Maio 03, 2025
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A Rede UNI Mulheres Brasil se reuniu nesta terça-feira (18) na sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo para definir as estratégias de luta para o próximo período. Dirigentes de entidades filiadas a diversas centrais sindicais marcaram presença.

“O próximo período vai ser difícil. É de fundamental importância estarmos articuladas, não apenas na Rede UNI Mulheres Brasil, mas contra toda a violação de direitos”, afirmou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), completando que o objetivo da reunião foi o de programar várias ações conjuntas tanto no Brasil quanto no âmbito internacional na Rede para enfrentar qualquer ameaça de retirada de direitos que impactem a vida das mulheres.

A próxima reunião será em fevereiro, mas ainda sem data e local definidos.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu na quinta-feira (13) com representantes do banco Santander para tratar sobre os aumentos abusivos nos planos de saúde; unificação nos cargos da área operacional; o sistema que determina rotas de deslocamento para o local de trabalho; e os novos modelos de agência que estão sendo implantados.

Veja abaixo como foi o debate sobre cada um dos temas:

Aumentos no plano de saúde
Em novembro de 2018, os bancários denunciaram as dificuldades para arcar com os gastos em saúde. Alguns relataram que já chegaram a desembolsar mais da metade do salário com o convênio.

O problema surgiu após a alteração da operadora do plano de saúde dos bancários, ocorrida em fevereiro de 2017. A mudança resultou em aumentos nos valores das mensalidades, implantação de cobrança por faixa etária para os admitidos a partir de então, aumentou abusivamente a coparticipação e estendeu a cobrança para todos os procedimentos, inclusive de urgência em hospital.

Nesses quase dois anos, os gastos dos trabalhadores com o plano de saúde subiram em cerca de 40%, sem que os trabalhadores e seus representantes tenham acesso a informações que levaram a essa majoração. No mesmo período, os bancários tiveram reajuste de cerca de 8% no salário.

“O poder de compra dos bancários foi drasticamente reduzido por conta desses aumentos abusivos e da cobrança de coparticipação em todos os procedimentos médicos. Isso tem levado muitos trabalhadores a evitarem tratamentos, exames e consultas, ou os empurraram para o SUS”, denunciou Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE).

Os trabalhadores cobraram a revisão da cobrança da coparticipação por meio da instituição de um teto mensal; a implantação de uma forma diferenciada e menos onerosa de cobrança para os trabalhadores com doenças crônicas; transparência nos reajustes por meio da apresentação detalhada, aos trabalhadores e seus representantes, dos cálculos atuariais que resultarão nos aumentos, antes de aplicá-los aos bancários; negociação com os representantes dos trabalhadores sempre que houver aumentos.

Fusão de cargos na rede de agências
A partir de 2019, o Santander começará a implantar um processo de unificação de funções na rede de agências. A informação foi confirmada na reunião, mas os representantes do banco disseram que ainda não há muitos detalhes a respeito dessa mudança.

Os cargos envolvidos serão os de caixas, agente comercial, coordenador de agência, gerente Pessoa Física e assessor Pessoa Física. Os trabalhadores que ocupam essas funções passarão a se chamar gerentes de negócios e serviços. Os representantes do banco disseram que não haverá terceirização de funcionários, e haverá jornadas de oito e seis horas.

A justificativa para essa mudança é que o modelo atual de agência vai acabar. A fim de justificar a mudança, citaram outros setores, como farmácias e companhias aéreas, nos quais os funcionários exercem várias funções. E que essas alterações serão feitas para dar “dinamismo” ao atendimento.

“O que impede o ‘dinamismo’ e prejudica o atendimento é a enorme falta de funcionários nas agências, temos denunciado isso todos os dias. O que resulta em sobrecarga de trabalho, adoecimentos e precarização do atendimento”, afirmou Maria Rosani.

A COE quis saber se essa mudança resultará em desvio de função. Os representantes do banco disseram que nada está definido.

“Nós não tivemos todas as informações sobre esse projeto. O próprio banco assumiu que tem dificuldades de implantá-lo em sua totalidade. Mas tudo indica que haverá desvio e acúmulo de funções”, reforçou Maria Rosani.

Para ela, o banco vai vender essa mudança como uma oportunidade de encarreiramento semelhante ao que fez com o cargo de agente comercial, que na prática resultou apenas no acúmulo de função e na precarização do trabalho.

“Poucos agentes comerciais se tornaram gerentes. A maioria continua com essa dupla função: como agente comercial, trabalhando no caixa e no atendimento comercial. O banco demite e com isso desestrutura e precariza o atendimento nas agências e joga toda a culpa pela insatisfação dos clientes nas costas dos trabalhadores. Para melhorar o atendimento precisamos de mais braços nas agências, melhores condições de trabalho, treinamento e respeito aos bancários. Sem isso, a nova função só trará mais adoecimentos”, alertou Rosani.

“O banco cobra tarifas altíssimas, tem lucros astronômicos e pode contratar mais funcionários para melhorar o atendimento e não só penalizar e punir os funcionários como vem fazendo sistematicamente. E com essa mudança, isso se acentuará, pois todos os bancários terão de fazer tudo, a exemplo dos gerentes digitais, que agora demoram mais para atender os clientes de forma integral, mas são pontuados negativamente por isso e assediados para que façam mais negócios”, afirma Lucimara Malaquias, vice-presidenta da UNI Américas Juventude, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do Santander.

Mudança de itinerário
O Santander criou um sistema que determina os itinerários de deslocamento para os bancários, o que gerou muitos transtornos e reação do movimento sindical.

Na reunião de quinta-feira, o banco apresentou o programa, com algumas mudanças. O trabalhador poderá rejeitar até três rotas determinadas pelo sistema. Na terceira rejeição, o setor de RH, então, deverá atuar de acordo com a necessidade do trabalhador.

Enquanto a nova rota não for aprovada, o trabalhador receberá o mesmo valor no vale-transporte.

Segundo os integrantes do banco, os bancários não deverão andar mais de 750 metros. E as pessoas com deficiência não poderão caminhar mais de 500 metros.

Os representantes do banco também garantiram que os bancários não serão proibidos de utilizar dois modais distintos, como metrô e ônibus, por exemplo.

Em caso de problemas, os trabalhadores deverão procurar um representante sindical.

Novo modelo de agência
O banco está criando agências diferenciadas de negócios, chamada work café. O banco afirmou que não houve alteração de jornada dos trabalhadores. No horário normal de expediente, os bancários farão o atendimento. No horário extrajornada – após as 18h, durante a semana, e nos finais de semana – haverá nesses locais um prestador de serviço para dar informações que serão encaminhadas aos bancários. Eles não terão acesso ao sistema.

Nova reunião foi agendada para o dia 29 de janeiro, quando os representantes do Santander devem trazer respostas para os questionamentos dos representantes dos trabalhadores.

Fonte: SPbancarios, com edições da Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários de São Paulo foi convocado a participar de audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) solicitada pelos bancos, na quarta-feira (12). Somente na própria audiência os representantes dos trabalhadores tomaram conhecimento do que seria tratado. Sob alegação de insegurança jurídica, o sindicato dos bancos propôs retirar a cláusula 11ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que trata da gratificação de função, e aplicar a CLT para os bancários comissionados a partir de 1º de janeiro de 2019. A gratificação de função da CCT é de no mínimo 55% do salário, enquanto que na CLT é de 33%.

“A audiência de conciliação solicitada pelos bancos, depois de um acordo com validade de dois anos, assinado há pouco mais de três meses, nos causa perplexidade porque nós sempre apostamos no processo negocial. O Sindicato não permitirá que nenhuma cláusula da nossa Convenção seja descumprida. Caso isso ocorra, entraremos imediatamente em greve”, afirmou a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Sobre as alegações dos bancos de que há insegurança jurídica, a dirigente destacou, durante a audiência, que o sindicato respeitou o acordo e em nenhum momento descumpriu a CCT.

Durante a audiência, os banqueiros chegaram a sugerir que se cancelasse a CCT e se iniciasse nova negociação partindo do zero. Caso contrário, passariam a cumprir apenas o que determina a CLT (33% de gratificação) a partir de janeiro para todos os funcionários, deixando claro que descumpririam a convenção coletiva.

O sindicato rejeitou veementemente a proposta e ressaltou que foram três exaustivos meses de negociação, que começou com consultas nos locais de trabalho, reuniões, conferências, debates e mobilizações intensas entre os trabalhadores. “O mote da nossa Campanha 2018 foi Nenhum Direito a Menos, e assim será. E o acordo foi aprovado pela categoria em assembleias em todo o país”, reforçou Ivone.

Após um longo debate, os bancos recuaram e assinaram um termo de compromisso garantindo o cumprimento da CCT. “Tivemos uma pequena vitória, porém temos de nos manter mobilizados para evitar que nossos direitos sejam atacados. Quem está vivendo num estado de insegurança são os trabalhadores, não os banqueiros. A qualquer sinal de ataque, reagiremos”, afirmou a dirigente.

Entenda
A cláusula 11ª determina que, em caso de ganho na Justiça de ação de horas extras (7ª e 8ª horas), o banco poderá compensar o valor de gratificação que pagou durante o contrato de trabalho, nos últimos 5 anos.

Durante as negociações da Campanha dos Bancários deste ano, a Fenaban (federação dos bancos) queria discutir a jornada de 6 horas, uma conquista histórica da categoria que os bancos têm descumprido há muitos anos. Negando-se, inclusive, a negociar soluções para isso. O movimento sindical já propõe há muito tempo que fossem estabelecidos dois turnos de trabalho com jornadas de 6 horas cada, mas a Fenaban não admite a discussão na mesa, alegando que isso é uma questão de gestão e que só cabe às empresas determinar.

Como o movimento sindical se recusou a discutir o fim da jornada de 6 horas, a Fenaban então propôs o fim da gratificação de 55%.

O Sindicato não aceitou nenhuma das duas propostas. O fim da gratificação da CCT implicaria no risco de os bancos contratarem novos funcionários com comissionamento menor (33%) e demitirem os atuais com comissionamento maior (de no mínimo 55% do salário).

Diante do impasse na mesa de negociação e de um cenário de reforma trabalhista que favorecia os bancos, a Fenaban impôs a compensação. Era aceitar ou retirar a cláusula 11ª.

“A cláusula garante o mínimo de 55% para todos os comissionados. Portanto, o número de beneficiados com a manutenção do direito é bem maior do que o número de trabalhadores que ingressam com ação e que conseguem vitória na Justiça”, ressalta Ivone Silva.

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     > Tire suas dúvidas sobre a cláusula 11

Fonte: SPbancarios

Os países escandinavos, que têm sido reconhecidos pela elevada capacidade de gerar competitividade em suas economias, são os mesmos que adotam sistemas generosos de garantia dos direitos sociais e trabalhistas. Prova adicional de que o favorecimento dos negócios econômicos deveria contemplar também a proteção dos trabalhadores.

Uma vez desrespeitado em suas garantias, o trabalhador convive com a instabilidade e insegurança que impacta negativamente as condições e relações de trabalho e, por que não dizer, a trajetória da produtividade. Por isso que, não apenas nos países escandinavos, os elevados ganhos de produtividade encontram-se associados à garantia de direitos sociais e trabalhistas.

Ainda que as negociações coletivas predominem, com acordos entre patrões e empregados por meio da ação dos sindicatos, que cobrem 90% do total dos ocupados, há o arcabouço legal definido por legislação própria a garantir direitos sociais e trabalhistas essenciais. Nesse sentido, o legislado prevalece sobre o negociado para as questões fundamentais das relações entre o capital e o trabalho.

No Brasil, contudo, a opção pelo desfazimento da legislação social e trabalhista avança mais rapidamente, desde a arbitrária ascensão do governo Temer. Como Bolsonaro indica continuidade de governo em relação ao de Temer, não apenas o Ministério do Trabalho desaparece, como também a legislação social e trabalhista tendem a ser ainda mais enfraquecidas.

Em síntese, são governos que apostam no tradicional padrão de capitalismo selvagem, na crença de elevar os ganhos de produtividade a partir da destruição dos direitos dos ocupados.

Por conta disso, cabe breve balanço do primeiro ano de aprovação da reforma trabalhista realizado por Temer. Sem que houvesse a retomada consistente da economia nacional, a capacidade de geração de empregos seguiu extremamente frágil, acompanhada pela expansão da precarização nos postos de trabalho existentes, bem como o avanço da informalização, à margem da legislação social e trabalhista rebaixada recentemente.

Da mesma forma a produtividade, estancada, assim permaneceu. Mas a aposta governamental de validação do negociado ante o legislado terminou implicando na queda sensível dos acordos e convenções coletivas de trabalho realizadas. Segundo a excelente Nota Técnica número 200 do Dieese (Subsídios Para o Debate Sobre a Questão do Financiamento Sindical), houve, a partir do período pós-reforma de Temer, a diminuição em 25% no total das convenções coletivas de trabalho e de 23% nos acordos entre patrões e empregados.

Esse sinal inequívoco de que o processo de individualização das relações de trabalho passou a tomar mais força no Brasil pode ser agregado ao próprio enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores. A comparação entre os anos de 2018 e 2017 revela que os sindicatos perderam cerca de 90% da receita atinente ao seu financiamento por força da reforma trabalhista de Temer.

A trajetória de destruição do sindicalismo brasileiro parece inequívoco. Em função da reforma de Temer, os sindicatos tiveram a redução da quantidade de seus próprios empregados em 21%, assim como tiveram de diminuir as despesas de prestação de serviços e se desfazer do patrimônio historicamente constituído.

Com os governos de direita e de extrema-direita representados, respectivamente, por Temer e Bolsonaro, o Brasil inverte o bom sentido possível da produtividade, conforme verificado nos países escandinavos, entre outros. Volta assim à sua normalidade histórica, de prensar os rendimentos na base da pirâmide social na convicção de que, assim, mais sobra na pouca riqueza gerada a ser apropriada selvagemente por poucos. Até quando?

*Professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas

Através de uma ação conjunta da Secretaria de Saúde e de seu Departamento Jurídico, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense garantiu mais uma reintegração. Desta vez, a bancária Luciane da Silva Mendonça, do Banco Bradesco, agência Av. Governador Amaral Peixoto - Nova Iguaçu.

Apesar dos lucros recordes, os bancos insistem em demitir irregularmente. Os lucros dos três maiores bancos privados do país (Bradesco, Itaú e Santander) somaram R$ 44 bilhões nos nove primeiros meses de 2018, crescimento médio de 10,1% em doze meses e rentabilidade variando entre 18,7% e 21,7%. 

O Departamento Jurídico do SindBaixada, conhecedor dos problemas vividos pelos trabalhadores bancários, se mostra mais uma vez, atuante. Reforçando, assim, a importância do Sindicato na defesa da categoria.

Por isso, é fundamental que bancários se filiem ao Sindicato para fortalecer nossa luta e permitir que atuemos prontamente na defesa de seus direitos.

 

Na foto: Pedro Batista, Renata Soeiro, Adjalmo Klein, Luciane, Dr. Paulo e Sílvio Brandão. 

Uma pesquisa divulgada na sexta-feira (14) pelo IBGE sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros em 2016 revela que em 55% do total de 5.570 cidades do país a economia é movida em grande parte pela Administração Pública. O dado chama atenção, na análise do diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, para a importância do estado nas economias locais, e também reflete o avanço das desigualdades entre os municípios.

Marcados pela falta de diversidade econômica, os recursos públicos que dão dinamismo a essas economias respondem ao salário dos servidores públicos e à transferência de benefícios e de programas sociais, como o Bolsa Família, o que, segundo Ganz Lúcio, mostra que cortes nestas fontes de renda podem reprimir ainda mais os municípios que sofrem pela falta de uma atividade econômica "robusta" com indústrias, agropecuária dinâmica e investimentos em serviços sofisticados. 

"Tudo isso leva com que essas economias tenham uma desigualdade econômica, uma carência do ponto de vista da atividade produtiva, que confere ao recurso oriundo do setor público grande parte do seu dinamismo", avalia o diretor-técnico em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. "O Brasil precisa ter uma estratégia de desenvolvimento econômico que diversifique no espaço, no território, os investimentos produtivos", afirma Ganz Lúcio, apontando que só a cidade de São Paulo, por exemplo, tem um volume de atividade econômica que equivale à soma de 4.300 municípios do país. 

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A defesa da Caixa Econômica Federal 100% pública e a garantia dos direitos dos trabalhadores do banco vão nortear as ações das entidades representativas da categoria durante o ano de 2019. Foi o que debateu a Comissão Executiva dos Empregados, durante reunião realizada nesta terça e quarta-feira, 11 e 12, na sede da Fenae, em Brasília (DF). Neste sentindo, a CEE/Caixa planejou propostas de resistência aos ataques contra a empresa e de mobilização por melhores condições de trabalho.

Funcef
No tocante a Funcef, a CEE vai enviar ofício à direção da Caixa e ao Conselho Deliberativo da fundação em que ratifica a resolução do Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) contrária à alteração do estatuto da Fundação.

“O estatuto vigente prevê a paridade e democratização da gestão da Funcef. O projeto de alteração em curso está sendo conduzido à revelia dos participantes, sem transparência e com propostas que ameaçam os direitos já conquistados”, diz o coordenador da CEE e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e região, Dionísio Reis.

Os representantes dos empregados da Caixa se posicionaram contrários a CGPAR 25, resolução publicada no dia 7 de dezembro, que entre outras questões tira o poder dos participantes na gestão dos planos, deixando a cargo da patrocinadora por exemplo julgar a "economicidade" dos planos e até interromper a sua participação.

"Tanto a mudança de estatuto nesse momento quanto a CGPAR 25 atacam os direitos dos participantes e a democracia na Funcef que se consolidou com o estatuto produzido com participação dos trabalhadores em 2006" acrescenta Dionísio. " No caso da CGPAR 25 fica claro que o Conselho Deliberativo da fundação, onde temos eleitos pelos participantes podem vetar a implementação na Caixa e vamos cobrar", complementa.

A resolução reconhece que as propostas de alteração nos regulamentos dos planos deverão ser aprovadas nos órgãos internos de governança dos fundos de pensão. Na Funcef, qualquer alteração de regulamento precisa ser aprovada no Conselho Deliberativo por maioria simples, sem o uso do voto de minerva. Ou seja, somente com voto de ao menos um conselheiro eleito, tais medidas irão à frente.

Saúde Caixa
Os membros da CEE/Caixa reafirmaram a importância dos sindicatos para receber reclamações a respeito do atendimento no Saúde Caixa e a necessidade de instalação imediata dos Comitês por base Gipes e Repes do plano de saúde que vão tratar essas demandas. Além disso, reafirmaram a importância da articulação do Conselho de Usuários do Saúde Caixa com o GT Saúde Caixa como importante instrumento de participação dos trabalhadores na gestão do plano de saúde.

Caixa 100% pública
Sobre a defesa da Caixa 100% pública, ficou definida a realização de um seminário no final de janeiro, envolvendo as entidades sindicais e da sociedade civil organizada. Outra iniciativa é a retomada da campanha em defesa dos bancos públicos, com realização de audiências e outras atividades que envolvam a sociedade.

Os empregados teriam uma negociação da mesa permanente com a Caixa nesta quarta-feira, mas a direção do banco suspendeu a reunião. Diante do cancelamento, soluções para todos os temas da pauta, sugeridos pelos empregados em consultas por todo o país, foram debatidos pela CEE.

A ação sindical e a negociação local deverão ser utilizadas para buscar resolver as dificuldades que os empregados enfrentam. Um exemplo disso é o Fórum Regional de Condições de Trabalho, cuja retomada dever ser reivindicada pelas entidades sindicais.

“São temas fundamentais e urgentes que refletem no dia a dia do empregado da Caixa, como o fechamento de agências em todo o país, esclarecimentos sobre o último PDE, a extinção da função de tesoureiro, Processo de Seleção Interna (PSI) entre vice-presidências, meta de vendas e descomissionamento dos caixas e o leilão da Lotex”, destaca o coordenador da CEE/Caixa.

No eixo Nenhum Direito a Menos, a CEE aprovou a produção de material informativo sobre as conquistas dos empregados da Caixa e da categoria bancária dos anos 1980 até agora. “Precisamos reafirmar garantias que foram obtidas com muita mobilização dos trabalhadores”, argumenta Dionísio.

Ele lembra ainda: “este ano, o acordo coletivo de dois anos garantiu nossos direitos, inclusive o Saúde Caixa, ameaçado pelas CGPAR 23 e 22. Além de novas conquistas como o impedimento de descomissionamento de gestantes. No entanto, a gestão da Caixa vem atacando no dia a dia de trabalho todos os empregados, com ameaças de descomissionamento e sobrercarga”.

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Fonte: Fenae, com edição da Redação Spbancarios

Texto publicado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região alerta que o spread bancário no Brasil continua sendo um dos mais elevados do mundo e diz ser fundamental a redução dos juros para o crescimento do país.

Segundo o texto, o altíssimo custo do crédito consiste em enorme desincentivo ao consumo e ao investimento produtivo, na medida em que os juros cobrados pelas instituições financeiras representam uma perda importante no orçamento das famílias e das empresas.

O texto diz ainda que o alto grau de concentração do setor financeiro também é um entrave para o crescimento da economia, na medida em que atua com capacidade de impor aos consumidores preços abusivos, em um mercado onde apenas cinco empresas concentram quase 90% do crédito disponível.

Ao contrário do que vem sendo feito pelo governo Temer, o fortalecimento dos bancos públicos é fundamental para o Brasil sair da crise econômica. Eles devem ser utilizados como ferramentas para baixar o spread bancário e elevar o crédito, a liberação de depósitos compulsórios com garantia de aplicação em áreas prioritárias e o incentivo a outros atores como as cooperativas de crédito e os bancos menores. “Estamos na luta para que a elevação do crédito a juros baixos, notadamente para o setor habitacional e rural, esteja no centro do modelo econômico brasileiro”, diz a nota.

O texto diz ainda que a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) rejeita a ideia de que a causa dos altos juros no Brasil seja a enorme concentração no setor e a falta de concorrência entre eles. Diante disso faz algumas propostas que, segundo ela, iriam reduzir os juros no Brasil. Todas elas são propostas que gerariam redução de custos para os bancos como modificações no cadastro positivo, maior facilidade para os bancos tomarem bens dados como garantia de empréstimos, aprofundamento da reforma trabalhista, relaxamento das exigências de segurança nas agências bancárias, redução do pagamento de impostos por parte dos bancos, etc.

O sindicato observa que o mercado financeiro detém praticamente 50% do PIB do Brasil em saldo de operações de crédito - dominado por cinco grandes conglomerados financeiros, que não concorrem em preço, já que atuam de forma oligopolizada. Portanto, a redução de custos não seria repassada aos juros cobrados dos clientes. A maioria das medidas propostas pela Febraban serviria apenas para elevar ainda mais as margens de lucro do setor que mais ganha na economia, mesmo em momentos de crise, como o atual.

Fonte: SPBancários

Há 50 anos, o regime ditatorial civil-militar, que alcançara o poder por meio de um golpe quatro anos antes, em 1964, dava seu passo mais sombrio com o Ato Institucional Número Cinco, o AI-5. Naquele 13 de dezembro, a força da ditadura fechou o Congresso, cassou parlamentares, demitiu funcionários públicos, suspendeu habeas corpus e quaisquer garantias constitucionais. O resultado foi a institucionalização da tortura e da censura no país.

A data foi lembrada com um grande ato na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, em São Paulo. Lideranças, artistas, intelectuais e ministros de todos os governos após a redemocratização assinaram o Manifesto em Defesa da Democracia. O que era para ser uma noite de respeito e memória acabou se tornando em um ato de resistência. Isso porque aqueles que usaram do microfone, foram unânimes em alertar para os perigos que rondam novamente o Brasil.

Perigos que ascenderam com a extrema-direita e resultaram na eleição de Jair Bolsonaro que, abertamente, defende a ditadura e a tortura. “Estamos aqui porque sentimos que o Brasil está sob ameaça”, declarou o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, que foi ministro durante os governos de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso. “Brasileiros estão sob ameaça. A democracia está sob ameaça. Os direitos humanos, o meio ambiente, as mulheres, os homossexuais, os negros. Toda a nação está sob ameaça”, completou.

“Estamos vendo isso claramente e contra isso nos levantamos. Estamos firmes, juntos, em favor da democracia e da nação”, disse. Para o economista, o país chega a este ponto como parte de uma conjuntura internacional. “Há 40 anos, o mundo deu a virada do neoliberalismo. Uma ideologia absolutamente violenta, antissocial e autoritária que pretendeu reformar o mundo a partir da ideia de competição. Ignoraram a solidariedade, o trabalho comum e o auxílio mútuo. Aqui vimos, de repente, o ódio.”

Neste ponto, Bresser-Pereira se alinha com o discurso de união, que comandou o evento. Com iniciativas como essa, cresce a ideia da formação de uma aliança democrática formada por indivíduos com diferentes ideologias, mas que não desejam perder a liberdade e seus direitos civis, sociais, políticos e ambientais. O professor de ciência política da USP André Singer falou sobre o tema. “Acho que este é um passo de unidade”, disse.

“Essa é a primeira grande resposta depois dessa difícil eleição que ameaça a democracia. Esse é o primeiro passo de uma luta que será longa. Devemos juntar todos os que são a favor da democracia sem pedir atestado para ninguém, acolhendo com toda a generosidade. Essa será a única forma de construir uma nova maioria que vai garantir a permanência da democracia no Brasil e os avanços sociais que tanto precisamos”, completou.

Para o ex-chanceler Celso Amorim, a unidade é a resposta necessária para o momento histórico. “Temos pela frente um desafio complexo. A frente ampla é a saída. Não será fácil, há sutilezas. Os adversários ganharam as eleições. Entre outras coisas, perdemos o discurso racional na direita e na esquerda. Isso foi trocado por pinçadas emocionais que apelam para o medo e o ódio. A luta é para retomar a racionalidade.”

O terror

O ato foi comandado pela jornalista Eleonora de Lucena, que abriu a noite classificando o AI-5 como “um regime de terror de Estado”. Sobre esse terror, falou a também jornalista Rose Nogueira, que foi presa política após o aprofundamento da ditadura, ou o golpe dentro do golpe, como alguns comentavam. “Fico grata de estar aqui hoje. Quem passou por prisão política se questionou se chegaria até aqui”, disse.

“No dia 13 de dezembro de 1968, eu era uma jovem repórter na Folha da Tarde. No dia eu preparava uma matéria sobre o significado deste dia para os católicos. É o dia de Santa Luzia, dia dos olhos, dia da luz. Fiquei sabendo do ato e fui para a redação. Lá, tinha uma mesa nova com um homem de cabeça baixa. O dia foi de desespero, era o censor. A partir dali, começamos com as receitas de bolo. Passamos anos com censura prévia”, disse.

O pior, entretanto, viria um ano depois. “Em 1969 fui presa junto de outros companheiros do jornal. Eu tinha um bebê de um mês. Digo para quem pede por ditadura ou diz que a tortura não existiu, que eu carrego uma sequela perpétua. Depois daquilo nunca mais pude ter filhos. Me deram uma injeção para que eu parasse de dar leite, porque isso atrapalhava o desejo de um tarado torturador. Conto isso para que não se repita. Espero que nunca mais ninguém sofra com nada disso no Brasil”, disse.

Ao concluir, Rose deixou o alerta de que “a resistência à tirania é um direito do homem. Vamos exercer em um tempo próximo”. E foi sobre a luta que falou também Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura. “Meu pai morre em 1975. Quando aconteceu o AI-5, meu pai estava para voltar da Europa, ele trabalhava na BBC. Amigos disseram para que não voltasse, que era perigoso. Ele disse, então, que era mais um motivo para ele estar aqui.”

Marcas

Para a psicanalista Maria Rita Kehl, que trabalhou na Comissão da Verdade, a ditadura foi um assunto não resolvido, que agora assombra novamente o Brasil. “Fomos o único país a aceitar a anistia para os dois lados. Foi um gol de mão que a sociedade fez, como o fim da escravidão sem reparação. O Brasil sempre ajeita as coisas. Entendo que as pessoas aceitaram esse acordo, mas tivemos consequências muito graves.”

A consequência foi, para a psicanalista, “a crença de que, durante a ditadura, haviam dois lados em luta e que ambos cometeram crimes. Não eram dois lados em uma luta dessa maneira simples. Era um lado que era o Estado, que deveria proteger o cidadão, mesmo sob custódia, respeitando os seus direitos. Do outro, pessoas lutando contra um regime ilegítimo e autoritário. Em termos de vítimas, houve mortes causadas por militantes, mas não chega aos pés dos crimes de lesa humanidade cometidos pelo Estado”, concluiu.

Na seara das marcas da ditadura, a secretária de Direitos Humanos da CUT, Jandira Uehara, confirma a teoria de que “o Brasil tem uma trajetória marcada pela violência e pelo autoritarismo. O AI-5 foi a maior agressão cometida pelo regime militar. Até hoje esse ato contamina. Até hoje, o sistema de Justiça e de segurança pública é baseado na lógica da eliminação dos inimigos escolhidos. Não por acaso, as academias militares seguem a mesma doutrina da ditadura. Não por acaso, a cultura do extermínio levou ao assassinato de ativistas como Marielle, Mestre Môa, entre tantas outras vidas ceifadas. Não por acaso o exército foi convocado para reprimir manifestações contra antirreformas do Temer. Não por acaso Lula é um preso político.”

A presidenta da UNE, Marianna Dias, também lembrou da prisão do ex-presidente Lula e inseriu no mesmo contexto. “O AI-5 matou, torturou, jovens. Principalmente artistas, jornalistas e, 50 anos depois, vimos a prisão política de Lula. Presenciamos a UNE ser processada pelo presidente eleito por crime eleitoral por faixas contra o fascismo. Vemos invasões de universidades públicas pela Justiça Eleitoral proibindo assembleias e faixas. Vemos a promessa do futuro presidente de exterminar os vermelhos, de perseguir militantes. Vemos ele dizer que a tortura é cabível. Precisamos refletir que a ditadura não tem receita pronta nem data de inauguração. Ela vai acontecendo. Nós precisamos selar um pacto geracional pela memória dos que morreram pela libertação do nosso país.”

O risco de regimes totalitários, que “vão acontecendo”, também motivaram o discurso da jornalista Marina Person. “Estar aqui, mais de 30 anos depois das diretas, reafirmando a necessidade que temos de não perder a liberdade que foi duramente conquistada... é um pouco de espanto... reafirmando valores que achei que nunca mais precisaria lutar. Depois dessa eleição muito penosa, depois do resultado, nossa única mensagem é essa”, concluiu.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

CUT – Em mais uma tentativa de criminalizar os movimentos sociais e sindicatos, senadores da ala conservadora querem bloquear os bens de entidades e militantes por 'suposta prática de terrorismo'. Pela proposta que tramita no Senado, não precisaria nem condenação, bastaria a pessoa, ou entidade, ser acusada ou investigada por esse ato. O projeto ainda dá mais poderes ao futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, que poderá decidir quais são as pessoas ou empresas "suspeitas de atividade terrorista".

Este é um resumo do Projeto de Lei do Senado (PLS) 181/2018, de autoria de Ana Amélia (PP-RS), que foi aprovado nessa quarta-feira (12) na Comissão de Relações Exteriores (CRE) e será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O projeto ainda precisa ser aprovado no plenário da Casa e ser sancionado pelo presidente da República para entrar em vigor.

Para a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Jandyra Uehara, a aprovação do PLS é uma tentativa de dar aparência de legalidade a um Estado de exceção que vem sendo construído desde o golpe de 2016. "Desde o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula, a direita tenta construir um Estado de exceção com o objetivo de impedir a defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo."

Segundo a dirigente, as tentativas de retrocesso não vão esmorecer o compromisso da CUT em lutar, sem descanso, e de todas as formas, pela democracia, a começar pela resistência à aprovação da reforma da Previdência e da retomada de direitos que a reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) retirou. 

O jurista e professor de Direito da PUC São Paulo, Pedro Serrano, concorda com a análise da dirigente da CUT. Para ele, o PLS é uma medida tirânica, à qual os senadores querem dar aparência de legalidade. "O bloqueio de bens antecipado à sentença é inconstitucional", afirma.

"Bloqueio de bens sem condenação só tem sentido se a pessoa cometeu um crime patrimonial, de corrupção, e está dilapidando o patrimônio que construiu com esse dinheiro ilegal. Terrorismo não é crime patrimonial", explica Serrano, que considera o projeto um atentado a valores mínimos de civilidade e direitos humanos.

"Espero que o Supremo Tribunal Federal (STF) torne essa Lei, se aprovada, inconstitucional, porque é uma punição antecipada e atenta violentamente contra toda a sociedade", acrescenta o jurista.

Mais poder a Moro

O PLS 181/2018 prevê ainda que o bloqueio de bens de pessoas acusadas de terrorismo poderá ser efetivado pelo Ministério da Justiça que, no novo governo, será responsável também pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Com o Coaf sob o comando de Sérgio Moro, indicado por Jair Bolsonaro (PSL), para ser o próximo Ministro da Justiça, o ex-juiz poderá conhecer a movimentação financeira de qualquer pessoa ou instituição e ainda torná-los suspeitos e bloquear seus bens, sem precisar de decisão judicial. Assim, ele terá amplos poderes para decidir quais pessoas ou empresas seriam "suspeitas de atividade terrorista".