Abril 30, 2025
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A Contraf-CUT repudia veementemente o cancelamento da exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", que estava em cartaz desde 15 de agosto no Santander Cultural, em Porto Alegre, após protestos em redes sociais liderados, principalmente, pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e por religiosos. A mostra ficaria em cartaz até 8 de outubro, com 270 obras relacionadas a questões de gênero, de 85 artistas, como Adriana Varejão, Cândido Portinari e Ligia Clark.

Para Mauro Salles Machado, secretário de Políticas Sociais da Contraf-CUT, o fechamento da exposição é um ato de intolerância de um setor social a uma mostra artística que retrata uma realidade que costuma ser escondida pela sociedade. “Não é só a hipocrisia social que se revela aí: trata-se do caráter repressivo de um banco que se esconde atrás de uma fachada de modernidade, enquanto trata seus empregados com autoritarismo e exploração.”

De acordo com o secretário de Políticas Sociais, ao se submeter aos grupos conservadores, o banco de matriz espanhola não só autoriza a volta da Censura no Brasil, como mostra que seu apoio a arte e a cultura, na verdade não passa de um lance de “marketing” para o grande público. “Enquanto esta instituição financeira bilionária, espalhada pelo mundo, finge dar grande apoio a arte, internamente ela segue explorando seus empregados, paga mal e pratica assédio moral ao impor metas abusivas para os bancários.”

Ao aceitar a censura sobre a arte, conclui Mauro Salles, o banco expõe a sua própria prática dentro de cada agência bancária, onde são frequentes os casos de preconceito e discriminação de bancários negros, LGBTs, pessoas com deficiência e outras chamadas minorias. “Qualquer ato de intolerância não serve aos trabalhadores.”

Fonte: Contraf-CUT

Ex-presidente do banco de desenvolvimento questiona mudança na taxa de juros promovida pelo governo Temer, e questiona: "o Brasil já está desenvolvido?"

O governo de Michel Temer (PMDB), modificou as taxas de juros cobradas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aproximando os novos patamares aos praticados pelo mercado privado.

Sobre o tema, o Brasil de Fato conversou com Para Carlos Lessa, economista carioca que presidiu o banco entre 2003 e 2004 no primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o discurso e a orientação neoliberal do banco fazem dele uma instituição colocada à disposição pelo governo.

Discípulo de Celso Furtado, aos 81 anos de idade Lessa permanece convicto na possibilidade de o Brasil se tornar um país desenvolvido econômica e socialmente. No entanto, ele afirma que as condições atuais para a concretização desse sonho são adversas: “estamos vivendo um momento de perda de identidade nacional”.

Confira a entrevista:

Muitos dizem que a mudança nas taxas de juros do BNDES (de TJLP para TLP) enfraquecem o diferencial com o mercado privado e ataca a própria razão de o banco existir. O senhor concorda?

Basicamente é isso. Um banco de desenvolvimento é um banco que, tendo uma visão de futuro, aproxima essa visão do real mediante linhas de crédito favorecidas a quem avança naquela direção. Na verdade, é um construtor de futuros. É fundamental para isso ter algum elemento básico para atração do investimento privado. O setor público pode inclusive assumir um pedaço do risco, subscrevendo um pedaço do capital da futura empresa.

São procedimentos que criam, para quem acessa eles, condições para realizar os investimentos que materializam a proposta de desenvolvimento que o país tem. A premissa principal, portanto, é que deve existir uma proposta de desenvolvimento. Deve existir um projeto nacional. Se não existe, o banco pode construir uma hipótese de projeto nacional. Aliás, o BNDES o fez mais de uma vez ao longo de sua trajetória. Porém, o único modo de exercitar esse projeto é tendo a possibilidade de criar um elemento diferencial a favor de quem materializa o projeto.

Dando um passo atrás: por que não deixar o desenvolvimento para os bancos de investimento privados?

Como o processo de desenvolvimento industrial não é um projeto isolado de uma empresa, o banco, ao assumir o compromisso de desenvolver um conjunto de empresas, cria, ao mesmo tempo, um conjunto de mercados futuros. Por isso, tão importante quanto dispor da possibilidade de dar uma 'voltagem' a quem acolhe a diretiva, é a necessidade da concretude adjetiva, fazendo com que um conjunto de protagonistas a assuma. Essa é a capacidade diretiva do banco de desenvolvimento, que por definição não é um banco de investimento.

O banco de investimento, pelo contrário, recebe empresas que já tomaram suas decisões e que vão verificar qual melhor modalidade para materializá-las. O que o banco de investimento faz é combinar as necessidades possíveis que podem ser atendidas e como podem ser atendidas, para que a trajetória já determinada se realize. Banco de investimento dá concretude a decisão microeconômica. Banco de desenvolvimento cria realidade macroeconômica, por isso ele é fundamental para um país que está na periferia.

O papel que cumpre o BNDES para o Brasil é chave para o processo de transformação produtiva do país. Aqueles que estão achando que é possível acabar com o BNDES devem responder uma pergunta: o Brasil já está desenvolvido?

O BNDES passou por uma reorientação nos anos 80 e, principalmente, 90. Promoveu privatizações. É possível comparar o atual momento do banco com aquelas duas décadas?

O que hoje o Banco está passando eu tenho muita dificuldade de perceber. Eu acho que ele está atravessando um período de enorme vulnerabilidade, porque o discurso e a orientação neoliberal fazem dele uma instituição colocada em disponibilidade. Curiosamente, eu não vejo o setor privado se mover para protegê-lo.

Ainda é possível um projeto que combine capital produtivo e trabalho?

Em todas as sociedades de ponta, países desenvolvidos, a inserção do trabalho se deu dentro das possibilidades e potencialidades da economia em movimento. Houve um momento em que a chamada socialdemocracia passou a ser a orientadora do destino de grande parte do destino das economias de ponta do planeta.

Hoje, eu diria que ideologicamente esta posição está enfraquecida. Eu não sei exatamente a razão, mas eu diria que teria que ser procurada em certas transformações que o mundo vem passando. Uma delas, sem dúvida, é o crescente peso e poder de decisão dos negócios externos, extranacionais. Não vou dizer internacionais, vou dizer que não são ligados ao território nacional. Isso daí vem crescendo em velocidade e intensidade que objetivamente colocaram de lado, nos países que já ocupam posições fortes, a ideia de desenvolvimento.

O consenso de Washington declara que o desenvolvimento só é possível com as regras pré-keynesianas, ou seja, mínima intervenção do Estado, principalmente no que diz respeito aos fluxos de gasto. A chamada minimização do gasto público. Essa 'sugestão' está por trás da orientação de instituições como Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, impondo aos países periféricos condições que os afastam de seus projetos de desenvolvimento.

Mas cabe a quem a elaboração desse projeto nacional, se nem mesmo os setores do capital teriam interesse…?

A briga não é pelo futuro, é pelo presente que cada empresa pode conquistar. Claro que, para isso, ela acaba tomando decisões relativas ao seu futuro. (Se) a sociedade nacional não tem um projeto claro, o que acontece é que a decisão da empresa vai ser a decisão que melhor tiver sucesso na perspectiva de preservar seu próprio mercado e eventualmente crescer no mercado de outros. Essa lógica pode estar subordinada a um projeto de nação ou não. O que o neoliberalismo diz é que a nação emerge como figura derivada do jogo das empresas, o que não é verdade.

Continua a questão: quem elabora o projeto nacional?

Historicamente, os atores ideológicos do desenvolvimento brasileiro não foram empresários, com exceção talvez de uma figura como Roberto Simonsen. Em sua maioria, vieram de quadros do setor público. Foram projetos que se desenvolveram na ideia de que seria possível construir uma nação nos trópicos.

Diante de algumas tentativas interrompidas, o senhor ainda guarda o sonho da superação do subdesenvolvimento?

Eu guardo como sonho. O que pode-se perguntar é se as condições para esse sonho estão favoráveis. Não estão. Estamos vivendo um momento de perda de identidade. Nós estamos em um processo de abrir mão das ideias em torno da nossa identidade nacional.

Quem é o agente político que empreende esse ataque à identidade nacional?

Não sei se há um agente mobilizado apenas por essa ideia. Existem várias visões, que convergem na ideia de abandonar o conceito de nação. Há uma vasta esfera de interesses localizada nas conexões que cada fração de capital guarda com frações de capital fora do país. Existem frações que têm acesso privilegiado a frações dominantes fora do Brasil. Não há uma padronização nisso. O que há de forma absolutamente inequívoca é a ideia de que a solução existe apenas para si e os outros que se lixem.

Fonte: Brasil de Fato

Os bancos têm até 30 de setembro para creditar a antecipação da PLR, de acordo com a Convenção Coletiva do Trabalho 2016/ 2017. Porém, a Contraf-CUT já solicitou aos bancos a antecipação do pagamento PLR. Neste ano, o benefício terá reajuste de 2,75%, na comparação com 2016.

O pagamento da antecipação da PLR é composto por uma regra básica e uma parcela adicional. A regra básica é calculada sobre o salário do bancário (54% do salário) reajustado de acordo com a CCT. À mesma regra básica é acrescido um valor fixo, que também é reajustado pelo índice geral. Isso vale para bancos públicos e privados.

O outro montante que compõe a PLR é a antecipação da parcela adicional. Esta depende do lucro do banco (distribuição linear de 2,2% do lucro do 1º semestre), dividido pelo número de funcionários.

Fonte: Contraf-CUT

A Contraf-CUT se reúne, na quinta-feira (14), com o Banco do Brasil para debater as mudanças que estão acontecendo nas Plataforma de Suporte Operacional (PSO) e nas atribuições dos caixas executivos.

O BB iniciou um piloto com mais de 200 salas de autoatendimento e algumas mudanças têm gerado reclamações e dúvidas de bancárias e bancários que atuam nas PSO.

A reunião faz parte do processo de negociação permanente e foi solicitada ela Comissão de Empresa. O BB fará uma apresentação do projeto em implantação e os representantes dos bancários levarão os questionamentos sobre os problemas quem vem ocorrendo.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, todas as mudanças devem ser bastante debatidas para se evitar desvios nas funções ou atribuições dos funcionários da PSO, bem como manter todas as tarefas dentro das instruções normativas e legais. “É necessária a disposição do banco em debater os efeitos das mudanças na ponta, onde as coisas acontecem na prática. É comum um projeto ser alterado nas esferas inferiores devido ‘mentes criativas’, gerando reclamações de funcionários e clientes.”

Fonte: Contraf-CUT

Muita gente já encontrou no extrato bancário o débito relativo a um serviço que não contratou. Ou a cobrança por um novo pacote de produtos pelo qual jamais procurou, ou um cartão plus que sequer pensou em pedir. Além do desconto indevido em conta corrente, há a chateação de ficar um tempão pendurado no serviço de atendimento telefônico, ou mesmo no chat, sem que haja garantia da solução do problema. Em muitos casos, acaba sendo necessário ir pessoalmente à agência, onde se vai perder mais um tempo e passar raiva na fila.

Os que conferem seus extratos e reclamam têm o ressarcimento. Já os que não têm esse hábito saudável do ponto de vista financeiro acabam por pagar taxas que vão engordar os lucros dos banqueiros. Pouca gente sabe, mas todo esse aborrecimento significa que o cliente – assim como o bancário – está pagando o 'pato' pelas pressões impostas pelos banqueiros e seus executivos para aumentar ainda mais sua lucratividade.

Essas pressões, além do aumento do controle sobre o trabalhador, são algumas das ferramentas inseridas em um modelo de gestão baseado na redução de custos, inclusive de recursos humanos, no qual a terceirização tem fundamental importância.

Se os clientes pagam com toda essa chateação ou prejuízo ao bolso, os trabalhadores das instituições bancárias muitas vezes são obrigados a comprar eles próprios produtos de que não necessitam. Ou recorrem à solidariedade de familiares e amigos, que colaboram comprando também para que a meta seja atingida.

Sob tanto controle, pressão e metas, o bancário paga com a saúde, fragilizada por um ambiente nocivo, altamente competitivo e que leva ao adoecimento, especialmente psíquico. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2015 os casos de depressão superaram os de lesões por esforço repetitivo (LER). Isso quando não com a demissão por não ter chegado perto de atingir as metas cada vez mais abusivas.

“Funcionários de todos os setores, em todos os bancos, são submetidos a esse modelo de gestão dos bancos que os levam a cometer esses desvios indesejáveis – ou desonestidade, como se diz entre os bancários suíços e alemães. São transgressões cometidas em função da sobrevivência na corporação, ou seja, de continuar empregado”, explica a professora e pesquisadora da Faculdade 28 de Agosto Ana Tercia Sanches.

Na segunda-feira (4), ela lançou o livro Trabalho Bancário – Inovações Tecnológicas, Intensificação e Gestão por Resultados (Editora Anna Blume), fruto da sua pesquisa para doutorado, defendido em agosto do ano passado, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Perdas

Ana Tercia analisou as mudanças na gestão dos bancos a partir de 1990, feitas para elevar os lucros, e chegou à conclusão de que, para aumentar a já alta lucratividade, os bancos passaram a intensificar a pressão por resultados. Os patrões, que passaram a ter lucros astronômicos e os altos executivos, com seus bônus milionários, criaram programas de metas de curto prazo, e deixaram de lado a valorização da carreira.

Os bancários passaram a trabalhar mais, fazendo muito mais atividades simultâneas, mas não foram os únicos prejudicados. Dados do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região mostram que mais de 60% da categoria trabalha em média 8 horas por dia, bem além das 6 horas diárias estabelecidas em convenção. As inovações tecnológicas, que deveriam contribuir para a redução da jornada de trabalho e para mais contratações, melhorando a qualidade de vida de todos, afetaram os clientes.

Ao ter de atender mais gente, ao mesmo tempo, por meio das diversas ferramentas de comunicação via internet, além do telefone e do celular, que ainda são muito usados, caiu a qualidade do atendimento.

"O desenvolvimento tecnológico, que por um lado beneficia clientes que podem pagar contas e fazer operações pelo próprio celular, prejudica pessoas que não dominam essas ferramentas ou mesmo que preferem o atendimento presencial, na agência", destaca Ana Tercia.

Ela lembra ainda do aumento no número de agências virtuais. "A tendência é que o fim do trabalho presencial seja seguido de um atendimento remoto com o desaparecimento progressivo da participação humana. Ou seja, cada vez mais, por meio da inteligência artificial, as relações entre o cliente e o banco serão intermediadas por robôs."  

Para a professora, outra perversidade da lógica é incorporar a pressão como elemento banal da rotina do bancário, a ponto de incluir no perfil desejado de seus candidatos a uma vaga a "resistência a pressões".

"Por conta dessa engrenagem, o processo de trabalho conforme estruturado é altamente controlado, embrutece as relações entre os colegas e com o público e enfraquece o trabalho em equipe, tendo impacto negativo na saúde e na qualidade de vida", destaca.

Fonte: Rede Brasil Atual

As manifestações do Grito dos Excluídos, nesta quinta-feira (7) em todo o país, foram o espaço de lançamento nacional da Campanha Pela Anulação da Reforma Trabalhista, que vai coletar 1,3 milhão de assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que propõe a revogação da Reforma Trabalhista de Temer, prevista para entrar em vigor no próximo dia 11 de novembro.

Após o recolhimento das assinaturas, o projeto será entregue à Câmara dos Deputados, com o lançamento de uma nova etapa da campanha, para exigir a votação da proposta. O objetivo do Projeto de Lei de Iniciativa Popular é fazer com que essa medida se some a outras 11 leis revogadas por meio desse instrumento.

A campanha pela anulação da Reforma Trabalhista foi aprovada pelas confederações, federações e sindicatos da CUT, durante o recente Congresso Extraordinário e prevê também a criação de comitês por essas entidades, para coleta de assinatura.

Os materiais de campanha estão disponíveis no site da CUT e no site da campanha, onde também é possível obter mais informações:

www.cut.org.br

anulareforma.cut.org.br

Apesar de atender uma demanda histórica da categoria, reconhecendo o trabalho doméstico como atividade profissional com os devidos direitos trabalhistas, a Lei Complementar nº 150, de junho de 2015, está longe de ser cumprida. A Justiça do Trabalho não tem fiscais e, mesmo que tivesse, não poderia entrar nas residências para fiscalizar o cumprimento da norma. O resultado é uma lei que custa a sair do papel, ainda mais em tempos de crise, como a atual, e o crescente número de queixas de trabalhadores domésticos na Justiça.

“Há total falta de fiscalização do trabalho. Os auditores não podem entrar em residência particular para verificar o que está sendo feito. Existe a lei, mas não tem ninguém do governo para correr atrás, para fiscalizar”, disse a doutoranda em estudos de gênero da Escola de Economia de Londres, Louisa Acciari, que participou do seminário Lutas e Desafios das Trabalhadoras Domésticas no Mundo do Trabalho. O evento, realizado nesta segunda-feira (4), em São Paulo, promovido pelas secretarias da Mulher Trabalhadora e da Igualdade Racial da CUT-SP e CUT nacional.

Por isso, segundo ela, o único recurso que a trabalhadora tem é a Justiça. Tanto que o número de queixas tem aumentado nos dois últimos anos, passando de 7.953 para 9.928 apenas em São Paulo.

“A lei permite acordos, mas em muitos lugares não há representação patronal, o que impede negociações. A garantia desses direitos, que não são efetivados de maneira nacional, acaba sendo uma questão individual. Cada uma tem de ir ao tribunal, cada uma tem de buscar um advogado para defender seus direitos”, afirmou.

Na avaliação de Louise, isso tem um impacto negativo porque torna-se uma questão técnico-jurídica e esvazia o debate político sobre o valor do trabalho e a igualdade de direitos. “Um juiz do trabalho tem de decidir onde está o direito ou não. É óbvio que isso tem de ser feito, mas há a dificuldades para entrar na Justiça, principalmente quando há valores afetivos envolvidos. É o caso de profissional que cuida de uma pessoa idosa, de criança. Há o temor de prejudicar a família, por exemplo.”

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil tem o maior número de trabalhadoras domésticas no mundo: São mais de 7 milhões, sendo que mais de 90% são mulheres, e mais de 60%, negras.
Desigualdade

A estatística é ainda mais preocupante pela relação com o aprofundamento da desigualdade social, uma vez que a categoria é a que mais cresce em tempos de crise, inversamente proporcional aos salários.

A doutoranda em Economia pela Unicamp e educadora da Escola Sindical São Paulo, Juliane Furno, destacou que a crise econômica interfere na vida dessas trabalhadoras. "Sempre que a economia vai bem, o número de trabalhadoras domésticas cai no país, e o contrário também é verdadeiro, dando a esse trabalho uma característica de precarização", disse.

“O salário da trabalhadora doméstica cresceu mais do que a média do salário mínimo entre 2003 e 2014. Isso porque o país vivia um crescimento econômico e o número de empregadas estava caindo. Já no segundo semestre de 2015, com a crise se agravando e o desemprego aumentando, as mulheres tiveram que retornar para esse mercado."

O trabalho doméstico, que foi reconhecido pela Lei Complementar 150/2015, é uma conquista de lutas que se intensificaram a partir da década de 1920. E o fato de o Brasil ter o maior contingente de trabalhadores domésticos de todo o mundo remonta aos 300 anos de escravidão.

Juliane lembrou que abolição da escravatura não foi acompanhada por políticas públicas para inserir os negros e negras no mercado formal de trabalho. "A grande maioria deles continuou trabalhando nas mesmas casas, para as mesmas famílias, com as mesmas tarefas domésticas."

Participaram também do seminário a doutoranda em História Glaucia Fraccaro, a professora da USP Helena Hirata, a presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Luiza Batista Pereira, o secretário nacional de Organização Política Sindical da Contracs, Alexandre da Conceição, a diretora de projetos da Fundação Friedrich Ebert, Waldeli Melleiro, a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, a secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Aparecida da Silva, e a secretária de formação da CUT SP e coordenadora da Escola Sindical São Paulo, Telma Aparecida Andrade Victor.

INPC de setembro de 2016 a agosto de 2017, ficou em 1,73%, segundo dados divulgados pelo IBGE; categoria é uma das poucas que obteve aumento real

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (6) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de agosto. A variação no mês foi negativa de - 0,03%. Com isso, o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 1,73%. O reajuste da categoria bancária será de 2,75%.

“No ano passado conseguimos prever esta conjuntura de ataques aos trabalhadores e seus direitos que estamos enfrentando e fizemos um acordo de dois anos. Somente por isso conseguimos aumento real de 1%. Esta não é a realidade da maioria das categorias e, entre as empresas públicas, os bancários serão, possivelmente, a única categoria que obterá aumento real neste ano”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entre 300 categorias 30 tiveram reajustes abaixo da inflação, para 91 foi igual ao INPC, 107 categorias conseguiram apenas 0,5% acima da inflação e 38 categorias entre 0,51% e 1% acima da inflação.

Aumento real

Os bancários conquistaram o aumento real de 1% depois de uma longa greve de 31 dias, em um acordo de dois anos. Para 2017, o reajuste vai repor integralmente a inflação (INPC/IBGE) e garantir mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas.

Em maio, o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério do Planejamento, Fernando Antonio Soares, anunciou que o Governo Federal tem a meta de demitir 20 mil funcionários públicos federais em 2017 e disse que os bancários, possivelmente serão a única categoria entre os trabalhadores de empresas públicas que terão reajuste salarial acima da inflação em decorrência do acordo de dois anos.

Desde 2004, os bancários conquistam aumento real de salários. Neste ano, o reajuste de 1% acima da inflação deve ser ressaltado não apenas pelo momento histórico do país, mas também por vir em um tempo de deflação, enquanto em anos anteriores o reajuste acabava sendo corroído pela inflação.

Defesa do emprego

Outro avanço obtido com o acordo de 2016 foi a criação dos Centros de Realocação e Requalificação Profissional, previstos na cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria. Os bancos deverão criar estes centros para, ao invés de demitir funcionários, requalificá-los e realocá-los em outros postos de trabalho. O direito foi acrescentado na CCT da categoria nas negociações de 2016 e a redação da cláusula foi aprovada na última reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Uma das prioridades dos bancários deste ano é a defesa do emprego. O Comando Nacional dos Bancários entregou à Fenaban uma proposta de Termo de Compromisso com 21 pontos para proteção de empregos, de direitos históricos e de delimitação dos atos nocivos que podem advir da nova Lei Trabalhista (Lei 13.467/2017) e da Lei de Terceirização (Lei 13.429/2017) e de outras que ainda tramitam no Congresso Nacional. A Fenaban vai discutir o termo com os bancos para dar a resposta à Contraf-CUT.

PLR e vales

O reajuste de 2,75% também será válido para a PLR dos bancos privados e vales refeição e alimentação, além do auxílio creche/babá.

Os novos valores já são válidos para os salários referente ao mês de setembro, a serem pagos em outubro. Já a PLR deve ser paga até o dia 30 de setembro. A Contraf-CUT já solicitou aos bancos a antecipação do pagamento. Atendendo à solicitação, o Banco do Brasil, que tem um programa próprio de PLR, que independe do índice, já efetuou o pagamento da PLR aos funcionários no dia 31/08.

O acordo de dois anos também garantiu o abono dos 31 dias de paralisação, sem a necessidade de compensação.


Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniu, pela segunda vez, com o Banco Votorantim e a BV Financeira, nesta quarta-feira (6), para a discussão do Programa Próprio de Remuneração (PPR) e do Programa Complementar de Resultados (PCR) das empresas.

Conforme solicitado pelos trabalhadores na última reunião, realizada em 24 de agosto, o banco apresentou a nova proposta do PPR para 2017/ 2018. “A proposta tem diversas mudanças em relação aos anos anteriores, que são prejudiciais aos trabalhadores. Não houve redução do teto, aumentaram os pesos de desempenho e competência, além de excluírem os pisos dos programas”, avaliou Jair Alves, coordenador de negociação das Financeiras da Contraf-CUT.

Outros pontos negativos da proposta apresentada são a condição mínima para os funcionários participarem do programa, que deve ser de no mínimo 90 dias trabalhados na empresa, e o diferimento de pagamento para quem for receber valores acima de R$ 200 mil, em até quatro parcelas anuais. “Avisamos ainda na mesa que não aceitaremos essas propostas, incluída para este ano”, alertou Katlin Salles, diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba.

Quanto ao PCR, o banco apresentou uma proposta com base na rentabilidade das empresas. “A comissão negociadora questiona o indicador de rentabilidade apresentado pois considera muito elevado ao que realmente acontece na Holding”, explicou Jair Alves.

Os representantes dos trabalhadores enviarão uma contraproposta ao banco até a próxima terça-feira (12). Após analisá-la, o banco retornará para marcar uma nova rodada de negociação.

Fonte: Contraf-CUT

Ato é realizado em todo o Brasil em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas

A 23ª edição do Grito dos Excluídos será realizada nesta quinta-feira (7) em todo o país. Com o lema “Por direitos e democracia” a atividade abordará a realidade de um Brasil em crise, com desemprego, retirada de direitos trabalhistas e que em breve enfrentará a votação da reforma da Previdência, proposta que ameaça a aposentadoria de milhões de brasileiros.

Em São Paulo, haverá o tradicional ato organizado pela Central de Movimentos Populares (CMP) com apoio de entidades como a CUT São Paulo. A concentração terá início às 9h, na Praça Oswaldo Cruz, ponto inicial da Avenida Paulista. A manifestação seguirá pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio em direção ao Monumento às Bandeiras, ao lado do Parque do Ibirapuera.

O coordenador da CMP em São Paulo, Raimundo Bonfim explicou que neste ano a atividade evidenciará o desmonte dos direitos, bem como alertará a população sobre os parlamentares que traíram o povo brasileiro, ao apoiarem a reforma trabalhista e o arquivamento das denúncias contra Michel Temer (PMDB). “Nos últimos anos dos governos de Lula e de Dilma, superamos o desemprego, a exclusão social e a miséria. Mas, o Brasil de hoje não é mais o mesmo. Tínhamos saído do Mapa da Fome da ONU e voltamos neste triste cenário, num país de desemprego onde se agravam as desigualdades sociais”, afirmou.

O secretário de Mobilização da CUT São Paulo, João Batista Gomes, reforçou que, com a permanência de Michel Temer no poder e diante do anúncio da privatização de várias estatais, é preciso intensificar as manifestações de rua em defesa das empresas púbicas. “Nossas riquezas estão em jogo no Brasil e para completar esse desastre, Alckmin e Doria, ambos do PSBD, aplicam a mesma política no estado e na cidade de São Paulo, anunciando as privatizações dos espaços públicos. Estamos nas ruas para dizer que exigimos o respeito à nossa soberania”, afirmou o dirigente.

Fonte: Contraf-CUT