Maio 03, 2025
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Quando você for comprar um plano de previdência privada em qualquer banco, a primeira pergunta que deve fazer é qual a taxa de administração cobrada. Por meio desta taxa os bancos lucram muito e drenam boa parte dos recursos que deveriam garantir a sua aposentadoria. Quanto maior a taxa, maior o lucro do banco e menor a sua aposentadoria.

O banco cobra uma taxa para administrar o patrimônio que você acumula com suas contribuições mensais. Esta taxa de administração é aplicada anualmente sobre todo o patrimônio acumulado.

Consultei os sites dos três maiores bancos brasileiros e constatei que a taxa de administração média de seus planos de previdência privada é de 1,5% ao ano. De acordo com o Ministério da Economia, os três maiores bancos brasileiros administravam uma carteira de previdência privada de R$ 719 bilhões em dezembro de 2019. Com uma taxa de administração de 1,5%, cobraram os nada modestos R$ 10,8 bilhões dos poupadores que guardam parte de seu salário para a aposentadoria.

Com um lucro destes, fica mais fácil entender por que os bancos insistem tanto em vender previdência privada para todo cliente que entre em uma agência. Também fica fácil entender por que a maior administradora de previdência privada do país também é uma das empresas que mais pagam dividendos a seus acionistas.

Custo dos fundos de pensão chega a ser 10 vezes menor

Como você deve saber, os fundos de pensão administram os planos de previdência patrocinados por empresas para os seus respectivos funcionários. Estes fundos não têm objetivo de lucro e administram o patrimônio dos participantes a preço de custo.

De acordo com a Previc, o órgão fiscalizador dos fundos de pensão, em 2019 os dez maiores fundos geriam em conjunto R$ 566 bilhões e consumiram R$ 1,04 bilhão para gerir estes recursos. Isto corresponde a uma taxa de administração de 0,19%. Custo 8 vezes menor que o dos bancos, o que dá uma ideia de quão extorsivo é o lucro dos bancos.

É preocupante quando vemos membros do governo defendendo que bancos administrem planos de previdência complementar de segmentos como os dos servidores públicos, por exemplo. A quem estão querendo beneficiar?

Previdência privada não é solução

A previdência foi criada para garantir dignidade e uma fonte de sustento aos idosos e aos incapacitados para o trabalho. A previdência privada não é solução para esta necessidade. Como você viu, garante mais o lucro dos bancos que a dignidade da pessoa humana. Só a previdência pública e social, garantida com recursos públicos e contribuições dos trabalhadores e empresas, é capaz de garantir proteção social para todos.

José Ricardo Sasseron foi diretor de Seguridade da Previ, presidente da Anapar e diretor do Sindicato dos Bancários de SP

Fonte: Rede Brasil Atual

A partir desta segunda-feira (4), o sistema de compensação volta a ser mensal. O período de acúmulo de horas negativas, conhecido como banco de horas, encerrou-se em 31 de dezembro de 2020 e o saldo acumulado deverá ser compensado até dezembro de 2021. Em janeiro, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reúnem com o banco para definir as regras de compensação.

Jair Alves, coordenador da COE do Itaú, aconselha aos bancários que tenham qualquer problema na compensação das horas, procurar o sindicato que irá repassar ao banco.

Grupo de risco

Os trabalhadores que se declararam como grupo de risco para Covid-19 e ainda estão afastados do trabalho presencial deverão enviar uma declaração médica detalhada e atualizada descrevendo o quadro de saúde e sua gravidade até o próximo dia 15 de janeiro.

Com base na documentação, será avaliada pela Área de Saúde a manutenção do afastamento ou o retorno ao trabalho. Até essa definição, a partir desta segunda-feira (4) as faltas registradas por esses colaboradores serão abonadas pelos gestores.

Não devem enviar a documentação: gestantes, pessoas com 60 anos ou mais e pessoas com câncer, transplantadas ou que fazem uso de medicamento imunossupressores, pois devem continuar afastados do trabalho presencial automaticamente.

O Itaú informou que essas recomendações poderão ser revistas ou complementadas a qualquer momento.

Fonte: Contraf-CUT

O Brasil teve o dia mais letal da covid-19 desde 15 de setembro. Foram 1.111 vítimas em 24 horas. Desde o início do surto, em março, já são 192.681 mortos no país, sem contar a subnotificação. Em relação ao número de infectados, houve também um grande salto: 58.718 mil novos casos de covid-19 – quinto pior dia de contágios desde março. De acordo com os dados desta terça-feira (29) do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), são 7.563.551 contaminados.

Números da covid-19 mostram a realidade da pandemia no Brasil. Fonte: Conass

Entre os dados que chamam a atenção estão, por exemplo, os do Rio Grande do Sul. O estado registrou o maior número de mortos por covid-19 em um dia em todo o histórico da epidemia. Foram 144 vítimas. Foi apenas a segunda vez que o estado teve mais de 100 mortos em um período de 24 horas.

Em São Paulo, foram 293 mortos. O estado é o mais afetado do país. São 192.681 mortos e 1.440.229 infectados. Mesmo assim, o fim do ano tem registro de aglomerações e festas em muitos locais, particularmente nas praias. Municípios do litoral norte do estado se negaram a cumprir a fase vermelha do Plano São Paulo, decretada pelo governo do estado, e seguem com intensa movimentação.

Na sequência vem o Rio de Janeiro. São 426.259 infectados e 25.078 mortos. A capital fluminense já anunciou que fechará as praias para este ano novo, com a finalidade de evitar aglomerações tipicamente intensas na cidade mais turística do país.

Falta de esperança

Especialistas temem que o início do ano no Brasil seja sombrio. As aglomerações do fim de ano devem resultar em picos de contágio e mortes, com possível esgotamento nas redes de saúde. Enquanto isso, os cidadãos esperam definições sobre um calendário efetivo de vacinações. Algo impreciso, já que o governo de Jair Bolsonaro desdenha da pandemia e faz campanha contra vacinas.

O periódico francês Le Figaro publicou um texto hoje com espanto para relatar a situação brasileira. “Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro minimizou os efeitos do que chamou de ‘gripezinha’, rejeitando as medidas de distanciamento social e o uso de máscara, além de defender a prescrição da hidroxicloroquina, para o tratamento da doença (…) atitudes únicas nas democracias.”

Fonte: Rede Brasil Atual

Vence nesta quinta-feira (31) o acordo emergencial firmado entre a direção do Banco do Brasil e a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB). O acordo prevê o compromisso de não descomissionamento por desempenho enquanto durar a pandemia; anistia de 10% do saldo total de horas negativas a compensar e prazo de compensação de horas negativas de 18 meses. Os funcionários do banco cobram a prorrogação do acordo.

“O acordo segue o decreto governamental sobre a pandemia, que acaba agora, dia 31. Caso o decreto seja renovado, também será renovado o nosso acordo”, alertou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. Até esta terça-feira (29), o governo não tinha dado indicações de que iria renovar o decreto.

“Por isso, estamos cobrando do banco uma negociação. Nossa preocupação é que o governo federal demonstra que não tem interesse em renovar o decreto emergencial porque o auxílio emergencial está atrelado a esse decreto. O governo tem dado declarações de que não vai continuar a pagar o auxílio emergencial. Por outro lado, a Câmara dos Deputados, que promulgou esse decreto emergencial, está em uma disputa intensa pela presidência da Casa e não tem feito essas discussões sobre a prorrogação do decreto”, avaliou Fukunaga. Tudo isso acontece em um cenário de aumento da pandemia, no qual o movimento sindical cobra uma decisão na mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

“Estamos cobrando do Banco do Brasil, para que respeite a vida das pessoas. Queremos negociar, caso o decreto não seja renovado pelo governo. Não é certo que as pessoas retornem ao trabalho presencial em um momento de aumento da pandemia. O banco precisa ter responsabilidade pelos seus funcionários e para com a sociedade. É isso que a gente espera de um banco público”, afirmou o coordenador da CEBB.

Fonte: Contraf-CUT

O desemprego tem batido recordes e já atinge mais de 14 milhões de brasileiros. Segundo dados do IBGE, de maio a novembro houve um acréscimo no número de desempregados na ordem de 4 milhões. E o legado de 2020 será muito negativo, apontando para um triste cenário nas condições do mercado trabalho, particularmente no desemprego.

“A gente olhando os dados do IBGE nota que a partir de setembro piora a taxa de desemprego e aumenta, portanto, a desocupação. E isso deve permanecer em 2021”, alerta o diretor-adjunto do Dieese, José Silvestre. Segundo ele, dois aspectos fundamentais devem influir nessa questão. Um, a perspectiva do fim do auxílio emergencial; e outro o afrouxamento do isolamento social, que faz com que as pessoas voltem a procurar emprego.

A taxa de desemprego manteve-se estável até por volta de agosto, setembro também em razão disso: as pessoas não tinham perspectiva, e enfrentavam restrições para sair e para procurar emprego. “À medida que tem esse afrouxamento do isolamento social, as pessoas voltam a procurar, e evidentemente com muitas dificuldades para encontrar”, diz Silvestre, em entrevista à Rádio Brasil Atual. “Então, esses dois aspectos – fim do auxílio e aumento da procura – contribuem em muito para o aumento do desemprego. E os indicadores e projeções de crescimento da economia para 2021 apontam para uma insuficiência na capacidade do país de criar empregos na magnitude necessária para amenizar a situação, sobretudo das pessoas que estão no mercado informal.”

Golpe deprime os empregos, a Previdência e o direito do trabalhador de sonhar

Fim do auxílio emergencial e endividamento

A situação de informalidade é estrutural do mercado de trabalho brasileiro, se agravou após a “reforma” trabalhista de 2017 e, como mostram os dados do IBGE, ficou escancarada com o crescimento maior do desemprego entre os trabalhadores informais. “Quando ela (reforma) entra em vigor, em novembro de 2017, a gente observa uma piora das condições de trabalho e uma precarização do mercado de trabalho, que vai se aprofundando com a crise da pandemia a partir de março, quando a gente vê uma evolução informalidade”, diz o técnico do Dieese, observando que o home office é um recurso restrito essencialmente aos trabalhadores do mercado formal com ocupações que permitem o trabalho remoto.

Para Silvestre, é provável que o fim do auxílio emergencial agrave o endividamento das famílias. “Isso certamente vai afetar a rendimento das famílias, e o consumo. Assim, deve aumentar o endividamento dessas pessoas, porque elas não têm perspectivas. Com o fim do auxílio emergencial, e sem emprego, há uma situação crítica. Vai também aumentar também a desigualdade, vai aumentar a miséria. Não há dúvida que o auxílio emergencial teve contribuição importante inclusive para que a queda na economia não fosse tão acentuada. Porque esses recursos foram fundamentalmente destinados ao consumo. As pessoas precisam comer. Certamente vamos assistir a uma piora da miséria e da pobreza, como já está sendo projetado.”

Fonte: Rede Brasil Atual

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) enviou ofício à direção da Caixa, na última quarta-feira (23), para solicitar abertura de uma mesa de negociação permanente para solucionar o impasse no Grupo de Trabalho (GT) da Sistemática de Promoção por Mérito.

“Nossa reivindicação é que a reunião seja marcada ainda este ano, dada a urgência do assunto, uma vez que os empregados necessitam saber como serão avaliados referente ao ano de 2020. É importante lembrar que as reuniões só estão ocorrendo agora, pois a Caixa não marcou anteriormente conforme solicitado desde o final da Campanha Nacional dos Bancários”, explicou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Contraf-CUT. “Os critérios e as regras para avaliação da Promoção por Mérito devem ser negociados com as entidades representativas dos empregados, de acordo com a cláusula 53 do nosso Acordo Coletivo de Trabalho”, finalizou.

Em reunião realizada nesta terça-feira (22), os representantes dos empregados na Comissão Paritária da Promoção por Mérito recusaram a proposta da Caixa sobre a implementação da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) como critério absoluto, apresentada na reunião anterior, e apresentaram nova proposta, como tinha sido solicitado pelo banco após a recusa.

Na reunião de 16 de dezembro, a Comissão propôs a distribuição linear de um delta (promoção por progressão na carreira) para todos os empregados não enquadrados nos impedimentos previstos pelo RH 176 (os impedimentos são ter menos de 180 dias de efetivo exercício, mais que três faltas não justificadas, ter recebido censura ética, penalidade de suspensão ou de advertência, caso tenha recebido outra há menos de cinco anos). A Caixa recusou e apresentou a sua proposta.

Desde o fim da Campanha Nacional dos Bancários de 2020, em agosto deste ano, os representantes dos trabalhadores tentam se reunir com a Caixa para discutir as formas de avaliação dos empregados, que serão levadas em consideração para receberem o delta em 2021. Com os sucessivos cancelamentos e adiamentos por parte da Caixa e, agora, a intransigência em relação ao GDP, a CEE/Caixa teme que o impasse provocado pelo banco comprometa o pagamento da promoção aos empregados.

Fonte: Contraf-CUT

Tradução a partir de Politikon – Este é um gráfico que nunca chama a atenção o suficiente: a porcentagem de trabalhadores em empresas privadas nos Estados Unidos que pertencem a um sindicato .

A evolução do sindicalismo e do movimento operário nos Estados Unidos é uma daquelas histórias nascidas em parte ao acaso e que tiveram um enorme impacto na estrutura econômica do país nos últimos 80 anos. Vamos ver por que.

 

A era Wagner

Neste gráfico, temos três eras diferentes, cada uma marcada por uma mudança legal. A primeira, de 1935 a 1947, são os anos do  National Labor Relations Act  de 1935 (o Wagner Act), uma das peças-chave do New Deal . A NLRA foi pensada explicitamente para facilitar e favorecer a criação de sindicatos, buscando igualar o poder de barganha entre trabalhadores e empresas. A lei criou um mecanismo para permitir a fundação de sindicatos e de um órgão federal, o Conselho Nacional de Relações do Trabalho , dedicado a supervisionar o processo.

A lei oficializou o princípio norteador básico das relações sindicais  e empresariais, o contrato, produto final de uma negociação entre os dois agentes que produz um documento de pleno valor jurídico. Ela também formalizou algo que seria um componente constante do movimento trabalhista americano e que se tornaria seu calcanhar de Aquiles: os contratos são válidos para empresas ou cobrem determinada categoria profissional dentro de uma empresa. Eles não são setoriais.

Durante os anos em que a legislação esteve em vigor, porém, esse detalhe não foi muito importante. A massiva mobilização da Segunda Guerra Mundial deu aos trabalhadores um tremendo poder de barganha. Isso, combinado com uma administração claramente do lado dos empregados, contribuiu para uma expansão massiva do sindicalismo no país.

Em 1945 e 1946, isso também causou uma grande onda de greves e distúrbios trabalhistas. Quando os republicanos reconquistaram o Congresso em 1946, decidiram que as coisas estavam saindo do controle e que o comunismo era iminente, então empurraram a Lei Taft-Harley para perfurar aquele balão.

Taft-Harley: Combatentes Comunistas

Taft-Harley é uma daquelas leis que aparentemente não são muito agressivas, mas que sua implementação e desenvolvimento jurídico acabam tornando-as cruciais. Em princípio, tudo o que TH faz é proibir várias “práticas sindicais injustas”, como greves de solidariedade, greves selvagens (uma das minhas expressões favoritas) e piquetes em massa. Ele também baniu os chamados closed shops, contratos sindicais que tornavam obrigatória a sindicalização para trabalhar em uma empresa.

As duas mudanças mais significativas, no entanto, foram mais sutis: proibição de doações diretas para campanhas políticas federais e permissão aos estados para que aprovassem leis de “direito ao trabalho”. A primeira parte é significativa porque elimina a possibilidade de os sindicatos se articularem com candidatos em algo como um partido trabalhista. Embora tenham continuado (e continuem) a intervir na política, têm de fazê-lo com comitês de ação política independentes, não endossando candidatos oficialmente.

A segunda parte concentra-se em um detalhe importante. Até 1947, os sindicatos podiam negociar contratos que incluíam uma cláusula que exigia que todos os empregados incluídos no contrato pagassem uma taxa sindical, independentemente de serem ou não membros. A Taft-Harley permite que os estados possam banir esse tipo de cláusula, permitindo que os funcionários optem por não pagar, mas ainda assim receber os benefícios da negociação coletiva. Isso cria situações em que um sindicato em teoria pode tentar representar os trabalhadores, mas não tem recursos para cobrir os custos de uma negociação que os empregadores inevitavelmente tentam fazer que seja a mais cara possível, fragilizando seu poder de barganha.

As leis de direito ao trabalho se espalharam rapidamente, especialmente nos estados do Sul. A ideia de que trabalhadores negros e brancos pudessem compartilhar um sindicato era algo que parecia tão repreensível para muitos que preferiam acabar com o sindicalismo antes de misturar raças.

O impacto Taft-Harley, no entanto, não foi imediato. Durante a década de 1950, o ápice do poder imperial americano, a taxa de desemprego era tão minúscula que os trabalhadores ainda tinham considerável poder de barganha. Em um mundo onde o poderio industrial da América era inquestionável, as empresas podiam se dar ao luxo de ser paternalistas. Além disso, os reguladores ainda eram novos negociadores  , de modo que o NLRB continuou a não ser muito hostil. Houve alguma queda no número de membros, especialmente no Sul, mas o poder do movimento sindical permaneceu.

Nixon, de novo

A mudança veio, como em tantas outras coisas, devido a um velho conhecido: Richard Milhous Nixon. A crise do petróleo interrompeu a sequência ininterrupta de décadas de pleno emprego nos Estados Unidos, exatamente quando a indústria nacional começava a ter que competir com alemães e japoneses. Devido ao acidente histórico do seguro saúde empresarial de que falamos uma vez, os custos do trabalho por trabalhador, especialmente em empresas com sindicatos fortes, eram mais elevados do que em países com Estados de bem-estar social. O ativismo social da década de 1960 também tornou os sindicatos mais militantes, expandindo suas bases para incluir mulheres, latinos e negros.

Nixon não mudou uma vírgula na Taft-Harley. O que fez foi nomear cinco reacionários para o NLRB, permitindo que as empresas agissem de forma muito mais agressiva  contra qualquer tentativa de formar um sindicato.

Por exemplo, uma das provisões de TH permite que os empregadores montem campanhas de propaganda anti-sindical quando alguém está tentando organizar uma na empresa. Nas semanas que antecedem a votação pela sindicalização, um empregador pode forçar os trabalhadores a comparecerem a briefings sobre os horrores do sindicalismo e como, se votarem mal, podem ter que fechar a fábrica e ir para a China. Mudanças na jurisprudência de facto eliminaram o método tradicional de coleta de assinaturas (cheque de cartão) para sindicalizar, obrigando a votação com urnas, onde o empregador pode pressionar muito mais.

Mais significativamente, o governo federal simplesmente parou de penalizar as empresas que violavam os direitos sindicais. Em teoria, é totalmente ilegal demitir um trabalhador que está tentando formar um sindicato, o que regulamenta o tipo de “educação anti-sindical” que empresas podem promover. Na prática, o governo federal aprovou tudo e, quando agiu, as penalidades por violação desses direitos foram e são ridículas. A NLRA era, originalmente, uma agência que tinha que defender os direitos dos trabalhadores em disputas trabalhistas, quando uma empresa fazia algo atroz, era a NLRA que representava o trabalhador. Nixon primeiro, e Reagan depois, simplesmente atrofiou a agência ao ponto de ficar inoperante.

As empresas foram rápidas em perceber essas mudanças. Como mostra este ótimo artigo do EPI,  do qual obtive muito do que você está lendo, nos Estados Unidos existe uma indústria de consultores, advogados e MBAs que ganham a vida ajudando empresas a reprimir qualquer tentativa de sindicalização. Eles são pessoas que conhecem as táticas, estratégias e limites legais em detalhes e os aplicam com energia. Se você quiser vê-los em ação, o fantástico documentário  American Factory  (Netflix) tem um exemplo perfeito de uma dessas batalhas jurídicas.

Oportunidade e desigualdade

Aqui estamos hoje, em um país onde os trabalhadores do setor privado têm pouca ou nenhuma capacidade de negociar qualquer coisa com as empresas em pé de igualdade. Sabemos (porque existem dezenas de estudos que o comprovam) que a queda da representação sindical  é uma das principais causas do aumento brutal das desigualdades nos Estados Unidos. Essa mudança regulatória da era Nixon e sua continuação sob Reagan era virtualmente invisível e não exigia nenhuma lei no Congresso. Seus efeitos, entretanto, foram enormes.

Vale ressaltar, como nota final, quão acidental  tem sido a evolução do movimento sindical americano. A tradição europeia de negociação e acordos setoriais não existe nos Estados Unidos não por uma decisão política, mas por uma decisão judicial. O National Industrial Recovery Act  de 1933 , o antecessor do NLRA, incluiu algo semelhante a essa estrutura, mas o Supremo declarou-a inconstitucional em 1935 e Roosevelt mudou de curso.

Uma parte significativa das enormes desigualdades econômicas nos Estados Unidos, portanto, é o resultado de uma decisão judicial sobre um assunto adjacente à representação sindical e cinco reguladores nomeados por Richard Nixon. Para que depois digam que a política não importa.

Fonte: Rede Brasil Atual

Bem… É Natal, a festa cristã!

E é sempre bom prestar atenção nos sinais semeados pelo Deus Filho, que se fez filho de Deus para viver como filho do homem…

Note e anote:

Ele veio por amor aos seres humanos, mas, preferiu nascer entre os animais…

Sua pretensa religião tinha templo e vários locais de reunião, mas ele foi achado na estrebaria…

Sua pretensa religião tinha muitos clérigos, mas, ele mandou chamar pobres ovelheiros empobrecidos.

Ele foi anunciado por profetas que, depois de perseguidos ou assassinados pelos religiosos, foram aclamados pela religião que os matou.

Ele veio no meio dessa religião, mas não avisou aos religiosos…

Ele ficou no meio dessa religião sem ser percebido pelos ministros religiosos, por quase dois anos, até que uns magos do oriente viram uma nova estrela no Universo, surpreendendo aquela religião que não olhava mais para o céu!

Os religiosos foram alertados pelo político que, se passando por religioso, fingindo colaborar com a sede de adoração ao Deus Filho, expressa pelos magos, foi quem mandou matar a criança da profecia e, para atingi-la, matou toda criança que julgava poder ser o Filho ou a Filha de Deus!

Esse político cooptou os religiosos para se tornarem agentes da morte do Filho de Deus, e os religiosos nem perceberam… Nem mesmo quando o grito dos enlutados feriu o céu!

O filho de Deus sobreviveu para dar um novo começo a quem o quiser por fé, e para demonstrar que é possível, pela militância inerente ao amor, triunfar sobre a barbárie e o barbarizador!

Que o amor militante do Cristo seja a nossa posição na história! Feliz Natal!


ariovaldo ramos

Fonte: Rede Brasil Atual

Feliz Natal!

Dezembro 24, 2020
Para algumas pessoas, este natal pode ser um pouco diferente.
 
Precisamos proteger quem amamos.
 
Se for preciso, mantenha o isolamento social. Proteja quem você quer firme e forte ao seu lado em 2021.
 
Sabemos que esse distanciamento será somente físico, porque os corações estarão juntinhos! ❤️
 
Um feliz natal para todas e todos!
 
São os votos do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense.

Os representantes dos empregados na Comissão Paritária da Promoção por Mérito recusaram a proposta da Caixa sobre a implementação da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) como critério absoluto para avaliação da Promoção por Mérito referente ao ano de 2020.

Na reunião do dia 16 de dezembro, a Comissão propôs a distribuição linear de um delta (promoção por progressão na carreira) para todos os empregados não enquadrados nos impedimentos previstos pelo RH 176 (os impedimentos são ter menos de 180 dias de efetivo exercício, mais que 3 faltas não justificadas, ter recebido censura ética, penalidade de suspensão ou de advertência, caso tenha recebido outra há menos de 5 anos). A Caixa recusou e indicou que os representantes dos trabalhadores apresentassem uma proposta alternativa para ser discutida. A reunião aconteceu nesta terça-feira (22).

“Na reunião de hoje nós apresentamos uma proposta alternativa, trazendo elementos da GDP para a sistemática, que mantivesse a condição do empregado atingir um delta caso cumprisse os critérios objetivos. Mas a Caixa recusou porque o que ela quer, de fato, é impor o GDP sem ouvir a representação dos empregados”, analisou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt.

A nova proposta da Comissão estabelecia os seguintes critérios:

–  20 pontos para a frequência medida pelo Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon)

– Curso da Universidade Corporativa Caixa que é cobrado no “eixo estilo” da GDP, valendo 20 pontos (podendo ser realizado até 28/02/2021);

– Pontuação extra: 5 pontos para quem tiver o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) válido em 31/12/2020;

– Pontuação extra: Ações de autodesenvolvimento, com 2 pontos por curso registrado no currículo; (A pontuação extra teria limite de 10 pontos)

– Avaliação de competências da GDP, valendo 20 pontos;

Desta maneira, o empregado que alcançasse 40 pontos nesta sistemática teria um delta. O segundo delta seria distribuído às maiores notas da unidade, como nos anos anteriores.

A Caixa não aceitou a proposta e manteve a posição inicial de somente utilizar os parâmetros da GDP, que já havia sido rechaçada pelos representantes dos empregados.

Durante a reunião, a Caixa tentou justificar sua recusa ao dizer que os representantes dos empregados já haviam aceitado o GDP no ano passado. “Isto é ficção. Em nenhum momento a Comissão aceitou ou sequer sinalizou acolher os parâmetros da GDP para avaliação. Pelo contrário, nós propusemos que os critérios acordados no ano passado valessem por dois anos. Basta verificar a ata da reunião. Fosse verdade, bastava a Caixa fechar a GDP e publicar a promoção por mérito. Não seria necessário voltar a negociar em Mesa”, explica o coordenador da representação dos empregados no GT, João Paulo Pierozan.

É importante lembrar que a promoção por mérito está prevista no Acordo Coletivo 2020/2022. “A Caixa realizará sistemática de promoção por mérito em 2021, referente ao ano base 2020, dos empregados ativos em 31.12.2020 […], conforme regras negociadas com as Entidades Representativas dos Empregados”, diz a cláusula 51 do documento.

Para Fabiana Procholdt, estabelecer a GDP como critério absoluto é aplicar uma avaliação que foi construída por somente um lado – o da Caixa. Esta intransigência, segundo Fabiana, vai contra o propósito de uma comissão paritária. “A essência desta comissão está sendo desrespeitada a partir do momento em que é imposta, por parte da Caixa, uma forma de mensurar o mérito dos empregados por meio de uma ferramenta que já foi denunciada pela CEE/Caixa como instrumento muitas vezes de assédio. A empresa deveria é valorizar o seu capital humano por tudo o que fizeram neste ano tão surreal”, disse. “Não discutimos ainda os parâmetros da GDP e desde a Campanha Nacional temos conversado com a Caixa que queremos abrir esse debate. Não vamos aceitar parâmetros que adoecem os trabalhadores”.

Histórico

Desde o fim da Campanha Nacional dos Bancários de 2020, em agosto deste ano, os representantes dos trabalhadores tentam se reunir com a Caixa para discutir as formas de avaliação dos empregados, que serão levadas em consideração para receberem o delta em 2021. Com os sucessivos cancelamentos e adiamentos por parte da Caixa e, agora, a intransigência em relação ao GDP, a CEE/Caixa teme que o impasse provocado pelo banco comprometa o pagamento da promoção aos empregados. “Nós vamos levar a questão para a Mesa Permanente. Nossa opção é sempre o diálogo”, disse Fabiana Proscholdt.

Reduzir direitos para garantir bônus ao alto escalão –  A preocupação da CEE/Caixa é que a insistência da direção do banco para reduzir custos retirando direito dos empregados tenha o objetivo de  garantir o bônus da presidência, vice-presidências e alta administração do banco.

De acordo com o jornal Estadão, os bônus de executivos podem ser cortados se a despesa não cair em R$ 1 bi em 2021. Um levantamento divulgado pelo Ministério da Economia em novembro deste ano aponta que gestores de empresas estatais têm remunerações que alcançam R$ 2,9 milhões ao ano. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, tem um honorário fixo de mais de 56 mil reais mensais.

Ainda segundo a publicação do jornal Estadão, os executivos que ocupam cargos de vice-presidentes e nas diretorias da Caixa podem receber até seis salários em bônus anual.

O presidente da Federação das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, questiona se é justo que o peso recaia sobre os empregados. “As últimas ações da direção da Caixa mostram um verdadeiro desmonte da Caixa e desrespeito aos empregados para cortar gastos. “Déficit de empregados, fechamento de postos de trabalho, devolução de prédios com uma reestruturação desrespeitosa aos trabalhadores, sobrecarga de trabalho, retirada de direitos. O que percebemos é que o corte de gastos sempre pesa para os trabalhadores”, disse Takemoto.

Takemoto avalia que o trabalho desempenhado pelos empregados neste período de pandemia deveria receber reconhecimento do banco, e não serem avaliados por parâmetros abusivos. “O trabalho dos empregados frente à pandemia, no pagamento dos benefícios emergenciais, já foi reconhecido por toda a sociedade. É justo que estes trabalhadores sejam punidos pela direção do banco mesmo depois de comprovarem sua importância diante da maior crise do país, atendendo a mais da metade da população?”, questiona.

Texto original do site da Fenae.

Fonte: Contraf-CUT