Maio 08, 2025
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Bancários de todo o país se reúnem entre os dias 2 e 4 de agosto, em São Paulo, na 21ª Conferência Nacional da categoria. Os delegados e delegadas vão debater sobre questões que interferem diretamente na sociedade, no cotidiano de trabalho nas agências e nos departamentos bancários e definir as estratégias e plano de ações para defender a soberania nacional, a democracia, os empregos, os direitos dos trabalhadores e ações contra a reforma da Previdência e as privatizações dos bancos e demais empresas públicas.

“A categoria é a única que possui uma convenção coletiva que engloba todo o país. Os direitos dos bancários são os mesmos em qualquer ponto do território nacional. Temos tudo isso graças à nossa unidade e, mais do que nunca, precisamos nos manter unidos para defender nossos direitos e conquistas, nossos empregos e o direito de nos organizarmos”, explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, responsável pela organização do evento.

Juvandia ressaltou que os direitos dos trabalhadores estão sob forte ataque no Brasil e no mundo. “O capital internacional quer ditar o rumo das políticas a serem adotadas para que obtenham cada vez mais lucros. Esse governo e o Congresso têm pautado a retirada de direitos, como o direito de se aposentar com dignidade; o direito a uma jornada e um trabalho dignos, atacados agora pela MP 881”, disse. “Buscam minar as forças dos sindicatos e demais movimentos sociais porque estes impõem resistência a estes desmandos. Temos que estar unidos, não apenas como categoria, mas no conjunto da classe trabalhadora, e nos preparar para nos defender e cobrar políticas que gerem empregos, não aprofundem o desemprego”, disse a presidenta da Contraf-CUT.

Materiais e informações

Uma novidade da 21ª Conferência Nacional dos Bancários será a substituição dos materiais impressos pela tecnologia. Desde a programação, aos subsídios de reflexões e demais informações estarão disponíveis em um App que pode ser baixado nos celulares e/ou tablets dos delegados.

A iniciativa visa otimizar a utilização dos recursos da categoria e ampliar a gama de informações sobre o evento.

Redes sociais

O evento terá cobertura total de imprensa, com publicação imediata de textos no site da Contraf-CUT, e transmissão ao vivo de algumas mesas de debates, com vídeos veiculados na página da Contraf-CUT no Facebook. Nas redes sociais, os delegados serão instruídos a utilizar as hashtags #21C e #NossaLutaÉ nas fotos, comentários e demais postagens.

Programação

Veja abaixo a programação completa da 21ª Conferência Nacional dos Bancários.

Dia 02 de agosto: sexta-feira
12h às 20h –
 Credenciamento de delegadas e de delegados.
19h – Abertura solene

Dia 03 de agosto: sábado
9h às 13h –
 Credenciamento de delegados e de delegadas.
9h às 9h30 – Votação do Regimento Interno
10h às 13h – Mesa 1 – Análise de conjuntura
13h às 14h – Prazo para substituições de delegadas ou de delegados

13h às 14h30 – Intervalo para almoço

14h30 às 16h30 – Mesa 2 – Soberania Nacional
16h30 às 18h – Mesa 3 – Reforma da Previdência
19h – Confraternização

Dia 04 de agosto: domingo
10h às 11h30 –
 Mesa 4 – Futuro do Trabalho, Impactos nos empregos e na Organização Sindical
12h às 14h – Mesa 5 – Resoluções e moções

Fonte: Contraf-CUT / Paulo Flores

Os bancários têm forte protagonismo no movimento sindical brasileiro na luta pela igualdade de oportunidades na vida e no trabalho. A luta por igualdade na categoria teve início em meados da década de 80, com a reinvindicação pelo pagamento do auxílio-creche na campanha salarial de 1986.

Em 1992, iniciaram o debate sobre a Convenção 111 da OIT, que trata especificamente da igualdade de oportunidades no trabalho. Três anos depois, foi criada a campanha “Igualdade de oportunidades na vida, no Trabalho e no movimento Sindical”, que fortaleceu ainda mais a reivindicação da categoria.

O tema se tornou uma das prioridades para a categoria e, em 1996, a, até então, Confederação Nacional dos Bancários (CNB), que agora é a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), destacou um de seus dirigentes para tratar das questões relacionadas a gênero, raças e orientação sexual.

A partir daí o debate foi ampliado e levado para muitos encontros do movimento sindical, como o 1º Encontro das Mulheres Bancárias, em 1997, na qual foi criada a Secretaria para Assuntos de Gênero, Raça e Orientação Sexual como parte da estrutura da CNB.

Em 1998, a categoria incorporou o tema “igualdade de oportunidade” à pauta de negociação. Porém, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se recusou a reconhecer a existência de discriminação nos bancos.

Dois anos depois, os bancários retomaram as negociações e realizaram o Seminário Nacional “Rumo à Construção de Relações Igualitárias no Mundo do Trabalho”. Mesmo diante da recusa da Fenaban, a categoria manteve o tema como eixo da Campanha Nacional naquele ano.

Ainda em 2000, a CNB-CUT realizou a pesquisa “Os Rostos dos Bancários: mapa de gênero e raça no setor bancário”, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa, pioneira no movimento sindical brasileiro, mostrou a existência da discriminação de gênero e raça nos bancos, revelada nas diferenças salariais, na pequena participação desses segmentos em cargos de direção e em oportunidades menos frequentes de ascensão profissional.

Os dados divulgados pela pesquisa provocaram grande desconforto entre os representantes patronais, que se recusavam a admitir a existência de discriminação nos bancos. Isso fez com que acontecesse uma mudança da postura patronal em relação ao tema, que passou da simples negação ao reconhecimento da existência de “diversidades” no interior dos bancos – mas, não necessariamente, de discriminações.

Conquistas da mesa de igualdade de oportunidades

Em 2001, a categoria inseriu mesas temáticas específicas em sua Convenção Coletiva. No ano seguinte, foi incluída a primeira cláusula sobre a Mesa de Igualdade de Oportunidades, que assegurou o desenvolvimento de campanhas de conscientização e orientação nos bancos com o objetivo de prevenir atitudes discriminatórias.

Isso possibilitou importantes avanços na mesa de negociação, nos últimos dez anos. Um deles foi a aplicação do Censo da Diversidade 2008. A pesquisa revelou a existência de discriminação contra mulheres, negros e pessoas com deficiência nos bancos. Os resultados foram divulgados pela Fenaban, em 2009, em uma audiência na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

Em 2013, ocorreu a segunda aplicação do Censo, que incluiu questões sobre a orientação sexual e identidade de gênero aos bancários. A categoria respondeu positivamente à possibilidade de reflexão sobre o tema.

Agora, em 2019, será realizado o 3º Censo da Diversidade, que começa no final de agosto e termina em outubro, é uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2018, depois de uma mudança de postura na mesa de negociação. A categoria optou por apresentar à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na mesa de igualdade de oportunidades, a necessidade de se ir além de apenas um diagnóstico da situação. O objetivo foi também conquistar a abertura de um espaço para o debate dos temas nos locais de trabalho. Assim nasceu a Campanha de Valorização da Diversidade.

“A ideia da campanha é conscientizar as trabalhadoras e os trabalhadores para a importância de responder o Censo e de defender a igualdade de oportunidades nos bancos e na sociedade. Outro diferencial é a criação dos agentes da diversidade, que é quem irá provocar o debate no local de trabalho, criando uma identidade com o tema para poder disseminar os conceitos, para começar a fazer uma desconstrução cultural na categoria e na sociedade”, finalizou Elaine. O Censo também irá servir para que os elementos e as distorções apontadas possam ser levados para a mesa de negociações e sejam base para a criação de projetos para poder corrigi-las.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco do Brasil anunciou na segunda-feira (29) uma reestruturação com ajustes de quadros, redução de agências e corte de 2.300 vagas em agências e setores administrativos internos.

A reestruturação ainda inclui o fechamento de mais de 300 agências, que serão transformadas em postos de atendimento, sem autonomia e sem gerente administrador.

O anúncio foi feito por meio comunicado oficial aos funcionários nos canais internos de comunicação, com critérios e prazos da reestruturação e do plano de desligamento.

O pacote prevê:

  • o redimensionamento da estrutura organizacional, com ajustes nas dotações na sede, nas unidades táticas, nas áreas de apoio e na rede (na prática esse redimensionamento significa corte de 2.300 vagas, entre escriturários, caixas e funções comissionadas. Os funcionários que não se realocarem, perderão cargos com corte nos salários);
  • a classificação de nível de unidades de negócios (com a reclassificação, 634 agências foram rebaixadas e apenas 76 subiram de nível. Mais de 600 gerentes gerais terão uma redução considerável nos salários, chegando em alguns casos a mais de 50% de perda);
  • a transformação de 333 agências em postos de atendimento (PAs) e de 49 postos de atendimento (PAs) em agências (o número de agências que serão fechadas e transformadas em PAs é muito maior, significando menos autonomia para fazer negócios, corte de vagas e de salários dos funcionários);
  • a criação de 42 agências-empresa (o BB ainda não informou onde e quantas agências-empresa serão criadas);
  • ajustes na abrangência de atuação em algumas superintendências de varejo (algumas superintendências estaduais e GEPES Estaduais serão fechadas e fundidas com outras, novamente haverá corte de cargos e pessoas terão que se realocar em outro estado se não tiver vaga no local).

Desligamentos

O Banco do Brasil lançou ainda, atrelado à reestruturação, um Plano de Ajuste de Quadros – PAQ, com incentivo ao desligamento.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB solicitou ao banco que fosse realizada uma reunião para mais esclarecimentos, com os membros da CEBB e Sindicatos do Comando Nacional dos Bancários.

A reunião, por videoconferência, aconteceu das 15h às 19h. Os representantes dos sindicatos fizeram vários questionamentos sobre os pacote de reestruturação e como será a realocação dos funcionários, já que centenas perderão os cargos e terão salários reduzidos.

O BB informou que os funcionários que não forem realocados em cargos equivalentes receberão, durante os quatro meses, uma Verba de Caráter Pessoal (VCP), que completa o rendimento. Os caixas não serão contemplados.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) prontamente cobrou do banco que, assim como negociado com os sindicatos em reestruturação anterior, que os caixas também tenham direito ao completo salarial. “Para nós, se vai ser com VCP, prorrogação da gratificação de caixa ou outra verba, o importante é que o tratamento seja igual para todos recebem quaisquer adicionais pela função exercida”, disse o coordenador da CEBB, Wagner Nascimento.

As entidades de representação também questionaram sobre o processo de remoção compulsória para os funcionários que continuarem em excesso nas unidades. O banco afirmou que não haverá remoção compulsória para outro município.

A Contraf-CUT solicitou ao banco que seja fornecida a listagem das agências que serão transformadas em postos de atendimento, assim como todos os setores que serão reduzidos, e a respectiva quantidade de funcionários que serão afetados em cada uma das unidades.

O Banco do Brasil disse que vai analisar o fornecimento das informações detalhadas. Os representantes dos funcionários ficaram indignados com a possibilidade de não serem passadas as informações, uma vez que quanto mais informação, melhor será o atendimento e a agilidade na realocação dessas centenas de pessoas que terão salários reduzidos.

Os sindicatos cobraram do BB que as homologações de quem se desligar no PAQ sejam feitas nos sindicatos, para melhor acompanhamento e orientação aos funcionários.

“Vários sindicatos, no Brasil inteiro, tem recebido reclamações de diferenças e erros em rescisões contratuais. A recusa do BB em fazer a homologação no sindicato contradiz o discurso da transparência e da proteção aos funcionários”, afirmou João Fukunaga, diretor Jurídico do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Plano de desligamento

O plano de desligamento oferecido via PAQ, conta com incentivo à demissão de escriturários ou caixas que ficarem excedentes no município e dos funcionários em excesso no cargo, no prefixo em que trabalham. Os seja, os demais funcionários que não se enquadram no excesso não poderão se desligar no PAQ.

O incentivo será de cerca de um salário por ano trabalhado com piso de R$20.000,00 (vinte mil reais) e teto de 7,8 salários para quem tiver até 20 anos de banco e até 9,8 salários para quem tiver mais de 20 anos de banco. Nos dois casos o valor do teto será de R$200.000,00 (duzentos mil reais).

Os funcionários que não estiverem em excesso e quiserem sair no PAQ poderão tentar fazer uma permuta (remoção) com outro em excesso para tentar o incentivo. Isto não significa a garantia de saída com incentivo, pois a validação se dará após a regularização dos excessos.

“Todos os funcionários podem se inscrever no PAQ, mas a efetivação somente se dará após a verificação da situação de excesso na praça ou no cargo. Portanto a opção de permuta deve ser feita com muito cuidado, para não gerar frustração e perda de cargo desnecessária e sem volta”, explicou o coordenador da CEBB.

Consulta à Previ e Cassi

Os funcionários interessados e em se deligar no PAQ deverão consultar sua situação na Previ, para que não saiam sem o benefício de aposentadoria e sem o plano de saúde. O PAQ contém modalidades diferentes para cada situação dos funcionários e isso deve ser observado.

Para Wagner Nascimento, reestruturação com corte de pessoas e redução de salários nunca é coisa boa. “Para nós, o banco falha em não garantir os salários nas mudanças radicais que a empresa faz, desestruturando a vida dos funcionários. Não bastasse a pressão por metas, que tem descomissionado e cortado salários todos os meses, agora o corte é de ofício”, criticou Wagner, lembrando que a reivindicação da Contraf-CUT sempre foi a incorporação da gratificação de função para proteção aos trabalhadores.

“Aguardaremos o banco fornecer as informações completas e detalhadas da reestruturação. Vamos acompanhar o andamento da realocação dos funcionários e nossos sindicatos estarão à disposição dos funcionários para dar orientações administrativas e jurídicas de acordo com cada caso”, disse o coordenador da CEBB.

Fonte: Contraf-CUT

No mesmo dia em que teve divulgado um lucro R$ 13,9 bilhões no primeiro semestre de 2019, o Banco Itaú anunciou o lançamento de um Programa de Desligamento Voluntário (PDV), que terá início no dia 1º de agosto e duração até o dia 31 do mesmo mês. O anúncio foi feito em comunicado divulgado ao mercado, e vale para “todas as empresas controladas exclusivamente pelo Itaú Unibanco Holding S.A. no Brasil”.

Segundo reportagem do UOL, o PDV espera atingir 6.900 funcionários. De acordo com o informe passado à Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os desligamentos ocorrerão de acordo com a programação da empresa, até novembro/2019 na modalidade sem justa causa.

“Nós queremos entender o motivo deste PDV. Ele é uma opção de cada funcionário aderir ou não. Mas, nossa preocupação é com os bancários que não aderirem ao programa e permanecerem no banco. Eles não podem ser prejudicados com sobrecarga de trabalho e aumento da pressão e do assédio, que pode afetar a saúde. Os clientes também não podem ser prejudicados com a piora na qualidade do atendimento”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú. “Esta postura do banco de lançar esse PDV, no atual cenário da economia brasileira, vem na contramão da política de gerar emprego, e aumenta o risco de terceirização e precarização. Ela só aumenta mais o desemprego e a miséria que está vigente atualmente no Brasil”, completou Jair.

Lucro do Itaú

De acordo com o relatório feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em cima do balanço, o lucro do Itaú representa um crescimento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2018 e de 2,3% no trimestre. A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 2,4% em doze meses, totalizando R$ 19,3 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, subiram 5,8%, somando, aproximadamente, R$ 12 bilhões. Com isso, a cobertura destas pelas receitas secundárias do banco foi de 160,9% em junho de 2019.

A holding encerrou o 1º semestre de 2019 com 85.161 empregados no país, com fechamento de 983 postos de trabalho em doze meses, porém, foram fechados 1.043 postos somente no último trimestre do ano.

De acordo com o relatório do banco, “no Brasil, a redução anual do quadro de colaboradores está relacionada ao encerramento de agências físicas”. Em doze meses, foram fechadas 199 agências físicas, sendo 195 somente no 2º trimestre do ano e abertas 36 agências digitais abertas (apenas uma aberta no trimestre), totalizando 3.332 agências e 196 agências digitais, respectivamente).

“O Resultado já era esperado e teve um grande custo para os trabalhadores, já que veio com o fechamento de agências e a diminuição no quadro de funcionários. Os números mostram que está na hora de iniciar uma movimentação contrária, com a contratação de mais trabalhadores”, completou Jair.

Fonte: Contraf-CUT

A venda de 30% das ações da BR Distribuidora mostra que o governo Bolsonaro quer que a Petrobras atue, cada vez mais, apenas como empresa privada, sem se preocupar com a soberania e o desenvolvimento do Brasil. Essa é a análise do professor Giorgio Romano, da Universidade Federal do ABC (UFABC), em entrevista a Glauco Faria e Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

“O único objetivo é valorizar as ações no mercado, o interesse financeiro a curto prazo”, opina Romano. Para ele, os interesses de quem atua nesse mercado e passa a tomar conta do transporte, do gás ou da petroquímica, significa que as decisões serão tomadas no exterior, levando em conta interesses que não necessariamente são os do desenvolvimento do Brasil. O percentual de 30% em ações da BR Distribuidora foi vendido a 160 investidores, oriundos de diversos países. Outros 28,75% da empresa já havia sido vendido durante o governo de Michel Temer.

Assim, a partir de agora, a Petrobras tem apenas 41,25% da BR Distribuidora. “O desmonte do Estado virou uma coisa positiva em si, sem considerar a vontade estratégica. Na verdade, eles querem privatizar a Petrobras, isso está claro na cabeça do Paulo Guedes, só que não há ainda força política para fazer isso de uma vez, por isso vão por partes”, afirma.

Giorgio Romano avalia que a venda da BR Distribuidora se insere no contexto de desmonte da Petrobras como uma empresa integrada, um processo iniciado após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. “A empresa tem seu poder de mercado e sua capacidade de contribuir com o desenvolvimento do Brasil por controlar a cadeia toda, do poço ao posto”, explica. Ele destaca que a BR Distribuidora, ao ser desmembrada da Petrobras, se torna a quarta maior empresa do Brasil, atrás da própria Petrobras, da JBS e da Vale. Em 2018, a BR Distribuidora obteve mais de R$ 3 bilhões de lucro.

Para o professor, a questão daqui em diante é analisar o que acontecerá com a “pulverização” da venda das ações da BR Distribuidora. Segundo ele, ainda não está claro se a venda pulverizada das ações da empresa tem ou terá um único controlador por trás. Caso não tenha, a Petrobras pode permanecer como acionista majoritária por ainda deter 41,25% da empresa, mas se houver uma empresa ou grupo financeiro controlando as ações vendidas a Petrobras deixa de ser a acionista majoritária.

“Tudo indica que não é isso que vai se concretizar mais à frente. É um cenário plausível, ainda a se verificar, que essas ações depois passem para o controle de uma empresa, provavelmente estrangeira”, pondera Giorgio, ressaltando que essas empresas provavelmente serão estrangeiras e concorrentes da Petrobras.

Fonte: Rede Brasil Atual

Ontem, 29 de julho, foi o Dia da Sobrecarga da Terra, alertaram os ambientalistas em todo o mundo. Isso quer dizer que de hoje (30) a 31 de dezembro deste ano todos os recursos naturais utilizados pela atividade humana estão além da capacidade de renovação sustentável do planeta. Por isso, ontem foi considerado também o dia em que o planeta “entrou no vermelho”, já que os recursos usados a partir de agora não serão mais recuperados.

Em relação ao ano passado, esse limite foi atingido três dias antes – em 2018, a data foi registrada em 1º de agosto. O cálculo da data é feito pela entidade internacional Global Footprint Network (GFN). Para chegar ao resultado, o total de recursos que o planeta é capaz de produzir em um ano é dividido pela demanda da humanidade no mesmo ano, considerando o número de dias do ano.

29 de julho representa a data mais recuada desde que o planeta entrou em déficit ecológico no início dos anos 70. “Com o dia chegando cada vez mais cedo no ano, e com o volume crescente de emissões de CO2, a importância de ações decisivas fica cada vez mais evidente”, adverte a ministra do Meio Ambiente do Chile, María Carolina Schmidt Zaldívar, que é também presidente da Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP25), que será realizada em Santiago em dezembro.

“Uma situação que está empobrecendo cada vez mais a terra e quebra o equilíbrio da natureza e do futuro do próprio homem”, afirma ao site Vatican News Alfonso Cauteruccio, presidente da Greenaccord, uma entidade não governamental cristã que trabalha pela sensibilização da questão ambiental.

Oficialmente o primeiro Dia da Sobrecarga da Terra foi 21 de dezembro de 1971, quando a terra registrou 10 dias “no vermelho”. Depois desta data a tendência foi sempre de antecipar o dia, chegando a 1º de agosto em 2018.

Na situação atual do planeta, atualmente sua capacidade regenerativa é consumida 1,7 vez por ano. A continuar nesse ritmo, em 2050 a humanidade consumirá o dobro do que o planeta produz. “Somos uma geração de cigarras e não de formigas – explica Cauteruccio ao Vatican News – de fato exageramos nos consumos e não temos a sobriedade que a Terra nos implora. Com a natureza não se brinca porque quando o dano é grave não se pode arrepender”.


* Com informações do Vatican News e da GFN

Em sua rápida tramitação pela Câmara e pelo Senado, até ser aprovado, há dois anos, o projeto do Executivo que resultou na Lei 13.467, de “reforma” trabalhista”, foi apresentado como solução para o mercado de trabalho, que precisava se modernizar para permitir a criação de empregos, algo que a legislação “atrasada” não permitia. O então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, chegou a declarar que esperava a abertura de 2 milhões de vagas no ano passado e neste, em consequência de postos de trabalho que deixariam a informalidade. Então ministro, Henrique Meirelles falou em 6 milhões, sem especificar período. Os dados do próprio governo apontam no sentido contrário: neste um ano e meio, a “modernização” mais fechou do que abriu empregos no país.

Se comparadas as três modalidades surgidas com a lei, que entrou em vigor em novembro de 2017, o fechamento de vagas é duas vezes maior que a abertura. A “reforma” implementou duas formas de contratação, mais precárias, o trabalho intermitente e o parcial. Ao mesmo tempo, surgiu o desligamento por “acordo” entre patrão e empregado.  Este último supera de longe as duas formas novas de contratação de mão de obra.

De janeiro de 2018 a junho deste ano, o saldo total de postos de trabalho formais no país foi de 938.054, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que com a extinção do Ministério do Trabalho passou a ser divulgado pela pasta da Economia, comandada por Paulo Guedes, um entusiasta da flexibilização. Já o saldo somado de trabalho intermitente (88.437) e parcial (33.315) é de 121.752 vagas no período. Enquanto isso, os desligamentos por acordo totalizaram 276.284 – 2,27 vezes mais.

Mesmo considerando apenas o trabalho intermitente ou parcial, o número fica distante dos milhões imaginados pelo ministro ou parlamentares governistas, que insistiam nesse argumento durante a tramitação do projeto. Essas duas modalidades representam apenas 13% do saldo total do Caged em um ano e meio. O próprio saldo integral, até agora, não chega a 1 milhão.

Sem jornada fixa

O contrato de trabalho intermitente não tem jornada fixa. Pode ser por mês, dia ou hora. Deve ser especificada o valor da remuneração por hora, que não pode ficar abaixo do equivalente a um salário mínimo mensal ou do que é pago para quem exerce a mesma função. A chamada para o serviço precisa ser feita com pelo menos três dias de antecedência e o trabalhador precisa responder até um dia (útil) antes. Em caso de descumprimento, a lei prevê multa equivalente a 50% do valor da remuneração combinada. Já o trabalho parcial é aquele cuja duração não supera 30 horas semanais, sem horas extras, ou 26 horas, com acréscimo de até seis (pagas com adicional de 50%).

Apenas em junho, último dado disponível, o trabalho intermitente teve saldo de 10.177 vagas (diferença entre contratações e demissões). Desse total, 417 trabalhadores foram admitidos mais de uma vez. O total de estabelecimentos envolvidos chegou a 2.691. No parcial, o saldo foi de 1.427. E os desligamentos somaram 17.951.

Sem contar o resultado comparativo desfavorável, o Caged aponta ainda outro dado negativo, este referente aos salários. Todos os meses, o ganho de quem entra no mercado de trabalho é invariavelmente menor em relação ao rendimento daquele que saiu. No mês passado, os contratados tinha salário médio de R$ 1.606,62, enquanto quem foi demitido recebia  em média R$ 1.766,67. No acumulado do ano, o rendimento dos admitidos corresponde a 88,6% dos demitidos.

“Foi um equívoco alguém um dia dizer que essa lei ia criar empregos. Foi um equívoco”, disse em junho, em entrevista à BBC Brasil, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Brito Pereira. “O que cria empregos são os programas de incentivo à produção, que gera bens, permite o consumo e faz girar a economia”, acrescentou o ministro, reverberando o que dizem vários economistas, refratários à “reforma” da forma como foi implementada.

Fonte: Rede Brasil Atual

As duras regras para concessão de benefícios previdenciários, o desmonte da educação pública de qualidade e os desmandos do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PSL) serão os principais alvos das manifestações marcadas para 13 de agosto, Dia Nacional de Mobilizações, Paralisações e Greves Contra a Reforma da Previdência.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o trabalhador está mais atento aos riscos de perda de direitos depois que a Câmara dos Deputados aprovou em primeira votação itens como obrigatoriedade da idade mínima (65 para nos homens e 62 para as mulheres), mudança nos cálculos dos benefícios para reduzir os valores, das pensões para as viúvas e até para os aposentados por invalidez, além de tirar da boca de mais 13 milhões de trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada o abono salarial.

“Nós alertamos o trabalhador sobre o que representa a reforma da Previdência e os cortes na educação. Ele está mais informado do que significa essa proposta do governo, aprovada por maioria na Câmara. Eles têm informações detalhadas dos malefícios que a reforma representa”, diz Vagner ressaltando a série de matérias publicadas no Portal CUT e as ações sindicais nas bases dos deputados que veem sendo feitas pelas CUT’s estaduais e pelos dirigentes da Nacional em todo o país.

Segundo Vagner, a CUT se soma à uma mobilização da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) contra a “Reforma da Previdência, em Defesa da Educação Pública e por Empregos” que já estava programada. “É importante ressaltar que essa é a principal luta da Central. Não podemos esquecer que o governo Bolsonaro continua com seu processo de desmonte de todas as políticas públicas”.

O Dia 13 é importantíssimo para darmos o recado de que o povo não concorda com as propostas que estão sendo encaminhadas pela maioria dos parlamentares, por orientação do governo Bolsonaro

O presidente da CUT avalia que Bolsonaro toma medidas que prejudicam a educação pública no país porque é mais fácil manipular um povo sem educação. “Quanto mais informação as pessoas tiverem, menos apoio esse governo vai ter. Eles querem acabar com a educação de qualidade no Brasil, justamente para ter cidadãos sem consciência, e aí passar as imbecilidades desse governo fascista, sem resistência, sem luta”.

Orientação aos sindicatos

Vagner diz que os sindicatos filiados à CUT estão orientados a realizar paralisações e, caso não tenham condições de parar, devem realizar manifestações, de acordo com a capacidade de cada um.

Outra orientação aos trabalhadores e a militância é a pressão junto aos deputados que devem votar o segundo turno da reforma da Previdência.

“Os deputados reagem quando você faz manifestação nas suas bases, onde têm mais votos. Por isso, os sindicatos têm de continuar com seus movimentos nas ruas e denunciar que esses deputados que estão votando a favor da reforma são contra os trabalhadores e não devem ser reeleitos”, lembra Vagner.

O presidente da CUT reforça, ainda, a necessidade dos sindicatos utilizarem as redes sociais, o WhatsApp, promoverem manifestações nos aeroportos, mas fundamentalmente, pressionar os deputados em suas cidades e bases.

“Vamos fazer manifestações na praça, no coreto da cidade em que eles têm mais votos, espalhar cartazes mostrando que são contra a classe trabalhadora. Nessas cidades de pequeno ou médio porte os deputados se sentirão mais pressionados. E se a base dele for uma cidade maior, nos grandes centros, vamos aos bairros onde também tem votação. Ele se sentirá muito mais pressionado do que irmos à Brasília, onde será mais um dos 513 deputados que compõem a Câmara Federal”.

Mobilização da classe trabalhadora barrou maldades da reforma da Previdência

A mobilização dos trabalhadores e da população conseguiu barrar muitas maldades contidas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, nome oficial da reforma da Previdência, como as que atingiam os trabalhadores e as trabalhadoras rurais e os idosos em condição de miséria que recebem o  Benefício de Prestação Continuada (BPC), além da capitalização, a principal mudança que o governo queria fazer, avalia Vagner.

“Foi com greve geral e nossas manifestações que barramos a capitalização,  que era de grande interesse do ministro da Economia, Paulo Guedes. O interesse em entregar para os bancos a aposentadoria do trabalhador e acabar com a Previdência pública e universal, com seguridade social e transformar isso num produto a ser comprado por 10% da população que teria condições de pagar por uma Previdência privada. Isto nós barramos”, lembra o presidente da CUT.

Embora tenha sido uma grande vitória, alerta Vagner, o governo pode, obviamente, dependendo da relação de forças, trazer a capitalização num outro momento para ser votada pelo Congresso Nacional, daí a importância do dia Nacional de Luta da CUT.

O importante, prossegue, é saber que as paralisações e manifestações apoiadas pela CUT, pelos trabalhadores e estudantes têm surtido efeito e que podem surtir mais ainda com o engajamento de todos os sindicatos.  “Temos condições, enquanto tiver votação tramitando no Congresso, de diminuir mais os aspectos negativos da reforma em relação aos trabalhadores. Vamos lutar para barrar a idade mínima imposta para a aposentadoria e outras questões”, finaliza.

Fonte: CUT

Alguns dos bancos que entraram na oferta de ações da BR Distribuidora ou coordenaram a operação na Bovespa, na terça-feira (23), também podem ter estado com o procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol, em reunião privada em 13 de junho de 2018, organizada pela XP Investimentos, para comentar sobre o tema ‘Lava Jato e Eleições’.

XP Asset Management, do Grupo XP, e Itaú, que compraram ações na privatização da distribuidora, e os bancos JP Morgan, Citi e Credit Suisse, como coordenadores da operação, segundo apuração do jornal Valor Econômico, também são citados como convidados dessa reunião de caráter privado e clandestino, conforme vazamento do Intercept, divulgado ontem (26) no blog do jornalista Reinaldo Azevedo.

“Queria te convidar para um bate papo com investidores brasileiros e estrangeiros aqui em SP”, afirma a Deltan a assessora da XP Investimentos, Débora Santos, em 17 de maio de 2018. “Me passa uma lista de quem são?”, pede Dallagnol.

“JP Morgan Morgan Stanley Barclays Nomura Goldman Sacha Merrill Lynch Cresit Suisse Deutsche Bank Citibank BNP Paribas Natixis Societe Generale Standard Chartered State Street Macquarie Capital UBS Toronto Dominion Bank Royal Bank of Scotland Itaú Bradesco Verde Santander”, diz Débora. E depois: “Esses seriam os convidados. Nem todos comparecem”, afirmou.

Na sequência do diálogo pelo smartphone, Débora esclarece sobre o espírito do encontro. Esse bate-papo é privado, com compromisso de confidencialidade, onde o convidado fica à vontade para fazer análises e emitir pareceres sobre os temas em um ambiente mais controlado”, afirma a assessora da XP.

Na operação de compra da BR Distribuidora, os investidores arremataram as ações da empresa por R$ 9,6 bilhões, em dois lotes. A operação foi feita sem agregar o valor do controle do mercado de combustíveis no país, que é do que se trata quando se fala de BR Distribuidora. “Foi uma simples venda de ações na Bolsa de São Paulo cujo resultado ao fim do dia foi a Petrobras “vender” o controle da BR Distribuidora, pelo preço de ações no varejo, SEM CONSIDERAR O VALOR DO CONTROLE”, escreveu neste sábado Andre Motta Araujo, em artigo no site GGN.

A Petrobras detinha 71,24% das ações da distribuidora, e com a operação desta semana deve ficar com 37,5%, o que significa que a empresa deixa de ser estatal para ter seu capital pulverizado em bolsa.

Fonte: Rede Brasil Atual

O “Blog do Servidor”, do jornal Correio Braziliense, publicou na semana passada um texto afirmando que “Impasse pode provocar a venda da Cassi, plano de saúde dos funcionários do BB” (Banco do Brasil).

O texto traz informações sobre a reunião ocorrida no dia 24, na qual a diretoria da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil apresentou números e esclarecimentos sobre intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e demais entidades de representação dos funcionários do banco.

O risco de a Cassi, instituição privada sob a forma de associação sem fins lucrativos, mudar de mãos é real, de acordo com Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresas dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e representante da Contraf-CUT na mesa de negociações com o BB e a Cassi.

“A imprensa tem nos procurado e divulgado mais textos sobre o assunto. Isso mostra que a venda ou a alienação da carteira da Cassi encontra eco dentro do banco. Ou seja, que a medida é possível”, observou.

Intervenção

O texto informa que, no mesmo dia em que entrou com o processo de regime fiscal, o primeiro passo do processo de intervenção, a ANS nomeou Maria Socorro de Oliveira Barbosa como diretora fiscal. Lembra também que a Cassi ainda não apresentou um projeto de saneamento das contas, porque a operadora, maior instituição de autogestão de saúde do país, precisa resolver o impasse interno que provocou a intervenção.

O Blog do Servidor diz que o governo propôs extinguir os planos de saúde para os novos empossados por concurso público – somente quando se aposentassem – e elevar o percentual de contribuição (hoje o BB arca com 60% do total e os funcionários, com 40%) para 50% para as partes, a partir de 2022, entre outros itens de governança. Além disso, na prática, a proposta aumentava a contribuição dos servidores de 3% do salário para 4%. O banco, que arcava com 4,5%, passou a dispor de R$ 23 milhões por mês para cobrir o déficit crescente, que aumentou de R$ 109 milhões, em 2014, para R$ 378 milhões, em 2018, segundo dados da Cassi.

Os beneficiários do plano não aceitaram o acordo. Como não houve consenso, a ANS instaurou o processo de intervenção fiscal. Chegamos a esse impasse. A Cassi não tem dívida no mercado. Há um descasamento entre custo assistencial e receita, o que gera insuficiência de margem de solvência em torno de R$ 800 milhões”, explicou Wagner Nascimento. “Não queremos a venda da carteira e sim a reabertura do processo de negociação”, completou.

A Contraf-CUT, seus sindicatos e federações filiadas e demais prepararam materiais explicando a proposta e as consequências da não aprovação da mesma que, segundo o Blog do Servidor.

Fonte: Contraf-CUT / Paulo Flores