Ontem, 29 de julho, foi o Dia da Sobrecarga da Terra, alertaram os ambientalistas em todo o mundo. Isso quer dizer que de hoje (30) a 31 de dezembro deste ano todos os recursos naturais utilizados pela atividade humana estão além da capacidade de renovação sustentável do planeta. Por isso, ontem foi considerado também o dia em que o planeta “entrou no vermelho”, já que os recursos usados a partir de agora não serão mais recuperados.
Em relação ao ano passado, esse limite foi atingido três dias antes – em 2018, a data foi registrada em 1º de agosto. O cálculo da data é feito pela entidade internacional Global Footprint Network (GFN). Para chegar ao resultado, o total de recursos que o planeta é capaz de produzir em um ano é dividido pela demanda da humanidade no mesmo ano, considerando o número de dias do ano.
29 de julho representa a data mais recuada desde que o planeta entrou em déficit ecológico no início dos anos 70. “Com o dia chegando cada vez mais cedo no ano, e com o volume crescente de emissões de CO2, a importância de ações decisivas fica cada vez mais evidente”, adverte a ministra do Meio Ambiente do Chile, María Carolina Schmidt Zaldívar, que é também presidente da Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP25), que será realizada em Santiago em dezembro.
“Uma situação que está empobrecendo cada vez mais a terra e quebra o equilíbrio da natureza e do futuro do próprio homem”, afirma ao site Vatican News Alfonso Cauteruccio, presidente da Greenaccord, uma entidade não governamental cristã que trabalha pela sensibilização da questão ambiental.
Oficialmente o primeiro Dia da Sobrecarga da Terra foi 21 de dezembro de 1971, quando a terra registrou 10 dias “no vermelho”. Depois desta data a tendência foi sempre de antecipar o dia, chegando a 1º de agosto em 2018.
Na situação atual do planeta, atualmente sua capacidade regenerativa é consumida 1,7 vez por ano. A continuar nesse ritmo, em 2050 a humanidade consumirá o dobro do que o planeta produz. “Somos uma geração de cigarras e não de formigas – explica Cauteruccio ao Vatican News – de fato exageramos nos consumos e não temos a sobriedade que a Terra nos implora. Com a natureza não se brinca porque quando o dano é grave não se pode arrepender”.
* Com informações do Vatican News e da GFN