Maio 13, 2025
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Imprensa

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As enchentes que atingiram a região Sul da Bahia e já deixaram um rastro de ao menos 629 mil pessoas afetadas estimularam também uma corrente de solidariedade e apoio às vítimas. Diferentes organizações civis, igrejas, prefeituras e outros atores se mobilizam desde os últimos dias para levar água, mantimentos e outros donativos para as famílias.

O estado tem nesta quinta (30) um total de 24 mortos e 91.258 pessoas que estão desabrigadas ou desalojadas por conta das enxurradas que atingiram várias cidades. Ao todo, 136 municípios estão em situação de emergência. Veja abaixo alguns exemplos de canais pelos quais é possível prestar ajuda às pessoas afetadas.  

::Entenda o que está causando as chuvas que deixaram o sul da Bahia embaixo d'água::

Corpo de Bombeiros

A corporação está recebendo doações em todos os quartéis do estado e tem alertado os seguidores nas redes sociais de que não recebe pix ou transferências bancárias, limitando-se a donativos como alimentos, água potável e afins. A instituição divulga diariamente informações por meio do perfil oficial no Instagram: https://www.instagram.com/cbmba193/ .  

MST

O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) na Bahia tem articulado doações de alimentos nos seus assentamentos em diferentes lugares do estado e recebe mantimentos também da população em geral interessada em participar da campanha, que distribuiu 1.200 marmitas somente nesta terça-feira (28).

“O conjunto da nossa militância tem feito o esforço de cumprir esse papel, que é muito importante neste momento difícil pra população baiana. As chuvas mais recentes começaram agora, e a perspectiva é de que esses problemas também continuem porque muitas pessoas ainda não conseguem voltar pra casa, já que a água não baixou. É preciso seguirmos com essas ações de solidariedade”, afirma Evanildo Costa, da direção nacional do MST na Bahia.


Enxurrada alagou cidades, destruiu casas e deixou 136 municípios em situação de emergência / Manuella Luana/AFP

Os produtos são encaminhados para pessoas atingidas pelas enchentes nas regiões Chapada, Baixo Sul, Sul, Sudoeste e Extremo Sul da Bahia. O MST recebe também doações em dinheiro por meio do pix Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. , cuja conta está em nome de Carlos Eduardo de Souza Pereira.

Os pontos de apoio da entidade também recebem, além de alimentos, colchões, cobertores e roupas. O telefone disponibilizado pela organização para obter mais informações é o (61) 99665.0113.

Prefeitura de Itabuna

A Prefeitura de Itabuna, uma das cidades mais atingidas pelas fortes chuvas e onde o rio Cachoeira chegou a transbordar, recebe doações em dinheiro por meio da conta corrente da Defesa Civil local. Os interessados em fazer transferência devem dirigir os valores para: agência 0070-1, C/C 131.740-7.

As chaves do pix são o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e o CNPJ 14.147.490/0001-68. Mais informações são divulgadas pela conta do município no Instagram: https://www.instagram.com/prefeitura.itabuna/  

Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA)

O grupo Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA) promove, desde o último domingo (26), uma campanha para arrecadar gêneros não perecíveis, água, materiais de higiene e limpeza, além de roupas. As doações devem ser entregues na sede da VSBA, no Palácio da Aclamação, no bairro de Campo Grande, Salvador. O horário de atendimento ao público vai das 8 horas às 20 horas.

OAB-BA

A Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA) também disponibilizou a própria sede para o recebimento de produtos a serem destinados às famílias afetadas. Podem ser doados alimentos, água mineral, produtos de higiene e limpeza. A instituição fica na Rua Portão da Piedade, 16, no bairro Dois de Julho, em Salvador.

Cufa, Frente Nacional Antirracista e Band

A Central Única das Favelas (Cufa) se juntou à Frente Nacional Antirracista e ao grupo Bandeirantes em uma mobilização que arrecada dinheiro para comprar alimentos, itens de higiene e outros produtos que possam ser úteis para as vítimas das enchentes.

Os interessados podem doar por meio do pix Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo site maesdafavela.com.br/doar

Defesa Civil do DF

Há também pontos de doações em outros estados. Em Brasília (DF), por exemplo, a Defesa Civil do Distrito Federal (DF) está mobilizada em uma campanha que recebe alimentos, cobertores, vestimentas, água e produtos de higiene pessoal e limpeza. O movimento começou nesta terça (28).

Os interessados em contribuir podem deixar os produtos em qualquer unidade das Polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros ou na sede da Defesa Civil, situada no trecho 6 do Setor de Indústria e Abastecimento (SAI).

Campanha #SOS Quilombos

Em monitoramento, a Associação Nacional de Quilombos para Cooperação - Negra Anastácia detectou comunidades quilombolas afetadas pelas chuvas nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás e Tocantins. 

Para contribuir na campanha de doações voltadas a esses quilombos, o pix da Associação é CNPJ: 27 101 102 0001 50.

Fonte: Brasil de Fato

A proposta de Orçamento da União prevê o valor de R$ 1.210 para o salário mínimo a partir de janeiro de 2022. O valor inclui um reajuste de pouco mais de 10%, baseado no índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a inflação oficial estimada para todo este ano. Acontece que o INPC só será conhecido em 11 de janeiro, o que pode implicar em algum pequeno desvio decimal entre o previsto e o consolidado. O que importa , porém, é que, pelo terceiro ano consecutivo, o salário mínimo não terá aumento real. E como as previsões de inflação do governo não têm batido com a realidade, o piso nacional corre o risco de ficar até abaixo da inflação.

Para se ter ideia da importância desse mecanismo de recomposição da renda, é preciso saber o que a lei define como salário mínimo. A Constituição Federal de 1988, no capítulo dos Direitos Sociais, define que o salário mínimo deve cobrir todas as necessidades do trabalhador e de sua família, deve ser unificado em todo o território nacional e ser reajustado periodicamente para garantir seu poder aquisitivo. (Para conhecer melhor essa história visite a página do Dieese.)

Custa a subir, cai rapidamente

Mas, entre os anos 1970 e 1990, a inflação devorou o poder de compra do salário mínimo, dificultando que esse papel constitucional fosse cumprido. Para que isso um dia venha a se concretizar, é preciso promover gradualmente, a cada ano, aumentos reais (acima da inflação). Era o que vinha ocorrendo desde 2003 (primeiro ano do governo Lula) até 2019 (primeiro ano do governo Bolsonaro).

Preço da cesta básica sobe em todo o país e custa quase 60% de um salário mínimo

Nesse período, uma política de valorização do salário mínimo conseguiu assegurar ganhos de 78% acima da inflação. De acordo com o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Dieese, isso representou a entrada de R$ 250 bilhões ao ano na economia brasileira. Ou seja: esse montante entrava no bolso dos trabalhadores, e se transformava em consumo das famílias. Por sua vez, esses recursos abasteciam o comércio, mantinham as encomendas da indústria e do agronegócio – todos criavam empregos – e faziam a roda da economia girar.

Por exemplo, em janeiro de 2003, uma pessoa que recebia o piso nacional precisava trabalhar sete meses para alcançar o valor que a Constituição considerava necessário para um mês. Em janeiro de 2015, último ano em que a lei de valorização do salário mínimo foi renovada até 2019, esse esforço havia caído para quatro meses.

Enfim, o Brasil caminhava, ainda que lentamente, para fazer valer a lei. Mas, com o fim da política de valorização, voltou a andar para trás. Atualmente, o salário mínimo necessário é quase seis vezes maior do que o valor realmente pago.

Fica para o próximo

Segundo Clemente Ganz Lúcio, esse retrocesso no salário mínimo é um mau presságio para a economia do país em 2022. “A falta de valorização é uma ausência importante na economia. Isso explica em parte a queda da massa salarial. Nós deixamos de ter essa inversão de ânimo econômico e poder de compra da base salarial”, afirma.

Ganz Lúcio, que é assessor do Fórum das Centrais Sindicais, informa que a revisão dessa política para o salário mínimo é um dos principais pontos da agenda sindical no início de 2022. “Não é por outro motivo que a agenda das centrais sindicais, a ser apresentada em maio aos candidatos a cargos eletivos nas eleições do próximo ano, defenderá a retomada de uma política de valorização do salário mínimo”, disse em entrevista a Glauco Faria na Rádio Brasil Atual.

A queda na renda nacional, além de um drama para quem vê o dinheiro ficar cada mês mais curto, é um dos principais entraves para a retomada do crescimento econômico. Basta se observar a relação entre os indicadores de emprego e renda divulgados ontem (28) pelo IBGE.

Renda mais baixa desde 2012

“Para se ter ideia, vejamos esses últimos 12 meses (de outubro de 2020 e deste ano). Apesar dos 10 mil postos de trabalho fechados no ano passado, da pandemia, de lá cá 8,7 milhões foram repostos. É uma quantidade expressiva, mas, por incrível que pareça, esse contingente a mais não foi capaz de elevar a massa salarial, a soma de todos os salários na economia.” Clemente se refere aos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a Pnad Contínua, que revelou ter ocorrido queda de 11,1% na renda média dos ocupados, embora a taxa de desemprego tenha caído alguns pontos. “Portanto, mesmo com 8,7 milhões a mais trabalhando, a massa salarial caiu. Isso significa que houve um brutal arrocho, que está refletido na menor média de remuneração desde 2012.”

De acordo com o sociólogo, esses resultados da Pnad mostram uma pequena retomada de postos de trabalho fechados durante a crise agravada pela pandemia da covid-19. “Mas ainda estamos em patamares inferiores à situação de antes da crise. Ou seja, essa dinâmica de reposição não é positiva nem virtuosa. Predomina na recuperação o surgimento de postos de trabalho precários, sem carteira e autônomos sem CNPJ nem proteção social”, explica. “A criação de postos de trabalho com carteira assinada é tímida.”

Além disso, boa parte das vagas criadas nesse período, sobretudo nos setores de comércio e serviços, tendem a fechar novamente em janeiro. Assim, os indicadores dos próximos meses devem refletir a redução dessas ocupações após o ligeiro aquecimento sazonal de final de ano.

Maus empregos, economia travada

“E esse mundo do trabalho mais precarizado está refletido na renda. Estamos com o menor nível salarial desde que essa pesquisa começou, justamente por causa da predominância desse tipo de ocupação que vem surgindo. O que se observa são postos de trabalho frágeis, com remuneração muito baixa. E, além disso, corroídas por uma inflação mais elevada”, observa o sociólogo.

A massa salarial é importante de ser observada porque representa o poder de compra da economia. “Mais de 60% da nossa capacidade de recuperação e sustentação econômica vem da renda das famílias”, afirma Ganz Lúcio. Ou seja, se a economia coloca pessoas no mercado e não é capaz de aumentar a capacidade de consumo das famílias, patina. “Não há como sustentar um crescimento econômico. E isso é o que está indicado para 2022, um mundo do trabalho muito precário, com baixa capacidade de geração de empregos. E continuando a conviver com esses números: quase 13 milhões de desempregados, quase 30 milhões de subocupados, fora o desalento ou a informalidade.”

salário mínimo 2022
Ex-diretor técnico do Dieese e assessor do Fórum das Centrais Sindicais falou com a Rádio Brasil Atual

O ex-diretor do Dieese reforça que as empresas produzem quando observam que a economia aumenta os postos de trabalho, os salários e, portanto, o poder de consumo de toda a sociedade. “Desse modo, as empresas produzem para uma sociedade que tem capacidade de absorver novas demandas. Se isso não acontece, a economia não tem crescimento mais duradouro, porque dependerá quase que exclusivamente de sua capacidade de exportação. Não aumentando o poder de compra de toda a sociedade não se anima o setor produtivo”, ele explica. Por isso, não é nada boa a perspectiva de enfrentamento desses problemas para 2022.

Fonte: Rede Brasil Atual

Um estudo publicado nesta quarta-feira (29) no site Medrxiv aponta que as quatro vacinas aplicadas atualmente no Brasil apresentam efetividade de 39% a 65% para prevenir as formas sintomáticas da covid-19 em pessoas que já tiveram anteriormente a doença.

Ainda sem revisão de pares, a pesquisa mostra que, no caso das três vacinas com esquema de duas doses – Coronavac, AstraZeneca e Pfizer –, a segunda fornece uma efetividade significativamente maior quando comparada com a primeira. Segundo o estudo, a média de proteção contra hospitalização ou morte excede 80% após 14 dias do esquema vacinal completo, quando se compara com pessoas infectadas e não vacinadas.

A efetividade das vacinas contra a covid-19 já havia sido provada em pessoas que nunca haviam tido a doença, mas seus efeitos em indivíduos infectados anteriormente ainda não eram evidentes. “Para AstraZeneca e Pfizer, só havia um artigo sobre desfechos graves, e envolvia apenas 75 indivíduos. Não havia nada sobre Janssen e Coronavac para doença sintomática e casos severos”, explica o pesquisador da Fiocruz Julio Croda, um dos autores do estudo.

A importância do esquema vacinal completo

O estudo avaliou 22.565 pessoas acima dos 18 anos que apresentaram dois testes de RT-PCR positivos e 68 mil que tiveram teste positivo e depois negativo, no período de fevereiro e novembro deste ano. Após a infecção inicial, a efetividade para posterior doença sintomática 14 dias após o esquema vacinal completo é de 37,5% para a Coronavac, 53,4% para AstraZeneca, 35,8% para Janssen e 63,7% para Pfizer. A efetividade contra hospitalização e morte no mesmo período é de 82,2% com a Coronavac, 90,8% com a AstraZeneca e 87,7% com a Pfizer. Na Janssen, de dose única, é de 59,2%.

“A importância de ser vacinado é a mensagem principal, e a necessidade dessas duas doses para maximizar a proteção. Vemos que alguns países chegam a recomendar apenas uma dose para quem teve covid, por considerar que estes já contam com um certo nível de anticorpos neutralizantes. Mas esse tipo de avaliação de efetividade na vida real mostra que há um ganho adicional com a segunda dose. É um ganho substancial contra as formas graves”, explica Julio Croda.

Com informações da Agência Fiocruz

O Ministério da Saúde deverá informou hoje (27) que deve começar a vacinação infantil (5 a 11 anos) a partir de janeiro, mas não precisou a data. Limitou-se a dizer que a imunização depende também do término da consulta pública sobre o tema (clique aqui para participar), que termina no próximo dia 5.

“A recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão das crianças de 5 a 11 anos na Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), conforme posicionamento oficial da pasta declarado em consulta pública no dia 23 de dezembro e reforçado pelo ministro da Saúde em manifestações públicas”, declarou a pasta, por meio de nota. “No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária deve iniciar ainda em janeiro.”

A declaração do Ministério da Saúde ocorre em meio a pressões. Na véspera do Natal, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski deu cinco dias para o governo de Jair Bolsonaro explicar a exigência de prescrição médica para a vacinação infantil contra a covid-19. O ministro é o relator de ação movida por partidos de oposição, que pediram que o Supremo determinasse ao Ministério da Saúde a disponibilização, “de forma imediata e em consonância com as recomendações técnicas da Anvisa”, do imunizante para as crianças de 5 a 11 anos, “independentemente de prescrição médica ou de qualquer outro obstáculo imposto pelo governo ao direito à saúde e à vida”.

A ação foi protocolada no dia 23, logo que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo federal requisitaria prescrição médica e assinatura de um termo de responsabilização dos pais. Não existem tais exigências em outros grupos que já tiveram a vacinação autorizada.

Vacinação infantil

No último dia 19, em solenidade na Caixa Econômica Federal, Bolsonaro chegou dizer que a imunização infantil é “coisa muito séria”, cogitando medidas como a exigência de apresentação de receita médica na hora da vacinação. “Criança é uma coisa muito séria. Não se sabe os possíveis efeitos adversos futuros”, disse Bolsonaro, em um tom que passou a ser seguido por Queiroga. O discurso, que passou a ser seguido à risca pelo ministro, tem o mesmo objetivo de atrapalhar a divulgação de calendários e atrasar o início da vacinação de adultos em meados de 2020, quando o presidente espalhou sua tese de que o vacinado poderia ser transformado em jacaré.

Ainda no âmbito da ação da oposição, a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosane Leite de Melo, enviou nota técnica ao ministro Lewandowski. No documento ela escreveu, entre outras coisas, que “antes de recomendar a vacinação da covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada”. Destacando a segurança da vacina, a secretária se opôs ao discurso do presidente e do ministro Marcelo Queiroga, no caso, seu chefe.

Há pressão também dos governos estaduais. Pelo menos 17 estados e o Distrito Federal não vão exigir prescrição médica para vacinar as crianças: Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe. Outros ainda não se manifestaram.

A dispensa da prescrição médica é uma orientação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), assinada na véspera do Natal. No mesmo dia, a entidade que congrega os secretarios estaduais de saúde, divulgou carta aberta às crianças brasileiras.

A ciência vencerá

“Infelizmente há quem ache natural perder a vida de vocês, pequeninos, para o coronavírus. Mas com o Zé Gotinha já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças imunopreveníveis. Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos. E é esse recado que queremos dar no dia de hoje, véspera de Natal: quando iniciarmos a vacinação de nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será
necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina. A ciência vencerá”, diz trecho da carta assinada pelo presidente do Conass, Carlos Lula, secretário no Maranhão.

Segundo dados do Censo 2010 do IBGE, existem aproximadamente 20 milhões de crianças com idade entre 5 e 11 anos no Brasil, . Até o dia 6 de dezembro passado, no sistema “e-SUS Notifica” foram registrados 565.913 casos de
Covid-19 e 286 óbitos pela doença nessa faixa etária, sendo o maior número de casos absolutos nas regiões Sul e Sudeste, e o maior número de óbitos nas regiões Nordeste e Sudeste, respectivamente. Até o início do mês, nos Estados Unidos, já foram aplicadas mais de 7.141.428 doses da vacina pediátrica da Pfizer em crianças da faixa etária, sendo que 5.126.642 como primeira dose e 2.014.786 como segunda. Dor, febre, dor de cabeça, vômitos e falta de apetite foram os principais efeitos colaterais.

Houve oito casos de miocardite (inflamação do músculo cardíaco) em mais de 7 milhões de doses aplicadas (dois casos após a primeira dose e 6 casos após a segunda), todos eles classificados como de evolução clínica favorável. Esses dados preliminares mostram, portanto, um risco substancialmente menor deste evento adverso comparado com o risco previamente observado em adolescentes e adultos jovens após a vacinação. Algumas perguntas permanecem sem respostas sobre a vacinação contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, incluindo a duração da proteção e a necessidade de doses de reforço, especialmente por conta do menor risco dedoença grave nessa faixa etária.

O médico sanitarista Gonzalo Vecina voltou a reforçar a segurança da vacina infantil aprovada para crianças. O imunizante que já está sendo aplicado em crianças de 5 a 11 anos em 13 países, segundo ele, traz diferenças em relação àquele aplicado em adultos. “Há diferenças nas cores da embalagem, para evitar confusão na hora a aplicação. E o conteúdo de sua dose equivale a um terço da do adulto. Foi comprovado que não tem risco. Mais de 7 milhões de doses ja foram aplicadas em crianças nos Estados Unidos. E desse total, apenas 7 casos de miocardite, que é tratada com antiinflamatórios. Além disso, a chance de pegar miocardite é 40 vezes maior na presença da covid do que ao se tomar a vacina, que protege as pessoas, protege as crianças. Esse é o caminho”, disse.

Fonte: Rede Brasil Atual

A taxa de desocupação do trimestre agosto-outubro caiu 2,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período no ano passado. Desse modo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego atingiu o índice de 12,1%. A situação afeta uma população de 12,9 milhões de pessoas. Entretanto, o trabalho informal representa 40,7% da população ocupada, uma piora de 2,4 pontos percentuais em relação ao trimestre agosto-outubro de 2020. Isso significa, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Contínua) divulgada nesta terça (28), 38,2 milhões de pessoas desempenhando ocupações sem direitos e nenhum tipo de proteção.

Além disso, a sutil “recuperação” no índice de emprego não representou melhora na renda do trabalho. De acordo com a Pnad Contínua, o rendimento real habitual caiu 4,6% caiu 11,1% em um ano. A renda média dos ocupados, de R$ 2.556 em outubro de 2020, ficou em R$ 2.449. Entre os trabalhadores com carteira assinada, a redução no ganho mensal foi de 8% e entre os informais foi de 11,9%. Em todas as demais formas de ocupação consideradas pelo IBGE os rendimentos também caíram: trabalhador doméstico (-5,1%), do setor público (-10,6%), empregador (-15%) e trabalhadores por Conta própria (-4%).

Na comparação anual, também não houve crescimento no rendimento em nenhum grupamento de atividade verificado pelo IBGE. Ao contrário, em seis deles houve reduções: Indústria (-16,1%), Construção (-7,4%), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (- 10%), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (-9,3%), Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-11,6%) e Serviços domésticos (-5,1%).

Maus empregos

Os empregos com carteira seguem crescendo muito menos dos que os sem carteira assinada. Em outubro, segundo o IBGE, enquanto o primeiro grupo aumentou 8,1% em um ano, o segundo cresceu 19,8%. O cenário acaba refletindo – além da queda na renda do trabalho – na qualidade dos empregos. O país tem ainda 7,7 milhões de pessoas trabalhando menos horas do que precisariam, a chamada subocupação de mão de obra. Isso representa um aumento de 17,7% dessa taxa em um ano – pois em outubro de 2020 eram 6,5 milhões.

Já a população subutilizada ainda apresenta números alarmantes. São 29,9 milhões de pessoas nessa condição, apesar da redução de 3,2 milhões de pessoas em relação ao ano anterior. O desalento – quando a pessoa desiste de procurar trabalho por falta de condições – também segue afetando 5,1 milhões de pessoas.

Com informações da Agência de Notícias do IBGE

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal de São Paulo (APCEF/SP), o Sindicato dos Bancários de São Paulo e o Sindicato dos Bancários de Brasília realizam reunião virtual para debater problemas enfrentados pelos empregados das áreas-meio, na próxima terça-feira (28), às 19h.

A política adotada pela direção da Caixa colocou os empregados das áreas-meio da Caixa em uma situação difícil. Com a devolução de prédios, o número de estações de trabalho disponíveis para os empregados atuarem presencialmente é menor que a quantidade de empregados das áreas.

A alternativa colocada atualmente pela Caixa para estes empregados, que é o teletrabalho, possui diversos problemas, como a ausência de controle de jornada, transferências de custos e responsabilidades da empresa para os empregados e previsão de aumento das metas.

Outro elemento que aumenta os problemas dos empregados destas unidades é o fato de que a aplicação do teletrabalho em função da pandemia está prevista para finalizar no dia 31/12, o que deve aumentar a quantidade de empregados sem posto para trabalhar.

O diretor-presidente da APCEF/SP, Leonardo Quadros, explica que a reunião é para discutir estes problemas com os empregados destas áreas e atualizá-los sobre como estão as discussões sobre teletrabalho com a Caixa. “A reunião deve ser realizada de forma virtual e o link será disponibilizado em breve”, conclui Leonardo.

“É um tema que os empregados têm de se apropriar. A pandemia veio para antecipar um debate que era previsto daqui há pelo menos 5 anos e é necessário termos regras claras paro teletrabalho na Caixa no pós-pandemia”, afirmou a coordenadora da CEE/Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.

Fonte: Contraf-CUT

O banco Itaú apresentou na tarde desta quarta-feira (22) as principais alterações feitas no programa de remuneração variável, o Gera, para 2022, em reunião realizada com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Entre elas está a compensação de pontos no trimestre, que seria a média de pontos em três meses, com a justificativa do funcionário ter a oportunidade de recuperar um mal desempenho em um dos meses.

“Não concordamos com essa mudança, pois o pagamento mensal passa a ser trimestral. Muitos trabalhadores já programam suas contas contando com este dinheiro dentro do mês. Nós queremos a manutenção do pagamento mensal”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE Itaú.

Para a remuneração semestral, as alterações são o fim da curva forçada (Ranking entre gerentes), o fim da elegibilidade e a inclusão de indicadores de produção (créditos e produtos). “É importante o banco apresentar todas as mudanças formalizadas, para que o movimento sindical possa analisar e apresentar as contrapropostas. Nós queremos estabelecer o pagamento proporcional no programa”, completou Jair Alves.

Os representantes dos trabalhadores ainda pediram uma atenção especial na forma como essas mudanças serão passadas para os gestores, com orientações claras dessas alterações, até para manter a equipe motivada.

A diretoria do Itaú disse que a equipe responsável pela formulação do GERA se comprometeu a participar das reuniões informativas aos bancários.

Fonte: Contraf-CUT

Com R$ 16,5 bilhões para as chamadas emendas de relator (as RP9) e pouco mais de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral, o Congresso aprovou nesta terça-feira (21) o Orçamento da União para 2022. Até chegar à peça final, que inclui também o menor valor para investimentos da história (R$ 44 bilhões), o relator-geral da lei orçamentária, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), fez várias versões, com acréscimos e supressões. Com aumento para áreas sensíveis, como educação e saúde, mas esbarrando nas limitações do “teto” de gastos, as críticas recaíram principalmente ao valor reservado para o “fundão” eleitoral e na continuação do chamado “orçamento secreto”.

Em sessões nas duas Casas, o substitutivo ao Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 19 foi aprovado por 358 a 97 na Câmara, com duas abstenções. No Senado, foram 51 a favor e 20 contrários. Agora, vai a sanção presidencial.

Além dos R$ 4,934 bilhões para o fundo eleitoral, que provocaram polêmica e críticas, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou R$ 1,7 bilhão para reestruturação de carreira de policiais federais. Com isso, auditores-fiscais ameaçaram entregar cargos, afirmando que houve quebra de acordo. “Adicionando insulto à injúria, recursos da própria Receita Federal serão cortados para satisfazer os reajustes acordados com as carreiras policiais, numa demonstração de absoluto desrespeito à administração tributária, que, como nunca, tem se empenhado para prover a sustentação financeira do Estado brasileiro”, diz nota do Sindifisco, sindicato da categoria, divulgada ainda antes da aprovação final do projeto. Servidores do Banco Central também protestaram.

Votações

O projeto foi votado inicialmente na CMO, com muitas idas e vindas, incluindo ainda valor adicional para agentes comunitários de saúde. Foi aprovado às 16h44 de hoje, em votação simbólica, com quase 70 destaques. O relator rejeitou propostas contra o fundo eleitoral, e o substitutivo foi enfim aprovado em definitivo, seguindo imediatamente para o plenário da Câmara, onde a votação foi concluída às 19h30, e depois para o Senado, que finalizou a aprovação às 21h35. As duas sessões foram conduzidas pelo 1º vice da Câmara e do Congresso, Marcelo Ramos (AM), que está se desfiliando do PL por causa da entrada de Jair Bolsonaro no partido.

A previsão era de que o projeto fosse votado ontem, mas divergências provocaram o adiamento. Segundo a presidenta do colegiado, senadora Rose de Freitas (MDB-ES), isso aconteceu pela busca de mais recursos para a educação e por discordância sobre o oficialmente conhecido como Fundo de Financiamento de Campanha, que tinha R$ 2,1 bilhões no projeto original, poderia chegar a R$ 5,7 bilhões após derrubada de um veto e acabou ficando com R$ 4,9 bilhões.

Recursos públicos

Parte dos parlamentares tentou adiar a votação, por considerar que faltou debate e critério técnico. “Infelizmente, mais uma vez chegamos a esse importante dia com enormes dúvidas sobre para onde vai o dinheiro e certeza para onde não deve ir”, disse, ainda na CMO, o deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS). “Recursos públicos vão ser alocados em áreas desnecessárias, quando outras deveriam receber todo apoio.”

“Votaremos favoravelmente ao relatório do deputado Hugo Legal, não ao projeto enviado pelo governo”, afirmou Carlos Zarattini (PT-SP), já no plenário. “É um relatório que sofre das restrições impostas por esse modelo econômico desse governo, que está levando o povo brasileiro à falência.”

Muito ruim

Rogério Correia (PT-MG) disse que o projeto foi melhorado pelo relator, mas continua muito ruim. “É a cara do governo Bolsonaro”, afirmou, lembrando que o Executivo projeta crescimento de 2,1% para o PIB no ano que vem, quando previsões mais realistas apontam 0,5%. Seria, segundo ele, uma tentativa de “inflar” o Orçamento. “Depois vai sair fazendo corte, com certeza nas áreas sociais.”

Já Glauber Braga (Psol-RJ) lembrou que o partido é a favor do financiamento público eleitoral, mas discordou do valor aprovado. E criticou as emendas de relator. Ambiente, Capes e CNPq estão “operando em mínimos históricos”, acrescentou o deputado do Psol, que foi contra a peça orçamentária.

Salário mínimo

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) afirmou que o Orçamento não considera os milhões de excluídos, seja por desemprego, pessoas que ficaram sem benefícios sociais ou que aguardam concessão de aposentadoria. Além disso, prevê bilhões para juros reais e trilhões para financiar a dívida pública. “É um orçamento para banqueiro”, comentou. Dos R$ 4,8 trilhões de despesas previstos, R$ 1,9 trilhão referem-se a refinanciamento da dívida. O PCdoB também orientou voto contra o projeto para a bancada na Câmara.

Quase no final das sessões, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) chamou o Orçamento de “excrescência” e “indecência”, referindo-se principalmente ao fundo eleitoral. Ele lembrou ser a favor do financiamento público de campanha, mas apontou falta de sensibilidade em aprovar esse aumento no meio de uma profunda crise econômica e social. “Eu não teria cara de votar esse orçamento e sair à rua depois”, afirmou o parlamentar.

No caso do salário mínimo, por exemplo, o texto original do Executivo previa um valor de R$ 1.169. No relatório final, ficou em R$ 1.212, ainda sem aumento real (acima da inflação), pelas atuais projeções do INPC – cujo resultado anual só será conhecido em janeiro. O Auxílio Brasil deverá somar R$ 89 bilhões, para atender 17,9 milhões de famílias. E o Auxílio Gás, R$ 1,9 bilhão.

Fonte: Rede Brasil Atual

Apesar de alguma melhoria em novembro, o desempenho das negociações salariais em 2021 é negativo. Quase metade (48,8%) dos acordos analisados pelo Dieese fica abaixo da inflação, medida pelo INPC-IBGE. Segundo o instituto, aumentou o número de reajustes com parcelamento, provável reflexo do aumento da inflação no país neste ano.

Algumas categorias profissionais conseguiram assegurar reajustes equivalentes ao INPC, caso dos metalúrgicos, por exemplo. Os bancários já haviam assegurado, em 2020, acordo com dois anos de duração. Por sua vez, os químicos no estado de São Paulo também asseguram reajuste pela inflação. Segundo cálculos do Dieese, só os reajustes dos metalúrgicos do ABC e dos químicos representam R$ 2,2 bilhões a mais na economia.

Assim, de janeiro a novembro, segundo o Dieese, reajustes salariais acima do INPC representam apenas 16,5% do total. Os equivalentes à inflação são 34,7% e os abaixo, 48,8%. A variação média dos reajustes está em -0,86%. No mesmo período, 11,3% dos acordos tiveram parcelamento.

Apenas no mês de novembro, o desempenho foi melhor, com 60% de reajustes iguais ou acima do IPC. Foi o segundo melhor resultado do ano, perdendo apenas para junho, mas fica abaixo do registrado em 2020. Além disso, em novembro 28% dos reajustes serão divididos em duas ou mais parcelas. É a maior proporção para uma data-base neste ano. 

Setores econômicos

Entre os setores, as negociações da indústria continuam sendo as que apresentam maior percentual de acordos acima da inflação: 23%, com 40,5% equivalentes à variação do INPC. Assim, diz o Dieese, “63,5% dos reajustes recompuseram ou aumentaram o poder aquisitivo dos salários, de janeiro a novembro”.

No comércio, reajustes acima da inflação foram 17,2% do total, ante 50,5% equivalentes ao INPC. Já nos serviços, a maioria (61%) perde da inflação.

Inflação aumentou

Ao longo do ano, cresceu o índice necessário para repor perdas salariais. Em novembro, o INPC acumulado em 12 meses foi de 10,96%. Em 2020, esse índice somou 5,45%.

Fonte: Rede Brasil Atual

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu com a direção do banco, na tarde da última sexta-feira (17), para retomar a pauta de reivindicações, especificamente nos temas diversidade, banco de horas e fechamento de agências.

“A destaque da mesa de negociação foi a apresentação, pelo banco, de um projeto que deu início ao debate de Diversidade na COE, para a construção de um ambiente melhor de trabalho”, avaliou o coordenador da COE do Itaú, Jair Alves.

A pauta da Diversidade é historicamente levantada pelos trabalhadores, que pedem a promoção da igualdade salarial entre homens e mulheres, brancos e negros e o combate a toda e qualquer forma de discriminação contra as mulheres, identidades raciais, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e contra intolerância religiosa e política.

A agenda de diversidade do banco apresentada na reunião foi restrita a quatro pilares: gênero, raça, pessoas com deficiência e LGBTQIA+. “Consideramos importante o plano apresentado pelo banco, que diz respeito a várias questões que as bancárias e os bancários já vinham reivindicando. A mesa de hoje é um pontapé inicial, porque entendemos que a discussão do tema da Diversidade deve ser periódica, além de ser mais abrangente”, pontuou Jair Alves.

Entre as ações apresentadas pelo banco que alcançam os pilares gênero e raça, está a parceria com o Projeto Descubra, em Belo Horizonte, que atua para que jovens, em idade apropriada, sob a tutela do Estado (ou seja, que tiveram que ser afastados das famílias ou que foram abandonados por elas e vivem em abrigos públicos) sejam encaminhados ao mercado de trabalho. Por meio do Projeto, o banco capta colaboradores para o programa Jovem Aprendiz, alçando jovens negros, especialmente mulheres jovens e pretas.

No pilar LGBTQIA+ o banco apresentou uma agenda que inclui o respeito aos nomes sociais, implementação de protocolo de acolhimento nos ambientes de trabalho e questões que envolvem a saúde dos trabalhadores, com o treinamento de médicos para melhor atender pessoas trans. Já no pilar da população com deficiência, o banco destacou o aprimoramento constante da acessibilidade de ferramentas de trabalho e de treinamento.

“Apesar de o banco apresentar todos estes projetos, ainda não enxergamos o impacto de programas de diversidade nos locais de trabalho. São poucos negros e PCDs (Pessoas com Deficiência) na linha de frente no atendimento nas agências. Também falta diversidade nos cargos de Gestão. Outro ponto bem crítico no banco é a discriminação de pessoas com mais idade”, esclareceu Jair Alves.

O secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, também participou da mesa de negociação, destacando sobre o plano apresentado pelo banco: “São pontos que a gente já vinha discutindo com o banco. Na questão das pessoas com deficiência, por exemplo, a gente debateu com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) pontos no sentido de adequar a legislação sobre acessibilidade; quanto a questão da mulher negra, evoluímos num acordo com a Fenaban a implementação de um programa de treinamento com os funcionários e o Sindicato do Bancários de São Paulo está com projeto muito importante, que é o ‘Projeto Basta!’, ampliado para várias federações e sindicatos do Brasil”, destacou Almir que também representa a diretoria-executiva da Contraf junto à Fenaban.

“O Projeto Descubra, em Belo Horizonte, tem a ver com debates que temos feito muito nos sindicatos, tanto que temos insistido na questão do Censo da Diversidade. O primeiro foi realizado em 2008, mostrando que o sistema financeiro tinha, naquele momento, apenas 19% de negros e negras. O Censo de 2014 mostrou que esse percentual chegou a 24,7%, devido também a políticas afirmativas do então governo Dilma, que ampliou o percentual de negras e negros nesse mercado de trabalho a partir de concursos. E, hoje, a gente não tem um número exato porque, no último Censo a gente acabou não tendo número suficiente de pessoas [entrevistadas], de acordo com o primeiro e o segundo, para que pudéssemos ter um diagnóstico mais preciso em relação à essa questão”, completou.

Almir Aguiar destacou ainda a importância de o banco compartilhar os dados sobre gênero, raça, pessoas com deficiência e LGBTQIA+ com os movimentos que representam as trabalhadoras e trabalhadores bancários. “Todos os pilares são pontos que precisam de discussão. As informações que o banco apresentou como, por exemplo, o fato de haver hoje mais de 4 mil funcionários com alguma deficiência, são importantes para que tenhamos dados claros para produzir ações cada vez mais eficientes em favor da diversidade”, ponderou. 

Demissões

Em mesa de negociação anterior, que ocorreu no dia 2 de dezembro, o COE cobrou do Itaú uma posição sobre demissões em agências de todo país. Os trabalhadores apontam que muitos desligamentos ocorrem pela cobrança de metas abusivas e avaliações de performance. Na reunião desta última sexta, o coordenador da COE Jair Alves alertou: “Pontuamos que somos contra o fechamento de agências e temos que garantir a realocação de funcionários dentro do banco. Em algumas localidades no país já temos problemas de superlotação de funcionários em algumas unidades. Até material básico está faltando, cadeira e mesa para o pessoal trabalhar”.

Banco Horas

O acordo de banco de horas negativas, firmado entre os representantes dos trabalhadores e o banco durante a pandemia, com vigência de dois anos, vence em agosto de 2022. “O banco nos apresentou o resumo de horas devidas e notamos que precisamos melhorar muito, pois ainda temos um número alto de funcionários devendo horas. Em dezembro de 2020, tínhamos 5.962 pessoas devendo horas. Agora, em dezembro de 2021, são 2.784 funcionários, uma redução de 53%. Esses números nos preocupam, pois o total de funcionários devendo mais de 400 horas – 764 colaboradores – ainda é muito grande”, frisou Jair Alves.

Segundo dados apresentados pelo banco na reunião, atualmente são 1.503 trabalhadores devendo entre 50 e 200 horas; 515 entre 200 e 400 horas; e 764 acima de 400 horas.

Fonte: Contraf-CUT