Abril 30, 2025
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A intervenção federal no Rio de Janeiro, iniciada em fevereiro, não conseguiu conter a insegurança no estado e ainda provocou o aumento da violência nas favelas e na periferia. A conclusão é da Comissão Popular da Verdade, que divulgou o relatório denunciando a situação de militarização, nesta quarta-feira (25).

O documento aponta o aumento das taxas de letalidade, tiroteios e chacinas em todo o território fluminense, principalmente nas periferias e favelas dos centros urbanos. "Muito próximo às escolas do Campus Maré 2 e a creche na Vila dos Pinheiros registramos mais de 100 marcas de tiros no chão", relata Marcelo Dias, do Movimento Negro Unificado.

O número de tiroteios, por exemplo, cresceu 60% nos meses de intervenção, em relação ao mesmo período do ano passado, somando 4.005 registros em 2018, frente aos 2.503 registros em 2017. "Observa-se também um aumento de 53% nas mortes ocasionadas em ações policiais. Salta de 125 casos para 191 dados", conta a líder comunitária do Jacarezinho, Fabíola Alves.

Segundo o texto publicado, os dados apontam que, após cinco meses de intervenção, o combate à violência não melhorou. As conclusões apontam para o agravamento de uma situação que já era preocupante antes da chegada das forças armadas. "O que nós temos assistido é um aumento da violência, principalmente nas periferias. Às vezes, nas favelas, a gente nem consegue tomar muito conhecimento porque a coisa é escondida", lamenta Dilceia Quintela, integrante da comissão.

A Federação das Organizações de Moradores de Favelas considera que a solução para a violência não passa pela militarização. Já a mãe da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em março, prestou solidariedade e lembrou do posicionamento da parlamentar. "Ela falava que não queria que a intervenção fosse nesse nível, ela estava lutando contra isso, para ser de uma maneira clara, mas foi uma vítima", afirma Mônica Cunha.

A Comissão Popular da Verdade tenta, sem sucesso, entregar as conclusões para o interventor e pretende denunciar que o caos na segurança é de responsabilidade do governo Temer. "Esse relatório além de ser encaminhado às comissões do Legislativo para que possam fazer alguma coisa", acrescenta Virgínia Berriel, também integrante da comissão.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

O Brasil tem 27 milhões de desempregados. A reforma trabalhista do pós golpe, aprovada sob o pretexto de ampliar o mercado de trabalho, resultou no inverso: um em cada quatro brasileiros procuram trabalho e não conseguem. Muitos empregados perdem direitos.

Os bancos, exímios apoiadores do golpe, colaboram fortemente para esse cenário que agrava a crise no Brasil. Desde 2016, eliminaram 40 mil postos de trabalho bancário.

Por isso, na quarta rodada de negociação da Campanha 2018, realizada na quarta-feira (25), o Comando Nacional dos Bancários cobrou dos negociadores da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma garantia para os empregos e a contratação de bancários com todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho, independente da remuneração ou escolaridade. E que os novos tipos de contratos previstos pela lei pós-golpe, como intermitente, temporário e terceirizado, só possam ser feitos mediante negociação com os sindicatos.

Os bancos reconheceram esses dados e afirmaram não querer promover demissões ou troca de bancários por empregados precarizados. E falam em “confiança” ao se recusar a colocar isso na Convenção Coletiva de Trabalho.

“Se dizem que não vão contratar intermitentes, temporários, terceirizados, por que não assinam, não colocam na CCT?”, questionou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Cobramos que a Convenção Coletiva tem de valer para todos, inclusive os hipersuficientes (leia mais abaixo) e queremos garantias. Negociação prevê assinatura, é assim que se firma compromissos.”

A dirigente lembrou que o que está acontecendo no Brasil já deu errado em outros países. “Esse tipo de legislação que retira direitos, enfraquece o mercado interno, o sistema previdenciário. Todos perdem para o 1% mais rico ganhar ainda mais”, ressaltou Juvandia.

Os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) e compõem a mesa de negociação, empregam em torno de 90% da categoria. Em 2017 lucraram juntos R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5% em relação a 2016. No primeiro trimestre deste ano já atingiram R$ 20,6 bi em lucro, 18,7% a mais do que no mesmo período de 2017.

“Esse setor que ganha tanto, deve muito ao Brasil e aos brasileiros. Tem plenas condições de contratar mais bancários e ajudar a reduzir a extrema pobreza que desde o golpe só aumentou no país.”

Nova rodada no dia 1º
O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban voltam a se reunir em 1º de agosto, em São Paulo, para debater as cláusulas econômicas. Os bancários reivindicam aumento real para salários, vales, auxílios e piso, PLR maior. A categoria cobra ainda respeito à igualdade de oportunidades e de ascensão profissional para todos nos bancos. 

“Lembramos aos negociadores da Fenaban que eles ficaram de apresentar uma proposta final na rodada do dia 1º. Até agora os bancos prometeram analisar a maior parte das reivindicações e queremos respostas efetivas para apresentar aos bancários. Chegou a hora de resolverem se querem mesmo resolver a campanha na mesa de negociação, como disseram na primeira rodada de negociação, em 13 de junho”, lembrou a presidenta da Contraf-CUT.

Principais reivindicações e as respostas dos bancos

CCT para todos
O Comando cobra que a CCT valha para todos os trabalhadores dos bancos, independentemente do nível de escolaridade ou da faixa salarial. Inclusive os hipersuficientes (que têm salários acima de R$ 11.291,60 e nível superior), que representam cerca de 90 mil empregados de bancos públicos e privados, e correm risco de perder direitos da CCT e a PLR. Os bancos não garantiram, mas ficaram de analisar a reivindicação.
Banco de horas
Os representantes dos trabalhadores não querem acordos individuais porque os bancários não têm governabilidade para resolver suas folgas, não podem negar o que é determinado pelas chefias. A lei pós-golpe libera esses acordos individuais e compensação em seis meses. O Comando disse não, explicando que os bancos muitas vezes marcavam a folga em cima da hora. E destacou que se precisa de um ano para compensar, é porque precisa de gente e tem de contratar. Uma nova proposta deve ser apresentada pela Fenaban.
Garantia no emprego e contra dispensa imotivada e em massa
Os bancos se negaram a garantir empregos e cláusula contra as demissões em massa, sob o argumento de que isso pode criar problema, travar a entrada e saída do mercado. O Comando lembrou que metade do setor tem trabalhadores estáveis e que isso nunca quebrou nenhuma empresa.
Garantia da gratificação de função
Os trabalhadores reivindicam que o banco não poderá reduzir ou retirar o valor da gratificação/comissão em quaisquer hipóteses. Mas a Fenaban afirmou que isso promove injustiça. Para os dirigentes sindicais, injustiça é com quem perde a gratificação e esse quadro causa insegurança para todos.
Terceirização e outras formas de contratação pós-golpe
Diante da lei trabalhista do pós-golpe, que liberou a contratação de terceiros e a contratação de empregados por tempo parcial, intermitente ou autônomos, os dirigentes sindicais querem proibir a troca de bancários por trabalhadores precarizados. A Fenaban pediu um crédito de confiança e informou que os bancos não estão terceirizando nem têm planos de fazer isso, ou utilizar esse tipo de contratação, mas não aceitaram colocar isso na CCT. Os dirigentes do Comando Nacional dos Bancários insistiram que se não será feito, pode e deve estar garantido na CCT.
Trabalho em home office
A Fenaban afirma querer avançar neste tema, permitindo um modelo híbrido que mescle uma parte do trabalho em casa e uma parte no banco, para o qual querem apresentar uma proposta. O Comando disse que a proposta deve levar em conta as condições de saúde e que não tenha custo do trabalho para o bancário.
Comissão sobre mudanças tecnológicas
Sobre a criação de uma comissão bipartite para debater, acompanhar e apresentar propostas em razão dos projetos de mudanças tecnológicas e os impactos no emprego bancário, a Fenaban informou que entendeu a mensagem, mas que existe uma preocupação sobre o sigilo das empresas e irá refletir sobre o tema.
Agências digitais
Os trabalhadores reivindicam que os serviços em agências bancárias digitais sejam desempenhados exclusivamente por bancários, visando garantir a qualidade de atendimento e proteção do sigilo bancário. Também querem que sejam respeitadas jornada e pausas para refeição e descanso de forma a proteger a saúde e evitar sobrecarga de trabalho. O Comando cobrou ainda o livre acesso dos dirigentes sindicais a essas unidades. A solicitação será analisada pela Fenaban, que dará resposta em uma nova rodada de negociação.
Homologação
O ato homologatório deve ser realizado nos sindicatos diante de sua função fiscalizadora da rescisão contratual e do devido pagamento de todos os direitos dos trabalhadores. Os bancos ficaram de analisar para informar se colocam na CCT, mas querem quitação total do contrato de trabalho após a homologação. Os dirigentes sindicais explicaram que a homologação abrange muita gente e que a quitação total depende de cada bancário.

 

 

Fonte: Contraf-CUT

É preciso que o país cobre imposto sobre os lucros e dividendos, defendeu a presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, em vídeo exibido na TV 247. Em 2017 foram distribuídos no país quase R$ 80 bilhões de lucros e dividendos sem cobrança de imposto de renda, graças a uma lei de Fernando Henrique Cardoso, sancionada na década de 1990.

“Para o país ter uma tributação mais justa é preciso zerar os impostos dos alimentos”, afirma ainda Ivone Silva ao relacionar as medidas de reforma tributária que poderiam reduzir a carga de impostos sobre os salários dos trabalhadores. Nesse sentido, ela defende também a taxação de grandes fortunas e o recolhimento sobre bens de luxo, como helicópteros e iates, de acordo com o princípio de que quem ganha mais, paga mais.

A reforma é destacada pela presidenta do sindicato em função das eleições deste ano, que terá a carga tributária entre seus temas de debate. “Em 2018 temos a chance de mudar tudo isso, temos uma nova eleição para presidente, deputados federais, governadores, senadores, e temos de eleger pessoas que vão legislar pelos trabalhadores, pelos que ganham menos e não só para os milionários, como tem acontecido”, disse.

No vídeo, Ivone aborda também cinco mitos sobre o tema da tributação no país. Ela refuta a ideia de que se cobra muito imposto de renda, e confronta a alíquota máxima de IR, de 27,5%, com 39,6%, que é quanto se cobra nos Estados Unidos. Ela comenta também sobre carga tributária e impostos sobre latifúndios, que são mínimos, apenas 0,04% de toda a arrecadação do país.

Clique aqui e assista o vídeo: 5 mitos sobre os impostos 

Fonte: CUT Nacional

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu com o banco na terça-feira (24) para obter informações sobre Score de Qualidade de Vendas (SQV). O objetivo era entender porque tantos trabalhadores estão sendo penalizados após a implantação do sistema, muitas vezes sem ao menos saber o porquê da punição.

Os trabalhadores também questionaram a transparência e reclamaram dos problemas de saúde que podem ser gerados pelo programa de avaliação de qualidade dos serviços implantado pelo banco, devido à pressão para o cumprimento de metas e pelo risco de demissão.

“Ouvimos as explicações do banco sobre o SQV e questionamos o impacto que ele gera nos programas próprios de remuneração dos funcionários, uma vez que se trata de um programa que analisa a performance dos funcionários.”, disse o Jair Alves, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Segundo o banco, o programa foi implementado para evitar vendas casadas, fraudulentas aos clientes depois de receber diversas reclamações de clientes que alegavam não ter adquirido determinados produtos, mas os terem os valores descontados de suas contas.

Uma central proativa liga para os clientes para confirmar, ou não, o interesse na aquisição do produto, ou serviço. No caso de não confirmação, a venda é cancelada e o funcionário é penalizado e seu nome é adicionado na tabela que aponta as penalizações. Os pontos são mantidos na tabela por 12 meses.

“Vamos orientar os sindicatos a irem até suas bases para confrontar as informações com os funcionários que vivem o dia a dia do trabalho nas agências e são avaliados de acordo com o sistema”, disse Jair.

O dirigente da Contraf-CUT disse que é um avanço um sistema que inibe as vendas casadas, uma luta antiga do movimento sindical, que discorda a prática de “empurrar” produtos para os clientes para atingir as metas abusivas de vendas que os bancários são obrigados a cumprir.

“Mas, queremos saber como vai ficar a questão da remuneração dos funcionários e a pressão dos gestores para que os mesmos cumpram suas metas. Isso pode gerar não apenas a redução dos rendimentos, como também a demissão com a justificativa de não cumprimento de metas”, explicou Jair. “Aí, entramos em outro ponto crítico que é o assédio moral e a pressão pelo cumprimento de metas, que tem levado tantos bancários ao adoecimento”, completou.

Vem ocorrendo demissões devido ao assédio moral no banco, que vem sendo realizado pelos gestores. As visitas às bases também terão a função de apontar quem são esses gestores que cometem assédio moral contra os funcionários.

AGIR
Outra preocupação da COE é com a Ação Gerencial Itaú para Resultados  (AGIR) e as influências do SQV sobre ele. Os resultados da AGIR são utilizados para definir a avaliação de desempenho dos funcionários e, consequentemente, suas remunerações pelos programas próprios de remuneração.

“Aqueles que batem as metas definidas recebem os adicionais destes programas, aqueles que não batem recebem apenas os valores definidos pela Convenção Coletiva de Trabalho da categoria”, explicou o dirigente da Contraf-CUT.

Metas flutuantes
Outro ponto discutido sobre a AGIR é com relação a alteração das metas durante o período em que as mesmas têm que ser cumpridas e sem o conhecimento, nem o consentimento, dos funcionários. “Isso é mudar a regra do jogo com o mesmo em andamento. Este é um dos motivos pelos quais dizemos que tratam-se de metas abusivas”, criticou Jair.

 

Fonte: Contraf-CUT

O Banco Santander obteve um Lucro Líquido Gerencial de R$ 5,884 bilhões no 1º semestre de 2018, crescimento de 27,5% em relação ao mesmo período de 2017, com rentabilidade de 19,3%, alta de 3,4 pontos percentuais em doze meses. No trimestre, o crescimento foi de 5,8%. O lucro obtido nos seis primeiros meses do ano no Brasil representou 26% do lucro global que foi de € 3,752 bilhões (com crescimento de 4,0% em doze meses). Os dados são da análise que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos) Dieese sobre os dados do balanço apresentado pelo banco nesta quarta-feira (25).

     > Santander lucrou R$ 2,859 bilhões no 1º trimestre de 2018

“O banco continua lucrando cada vez mais no Brasil. “Com números expressivos como estes e a unidade brasileira continuando ser a mais lucrativa do grupo espanhol no mundo, o banco tem condições de atender todas as reivindicações de renovação do acordo específico do Santander e também a da Convenção Coletiva de Trabalho, que estão sendo discutidas na mesa de negociações com a Fenaban”, observa o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do Santander, Mario Raia.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 12,1% em doze meses, totalizando R$ 8,4 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR subiram 4,3%, atingindo R$ 4,6 bilhões. Com as receitas obtidas por meio de prestação de serviços e tarifas o banco consegue cobrir 183% das despesas com pessoal.

“A falta de reconhecimento da importância dos funcionários para a obtenção destes resultados é gritante. O crescimento das despesas que o banco tem com os trabalhadores representa um terço do crescimento obtido com as receitas de prestação de serviços e tarifas”, observou O dirigente sindical. “E olha que estas receitas são ínfimas perto daquelas que são obtidas com as outras transações financeiras”, completou.

Emprego
“O banco continua demitindo e gerando sobrecarga de trabalho aos seus funcionários. Um banco que lucra tanto quanto o Santander e tem no Brasil sua principal fonte de receitas do mundo não tem desculpa para continuar demitindo funcionários”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT.

     > Não há razão para demissões nos bancos

A holding encerrou o 1º semestre de 2018 com 48.008 empregados no Brasil, com abertura de 1.412 postos de trabalho em relação a junho de 2017, entretanto esse resultado se deve à consolidação dos empregados da tecnologia do banco, antes terceirizados pelas empresas Isban e Produban. Em relação ao 1º trimestre de 2018, o saldo foi de 847 postos fechados. O número de agências cresceu em sete unidades em doze meses.

Veja a íntegra da análise do Dieese.
 

Fonte: Contraf-CUT

Bancários de todo o país realizarão, nesta quarta-feira (25), às 9h, um Twittaço para reivindicar o direito ao emprego, mais respeito aos trabalhadores e também garantir que os bancários não sejam trocados por trabalhadores terceirizados. A terceira reunião da mesa de negociação do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban começará às 10h.

Na rede social, os trabalhadores utilizarão a hashtag #EmpregoÉbomEEuGosto em resposta aos fechamentos de postos de trabalho pelos bancos, que lucram cada vez mais com as suas altas tarifas.

Na semana passada, o movimento chegou à quarta posição entre os assuntos mais comentados no Brasil. A posição se manteve por aproximadamente duas horas. Nesta semana, o objetivo dos trabalhadores é de aumentar o desempenho.

Os clientes também podem participar do twittaço para expressar sua insatisfação com as altas tarifas, o atendimento precário e filas enormes, devido à falta de funcionários. 

 

Fonte: Contraf-CUT

Todos pelo emprego. Dirigentes sindicais bancários deslocaram-se de todo o Brasil para debater, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, as cláusulas da pauta de reinvindicações que tratam do emprego bancário.

Como em todas as semanas, na reunião desta terça-feira (24), os dirigentes analisaram uma série de dados que servirão de subsídios para a rodada de negociação com a federação dos bancos (Fenaban), que será realizada na quarta-feira (25).

“Desde 2016 os bancos extinguiram 41.304 postos de trabalho, período em que viram seus lucros crescerem como sempre. Ou seja, não há espaço para cortes tampouco para contratações que retirem direitos”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Consulta realizada com bancários de todo o Brasil coloca a manutenção de direitos e a garantia de emprego entre as prioridades da categoria. “E isso não é por acaso. Os cortes são ruins para quem fica também: o número de clientes por empregado subiu 13,3% no Bradesco; 6,9% no Santander; 14% na Caixa; 6,9% no Itaú; 6,7% no BB. Isso se traduz em sobrecarga, estresse, pressão por metas, assédio moral e o consequente adoecimento. É ruim para os bancários e para toda a sociedade”, ressaltou a dirigente.

“Na consulta, os bancários deixaram claro que estão mobilizados contra a retirada de direitos e as novas formas de contratação que a lei trabalhista do pós-golpe admite, como a terceirização ilimitada, os intermitentes, os temporários, os PJ, o home-office”, explicou Juvandia. “Por isso queremos garantir, na CCT, que nenhuma contratação será feita sem respeitar todos os direitos da categoria.”

Participe com a #EmpregoÉBomEEuGosto

Trabalhadores e clientes podem participar da pressão sobre os bancos, nesta quarta-feira, utilizando a ##EmpregoÉBomEEuGosto nas redes sociais. Um tuitaço está marcado para as 9h (clique aqui para ver o banco de tuítes com informações que apoiam a hashtag).

Fonte: Contraf-CUT

Uma transferência absurda de renda dos que têm menos para o setor mais rico do Brasil. Assim a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, classifica os dados divulgados na terça-feira (24) pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), informando que o pagamento de juros aos bancos é a maior despesa das famílias brasileiras. Foram R$ 354,8 bilhões transferidos da renda dos trabalhadores para as instituições financeiras em 2017, o que representa 17,9% de aumento real, ou seja, já descontada a inflação.

De acordo com o levantamento, o montante gasto pelas famílias com juros em 2017 superou os R$ 291,3 bilhões gastos com alimentação fora de casa, os R$ 154,3 bilhões dos gastos com transporte urbano e os R$ 129,9 bilhões pagos em aluguel.

“São os bancos agravando a já absurda desigualdade social no Brasil”, critica Juvandia. “E fazem isso também quando demitem milhares de bancários, agravando a crise de desemprego que faz com que um em cada quatro brasileiros esteja à procura de um emprego.” Desde 2016 os bancos extinguiram 41.304 postos de trabalho, período em que viram seus lucros crescerem como sempre.

De acordo com Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomércio-SP, os gastos das famílias com juros devem continuar em alta, reforçado pela baixa concorrência bancária no Brasil. Diante do crédito escasso, bancos cobram quanto querem para emprestar, mesmo pagando menos para captar dinheiro, já que a taxa oficial de juro no Brasil, a Selic, está baixa. Em 2017, as despesas com juros absorveram 10,8% da renda das famílias, contra 9,5% no ano passado.

Bancos cobram risco de não receber, mesmo com inadimplência em queda

Carvalho explica que uma série de fatores influencia a taxa cobrada. “Uma delas é o risco que os bancos dão a uma operação, o que aumenta em momentos de incerteza. Como tivemos uma recessão grande, esse risco de não pagamento aumentou, o que foi colocado dentro da taxa de juros”, explicou em reportagem de O Globo.

A inadimplência no Brasil, no entanto, está em queda: foi de 3,3% em maio, menos que os 4% registrados 12 meses atrás pelo Banco Central.

Já entre as empresas, os gastos com juros no ano passado foram de R$ 120,8 bilhões, queda de 3% - um indicativo da retração no ritmo da atividade econômica, que inibe a tomada do crédito.

Para o professor Silvio Paixão, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), para reduzir o peso dos juros na renda das famílias e das empresas, seria necessário haver a conjugação de três fatores: o crescimento do emprego, o que reduziria a percepção de risco por parte dos bancos; o aumento da renda disponível; e a maior oferta de crédito. “A perspectiva não é de queda, porque a renda das pessoas não aumentou. Elas então precisam fazer uso do crédito e, como não há espaço para amortizar essa dívida, acabam renovando essas operações”, avalia o professor na reportagem de O Globo.

“Mais uma razão para os brasileiros analisarem bem em quem votarão nas eleições de outubro”, diz Juvandia. “Qualquer programa de governo sério tem de ter propostas para a redução dos absurdos juros cobrados no Brasil, um dos mais altos do mundo. O fortalecimento dos bancos públicos, para fazer concorrência à taxa imposta pelos privados, é outro fator fundamental para o desenvolvimento do país.”

Fonte: Contraf-CUT

Em entrevista ao apresentador Rafael Garcia, da Rádio Brasil Atual, na tarde de segunda-feira (23), a coordenadora executiva da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Cristina Nascimento, afirmou que o atual período de seca no semiárido e no sudeste combinado com o que classifica como "forte ambiente de retrocesso político", contribuem para a possibilidade de o Brasil voltar a integrar índices de subalimentação que haviam sido superados em 2014, quando o país deixou de integrar o Mapa da Fome da ONU. 

Segundo a ativista, apesar da seca, o Brasil havia conseguido, sob os governos Lula e Dilma, desenvolver políticas públicas que atenuaram seus impactos, contornando inclusive, a fome como um problema social. Cenário muito diferente, diz, do encontrado agora, sob o governo golpista de Michel Temer.

"Esse processo do golpe trouxe à tona exatamente isso: a retirada das políticas de redução da pobreza do orçamento da União e a retirada de  estratégias principalmente para o semiárido, que é a região historicamente identificada como o lugar da fome, da pobreza e da miséria. Então, esse é o retrato que a gente encontra em 2018, que infelizmente é o contexto de denúncia que, para nós, não nos alegra", disse a coordenadora do ASA.

Para denunciar a iminência da volta do país ao Mapa da Fome, a Caravana Semiárido Contra a Fome, que parte de Caetés, interior de Pernambuco, percorrerá cidades das regiões Nordeste e Sudesta – ao longo de 14 dias de debates e atos públicos. O objetivo é chegar chegar, em 5 de agosto, à capital federal, onde pretendem denunciar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), os impactos ocasionados pelo retrocesso nas políticas públicas impostas contra a população pelo governo de Michel Temer.

A campanha é financiada por doações, que pedem ser feitas por meio de plataforma online.

 

ARTE CSCF/BDF/REPRODUÇÃOCaravana Semiárido Contra a Fome
Caravana conta com o apoio de Organizações, redes, movimentos sociais do Semiárido e também com contribuições onlines

 

FONTE: Rede Brasil Atual