Dezembro 19, 2025
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Banco não tem motivos para retirar direitos dos trabalhadores

O banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 24,879 bilhões, com crescimento de 12,3%, em relação a 2016 e de 0,4% no 4º trimestre, na comparação com os três meses anteriores. A rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado –ROE) ficou em 21,8%, com aumento de 1,5 pontos percentuais em doze meses.

“Os trabalhadores contribuem para que o lucro do banco não pare de crescer. Não existe motivo para que o Itaú queira retirar direitos dos trabalhadores, ou forçá-los aceitar novas regras que lhes prejudiquem. Os bancários do Itaú se esforçam para que o banco obtenha bons resultados e precisam ser reconhecidos por isso”, destaca Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, também destacou a responsabilidade social do banco. “O Itaú é um dos entusiastas, quem sabe até patrocinador, da reforma trabalhista. Um dos argumentos utilizados para a aprovação da reforma foi o de que haveria criação de novos postos de trabalho. O banco deveria cumprir seu papel social e promover uma grande contratação de funcionários”, cobrou. Com o anúncio do balanço, a Contraf-CUT já solicitou ao banco a antecipação do pagamento aos trabalhadores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), assim como o Bradesco já anunciou que fará.

O coordenador da COE do Itaú também observa que, o banco consegue pagar todos os custos que tem com os trabalhadores e ainda sobra 60,2% das receitas obtidas por meio da prestação de serviços e com as tarifas bancárias, sem contar outras receitas com as demais operações realizadas. Somente com prestação de serviços e tarifas o banco arrecadou R$ 35,8 bilhões em 2017, um crescimento de 7,7% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, as despesas com pessoal cresceram apenas 4,3%, no mesmo período.

“As tarifas cobradas dos clientes são muito altas, anda mais se observarmos que muitas vezes os serviços são realizados por eles próprios. O banco deveria contratar mais funcionários para que seus clientes recebessem atenção humanizada”, disse Jair.

Em 2017 o Itaú fechou 133 agências físicas e abriu 25 agências digitais, ou seja, fechou, em média, 5 agências físicas para cada agência digital aberta. Nesta análise fão foram considaradas as 71 agências físicas do Citibank.

Veja abaixo uma tabela com o resumo dos dados do balanço do Itaú, ou clique aqui para ler a íntegra da análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Fonte: Contraf-CUT

A Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense convida todas e todos seus associados para o desfile do Bloco "Vestiu uma Camisinha Listrada e Saiu Por Aí", organizado pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro,  que acontecerá no próximo dia 9 de fevereiro, sexta-feira. 

Será seu vigésimo sexto ano de existência, e a agremiação abordará o tema “Prevenção”. Distribuindo preservativos durante todo o percurso, a ideia é conscientizar a população dos benefícios de se prevenir, evitando riscos prejudiciais à saúde. Em parceria com a escola de samba G.R.E.S Unidos da Tijuca, tetracampeã do carnaval carioca, a bateria nota dez da comunidade do Borel, nomeada de Pura Cadência, vai ditar o ritmo e animar ainda mais os foliões. 

Concentração 

A concentração começará às 17 horas, no Buraco do Lume, em frente à Avenida Nilo Peçanha, e após duas horas, o desfile terá início, passando pela rua México em direção ao seu ponto final, que será na Cinelândia. O desfile que tem média anual cerca de duas mil pessoas, tem a expectativa de superar sua própria marca. Aproximadamente 2.500 pessoas são aguardadas no bloco, para dar início oficialmente ao carnaval.

O golpista e ilegítimo Michel Temer pediu socorro aos empresários para conseguir aprovar a reforma da Previdência ainda no primeiro semestre deste ano. Ele repassou uma lista com quase 90 deputados indecisos que deverão ser pressionados pelos representantes do mercado a votar a favor da medida.

Temer se apropriou da estratégia usada com sucesso pelo movimento sindical brasileiro para pressionar parlamentares e impedir a aprovação de mais esse retrocesso. A ação começou desde que a proposta de reforma foi anunciada e popularizou o lema “Se votar, não volta”, uma referência à eleição deste ano, quando muitos deputados brigarão para se reeleger. 

O novo texto do projeto de reforma da Previdência está previsto para entrar na pauta de votação da Câmara dos Deputados a partir do dia 19 de fevereiro. A estratégia de Temer, revelada pela agência 'pró-mercado' Reuters, demonstra, mais uma vez, que o governo golpista e seus aliados no Congresso Nacional estão pouco se importando com a vontade e a opinião da maioria da população brasileira.

Clique aqui e veja matéria completa. 

Fonte: CUT BRASIL

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia as regras e a forma definidas para o processo eleitoral do Funcef (o fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal).

Os problemas já começam na definição da Comissão Eleitoral. Desde 2006, quando os empregados da Caixa participantes do fundo conquistaram o direito de votar para escolher os diretores da Funcef, o processo eleitoral era conduzido pelos participantes e a Comissão Eleitoral era formada por três representantes dos participantes, dos da Caixa e um da Funcef. Nesta eleição, os participantes perderam um membro na comissão, o que favorece a patrocinadora.

Além disso, o pequeno prazo entre a publicação do edital, as inscrições de candidatos e o início da votação prejudica a organização das chapas, a difusão e o debates sobre as propostas e fere princípios básicos da democracia.

As regras preveem que, para que uma chapa possa concorrer ao pleito, tenha que, obrigatoriamente, ter 1.000 manifestações prévias de apoio de participantes do fundo, e proíbe a manifestação de apoio a mais de uma chapa, o que, na prática, obriga o participante a votar antes do início da eleição.

Por fim, ao definir a internet como única plataforma de votação, o processo eleitoral exclui os participantes que não têm acesso à internet. Isso parece algo pouco importante nas regiões Sul e Sudeste do país, mas o fato é que existem diferentes condições de conectividade e acesso a tecnologias por parte de ativos e aposentados nas diferentes regiões do país, que não foram consideração na elaboração das regras do pleito e, por isso podem levar a que participantes percam o direito de voto.

A Contraf-CUT defende eleições amplas, inclusivas e participativas, que privilegiem o debate e permitam aos participantes definirem o perfil da Funcef a partir das propostas em disputa.

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)

Veja o Edital de Divulgação das Eleições da Funcef 2018
Veja o Regulamento das Eleições Funcef 2018
Baixe o requerimento para inscrição de chapa
Baixe a ficha de qualificação de dirigente
Baixe a ficha de qualificação de conselheiro
Baixe o modelo de currículo profissional

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense sempre se fez presente e forte no incentivo de levar ao Legislativo propostas que favoreçam a categoria bancária.

E, na pessoa do Coordenador Pedro Batista Fraga Henriques, e com o apoio do Deputado Estadual André Ceciliano, o SindBaixada é o maior incentivador de mais esse projeto de lei que irá favorecer e muito a categoria bancária.

O PROJETO DE LEI Nº 3433/2017 que "INSTITUI FERIADO ESTADUAL BANCÁRIO A QUARTA-FEIRA DE CINZAS E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIA" entrou em tramitação ordinária em 1ª discussão.

Em alguns Estados, o Dia do Bancário já é uma realidade. E agora o Rio de Janeiro dá mais um passo para mais esta conquista importante para a categoria.

O Congresso Nacional volta do recesso nesta segunda-feira (5) com a missão dada pelo presidente mais impopular da história de aprovar a qualquer custo a Reforma da Previdência. A pauta é a mesma: prejudicar o trabalhador e beneficiar empresários e banqueiros aprovando às pressas uma reforma que é validada por apenas 14% da população, segundo pesquisa encomenda pelo próprio Palácio do Planalto.

A diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, alerta para as falsas premissas e argumentos usados pelo governo para tentar convencer as pessoas que a reforma é positiva. “O governo mistura regimes de previdência diferentes como do funcionalismo público ao do regime geral para justificar um débito que não existe. Além disso, não considera a totalidade das receitas da Seguridade Social (que inclui saúde, assistência social e previdência) e que é superavitária”, explica.

O presidente da Fenae, Jair Ferreira, destaca que a rejeição e o menosprezo às leis trabalhistas pelo governo não permitiu uma ampla discussão com a sociedade sobre temas que afetam diretamente a vida das pessoas. “A reforma exigirá que os brasileiros contribuam durante 40 anos para receber 100% do benefício de aposentadoria e estabelecerá uma idade mínima sete anos maior que a média atual. Isso é inaceitável”, destaca.

No dia 19 de fevereiro, data prevista para a reforma entrar na pauta da Câmara dos Deputados, todos os trabalhadores brasileiros estão convocados para participar do “Dia Nacional de Luta”, com greves, paralisações, assembleias e atos públicos contra mais esse retrocesso. A palavra de ordem é “Se botar pra votar, o Brasil vai parar”.

Aniquilamento dos direitos
Um dos principais problemas da Reforma da Previdência é o mínimo de 65 anos de idade (homens) e 62 (mulheres) para a concessão da aposentadoria, desde que se complete ao menos 25 anos de contribuição. O projeto desconsidera, por exemplo, o fato de que brasileiros vivem menos em regiões pouco desenvolvidas e, assim, não desfrutarão muito do merecido benefício.

Se analisarmos por estado, existe uma diferença de 8,4 anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre a maior expectativa de vida, registrada em Santa Catarina, e a menor, no Maranhão. Enquanto a esperança de vida dos catarinenses é 79 anos, para os maranhenses é 70,6 anos. A discrepância é o retrato das diferenças entre as regiões do país. As possibilidades de aposentadoria apenas pelo tempo de contribuição ou pela soma deste com a idade serão extintos.

A PEC também altera as regras para as mulheres que passarão a se aposentar apenas três anos antes dos homens, mesmo trabalhando cerca de 7,5 horas a mais por semana devido à dupla jornada de trabalho. A proposta para alteração do tempo de contribuição obrigará os servidores públicos a contribuírem por, no mínimo, 25 anos para se aposentarem - 10 anos a mais que o estabelecido na regra hoje. Isso para receber apenas 70% da sua renda média no período contribuído.

Com a aprovação da reforma, o trabalhador receberá 70% da renda média se aposentar com 25 anos de contribuição. O valor percentual aumentará gradualmente até completar os 100%. Em outras palavras, para receber o valor integral do benefício, o empregado terá de contribuir durante 40 anos.

Para privar ainda mais os direitos dos trabalhadores, a fórmula de cálculo para pensões por morte será alterada para pior. Poderá haver acúmulo de aposentadoria e pensão, mas só se a soma dos benefícios não chegar a dois salários mínimos. Além disso, o valor a ser recebido pela pensão deixa de ser integral e passa a corresponder a 50%.

A proposta do governo Temer só vem consolidar a inadimplência da União, que desvia os recursos devidos ao setor para pagamento dos juros aos bancos.  O sistema previdenciário deveria ser tratado como política de Estado e, ao invés de eliminar o conjunto de benefícios da população, deveria se analisar a forma de financiamento.

“Não podemos aceitar essa mudança na Constituição Brasileira e que só prejudica o trabalhador. Temos que mobilizar fortemente a sociedade, ir para rua no próximo dia 19, para evitar que o Congresso concretize a reforma sem qualquer diálogo com o empregado e suas entidades”, finaliza Fabiana Matheus.

Fonte: Fenae

Com o objetivo de informar os trabalhadores sobre as principais propostas da Reforma da Previdência (PEC 287-A), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) disponibilizou, nesta sexta-feira (2), um material informativo sobre o tema.

O conteúdo, além de tirar dúvidas, também alerta sobre as consequências,  caso a PEC 287-A seja aprovada no Congresso Nacional.

Clique aqui e veja o Informativo sobre a Reforma da Previdência.

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco vai atender o pedido do movimento sindical para antecipação do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O pagamento será efetuado na sexta-feira (9/2).

O valor deve ser equivalente ao salário de setembro de 2017, acrescido da importância de R$ 2.243,58, limitado a R$ 12.035,71, ou a distribuição mínima de 5% do lucro líquido, até o limite de 2,2 salários ou R$ 26.478,75.

Em face do lucro obtido em 2017, será adicionado, proporcionalmente a cada funcionário, valor complementar até os limites estabelecidos na Convenção Coletiva de Trabalho, de forma que o total de PLR distribuída será equivalente a 5% do lucro líquido, abatendo-se a parcela paga em 15 de setembro do ano passado.

Fonte: Contraf-CUT

Não é uma surpresa. O governo jogou a toalha e praticamente reconheceu que não conseguirá aprovar este ano a reforma da Previdência. É o que se depreende das últimas declarações do presidente Michel Temer e do vice-líder do governo na Câmara, Rogério Rosso, que negociava ainda mais concessões ao funcionalismo público.

De acordo com Rosso, o governo não tem mais de 240 votos na Câmara, quando precisa de 308. Houve, no ano passado, momentos em que chegou a contar com 280. O apoio à reforma tem caído no Congresso.

Ninguém imaginava que, em ano eleitoral, os congressistas passassem a apoiar um tema tão impopular. Deram certo o lobby e a pressão do funcionalismo público. Deu certo a campanha baseada nas falácias disseminadas pela Anfip e corroboradas pelo vergonhoso relatório do senador Hélio José, aprovado pela CPI da Previdência. Confirmou-se a previsão pessimista que fiz em outubro passado.

O movimento contra a reforma culminou ontem com a manifestação ridícula de juízes em Brasília, defendendo privilégios como o absurdo auxílio-moradia a que todos os magistrados e procuradores têm direito graças a uma decisão ainda mais absurda do ministro Luiz Fux em 2014.

Nem os aclamados heróis da Lava Jato, paladinos da moralidade na gestão pública, escapam. O juiz Marcelo Bretas foi à Justiça para garantir que a mulher, também juíza, pudesse receber o benefício, apesar de ambos morarem em apartamento próprio no Rio. O juiz Sérgio Moro acumula os R$ 4.378 no contracheque, mesmo sendo proprietário de imóvel em Curitiba desde 2002, noticia hoje o jornal Folha de S.Paulo.

O Judiciário é sem dúvida o setor do funcionalismo cujos privilégios mais custam ao setor público. Pelo menos 70% dos juízes recebem vencimentos acima do teto salarial estabelecido pela Constituição, graças a penduricalhos e verbas indenizatórias. Na aposentadoria, juízes e procuradores mantêm um sem-número de regalias.

São raríssimas as manifestações favoráveis à reforma previdenciária entre integrantes da Justiça e do Ministério Público. Quando o então procurador-geral Rodrigo Janot denunciou o presidente Michel Temer no ano passado, não foram poucas as especulações de que se tratava, na verdade, de um movimento político para deter a reforma.

As evidências contra Temer não foram suficientes para a Câmara aceitar as duas denúncias contra ele. Apesar de ter recebido o empresário Joesley Batista tarde da noite no Palácio Jaburu e de ter-lhe indicado um intermediário flagrado dias depois arrastando uma mala recheada com R$ 500 mil em propina, os deputados julgaram que os fatos não eram suficientes nem mesmo para abrir investigação.

Mas foram suficientes para que Temer gastasse todo seu capital político na tentativa de se safar. Na hora de aprovar a reforma da Previdência, não tinha sobrado mais nada. Mais perto da eleição, sem muita margem de manobra orçamentária, o jeito foi fazer concessão sobre concessão.

Deixaram-se de lado as mudanças nos programas de assistência social disfarçados de Previdência. Mudou-se a idade mínima de homens e mulheres. Criou-se uma escala de transição. Militares e professores foram agraciados com situações especiais. Tudo para facilitar a aprovação.

Como resultado, as economias previstas numa década caíram pela metade, de R$ 800 bilhões para R$ 400 bilhões – quase nada diante de gastos anuais que chegam perto do trilhão de reais. Mas pelo menos foi mantida a alma da reforma: unificar os regimes para servidores públicos e funcionários da iniciativa privada.

Pois, sem a aprovação, nem isso teremos. Continuaremos a ter duas classes de brasileiros. Embora a Constituição garanta que todos são iguais, há uma lei para o funcionalismo, outra para os demais.

Aqueles dependurados nas mamatas e os ideólogos que – por ignorância, má-fé ou simplesmente burrice – negam as leis mais básicas da economia não deixarão de celebrar. Mas a gravidade ainda está em vigor na natureza. Os corpos caem. Um dia a ficha cairá também.

A reforma se tornará inevitável no próximo governo. O economista Paulo Tafner diz que, em três anos, já será impossível fazê-la sem reduzir benefícios concedidos. Será então necessário o algum tipo de autorização legal para retirar os famigerados “direitos adquiridos” em nome da emergência nacional nas contas públicas.

Foi o que aconteceu em Portugal e na Grécia, onde o valor de pensões e aposentadorias teve de ser reduzido. A alternativa, como demonstra o caso grego, é o governo simplesmente deixar de pagar. Será então hora de se voltar àqueles que hoje lutam com tanta energia contra a reforma e pela manutenção das regalias e dizer: bem feito!

Fonte: G1

A Contraf-CUT publicou um boletim sobre o problema que é tão recorrente no sistema financeiro. O material está disponível no setor de Publicações do site

O mercado de trabalho sempre foi conhecido como um ambiente de alto índice de competitividade e hostilidade. Em tempos de crise, quando a oferta de serviço cresce no mercado, este cenário é potencializado. E quem mais sofre com isso é o trabalhador, já que o assédio moral também aumenta.

Pesquisa divulgada recentemente pela agência de empregos Vagas.com, mostra que 52% dos entrevistados disseram ter sofrido algum tipo de assédio, sendo, 84% desses casos praticados pelos chefes das vítimas ou por alguém que possuía um cargo maior. Ainda segundo a pesquisa, 87,5% dos entrevistados relataram não denunciarem esses atos pelo medo de sofrerem represálias e, principalmente, perder o emprego. E mais, aqueles que disseram denunciar o assédio moral, 74,6% afirmou que os agressores continuaram na empresa mesmo após a denúncia e não foram punidos.

Os números são ainda piores numa pesquisa realizada com 5.151 pessoas na América Latina revela que, em 2016, 55% deles já presenciaram ou sofreram algum tipo de discriminação ou assédio no ambiente de trabalho.  Os resultados também apontam que metade dos entrevistados (50%) já sofreram desigualdade no trabalho, tanto em relação ao gênero, raça ou orientação sexual.

Os dados foram coletados pela Workana, plataforma de trabalho freelancer com atuação em toda a América Latina. Segundo a pesquisa, 74% das entrevistadas do sexo feminino afirmam terem sofrido algum tipo de discriminação ou assédio.

A Contraf-CUT reforça a importância da denúncia. “Precisamos falar e denunciar as práticas de assédio moral dentro dos bancos e não aceitar como algo natural ou que faz parte das relações e organização do trabalho. Só assim poderemos acabar com essa prática que faz tão mal à saúde dos trabalhadores”, reforçou Walcir Previtale, secretário de Saúde da Contraf-CUT. “O assédio moral é um problema que distorce as relações de trabalho e transforma o ambiente de trabalho em um ambiente adoecedor. Alguém que vive o assédio moral pode desenvolver problemas de saúde, como a Síndrome do Pânico, Síndrome de Burnout, depressão, estresse emocional, levando até mesmo, ao suicídio”, completou.

A Contraf-CUT publicou um boletim sobre o problema que é tão recorrente no sistema financeiro. O material está disponível no setor de Publicações do site.

O que é Assédio Moral

O assédio moral é a exposição de alguém a situações humilhantes, constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício das funções. Essa conduta abusiva, em razão de sua repetição ou sistematização, atenta contra a personalidade, dignidade ou integridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho.

Existem diferentes tipos de assédio. O primeiro deles é o assédio descendente, que é o tipo mais comum de assédio. Se dá de forma vertical, de cima (chefia) para baixo (subordinados).

Seu principal objetivo é desestabilizar o trabalhador, de forma que este produza mais por menos, sempre com a impressão de que não está atingindo os objetivos da empresa, que, na maioria das vezes, já foram ultrapassados.

Existe também o assédio ascendente. Trata-se de tipo mais raro de assédio, que também se dá de forma vertical, mas de baixo (subordinados) para cima (chefia). É mais difícil de ocorrer, pois geralmente é praticado por um grupo contra a chefia, já que dificilmente um subordinado isoladamente conseguiria desestabilizar um superior. A principal causa são subordinados com ambição excessiva. Geralmente, existe um ou dois funcionários que influenciam os demais, objetivando alcançar o lugar do superior.

Outro tipo de assédio é o paritário. Esse ocorre de forma horizontal, quando um grupo isola e assedia um membro - parceiro. Seu principal objetivo é eliminar concorrentes, principalmente quando este indivíduo vem se destacando com frequência perante os superiores.

Assim sendo, o assédio moral na prática é o ato de expor o empregado a situações humilhantes (como xingamentos em frente dos outros empregados), exigir metas inatingíveis, negar folgas e emendas de feriado quando outros empregados são dispensados, agir com rigor excessivo ou colocar "apelidos" constrangedores no empregado são alguns exemplos.

Ressalte-se que o assédio moral é repetitivo, ou seja, é caracterizado por ações reiteradas do assediador. Portanto, devem-se diferenciar acontecimentos comuns e isolados que ocorrem nas relações de trabalho (como uma "bronca" eventual do chefe) das situações que caracterizam assédio moral. Se constantemente a pessoa sofre humilhações ou é explorada, aí sim temos assédio moral.

Vale destacar que algumas situações que podem identificar um empregado que está sendo assediado: isolado dos demais colegas; impedido de se expressar sem justificativa; fragilizado, ridicularizado e menosprezado na frente dos colegas; chamado de incapaz; torna-se emocionalmente e profissionalmente abalado, o que leva a perder a autoconfiança e o interesse pelo trabalho; propenso a doenças ou; forçado a pedir demissão.

Algumas situações que podem identificar o agressor, podendo ser um chefe ou superior na escala hierárquica, colegas de trabalho, um subordinado para com o chefe ou o próprio empregador (em casos de empresas de pequeno porte). São aqueles que: se comportam com gestos e condutas abusivas e constrangedoras; procuram inferiorizar, amedrontar, menosprezar, difamar, ironizar, dar risinhos; fazem brincadeiras de mau gosto; são indiferentes à presença do outro; solicitam execução de tarefas sem sentido e que jamais serão utilizadas; controlam com exagero o tempo de idas ao banheiro; impõe horários absurdos de almoço, etc.

Importante frisar que não existe uma lei específica para repressão e punição daqueles que praticam o assédio moral. No entanto, na Justiça do Trabalho a conduta de assédio moral, se caracterizada, gera indenização. O assédio moral praticado pelo empregador ou por qualquer de seus prepostos autoriza o empregado a deixar o emprego e a pleitear a rescisão indireta do contrato.

Já na Justiça criminal, conforme o caso, a conduta do agressor poderá caracterizar crimes contra a honra, como a difamação e injúria, contra a liberdade individual, em caso, por exemplo, de constrangimento ilegal ou ameaça. A reparação decorrente de danos morais está condicionada à existência de um ato ilícito e culposo, bem como a existência de nexo de causalidade entre o ato e o resultado.

Fonte: Contraf-CUT