Abril 29, 2025
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou na reunião ministerial do dia 22 de abril que “Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”.

“Ou seja, em meio a uma pandemia que resultará em uma crise econômica gravíssima, o ministro da Economia do governo Bolsonaro, mais uma vez, revela sua mentalidade neoliberal e mostra que enxerga o governo como um banco privado ao avaliar uma suposta perda de recursos públicos ao salvar empresas de porte menor, que são as responsáveis pela maior quantidade de vagas de emprego no país”, afirmou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Em 2019, as micro e pequenas empresas abriram 731 mil vagas formais, enquanto as médias e grandes fecharam 88 mil. Considerando os dados de 2007 a 2019, os pequenos negócios criaram 12,4 milhões de vagas. Enquanto isso, médias e grandes empresas fecharam 1,5 milhão. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram compilados pelo Sebrae.

Na mesma reunião ministerial do dia 22 de abril, que foi divulgada na sexta-feira (22), pelo ministro do STF, Celso de Mello, Guedes também afirmou que “tem que vender essa porra logo”, em referência ao Banco do Brasil.

“Com esta declaração, Guedes despreza a função social que uma instituição pública do porte do Banco do Brasil, que esbanja liquidez e rentabilidade, deveria exercer durante a crise do coronavírus, por meio da concessão de crédito para ajudar as micro e pequenas empresas”, afirmou Fukunaga.

Não é só Carlos Bolsonaro que anda assediando o Banco do Brasil. Segundo a revista Veja, empresários bolsonaristas querem a cabeça do chefe do banco, Rubem Novaes, por incompetência na condução da instituição. Justamente porque, no meio da crise do coronavírus, Novaes não tem agilidade para liberar crédito.

Redução do crédito para micro, pequenas e médias empresas

Segundo as demonstrações financeiras do Banco do Brasil, entre março de 2016 e março de 2020 o valor da carteira para micro, médias e pequenas empresas (MPME) foi reduzida de R$ 127,3 bilhões para R$ 65,9 bilhões. No mesmo período, a carteira de crédito total encolheu de R$ 411,5 bilhões para R$ 272,9 bilhões, em valores reais (considerada a inflação do período).

“O banco já vinha perdendo carteira e, hoje, este cenário desolador causado pelo coronavírus está dificultando a liberação de crédito para quem realmente precisa, que é o micro e pequeno empresário, o que reflete muito na visão do Paulo Guedes explicitada no vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril”, afirmou Fukunaga.

“O Banco do Brasil é uma empresa pública com mais de 200 anos de história e deveria exercer a função social de conceder crédito para o setor produtivo preservar empregos, especialmente em meio a esta crise de proporções muito sérias. Mas, ao invés de utilizá-lo como instrumento anticíclico, o ministro da Economia prefere usar de palavreado de baixo calão para atacar a instituição e defender sua venda”, finaliza o dirigente.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) lança nesta segunda-feira (25) mais uma pesquisa online em seu site para saber as opiniões da categoria durante a pandemia do coronavírus (Covid-19). Clique aqui e participe da pesquisa.

A última pesquisa, encerrada no início do mês, mostrou que cerca de 80% das agências do Brasil já disponibilizaram informações para que os clientes evitem os bancos durante uma pandemia. A média é a mesma em relação à disponibilização do uso de máscaras e à marcação do piso para manter a distância entre as pessoas como proteção contra a Covid-19. Já de álcool gel o número sobe para 95%.

Em relação à movimentação das agências durante a pandemia, 9,47% disse que está muito mais vazia, 29,68% afirmou que está mais vazia, 17,21% contou que o funcionamento está normal, 18,01% falou que está mais cheia e 25,64% disse que está muito mais cheia.

Fonte: Contraf-CUT

Após ter sido avisado pelo Sleeping Giants Brasil, o Banco do Brasil havia se somado a inúmeras empresas e retirado publicidade de um site de extrema-direita, conhecido por espalhar fake news, para não ter sua imagem e nome ligados a um site que dissemina mentiras. Mas, após críticas do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), o banco voltou atrás.

“É mais um caso de interferência no Banco do Brasil que mostra a inexpressividade do seu presidente e também o uso do banco para fins pessoais”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Já tivemos promoção relâmpago do filho do Mourão, proibição da veiculação de publicidade voltada aos jovens, patrocínio de jantar nos Estados Unidos em homenagem a Bolsonaro e agora manutenção da publicidade em mídia acusada de disseminação de fake news favoráveis a Jair Bolsonaro. Que outras evidências de uso pessoal da máquina pública serão necessárias para se abrir um processo de investigação”, completou o dirigente.

Conheça a história

Sleeping Giants Brasil, que se ocupa de pressionar empresas para que elas não anunciem em sites que difundem notícias falsas e desinformação, publicou, na terça-feira (19), um tuite alertando o banco que publicidade do BB estava sendo veiculada no site Jornal da Cidade On Line, que tem esse perfil.

Na quarta-feira (20), o Banco do Brasil respondeu agradecendo o envio da informação, e comunicando a retirada dos “anúncios de comunicação automática” do referido site. “Repudiamos qualquer disseminação de FakeNews”, concluiu o BB em seu tuite de resposta.

Na própria quarta-feira, Carlos Bolsonaro, conhecido por comandar o “gabinete do ódio”, que virou alvo da CPI da fake news, disse em seu perfil do Twitter que o “Marketing do @BancodoBrasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas”.

Após a queixa do vereador, o Banco do Brasil voltou atrás e resolveu manter os anúncios no site acusado de difundir fake news. Segundo notícia veiculada pelo jornal O Globo, o recuo também se deve à interferência do secretário de Comunicações da Presidência, Fabio Wajngarten, que disse estar “contornando a situação”.

“Como um banco, que se gaba de estar preparado para a privatização, que alega que seus acionistas minoritários impedem que o banco seja utilizado para políticas sociais e para a redução das taxas de juros, se permite ser utilizado para esta finalidade? Os acionistas minoritários não vão reclamar da manutenção da publicidade em site acusado de disseminar fake news? Vão querer ver a imagem do banco associada a este tipo de veículo de (des)comunicação?”, questionou a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na CEBB, Fernanda Lopes. “Ou este argumento só é válido em certas ocasiões?”, completou a dirigente da Contraf-CUT.

Entre as empresas que já anunciaram o bloqueio de publicidade no site do Jornal da Cidade On Line após a campanha do Sleeping Giants estão o Telecine, a Dell, o Canal History e o IFood.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Contraf-CUT, assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE), enviou um ofício ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, questionando a razão pela qual a Caixa está abrandando o protocolo de atuação de gestores e empregados durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A mudança, que expõe um retrocesso na prevenção e promoção da saúde, foi informada aos empregados na segunda-feira (18) e causou medo entre os trabalhadores do banco.

“Reduzir o protocolo de saúde e segurança num momento como o que vivemos é uma completa loucura. As pessoas estão se contaminando cada vez mais pelo Brasil, o número de mortos, infelizmente, não para de crescer numa progressão exponencial, inclusive entre nossos colegas, e a direção do banco resolve diminuir a proteção dos seus empregados. É uma triste mostra do que os trabalhadores representam para os seus gestores. Não passam de mão de obra. Para piorar, essa atitude foi tomada sem qualquer negociação com as entidades representativas dos trabalhadores”, criticou Dionísio Reis, coordenador da CEE/ Caixa.

“É ainda pior do que foi divulgado. Quem deveria estar discutindo os protocolos de segurança, que é o pessoal da Gipes, foram enviados para as agências para atender o auxílio emergencial”, revelou o coordenador da CEE/Caixa.

A Comissão cobra ainda uma análise sobre a questão do empregado autodeclarar-se ser do grupo de risco. A medida adotada pelo banco público induz o empregado e transfere a ele uma responsabilidade absurda. “Não é possível a pessoa saber se é de risco ou não. Ela pode ter adquirido algo sem saber. O grupo de risco tem sido atualizado frequentemente e não cabe ao empregado Caixa e sim a área da saúde e segurança do banco identificar esses riscos”, afirmou o Dionísio Reis.

A CEE/Caixa reitera também o pedido de inclusão no Saúde Caixa dos quase dois mil empregados que continuam sem plano de saúde. Após inúmeros pedidos, a Caixa continua negligenciando os trabalhadores e deixando sem a cobertura de um plano de saúde, principalmente nesse período de pandemia.

O documento solicita ainda os dados estatísticos da situação dos empregados nas agências, como a relação oficial de empregados que estão contaminados, os recuperados e os mortos em decorrência da Covid-19.

Clique aqui e leia a íntegra do ofício.

Fonte: Contraf-CUT

A cartilha Gestão pelo Medo na Caixa, divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), é um alerta aos trabalhadores sobre o adoecimento físico e mental da categoria e uma orientações para denunciar práticas como assédio moral e descomissionamento arbitrário.

A publicação, elaborada com assessoria da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), traz relatos de empregados da Caixa que sofreram assédio moral e como isso afetou a saúde deles.

“Essas práticas são muito graves, ainda mais num momento como o que vivemos, no qual todas as pessoas estão com o seu estado emocional abalado. Mesmo assim, os empregados não abandonam a linha de frente em prol do atendimento da população. Entretanto, alguns gestores os pressionam a trabalhar de forma desumana e expõem suas saúdes aos mais diversos riscos”, ressalta Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa.

Nos relatos, trabalhadores do banco público contam a pressão pelo cumprimento de metas e ameaças de descomissionamento. “Fui diagnosticado com Síndrome de Burnout (distúrbio ligado ao trabalho) e fiquei dois meses internado em uma clínica psiquiátrica”, desabafa um empregado.

A cartilha traz ainda dados de uma pesquisa sobre a saúde dos trabalhadores do banco, realizada em 2018 pela Fenae, que apontou o adoecimento da categoria: 60% estão sobrecarregados, 33% já tiveram problema de saúde por causa do trabalho; 60,5% dos casos são doenças psicológicas e causadas por estresse; 20% sofrem de depressão ou ansiedade; 19,6% buscam acompanhamento psicológico ou psiquiátrico; 53,6% já sofreram assédio moral e apenas 3% dos casos de assédio moral foram registrados no RH da Caixa.

“É fundamental que os empregados da Caixa denunciem o assédio e outras práticas que atentam contra a saúde deles. As entidades sindicais e associativas têm denunciado e cobrado da direção da Caixa soluções para o problema e condições dignas de trabalho na empresa”, enfatizou o presidente da Fenae e secretário de Finanças da Contraf-CUT, Sergio Takemoto.

A cartilha está disponível na área de Publicações do site.

Fonte: Contraf-CUT

A Caixa lucrou R$ 3,05 bilhões no primeiro trimestre de 2020, com queda de 22% em relação ao mesmo período de 2019 e de 38% ao trimestre de 2019. De acordo com relatório da Caixa, a redução do lucro se deu, principalmente, em razão da redução da margem financeira em aproximadamente 13,9% e compensado pelas reduções de 1,3% com despesa de pessoal e 2,4% com outras despesas administrativas. A queda da margem financeira foi influenciada pelas reduções de 7,9% em receitas das operações de crédito e 32,9% em resultado de Título e Valores Mobiliários e derivativos, compensadas pela redução de 12,1% em despesas de captação. A rentabilidade foi de 14,4%, com alta 2 pontos percentuais em doze meses.

Para Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, lembra que, apesar da queda na comparação com os trimestres anteriores, o banco continua lucrando e muito. “A economia mundial sofreu um baque inesperado por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19) e com a Caixa não poderia ser diferente. Um lucro de três milhões em três meses não é para qualquer empresa. Só um banco muito forte, feito pelos seus empregados e para a população. Por isso, nossa reivindicação sempre será Caixa 100% Pública.”

A Caixa encerrou 1º trimestre de 2020 com 84.113 empregados, com o fechamento de 713 postos de trabalho em relação ao 1º trimestre de 2019 (contudo, foram acrescidos 47 postos de trabalho no trimestre). Em doze meses, foram fechadas três agências, 29 Postos de Atendimentos, 44 lotéricas e 75 Correspondentes Caixa Aqui. Em contrapartida, a Caixa registrou o incremento de 4,1 milhões de novos clientes.

A carteira de crédito amplo da Caixa apresentou ligeira expansão (0,9%) na comparação trimestral, e crescimento de 2%, em doze meses, totalizando R$ 699,6 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Física cresceu 1,8% em doze meses, totalizando R$ 82,6 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Jurídica apresentou queda de 17,1% no período, somando R$ 38,7 bilhões. Com saldo de R$ 470,4 bilhões no trimestre e participação de 67,2% na composição do crédito total, o crédito imobiliário cresceu 1,1%, no trimestre, e 5,2%, em doze meses. A carteira de infraestrutura cresceu 0,8% na comparação trimestral, e 1,2%, em doze meses, totalizando R$ 84,7 bilhões. A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 3,14%, com variação de 0,67 p.p.

As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias caíram 11,4% em doze meses, totalizando R$ 5,8 bilhões no trimestre. Embora em menor proporção, as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, também diminuíram – 5% em doze meses, totalizando 5,6 bilhões. Assim, no 1º trimestre de 2020, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 103,5%.

Veja aqui os destaques do Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, por intermédio da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), orienta os empregados da Caixa Econômica Federal a não assinalar a informação de que “NÃO” é grupo de risco na autodeclaração de Saúde – Covid-19. No novo protocolo anunciado pela Caixa, na segunda-feira (18), foi inserida essa opção.

“É complicado induzir o empregado a preencher uma autodeclaração informando que não é de risco, pois joga uma responsabilidade para o trabalhador absurda. Isso porque a pessoa pode ter adquirido/desenvolvido algo e não saber. Assim, como ele vai afirmar que não tem problema?”, reforça Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura representante da Contraf-CUT nas negociações com o banco.

Fonte: Contraf-CUT

O mundo já tem 5 milhões de casos confirmados de pessoas infectadas novo coronavírus. De acordo com monitoramento feito pela Universidade Johns Hopkins, instituição privada norte-americana, o contágio de covid-19 na América Latina já é maior do que nos Estados Unidos e Europa. Em função da pandemia, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) já prevê um retrocesso sem precedentes no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta.

O total de mortos já estaria em 328.172, correspondendo a uma taxa média de letalidade de 6,5%. O número de pessoas que se recuperaram da doença é de 1,8 milhão. Os dados divulgados pela universidade são baseados em informações colhidas nos órgãos oficiais dos países.

O Brasil deve se aproximar hoje dos 300 mil casos de contágio pelo novo coronavírus, ficando atrás apenas de Estados Unidos (1,6 milhão) e Rússia (309 mil). Próximo dos 20 mil óbitos, atrás de Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Espanha – os três últimos já com contenção da curva de mortes diárias.

Enquanto na maioria dos estados as autoridades ainda encontram dificuldades para impor um isolamento social monitorado – único meio eficaz de conter a expansão do contágio –, o governo federal segue na contramão. Aposta no contágio como forma de criar “proteção”, adota medidas tímidas para assegurar recursos e renda e insiste no uso de cloroquina com meio de tratamento. Mesmo com todos os alertadas científicos de que o medicamento não tem eficácia comprovada e ainda pode ter efeitos colaterais danosos.

Degradação

O Pnud divulgou ontem (20) projeção de que a pandemia do novo coronavírus – depois de atingir os 5 milhões de casos confirmados – causará um retrocesso global nos níveis de saúde, educação e condições de vida. O recuo universal do IDH em decorrência da covid-19 seria o primeiro em 30 anos, desde que o indicador foi criado, em 1990.

“O mundo passou por muitas crises nos últimos 30 anos, incluindo a crise financeira global de 2007 a 2009. Cada uma delas afetou fortemente o desenvolvimento humano, mas, em geral, os ganhos de desenvolvimento foram acumulados globalmente ano a ano. A covid-19, com seu triplo impacto em saúde, educação e renda, pode mudar essa tendência”, declarou o administrador do Pnud, Achim Steiner, ao comentar as conclusões do estudo. De acordo com a análise, a renda per capita global deve cair 4% em 2020, com elevação dos índices de desemprego e endividamento dos governos. 

Na saúde, o colapso dos sistemas de atendimento em todo o planeta deve ir além de não conseguir dar conta dos infectados pela covid-19. Isso porque pode inviabilizar o também atendimento de outras doenças. E assim eleva os riscos de mortes para outros segmentos da sociedade, mesmo que excluído dos grupos de risco do novo coronavírus.

Em relatório divulgado na última semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estimou que 6 mil crianças podem morrer diariamente de causas evitáveis, nos próximos seis meses, em razão do enfraquecimento dos sistemas de saúde pelo mundo causado pelo coronavírus. Segundo o Pnud, a deterioração do IDH será maior nos países pobres e em desenvolvimento.

Fonte: Rede Brasil Atual

Para a médica do Trabalho Maria Maeno, diretora da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), “não há dúvidas” de que a covid-19 pode ser considerada doença ocupacional, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado. No entanto, o teletrabalho – o chamado home office – decorrente da pandemia pode acarretar outros males físicos e psíquicos, mais difíceis de caracterizar como doença ocupacional.

Doenças como lesões na coluna ou lesão por esforço repetitivo (LER) são decorrentes da falta de condições ergonômicas adequadas para a realização do trabalho em casa. Já a falta de um espaço adequado, somado a jornadas exaustivas, pode causar aumento do estresse, resultando em adoecimento psíquico.

Em entrevista a Glauco Faria e Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta quinta-feira (21), a médica aponta uma armadilha inserida na “reforma” trabalhista do governo Temer, que obriga o trabalhador a assinar termo pelo qual se compromete a seguir as normas da empresa durante o home office. “Estão, na verdade, isentando as empresas por qualquer adoecimento. A empresa pode argumentar que se você adoeceu é porque não seguiu os procedimentos determinados”, afirma.

Maria Maeno também refutou o argumento utilizado por empregadores que se utilizam de trecho da Lei 8.213 para alegar que doenças endêmicas não podem ser caracterizadas como ocupacionais. A médica explica que as endemias são doenças infecciosas que ocorrem habitualmente em uma determinada região. Não é o caso do novo coronavírus. “Pode até se tornar endêmica, mas, nesse momento, é uma epidemia. Portanto, essa lei não se aplica à covid-19.”

Nas empresas, é função do empregador garantir o acesso a equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, para evitar a disseminação da doença entre colegas e clientes. Em teoria, o trabalhador de serviço não essencial poderia até mesmo se recusar a sair para trabalhar, dado o risco de contágio. Mas o medo do desemprego impede esse tipo de ação.

Fonte: Rede Brasil Atual

A Medida Provisória (MP) 936, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, deve ser apreciada pelo Congresso Nacional na próxima semana. O Dieese defende que os parlamentares aprimorem a proposta, ampliando a recomposição dos salários, hoje limitada ao teto do seguro-desemprego, que é de R$ 1.813,03.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator da proposta na Câmara, defende a ampliação da recomposição para até três salários mínimos, para trabalhadores que tenham os contratos de trabalho suspensos. O limite também incide na recomposição proporcional para aqueles que sofreram redução das jornadas.

“É uma queda de braços com o ministério da Economia, que vê qualquer iniciativa do tipo como aumento de gastos. A cabeça fiscalista do Paulo Guedes não mudou muito. Ele Acredita que é melhor dar dinheiro para os bancos do que colocar nas mãos da população”, avalia o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, em comentário na Rádio Brasil Atual nesta quinta-feira (21).

Outra alteração defendida pelo Dieese é a inclusão dos sindicatos nas negociações para trabalhadores que ganham até três salários mínimos. Para essa faixa salarial, a MP permite “negociação individual” entre patrões e empregados.

Impactos econômicos

“Os acordos individuais têm garantido basicamente os dispositivos da medida provisória, com capacidade de fiscalização e controle muito limitadas. No caso da participação dos sindicatos, uma das coisas que têm sido alcançadas é o aumento dessa taxa de reposição”, disse Fausto.

Ele defende também que os parlamentares aprovem a ampliação da duração do programa. A medida, editada em 1º de abril, tem validade de 90 dias. Mas, segundo Fausto, os impactos econômicos da pandemia devem se fazer sentir para além desse período. Sem essa extensão, haverá, já no próximo mês, uma explosão nas demissões.

Para o diretor do Dieese, a redução nas perdas salariais e a ampliação do programa são medidas importantes, não apenas para garantir a renda do trabalhador, mas para evitar alta no desemprego e o agravamento da situação econômica do país.

Fonte: Rede Brasil Atual