Abril 30, 2025
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O descaso do Banco do Brasil com seus funcionários ganha novos episódios lamentáveis e absurdos. No último dia 27 de abril, um funcionário de uma agência Estilo do banco, em Belo Horizonte, foi exposto a uma arma de fogo no interior da unidade em horário de expediente bancário.

O caso ocorreu quando um cliente que não conseguiu sacar determinada quantia expôs sua arma de fogo ao funcionário que o atendia. O trabalhador conseguiu acionar a Polícia Militar e, neste meio tempo, uma funcionária que já havia passado por experiência semelhante em outra agência entrou em desespero, se escondendo debaixo de uma mesa em estado de pânico.

Segundo o que foi relatado a diretores do Seeb BH, a PM já encontrou a situação praticamente sob controle ao chegar à agência.

O sindicato destaca que, diante deste grave fato, o tratamento dado pelo banco à informação causa estranheza. Para se ter ideia, a Superintendência de Minas Gerais só foi comunicada no dia 2 de maio. Além disso, a Gerência Regional de Pessoas (Gepes-BH) e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) somente receberam a notícia no dia 3 de maio, por meio do próprio Sindicato.

Nem a Superintendência e nem a administração da agência haviam acionado a Gepes-BH ou o SESMT para que fossem adotadas as medidas cabíveis em relação aos funcionários afetados.

O Seeb BH, quando comunicou a Gerência Regional de Pessoas sobre os fatos, reivindicou a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) aos funcionários. A entidade argumentou que, se os bancários sofrerem algum tipo de transtorno em razão da violência, seja com manifestação imediata ou tardia (estresse pós-traumático), eles estarão respaldados e protegidos pela Lei 8.213/91. O Banco do Brasil, porém, segue resistente e ainda não emitiu a CAT.

Além de exigir a emissão imediata do documento, o sindicato denuncia a insensibilidade do BB com seu maior patrimônio, que são os trabalhadores.

Para o funcionário do Banco do Brasil e diretor do Sindicato, Márcio Chaves, o BB não pode descumprir normativos e leis, inclusive colocando em risco a vida de seus funcionários. “É lamentável que a Gepes-BH e o SESMT não tenham sido, imediatamente, comunicados da ocorrência, prova que são consideradas instâncias acessórias e de menor valorização pelo banco”, afirmou.

O sindicato reivindica que as agências bancárias tenham portas com detectores de metal em suas entradas. Esta ocorrência, por exemplo, poderia ter sido evitada caso a unidade contasse com o equipamento de segurança.

Fonte: Seeb BH

Com taxas de juros extorsivas, que "enforcam" a economia real e colaboram para a estagnação do crescimento, os grandes bancos que atuam no Brasil também têm contribuído com a elevação do desemprego. Desde 2015, o setor, que registra sucessivos lucros bilionários, cortou cerca de 50 mil postos de trabalho no país. Só nos primeiros três meses deste ano, foram 2.226 vagas extintas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

De janeiro a março, apenas os três maiores bancos privados –  Itaú Unibanco, Santander e Bradesco – registraram lucro líquido de R$ 14,3 bilhões. No ano passado, os três grandes privados, mais o Banco do Brasil – as quatro instituições com ações listadas na Bolsa – somaram R$ 57,63 bilhões em lucros. Em 2016, esse número foi de R$ 50,2 bilhões e, em 2015, alcançaram a cifra de R$ 61,9 bilhões, de acordo com a consultoria Economática

Já o fechamento de vagas – o número de demitidos menos o de contratados –, nesse mesmo intervalo foi de 17.905, em 2017, alcançou 20.553, no ano anterior e, mesmo em 2015, quando os lucros foram recordes, 9.886 postos de trabalho no setor bancário foram extintos. Os quatro bancos somavam certa de 330 mil trabalhadores, em 2017, e quem mais cortou vagas foi o Bradesco, com redução de 9,2% no total de empregados em relação ao ano anterior. 

Em dezembro do ano passado, os dispensados ganhavam em média R$ 7.456. Já a média salarial dos contratados foi de R$ 4.139, o que representa apenas 56% da remuneração dos desligados. Os dados são do Caged. 

Junto da redução de postos de trabalho, fecham também as agências bancárias. Só em 2017, as quatro instituições acabaram com 1.296 delas, segundo estudo divulgado pelo Dieese. O Itaú Unibanco anunciou, ainda em 2015, que em 10 anos pretendia fechar metade da sua rede bancária, que hoje tem cerca de 3.500 agências pelo país.

Segundo o técnico do Dieese Gustavo Cavarzan, trata-se de uma "reestruturação produtiva" do setor bancário, que agora pretende maximizar seus resultados reduzindo suas estruturas. Mas ele diz que nem sempre foi assim. De 2003 a 2011, os bancos conciliavam a ampliação dos negócios, com o crescimento do número de agências e de funcionários, mas, desde 2012, quando começaram os cortes, passaram a apostam na terceirização e nos avanços da tecnologia. 

Com a terceirização, os bancos têm se utilizado dos chamados "correspondentes bancários" – quando outros estabelecimentos comerciais, lotéricas e agências dos Correios, por exemplo, passam a oferecer serviços financeiros, em parceria com os bancos.

"Esses estabelecimentos fazem contratos com os bancos para prestarem determinados serviços, só que os trabalhadores não são bancários, não têm os direitos previstos em convenção da categoria, têm salários muito menores, entre outros fatores. Assim, os bancos conseguem expandir suas atividades sem contratar, ou até mesmo demitindo", explica Carvazan. 

Outro processo ainda mais decisivo é a intensificação da tecnologia no setor bancário, que vem contribuindo para o aumento do desemprego. Estudo divulgado pela própria Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta que 35% de todas as operações bancárias hoje são realizadas por meio de smartphones, e só em 2017, os grandes bancos investiram R$ 19,5 bilhões em desenvolvimento tecnológico.

Contudo, apesar dos custos infinitamente mais baixos dessas transações, as tarifas bancárias não apenas não reduziram, como seguem subindo. O técnico do Dieese destaca que, segundo relatório do Bradesco, o custo das operações virtuais é de cerca de 3% do que seria se elas fossem realizadas numa agência. Ainda assim, as tarifas bancárias tiveram reajuste de cerca de 9%, segundo o Dieese, frente a uma inflação oficial de 2,95%, no ano passado.

"A gente não vê esse movimento, que está no discurso dos bancos – que os clientes seriam beneficiados com a redução de custos –, sendo reproduzido na prática. As tarifas seguem aumentando muito acima da inflação geral. Essa redução de custos está sendo totalmente apropriada pelas empresas", ressalta Gustavo.

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, os avanços tecnológicos são importantes, mas não podem ficar a serviço apenas dos banqueiros. "É preciso transações seguras, com a redução do valor das taxas para população, com melhores serviços e melhores condições de trabalho para a categoria." Ela lembra que outra consequência negativa é que o uso das novas tecnologias pode aumentar a exclusão de parcela mais pobre da população, além daqueles que vivem em áreas afastadas, fora dos espaços urbanos, e que não contam com fácil acesso à internet. 

Ivone ressalta que todas essas inovações servem para "precarizar" ainda mais as relações de trabalho no sistema financeiro. "Os trabalhadores sempre tiveram de se mobilizar para conquistar seus direitos, e isso não vai mudar. No ano passado, durante negociação salarial, os trabalhadores conseguiram incluir cláusula para garantir a requalificação e realocação de trabalhadores atingidos pelo avanço tecnológico. "Esperamos que todos os bancos cumpram o compromisso." 

FONTE: Rede Brasil Atual

No ano passado, 251 empresas de capital aberto distribuíram aos seus acionistas R$ 79,63 bilhões, maior valor desde 2010, quando as mesmas empresas repassaram R$ 90,62 bilhões. A distribuição de dividendos e juros sobre capital em 2017 foi 13,31% maior que no ano anterior. E os bancos foram o setor com maior volume financeiro distribuído aos acionistas, com R$ 28,3 bilhões em 2017, valor que corresponde a 35,63% do total distribuído pelas 251 empresas pesquisadas. O levantamento foi divulgado pela Economatica, maior empresa de informações financeiras da América Latina.

Segundo dados compilados pela Bloomberg, pelo segundo ano consecutivo, em 2017 o Itaú foi o maior pagador de dividendos e juros sobre capital próprio entre as empresas de capital aberto do país. 

 “Os bancos no Brasil têm ganhos cada vez maiores e seus acionistas e altos executivos se beneficiam disso. Por outro lado, demitem cada vez mais, sobrecarregam bancários, levam milhares de trabalhadores ao adoecimento por conta do uso sistemático do assédio moral como ferramenta de gestão e precarizam o atendimento aos clientes, que pagam tarifas cada vez mais altas. Sobra ganância e falta responsabilidade social ao setor”, critica a diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e bancária do Itaú Marta Soares.

Graças à lei 9.249, sancionada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1995, a distribuição de lucros e dividendos aos acionistas é totalmente livre de qualquer imposto.

“Uma reforma tributária que torne o nosso sistema progressivo, no qual quem ganha mais paga mais, e não o contrário como ocorre hoje, é uma das principais bandeiras de luta do Sindicato. Entre os países membros e parceiros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), somente Brasil e Estônia não tributam lucros e dividendos”, enfatiza Marta.

 “A tributação de lucros e dividendos seria uma das alternativas para alcançar o equilíbrio fiscal, mas o governo Temer prefere não incomodar o topo da pirâmide. Opta assim por retirar direitos trabalhistas; congelar investimentos públicos por 20 anos; tenta afastar a aposentadoria pública de milhões de brasileiros. O nosso sistema tributário, extremamente regressivo, está na origem da nossa imoral desigualdade social”, conclui a diretora do Sindicato.

O levantamento da Economática foi elaborado considerando empresas que têm dados disponíveis de 2010 até 2017. Portanto, empresas que deixaram de publicar seus dados ou que entraram no mercado após 2010 ficaram de fora da amostra. Para o levantamento foram consideradas as informações contábeis entregues pelas empresas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Fonte: Seeb SP

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho acrescentou à condenação imposta ao Banco Bradesco S.A. a indenização de R$ 8 mil por danos morais à bancária cujo plano de saúde fora cancelado pelo empregador quando estava aposentada por invalidez. O primeiro e o segundo graus tinham negado a indenização por entender que não houve prova de ofensa à honra; mas, segundo os ministros, nesse caso, basta demonstrar o ato ilícito e a relação de causa para gerar o dever de reparar.  

Na reclamação trabalhista, a bancária pediu a reinclusão dela e de seus dependentes no plano de saúde, do qual o Bradesco os retirou em 2006, passados cinco anos da aposentadoria por invalidez.

Tanto o juízo de primeiro grau quanto o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) determinaram o retorno do benefício com base na Súmula 440 do TST e também a reparação por dano material, em razão dos gastos que a família teve por causa do cancelamento.

O TRT, no entanto, manteve a parte da sentença de primeiro grau em que foi indeferido o pagamento de indenização por danos morais. Adotou-se o fundamento de que não houve prova de ofensa à honra ou à imagem da bancária e de tratamento humilhante ou abuso de direito por parte do empregador, que justificassem a reparação por danos morais.

No recurso de revista ao TST, a aposentada alegou que não pode ser negado seu desgaste moral, porque “foi impedida de ter acesso à assistência médica digna, principalmente quando tinha doença profissional, sobrevivendo dos escassos proventos da aposentadoria por invalidez”, disse. Para ela, o cancelamento do plano de saúde pelo Bradesco, que sabia de sua situação, demonstra a culpa do empregador pela exclusão indevida do benefício.

O relator do recurso de revista, ministro Hugo Carlos Scheuermann, afirmou que, de acordo com a jurisprudência do TST, o cancelamento do plano de saúde, quando o empregado está aposentado por invalidez, implica o dever de indenizar.

Quanto à necessidade de prova do dano moral, o ministro explicou que, no caso, o dano é in re ipsa. Essa circunstância não exige comprovação do prejuízo moral, pois ele decorre automaticamente do ato ilícito, “bastando a demonstração do ato e do nexo causal (relação de causa), os quais ficaram evidenciados no processo”, disse.

A decisão foi unânime, mas a bancária apresentou recurso de embargos à Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do TST, com o objetivo de rediscutir o valor da indenização. O presidente da Primeira Turma, ministro Walmir Oliveira da Costa, em despacho monocrático, não admitiu os embargos.    

(GS)

Processo: RR-154600-67.2009.5.01.0015

 

FONTE: TST

Nesta segunda-feira (7), o Bradesco reintegrou a funcionária Apohena Araújo Lopes por força de medida judicial emanada da 5ª Vara do Trabalho de João Pessoa (TRT 13), deferida no dia 3 de maio. Pela sentença, a bancária, que foi demitida quando estava de licença-saúde para tratamento de doença ocupacional, vai receber todos os direitos e vantagens inerentes ao cargo, bem como o pagamento dos salários vencidos, acrescidos dos direitos e vantagens a eles vinculados, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 5 mil a seu favor.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves a equipe do escritório de Marcelo Assunção e Advogados Associados foi brilhante e agiu com celeridade em favor da bancária vítima do abuso cometido pelo Bradesco. “Essa foi mais uma vitória dos trabalhadores ante a prepotência e ganância dos bancos, que sequer estão respeitando os bancários que adoecem quando estão se desdobrando ao máximo para contribuir com seus lucros recordes. Ainda bem que a Justiça do Trabalho tem reparado esses absurdos e devolvido os funcionários aos seus postos de trabalho. Nós, enquanto representantes da categoria, estamos atentos aos ataques aos direitos dos funcionários. É por isso que defendemos a filiação sindical, como forma de fortalecer cada vez mais as entidades representativas dos trabalhadores, que estão ainda mais vulneráveis sob os ditames da nova legislação trabalhista”, concluiu.

Fonte: Seeb PB

“Sou um otimista moderado (…) o lado de lá não tem nomes. Onde foram parar José Serra, Aloysio Nunes, Aécio Neves (senadores tucanos)? O que fazem da vida? Não digo que aqui está ótimo, está complicadíssimo, porque eles desorganizaram o país e só eleições livres, diretas e sem perseguição do Judiciário vai pacificar o povo”, disse o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Franklin traçou um panorama do cenário político-eleitoral recente e observou que ninguém ganha eleição sem debater temas que são problemas das grandes multidões. "Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi eleito porque falou da inflação. O PT foi eleito porque promoveu a inclusão social. Como a direita quer ser eleita agora dizendo que vão acabar com a Petrobras, a Eletrobras, com bancos públicos e excluir o Nordeste da economia? Eles querem fazer uma manipulação de massa mas estão entalados", disse.

“Deram um golpe e disseram que não era golpe, que era impeachment. Disseram que acabariam com a corrupção, que era culpa do PT. E disseram que ajeitariam a economia em seis meses. Agora, apesar de todo o massacre midiático, boa parte do povo sabe que foi golpe. Segundo, quem deu o golpe foi uma quadrilha com nomes como o Eduardo Cunha. Eles eram os corruptos. Terceiro, depois de um ano de Michel Temer (MDB), o Brasil está com a miséria crescendo, desemprego. Estão destruindo o país e estão sem discurso”, completou.

O ex-ministro participou do programa Contraponto, exibido nesta segunda-feira (7) pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela RBA. O programa teve a participação do blogueiro Eduardo Guimarães e da jornalista Ana Claudia Mielke, do coletivo Intervozes, com mediação da presidenta do sindicato, Ivone Silva.

Ivone lembrou entrevista da ex-presidenta Dilma Rousseff, ao jornal argentino Página 12, em que afirmou que a mídia brasileira passou a fazer política e liderou um "ambiente de caos", disse Ivone. O jornalista ressaltou que “toda mídia faz política, o que temos de novo é a mídia se comportando como um partido político e usando concessões públicas para fazer este trabalho”.

Franklin falou sobre o fato de a democratização da mídia ter de passar por um processo de regulamentação, algo que existe na grande parte do mundo democrático, em países como França, Estados Unidos e Inglaterra.

“Quando falam em regulamentar a imprensa, acusam de censura. Mas o cartel da imprensa é que vem censurando tudo que vai contra o programa político deles de retrocesso, de fim da democracia. Eles só conseguem dominar o país escondendo informações e o que eles pensam”, disse.

Como exemplo, citou a natureza do tríplex atribuído a Lula, que o levou ao cárcere há um mês. “Acho estarrecedor. Passou-se ainda ideia de que o tríplex era um imóvel de luxo. Precisou o MTST ir lá para vermos que o que existe é um apartamento modesto que tampouco era de Lula. Por que nunca mostraram isso? É censura.”

O jornalista reiterou que acredita no retorno da democracia. “A direita não tem mais para onde ir. Em 1964 deram um golpe contra expectativas de mudanças. Desta vez, deram um golpe contra experiência de mudança. A essência deles faliu. Quando o povo é encarado como ativo, quando o Nordeste é incluído na economia, o país fica forte. Quando tudo isso se dissipa, ficamos neste nada, nesta vergonha. Mas eles vão passar, serão tirados.”

Para ele, essa retomada democrática não tem data, mas quando vier, carece de fortalecimento das instituições populares. “Na reconquista, vamos precisar de um sistema político melhor, de um Judiciário que não seja de castas nem partidário. E na mídia, precisaremos de pluralidade. Só o voto não é suficiente, temos que ter possibilidades de liberdade, o povo tem que ser mais ouvido.”

Panaceia ou realidade?

Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, questionou o ex-ministro sobre a eficácia real de se criar formas de regulamentar a mídia. “Na Argentina diziam que a Lei de Meios seria uma panaceia. O projeto foi elogiado na ONU e aqui foi vendido como censura. Mas lá, mudou o governo e tudo foi desfeito com um estalar de dedos”, disse.

“Não tenho a visão de que regulação é panaceia. Acho uma necessidade para a democracia, mas não vai resolver todos os problemas. O Bolsa Família também não resolve tudo. Precisamos de um conjunto de políticas públicas. Na Argentina, fizeram a lei e a direita atacou, mas isso não significa que, quando a direita perder, a Lei de Meios não vá voltar", respondeu o ex-ministro. "Brasil e Argentina não são iguais. A Argentina é um potro fogoso, forma maioria política e perde com rapidez. O Brasil é um elefante, não pula a cerca e não tira a pata do chão. Aqui, as transformações são lentas."

Ana Cláudia, do Intervozes, questionou sobre os porquês de nem Lula, nem Dilma terem criado mecanismos de democratização da mídia. “Havia um setor da economia que queria derrubar o PT em conjunto com os meios de comunicação que tornaram o golpe viável. Por que esse assunto gera um receio na esquerda? Falar de regulação econômica da rádio difusão?”, perguntou. Para Martins, o fato de nunca termos regulamentação no setor, “naturalizou” a ideia de censura.

“Nunca tivemos regulação. Sou a favor da regulamentação das concessões e não da mídia. Tem que cumprir obrigações para ter concessão pública. Todas as áreas nesse modelo têm, como transportes. Sempre dizem que é censura, o que é uma mentira, porque no mundo inteiro existe. A sociedade precisa de pluralidade. Eles naturalizaram essa ideia, desde os anos 1950, de que não precisa de regulamentação, como se a concessão fosse propriedade de grupo econômico (…) Vê se alguém fala que controle é censura quando se fala de França ou Inglaterra”, completou.

FONTE: Rede Brasil Atual

No primeiro trimestre, as entidades sindicais perderam 80% de suas receitas e arrecadaram R$ 34,6 milhões. Em igual período de 2017, segundo dados do Ministério do Trabalho, os sindicatos haviam recebido R$ 170 milhões. De acordo com o Dieese, a queda se dá pela "reforma" trabalhista e o fim da obrigatoriedade do imposto sindical.

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirma que a contribuição sindical é a coluna vertebral do movimento e a nova legislação fragiliza as entidades. "A partir de agora, com a lei, os trabalhadores não têm mais o imposto descontado e quem quiser contribuir deve fazer individualmente. Isso é visto na Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma medida antissindical, que constrange o trabalhador e pode tirar da base da empresa quem escolher ter vínculo com o sindicato", explica, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

Para Clemente, essa fragilização tem como objetivo barrar a resistência dos trabalhadores na retirada de direitos e retrocessos previstos na nova legislação trabalhista promovida pelo governo Temer. Ele acrescenta que o momento exige que o empregado se sindicalize. 

"Se o trabalhador não tiver a clareza que o sindicato é seu escudo de proteção, a lei auxilia na quebra dessa coluna. O momento é do trabalhador observar o jogo que o setor empresarial faz e estar junto do sindicato. Se tem alguma crítica à entidade, vai na assembleia ou na diretoria reclamar, mas precisa estar junto ao sindicato", diz Clemente. 

O diretor técnico do Dieese lembra que só por meio da ação dos sindicatos foi possível obter conquistas no passado. "Veja se o trabalhador prefere ganhar o piso da categoria ou o salário mínimo, ou escolher entre a hora extra e adicionais ou o que está na lei. Um estudo do Banco Mundial mostra que os países sem sindicatos fortes são sociedades mais desiguais, ou seja, no mundo todo os sindicatos aumentam o padrão de direitos e de proteção social."

 

FONTE: Rede Brasil Atual

A nova Lei Trabalhista (Lei 13.467), não pode ser aplicada aos processos ajuizados antes de 11 de novembro de 2017. A reforma deve ser aplicada de acordo com a Constituição Federal e as convenções e tratados internacionais e os juízes do Trabalho, em suas decisões, não podem ser tolhidos na sua livre convicção motivada. Esta foi uma das 103 resoluções do 19º Congresso Nacional da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), ocorrido de 2 a 5 de maio, em Belo Horizonte (MG).

Aprovou-se, também, tese pela qual se entende inconstitucional qualquer norma que blinde o conteúdo dos acordos e convenções coletivas de trabalho da apreciação da Justiça do Trabalho, inclusive quanto à sua constitucionalidade, convencionalidade, legalidade e conformidade com a ordem pública social; e, da mesma forma, a que denuncia como autoritária e antirrepublicana toda ação política, midiática ou administrativa que impute ao juiz do trabalho o “dever” de interpretar a Lei nº 13.467/2017 de modo exclusivamente literal.

Leia mais no site da Anamatra.

Fonte: Contraf-CUT

A situação das mulheres em relação aos trabalhos domésticos não tem avançado. Segundo o IBGE, elas trabalham dez horas a mais que os homens, com jornada dupla e pouca ajuda em casa.

A divisão do tempo entre o trabalho assalariado e o doméstico é a rotina de quase 93% das mulheres e de 78% dos homens que trabalham fora de casa. A diferença é que as mulheres trabalham 21 horas por semana em casa, e os homens apenas 11 horas.

Depois de oito horas de trabalho numa empresa, Elisete chega em casa e começa uma nova jornada: os afazeres domésticos e o cuidado com a família. "A minha vida é assim. Chego do trabalho e vou fazer o serviço de casa também para não acumular muito", conta em entrevista ao repórter Jô Myiagui, da TVT.

Varrer, cozinhar, lavar a roupa e louça. Essas atividades de cuidados com o lar não aparecem nas estatísticas econômicas, mas o trabalho é o mesmo de faxineiras, empregadas domésticas, cuidadora de idosos e babás.

"Mulheres acabam saindo do trabalho porque não têm com quem deixar o seu filho e vão trabalhar dentro de casa, cuidando da criança. Isso não é remunerado ou valorizado pela sociedade", afirma Márcia Viana, da Secretaria de Mulheres da CUT.

Quando o governo Temer apresentou a reforma da Previdência tinha como objetivo igualar a idade de aposentadoria para homens e mulheres, sem levar em conta a dupla jornada. “Ele achava privilégio a mulher viver por mais anos, quando na verdade ele não considerava em nada essa segunda jornada de trabalho, como se tudo fosse feito sozinho ou magicamente", diz Rachel Moreno, psicóloga do Observatório da Mulher.

Políticas públicas como construção de creches, escolas de tempo integral e até restaurantes populares podem ajudar na redução desse trabalho extra. "No Brasil, o que nós temos é uma restrição das despesas do Estado, tirando inclusive a verba e reduzindo a quantidade de creches", acrescenta Rachel.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

A 3ª Conferência Nacional dos Financiários definiu, nesta sexta-feira (4), a minuta de reivindicações que deverá ser apresentada à Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), no início da Campanha Nacional da categoria, que tem como data base 1º de junho.

Jair Alves, coordenador do coletivo das financeiras, revela que o objetivo é manter a atual Convenção Coletiva de Trabalho, com ajustes. “Esta será a primeira negociação após a Reforma Trabalhista. Por isso temos que garantir a manutenção dos nossos direitos, com garantias de que a nova lei não nos afete.”

Antes da apresentação para a bancada patronal, o material deve passar pela avaliação do Comando Nacional dos Bancários e da categoria, por meio de assembleias.

Para Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, a grande batalha desse ano vai ser dialogar com os trabalhadores sobre o quanto as eleições são estratégicas para a gente. “Nós queremos manter nossos direitos ou queremos perder ainda mais direitos? A nova lei trabalhista trouxe uma série de prejuízos para a classe trabalhadora e nós não vamos resgatar isso se não mantivermos a democracia, o direito de manifestação popular. A gente precisa dizer isso para os trabalhadores. Está na hora de unir a classe trabalhadora, pois juntos somos mais fortes. A males que vem para o bem. O ruim disso tudo é a perda de direitos, mas o bom é uma classe trabalhadora mais unida, politizada e fortalecida.”

Na manhã desta sexta, Barbara Valejos, técnica do Dieese na subseção do Dieese na Contraf-CUT, fez um relato sobre a reunião de coordenação do Macrossetor de Serviços da CUT, realizada ontem, que mostrou a importância da organização de base. Barbara ainda abordou o compartilhamento das sindicalizações.

“A cada ano a Conferência Nacional dos Financiarios cresce na participação das representações e avança na qualidade dos debates específicos do ramo financeiro, o que me deixa muito otimista para conquistarmos mais”, afirmou Katlin Salles, do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

“Os financiarios do estado do Paraná, representados pela Fetec PR, precisam se engajar nesta luta, participando das instancias de deliberações e atos, para que juntos consigamos manter e agregar anseios da categoria” afirmou Eliane Fontana, Diretora do Ramo Financeiro na FETEC- PR.

Emprego

Na tarde de quinta-feira (4), Catia Uehara, economista do Dieese baseada no Sindicato dos Bancários de São Paulo, apresentou um estudo sobre o emprego nas financeiras. A Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS-MTE) registrou a existência de 5.624 financiários em dezembro de 2016. Essa categoria de trabalhadores representa 0,7% do total do emprego no sistema financeiro formal (853.575).

Quando se observa a evolução do emprego no setor financeiro no período compreendido entre 2006 e 2016, nota-se que os financiários tiveram aumento de 17,3% no emprego, passando de 4.796 trabalhadores em 2006 para 5.624 em 2016. Tal crescimento foi inferior à média observada para o Sistema Financeiro (28,7%).

Por outro lado, as financeiras aumentaram significativamente a contratação de correspondentes bancários no período. Em dezembro de 2007, as financeiras haviam contratado 4.134 correspondentes bancários. Em dezembro de 2016, esse número subiu para 34.568, representando aumento de 736,2%.

A remuneração média dos financiários aumentou 15,5%, em termos reais, entre 2006 e 2016, ganho superior àquela percebida na média do Setor Financeiro (7,6%).

Quanto ao perfil, os dados dos Registros Administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego, demonstram que as mulheres são maioria (57%) entre os financiários, porém, recebem remunerações, em média, 31,9% inferiores à dos homens.

Fonte: Contraf-CUT