Maio 03, 2025
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Começou nesta quarta-feira (9) a 5ª Conferência da UNI Américas Finanças. A UNI Américas é o braço no continente da UNI Global Union, sindicato global que representa trabalhadores dos setores de serviços em todo o mundo. A UNI América Finanças é o ramo da entidade sindical continental para o ramo financeiro. Participou do encontro o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica.

“Vocês bancários pertencem ao mundo da distribuição da riqueza e dos recursos. Têm uma importância enorme. Na minha juventude, o sindicato dos bancários era o mais radical. Vocês são privilegiados porque têm um sindicato latino-americano. Não esqueçam dos demais trabalhadores. Obrigado por não ficarem calados”, disse Mujica na abertura da conferência. Para o ex-presidente uruguaio, o mundo passou por grandes transformações nas últimas décadas, mas a riqueza ficou cada vez mais concentrada. “A riqueza se multiplicou, mas está se juntando em um cantinho”, falou. Mujica lembrou também que os governo progressistas latino-americanos aumentaram a capacidade de consumo da população, mas não conseguiram formar uma sociedade consciente dos valores democráticos. “Não nos tornamos cidadãos, mas sim consumidores”, afirmou o ex-presidente.

Pandemia

“Essa conferência é muito importante nesse momento de pandemia. A crise econômica foi aprofundada pela pandemia, com o crescimento do desemprego. Acelerou os avanços tecnológicos e que vão ter impactos nos empregos. É o momento de a gente debater que mundo que a gente quer”, declarou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também participou da abertura da conferência.  A pandemia e seu impacto nas relações de trabalho da categoria bancária foi um dos temas mais discutidos no encontro

“Temos um milhão e meio de mortos por conta da pandemia. Mais da metade dessas mortes está aqui na América, então é o momento de a gente debater que América que a gente quer, também. Temos de discutir que mercado financeiro que a gente quer, que tem que existir para gerar desenvolvimento econômico, distribuição de renda. Essa conferência vai debater temas super importantes, que passam pela transformação do nosso continente. A gente quer um continente justo, com igualdade. Somos um dos continentes mais desiguais do mundo. Temos riquezas profundas, mas também desigualdades profundas”, disse Juvandia.

Rompendo barreiras

O secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Roberto Von Der Osten, fez a primeira apresentação do plano estratégico “Rompendo Barreiras” a primeira das moções discutidas na conferência. O documento reafirma o compromisso de continuar combatendo as políticas neoliberais com maior unidade sindical e contribuindo a um novo modelo de desenvolvimento no continente. “Romper barreira hoje nunca foi tão necessário. Há um mundo que quer excluir pessoas do mercado de trabalho com a tecnologia. Querem eliminar definitivamente os sindicatos e colocar a meritocracia no lugar. Um momento triste para a humanidade, mas desafiador para o movimento sindical”, analisou o secretário.

A economista Vivian Machado, da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Contraf-CUT, fez a apresentação com o tema “O Novo Mundo da Banca”, sobre a digitalização e novas tecnologias bancárias. A economista observou que, com a pandemia, o processo de digitalização bancária sofreu uma aceleração. Vivian citou a pesquisa feita pela Contraf-CUT com os trabalhadores que foram trabalhar em casa após o início da pandemia. A pesquisa mostrou a necessidade de se regulamentar o teletrabalho para evitar que a categoria fosse submetida a jornadas excessivas e sem controle, além de gastos adicionais com energia e internet.

A 5ª Conferência prossegue nesta quinta-feira (10), com debate de outras moções e a eleição do novo Comitê Executivo da UNI Américas Finanças.

O que é a UNI Global Union 

A UNI Global Union  (sindicato mundial de serviços que representa mais de 20 milhões de trabalhadores de mais de 150 países diferentes nos setores que mais crescem no mundo – habilidades e serviços), é uma entidade sindical mundial à qual a Contraf-CUT é filiada. Está organizada em quatro grandes regiões (Américas, Europa, África e Ásia/Pacífico). A cada quatro anos estas estruturas todas se reúnem, tanto as regionais quanto os setoriais e horizontais para eleger suas direções.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), reiterou ao banco público, nesta terça-feira (8), a instalação do Grupo de Trabalho – Saúde Caixa, conforme celebrado em Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), na Campanha Nacional dos Bancários 2020.

Assinado pela presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira e pela coordenadora da CEE/Caixa e secretária de Cultura da Confederação, Fabiana Uehara Proscholdt, o documento solicita ainda informações sobre o andamento das medidas de inclusão de todos os empregados na assistência medica Saúde Caixa, tema relevante e subscrito pelas partes no ACT e objeto de oficio anterior não respondido.

“O grupo de trabalho é um espaço de suma importância, considerando que foi algo extremamente debatido durante a Campanha Nacional e o GT tem como responsabilidade pensar alternativas para que o plano de assistência à saúde dos empregados seja viável e sustentável para todos a partir de 2022. Por isso, aguardamos um retorno urgente da Caixa”, ressaltou Fabiana.

Em decorrência da decretação das medidas preventivas à pandemia, as reuniões poderão ocorrer em formato eletrônico, através dos meios digitais mais compatível às partes.

Fonte: Contraf-CUT

Empregados contam como foi a semana em que a Caixa iniciou a entrega de quase 170 imóveis. Segundo trabalhadores, as informações seguem desencontradas

 

 

De uma hora para outra, prédios fechados e trabalhadores proibidos de entrar. Foi assim que muitos empregados iniciaram a semana em que a Caixa resolveu não renovar o aluguel ou vender mais de 170 imóveis. "Não tivemos tempo de pegar nossos pertences", contou um empregado que trabalha em uma das gerências executivas de Governo (Gigov) atingidos pela reestruturação.

Há 15 anos na Caixa, L.F. (nome fictício), que preferiu não se identificar, disse que foi uma grande tensão quando descobriu que não poderia entrar no prédio em que trabalhava. "Como assim eu não posso mais nem adentrar, nem para retirar meus pertences. Disseram que ninguém mais poderia circular no prédio. Eu nunca vi isso acontecer em unidade nenhuma na Caixa", contou. L.F. Ele lembrou ainda que o imóvel em que estava alocado foi recém contratado em setembro.

Os empregados atingidos pela reestruturação foram colocados em home office pela direção da Caixa. Com a mudança, eles enfrentam também problemas de conexão. "Nós temos que dar conta do serviço, de metas, fazer tudo de casa sem suporte, porque nada funciona. Não temos como baixar os documentos na internet, porque a Caixa não permite e temos que ficar burlando o sistema. Tudo isso para atender a Caixa e alcançar metas", desabafou.

A falta de informação é grande. Apenas os boatos chegam até os empregados. Há notícias que algumas áreas irão para os mezaninos das agências, outras dão conta de que Gihab e Gigov vão acabar. "É uma insegurança que eles passam para a gente. A Caixa transmite essa insegurança no meio de uma pandemia. Todo que chega é informalmente e assim, não tem discussão, não tem negociação e não tem conversa", ressaltou.

L.F. acredita que essa movimentação da Caixa é para que os empregados façam a adesão ao PDV. O mesmo pensamento é da empregada V. A., que está há 16 anos na Caixa. Segundo ela, a direção do banco está criando um clima de pânico entre os trabalhadores.

J.S. (nome fictício), que também preferiu não se identificar, trabalha na Gilog, a gerência de logística, uma das áreas responsáveis por fazer essas mudanças. “Temos a ordem de desocupar prédios até 20 de dezembro e veio do nada, sem planejamento. Temos ordem de desocupar o depósito até 31 de dezembro. O material precisa ser leiloado. Está enlouquecedor”, afirmou.

Segundo a trabalhadora, parece que tudo está sendo feito com muito sigilo. “Não sabemos se vamos ter vaga para ir para São Paulo, se todos estão sem função, sem vaga, ao Deus dará. Ninguém consegue falar nada com a gente”, desabafou. Assim como L.F., ela também afirmou que não está havendo nenhuma conversa entre os empregados. “A pessoa que está determinando que isso seja feito não está aceitando nenhum tipo de contestação, não está aberta a discussão. A ordem é entregar prédios”.

Entidades cobram negociação e mais planejamento

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e as entidades que representam a categoria questionaram a falta de planejamento da direção do banco. Sem aviso prévio e sem negociação com os trabalhadores, o banco resolveu fazer as mudanças com o intuito de fortalecer a governança, economicidade e melhor gestão dos recursos públicos. “Até o momento não tivemos nenhuma informação oficial do que está acontecendo. E o que estamos vendo é uma medida da Caixa que está gerando pânico e insegurança entre os trabalhadores”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

A coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, também destacou a falta de negociação, organização e planejamento, além de não levar em consideração a realidade dos empregados. “O primeiro problema é: você não pode mudar a vida das pessoas sem que isso seja negociado, para você diminuir os conflitos e insatisfações. Retirar as pessoas do seu local de trabalho e locar nas agências também tem que se precedido de um planejamento. Nós estamos em uma pandemia e você locar mais pessoas para trabalhar juntas é muito ruim e aumento o risco de contágio”, afirmou.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela CEE/Caixa, questionou o banco quanto ao deslocamento dos trabalhadores e a falta de negociação da direção da Caixa com os trabalhadores, como garante o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “É lamentável ver a direção da Caixa fazendo mudanças de forma brusca, sem aviso prévio e nem diálogo com os empregados nem com seus representantes sindicais. A insegurança está instalada nos locais de trabalho, visto que os funcionários são pegos de surpresa, sem saber como ficam as alterações na vida funcional e em suas remunerações. Por isso, solicitamos esclarecimentos e discussão sobre um possível processo de reestruturação em curso”, afirmou a presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Fonte: Fenae

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil decidiu realizar nesta quinta-feira (10) um Dia Nacional de Lutas em repúdio às demissões realizadas pelo banco e também contra uma série de problemas que afetam funcionários e clientes. As manifestações vão denunciar o assédio moral, as metas abusivas, a precariedade no atendimento bancário, longas filas nas agências. Será um ato em solidariedade às dezenas de pais e mães de famílias que perderam seus empregos em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19). Nesse dia, haverá um tuitaço às 11h para denunciar o banco. A hashtag é #QueVergonhaMercantilBrasil . Ajude a divulgar o tuitaço. Passe a hashtag para seus amigos e familiares.

Na segunda quinzena de novembro, o Mercantil do Brasil demitiu mais de 30 funcionários. Para denunciar essa política de demissões é que a COE decidiu fazer as manifestações. Serão realizados atos nas portas das agências do banco, com distribuição de cartas abertas à população, mensagens em carros de som e mobilizações virtuais. “Vamos denunciar a falta de compromisso do banco, que insiste em demitir trabalhadores em plena pandemia e com os lucros nas alturas”, afirmou Marco Aurélio Alves, coordenador da COE do Mercantil.

Clientes reclamam

O Mercantil também vem sendo alvo de reclamações de clientes, que acabam sendo afetados pelas demissões. “Os clientes do Mercantil do Brasil, na maioria aposentados e pensionistas do INSS, padecem nas longas filas à espera de atendimento. Esse é o resultado das demissões, pois o atendimento foi precarizado”, ressaltou Marco Aurélio Alves. Os clientes do banco também reclamam da venda casada de produtos, o que infringe o Código de Defesa do Consumidor. A COE já denunciou essa situação junto ao Recursos Humanos do banco, mas até o momento não houve uma resposta convincente.

A comissão também denuncia as pressões sofridas pelos trabalhadores do banco. “Os funcionários que escaparam das demissões, ainda têm que lidar com o assédio moral e com o aumento abusivo de metas, impostos por uma Superintendência comercial draconiana e sem limites. Um absurdo sem precedentes”, criticou o coordenador da COE do Mercantil.

Fonte: Contraf-CUT

A Medida Provisória (MP) 995, que permitia a privatização da Caixa a partir de suas subsidiárias, teve seu prazo de vigência encerrado na última sexta-feira (4). Um ato declaratório publicado pelo Congresso Nacional, nesta terça-feira (8), no Diário Oficial da União, oficializa a caducidade da medida.

“O fim desta MP, que possibilitava o desmonte da Caixa, representa uma conquista da forte mobilização dos empregados do banco público e das entidades representativas, mas precisamos continuar atentos e não esmorecer a nossa luta contra a agenda privatista deste governo”, alertou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Pela norma, a Caixa e suas subsidiárias ficariam autorizadas, até o final de 2021, a constituir outras subsidiárias, inclusive se valendo da incorporação de ações de outras sociedades empresariais, assim como adquirir controle societário ou participação societária minoritária em sociedades empresariais privada.

Luta contra a MP 995

Vale lembrar que desde que foi editada, em 7 de agosto, a Contraf-CUT, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), junto com entidades representativas dos bancários e parlamentares realizam ações de mobilização para pressionar o governo federal a revogar a MP 995.

No decorrer de 2020, importantes atos foram realizados contra a MP e em defesa da Caixa 100% pública, promovidos por várias frentes, tais como Contraf-CUT, Fenae, Comitê Nacional em Defesa da Caixa, Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos e Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos.

Ações na Justiça

As entidades também questionaram a MP na Justiça. Em agosto, a Contraf-CUT, protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) com medida cautelar para suspender os efeitos da Medida. A entidade argumentou que o documento foi elaborado como “artifício para o fatiamento da empresa estatal” a partir da criação de subsidiárias, sob o risco de esvaziamento da empresa-mãe. O governo burlou um entendimento da Corte, que decidiu, em junho de 2019, que a empresa-matriz não pode ser privatizada sem o crivo do Congresso. Mas os ministros entenderam que as subsidiárias das estatais não precisam de autorização legislativa para serem vendidas.

Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro — PT, Psol, PCdoB, PDT, Rede e PSB — também entraram com ADI no STF contra a Medida Provisória 995.

Mesmo diante de todas as ações contra a privatização da Caixa, o governo e a direção do banco mantêm as tentativas de vender partes da estatal. A abertura de capital da Caixa Seguridade e o Banco Digital podem acontecer no próximo ano, como vem anunciando o ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente do banco, Pedro Guimarães.

Segundo o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, se depender deste governo as tentativas de privatização do banco público vão continuar. “Precisamos nos manter atentos e mobilizados contra qualquer tentativa de privatização. Este governo não vai desistir de entregar nosso patrimônio e enfraquecer a Caixa, que é imprescindível para a população.  Os prefeitos e vereadores eleitos também serão alertados quanto aos impactos negativos para seus municípios e suas populações. Vamos resistir”, afirmou Takemoto.

Clique aqui e veja a íntegra do ato que declarou a perda de validade da MP.

Fonte: Contraf-CUT

O Brasil está atrasado em relação à vacinação contra a covid-19. Interferência política e negacionismo por parte do governo de Jair Bolsonaro, atrapalham os avanços da imunização no país. A sentença é do epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jesem Orellana. Ele compara a situação brasileira à de países como Inglaterra e Rússia, que já estão em pleno processo de vacinação em massa, além de outros que já instituíram um planejamento concreto para a proteção de suas populações. Caso de Alemanha, França, Espanha e a vizinha Argentina, entre outros.

“A ciência finalmente parece ter encontrado uma solução satisfatória para o enfrentamento efetivo da pandemia de covid-19, embora saibamos que estamos um pouco distantes do fim dessa tragédia. No entanto, o Brasil segue afundado na primeira onda da covid-19, a qual não parece ter data para acabar“, disse à RBA.

Enquanto a Europa mostrou eficiência no controle de uma segunda onda de covid-19 que atingiu o continente nos últimos meses, o Brasil sequer conseguiu deixar a primeira. Já são 178.159 mortos e 6.674.999 infectados desde o início da pandemia, em março. Nas últimas 24 horas, foram 842 vítimas e 51.088 contaminados. As informações são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) em boletim divulgado no início da noite de hoje (8). O Brasil vive um momento de crescimento da epidemia, enquanto não avança na elaboração de planos para a vacinação.

Jesem lembra que o país testa muito pouco e comete o crime de desperdiçar exames já comprados. Isso provoca ampla subnotificação. São mais de 70 mil mortos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) não especificadas neste ano. Muitas delas possivelmente causadas por covid-19. “O pesadelo está se prolongando e infectando brasileiros aos milhões; causando adoecimento grave de outras dezenas de milhares; deixando sequelas neurológicas, psicológicas, cardíacas, respiratórias, sociais, econômicas, de ensino-aprendizagem em milhões de estudantes; e, o pior, já matou mais de 200 mil brasileiros, entre mortes diretas e indiretas”, alerta.

As vacinas

O governo federal segue em sua postura adotada durante toda a pandemia. Nega a gravidade da maior crise sanitária da humanidade em mais de 100 anos e rejeita a ciência. Bolsonaro, pessoalmente, chega a fazer campanha contra vacinas e afirma que não vai tomar. Os ataques são mais agressivos contra a CoronaVac, vacina em elaboração pelo Instituto Butantã, em São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Embora ainda falte a conclusão do estudo final de eficácia (previsto para o dia 15), o grande problema apontado é a necessidade de aprovação da CoronaVac pela Anvisa. Questiona-se se órgão, ligado ao governo federal, pode dificultar a liberação do imunizante. Governadores e prefeitos, além da oposição no Legislativo, já se organizam para forçar o governo a não causar problemas.

Brasil às escuras

Jesem Orellana vê a situação brasileira como “muito preocupante”. Tanto em relação à morosidade do processo de vacinação, como no avanço da pandemia que volta a apresentar acentuada curva de crescimento de casos e mortes.

Ainda sobre o processo de imunização, Jesem argumenta que “a esta altura do campeonato, deveríamos estar com a Anvisa profundamente envolvida no acompanhamento contínuo de ao menos três vacinas atualmente em processos finais de desenvolvimento e muito próxima de anunciar o registro emergencial de ao menos uma. Ninguém tem o direito, neste momento tão crítico, de esperar tanto pela vacina ideal ou pelo resultado ideal, especialmente com uma média móvel de óbitos se aproximando dos mil novamente”.

O cientista afirma à RBA que seria adequado um processo de planejamento para a vacinação, e lamenta o descaso com o eficiente e histórico programa de imunização brasileiro. “Esta desarticulação nacional ameaça o atualmente Programa Nacional de Imunizações (PNI), o mesmo que por décadas foi considerado um dos melhores do planeta e, sem dúvida, apesar de tudo, ainda é um dos principais alicerces do também fragilizado e indispensável Sistema Único de Saúde (SUS).”

Leia a íntegra do comunicado de Jesem, enviado com exclusividade à RBA:

O BRASIL SEGUE ÀS ESCURAS EM PLENA PANDEMIA

A ciência finalmente parece ter encontrado uma solução satisfatória para o enfrentamento efetivo da pandemia de COVID-19, embora saibamos que estamos um pouco distantes do fim dessa tragédia. A Rússia, por exemplo, diz ter vacinado 100 mil cidadãos com a Sputinik-V e, amanhã, o Reino Unido dará início a um complexo e desafiador processo de vacinação em massa com a promissora vacina da Pfizer/BioNTech. A vizinha Argentina prometeu vacinar até 300 mil com a Sputinik-V, ainda em 2020.

Não custa lembrar que há consideráveis evidências sugerindo que ambas as vacinas são mais eficazes que a da AstraZeneca, a mesma que foi precocemente adquirida pelo Governo Brasileiro. Além disso, entre as vacinas em fase avançada de avaliação nos ensaios clínicos de Fase III, há duas outras fortes candidatas, a da Moderna e a CoronaVac.

No entanto, o Brasil segue afundado na primeira onda da COVID-19, a qual não parece ter data para acabar. Ao contrário, o pesadelo está se prolongando e infectando brasileiros aos milhões; causando adoecimento grave de outras dezenas de milhares; deixando sequelas neurológicas, psicológicas, cardíacas, respiratórias, sociais, econômicas, de ensino-aprendizagem em milhões de estudantes; e, o pior, já matou mais de 200 mil brasileiros, entre mortes diretas (confirmadas por COVID-19) e indiretas (mortes por causa cardiovascular – devido ao caos sanitário provocado pela pandemia).

Seguimos enxugando gelo, com uma estratégia de vigilância diagnóstica e laboratorial que jamais deslanchou, devido a falhas graves de planejamento no nível federal e ao baixo investimento financeiro, com efeito cascata para estados e municípios. Prova disso é a quantidade inaceitável dos milhões de testes que seguem estocados ou sem uso oportuno, em um país mundialmente conhecido por testar pouco. Não é por acaso que temos mais de 70 mil mortes por Síndrome Respiratória Aguda não especificada no Brasil.

Enquanto isso, a solução que tem sido dada em estados e municípios é priorizar a abertura de mais leitos clínicos e de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede hospitalar, mesmo sabendo que em torno de 60 de cada 100 pacientes intubados em UTI e com COVID-19 vão a óbito.

“Mas, e daí? É só uma gripezinha… Todo mundo um dia vai morrer!” Essa é a forma como o líder do executivo, Jair Bolsonaro, vê o problema. Faz desdém da pandemia e aprofunda um patológico desgaste com o Legislativo nacional, com o Supremo Tribunal Federal e com tantos outros Prefeitos e Governadores do Brasil, em especial João Dória do estado de São Paulo. Este, por sua vez, aproveita a falta de comando nacional para declarar seu próprio calendário de vacinação e lucrar politicamente, incluindo um populismo sanitário que promete vacinar qualquer brasileiro que não comprove residência na região.


Esta desarticulação nacional ameaça o Programa Nacional de Imunizações (PNI), o mesmo que por décadas foi considerado um dos melhores do planeta e, sem dúvida, apesar de tudo, ainda é um dos principais alicerces do também fragilizado e indispensável Sistema Único de Saúde (SUS).

A esta altura do campeonato, deveríamos estar com a ANVISA profundamente envolvida no acompanhamento contínuo de ao menos 3 vacinas candidatas e muito próxima de anunciar o registro emergencial de ao menos uma. Ninguém tem o direito, neste momento tão crítico, de esperar tanto pela vacina ideal ou pelo resultado ideal, especialmente com uma média móvel de óbitos se aproximando dos mil novamente.
Deveríamos estar, pelo menos, com uma vacina emergencialmente registrada, ainda que precisasse de refrigeração a -70º C ou -20º, pois poderíamos estar vacinando trabalhadores de saúde de pontos estratégicos em regiões metropolitanas, por exemplo. Poderíamos sim aceitar o registro emergencial de vacinas como a Sputinik-V ou a CoronaVac, que aliás são mais apropriadas para a rede de frio nacional e casa com parte da experiência que o PNI já possui.


Poderíamos estar projetando diferentes cenários de operacionalização da logística e da operacionalização da campanha nacional de imunização, bem como de treinamento/recrutamento de trabalhadores de saúde e ampliando o número e o conceito de “sala de vacinação” (poderíamos fazer postos volantes/móveis), em articulação com estados e municípios, seja por terra, água ou ar. Enfim, a campanha em prol da vacinação contra a COVID-19 nas redes sociais, na televisão e rádio já deveria ter começado, bem como o cadastramento dos primeiros candidatos a serem imunizados e tantas outras estratégias fundamentais.

Mas, nada disso foi feito ainda, seguimos às escuras e, mais uma vez, atrasados devido a repetidas e inaceitáveis ingerências, com uma epidemia que voltou a se agravar com o relaxamento/cansaço da população, período eleitoral e agora com o agitado comércio de dezembro e as festas de fim de ano. Infelizmente, podemos ter nosso primeiro janeiro das lamentações, ao invés do descanso e relaxamento típico para a maioria, já que estamos sujeitos a passarmos o mês de janeiro lembrando os mortos do primeiro semestre ou os do segundo, número que tende a aumentar por estes dias!

Ultrapassamos todos os limites da irresponsabilidade e da ingerência. Está na hora de uma mudança drástica na condução da epidemia de COVID-19. O Brasil, um país tão rico, recursivo e com um povo tão cheio de vida, não pode seguir à deriva e sendo literalmente exterminado por seus governantes!

Fonte: Rede Brasil Atual

O assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes completa mil dias nesta terça-feira (8). Eles foram mortos na noite de 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. O caso segue sem respostas e, até o momento, os responsáveis não foram presos. Marielle e Anderson sofreram uma emboscada na Rua Joaquim Palhares, bairro do Estácio, região central da capital fluminense. O carro em que estavam foi abordado por outro veículo e alvejado por vários disparos, que atingiram a vereadora e o motorista.

Nos últimos dias, novas pistas surgiram na montagem do quebra-cabeça. Na emboscada, foi usado um Chevrolet Cobalt clonado e os investigadores descobriram que Eduardo Almeida Nunes de Siqueira, morador da Muzema, favela dominada pela milícia, clonou um veículo do mesmo modelo, entre janeiro e fevereiro de 2018. Além disso, outro fato que chama a atenção é que o advogado Bruno Castro, que representa Siqueira, é o mesmo que atua para o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de executar Marielle e Anderson.

O jornal O Globo mostra que, em depoimento prestado à Delegacia de Homicídios (DH), em 2018, Siqueira disse que clonou um carro igual ao usado no crime, mas as afirmações “foram esquecidas no processo”. Eduardo “não sabia informar” se o carro havia sido utilizado no assassinato, mas viu grande semelhanças com o veículo que clonou.

Suspeitos do caso

A polícia do Rio segue outras linhas de investigação. Uma das versões acreditam que o ex-bombeiro, ex-vereador e miliciano Cristiano Girão ordenou a morte de Marielle, com o objetivo de se vingar do deputado federal Marcelo Freixo (Psol). Girão era um dos nomes na lista da CPI das Milícias, em 2008, presidida por Freixo. O miliciano ficou preso até 2017, um ano antes do crime.

O ex-bombeiro diz que possui um álibi, mas o Ministério Público solicitou ao Google o fornecimento da localização de Girão no momento do crime. O MP aguarda o julgamento de três recursos extraordinários no Supremo Tribunal Federal (STF). O Google recorreu da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou o fornecimento de informações às autoridades fluminenses. 

Em março de 2019, Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46, foram presos. A força-tarefa que levou à Operação Lume diz que eles participaram dos assassinatos de Marielle e Anderson. Segundo as autoridades, Lessa efetuou os 13 disparos, enquanto Élcio dirigia o Cobalt.

Mil dias sem Marielle

Para marcar a data de mil dias sem Marielle Franco, organizações da sociedade, movimentos sociais e o Psol estão convocando a realização de atos simbólicos. No Rio de Janeiro e em outros locais, serão realizados atividades de “Amanhecer por Marielle”.

No texto de convocação, o Psol diz: “Nas ruas, amanheça o dia 8 vestindo Marielle ou qualquer imagem que possa celebrar sua vida e exigir respostas. Em sua janela, coloque um cartaz ou uma fita lilás. De forma segura, reúna vizinhas, amigas e familiares para ações rápidas de intervenção nas praças do seu bairro”.

Recentemente, também foi lançado o primeiro livro-reportagem sobre o assassinato da Marielle Franco e do motorista. Com o título Mataram Marielle, os jornalistas de O Globo Chico Otavio e Vera Araújo analisam os bastidores da investigação mal conduzida.

O livro não traz os nomes dos responsáveis pelo crime, mas aborda os bastidores da investigação policial descrita “como quase amadora”, o que ocasionou uma série de erros primários e desperdício de provas — como imagens potencialmente reveladoras, como descreve a Folha de S.Paulo.

Fonte: Rede Brasil Atual

A 5ª Conferência Regional da UNI Américas encerrou-se nesta sexta-feira (4) com um chamado por maior integração dos países do continente para frear os retrocessos de um novo mundo do trabalho caracterizado por precarização, desemprego e retirada de direitos.

A UNI Américas é o braço nas américas da UNI Global Union, sindicato global que reúne entidades de 140 países, representando mais de 20 de milhões de trabalhadores dos setores de serviços em todos os continentes. A conferência começou na quinta-feira 3 e reuniu centenas de entidades filiadas, entre elas a Contraf-CUT, que participou do evento com centenas de delegados bancários.

Na conferência foi eleita a nova diretoria da UNI Américas, com a reeleição do dirigente sindical bancário brasileiro, Márcio Monzane, para a secretaria-geral da entidade, e o dirigente Hector Daer para a presidência. “Devemos organizar, depois organizar mais, e se isso não for suficiente, continuar organizando nossos setores nas empresas multinacionais presentes na nossa região”, declarou Monzane.

Sindicatos fundamentais

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, fez um pronunciamento no evento destacando que os sindicatos foram fundamentais para que os trabalhadores conseguissem o mínimo de proteção na pandemia. “A Contraf-CUT conquistou, logo no início da pandemia, que os bancários conseguissem ficar em casa, em home office, e hoje boa parte deles continua em casa. Na nossa Campanha Nacional nós conseguimos que a categoria não perdesse direito, fazendo a mobilização dos trabalhadores com o uso da tecnologia. Usamos a tecnologia a nosso favor”, disse.

Ivone destacou ainda que, apesar de os bancários não terem conseguido discutir o teletrabalho (home office) na mesa unificada da campanha (que reúne os bancos privados e públicos), o movimento sindical está conseguindo negociar a regulamentação do home office banco a banco. “Sabemos que as empresas estão aderindo ao teletrabalho como forma de reduzir custos, e os bancos também, e é fundamental que isso seja regulamentado com garantias para os trabalhadores.”

“No Brasil temos um governo fascista, negacionista e que tem feito de tudo para desmontar todo o movimento sindical. Por isso a nossa organização em torno da UNI Américas, enquanto trabalhadores do ramo financeiro, é vital para que a gente possa barrar essas ameaças e mudanças na vida dos bancários de toda a América Latina, e para que possamos barrar o avanço do neoliberalismo e do fascismo no nosso continente e na Europa também”, finalizou Ivone.

Comunicação como caminho

Neiva Ribeiro, a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, também se pronunciou e destacou a moção 13 da 5ª Conferência que aborda comunicação. “Importantíssima, ainda mais nessa época de fake news. Nossa campanha foi feita usando a tecnologia em prol da nossa organização. Conseguimos fazer assembleias virtuais em todo o país, reunindo mais de 130 mil trabalhadores. Em outra época isso não seria possível.”

Neiva também chamou atenção para a necessidade de mais presença dos trabalhadores nas redes sociais, construindo uma narrativa que faça frente às fake news e à ideologia conservadora e neoliberal. “Precisamos usar uma linguagem mais jovem, uma linguagem mais acessível para sermos compreendidos e ouvidos e disputar essa narrativa com o fascismo, o conservadorismo e os extremismos de direita todos.”

Neiva ressaltou que a comunicação no Brasil é hegemonizada pelo mercado financeiro, pelas igrejas neopentecostais, pelo agronegócio e pelas grandes corporações. E citou o projeto da Rede Brasil Atual que inclui site, Rádio Brasil Atual e TVT (TV dos Trabalhadores), como uma iniciativa para fazer frente a isso. “São os veículos onde conseguimos colocar o nosso ponto de vista como trabalhadores, as questões de gênero, o problema do racismo, da LGBTfobia, destacamos a importância dos sindicatos na organização dos trabalhadores. Porque nos outros meios de comunicação nós não temos esses espaço: no Brasil, apenas 11 famílias controlam toda a comunicação que chega aos trabalhadores. Precisamos fortalecer um projeto de comunicação global, do ponto de vista da classe trabalhadora.”

Novos ventos

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, também se pronunciou e apontou para a necessidade urgente de reagir contra os retrocessos que têm ocorrido no mundo, reafirmando valores fundamentais, como a justiça social, a inclusão, a defesa da democracia: “Ficou claro com a pandemia, que o neoliberalismo é injusto. É fundamental combater as desigualdades sociais, os ataques à democracia, e lutar por um novo projeto social. Já tivemos na América governos progressistas como o de Lula, no Brasil, e o de Cristina Kirchner, na Argentina. E passamos a viver retrocessos como o Bolsonaro aqui e o Trump nos EUA. Agora os bons ventos da mudança voltaram a soprar na América Latina e espero que juntos possamos ter uma integração regional que nos auxilie a fazer essa mudança em todos os países do continente. E só podemos fazer isso juntos”, disse.

Voz para milhões de trabalhadores

O ex-presidente Lula foi convidado especial do evento, e também ressaltou os retrocessos por que passa o mundo, com o recrudescimento do neoliberalismo. “Efetivamente estamos perdendo parte das coisas que conquistamos no século 20”, disse, ao apontar a organização global como um caminho para frear esse declínio. “Considero louvável e muito importante que a UNI Américas se preocupe em discutir a questão do mundo do trabalho e das condições dos trabalhadores em todo o mundo. E gostaria de pedir a vocês, companheiros da UNI Américas, que sejam a voz de milhões e milhões de seres humanos que trabalham todos os dias”, declarou.

Conferências da UNI

Além da 5ª Conferência Regional da UNI Américas, foram realizadas também nesta semana a 5ª Conferência da Juventude da UNI Américas, na terça-feira (1º), e a 6ª Conferência da UNI Américas Mulheres, na quarta-feira (2). Na próxima semana, dias 10 e 11, acontece a Conferência da UNI América Finanças.

Fonte: Contraf-CUT

Funcionárias e funcionários do Banco do Brasil irão deliberar, em assembleia virtual nesta quarta-feira (9 de dezembro), sobre a proposta de acordo de teletrabalho apresentada pelo BB, que terá validade após a pandemia. Até lá, o acordo emergencial aprovado em julho pelos funcionários do banco, também em assembleia, continuará valendo.
 
A assembleia ocorrerá das 8h até as 23h59.
 
Para votar e participar, basta acessar o link de votação: https://bancarios.votabem.com.br/
 
O link estará, também, disponível em nosso site (http://www.bancariosbaixada.org.br/)
 
IMPORTANTE: O Sindicato, com base no parecer da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), orienta a aprovação da proposta de teletrabalho.
 
A priori, a proposta do banco era de começar a pagar a ajuda de custo somente a partir de julho mas, após pressão da representação dos trabalhadores, o BB aceitou começar a pagar assim que os funcionários aderirem à nova modalidade de trabalho.
 
O Estado de Calamidade em todo o país em decorrência da pandemia tem vigência até o dia 31 de dezembro mas, caso o governo federal estenda este prazo, o Acordo Emergencial de Teletrabalho do Banco do Brasil é automaticamente estendido. Veja abaixo os principais pontos da proposta de acordo e, ao final do texto, o edital.

Resumo da proposta

Definição de Trabalho Remoto

Toda e qualquer prestação de serviços realizada remotamente, de forma preponderante ou não, fora das dependências do banco ou em local diferente do de lotação do funcionário, com a utilização de tecnologias da informação e comunicação.

Modalidades do Trabalho

O Trabalho Remoto no BB poderá ocorrer:

a) Na residência do funcionário, o qual se denomina home office;
b) Em outras dependências do banco, empresas parceiras ou em coworkings (espaços colaborativos) internos, o qual se denomina on office.

Excepcionalmente, há a possibilidade da realização do Trabalho Remoto fora da praça de lotação, por interesse do funcionário, sendo necessária a autorização do comitê da unidade gestora.

Equipamentos para o Trabalho Remoto

a) Equipamento eletrônico corporativo (desktop ou notebook);
b) Acessórios (mouse, teclado, headset);
c) Cadeira ergonômica.

Ajuda de custo

a) R$ 80,00/mês para funcionários que atuem em mais de 50% dos dias úteis do mês e tenham aderido ao trabalho remoto, na modalidade home office.

Outros itens do acordo

Facultatividade: a adesão ao teletrabalho deve ser facultativa ao funcionário;

Controle de jornada: o banco implantará um sistema de controle da jornada, para evitar que haja excesso de trabalho e “pedidos” fora do expediente;

Desconexão: serão dadas instruções e orientações para desconexão em horários fora do expediente;

Manutenção dos equipamentos: será de responsabilidade do banco;

Preocupação com a saúde: além de oferecer equipamentos ergonômicos, o banco se compromete a manter cuidados especiais com a saúde dos funcionários que exercerem suas atividades em home office;

Violência doméstica: conforme estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, o banco criará uma Central de Atendimentos para as bancárias vítimas de violência doméstica;

Auxílio refeição e alimentação e vale transporte: serão mantidos os direitos aos vales refeição, alimentação e ao vale-transporte;

Acompanhamento pelo sindicato: os sindicatos terão acesso aos funcionários que exercerem seus trabalhos fora das dependências do banco.

 

PARTICIPEM!

 
 
 
 
 
 
 
 
 

A Campanha Nacional dos Bancários em 2020 foi a mais desafiadora de todas já realizadas pela categoria no país. Trouxe consigo os dilemas resultantes de um momento sem precedentes na história mundial: em pleno ano de pandemia e todas as limitações advindas dela. Tratei desse tema em nota técnica publicada na 14ª Carta de Conjuntura do Observatório de políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (Conjuscs).

Em 11 de março de 2020, o surto de covid-19 foi declarado “pandemia” pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No dia seguinte, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) encaminhou ofício à Fenaban (a federação que representa os bancos). O documento requeria uma negociação para discutir medidas a serem tomadas para a proteção dos bancários frente a essa emergência sanitária com repercussões ainda desconhecidas. A primeira reunião entre os representantes de bancos e dos bancários ocorreu em 16 de março. Criou-se um “Comitê de Crise” bipartite visando a acompanhar as orientações das autoridades de saúde com relação a pandemia, de acordo com a evolução da crise.

Em duas semanas, 230 mil bancários já estavam em home office (51% da categoria). Devido ao isolamento social imposto para enfrentar a pandemia, as negociações e demais procedimentos foram todos digitais. Um formato nunca testado. A Campanha 2020 foi um processo 100% telemático. Isso quer dizer que toda a comunicação foi conduzida à distância.

1 – Negociações em ano de pandemia

Com o tema “A distância não nos limita”, a campanha começou pela consulta aos bancários, que define prioridades da negociação. Em formato on-line, a consulta contou com quase 30 mil respondentes em apenas nove dias.

A rapidez com que mais da metade da categoria foi colocada em home office causou preocupação com as condições de trabalho desses bancários. E também com quais seriam suas principais angústias e reivindicações, se tornando tema primordial nas mesas de negociação. A Contraf, então, solicitou ao Diesse a realização de uma pesquisa com aqueles trabalhadores. Elaborou-se um amplo questionário e a pesquisa, também on-line, foi aplicada no início de julho. Contou com mais de 11 mil respondentes distribuídos pelo país.

Chama atenção a queixa de quase 30% dos pesquisados, sobre o medo de serem “esquecidos” e desligados em função disso, especialmente entre os bancários de bancos privados. Esse receio, somado ao estresse, causa outros problemas como crises de ansiedade e dores de cabeça constantes, dificuldades para dormir, vontade de chorar sem motivo aparente, dores de estômago, entre outros problemas mencionados.

Devido à inadequação das instalações para o trabalho nas suas residências, depois do início do home office apareceram (ou pioraram) as dores musculares, formigamentos nas mãos, braços e ombros e dores nas articulações. Cansaço e fadiga constantes e dificuldades de concentração também se agravaram, diretamente ligados a sobrecarga, aos excessos de jornada e à dificuldade na conciliação das tarefas domésticas e das relações familiares com o trabalho. A pesquisa buscou saber, então, quais as principais reivindicações dos bancários em home office nesse período de pandemia e quarentena.

Ano de pandemia e teletrabalho

Os resultados apontaram para a necessidade de fornecimento de equipamentos por parte dos bancos; ações voltadas à saúde, como o atendimento médico e psicológico via telemedicina; o estabelecimento de controles de jornada, com o pagamento das horas extras. A questão financeira mostrou-se preocupante e, para grande parte dos bancários, o pagamento de um “auxílio home office” ou mesmo um adicional à cesta alimentação amenizaria os impactos nas despesas.

Apesar das dificuldades, quando questionados sobre como esses trabalhadores gostariam de seguir trabalhando após a pandemia, 42% das respostas apontaram preferência por um regime misto entre o trabalho presencial e o home office. A pesquisa apurou ainda que 27% desejam o retorno completo ao presencial e que 28% gostariam de seguir totalmente em home office (e nesse caso, destaque para os bancários de bancos públicos). Com base nos resultados da pesquisa, o Comando Nacional dos Bancários formulou uma proposta de acordo sobre o teletrabalho.

Foram quinze longas rodadas de negociação, entre 31 de julho e 30 de agosto, todas por videoconferência. Os bancos insistiam em oferecer reajuste zero (ou, apenas, um abono) e em alterar a regra da PLR, reduzindo percentuais de distribuição, além de querer retirar a 13ª cesta alimentação e reduzir o percentual de gratificação de função. O Comando Nacional rejeitou a todas as propostas que impunham perdas aos bancários.

2 – Proposta final e acordo

A proposta final foi: 1,5% de reajuste nos salários, acrescidos do pagamento (único) de um abono no valor de R$ 2.000 e correção pelo INPC/IBGE integral, relativo ao período de 1º de setembro de 2019 a 31 de agosto de 2020 (que fechou em 2,94%) nas demais verbas (auxílio alimentação e refeição, auxílio creche/babá e os valores fixos e tetos da PLR). Todos a serem pagos em setembro de 2020. Para o ano de 2021, foi proposto reajuste pelo INPC/IBGE integral do período de 1º de setembro de 2020 a 31 de agosto de 2021 no salário e demais verbas salariais acrescido de 0,5% de ganho real, a serem pagos em setembro de 2021.

Todas as demais cláusulas da CCT foram mantidas e foi acrescentada a cláusula 69, sobre a negociação coletiva em função da pandemia da Covid-19. Quanto ao teletrabalho não se chegou a um consenso para uma cláusula que fosse incluída na CCT. Ficou garantido, apenas, que todos os direitos previstos na CCT valem para os trabalhadores em home office e que esse regime de trabalho deve permanecer enquanto durar a pandemia. Acordos específicos sobre o tema seriam negociados e fechados por banco.

Situações inéditas

A campanha dos bancários em 2020 foi marcada por situações inéditas. Merece destaque a participação da categoria nas conferências e, principalmente, nas assembleias de aprovação dos acordos. Ao todo, 130 mil bancários e bancárias participaram das assembleias finais. Muito superior ao que ocorria nas assembleias presenciais. O total de participantes representa quase 30% dos bancários do país (em torno de 450 mil), sendo muito representativo. A última proposta da Fenaban foi aprovada por mais de 90% dos participantes. Os acordos da Caixa Econômica e do Banco do Brasil tiveram 70,8% e 83,7% de aprovação, respectivamente.

Essa participação expressiva dos bancários em todas as etapas da campanha (desde a consulta nacional até as assembleias) surpreendeu os dirigentes e pode ter sido decisiva para a última proposta apresentada pelos bancos.

A finalização das campanhas dos bancários sempre causa impactos significativos em termos de injeção de recursos na economia do país. Em 2020, serão R$ 8 bilhões em um ano, considerando o reajuste anual (impacto de R$ 757,0 bilhões), o pagamento do abono de R$ 2.000,00 (R$ 900 milhões), a diferença nos vales – cesta alimentação e refeição (R$ 260,7 milhões) e o pagamento da PLR (impacto de R$ 6,2 bilhões).


Vivian Machado é economista, graduada pela Fundação Santo André e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É técnica do Dieese na Subseção da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pesquisadora convidada do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (Conjuscs).

Fonte: Rede Brasil Atual