Maio 09, 2025
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Em alta no primeiro trimestre, o desemprego sobe na maior parte das unidades da federação, segundo o IBGE, com predominância do desalento na região Nordeste e de trabalhadores informais no Norte, embora a precarização aconteça em todo o país. A taxa média de desemprego foi de 12,7% no primeiro trimestre, mas chegou a 20,2% no Amapá e a 18,3% na Bahia, caindo para 7,2% em Santa Catarina e 8% no Rio Grande do Sul. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, o desemprego aumentou em 14 das 27 unidades em relação ao final de 2018.

Ainda em comparação com o último trimestre de 2018, a taxa subiu em todas as regiões. Subiu de 14,3% para 15,3% no Nordeste e de 12,1% para 13,2% no Sudeste, por exemplo. Atingiu 13,1% no Norte, 10,8% no Centro-Oeste e 8,1% na região Sul.

A chamada taxa de subutilização, que inclui as pessoas que gostariam de trabalhar mais, de 25% na média nacional atingiu 41,6% no Piauí, 41,1% no Maranhão e 40,4% na Bahia. Foram menores em Santa Catarina (12,1%), Rio Grande do Sul (15,5%) e Mato Grosso (16,5%). No total, são 28,3 milhões de pessoas nessa situação, recorde da série histórica. 

Já os desalentados – 4,8 milhões no país – concentram-se mais em estados do Nordeste: são 768 mil apenas na Bahia e 561 mil no Maranhão. A média do país é de 4,4%, também recorde, mas sobe a 17,9% no Maranhão e a 16,5% em Alagoas, caindo para 1,2% no Rio de Janeiro e 0,9% em Santa Catarina.

No recorte por ocupação, o Brasil tinha no primeiro trimestre 11,1 milhões de pessoas sem carteira assinada no setor privado. Eram 91,9 milhões de ocupados, sendo 67% empregados (com ou sem carteira), 4,8% empregadores e 25,9% de trabalhadores por conta própria, entre outros. Esse último grupo sobe para 33,7% na região Norte e 29,3% no Nordeste.

Fonte: Rede Brasil Atual

A Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT, reuniu, nos dias 14 e 15 de maio, na cidade do Rio de Janeiro, o coletivo para debater a conjuntura e os impactos da política do atual governo na vida da população negra, como reforma trabalhista e da previdência, encarceramento em massa da população negra e projeto anticrime.

De acordo com dados do Mapa da Violência de 2018, estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) o Brasil teve, em um ano, 62.517 assassinatos, 30 vezes maior que o número de toda a Europa.

O perfil da esmagadora maioria das vítimas são jovens homens de 15 a 19 anos, especialmente negros das favelas e periferias, que respondem por 56,5% dos óbitos, com mortes violentas. O estudo revela ainda que, 71,6% das pessoas assassinadas são negras ou pardas.

Para o Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, “a polícia brasileira é a que mais mata, mas também a que mais morre no mundo, nessa guerra insana, fruto da maior desigualdade social do planeta, que escolheu historicamente a cor do seu alvo, o povo Preto. No entanto, o Ministro Sérgio Moro, quer legalizar o crime de estado. O pacote anticrime tem este espírito que ganha coro na classe média, assustada com a violência, onde a solução reducionista é “bandido bom, é bandido morto”, afirmou.

Na sua fala sobre conjuntura, o ex-ministro Edson Santos, da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do governo Lula, destacou a importância do Estatuto da Igualdade Racial para a população negra, e a política de cotas nas universidades, proporcionando o acesso de milhares de negros no curso superior.

Mercado de trabalho

Para Julia Nogueira, Secretária Nacional de Combate ao Racismo, “Não adianta mais a gente se capacitar se o mercado de trabalho não tem condição de assegurar nossa vaga de emprego. Isso mostra que nosso problema é sistêmico e não conjuntural”. A Reforma Trabalhista foi um mal que não conseguimos barrar, trazendo males como o regime intermitente. Com a reforma trabalhista as pessoas podem trabalhar de forma intermitente e não conseguir assegurar nem um salário mínimo no final do mês”, disse. Júlia afirma ainda que a situação pode piorar ainda mais com a Reforma da Previdência. “Três coisas são gravíssimas nessa proposta. Acaba o pacto entre gerações, na qual eu estou contribuindo para os já aposentados. A capitalização, que não é uma proposta nova, nunca deu certo em lugar algum e nos anos 80 nós já fomos capazes de derrotar essa proposta. A questão da constitucionalização, tirando por lei ordinária qualquer mudança que acharem relevante em qualquer governo. Hoje, por exemplo, diz que nenhum benefício pode ser menor que um salário mínimo, isso pode acabar”.

O encontro contou com a participação de vários palestrantes e mais de 30 sindicalistas de várias regiões do país.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve presente ao Dia Nacional de Greve Pela Educação, que aconteceu nesta quarta-feira (15), numa caminhada da Igreja da Candelária até a Central do Brasil, Centro do Rio de Janeiro, e que ficou na história pela grandiosidade do ato. 

A categoria se uniu a centenas de milhares de estudantes, aos trabalhadores e trabalhadoras da educação, para protestar contra o corte de 30% nos investimentos para a educação, anunciado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. A paralisação também ganhou apoio popular e contou com a adesão de estudantes e trabalhadores de outras categorias. Além de impedir a realização de serviços básicos, como abastecimento de água, energia elétrica, limpeza e segurança, o corte da verba para a educação impossibilita o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas.

Foi a primeira grande manifestação contra o governo Bolsonaro.

A paralisação dos trabalhadores da educação é um esquenta para a Greve Geral, que acontecerá no dia 14 de junho, contra a proposta de Reforma da Previdência, que decretará o fim da aposentadoria.

O país amanheceu nesta terça-feira (14) com duas informações na área econômica que apenas confirmam o cenário de estagnação, apontando para a chegada de uma recessão. Ao divulgar ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central informa que “o arrefecimento da atividade observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019”. Enquanto isso, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), os consumidores gastaram 5% a menos do que no ano passado para o Dia das Mães, a segunda data mais importante para o comércio varejista no país (a primeira é o Natal).

O BC reconhece que “os indicadores disponíveis sugerem probabilidade relevante de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano, na comparação com o trimestre anterior”. O PIB referente ao período de janeiro a março deve ser divulgado no final de maio, pelo IBGE. Tecnicamente, o cenário de recessão é reconhecido a partir de dois trimestres com o PIB negativo, segundo economistas.

“A atividade econômica está praticamente paralisada na indústria, no comércio e em serviços, e não há nenhum tipo de política voltada a dar um pouco de vigor a ela. Só se fala em cortar e cortar. Portanto, o que se mostra à frente é no sentido de aprofundar ainda mais esse cenário”, diz Jorge Mattoso, economista e ex-presidente da Caixa Econômica Federal. “A perspectiva no próximo trimestre é nessa direção, de se manter ou agravar-se a situação. Nada aponta no sentido contrário.”

O grande problema é que, além dos cortes para “combater” o cenário desalentador, o governo só tem uma iniciativa: mais cortes. Diante do horizonte de contração do PIB, a equipe econômica comandada pelo ministro Paulo Guedes estuda a possibilidade de cortar mais R$ 10 bilhões no orçamento, após a redução de R$ 30 bilhões há um mês e meio.

“Se tivesse alguma política para oferecer crédito, favorecer o investimento, tanto público como privado, poderíamos esperar que o cenário se revertesse. Mas não há nada disso”, diz Mattoso.

Em sua opinião, a política do presidente Jair Bolsonaro é “praticamente a mesma” do governo anterior, de Michel Temer. “Só que mais acentuada, com intensidade maior. A diferença é que o Temer não podia tentar fazer um arrocho mais intenso, principalmente porque não tinha sido eleito. Por isso não tentou fazer a reforma da Previdência radical como essa que estão tentando.”

Para o ex-presidente da Caixa, a política de Paulo Guedes é algo que, hoje, não é adotada em lugar nenhum do mundo. “Mesmo nos países conservadores, como Itália – e nem vamos falar de países do leste, como Bulgária –, países que têm um discurso de direita, não se tem uma política radical como a de Guedes. Os argentinos tentaram fazer o que se quer fazer aqui, e estão numa situação terrível. É quase como a gente se olhar no espelho aqui no Brasil.”

No país vizinho, a pobreza cresce aceleradamente, a inflação acumulada de 2018 já bate em 50% e os tarifaços, com os cortes de subsídios, tornam a situação ainda mais dramática. Segundo matéria do site Carta Maior, de abril, “a indigência duplicou nos últimos três anos (período em que Mauricio Macri está no poder) e a pobreza cresceu em 20%”.

A Argentina realiza eleição presidencial em outubro. A ex-presidenta Cristina Kirchner lidera com 35,3% das intenções de voto, seguida pelo atual presidente, que tem 30,8%, segundo estudo do instituto Synopsis, realizado no início de maio. 

Manifestações

Na opinião de Mattoso, esta quarta-feira vai ser “um dia especial", com as manifestações deflagradas a partir do ataque do governo às universidades. "Até porque a reação das forças contrárias à política bolsonarista tem sido pouco intensa e pouco explícita até aqui”.

Ele diz que o atual governo é "contra a cultura, contra a educação, contra tudo, mas a favor das armas. Uma coisa meio bárbara”. “Tanto que, até mesmo pessoas conservadoras, como Rubens Ricúpero, ou qualquer pessoa minimamente democrática, fica abismado e indignado.”

Ricúpero tem feito críticas reiteradas ao governo Bolsonaro. Em entrevista a Jamil Chade, no mês passado, o ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente afirmou sobre o atual presidente: “Ele vê o papel dele mais como um papel de destruir o que outros, na opinião dele, erroneamente fizeram”.

Fonte: Rede Brasil Atual

A votação da nova proposta de manutenção da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) começa na sexta-feira (17). O processo de votação segue até o dia 27 de maio. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a maioria das entidades representativas dos funcionários orientam a aprovação da proposta, que traz avanços em relação à proposta anterior, que foi rejeitada pelos associados.

“A proposta mantém os preceitos fundamentais, como a relação contributiva de 60% para o banco e 40% pelos associados; a solidariedade (mesmo cobrando por dependentes); incorpora os novos funcionários no Plano Associados; mantém os pontos fundamentais da governança da Cassi e o equilíbrio entre banco e associados”, informou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Wagner Nascimento. “Além disso, traz novos aportes do BB para recompor a situação financeira precária do plano de saúde”, completou.

Se a proposta não for aprovada, o banco volta a contribuir com 4,5% e os associados com 3% a partir de janeiro de 2020, conforme previsto no estatuto, mas o Plano Associados se torna insolvente e corre o risco de sofrer intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Construção da proposta

A proposta que vai à votação surgiu de uma negociação que se deu sob a vigência da Resolução CGPAR 23, que determina às empresas federais que instituam cobrança por dependente ou por faixa etária.

A cobrança por faixa etária foi rechaçada pelas entidades, pois significaria grandes aumentos nas contribuições ao longo do tempo. Nas negociações, o banco avisou que só aceitaria fazer novos aportes à Cassi se fosse estabelecido uma das duas formas de cobrança.

“A proposta é fruto de negociação em uma conjuntura política adversa, em que o governo empossado em janeiro anuncia a privatização de ‘tudo o que for possível’ e não mede esforços para destruir a Previdência Social, cortar direitos trabalhistas, atacar sindicatos e organizações sociais e sucatear os serviços públicos. Diante de tantos ataques, a prioridade, neste momento, foi manter a sobrevivência da Cassi para, quando houver conjuntura mais favorável, buscarmos avanços e a incorporação de direitos”, disse Wagner.

Votação

Todo associado da ativa e aposentados têm direito ao voto. Para votar, os funcionários da ativa podem utilizar o Sistema de Informações Banco do Brasil (Sisbb). Os aposentados podem fazê-lo pelo aplicativo ou pelos terminais de autoatendimento (caixas eletrônicos).

Para que a proposta seja aprovada, é preciso que mais da metade dos associados, somando ativos e aposentados, exerçam seu direito de voto e que a proposta receba o voto favorável de 2/3 dos votantes.

O jornal dos funcionários do BB O Espelho de maio traz mais informações sobre a proposta e sobre o processo de votação da mesma pelo corpo social.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve na manhã desta quarta-feira (15), na Praça da Matriz, em São João de Meriti, recolhendo assinaturas contra a Reforma da Previdência e que acaba com a aposentadoria do trabalhador, e também esteve junto com estudantes, servidores e professores do Instituto Federal Rio de Janeiro (IFRJ) São João de Meriti, que protestavam contra os cortes na educação. 

A manifestação teve apoio maciço e grande adesão do público em geral. 

Diretoras e diretores também falaram com a população sobre os riscos e malefícios desta reforma e dos cortes na educação.

Foram distribuídos pés-de moleque para simbolizar a “molecagem” que o governo quer fazer com os trabalhadores, professores, servidores e estudantes.

 

"reforma" da Previdência do presidente Jair Bolsonaro e do seu ministro da Economia, Paulo Guedes, foi classificada como "afronta aos brasileiros" e "uma falácia" que não vai contribuir para o crescimento econômico, como alardeiam economistas do governo e da imprensa tradicional. Representa ainda a "destruição do sistema de Seguridade Social", que prejudica ainda mais os prejudicados de sempre: negros e negras, os que mais sofrem com o desemprego e a informalidade. A avaliação é dos participantes do Encontro de Economistas em Defesa da Previdência Social realizado nesta terça-feira (14) em Brasília. 

O evento foi uma iniciativa da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência. Antes do debate, foi lançado de um manifesto assinado por dezenas de economistas, encabeçado por Maria da Conceição Tavares, Luiz Carlos Bresser-Pereira e Luiz Gonzaga Belluzzo.

O coordenador da frente parlamentar, senador Paulo Paim (PT-RS), diz que os esforços são para mostrar que as mudanças propostas pelo governo sequer são necessárias, já que o déficit registrado nos últimos anos se deve à queda na arrecadação por conta da alta do desemprego. "Se fizerem o encontro de contas, não apenas nos últimos dois anos, não há déficit. Todos os economistas dizem que a Previdência está quebrada, falida, e que não vai dar certo nunca. Esse manifesto diz exatamente o contrário", afirmou. 

Para a professora de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Denise Gentil, a proposta de Bolsonaro e Guedes, ao contrário do que diz o discurso oficial, "elegeu a injustiça como lema". "Não existe possibilidade dessa reforma ser neutra, nem de promover um sacrifício igual para todos. O ajuste fiscal, no Brasil, é para pobres, é opressão fiscal. A classe média parece ainda não ter entendido completamente o que essa reforma vai fazer com suas vidas e uma parte insiste em apoiar. Os mais ricos permanecerão intocáveis pelo ajuste fiscal."

Ela diz que os defensores da reforma usam o envelhecimento da população para causar terror e insegurança. "É verdade que estamos numa sociedade que está envelhecendo cada vez mais. Mas isso não significa que devemos cuidar agora do abreviamento da vida das pessoas para fazer o equilíbrio fiscal. Há outras alternativas, e os economistas sabem disso." Ela propôs, por exemplo, um programa público de combate ao desemprego, que teria como consequência direta o aumento da arrecadação da Previdência.

O professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Pedro Rossi atacou a "falácia" da "reforma" como pré-condição para a retomada do crescimento econômico, alardeada por dez entre dez "especialistas" na imprensa tradicional. Sem pluralidade no debate, falta alguém para dizer o óbvio: que a proposta de reforma é "contracionista". 

"Qualquer proposta de reforma que corta gastos, limita as transferências e aumenta impostos, é contracionista. Reduz, portanto, o crescimento econômico, no curto, médio e longo prazo. A reforma não vai gerar o crescimento esperado. Esse discurso é baseado em mitos, que são facilmente desmontados", afirmou Rossi.

Um dos mitos, segundo ele, é que a reforma aumentaria a confiança do mercado. "O empresário não investe porque o governo cortou gastos. O empresário investe quando tem demanda. Isso significa que o governo não pode cortar gastos? É claro que não. Depende do momento. Num momento de crise, quando os empresários não investem e a população não consome, é quando o governo deve gastar. Se cortar gastos, reforça a crise. É o que estamos vivendo nesse ciclo vicioso da austeridade."

O economista Eduardo Moreira, que já atuou no mercado financeiro, lembra que a lógica do governo com a reforma é fazer o "enxugamento da dívida pública". O problema, segundo ele, é que o pagamento da dívida tem um "multiplicador" (quanto o capital investido acumula de retorno) abaixo de um – ou 0,71, segundo o padrão adotado pelos economistas. "O problema é que quando a gente enxuga, a gente para de crescer. Em nenhum lugar da Constituição diz que essa dívida financeira é mais importante que a dívida em saúde, moradia e educação que temos com cada cidadão brasileiro."

Segundo a economista da consultoria Necton Camila de Caso, a reforma do governo Bolsonaro é racista, "porque prejudica principalmente trabalhadoras e trabalhadores negros que sofrem muito mais com o desemprego, precarização e informalidade no mercado de trabalho." Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, do IBGE), ela citou que boa parte da  população negra vive na informalidade, e esse grupo responde por quase 60% dos desocupados do país, o que quer dizer que terão muito mais dificuldade de cumprir os critérios de tempo de contribuição definidos na dita "reforma".

Por fim, os economistas da Unicamp Eduardo Fagnani e Guilherme Mello também ressaltaram que as mudanças nas aposentadorias delineadas por Guedes são "mais uma peça" no processo de destruição do Estado Brasileiro e "o maior ataque contra o povo brasileiro em toda a nossa história".

Confira a integra do debate da Frente em Defesa da Previdência: https://www.youtube.com/watch?v=D9Py9hqjt3Q

 

Manifesto dos Economistas em defesa da Previdência Social, contra a PEC/6

Nós, entidades e economistas de diversas formações teóricas e políticas e diferentes especialidades, viemos por meio desse manifesto defender a Previdência Social e seu regime de repartição, nos posicionar contrários à Proposta de Emenda Constitucional 6/2019 (PEC 6) e demandar dos meios de comunicação mais pluralidade no debate público/midiático sobre o tema em questão.

A Previdência Social e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) atendem a dezenas de milhões de brasileiros e tornam a pobreza na velhice um problema residual no Brasil. Seu financiamento combina contribuições de trabalhadores, empresas e do governo que estão sujeitas aos ciclos econômicos, às mudanças demográficas e às transformações no mercado de trabalho. Nesse sentido, é natural que a previdência passe por ajustes periódicos que adequem os benefícios, recomponham e repactuem novas fontes de financiamentos, corrijam inadequações, injustiças e privilégios.

No entanto, a atual PEC 6 não propõe reformar a previdência social de forma a preservar a sua natureza como um regime de repartição, tampouco garante a sua sustentabilidade fiscal. O regime de capitalização proposto no artigo 201-A da PEC 6, a ser especificado posteriormente por meio de uma Lei Complementar, aponta para a adoção de outro regime de previdência em substituição (e não complementariedade) ao atual regime solidário de repartição, o que pode resultar em um elevado custo social (como aponta a experiência internacional) além de um alto custo fiscal de transição. Para avaliação de uma proposta dessa natureza, consideramos absolutamente necessária a especificação do regime de capitalização e uma ampla avaliação de impacto em termos do seu custo social e fiscal. Nesse contexto, na ausência da especificação desse novo regime de previdência e da disponibilização dos dados acerca de eventuais estudos de impacto dessa medida, a capitalização se apresenta como um cheque em branco com altíssimo risco social e fiscal para a sociedade brasileira.

Também nos causa preocupação a “desconstitucionalização” de aspectos do nosso sistema de proteção social uma vez que a PEC 6 possibilita a alteração de regras da Seguridade Social e de seu orçamento sem a necessidade de aprovação de Emendas Constitucionais, mas por meio de leis complementares.

Além disso, é preciso reavaliar as mudanças de regras que prejudicam especialmente a população mais pobre como, por exemplo, a redução no valor do Benefício de Prestação Continuada, as alterações na aposentadoria rural e o aumento do tempo de contribuição mínimo para aposentadorias por idade, fato que irá prejudicar especialmente as mulheres, dado que estão sujeitas a uma maior rotatividade no mercado de trabalho e menor tempo de contribuição.

Por fim, consideramos que a mídia deve proporcionar uma cobertura imparcial sobre o tema da Reforma da Previdência e contemplar economistas com opiniões diferentes, o que não tem sido observado em alguns dos principais veículos de comunicação brasileiros. As questões presentes neste manifesto, assim como outras críticas possíveis ao atual projeto do governo, não têm sido devidamente contempladas no debate público promovido pelos principais meios de comunicação brasileiros, com importantes exceções, apesar de contarem com a concordância de um grande numero de economistas. O debate democrático acerca de um tema tão sensível para o futuro do país exige uma abertura maior ao dialogo e ao contraditório por parte das instituições que promovem o debate público no Brasil.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O povo brasileiro vive momentos de insegurança desde que o atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães, assumiu a direção do banco. No sábado (13), ele declarou ao jornal Estado de S. Paulo que “a Caixa não será privatizada na atual gestão do presidente”, contrapondo informações publicadas nas redes sociais.

Porém, a afirmação foi feita um dia depois dele mesmo dizer que a instituição já enviou a bancos de investimentos as chamadas “RFPs” – pedidos de propostas, na sigla em inglês. O que significa que Caixa deu início ao processo de escolha dos bancos de investimentos que vão coordenar a oferta inicial de ações (IPO) de sua empresa de seguridade.

Segundo o jornal Valor Econômico, a instituição vai receber em dez dias as propostas dos interessados em participar da operação, prevista para o segundo semestre.

“Não podemos confiar na palavra do presidente. Ele diz que não vai privatizar, um dia depois de anunciar o início do processo de IPO. Está claro que ele quer ludibriar os empregados, com afirmações mentirosas. Nós defendemos a Caixa 100% publica por completo, sem o fatiamento das diversas empresas que a compõe”, disse Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e empregado da Caixa.

“Quando se fala em ampliação do controle social nas empresas públicas é preciso ter em mente a transparência e a democratização, não a venda do patrimônio, que é de todos os brasileiros”, avaliou a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e conselheira do Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano. “Vamos prosseguir mobilizados para tentar evitar essa e outras vendas”, destaca a coordenadora do comitê.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) apoia a greve dos trabalhadores da Educação, que irá acontecer nesta quarta-feira (15). A paralisação é contra o corte de verbas para a educação, anunciado pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, no dia 30 de abril, e contra a proposta desumana de Reforma da Previdência.
O anúncio de corte de verbas, feito pelo Governo Federal, determinou o bloqueio de 30% da verba destinada às universidades e institutos federais. A medida coloca em risco serviços básicos e impede a realização de pesquisas, projetos e serviços acadêmicos.  
Os impactos da decisão já podem ser sentidos. De acordo com dados levantados pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados, o corte de investimentos compromete R$2,1 bilhões das universidades, R$ 860,4 milhões dos Institutos Federais e R$914 milhões da educação básica. 
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou na quinta-feira (2) que o Governo Federal bloqueou 41% das verbas destinadas à manutenção da instituição. Ou seja, um corte de R$114 milhões, que impedirá serviços como abastecimento de água, energia elétrica, limpeza e segurança. 
De acordo com a nota publicada pela UFRJ, o bloqueio dos investimentos impede o desenvolvimento de obras e a compra de equipamentos utilizados em instalações como laboratórios e hospitais. 
Dentre as quatro justificativas diferentes, apresentadas pelo ministro da Educação, sobre a necessidade do corte dos investimentos, até hoje, nenhuma foi plausível. O ex-ministro da Educação e professor universitário, Ricardo Janine Ribeiro, afirma que a decisão é ideológica. “Essas mudanças de justificativa mostram que a decisão é ideológica porque não têm base real, dados nem projetos. “Não consigo ver lógica nisso. Parece que estão sem saber o que fazer com a educação. Estes discursos vêm da base de Olavo de Carvalho e são contrários a área de educação porque eles consideram a liberdade pessoal e de costumes como imoral, e culpam a educação por ela”, afirmou o professor.

Greve Geral

paralisação é um “esquenta” para a greve geral, que será realizada pela CUT e demais centrais sindicais (Força, UGT, CTB, CGTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Nova Central), no dia 14 de junho, em todo o país. Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Heleno Araújo, a adesão à greve geral cresceu ainda mais depois do anúncio do governo. “O corte de investimentos na educação atraiu o apoio de pais, mães e alunos preocupados com os rumos do ensino público no Brasil”, disse. 
Na data, serão realizadas assembleias, atos, mobilizações, panfletagens nas praças, nos locais de trabalho, nas ruas da cidade, com objetivo de explicar como a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro impactará na vida da classe trabalhadora.

Fonte: Contraf-CUT

legislação brasileira não permite a abertura de unidades bancárias aos sábados, mas, pelo segundo sábado consecutivo, o banco Santander tentou abrir 29 agências em todo o país para dar “orientação financeira” aos seus clientes. O serviço de orientação seria dado por funcionários do próprio banco, que foram trabalhar de maneira “voluntária”. Dirigentes sindicais estiveram nas agências para conversar com seus colegas de trabalho. A maioria das agências das bases das federações associadas à Contraf-CUT permaneceu fechada.

“Apoiamos o trabalho social voluntário, mas nunca vimos trabalho voluntário para o próprio empregador. O banco tem no Brasil sua principal fonte de lucro. Precisa reconhecer o trabalho realizado pelos seus funcionários e remunerá-los adequadamente”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia. “Além disso, não pega bem um banco querer dar orientação sobre o que for e desrespeitar a lei. Como uma instituição que desrespeita a lei pode dar orientação a alguém?”, questionou.

O Santander divulgou no dia 30 de abril o balanço do primeiro trimestre de 2019. Os números mostram que o banco obtém 29% de seu lucro mundial no Brasil. O país é que proporciona maior ganho para o banco.

“Vamos continuar com as mobilizações até que o banco respeite a Lei e desista de abrir agências aos sábados”, informou o dirigente da Contraf-CUT.

Raposa no galinheiro

Para as entidades sindicais, o banco não é o mais indicado a dar “orientação financeira” aos brasileiros.

“No ano passado, uma reportagem do Jornal do Brasil mostrou que o Santander cobra até 1.761% a mais dos brasileiros pelos mesmos serviços realizados aos espanhóis. É como colocar a raposa para cuidar do galinheiro”, observou o dirigente da Contraf-CUT. “Todo mundo sabe disso. E, talvez justamente por isso, pouquíssimas pessoas foram às agencias para receber a tal orientação”.

A reportagem citada pelo dirigente da Contraf-CUT mostrou que, em empréstimos, o banco espanhol cobra até 20 vezes a mais de seus clientes brasileiros do que dos espanhóis. Mostrou também que o banco não pode usar a costumeira justificativa de que a taxa no Brasil é alta por causa da inadimplência. Na época, a taxa de inadimplência na Espanha era maior do que a verificada no Brasil (4,7% lá, 4,5% aqui).

“Não é à toa que o Brasil é o país no qual o Santander mais lucra. Coitados dos brasileiros”, observou Mario.

Fonte: Contraf-CUT