Abril 29, 2025
Slider
Imprensa

Imprensa

Em reunião realizada na segunda-feira (13) com o Comado Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou um balanço das medidas já realizadas para o enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus que tinham sido reivindicadas pelo Comando, como colocar o maior número possível de bancários em home office e todas as medidas de proteção para quem está trabalhando.

“Nossa negociação começou um dia depois da OMS decretar a pandemia. Colocamos mais de 250 mil bancários em casa, em teletrabalho; conquistamos garantia de empregos e muitas medidas protetivas para os que estão trabalhando. Porém ainda estamos muito preocupados com aglomerações nas agências”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “As aglomerações colocam todo mundo em risco”, observou.

“Cobramos que os bancos providenciem testes rápidos quando houver alguém com suspeita de Covid-19 em alguma unidade”, informou Juvandia.

O Comando reafirmou também a proposta de que somente sejam atendidos presencialmente os casos essenciais e de extrema necessidade, mesmo assim, sob agendamento prévio. “Quando as pessoas souberem que somente será atendido quem estiver agendado, elas vão parar de se aglomerar nas portas e arredores das agências”, afirmou Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, e também uma das coordenadoras do Comando.

Outra proposta do movimento sindical relacionada às aglomerações que será analisada pelos bancos é que seja acionado o poder público para conter as aglomerações e em não sendo atendido, contratar seguranças especificamente para passar orientações e organizar as filas externas. “Assim, os bancários podem realizar seus trabalhos dentro das agências, reduzindo a sobrecarga e agilizando o atendimento”, explicou Juvandia.

Outras medidas em implantação

A pedido do Comando, alguns bancos estão implantando barreiras de acrílico nos pontos de atendimento, para evitar contato com os clientes. Os bancos que compõem a mesa de negociações também estão providenciando e enviando às unidades máscaras com proteção de acetato frontal aos funcionários.

Valorização da negociação coletiva

O Comando Nacional dos Bancários cobrou da Fenaban o respeito e a valorização da mesa de negociação coletiva. “Havíamos acertado que todas as ações a serem tomadas, seja pelos sindicatos, seja pelos bancos, seriam trazidas previamente à mesa de negociações. Somente se não houvesse outro acerto na mesa é que as medidas seriam implementadas”, disse Juvandia. “Mas, tem banco colocando em prática pontos da medida provisória 927, a exemplo de férias, sem que houvesse negociação”, cobrou.

As medidas provisórias editadas pelo governo afrouxam as regras para o trabalho remoto, banco de horas, férias individuais e coletivas, redução de jornada e suspensão de contratos e possibilita que estes mecanismos sejam implementados sem negociação com os sindicatos.

“São medidas que podem impactar muito na vida dos trabalhadores e os bancos não poderiam implementá-las sem que houvesse negociação. O Comando está à disposição para negociar e quer que os bancos valorizem a negociação coletiva”, concluiu Juvandia.

Fonte: Contraf-CUT

O Ministério Público do Trabalho recebeu, segundo o último dado disponível, 7.565 denúncias de violações trabalhistas ligadas à pandemia de covid-19. Apenas em São Paulo, foram 687, de acordo com o MPT local.

Em 10 dias, até ontem (13), o número cresceu 30%. O balanço do último dia 3 indicava 5.800 casos. Nesse período, de acordo com o MPT, o total de inquéritos civis instaurados para apuração passou de 972 para 1.322. Notificações, ofícios e requisições somam 17.345.

“De forma preventiva, o MPT tem emitido um grande número de recomendações, com orientações para diversos setores da economia, a fim de conscientizar os empregadores acerca das medidas que devem ser adotadas durante este período de quarentena, para resguardar a saúde e a segurança dos trabalhadores”, diz o Ministério Público. Até ontem, o número de recomendações era de quase 5 mil.

Mediação

Outra iniciativa é de buscar mediação entre as partes. Esses procedimentos já somam 100, ante 30 ações civis públicas ajuizadas até agora. O MPT cita como exemplos negociações nos últimos dias que evitaram demissões em massa de rodoviários em Pernambuco e no Amazonas.

Muitas ações referem-se a uso de equipamentos de proteção. Na semana passada, por exemplo, a 3ª Vara do Trabalho de Mogi das Cruzes (SP) deu liminar para que uma empresa de tecnologia (NeoBPO) proporcionasse ambiente de trabalho adequado aos funcionários. Parte deles estava em salas sem janelas, com baias muito próximas e sem higienização. Nos refeitórios, havia aglomeração, e as marmitas ficavam amontoadas na geladeira.

De acordo com o MPT, autor da ação, a empresa alegou que “o presidente Jair Bolsonaro reiterou por vezes que a pandemia se refere a mera gripe” e que o município de Mogi não é “epicentro”.

A Justiça do Trabalho também havia determinado que as plataformas digitais iFood e Rappi garantissem assistência financeira a trabalhadores contaminados pelo coronavírus ou que integram grupos de risco. As empresas também deveriam fornecer material de higienização aos entregadores. A iFood conseguiu cassar a liminar, por decisão da desembargadora Dóris Ribeiro Torres Prina, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), em São Paulo.

Fonte: Rede Brasil Atual

Após cobranças do movimento sindical por mais segurança para bancários e clientes contra o coronavírus, o Mercantil do Brasil confirmou que adquiriu e vai distribuir, gratuitamente, máscaras de acrílico a todos os seus funcionários que estão nas agências fazendo o atendimento à população. O banco informou que trabalha para disponibilizar as máscaras o mais rápido possível, dependendo da logística para a entrega em toda a sua rede.

Os novos equipamentos visam a proteção dos bancários e demais pessoas que se encontram no mesmo ambiente das unidades.

Para o diretor do Sindicato, Marco Aurélio Alves, que é coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil, é importante cobrar mais garantias para os bancários do Mercantil que se encontram sobrecarregados e em iminente risco de contágio, mas as máscaras de acrílico já são um importante avanço. “A grande vantagem é que os novos equipamentos protegem mais que as máscaras de tecido, pois resguardam os olhos, a boca e o nariz, além de poderem ser higienizadas. Isto garante mais segurança e conforto aos funcionários que atendem diretamente os clientes”, afirmou.

O funcionário do Mercantil e diretor do Sindicato, Vanderci Antônio da Silva, ressaltou que o banco ainda não atende as cobranças do movimento sindical em relação ao acesso de clientes às agências, que vivem lotadas de beneficiários de INSS. Por isso, nada mais justo que ofereça um mínimo de segurança aos funcionários das agências.

“As máscaras transparentes evitam que os bancários tenham contato com saliva e fluidos corporais de terceiros, sendo indicadas para proteção nesse momento. Porém, nossa outra demanda é a instalação dos protetores de acrílico nas agências. O Mercantil desconversa e alega dificuldades de encontrar empresas e materiais disponíveis para o serviço, o que é difícil de aceitar. Mas, com certeza, seguiremos insistindo nessa demanda”, destacou Vanderci.

Fonte: Contraf-CUT

Em meio a maior operação de pagamento de benefícios e bancarização da história do Brasil, os empregados da Caixa têm um pedido especial para toda a população: fique em casa, não vá aos bancos.

O pedido é mais do que especial por vir dos milhares de trabalhadores que serão responsáveis pelo pagamento dos $ 4,7 bilhões do benefício disponibilizados a 9.426.703 brasileiros do Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal e do Bolsa Família, a partir desta semana.

Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, lembra que os empregados estão trabalhando para possibilitar que a população não precise sair de casa. “Todos estão trabalhando muito para fazer o melhor atendimento possível. Quem está na agência, inclusive, estão correndo risco, em prol de um bem maior. Então vamos fazer isso por eles, porque merecem. Só vá na agência se realmente for necessário, do contrário a recomendação é FIQUE EM CASA! Utilize os meios digitais.”

O Auxílio Emergencial do Governo Federal já foi liberado para mais de 2,5 milhões de brasileiros, totalizando mais de R$ 1,5 bi na economia. Até às 16h desta segunda-feira (13), o volume dos que se cadastraram por estes canais superava 34 milhões de cidadãos.

Nesta terça-feira (14), um primeiro lote de informações dos brasileiros que efetuaram o cadastro pelo aplicativo Caixa Tem e pelo site auxilio.caixa.gov.br, que cumprem os critérios de elegibilidade de acordo com a lei 13.982/2020, devem ser efetivados. A disponibilização do valor, de acordo com a opção do cidadão, se iniciará a partir da próxima quinta-feira (16).

Bolsa Família

Aqueles que recebem o Bolsa Família têm avaliação de elegibilidade automática e receberão o crédito do auxílio no mesmo calendário e da mesma forma do benefício regular. Entre o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial, será creditado o benefício de maior valor, para todos que tiverem direito. Nesta semana receberão 2.719.810 beneficiários do Bolsa Família, conforme calendário:

Quinta-feira (16):

• 1.360.024 beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 1.

Sexta-feira (17):

• 1.359.786 beneficiários do Bolsa Família cujo último digito do NIS é igual a 2.

Cadastro Único

Os inscritos no CadÚnico até 20 de março que não façam parte do Bolsa Família e que tiveram os critérios de elegibilidade verificados pela Dataprev receberão o Auxílio Emergencial na Poupança Social Digital da Caixa ou em conta no Banco do Brasil, incluindo neste grupo as mulheres chefes de família monoparental.

No caso da Poupança Social Digital Caixa, os créditos ocorrerão conforme a data de nascimento.

Confira o calendário abaixo:

Terça-feira (14):

• Crédito para 831.013 pessoas, sendo: o Poupança Digital Caixa – a partir de 12 horas 557.835 pessoas, nascidas em janeiro, ou conta no Banco do Brasil 273.178 pessoas

Quarta-feira (15):

• Poupança Digital Caixa

1.635.291 pessoas, nascidas em fevereiro, março e abril

Quinta-feira (16):

• Poupança Digital Caixa

2.282.321 pessoas, nascidas em maio, junho, julho e agosto.

Sexta-feira (17):

• Poupança Digital Caixa

1.958.268 pessoas, nascidas em setembro, outubro, novembro e dezembro.

Poupança Digital Caixa

É importante lembrar que não é necessário corrida às agências ou casas lotéricas para ter acesso aos recursos do auxílio emergencial. Caixa abrirá automaticamente a poupança digital para os brasileiros considerados aptos a receber o auxílio emergencial. Os que receberem o crédito por meio dessa conta poderão, por exemplo, pagar boletos e contas de água, luz, telefone, entre outras. É possível também efetuar transferências ilimitadas entre contas da Caixa ou realizar gratuitamente até três transferências para outros bancos a cada mês, pelos próximos 90 dias.

O acesso e movimentação da poupança digital ocorrerá pelo app Caixa Tem, disponível nas lojas de aplicativos Google Play e App Store. Para utilizar o aplicativo, que tem fácil navegação e baixo consumo da memória do celular, basta que o usuário se cadastre utilizando o CPF. Além de movimentar a poupança digital, será possível consultar FGTS, PIS, Bolsa Família, entre outros serviços.

Na data prevista para início do saque em espécie, o cliente terá esta opção habilitada no aplicativo. Bastará informar o valor a ser retirado e será gerado um código autorizador para saque nos caixas eletrônicos e casas lotéricas.

Saque em espécie

Com o objetivo de evitar aglomerações nas agências e unidades lotéricas, expondo empregados, parceiros e clientes ao risco de contágio, a Caixa escalonou o calendário de saque. Lembramos que os recursos creditados na Poupança digital podem ser utilizados através do app Caixa Tem para pagamentos e transferências, entre outros serviços. Segue abaixo o calendário de saque em espécie da poupança digital sem cartão nos canais de autoatendimento e lotéricas:

  • 27 de abril – nascidos em janeiro e fevereiro
  • 28 de abril – nascidos em março e abril
  • 29 de abril – nascidos em maio e junho
  • 30 de abril – nascidos julho e agosto
  • 04 de maio – nascidos em setembro e outubro
  • 05 de maio – nascidos em novembro e dezembro

Fonte: Contraf-CUT

A licença-maternidade para mães de bebês prematuros, que passam por internação, será ampliada. A decisão foi tomada na quinta-feira (12), pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo da deliberação é permitir que o período em que as mães passam com seus filhos em casa seja o mesmo das demais trabalhadoras.
A decisão tem efeito imediato para todas as trabalhadoras com carteira assinada, que atuam no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). De acordo com o decreto, a licença dessas mães só vai começar a contar oficialmente após a alta da mulher ou do bebê. “O período de internação neonatal guarda as angústias e limitações inerentes ao ambiente hospitalar e à fragilidade das crianças. Ainda que possam eventualmente amamentar e em alguns momentos acolher nos braços seus filhos, é a equipe multidisciplinar que lhes atende, de modo que é na ida para casa que os bebês efetivamente demandarão o cuidado e atenção integral de seus pais”, escreveu o ministro Fachin.
Bebês prematuros são aqueles que nascem antes das 37 semanas de gestação. Na maioria dos casos, bebês com prematuridade extrema, que nascem com menos de 30 semanas de gestação, precisam permanecer internados na UTI. Alguns só respiram com ajuda de aparelhos por um período até se adaptarem.
Para Elaine Cutis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), enquanto os bebês estão recebendo tratamentos hospitalares, a mãe ainda não possui contato com o filho. “A licença-maternidade após esse período é muito importante pois estabelece um relacionamento entre a mãe e o filho, o que não acontece enquanto estão recebendo tratamentos hospitalares, em incubadoras, por exemplo”, disse.

Fonte: Contraf-CUT

A votação da Medida Provisória (MPV) 905 – que impõe o trabalho aos sábados e feriados, jornada de 8 horas e ataca a PLR dos bancários –, foi adiada novamente nesta segunda-feira (13), na Câmara dos Deputados. A votação da MPV 905/19, porém, foi inserida na pauta de terça-feira (14), às 10h.

Inicialmente, a votação estava prevista para terça-feira da semana passada (7), mas foi adiada pela direção da Câmara, por falta de acordo entre os líderes partidários. Voltou para a pauta da sessão online desta segunda, mas foi adiada por não haver mais tempo hábil. A demora da votação anterior, do PLP 149/19 de ajuda emergencial aos estados, foi o principal motivo.

Para Jeferson Meira, o Jefão, secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a insistência em votar a medida em plena pandemia do novo coronavírus (Covid-19) é uma amostra de como o governo tem prioridades distorcidas. “Não há qualquer urgência em aprovar esta carteira verde e amarela. Na verdade, ela nem deveria entrar em votação, já que é mais uma retirada de direitos das classes trabalhadora. A prioridade deve estar em ajustar as medidas emergenciais de forma a assegurar condições para a sobrevivência das empresas, dos empregos, dos salários e, principalmente, da vida de nossa gente, que se vê diante de imensas incertezas quanto à vida.”

Jornada dos bancários e trabalho aos sábados

O texto original da medida provisória permitia a abertura dos bancos aos sábados e o aumento da jornada dos bancários de 6 para 8 horas. O relator alterou o texto para permitir o trabalho nos bancos aos sábados, aos domingos e aos feriados em casos específicos, como atividades que envolvam automação bancária; teleatendimento; serviços por canais digitais; áreas de tecnologia, segurança e administração patrimonial; e atividades bancárias em locais como feiras, shopping centers, aeroportos e terminais de ônibus, trem e metrô.

A Câmara dos Deputados realiza uma pesquisa para saber a opinião da população sobre a MPV 905. “Acesse a enquete da Câmara, clique em ‘discordo totalmente’ e escreva os pontos negativos que atingem a categoria bancária. Faça a sua parte para pressionar os deputados a não retirarem mais direitos”, convocou Jefão.

Fonte: Contraf-CUT

Mais de 32 milhões de pessoas de cadastraram junto à Caixa Econômica Federal para pedir o auxílio emergencial de R$ 600 concedido pelo governo federal durante a crise do coronavírus (Covid-19). Dos pedidos encaminhados para a Caixa, 40,2% foram para recebimento por meio da poupança social digital. O banco também recebeu 272,4 milhões de visitas ao site e 160,3 milhões de SMS. No total, 33,5 milhões de downloads do aplicativo foram registrados nas plataformas Android e iOS.

Quase 3 milhões de pessoas já receberam o auxílio. Os primeiros pagamentos foram poupadores da Caixa inscritos no Cadastro Único para programas do Governo Federal: cerca de 2,2 milhões de pessoas. Outros 436.078 lançamentos estão sendo realizados pelo Banco do Brasil. O total disponibilizado foi cerca de R$ 1,5 bilhão.

Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, destaca que, para ter acesso ao auxílio, não é necessário ir até uma agência da Caixa ou casas lotéricas. “Os pagamentos são feitos digitalmente, com crédito em conta. Para saber sobre o recebimento, basta consultar o saldo diretamente pelos meios digitais. A Caixa lançou um aplicativo para facilitar o acesso na semana passada”, disse, se referindo ao aplicativo Caixa Tem. O app, que está em fase de testes, possibilita acessar informações sobre benefícios e programas sociais, além de informações ao trabalhador como FGTS, Abono Salarial do PIS e Seguro-Desemprego. Quem tem conta na Caixa também pode consultar saldo e extrato, fazer pagamentos e transferências de até R$ 250 por transação e até R$ 1 mil por dia.

Filas na Caixa

As dúvidas sobre como receber o auxílio emergencial têm levado dezenas de pessoas a formarem filas nas portas das agências da Caixa. Entidades representativas dos empregados da Caixa têm cobrado do banco público uma ação urgente para orientar melhor a população.

Assim, como na Caixa, as filas e aglomerações provocadas pelo auxílio emergencial também aconteceram nas agências da Receita Federal. A busca para regularizar o CPF causou aglomerações em diversos estados. Para efeituar o cadastro do auxílio emergencial, o beneficiário deve estar com o CPF regular.

Em nota, a Receita Federal orientou as pessoas que precisam regularizar o CPF a fazer pelo preferencialmente pelo formulário eletrônico “Alteração de Dados Cadastrais no CPF”.

Está com dúvidas sobre o auxílio emergencial? Ligue para a Central 111 da Caixa. Também é possível tirar as dúvidas pelo site https://auxilio.caixa.gov.br

Contas Digitais

As pessoas que não têm uma conta bancária terão o auxílio emergencial depositado em contas digitais criadas pela Caixa. De acordo com o banco público, a medida é para evitar a corrida para as agências e casas lotéricas. Serão criadas mais três milhões de contas digitais. Os créditos começarão a ser pagos a partir desta terça-feira (14).

Por meio da conta é possível pagar boletos e contas de água, luz, telefone, entre outras. É possível também efetuar transferências ilimitadas entre contas da CAIXA ou realizar gratuitamente até três transferências para outros bancos a cada mês, pelos próximos 90 dias.

Quem precisa se cadastrar?

O cadastramento é obrigatório para receber o auxílio emergencial apenas para os MEIs, trabalhadores informais sem registro e contribuintes individuais do INSS. O cadastro deve ser feito por meio do no site Auxílio Emergencial, da Caixa, ou baixar o aplicativo Caixa Auxílio Emergencial.

Não é necessário preencher o formulário os beneficiários que estão no Cadastro Único do Governo Federal. Caso já estejam cadastrados no CadÚnico o aplicativo ou site irá mostrar a mensagem: você está no cadastro único do governo federal. As condições de recebimento do auxílio emergencial serão avaliadas com os seus dados do Cadastro único, basta aguardar a liberação.

Site Auxílio Emergencial: https://auxilio.caixa.gov.br/#/inicio

Aplicativo Caixa Auxílio Emergencial:

IOS: https://apps.apple.com/br/app/caixa-aux%C3%ADlio-emergencial/id1506494331

Android: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.caixa.auxilio

Quer saber se você está no Cadastro Único? Acesse o site Consulta Cidadão: https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/consulta_cidadao/.

Fonte: Contraf-CUT

O Comando Nacional dos Bancários se reúne por videoconferência na tarde desta segunda-feira (13) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para dar continuidade às negociações sobre as medidas implementadas pelos bancos para o enfrentamento à pandemia gerada pelo novo coronavírus.

Entre as medidas que farão parte da mesa, mais uma vez, o Comando vai cobrar que o atendimento presencial nas agências seja feito somente com agendamento prévio e para os casos essenciais, que visam suprir a subsistência dos usuários e clientes. Também será cobrado que os bancos contratem seguranças para organizar as filas no lado de fora das agências.

Fonte: Contraf-CUT

A epidemia de coronavírus, além de aumentar o desemprego, vai ressaltar mais uma vez a desigualdade brasileira, na avaliação de debatedores reunidos pela Oxfam Brasil na noite de quinta-feira (9). Eles lembram, por um lado, de pessoas que já vivem aglomeradas e não têm como seguir regras de isolamento ou adotar o chamado home office. Por outro, apesar das recomendações em contrário, a pressão para permanecer trabalhando, que atinge os mais pobres.

“Quem não pode parar são as pessoas que já estão mais vulneráveis, na periferia”, diz o advogado Daniel Teixeira, diretor do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert). “Você tem famílias que moram muitas vezes em 10, 12 pessoas, em casas pequenas, numa realidade bem diferente de possibilidades de isolamento que a gente tem em uma parcela pequena da população”, acrescenta, lembrando que a crise atual mostra “como funciona a desigualdade no Brasil”.

A percepção é de que “os pobres têm que trabalhar”, resume a administradora Nathalia Rodrigues, a Nath Finanças, especialista em educação financeira para população de baixa renda. Ela conta ter recebido denúncias de pessoas que não são liberadas do trabalho apesar de serem portadoras do vírus. Habituada a dar dicas de investimento, Nath diz que o momento é de “ter empatia com as pessoas”.

Papel do Estado

Ela observa que a situação ajuda a refletir sobre a importância do Estado. E destaca a aprovação da renda básica emergencial, que começou a ser liberada nesta semana, mas lembra que o governo, inicialmente, defendia um valor de apenas R$ 200, que passou a R$ 600 no Congresso. Também é preciso, diz Nath, viabilizar recursos para os autônomos e pequenos empreendedores.

A diretora-executiva da Oxfam Brasil, Kátia Maia, lembra que o mundo inteiro está fazendo “aportes gigantescos” de recursos para ajudar as pessoas a atravessar esse período. E considera injusto, como chegou a se fazer no Brasil, tornar o debate uma escolha entre “saúde e renda”. Também é preciso atrair a juventude para o debate. ” KatiaTrazer a juventude para o debate. Esse é o momento em que é importante escutar os diferentes da sociedade. O que a gente vai construir como sociedade?”

Daniel aponta a presença do “racismo estrutural” no Brasil: de cada três desempregados, dois são pretos ou pardos (classificação usada pelo IBGE), que em média recebem 53% do que ganham os brancos. No Brasil, a gente tem um caso muito específico, onde a nossa matriz de desigualdade tem o começo pelo racismo”, diz.

Essa situação deve também se retratar no coronavírus. Ele lembra que a organização Coalizão Negra por Direitos tenta obter dados que mostrem um “recorte” da doença pela cor. Isso já está acontecendo nos Estados Unidos, onde a maior parte das vítimas que morrem é negra, segundo as informações disponíveis.

O diretor do Ceert também critica a postura do presidente Jair Bolsonaro, que inicialmente falou em “gripezinha” para se referir ao coronavírus e depois declarou que seu “histórico de atleta” o preservaria. “E insistiu numa posição de inércia. Isso deixou a gente sem liderança, do ponto de vista governamental, que pudesse deixar o país mais preparado. Acho que essa inércia, no início, custou caro”, diz. “Agora, quando há uma tentativa de mudar o discurso, as pessoas vão percebendo, e a cartada toda é em cima da cloroquina, a panaceia, para desfazer a inércia.”

Pensamento único

Qualquer reforma no Brasil deve passar pela questão da desigualdade, emenda Daniel, referindo-se aos que chama de “guedistas”, menção ao ministro da Economia, Paulo Guedes. “Muitas vezes ouço falar em reforma tributária sem falar sobre imposto sobre grandes fortunas”, exemplifica. Ele aponta ainda um certo “pensamento único”, pró-mercado, nos meios de comunicação tradicionais.

Falar em genocídio, aqui, não é força de expressão, diz Daniel. Ele lembra que o último genocídio legalmente reconhecido foi o que vitimou aproximadamente 9 mil bósnios muçulmanos, em 1995. E morre “mais que o triplo disso por ano de jovens negros no Brasil”.

Os debatedores falam sobre o papel social das empresas. Nath cita decisão judicial que obrigava o Ifood a pagar trabalhadores afastados – posteriormente, a plataforma derrubou a liminar. “As pessoas estão lucrando com os trabalhadores informais. Pessoas que pensam que são empresários porque estão trabalhando com aplicativo. E quem está trabalhando nesses aplicativos são pessoas negras, a maioria.” Ela acredita, inclusive, que muitas empresas já queriam demitir e usam a pandemia como pretexto.

Contra o teto de gastos

“Deve aumentar o desemprego. É muita gente que está sendo demitida. Não é pra pensar o que vai afetar a economia, mas as pessoas. É o curto prazo, agora”, diz, prevendo também aumento de preços mais à frente e reforçando as críticas ao poder público.

“O governo, se fizesse uma ação antes de falar que era uma gripezinha, uma histeria… É pandemia, não é histeria. Vamos passar por um momento difícil de recessão. Temos de revogar o teto de gastos”, afirma Nath, referindo-se à Emenda Constitucional 95, que congelou gastos públicos. “Temos de valorizar o SUS. Fazer ações nas comunidades para arrecadar alimentos. Pegar o exemplo de outros países e fazer melhor.”

Daniel considera fundamental ressaltar o papel do SUS, “que é tão invisibilizado, sucateado, inclusive do ponto de vista simbólico”. Ele considera “temerária” a emenda do teto de gastos, restringindo investimento em áreas como saúde e educação.

Mais meio bilhão na pobreza

Para a Oxfam, a crise econômica provocada pela pandemia pode levar mais meio bilhão de pessoas para a pobreza, “a menos que ações urgentes sejam tomadas para ajudar países em desenvolvimento”. A organização espera que na semana que vem, quando se reunirão os ministros da Economia dos países do G20, mais o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, seja aprovado um plano emergencial.

Em relatório publicado ontem, a Oxfam lembra ainda que os mais pobres, inclusive nas maiores economias, “atuam mais no mercado informal, não têm proteções trabalhistas e não conseguem trabalhar de casa”. Em todo o mundo, só um em cada cinco desempregados tem acesso a benefícios como o seguro-desemprego. São 2 bilhões de pessoas no setor informal.

A situação se agrava no Brasil. “A necessária e urgente adoção das medidas de distanciamento social e de funcionamento das cidades restrito aos serviços essenciais aprofundam essa situação. Seja com as demissões, suspensão de pagamento de salários, inviabilidade do trabalho informal, o qual depende do funcionamento das cidades; ou com as moradias precárias, a falta de saneamento e água, além dos desafios no acesso a serviços essenciais para a maioria da base da pirâmide social.”

“O Brasil tem cerca de 40 milhões de trabalhadores sem carteira assinada e cerca de 12 milhões de desempregados”, lembra a organização. “Estima-se que a crise econômica provocada pelo coronavírus adicione, ao menos, mais 2,5 milhões de pessoas entre os desempregados, segundo estimativas do mercado financeiro divulgados recentemente.”

“O coronavirus coloca o Brasil diante de uma dura e cruel realidade ao combinar os piores indicadores sociais em um mesmo local e na mesma hora. E é neste momento que o Estado tem um papel fundamental para reduzir esse impacto e cumprir sua responsabilidade constitucional, tanto na redução da pobreza e das desigualdades como na garantia à vida da população”, afirma Kátia Maia. 

Fonte: Rede Brasil Atual

Para o professor-doutor Antonio Corrêa de Lacerda, embora ainda seja difícil prever a extensão e os efeitos da pandemia na economia e na crise global, é possível afirmar que pelo menos uma das ações adotadas até agora pelo governo brasileiro é equivocada: editar uma medida provisória que permite redução salarial, caso da MP 936, questionada, inclusive, no Supremo Tribunal Federal.

É um “auto-engano”, define o também diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciências Atuariais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (FEA/PUC-SP) e presidente do Conselho Federal de Economia. “Sem salário, não há consumo. Sem consumo, não há produção e sem produção não há emprego.” A medida pode trazer um alívio imediato, mas vai aprofundar a crise, avalia.

Autor do livro O Mito da Austeridade (Editora Contracorrente), Lacerda critica o recorrente pensamento ortodoxo, do ajuste fiscal a qualquer preço e de menor presença do Estado na economia. “No Brasil, são aplicadas políticas que poucos ainda defendem mundialmente.” A pandemia do coronavírus escancara esse erro.



Tamanho da crise

Com a pandemia, há alguma previsão possível de se fazer a esta altura, considerando que a economia já dava sinais de crise?
Na verdade, a profundidade e extensão da crise brasileira vão depender do mesmo processo internacional, do tamanho da crise sanitária e da eficácia e dimensão das medidas do governo para combatê-las.

Especificamente para o Brasil, qual é o cenário? O que esperar do mercado de trabalho, por exemplo?
O quadro de recessão (queda do PIB) está dado. Não se sabe ainda de quanto, mas podemos prognosticar algo entre -3% e -6%, a depender dos aspectos levantados na questão anterior. O desemprego aumentará. Menos consumo, menor produção, menos emprego, em um ciclo vicioso. Daí a importância de medidas para compensar a recessão, pelo menos em parte.

As medidas apresentadas até agora pelo governo são suficientes? 
Embora na direção correta, ainda são muito tímidas, tardias e insuficientes relativamente à crise que se prenuncia. É preciso mais volume de recursos e maior efetividade a agilidade na sua execução.

Qual sua visão sobre a Medida Provisória 936, que permite redução de salários? Não deveria haver um esforço para preservar a renda neste momento, além da sobrevivência das empresas?
Reduzir salário é uma falsa solução. Um autoengano. Pode amenizar a situação da empresa, no curto prazo. Mas sem salário não há consumo. Sem consumo não há produção e sem produção não há emprego. Ou seja, do ponto de vista macroeconômico reduzir salário não resolve, pelo contrário, aprofunda a crise. Uma alternativa seria cobrir a diferença com recursos do Estado, o que de certa forma está proposto, mas de forma limitada.

O “mercado” na Berlinda

“O que restou da indústria brasileira”, como o senhor diz, é dependente de insumos da China. O país está pagando pela falta de política industrial?
A ausência de um projeto de nação que contemple uma abordagem ampla de desenvolvimento está ausente há um bom tempo. Em momento de crise, como agora, na pandemia, isso fica mais evidente na economia. Destruímos nossa capacidade de industrialização e isso faz muita falta. Dependemos de importação não só de aparelhos sofisticados, mas de material médico básico, como luvas, máscaras e respiradores, por exemplo.

Muito se fala, agora – em meio à pandemia –, na presença do Estado para recuperar a economia. Isso põe na berlinda a visão ortodoxa do ajuste fiscal a qualquer preço, ou é apenas uma “concessão” momentânea?
A história já mostrou que a visão ortodoxa liberal, a corrente principal do pensamento econômico sempre ressurge, apesar das evidências em contrário da sua eficácia. No Brasil, então, são aplicadas politicas que poucos ainda defendem mundialmente. A reversão atual é circunstancial, pois a visão predominante entre os agentes financeiros e sua influência no debate público é a contrária.

E quanto ao papel anticíclico dos bancos públicos? Os recentes ataques não comprometeram a capacidade do setor de fomentar investimentos?
Totalmente. Perdeu-se um tempo precioso em busca de uma suposta “caixa-preta” nos empréstimos do BNDES, que já foi oficialmente descartada, inclusive pelos seus dirigentes atuais. Mas, no tempo das fake news e da pós-verdade, isso sempre retorna, empobrecendo o debate do papel crucial dos bancos públicos no Brasil.

Dólar e outras moedas

Apesar das “brechas” abertas agora, emergencialmente, a chamada emenda do teto de gastos atrapalha o combate à crise e mesmo uma possível retomada, mais à frente?
A Emenda Constitucional 95, cuja aprovação em 2016 foi um equívoco, precisa ser revertida. É um absurdo colocar todos os gastos públicos na mesma cesta, inclusive investimentos em infraestrutura e os sociais. Ainda mais, congelá-los por 20 anos!

Até onde vai a alta do dólar, ou, no nosso caso, a desvalorização do real? Que consequências isso traz para nossa balança comercial?
Ninguém sabe. Na crise o dólar se valoriza frente às demais moedas e o real vai junto. Enquanto durar a crise, haverá volatilidade. As consequências são: encarecimento dos importados e, em tese, um incentivo às exportações. Mas isso não é automático, depende de aproveitar as importações mais caras para reconverter a indústria. E as exportações dependem de compradores. Como o mercado internacional está mais retraído e mais competitivo, isso vai depender também das nossas estratégias comerciais.

Por que o sr. considera equivocada a comparação entre orçamento público e orçamento doméstico, tão presente na mídia brasileira?
Aqui não se trata de opinião, mas constatação. O orçamento das famílias e o das empresas têm que se adaptar à receita, especialmente na crise. Mas o Estado detém o monopólio de emissão de títulos da dívida e de moeda, além de obrigações que lhe são atribuídas pela Constituição Federal. Portanto, a comparação, embora usual e que serve de justificativa para a “austeridade”, não é cabível.

Fonte: Rede Brasil Atual