz 2018, trouxe em dados os desdobramentos do aumento do desemprego e a iminência da fome que ameaça os brasileiros e faz relembrar patamares de 12 anos atrás, quando o país apresentava quase 12 milhões de pessoas nesta situação.

De acordo com o pesquisador Francisco Menezes, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), desde 2017 as entidades civis vêm alertando sobre o aumento de indicativos do quadro da fome e a possibilidade do Brasil voltar a fazer parte do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). "Agora já não temos mais muitas dúvidas", lamenta Menezes.

A líder comunitária Maria "Chocolate" do Carmo da Silva relata ver de perto a volta desses problemas sociais, com muitos pais indo até ela para buscar ajuda. "Tem famílias que você fica 'apavorada', porque quando você vai levar alguma coisa, chega na casa e vê que o cara não tem nada mesmo", afirma.

A estudante Leydimila Alves da Silva e Silva faz denuncia semelhante. "Às vezes a gente tem um arroz e feijão, às vezes a gente não tem", descreve, explicando que a situação decorre da diminuição dos trabalhos da mãe, que é faxineira e cuida ainda de mais duas irmãs pequenas. 

Na base dessa pirâmide de desassistência, o pesquisador cita a aprovação da Emenda Constitucional 95 – que congela investimentos sociais por 20 anos – como um dos principais fatores causadores dessa situação. "Do nosso ponto de vista (a emenda) é inconstitucional, porque ela começa a violar direitos que estão lá no artigo 6º da Constituição e precisamos revogar", alerta Menezes.

Assista à reportagem de Viviane Nascimento: https://www.youtube.com/watch?v=voanXrbr1FI

 

FONTE: Rede Brasil Atual

A rodada de negociação sobre as cláusulas econômicas ficou sem proposta de avanço ou melhoria no acordo coletivo dos funcionários do Banco do Brasil. Esta foi a quinta rodada de negociação e não foi apresentada nenhuma proposta para as cláusulas econômicas.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou do banco que apresentasse proposta para as cláusulas econômicas e também para os temas debatidos nas rodadas anteriores. Desde o início das negociações houve solicitação que o banco apresentasse algumas propostas de avanço no decorrer do processo negocial, o que não aconteceu. 

O banco informou que fará uma proposta envolvendo cláusulas econômicas no dia 07/08, próxima terça-feira, na sequência da mesa da Fenaban, quando os bancos ali reunidos, farão a proposta de índice de reajuste e dos demais itens.

Descomissionamentos

A Comissão de Empresa explicitou ao banco a insatisfação dos funcionários com a proposta feita pelo banco de redução dos ciclos avaliatórios de GDP para descomissionamento por desempenho. O banco quer reduzir dos atuais 3 ciclos para apenas 1 ciclo, ou seja, um semestre.

A repercussão da proposta foi extremamente negativa e os funcionários relataram aos representantes do BB que há um grande temor e desespero dos funcionários, causado pelo próprio banco.

Chegaram aos sindicatos relatos de reuniões entre gerentes e superintendes onde os diretores da DISUD e DIRED orientaram os gestores a encher a GDP dos funcionários com anotações para preparar o descomissionamento.

"Cobrança anota e elogio só fala"

O relato mais assustador repassado pelo gerentes gerais é que a DISUD tem orientado os gestores a anotar todas as cobranças e que os elogios sejam feitos apenas verbalmente, numa escancarada deturpação da GDP, como já foi criticado em matérias anteriores da Contraf-CUT.  

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o que assusta os bancários e bancárias é que a cláusula do acordo que o banco quer alterar para pior, é justamente a proteção que os funcionários têm contra os maus gestores, os assediadores e contra os acertos de contas. "O que queremos da GDP é que o banco cumpra o que ele mesmo escreve sobre gerenciamento de GDP, sobre avaliação dos pares e auto avaliação e sobre o desenvolvimento de competências. Estes conceitos deixaram de ser considerados há muito tempo", completou.

Intervalo de almoço, banco de horas e demais itens

Os representantes dos funcionários argumentaram ao banco as preocupações em relação a proposta de flexibilização do intervalo de almoço apresentada pelo BB na reunião anterior. Muitos funcionários estão temerosos de que a flexibilização faça com que em alguns locais de trabalho a redução ou ampliação seja colocada como obrigatória para a atender apenas a necessidade do serviço e não pela vontade do funcionários.

O banco apresentou também uma proposta de banco de horas, ainda sem redação definitiva. Os funcionários argumentaram que o problema dos bancos de horas é justamente o não pagamento de horas extras e que isso pode ser um problema se houver redução de intervalo obrigatória.

A CEBB cobrou uma redação que contemple essa preocupação e o tema será  debatido com todos os bancários, uma vez que foi também apresentado na mesa da Fenaban.

Os representantes dos funcionários reivindicaram do banco a realização de um censo da diversidade dentro do banco, com a construção feita em conjunto com os sindicatos, para que se tenha um mapa dos funcionários, no intuito de se produzir políticas afirmativas para o conjunto do corpo funcional do BB.

Campanha pelo NÃO na Cassi para a proposta do banco

A Comissão de Empresa da Contraf-CUT informou ao negociadores do BB que lamenta a decisão do Banco em atropelar o processo de negociação e tentar impor aos associados tantas mudanças no estatuto que retiram direitos e aumentam as despesas dos funcionários.

Os representantes dos funcionários falaram que a proposta contém muitas mudanças no Estatuto e o atropelo do BB e a retirada de direitos faz com que os sindicatos já se posicionem contrários à proposta.

A Contraf-CUT apresentou ao banco propostas para a Cassi e o pedido de retomada das negociações que foram solenemente ignorados.

Os representantes dos funcionários lembram ao BB que nunca uma proposta de alteração teve tantos sindicatos, entidades associações de aposentados e conselhos de usuários fazendo campanha pelo não e que isso deve ser avaliado pelo banco.

Os sindicatos ainda informaram ao banco o perigo de uma proposta com risco atuarial apontado ainda no âmbito do Conselho da Cassi. Os cálculos da proposta são frágeis e pode acontecer o mesmo erro do acordo anterior, que era para durar até 2019 e o banco errou nas contas.

De acordo com o coordenador da Comissão de Empresa, "continuamos fazendo um apelo ao bom senso do BB quanto a votação de uma proposta ruim, com problemas de cálculos e muitas retiradas de direitos. Não podemos aceitar mudanças no Estatuto da Cassi que passam para o controle do banco o futuro dos associados, com redução de poderes para os funcionários e aposentados na governança. O que nos parece é que a equipe que cuidou da proposta apenas se preocupou em apresentar qualquer coisa para satisfazer uma meta e fez como as vendas casadas que são canceladas depois. É este o risco que corremos: destruir a Cassi pela arrogância do BB e chorar o prejuízo depois. Queremos negociação onde os associados sejam ouvidos", finalizou.

 

Fonte: Contraf-CUT

As políticas públicas de inclusão no Brasil em pouco mais de uma década promoveram mudanças significativas na realidade da população brasileira. A vida de mulheres e homens em situação de exclusão quanto ao acesso a bens e serviços no país melhorou. Mas, na contramão desses avanços, as políticas de austeridade fiscal implementadas a partir de um novo contexto político alteraram a condição de vida do povo brasileiro, impactando de forma mais perversa as mulheres – especialmente as negras.

Esta foi a avaliação da pesquisadora e doutora em Economia, Marilane Teixeira, nesta quinta-feira (2), durante o Encontro de Mulheres Sindicalistas, organizado pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, no centro da capital paulista. Na ocasião, ela lançou o livro “Economia Para Poucos: impactos sociais da austeridade e alternativas para o Brasil”, da editora Autonomia Literária, organizado por Pedro Rossi, Esther Dweck e Ana Luíza, no qual é uma das autoras.

“Quando se compara o orçamento público de 2014 ao de 2018, percebemos que algumas políticas praticamente desapareceram. No caso das políticas para as mulheres houve uma queda de mais 80%, em ações que envolvem, por exemplo, o combate à violência, que é uma política importante e que costuma ter resultados efetivos”, afirma a economista.

As decisões governamentais atingem tanto mulheres urbanas como mulheres rurais. “O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário despencou de R$ 9 bilhões para R$ 1 bilhão. Além disso, os recursos para as políticas de educação infantil, que envolvem também as creches, foram reduzidos em 17% com relação ao que era destinado para esta área em 2014”.

Diante disso, o cenário é de terra arrasada, avalia Marilane. Além disso, é preciso, observa, ter maior atenção na retomada da atividade econômica daqui alguns anos no Brasil. “Em algum momento isso irá acontecer. E o aumento de receita que advém justamente da ampliação da carga tributária em decorrência do crescimento econômico acabará sendo gasto para as despesas da dívida pública. E não se poderá usar nem um centavo deste dinheiro para as políticas sociais”, diz.

A nova regra fiscal, explica, impõe a redução do tamanho do gasto do governo central na economia, que pode passar de 19,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 para 12,4% em 2037. “Se formos por este caminho, estaremos entre os países do mundo que menos investe em políticas sociais. Isso inviabiliza qualquer plano de consolidação e expansão do acesso a direitos sociais, além comprometer os investimentos e o próprio funcionamento da máquina pública”.

A economista defende que o papel do Estado seja reforçado e o do mercado seja reduzido. Para ela, abrir mão do papel do Estado significa ampliar as desigualdades de classe, raça e gênero. “Se os cortes nas políticas sociais continuarem acontecendo, num contexto de economia em crescimento, o cenário de miséria, de pobreza e de desigualdades irá piorar, principalmente para as mulheres negras que são as mais afetadas já que figuram entre os que têm o menor nível de emprego e estão entre as maiores taxas de desemprego em nossa economia”.

Para Marilane, o Brasil sairá deste cenário de retrocessos se algumas medidas foram tomadas, como a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95, medida adotada pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) que limita investimentos públicos por 20 anos no Brasil. “Precisamos, ao contrário, de uma política de elevação dos gastos sociais para ampliar os investimentos públicos e retomar a atividade econômica”, aponta a economista, que, ao falar sobre o cenário de eleições, defende também a mudança imediata do governo e de parlamentares que apoiaram não apenas a EC 95, como a reforma trabalhista e outras retiradas de direitos.

Intercâmbio no Japão
Em outro momento do encontro, a secretária de Comunicação da CUT São Paulo, Adriana Magalhães, apresentou os resultados de sua experiência no Japão, em intercâmbio envolvendo o Brasil e outros países da América Latina entre os dias 13 e 20 de julho.

Um dos aspectos relacionados ao mundo do trabalho que ela abordou foi a realidade das trabalhadoras japonesas. Em 2016, o Japão tinha 28,8 milhões de mulheres trabalhando, o equivalente a 44,3% da população feminina, segundo dados divulgados pelo governo japonês em novembro de 2017. Porém, essas trabalhadoras, da mesma forma que no Brasil, não estão em sua maioria nos espaços de poder.

Além disso, a dirigente relatou que uma das situações que hoje preocupa o movimento sindical japonês é o número de trabalhadores não regulares. Dados do Ministério dos Assuntos Gerais do Japão, de 2016, mostram que existem 20,2 milhões de trabalhadores nesta situação, ocupando 37,5% do total de trabalhadores formais. As mulheres representam 13,7 milhões neste universo de trabalho informal.

“Apesar de o Brasil e o Japão terem uma cultura e história diferentes, temos lutas em comum em defesa da classe trabalhadora. Neste intercâmbio, não trocamos apenas experiências com o movimento sindical do Japão, mas saímos mais fortalecidos para nossa luta no Brasil neste cenário perverso de golpe”, conclui a dirigente.

Fonte: CUT-SP

A promoção de políticas para eliminar desigualdades e discriminações de raça, cor, gênero, idade ou orientação sexual (LGBTQ) nos locais de trabalho é muito importante para os bancários.

A categoria, uma das primeiras a ter, desde o ano 2000, a igualdade de oportunidades como cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho, também foi pioneira na realização do Censo da Diversidade. A primeira edição da pesquisa feita junto a trabalhadores e trabalhadoras de bancos públicos e privados foi realizada em 2008 e a segunda em 2014.

Os bancários contam também com uma comissão bipartite, composta por representantes dos trabalhadores e dos bancos. A cada três meses eles se reúnem para debater o tema e desenvolver propostas, com base no Censo da Diversidade, de orientação dos empregados, gestores e empregadores. O objetivo é prevenir eventuais distorções que levem a atos e posturas discriminatórias nos ambientes de trabalho e na sociedade de forma geral.

“A comissão bipartite e os censos são importantes para a promoção da igualdade. Um debate fundamental que ajuda a categoria a se apropriar do tema”, classifica Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Preconceitos que precisam ser eliminados
Os bancos reproduzem de certa forma a sociedade em que estão inseridos e onde o machismo (61%) é o preconceito mais arraigado, seguido pelo racismo (46%), LGBTfobia (44%) e gordofobia (30%). Esses dados foram usados na quinta rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2018, na quarta-feira (1º), para contextualizar o momento que o país está vivendo e que interfere no mercado de trabalho com dificuldade de ascensão profissional.

Mesmo sendo praticamente metade da categoria, as mulheres ganham em média 23% menos que os homens e, apesar do alto nível de escolaridade, ocupam menos cargos de gerência e diretoria.

O mesmo se dá com os negros. Metade da população brasileira, os pretos correspondem a 3,4% da categoria e os pardos a 21,4% (de acordo com o censo de 2014).

Para Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT, o momento é muito propício para a realização de um novo censo da diversidade. “Já se passaram cinco anos desde o último e estamos vivendo um período no qual há uma série de ameaças de retrocesso, com preconceitos e machismo arraigado sendo incentivados até por candidatos à Presidência da República do Brasil. Temos de fazer o debate junto aos trabalhadores para que toda evolução na consciência de gênero, de raça, de orientação sexual não se perca”, afirma dirigente, lembrando que, em 2017, a Contraf-CUT lançou uma Campanha Nacional de Combate à Discriminação para sensibilizar a sociedade do preconceito sofrido por mulheres, negros, Lgbts e pessoas com deficiência (PCDs).

Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, o censo da diversidade deveria ser realizado pelo menos a cada dois anos, já que a rotatividade no setor bancário é cada vez maior. “Dessa forma podemos avaliar se houve evolução na contratação dos grupos que mais sofrem preconceito. Precisamos observar ainda se negros, mulheres, transsexuais e PCDs continuam encontrando barreiras para a inserção e ascensão no sistema financeiro”, afirma o dirigente.

Identidade visual é direito
O respeito à identidade visual dos empregados, às suas características físicas e expressão de sua personalidade é outra reivindicação dos bancários.

Os dirigentes sindicais deram vários exemplos do que acontece hoje nas instituições financeiras, como a proibição do uso de barba ou a recomendação de que mulheres usem roupas que ajudem nas vendas.

No Bradesco, por exemplo, os bancários são proibidos de usar barba. Por mais que os bancos neguem, são comuns relatos de perseguição aos trabalhadores que optam por manter esse tipo de imagem.

“É preciso entender, que cada pessoa tem uma forma de se apresentar visualmente, demonstrando de maneira implícita seu comportamento, seu modo de ser. Assim também como sua personalidade. O trabalhador ao ingressar em uma instituição financeira, é enquadrado e convidado a se uniformizar para que sua identidade deixe de existir e ele se torne ‘mais um’ adquirindo a identidade visual da instituição. Ou seja, ele perde sua singularidade. O uso de barba e formato de cabelo, não interfere na capacidade produtiva do trabalhador, os bancos deveriam rever essas exigências”, avalia Almir.

“Por isso tudo é fundamental a realização de um novo censo para reavaliar o quadro e retomar os debates sobre o tema na mesa bipartite de igualdade de oportunidades. Os bancos ficaram de avaliar e retomar o assunto na rodada de negociação de 7 de agosto”, completa Juvandia.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) tomou conhecimento que a diretoria e o Conselho Deliberativo da Caixa de Assistência aos Funcionários do Bando do Brasil (Cassi) aprovaram reforma estatutária e revisão do custeio que favorece ao banco e prejudica os associados.

O Conselho Deliberativo da Cassi encaminhou a proposta ao banco para levar à votação dos associados. O que foi aprovado só vale se mais de 50% dos associados votarem e 2/3 dos votantes aprovarem a proposta.

A Cassi não divulgou o que foi aprovado à revelia dos associados, mas a Contraf-CUT teve conhecimento que os pontos principais são os seguintes:
•         Cria voto de minerva a favor do banco na Diretoria da Cassi
•         Banco pode vetar decisões do conselho deliberativo
•         Transfere para os indicados pelo banco grande parte da gestão da atividade-fim da Cassi, reduzindo a representação dos associados
•         Aumenta definitivamente a contribuição dos associados para 4%, mantendo as contribuições do banco em 4,5%, quebrando a relação 60x40 entre BB e associados
•         Estabelece cobrança por dependente de ativos, com contrapartida do BB
•         Estabelece cobrança por dependente de aposentados, sem contrapartida do BB
•         Novos funcionários do BB não serão inscritos no atual plano de saúde da Cassi
•         Futuros aposentados vão pagar a Cassi sozinhos, sem contribuição patronal

Votaram a favor da proposta os diretores e conselheiros indicados pelo banco, o diretor eleito Luiz Satoru e o conselheiro deliberativo eleito Sérgio Faraco. Foram contrários à proposta o diretor eleito Humberto Almeida e os conselheiros eleitos Karen D’Ávila e Ronaldo Ferreira.

A Contraf-CUT fará campanha contra a aprovação desta proposta porque quebra a solidariedade, onera os associados e reduz as contribuições patronais, transfere o controle da Cassi para o banco, discrimina os aposentados e os novos funcionários, colocando o atual Plano de Associados em extinção. “O banco fugiu da mesa de negociação porque sabia que não aceitaríamos estes absurdos”, avalia Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil. “Para aprovar esta proposta, o banco contou com a ajuda de dois dirigentes eleitos, que traíram seus compromissos com os associados”, completa.

Fonte: Contraf-CUT

A Caixa Econômica Federal não apresentou propostas para as reivindicações dos empregados durante a mesa de negociação com a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), realizada nesta quinta-feira (2), em São Paulo. Todos os itens discutidos foram norteados pela cobrança da manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos empregados do banco.

A mesa de apresentação de proposta do banco foi marcada para o dia 7, na sequência da esperada mesa de negociação entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) com o Comando Nacional dos Bancários.

No dia 8, os bancários de todo o país realizarão assembleias para avaliação da contra proposta, que deve ser apresentada pela Fenaban no dia 7.

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PLR e PLR Social

Os empregados cobraram a garantia da PLR e da PLR Social. Para o coordenador da CEE/Caixa, Dionisio Reis, é inadmissível que o acordo não abranja a todos e que resguarde contra os abusos da nova lei trabalhista. “Não vamos aceitar de forma alguma o que não seja regra As nossas conquistas históricas estão consignadas no acordo coletivo. É inadmissível que o acordo tenha restrição das clausulas que já estão consignadas. Queremos ampliar as conquistas e não restringir e por isso colocamos nosso protesto em defesa da PLR e da PLR social”, reivindicou. O banco não garantiu o direito mantendo a limitação imposta pelo governo.

Saúde Caixa

A Caixa afirmou que irá aplicar a resolução 23 da CGPAR e não garantiu a manutenção do modelo Saúde Caixa, da forma que foi criado. “A resolução afeta não apenas o plano de saúde dos empregados da Caixa, mas de todas as empresas públicas. Defendemos a Saúde Caixa no acordo coletivo no modelo que ele foi construído historicamente pelos empregados na mesa de negociação”, afirmou Dionisio Reis.

De acordo com a Fabiana Uehara, secretária da Cultura e representante da Contraf-CUT nas negociações, é preciso reforçar a defesa do plano de saúde. “O Saúde Caixa é fruto de uma conquista da greve de 2003. Reforçamos a defesa do Saúde Caixa auto sustentável, na sua melhoria e quando necessário o empregado possa utiliza-lo na sua totalidade”, disse.

Contratações e Vedação do Descomissionamento de Gestantes

A CEE cobrou da Caixa o fim dos descomissionamentos de gestantes e a contratação de mais empregados. De acordo com o coordenador da CEE/Caixa, a a regra do banco para os descomissionamentos é omissa. “Requeremos uma vedação para não descomissionamento da gestante e a segurança, para que, após a volta ao trabalho, ela possa ter mais 6 meses de garantia para não ter o descomissionamento da função”, afirmou.

Para Dionísio Reis, a situação de sobrecarga de trabalho nas agências é preocupante. “Hoje os colegas sofrem com muita sobrecarga, a reducao dos empregados faz com que as unidades se tornem ambientes cada vez mais adoecedores”, revelou.

O banco não apresentou proposta para ambas as reivindicações e indicou a possibilidade de contratar terceirizados para atividade fim.

Bancário Temporário

A revogação do RH 037 mais uma vez esteve em pauta na mesa de negociação, porém, mais uma vez, a resposta da Caixa foi negativa à reivindicação. O normativo, que passou por atualização em agosto de 2017 para se adequar à Lei da Terceirização, permite a contratação de trabalhadores temporários sem qualquer vínculo empregatício com o banco, por meio de empresas que fornecem mão de obra terceirizada, para a realização de tarefas de técnico bancário.

Os empregados também discutiram sobre a criação de um programa de tratamento para dependentes químicos. Foram apresentados todos os pontos discutidos no último Conecef, como: a defesa da Caixa 100% pública, Nenhum direito a menos e saúde e condições de trabalho sem respostas do banco.

A Comissão Excecutiva da Caixa marcou uma reunião com o banco no dia 7 para apresentação de uma proposta. Os empregados esperam que a proposta seja apresentada para que seja avaliada junto com a proposta da Fenaban nas assembleias, em todos os sindicatos do país, no dia 8.

Fonte: Contraf-CUT