Maio 06, 2025
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Um trabalhador terceirizado, que vendia empréstimos e financiamentos do Banco Fibra, ganhou na Justiça o reconhecimento da condição debancário. Ele vai receber os direitos previstos na convenção coletiva de trabalho da categoria, como vales refeição e alimentação, diferenças salariais e gratificação semestral. As verbas serão pagas proporcionalmente ao período trabalhado. 

Antes de ser incorporado pelo banco, em 2013, quando o trabalhador foi demitido, seu contrato de trabalho havia sido vinculado a outras três empresas. Segundo os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, do Rio Grande do Sul (TRT-RS), todas prestavam serviços ligados à atividade-fim do banco. 

De junho de 2010 a novembro de 2012, o terceirizado vendeu empréstimos e financiamentos do banco por meio de três empresas incorporadas em fusões ao longo do tempo. A última foi a Credifibra, incorporada pelo Banco Fibra em novembro de 2012.

Ao analisar as provas do processo, os desembargadores concluíram que o trabalhador sempre esteve subordinado juridicamente ao banco. “Em verdade, depreende-se que o serviço prestado pelas empresas promotoras tratava-se de mero departamento do banco reclamado”, afirmou a relatora do acórdão, desembargadora Laís Helena Jaeger Nicotti.

A magistrada ressaltou, ainda, que o terceirizado desempenhava atividades inerentes, essenciais e permanentes do serviço da instituição bancária. 

Fonte: Contraf-CUT, com agências

O principal problema do mercado de trabalho no mundo é o emprego de má qualidade, aponta a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Milhões de pessoas estão sendo obrigadas a aceitar condições precárias de trabalho para conseguir conquistar alguma renda.

Um relatório divulgado nesta quarta-feira (13) pela OIT, com dados de 2018, mostra que 61% das pessoas que compõem a força de trabalho mundial atuam de maneira informal. Segundo a pesquisa, são dois bilhões de pessoas trabalhando na informalidade do total de 3,3 bilhões empregadas em todo o mundo.

O levantamento mostra ainda que, entre as pessoas que estão trabalhando, mais da metade (52%) são assalariadas, enquanto 34% atuam por conta própria. Outros 11% ajudam em trabalhos familiares, e apenas 3% estão na categoria “empregadores”. As pessoas que atuam por conta própria são a maioria dos informais, correspondendo a 85% do total de trabalhadores nessa condição. Já entre os assalariados, são cerca de 40% no mercado informal.

Segundo a OIT, o resultado é reflexo do fato de que muitos trabalhadores se veem na situação de ter de aceitar postos de trabalho carentes, em geral informais e mal remunerados, e sem garantias de proteção social e de direitos trabalhistas.

“Em 2018, a maioria dos 3,3 bilhões de pessoas empregadas no mundo sofreram com a precarização do bem estar material, da seguridade econômica, falta de igualdade de oportunidades e de margem suficiente de desenvolvimento humano”, diz trecho do relatório.

“Estar empregado nem sempre garante condições de vida decentes”, afirma Damian Grimshaw, diretor do Departamento de Investigações da OIT. “Um total de 700 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza extrema ou moderada mesmo estando empregadas”.

Atualmente, o número de pessoas com idade de trabalhar é de 5,7 bilhões de pessoas em todo o mundo. Desse total, 3,3 bilhões estão empregadas e 172 milhões desempregados. Outros 2 bilhões de pessoas, aproximadamente, estão fora da força de trabalho.

Informalidade no Brasil

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, apesar da pesquisa da OIT abranger os números do mercado de trabalho no mundo todo, os resultados refletem o que vem ocorrendo no mercado de trabalho brasileiro, sobretudo após a aprovação da reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), que acabou com mais de 100 itens da CLT e legalizou as formas precárias de contratação.

“O trabalho informal, que priva homens e mulheres de direitos básicos, é uma doença que atinge a classe trabalhadora em todo o mundo, mas no Brasil vem se tornando crônica desde o golpe de 2016”, afirma Vagner.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao final de 2018, a soma de pessoas trabalhando por conta própria ou no mercado informal ficou acima do total de trabalhadores empregados com carteira assinada. O Brasil tinha 32,9 milhões de pessoas trabalhando com registro em carteira - excluídos os trabalhadores domésticos -, enquanto outras 11,2 milhões de pessoas estavam atuando sem carteira e 23,3 milhões por conta própria.

“A reforma de Temer, que agora [Jair] Bolsonaro pretende ampliar, legalizou o bico, acabou com os direitos e o resultado é o que estamos vendo: aumento do emprego precário, de má qualidade, sem garantias e queda na renda dos trabalhadores".

“E agora, o Brasil caminha para atingir números catastróficos se as medidas anunciadas pelo atual governo forem aprovadas e implementadas”, diz Vagner se referindo às propostas de reforma da Previdência e até às postagens no Twitter, onde Bolsonaro diz claramente que a reforma de Temer precisa ser aprofundada, a ponto do mercado de trabalho ser todo informal. Segundo Bolsonaro, é melhor ter empregos do que direitos.

“Só a luta contra a retirada de direitos e a precarização do trabalho pode garantir a reversão desse cenário. E é por isso que dia 20 é dia de luta, dia de sair às ruas para lutar por nossos direitos", conclama Vagner.

Desigualdade de gênero

O relatório da OIT também apresenta diferenças entre as condições do mercado de trabalho para homens e mulheres. Enquanto 75% dos homens participam da força de trabalho, entre as mulheres essa proporção é de 48%. Isso significa que, em 2018, a cada 5 pessoas que trabalhavam 3 eram homens.

Jovens “nem-nem”

A pesquisa a OIT aponta também que a proporção de jovens que nem trabalham e nem estudam segue preocupante, apesar de mencionar uma melhora no número de matrículas escolares entre os fatores que podem explicar o aumento da quantidade de jovens inativos. Os dados da OIT mostram que, em cada 5 jovens com idade inferior a 25 anos, 1 não está no mercado de trabalho e nem estudando.

Fonte: CUT

Diretores do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense percorreram agências do Banco do Brasil, nesta quinta-feira (14), no Dia Nacional de Luta contra os descomissionamentos no banco. Nos últimos dias uma nova onda de descomissionamentos no Banco do Brasil fez novas vítimas com a perda do cargo e redução de salário via Gestão de Desenvolvimento por Competências (GDP).

Além de alertar bancárias e bancários sobre o que vem ocorrendo, diretores do SindBaixada falaram sobre o inédito feriado bancário no Estado do Rio de Janeiro, e sua importância para a categoria.

Entenda:

O novo modelo de gerenciamento dos escritórios, com as Superintendências Centralizadoras, tem feito à distância uma maior pressão sobre os administradores para descomissionar mesmo sem observar os critérios históricos.

O Banco investiu milhões de reais no desenvolvimento da ferramenta, com treinamento de gestores e demais funcionários para efetivar a aplicação da GDP. Contudo, o dinheiro investido está sendo jogado fora pois não se adota mais os critérios de avaliação em 360º conforme propagado.

Agora, para retirar o cargo dos funcionários, basta uma nota abaixo da média vinda do superior que o banco entende que pode efetivar o descomissionamento.

reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro quer acabar com a aposentadoria por tempo de contribuição e obrigar todo mundo a se aposentar com 65 anos de idade. Atualmente, os trabalhadores podem se aposentar após 35 anos de pagamentos ao INSS, e as trabalhadoras após 30 anos de contribuição. Ou por idade: 65 anos para os homens e 60 para as mulheres, com no mínimo 15 anos de contribuição.

Para fazer papel do "bonzinho", Bolsonaro faz um contraponto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, defendendo que será preciso considerar as diferenças regionais do país para estabelecer uma idade mínima. Mais uma proposição absurda, ao ignorar que dentro de uma mesma cidade existem diferentesexpectativas de vida, de acordo com os desgastes provocados pelas condições de trabalho e por doenças.

No entanto, como informa o Portal da CUT, em reportagem de Rosely Rocha,  o principal interesse das pessoas não é levado em conta pelos defensores dessa reforma: o tempo de sobrevida depois da aposentadoria, que é mais importante para o trabalhador do que a expectativa de vida estimada na hora do nascimento – que é uma média atualizada todos os anos pelo IBGE.

Segundo o estudo Expectativa de Duração de Aposentadoria em Anos, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 2014, o Brasil é um dos países em que os aposentados menos usufruem o tempo do seu benefício.

Tempo de duração da aposentadoria


“Enquanto a média brasileira é de 13,4 anos de sobrevida após a aposentadoria, na Itália é de mais de 21 anos. O Brasil só fica acima de países como México, África do Sul e China”, afirma a economista Esther Dweck, que foi chefe da Assessoria Econômica e secretária de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão entre 2011 e 2016.

Aposentar e viver com saúde

Se a proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro passar, o período de vida saudável que o aposentado terá para usufruir do seu benefício será de apenas cinco anos, já que o trabalhador brasileiro usufruiria de sua aposentadoria com saúde no máximo dos 65 aos 70 anos.

“Uma pessoa que chega aos 65 anos no Brasil tem uma expectativa de vida de 80. No entanto, o governo não leva em consideração que a saúde dele estará extremamente prejudicada. Ele vai viver bem, com saúde, no máximo até os 70 anos. Ora, a aposentadoria é um direito que a pessoa tem de usufruir com uma vida saudável, não apenas para pagar por remédios”, diz Esther Dweck.

O diretor do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Diego Cherulli, especialista em Direito Previdenciário Tributário e Econômico, defende que se mantenha o atual sistema de pontuação 86/96, explicado abaixo.

Entenda a chamada Fórmula 85/95

Fórmula 85/95 surgiu por lei de 2015, entrou em vigor em janeiro de 2017 e a partir de janeiro deste anos subiu para 86/96. Confira a tabela de evolução:

• Em 31 de dezembro de 2018 mudou para 86/96 – mulheres se aposentam quando a idade + contribuição = 86, e homens = 96
• Em 31 de dezembro de 2020 muda para 87/97
• Em 31 de dezembro de 2022 muda para 88/98
• Em 31 de dezembro de 2024 muda para 89/99
• Em 31 de dezembro de 2026 muda para 90/100

O modelo é considerado mais justo. Leva em conta não somente a idade, mas o tempo de contribuição: ou seja, quem ingressa mais cedo no mercado de trabalho, geralmente os mais pobres, não necessariamente prejudicado com a obrigação de trabalhar no mínio até os 65 anos.

Para o advogado Pedro Saglion de Faria Fonseca, do Instituto de Estudos Previdenciários (IEP), o governo não deveria mexer nas regras atuais de idade e contribuição para a aposentadoria, alegando um suposto déficit. Decisões relacionadas a direitos sociais não podem ser tomadas apenas com uma calculadora na mão, diz o advogado.

A legislação previdenciária foi estabelecida para dar dignidade às pessoas, e ao mudar a idade mínima de aposentadoria o governo rompe um contrato. “É um contrato social ao qual às pessoas aderem obrigatoriamente e se ele é unilateralmente alterado para atender apenas a uma das partes, no caso o governo, fere o princípio de confiança”, afirma Saglioni.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Os bancários se unirão a outras categorias, no dia 20 de fevereiro, em uma Assembleia Nacional que irá definir um plano de lutas unitário contra a proposta de reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL/RJ). O ato, em defesa da aposentadoria e da Previdência Social, acontece a partir das 10h, na Praça da Sé, no centro de São Paulo.

Outras ações descentralizadas, como atos, assembleias, panfletagens e diálogo com a base, também estão previstas para ocorrer no mesmo dia ou em outros dias em estados como Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Piauí, e Santa Catarina

A Proposta de Emenda Constitucional, PEC da reforma da Previdência, vazada pela imprensa – que deve ser encaminhada ao Congresso Nacional –, prevê idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, um gatilho para reduzir as aposentadorias das mulheres e até a redução de 40% no valor das pensões pagas a viúvos e órfãos – se essa proposta for aprovada, o valor dos benefícios pode ser de menos de um salário mínimo.

Para a CUT e demais centrais sindicais que estão organizando a luta de resistência da classe trabalhadora - Força Sindical, CTB, Intersindical, Nova Central, CGTB, CSP-Conlutas e CSB - as propostas sinalizadas pela equipe econômica do governo praticamente acabam com o direito à aposentadoria de milhões de brasileiros e brasileiras.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, alerta que, embora ainda não haja uma definição do texto final a ser apresentado no Congresso Nacional, as propostas vazadas até agora, como a capitalização da Previdência e a obrigatoriedade de idade mínima para o trabalhador e a trabalhadora se aposentarem, mostram que o projeto de Bolsonaro é ainda pior do que o apresentado pelo ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) e engavetado após a greve geral que paralisou o Brasil em abril de 2017.

 “As propostas em estudo têm variações, mas os pontos centrais, como a adoção do sistema de capitalização, que não tinha na reforma de Temer, a obrigatoriedade da idade mínima e ter de trabalhar ainda mais para ter direito a 100% do benefício, são extremamente prejudiciais e afetam de forma cruel os mais pobres”, diz Vagner.

Segundo a equipe técnica do governo, o projeto está previsto para ser apresentado ao Congresso Nacional entre os dias 19 e 21 de fevereiro. No entanto, a aprovação do texto final depende do aval de Bolsonaro, que ainda precisa deixar o hospital Albert Einstein, onde está internado, e estar em condições de despachar, o que não tem data certa para ocorrer.

O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, afirmou nessa segunda-feira (11) que, inicialmente, "está descartado" que Bolsonaro receba a proposta de reforma no hospital Albert, segundo informações do jornal Valor Econômico.

Há dez dias, no entanto, depois que Bolsonaro teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o porta-voz chegou a declarar que Bolsonaro estava analisando dois ou três formatos de reforma encaminhados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Fonte: Contraf-CUT

A medida provisória (MP), assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, em 18 de janeiro de 2019, altera regras de concessão dos benefícios pagos pela Previdência Social, entre os quais estão auxílio-reclusão, pensão por morte e aposentadoria rural. Ela prevê, ainda, a revisão de benefícios pagos atualmente pelo INSS.

De acordo com o texto da MP, serão criados os programas de Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade e de Revisão de Benefícios por Incapacidade.

Em entrevista ao site da Contraf-CUT, o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas explica os principais direitos que estão sendo alterados na forma de concessão e os impactos na vida dos trabalhadores.

Qual é o real objetivo da MP 871?

Desde o golpe, o Temer já começou a alterar a forma de reconhecimento do direito e restringiu o acesso dos trabalhadores aos benefícios, seja por medidas provisórias ou com alterações de regras internas do INSS para concessão de benefícios. Todas essas modificações tiveram como objetivo restringir direitos. A tal da operação, que eles chamam de pente-fino, não tem nenhuma relação com combate à fraude, propriamente, por que essas medidas de prevenção já faziam parte da rotina do processo de reconhecimento de direito.

No governo Lula e Dilma, o INSS criou manuais de operacionalização e monitoramento de benefícios. Esse modelo foi institucionalizado, portanto, já prevê o combate da fraude dentro do próprio processo, não depois. É uma regra que tem de ser observada pelos servidores nesse processo de reconhecimento.

O que o governo faz agora é uma medida que visa apenas fazer um “estardalhaço”, mas não tem efeito no combate à fraude, por que isso já tinha se institucionalizado ao longo dos últimos anos. Desta forma, podemos ver que o governo quer cortar benefícios e tirar a proteção social dos trabalhadores.

Quem são os mais afetados com a medida?

Os trabalhadores que mais precisam da proteção social. Quando se estabelece a tal da operação “pente-fino”, que diz que é contra fraude e corta benefícios indevidos, cria-se bônus para os médicos peritos realizarem pericias mais rapidamente. Milhares de trabalhadores que estavam sem condição de trabalho, foram mandados de volta ao mercado de trabalho sem readaptação, sem reabilitação profissional e em muitos casos trabalhadores com doenças graves. Tivemos relatos de pessoas com câncer, fazendo quimioterapia, mulheres com mastectomia que foram mandadas de volta ao trabalho. Isso é cruel! E não tem nada a ver com medida de proteção ao patrimônio do trabalhador, que é a Previdência. De fato, o que podemos concluir, é que a medida quer cortar gastos sociais. O governo tem esse objetivo para sobrar mais dinheiro para o capital especulativo.

Os trabalhadores rurais foram afetados?

A MP871 ataca duramente os trabalhadores rurais e acaba com a representação da organização sindical, que é a entidade responsável por atestar a condição de segurado especial. O segurado especial é aquele que trabalha em regime de economia familiar em propriedade de até 4 módulos fiscais. A medida estabelece que cada trabalhador tenha a sua contribuição rural.

Os servidores públicos também serão afetados?

Sempre são duramente afetados. O governo Temer, quando mandou a PEC 287, inicialmente abrangeu todos os trabalhadores e depois começou a afunilar o efeito da PEC para os servidores públicos. Ele restringe direitos das mulheres, estabelece aposentadoria para homem e mulher aos 65 anos com contribuição de 40 anos. Isso é o mesmo que empurrar o trabalhador para a beira da morte sem deixa-lo se aposentar.

Por exemplo, a regra hoje de acesso a aposentadoria no serviço público é a soma de idade mais tempo de contribuição: 85 anos para mulheres e 95 anos para homens. A proposta do governo Bolsonaro sobe para 105 anos.

Quais são as mudanças no auxílio-doença?

Cria barreiras e dificuldades para que o trabalhador não tenha acesso aos benefícios e cria suspeição sobre todos os trabalhadores. O pressuposto é que todo o trabalhador quer fraudar a previdência e coloca sob suspeita todos os benefícios, além de alterar as regras de cassação desses benefícios.

No caso de pensão por morte, também ocorrem essas alterações. Estabelece um corte de 50% do valor e você não pode acumular com outros benefícios. O que é um absurdo porque o trabalhador contribui para a aposentadoria e também para a pensão, então não tem nenhum equívoco, nem ilegalidade ele acumular os dois benefícios.

De acordo com a lei, é legal alterar a concessão de benefícios do INSS dessa forma?

Durante esse processo todo de alteração tem muita contestação e tem questões que nós entendemos que é ilegal. Por exemplo, no caso da pensão, já se tem um entendimento no STF que não pode haver ruma contribuição sem uma prestação. Se eu contribuo para a aposentadoria e para a pensão, eu tenho o direito aos dois, quando o governo corta um e eu tenho que escolher, ele vai contra a lei. Isso ataca o direito constitucional dos contribuintes da Previdência Social.

O pagamento dos médicos é legal?

Sim. É possível estabelecer uma forma de remuneração por produção. Não vemos problemas em pagar produtividade dos médicos. O problema é que o governo vincula esse pagamento com a retirada de direitos dos trabalhadores. Aí, sim, tem ilegalidade.

O que as pessoas que foram afetadas devem fazer?

Temos recebido muitos casos de cassação de aposentadoria e de benefícios temporários e é visivelmente ilegal o que tem sido feito. Sugerimos que o trabalhador procure o departamento jurídico do sindicato e ingresse com uma ação contra o INSS para reestabelecer o benefício. A informação que nós temos é que a maioria dos casos, que houve o ajuizamento de uma ação, normalmente no Juizado Especial Federal Previdenciário, o benefício foi reestabelecido.

 

Quando o governo cria esse processo de revisão dos benefícios, ele tem o objetivo de economizar recursos. Temos que lembrar que esse mesmo governo aprovou a PEC do teto. Ele faz isso com quem mais precisa. Ele não da condição do assegurado se defender. O cidadão fica na miséria, não tem saúde pra isso e o mercado não absorve essa mão de obra sem saúde. E ele fica desamparado. Por isso que sugerimos que procurem orientação jurídica e ingressem com as ações para reestabelecer esses benefícios.

 

 

Fonte: Contraf-CUT

O volume de vendas no varejo cresceu 2,3% em 2018, segundo informou hoje (13) o IBGE, mas com resultados diferentes entre os diversos segmentos. Só três das oito atividades pesquisadas registraram alta, com destaque para a que inclui hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 3,8%. Caíram as vendas de combustíveis, móveis e vestuário. Uma indicação de que o consumo, no ano passado, concentrou-se em itens básicos, como alimentos.

O setor de hipermercados foi o principal responsável pelo resultado. "O desempenho desta atividade vem sendo beneficiado pelo aumento da população ocupada e a manutenção da massa de rendimento real habitualmente recebida, ao longo de 2018", diz o instituto.

A segunda maior contribuição veio do segmento que inclui artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com alta de 5,9% no ano passado. "Além da já citada manutenção da massa real de rendimentos, o comportamento dos preços dos produtos farmacêuticos ao longo de 2018 e a sua essencialidade explicam esse desempenho", aponta o IBGE.

A terceira atividade com resultado positivo, outros artigos de uso pessoal e doméstico, abrange lojas de departamento, óticas, joalherias, artigos esportivos e brinquedos. As vendas registraram alta de 7,6%.

Entre as quedas, o setor de móveis e eletrodomésticos recuou 1,3% no ano. Segundo o IBGE, o comportamento teve influência da base da comparação, pois a atividade cresceu em 2017 em consequência da liberação de recursos do Fundo de Garantia. O mesmo aconteceu com tecidos, vestuário e calçados, com retração de 1,6% em 2018.

Enquanto equipamentos e material para escritório, informática e comunicação formam um setor que ficou praticamente estável (0,1%), a atividade de livros, jornais, revistas e papelaria despencou: -14,7%. O instituto afirma que o setor recebeu impacto do fechamento de livrarias em 2018, além "da contínua substituição dos produtos impressos pelo meio eletrônico, em especial, jornais e revistas".

O segmento de combustíveis e lubrificantes acumulou queda de 5% no ano passado. "A elevação dos preços de combustíveis acima da variação média de preços é o fator relevante que vem influenciando negativamente o desempenho do setor", diz o IBGE.

No chamado varejo ampliado, que inclui dois setores, veículos, motos, partes e peças cresceu 15,1% em 2018. E o de material de construção subiu 3,5%.

Dezembro

No último mês do ano, o volume de vendas caiu 2,2% em relação a novembro. Em relação a dezembro de 2017, a variação foi ligeiramente positiva (0,6%).

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A importância dos livros numa época em que se valoriza a ignorância é o tema da aula magna que o professor Renato Janine Ribeiro dará nesta quarta-feira (13), às 19h, na sede da Fundação Editora Unesp, marcando o início do ano letivo da Universidade do Livro (Unil, Praça da Sé, 108, centro da capital paulista). O desafio é maior considerando o período atual, de menos troca de conhecimento e mais divulgação de informações inverídicas, mas o professor e ex-ministro observa que, historicamente, o não saber é um estímulo para o saber.

"Até o século 18, você tem pessoas que conhecem tudo: física, matemática, astronomia, línguas clássicas, história, literatura. Eram pessoas com saber muito abrangente", diz Janine. Seguiu-se um processo de "especialização" do conhecimento. Ele cita o clássico aforismo atribuído ao filósofo grego Sócrates, "Só sei que nada sei", e lembra que passa a existir uma nova ideia de ciência, pela busca do conhecimento. Os "furos", no sentido de coisas por descobrir, são instigantes, desafiantes.

 

Wilson Dias/Agência Brasil janine
O professor e ex-ministro Renato Janine Ribeiro
Pesquisa relativamente recente mostrou que os professores da educação básica liam, em média, menos de dois livros por ano. Isso "torna as ideias de melhorar a educação um tanto quanto ingênuas"

"A ciência vai prosseguir despertando novas dúvidas. Cada descoberta científica abre espaço para novas questões", observa o professor. Nesse sentido, ninguém, nem Darwin ou Einstein, oferecerá resposta definitiva. A percepção do desconhecimento é que propiciará avanços. "Se você não tiver a percepção de que falta muito coisa, não dá conta disso."

Mas há aqueles que parecem se satisfazer com a ignorância. "São pessoas que estão convencidas que o pouco que elas sabem é mais que suficiente para explicar tudo", diz Janine, citando a homossexualidade como exemplo. "Para muitos ignorantes, ela é proibida, vai contra a natureza... São teses simplistas. A ignorância acha que sabe tudo." Ele também destaca a divulgação – consciente – de mentiras, com forte impacto social.

Ele volta ao tema da aula magna. "A esta altura, defender o livro, defender leitura, é muito importante, porque é uma das mídias mais interativas que existem", afirma, lembrando que não se confirmou a expectativa de que o Kindle acabaria com o livro impresso, que ainda responde por 80% a 85% do total. Mas é um país onde se lê pouco. "O livro não é popular", diz Janine.

Ameaça social

O professor titular de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP) é uma exceção, como ele mesmo lembra. Começou a "devorar" livros assim que aprendeu a ler, por volta de 6 anos. "Meus pais tinham a coleção completa do Machado de Assis", recorda, citando uma coleção clássica, da Editora Jackson, na ortografia anterior à "reforma" de 1943. Recentemente, ele se pôs a ler Machado novamente, desta vez em versão digital, baixando quase de graça as obras completa do "bruxo do Cosme Velho", bairro do Rio de Janeiro onde ele viveu.

Mas ele acredita que há uma "campanha" permanente contra os livros. "Existe um estímulo constante para as pessoas não lerem." Isso piora no atual governo, comenta o ex-ministro, porque a educação passa a ser vista como ameaça social. "É o primeiro governo que o Brasil elege, em tantos anos, que apresenta a educação como perigo. Neste governo, a ideia da educação é de uma coisa perigosa, que pode se voltar contra a família, então é um perigo, socialmente falando." Ele lembra o caso de uma parlamentar na região Sul que propôs aos alunos que filmassem seus professores.

Recentemente, em sua página no Facebook, Janine postou reportagem do jornal El País, sobre a transformação social na Espanha, para melhor, com a chegada dos filhos dos mais pobres às universidades. "A melhor resposta ao ministro, que se opõe à inclusão social na universidade: ela melhora os países", escreveu, lembrando de declaração do atual ministro da Educação no Brasil, Ricardo Vélez Rodrigues, para quem se trata de um espaço reservado a uma "elite intelectual".

Além do aspecto ideológico, há também deficiência de formação, aponta Janine. Pesquisa relativamente recente mostrou que os professores da educação básica liam, em média, menos de dois livros por ano. Isso "torna as ideias de melhorar a educação um tanto quanto ingênuas".

Janine conta que está sempre "lendo vários livros",  por múltiplos interesses. "Não é uma sociedade que incentiva a leitura. E, mais importante, a curiosidade, que é algo crucial." 

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A greve contra as privatizações será uma das mais duras que os trabalhadores brasileiros terão de enfrentar no próximo período. O novo governo federal já deixou claro que pretende privatizar todas as empresas estatais que conseguirem. Agora, a novidade da vez é a tentativa de tirar o direito dos funcionários se defenderem desses ataques.

Nesta segunda-feira (11), a Seção de Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho decidiu que greve contra privatização é abusiva, por 4 a 2. O relator do caso, ministro Maurício Godinho, que ficou vencido, afirmou que greve do tipo são pela manutenção dos empregos e, por isso, não podem ser consideradas políticas. “Existem normas da OIT que dizem o mesmo, não podendo ser entendido o contrário”, votou. Ele foi acompanhado pela ministra Kátia Arruda.

A greve é um direito fundamental assegurado pela Constituição federal de 1988, que diz em seu artigo 9º que “Trata-se de direito fundamental cujas limitações devem estar expressas na própria Constituição e que os abusos sujeitam os responsáveis às penas da lei (§ 2º do artigo 9º)”.

Para Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, com a decisão, o Tribunal ignora a Constituição brasileira e a Convenção nº 87 da OIT. “O Tribunal está agindo de forma política e, consequentemente, prejudicando a população em geral. A defesa das estatais é uma das prioridades da classe trabalhadora. Sabemos da importância destas empresas para o desenvolvimento econômico e social do país.”

Fonte: Contraf-CUT

Uma reunião ampliada do Coletivo Jurídico Nacional irá debater, na próxima quinta-feira (19), as pautas em debate Legislativo Federal (Câmara dos Deputados e Senado Federal), no Executivo Federal e no Judiciário que afetam diretamente os trabalhadores.

O evento foi deliberado pela direção executiva da Contraf-CUT, em consonância com os debates do Comando Nacional dos Bancários, sobre os reflexos após implementação da Reforma Trabalhista, da Lei das Terceirizações e da análise dos possíveis cenários quanto às propostas de reforma da Previdência Social.

“Esta reunião terá, inclusive, a perspectiva de apontar ações políticas de organização e resistência frente aos ataques aos direitos dos trabalhadores”, afirmou Mauri Sérgio Martins de Souza, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT.

Durante o evento, será lançada, pela Secretaria de Comunicação, a Cartilha “Convenção Coletiva de Relações Sindicais 2018-2020”. A publicação traz os aspectos principais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de Relações Sindicais 2018-2020 que, posteriormente, será disponibilizada às entidades filiadas.

Podem participar da reunião ampliada do Coletivo Jurídico Nacional todos os dirigentes sindicais bancários e às assessorias.

Fonte: Contraf-CUT