Maio 14, 2025
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A 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) confirmou a condenação ao Banco Santander por danos morais coletivos em razão de metas abusivas, adoecimentos mentais e assédio moral. Segundo a decisão, o banco terá que pagar uma indenização de R$ 275 milhões. O processo é resultado de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que pedia indenização de R$ 460 milhões e contou com a assistência do movimento sindical.

Segundo o MPT, “a conduta ilícita do banco reveste-se de elevada gravidade. Ao exigir dos bancários metas abusivas e cobranças excessivas, comete assédio moral, grave violação aos preceitos constitucionais que asseguram o trabalho decente, a saúde, a vida digna e a redução dos riscos inerentes ao trabalho”.

De acordo com a decisão da Justiça, o banco está proibido de adotar metas abusivas e de permitir, tolerar ou praticar, por seus gestores e prepostos, práticas que configurem assédio moral, como humilhações, xingamentos, ameaças de demissões, constrangimentos, coação, agressão, perseguição, entre outros.

“Trata-se de uma decisão importante, pois sindicatos de todo o país recebem denúncias de funcionários do Santander de que o assédio é frequente no banco, principalmente quando as metas não são atingidas”, disse a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. “O banco, mais uma vez, se vê obrigado a não cometer tais ilícitos e nem permitir que seus gestores cometam. Caso elas persistam, as bancárias e bancários devem entrar em contato com seu sindicato e denunciar a prática”, completou.

Adoecimento

Em nota divulgada em seu site, o MPT informa que o acórdão ressalta que “os diversos depoimentos transcritos na sentença dão nítida ideia do abalo emocional e psíquico impingido pela sistemática organizacional de fixação de metas de produção, mediante cobrança truculenta pelos gestores, seja diretamente ao empregado ou por meio de reuniões com exposição vexatória, cujas metas deveriam ser cumpridas a todo custo”.

“A categoria bancária, que já era a campeã entre os casos de Lesões por Esforços Repetitivos e de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort), agora também é a mais acometida por transtornos mentais, que são consequências diretas das práticas pelas quais o Santander foi condenado”, disse o secretário de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles. “É preciso que haja fiscalização do cumprimento efetivo da sentença para que o adoecimento seja reduzido. E, para isso, é fundamental que os funcionários denunciem quaisquer ilícitos cometidos pelo banco”, completou.

Entenda o caso

As irregularidades que geraram a ação foram levantadas por Auditores Fiscais do Trabalho, que apuraram a pressão psicológica e as ameaças constantes implícitas e explícitas de demissão dos bancários, bem como o subdimensionamento do quadro de empregados como punição pelo não cumprimento das metas.

Segundo os auditores “o estabelecimento de metas praticamente impossíveis de serem atingidas, seguido da cobrança pelo atingimento destas metas por seus superiores, caracteriza grave inadequação da organização do trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores que consequentemente trará a curto e médio prazo danos graves e irreparáveis à saúde dos bancários do Santander”.

Baixe os arquivos das ações

     >>>>> ACP nº 342-81.2017.5.10.0011
     >>>>> ACP nº 253-87.2014.5.10.0003

Questionário

Para construir um diagnóstico preciso das condições laborais e da saúde dos bancários do Santander, os Auditores Fiscais do Trabalho aplicaram questionários em várias agências do estado de Santa Catarina com resultados preocupantes.

Avaliações psicológicas

Avaliações psicológicas em diversas agências em Santa Catarina, por meio do instrumento SRQ 20 (avaliação do sofrimento mental), concluiu que os bancários do Santander “se encontram em níveis de sofrimento extremo em decorrência das distorções na organização e condições de trabalho”.

De acordo com os dados levantados pela especialista, na abordagem sobre pensamentos depressivos, 86% disseram que têm dificuldade em tomar decisões, 86% têm dificuldade de pensar com clareza, e 43% pensam em dar fim a sua vida, ou seja, apresentam ideação suicida. “É lamentável, quase metade dos trabalhadores entrevistados referiu já ter pensado em dar fim a sua vida. Os relatos dos trabalhadores descrevem níveis insuportáveis de sofrimento relacionado aos contingentes laborais”, afirma a psicóloga.

Danos graves

Levantamento dos benefícios previdenciários concedidos aos empregados do Santander no período de 2010 a 2015 concluiu que em 2010 os benefícios por transtornos mentais correspondiam a 20,41% da totalidade dos benefícios concedidos ao banco. Em 2015 este percentual subiu para 37,29%, mesmo com as demissões realizadas pelo Santander naquele ano. O relatório aponta que “os benefícios acidentários (B91) associados ou não ao NTEP e previdenciários (B31 e B32) associados ao NTEP somam 7.677 BIs. O custo total destes benefícios foi estimado em R$ 90.171.773,02.

Metas abusivas

Nos depoimentos colhidos pelo MPT ficou comprovada a completa inadequação da organização do trabalho no Banco Santander que vem gerando uma legião de jovens acometido de transtornos mentais. Problemas gerados principalmente por metas impossíveis de serem conquistadas.

Em 2015 os dados apresentados pelo Banco Santander ao MPT revelaram que o percentual de atingimento de metas foi extremamente baixo. Em outubro de 2015, por exemplo, somente 26% dos bancários do Santander atingiram as metas.

Para os auditores do Trabalho “as metas abusivas, as cobranças excessivas, o subdimensionamento e a imposição de metas aos bancários do setor operacional da agência, além de trazer graves prejuízos à saúde dos empregados do Banco Santander, vêm gerando lesões aos direitos dos consumidores em razão de tempo excessivo de espera em filas; vendas casadas; não recebimento de títulos de crédito mesmo de correntistas do banco e em dinheiro; alteração de tarifas bancárias sem autorização dos clientes, dentre outras”.

Fonte: Contraf-CUT

O Julho das Pretas é uma iniciativa em homenagem ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A ONU reconhece a data desde 1992, quando ocorreu o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe. No Brasil, a data foi aprovada em 2014 e decretada nacionalmente pela então presidenta Dilma Rousseff.

“É uma data muito importante, primeiro porque nós, mulheres latino-americanas e caribenhas, nos conectamos umas com as outras. E podemos dar visibilidade às nossas pautas, políticas públicas que queremos para tirar nossas irmãs desse lugar subalterno que a sociedade insiste em colocar. Sabemos que as mulheres negras são as primeiras atingidas numa crise, numa recessão, são as primeiras a ocupar esse lugar de desemprego e também são as que ocupam esse imaginário de objetificação dos nossos corpos”, explicou a secretária de Assuntos da Mulher da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE), Cândida Chay.

Números da violência

O total de mulheres negras vítimas de homicídios subiu de 2.419, em 2009, para 2.468 em 2019, um crescimento de 2%. No mesmo período, o número de mulheres não negras assassinadas caiu 26,9%, passando de 1.636 para 1.196. Os dados são do Atlas da Violência, publicado pelo IPEA em 2021. “Por isso que o 25 de Julho é tão importante, para que a gente possa debater sobre o espaço do negro no país e avançar na conscientização, para uma sociedade antirracista e que nos permita viver e viver com pleno acesso à felicidade e à dignidade, como diz a Constituição”, pontuou Chay.

O secretario de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, completou que a marcação de uma data tem função estratégica na “luta das mulheres pretas contra o preconceito, discriminação e todos os tipos de violência”, lembrando que, em 2021, o país registrou 1.319 casos de feminicídio, segundo relatório do Fórum de Segurança.

Desigualdade no setor bancário

“No setor bancário, a mulher preta representa somente 1,1% das que estão em cargos de liderança, a remuneração média das mulheres pretas bancárias é 59% da média de remuneração dos homens brancos. Isso precisa mudar, esse é um ano eleitoral, é fundamental elegermos mais mulheres pretas para o parlamento, empoderar para avançar”, prosseguiu o dirigente. Em termos de salário no setor bancário, enquanto um homem branco ganha, em média, R$ 10 mil, a mulher branca recebe R$ 7,8 mil e a mulher negra apenas R$ 5,9 mil, como mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Tereza, a rainha

Tereza de Benguela viveu no século XVIII e foi casada com José Piolho, chefe do Quilombo Quariterê, localizado na divisa do Brasil com a Bolívia no atual estado do Mato Grosso. Com a morte do marido, ela passou a reinar a comunidade negra e indígena, resistindo à escravidão por duas décadas, até por volta de 1770, quando, após várias incursões, o quilombo foi destruído pelas forças da capitania mato-grossense.

“Estudar a história de Tereza de Benguela é muito importante para as mulheres negras contemporâneas e para as nossas crianças, principalmente quando a gente tem uma lei que garante o estudo da história africana, mas que não é respeitada”, observa Cândida Chay. “As meninas são fortalecidas com a história de uma negra que, no século XVIII, foi tratada como rainha, que estruturava o quilombo econômica e politicamente, ainda mais ao lembrarmos que a menina de hoje ainda carrega o peso de estar numa sociedade patriarcal que tenta limitar suas atuações e, enquanto menina negra, também é atingida pelo racismo”, avalia.

Tereza implantou novos modelos de produção, como o uso de ferro na agricultura. Na parte de defesa, ela liderou as ações contra os bandeirantes, como mostra artigo do portal Alma Preta, assinado por Pedro Borges: “O quilombo, território de difícil acesso, foi o ambiente perfeito para Tereza coordenar um forte aparato de defesa e articular um parlamento para decidir em grupo as ações da comunidade, que vivia do cultivo de algodão, milho, feijão, mandioca, banana, e da venda dos excedentes produzidos”, escreveu ele.

Braços que construíram o país

“Nós precisamos trazer para essa discussão o reconhecimento de que foram nossos braços que construíram esse país, que estruturaram essa sociedade, que possibilitam que outras pessoas possam hoje lutar para ocupar outros espaços, na academia, nas diretorias de grandes empresas, na política, para que as nossas irmãs não sofram pela falta de acesso a políticas públicas que tragam dignidade, creche, mobilidade urbana. O mínimo para que a gente possa ter as mesmas oportunidades que a branquitude tem”, concluiu Chay.

Podcast

O Podcast Contraf-CUT desta segunda-feira (25) aborda o tema Julho das Pretas, com entrevistas da secretária de Assuntos da Mulher da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE), Cândida Chay, e da dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (Seeb-SP) e bancária do Santander, Susana Malu Cordoba.

Os podcasts Contraf-CUT ficam disponíveis na plataforma SoundCloud.

Fonte: Contraf-CUT

A pedido da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a reunião para a negociação sobre cláusulas sociais – teletrabalho, que aconteceria nesta sexta-feira (22), foi adiada para a próxima terça-feira (26), a partir das 14h.

Acompanhe os sites e redes sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), das federações e sindicatos da categoria bancária para manter-se informado e mobilizado.

Fonte: Contraf-CUT

Trabalhar nas agências do Itaú está ficado cada vez mais insuportável, ainda mais depois da implantação dos programas GERA, Evolui e Vai; e do aumento das metas, mesmo quando o banco alega que houve redução. É o que o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região apurou com bancários de diversas unidades.

Para se adequar à legislação, o Itaú determinou que o tempo de fila não pode ultrapassar 15 minutos para atendimento no segmento IA e Emp; e 10 minutos para o seguimento Uniclass e Personnalité. Só que, neste tempo, os bancários precisam oferecer produtos para os clientes. Ao atender o cliente no caixa, há a oportunidade de fazer negócios, onde é necessário tempo para explicar o produto ao cliente, o que demanda tempo.

Com isso, ou o bancário cumpre tempo de fila, ou vende o produto. E se o funcionário tenta vender o produto, estoura o tempo de fila. Mas se cumpre o tempo de fila, perde a venda.

E um dos itens do GERA é justamente a contabilização do tempo de espera na fila, mas o Itaú mudou este parâmetro na segunda semana de julho, sem aviso prévio, o que vai prejudicar na performance dos funcionários.

“É preciso computar os novos tempos de atendimento, a partir de uma data específica e não de uma hora para outra, como fizeram”, afirma Marcia Basqueira, dirigente sindical e bancária do Itaú.

VAI (perder o emprego se não fizer 30 contatos por dia)

Além disso, o Itaú implantou um programa chamado VAI, por meio do qual os bancários devem fazer 30 contatos por dia. As ligações não completadas não são computadas. Dos 30 contatos, obrigatoriamente oito ligações pela VAI devem ser efetivas, ou seja, o cliente aceitou ou recusou a ligação. E do total de oito, ao menos três precisam se converter na venda de algum produto.

Gestores ameaçam que a empregabilidade do bancário que não atuar na VAI estará em risco.

Metas no Itaú sobem, mesmo quando banco alega redução

Além disso, o Itaú alegou uma redução das metas em julho. Mas com base nas informações passadas por bancários, o Sindicato fez um cálculo comprovando o contrário: que houve aumento das metas. Veja abaixo.

Item Proteção: seguro que ponderava 10 caiu para 2; seguro que ponderava 5 caiu para 1. Em contrapartida, uma meta de 22.000 precisaria de 22 seguros de 100 X 10 = 1.000 X 22 = 22.000. Essa meta agora é 6.000, com um seguro de 100 X 2 = 200 X 30 = 6.000. Então são necessários 8 seguros a mais.

Nesta simulação, houve um aumento das metas em torno de 36%. O Sindicato apurou que na maioria das agências o aumento do item girou em torno de 30% para cima.

Evolui: justificativa para demitir

Nas agências existe uma ferramenta de avaliação chamada “Evolui”, por meio da qual os gestores avaliam os seus funcionários nas reuniões, baseados em eixos: X (vendas) e Y (a maneira como os colegas o avaliam). Com base nestes quesitos, os bancários são classificados em três quadrantes: “abaixo do esperado”, “dentro do esperado” e “acima do esperado”.

A pontuação máxima em cada um dos eixos é 5, mas o bancário é automaticamente classificado como “abaixo do esperado” se não tiver a certificação CPA, ou se o gestor “entender” que quer colocá-lo como abaixo do esperado, mesmo que pontue próximo de 5 nos eixos. “É uma avaliação subjetiva e uma justificativa para demitir”, afirma Marcia Basqueira.

Remuneração variável inatingível

Dentro do Programa GERA, o Gerente Geral Agência (GGA) e o Gerente de Agência (GA), poderão ganhar, a título de remuneração semestral, um valor determinado para cada cargo. Só que os gerentes ouvidos pelo Sindicato afirmam que pouquíssimos gerentes irão conseguir essa remuneração semestral, porque além de terem de atingir 1.200 pontos no programa mensal, ainda precisarão cumprir a porcentagem semestral exigida em cada item do GERA que, em alguns deles, chega a 200%. Ou seja, parece algo interessante na regra, mas inviável para a grande maioria na prática.

“Trabalhar em agência bancária hoje é desafiador. Tempo de fila, GERA, Evolui, Metas abusivas, falta de funcionários, VAI, etc. O ser humano está em segundo plano. Todos os dias precisam enviar e-mails com a produção, participar de calls ou reuniões via Teams. Aqueles que não trabalham nas agências parecem não lembrar o quão corrido é o trabalho em agência bancária. Desesperador”, afirma Marcia Basqueira.

O aumento de metas vem ocorrendo em meio ao fechamento de agências e da redução de postos de trabalho nas unidades que ainda permanecem em funcionamento. “Isto leva as agências e bancários remanescentes a ficarem mais sobrecarregados. Uma situação insustentável que está levando muitos bancários a adoecerem por causa do acúmulo de função, e da cobrança por resultados cada vez maior. Uma situação que precisa urgentemente ser revista pela direção do banco Itaú”, acrescenta Márcia.

“Vale ressaltar que o Sindicato e o banco estão criando um grupo de trabalho para discutir e entender ponto a ponto o programa GERA, com a possibilidade de construir um Acordo Coletivo de Trabalho justo e que contemple todos os trabalhadores”, diz Sérgio Francisco, dirigente sindical e bancário do Itaú.

Fonte: Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região

A negociações entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal com o banco, que haviam sido agendadas para esta semana (quarta-feira, 20, e quinta-feira, 21), para dar continuidade às negociações para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos empregados foram canceladas em decorrência da morte de um dos diretores do banco. As novas datas ainda não foram remarcadas.

“O cancelamento é justificável. Acreditamos que o mais importante é o fator humano que está envolvido”, disse o coordenador da CEE, Clotário Cardoso. Os debates desta quarta-feira (20) iam girar em torno da “jornada e das condições de trabalho” dos empregados e os de quinta-feira (21), sobre “Saúde do trabalhador e Saúde Caixa”.

“Os debates sobre estes temas serão remanejados. Divulgaremos as novas datas assim que o novo calendário for definido”, disse Cardoso.

Fonte: Contraf-CUT

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a morte do diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa Econômica Federal (Decoi), Sérgio Ricardo Faustino Batista. O corpo foi encontrado na área externa da sede do banco em Brasília na noite dessa terça-feira (19) por dois seguranças de plantão.

Responsável pelo acompanhamento de denúncias feitas dentro da instituição, a Decoi deveria ter papel essencial nas acusações de assédio sexual e moral feitas contra o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães.

Ele deixou o cargo em junho após os relatos de cinco funcionárias do banco virem a público. Na época, foram levantadas suspeitas de que a instituição já havia sido informada das denúncias e tentou abafar o caso.

A Caixa admitiu ter conhecimento das acusações, mas não informou mais detalhes sobre o caso. Faustino fazia parte da equipe que atuava diretamente com o gabinete da presidência.

Em depoimentos e entrevistas funcionárias do banco contaram que o problema começou em 2019 e que havia temor em denunciar o assédio, porque a direção do banco atuava para acobertar as acusações e intimidar as vítimas.


Pedro Guimarães, Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro: presidente da Caixa é próximo à família presidencial / Isaac Nóbrega/PR

Ele era servidor de carreira desde 1989. Ele alcançou o cargo de Diretor Executivo na gestão de Guimarães. Teve o nome aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração do banco em fevereiro deste ano e tomou posso em março.

De acordo com o site da Caixa, ele tem experiência de mais de vinte anos na área de Controles Internos e Risco e passou por processo seletivo para ocupar a chefia da Decoi. A página informa ainda que Faustino exerceu diversas funções gerenciais na instituição. 

Sérgio Ricardo Faustino Batista é natural de Teresina, capital do Piauí e morreu aos 54 anos. Ele se graduou em economia em Brasília e tem especializações e mestrado na área.

A Polícia Civil do Distrito Federal informou que, inicialmente, as investigações apontam para suicídio. O telefone celular de Faustino foi encontrado e será periciado.

Em nota, a Caixa Econômica Federal manifestou pesar pela morte do servidor e informou que colabora com as investigações.

Também em nota, Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) disse que a federação acompanhará os desdobramentos do caso e que se solidariza com a família, colegas de trabalho e família. "A gestão por medo de Pedro Guimarães deixou os trabalhadores doentes e a pesquisa da Fenae confirmou isso. Mesmo que a Caixa esteja implementando mudanças, nós observamos que não há nada de novo", ressaltou.

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), em manutenção do seu papel de defesa e valorização dos empregados da Caixa, lamenta profundamente a tragédia ocorrida com o empregado da Caixa e solidariza-se com a família, colegas de trabalho e amigos. A Federação acompanhará os desdobramentos do caso.
 


Se você está em sofrimento psíquico, procure ajuda profissional. O Ministério da Saúde disponibiliza um lista de canais e locais de apoio:

Serviços de saúde

CAPS e Unidades Básicas de Saúde: (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).

Emergência

Emergência SAMU 192, UPA, Pronto Socorro e Hospitais.

Centro de Valorização da Vida – CVV

141 (ligação paga) ou www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita.

Ligação 188 gratuita no estado do Rio Grande do Sul, em parceria SUS e CVV (para demais estados consulte calendário de implantação da linha gratuita em www.cvv.org.br ou www.saude.gov.br)

Fonte: Brasil de Fato

 

O Movimento Sindical Bancário, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da qual o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense é filiado, manifestou apoio ao movimento em defesa da educação pública de qualidade. O compromisso foi firmado na 2ª Conferência Nacional Popular de Educação (Conape), em documento de apoio enviado ao Fórum Nacional Popular da Educação (FNPE), que organizou o evento, em Natal, de 15 a 17 de julho.

O encontro, que reuniu movimentos sociais de todo o país em defesa do ensino público, gratuito, laico e de boa qualidade, discutiu caminhos para ampliar a luta pela educação universal, desmilitarizada, democrática, popular, com participação social e em defesa do legado do educador Paulo Freire.

No último dia do evento, com a participação de cerca de 2,5 mil pessoas, foi aprovada a Carta de Natal, com esse compromisso. Em um trecho, o texto diz que está sendo proposta “uma plataforma em defesa do Estado democrático de direito, em defesa das instituições republicanas, da vida e da soberania popular, dos direitos sociais e da educação, que mobilize ainda mais o amplo setor da sociedade”.

Entre as principais bandeiras de lutas das trabalhadoras e trabalhadores da educação, apresentadas na Conape, estão a revogação da Emenda Constitucional 95, que limita investimentos em saúde e educação, e de outras medidas que fragilizam as políticas sociais; a retomada de investimento na educação pública e em outras áreas sociais; e o fim do congelamento dos recursos primários associados ao poder executivo; entre outras.

“A presença da Contraf-CUT na Conape 2022 é uma importante manifestação de unidade da classe trabalhadora em defesa das causas populares e democráticas, como a educação pública, laica, gratuita e universal”, disse o secretário de Formação Sindical da Contraf-CUT, Rafael Zanon, que participou do evento. “A união será decisiva para que seja revertido o desmonte da educação que ocorre no país desde 2016, com o golpe contra a presidenta Dilma, e que ganhou no atual governo proporções nunca vistas antes”, completou.

Veja a seguir o documento de apoio ao movimento pela educação, enviado ao FNPE pela Contraf-CUT.

Contraf-CUT e trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro presentes na Conape 2022

O direito a uma educação pública gratuita, de qualidade e universal é uma luta permanente dos movimentos sociais e se insere nas pautas de reivindicação e mobilização também dos sindicatos. A Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro se junta a esse movimento, participando e apoiando a Conferência Nacional Popular de Educação 2022, por entender que a construção coletiva na defesa da educação é papel de toda população.

O Brasil é um dos países mais desiguais do planeta e o sistema educacional atual acaba por reproduzir e acentuar esse abismo. As grandes redes educacionais privadas, ao mesmo tempo que propagam uma educação não inclusiva ao incentivar e buscar uma educação paga, que vise o lucro e atenda aos interesses do mercado privado, utilizam sua influência política e poder econômico para atacar de todas as formas a educação pública, seja no Congresso Nacional ou nos governos neoliberais, que precarizam e sucateiam a educação pública. Também contam com apoio da grande mídia em campanhas que enfraquecem a imagem da educação pública na população.

O objetivo do projeto neoliberal é a privatização de todos os bens públicos a serviço da população, incluindo a educação, a segurança, a saúde e o sistema financeiro.

As experiências privatistas mostram que esse caminho exclui e desumaniza, divide as pessoas em classes sociais com diferentes acessos e direitos, transforma os cidadãos em apenas consumidores e os serviços públicos em mercadoria. A educação não pode ser mercadoria. A saúde não pode ser mercadoria, o acesso aos bancos deve ser universal e a segurança deve estar a serviço de todos e todas.

Assim como a luta na defesa do direito de todas as pessoas terem acesso ao sistema financeiro e a luta em defesa dos bancos públicos brasileiros não cabem apenas a nós trabalhadores do ramo financeiro, seria injusto depositar a luta em defesa da educação pública apenas aos profissionais da educação. Por isso a Contraf-CUT e os trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro somam forças nesse caminho. Apoiamos as deliberações da Conape 2022 e subscrevemos juntos a 
Carta de Natal 2022.

Fonte: Contraf-CUT

A possibilidade de realizar empréstimos consignados a partir de recursos que serão pagos às famílias por meio do Auxílio Brasil e às pequenas e microempresas pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), somada ao aumento do percentual de comprometimento da renda para até 40%, pode ampliar o endividamento dos brasileiros, o assédio moral e a sobrecarga de trabalho dos empregados da Caixa Econômica Federal, segundo a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

“Sabemos que se trata de uma medida no mínimo controversa, com prazo de validade somente até o final do ano, e que o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil não será suficiente para se adquirir uma cesta básica, ainda mais que há uma enorme carestia de preços no Brasil”, observou a presidenta da Contraf-CUT. “E os empregados da Caixa, o banco que mais atua no pagamento dos benefícios sociais aos brasileiros, podem se ver obrigados a cumprir metas de empréstimos consignados com lastro no benefício”, completou.

Assédio continua

Para o empregado da Caixa e dirigente da Contraf-CUT, Rafael de Castro, apesar de o banco dizer que a possibilidade de empréstimos consignados não vai gerar aumento das exigências por metas, na prática, já está havendo a cobrança. “A Caixa soltou um comunicado recomendando que se evite a oferta de produtos que agravem a situação de endividamento e baixa renda dos clientes, mas imediatamente depois lançou uma ação duplicando as metas e com premiação para quem aumentar a venda de produtos para pagamento em parcelas”, explicou. “Não houve mudança no cenário econômico e nem outros produtos que justifiquem a duplicação das metas. É óbvio que os empregados serão, mais uma vez, forçados a empurrar produtos que agravem a situação já grave dos beneficiários do Auxílio Brasil e das empresas que se enquadram no perfil a ser atendido pelo Pronampe”, completou e apontou que a política de cumprimento de metas, implementada no banco recentemente, prejudica o perfil banco público de atuação social e o aproxima dos bancos privados comerciais.

Em comunicados informais, a Caixa evidencia a alteração da regra do prestamista, que agora permite agendar o pagamento do boleto para 10 dias, para adequar as negociações ao produto no Pronampe.  Outra mudança informada é a premiação de todas as operações de crédito que tenham cross sell de Prestamista superior a 0,75% do valor da operação. Cross sell é a venda de produtos adicionais ao inicialmente contratado pelo cliente.

A sobrecarga de trabalho dos empregados, o assédio para cumprimento de metas e as demais questões relacionadas às condições de trabalho serão tratadas na reunião entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e o banco, agendada para esta quarta-feira (20) como parte das negociações específicas da Campanha Nacional dos Bancários sobre o tema.

“Vamos cobrar da nova direção da Caixa o compromisso assumido, há menos de duas semanas, de que não serão tolerados mais casos de assédio no banco, incluindo a prática de se imputar subjetivamente aos empregados responsabilidade por metas inalcançáveis e em produtos que não exigem a contratação de seguro, que, mantidas as instruções dos comunicados enviados, segue o mesmo rumo já traçado pela gestão Pedro Guimarães”, disse o coordenador da CEE Caixa, Clotário Cardoso.

Perda de direitos, da renda e endividamento

Segundo um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor da Cesta Básica está próximo de R$ 800,00, comprometendo 70% do salário mínimo. Os dados também apontam que 77% das famílias brasileiras estão endividadas, 29% com dívidas em atraso e 11% não terão como pagar as dívidas. O endividamento das famílias chegou a 52,6% da renda acumulada em 12 meses e o comprometimento mensal da renda com o serviço da dívida com o setor financeiro chegou a 28% da renda das famílias.

Para a presidenta da Contraf-CUT, o que pode parecer um benefício acaba sendo uma arapuca que vai prender as famílias em dívidas com os bancos. “Diante dessa conjuntura, ao invés de criar políticas de geração de emprego, aumento da renda, redução da inflação e correção da tabela do imposto de renda, o governo propõe medidas que irão gerar ainda mais endividamento para as famílias brasileiras, inclusive entre as mais vulneráveis que recebem o Auxílio Brasil, com a medida provisória que amplia a margem para o empréstimo consignado e autoriza esse tipo de empréstimo para beneficiários do Auxílio Brasil”, observou.

A medida permite que beneficiários do programa social se endividem com crédito consignado, o que significa que as parcelas a serem pagas aos bancos serão descontadas na fonte até o limite de 40% da renda dessas pessoas. de um lado o governo aumenta 200 reais no auxilio (que passa de 400 pra 600), mas por outro lado permite que 240 reais (40% dos 600) sejam descontados na fonte caso a pessoa pegue credito consignado junto aos bancos.

A taxa média de juros do crédito consignado encontra-se atualmente em 23% ao ano, aumento de 4,1 pontos percentuais nos últimos 12 meses. Isso porque as taxas para servidores públicos e aposentados é mais baixa e traz a média para baixo, mas se considerarmos apenas os juros do consignado para trabalhadores do setor privado a taxa está em 36,2% ao ano, aumento de 5,9 pontos percentuais nos últimos 12 meses.

“Desde a reforma trabalhista, a classe trabalhadora vem perdendo direitos e sua renda média caiu, com os salários sendo reajustados abaixo da inflação. Nós bancários conseguimos aumento real (acima da inflação) graças às campanhas com negociações muito duras. Mas, infelizmente, esta não é a realidade da maioria dos trabalhadores”, completou.

Os salários médios dos empregados com carteira assinada tiveram reajuste abaixo da inflação nos três anos posteriores à reforma trabalhista (2018-2020), de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). A queda acumulada entre 2018 e 2020, em termos reais, foi de cerca de 10%.

Fonte: Contraf-CUT

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicará em 1º de agosto, no Diário Oficial da União, a nova regra que determina que os planos de saúde não poderão mais limitar o número de consultas e sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) ainda não se manifestou sobre a medida, aprovada no início de julho pela ANS e que passará a valer com a publicação.

“A atenção à saúde psicológica e até mesmo física dos bancários, com lesões por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares (LER/DORT), é necessária e urgente. O fim da limitação do número de consultas para o tratamento desses problemas pela Cassi sempre foi uma reivindicação nossa”, aponta o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. A categoria está entre as mais afetadas por doenças do trabalho, fenômeno intimamente relacionado às pressões por metas, acúmulos de funções e a sobrecarga comuns à atual rotina do bancário.

Antes da decisão da ANS, os planos eram obrigados a conceder uma cobertura mínima, que variava de 12 a 18 sessões por ano, podendo chegar a 40 ao ano, dependendo do transtorno tratado. “Essa quantidade sempre foi insuficiente para a demanda real das bancárias e bancários”, ressalta João.

Segundo dados do INSS, compilados pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), entre 2012 e 2021, doença foi a maior razão de afastamento dos bancários, responsável por 74,3% dos casos, contra 25,7% por acidentes. Os adoecimentos mais comuns registrados foram depressão, ansiedade, estresse e LER/DORT. O Observatório de Saúde do Trabalhador, do Ministério Público do Trabalho, aponta ainda que a incidência de doenças mentais e tendinites entre bancários é de três a quatro vezes maior que a da média da população.

Fonte: Contraf-CUT

As feijoadas dos bancários e das bancárias, promovidas pelo Sindicato Bancários da Baixada Fluminense, já tem datas definidas no mês de julho.

A Sede e a Sub-Sede do Sindicato, em Duque de Caxias e Nova Iguaçu, estarão prontas para receberem bancárias e bancários, nas tradicionais e mais concorridas feijoadas da Baixada Fluminense.

Confira as datas:

- 22 de Julho – Nova Iguaçu (sexta-feira)
- 28 de Julho – Duque de Caxias (quinta-feira)

Até lá!