Maio 12, 2025
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O Movimento Sindical Bancário, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). da qual o Sindicato dos Bancários é filiado, criticou, nesta última quarta-feira (3), a portaria 620, do Ministério do Trabalho e Previdência, publicada na edição de domingo (1) do Diário Oficial da União. No artigo 1º, parágrafo 1º, a portaria proíbe os empregadores de exigirem para contratação ou manutenção do emprego o comprovante de vacinação. No parágrafo 2º, caracteriza como prática discriminatória a exigência do comprovante de vacinação em processos de seleção, ou a demissão do trabalhador.

“Isso é um absurdo! Estamos vivendo em meio a uma pandemia e os empregadores são responsáveis pela manutenção de um ambiente seguro e saudável para o trabalho. Ao fazer esta proibição, o governo impede que o empregador cumpra sua obrigação, pois uma pessoa não vacinada é suscetível ao contágio e, consequentemente, à propagação do vírus”, disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“Nas conversas que estamos tendo com os trabalhadores, eles já se mostravam receosos por terem que atender clientes e trabalhar ao lado de um colega que se recusa a se vacinar. Com essa medida do governo Bolsonaro eles ficarão apreensivos com a possibilidade de esta situação perdurar para sempre, mesmo tendo vacina disponíveis para todos”, completou.

Para especialistas em direito do Trabalho, a portaria é inconstitucional. A bancada do PT na Câmara dos Deputados e no Senado Federal se mobiliza para derrubar a portaria e pelas redes sociais, o senador Humberto Costa (PT-PE) anunciou que já apresentou uma proposta para derrubar a portaria.

Em contraposição ao governo, o Tribunal Superior do Trabalho passou a exigir comprovante de vacinação para todas as pessoas que queiram entrar em suas dependências. A mesma exigência é feita pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e pelo Ministério Público.

Fonte: Contraf-CUT

O diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, criticou as indefinições a respeito do Auxílio Brasil. O novo programa, substituto do Bolsa Família, ainda não tem previsão orçamentária garantida. A base do governo Bolsonaro condiciona os recursos do programa à aprovação da chamada PEC dos Precatórios, prevista para ser votada nesta quarta-feira (3) na Câmara dos Deputados.

“Não só não há definição, como há um desmonte da estrutura tão bem-sucedida do Bolsa Família. É lamentável”, disse Fausto, em entrevista a Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual. Para ele, trata-se de uma proposta “eleitoreira”, que revela o desprezo do atual governo com o social.

Fausto anota que o Auxílio Brasil está previsto para funcionar apenas até o final do ano que vem. “Após o ano eleitoral, a depender do que possa acontecer, simplesmente essas pessoas ficarão com mais dificuldades ainda”, destacou.

Além disso, a cobertura do novo programa também é insuficiente. No mês passado, foram 39 milhões de famílias que receberam a última parcela do auxílio emergencial, enquanto o Auxílio Brasil deve atender a apenas 17 milhões de famílias.

“No meio de tudo isso, ainda temos uma inflação de dois dígitos, puxada principalmente pelos combustíveis e energia elétrica, itens que são insubstituíveis. Quando a gente olha para esse cenário, vemos o quão complicado é um governo que simplesmente colocada de lado a questão social. Na pior das hipóteses, trata essa questão a partir de uma visão eleitoreira”, afirmou Fausto.

‘Bolsa banqueiro’

Por outro lado, ele relacionou as incertezas que permeiam a implementação do novo programa às convicções que vêm embalando a escalada da taxa básica de juros. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a Selic em 1,50 ponto percentual, fixada em 7,75% ao ano. É a maior taxa desde setembro de 2017. Segundo cálculos do próprio BC, para cada aumento de um ponto percentual nos juros, o custo da dívida pública sobe R$ 31,8 bilhões ao ano.

Nesse sentido, o diretor do Dieese destaca que o custo com a elevação da Selic supera, e muito, o montante que o governo espera gastar no Auxílio Brasil. Para 2022, o novo programa deve custar R$ 84,7 bilhões, segundo o ministério da Cidadania. No entanto, somente neste ano, a Selic subiu mais de 5 pontos percentuais, acumulando gastos que superam R$ 500 bilhões.

“Ou seja, de um lado, estamos vendo recursos para os pobres sendo retirados e direitos sociais sendo descontruídos. De outro, mais recursos saindo dos nossos impostos para o setor financeiro”, disse Fausto. Para ele, trata-se de uma opção deliberada pelo agravamento das desigualdades sociais do país.

Fonte: Rede Brasil Atual

O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni (DEM), anunciou nesta segunda-feira (1º) publicação de uma portaria proibindo empregadores de exigir a comprovação de vacinação contra a covid-19 para a contratação ou manutenção de um trabalhador no emprego. O texto da Portaria nº 620 do ministério considera como “prática discriminatória a obrigatoriedade de certificado de vacinação em processos seletivos de admissão de trabalhadores, assim como a demissão por justa causa de empregado em razão da não apresentação de certificado de vacinação”.

A portaria ainda estabelece que empregadores poderão apenas realizar a testagem periódica dos trabalhadores com a finalidade de “assegurar a preservação das condições sanitárias no ambiente de trabalho”.

Em caso de demissão por conta da não comprovação de vacinação, o ministério estabelece que o empregado deve ser reintegrado.

Em julho passado, a Justiça do Trabalho em São Paulo confirmou a demissão de uma trabalhadora que se recusou a tomar vacina contra a covid-19. Por unanimidade, a 13ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região confirmou decisão de primeira instância que validou a dispensa por justa causa de uma auxiliar de limpeza que trabalhava em um hospital infantil e se recusou a ser imunizada duas vezes. O caso aconteceu em São Caetano do Sul, em São Paulo.


Dores, medo, angústia. Trabalhadores contam seus sintomas antes, durante e depois da covid


Em setembro, a presidenta do Tribunal Superior do Trabalho, Maria Cristina Peduzzi, afirmou em entrevista que trabalhadores poderiam ser demitidos ao recusarem a vacina. “O direito da coletividade se sobrepõe ao direito individual. Então, se um empregado recusa a vacinação, vai comprometer o meio ambiente de trabalho, que necessariamente deve ser promovido, por meio do empregador, da forma mais saudável possível. Por isso que há uma justificativa que tem embasado decisões nesse sentido”, disse a presidente do TST ao UOL. A opinião da magistrada vai ao encontro de decisões que levaram em conta esse entendimento em primeira e segunda instâncias.

Em maio, a 2ª Vara do Trabalho de São Caetano do Sul (SP) validou a dispensa por justa causa de uma auxiliar de limpeza de hospital que se negou a tomar a vacina contra a Covid-19. Em julho, o TRT-2 manteve a decisão.

Além disso, em dezembro de 2020 o Supremo Tribunal Federal, julgou ações apresentadas por partidos discutindo a obrigatoriedade de vacinação contra a covid-19. Na ocasião, a Corte havia decidido que o Estado poderia determinar a obrigatoriedade e impor restrições àqueles que recusassem a imunização.

Quando as vacinas começaram a ser aplicadas no país, o Ministério Público do Trabalho também se posicionou de forma favorável à demissão por justa causa de quem se recusassem a tomar vacina sem apresentar razões médicas documentadas. Segundo o MPT, empresas devem conscientizar e negociar com seus funcionários. Mas a mera recusa individual e injustificada não pode colocar em risco a saúde dos demais empregados.

Com informações do Sul 21 e do Conjur

Nesta segunda-feira, dia 1º, inicia-se o Novembro Azul, mês de prevenção e conscientização sobre o câncer de próstata.

O câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum em homens, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), com 21,25% das novas incidências.

A estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 é de que serão diagnosticados 66 mil novos casos de câncer de próstata no país.

PREVINA-SE.

Com o fim da atual rodada do auxílio emergencial nesta sexta (29), amplia-se a pressão para que o governo Bolsonaro defina o destino do benefício pago à população de mais baixa renda. Voltada a trabalhadores informais afetados pela pandemia, a política deverá ser sucedida por um novo programa que irá substituir o Bolsa Família.

A ideia da gestão, que surge cerca de um ano antes das eleições de 2022, seria iniciar o novo benefício em novembro, mas a proposta ainda não foi oficialmente detalhada e está circundada de divergências.

:: Ao completar 18 anos, o Bolsa Família beneficia 44 milhões, mas está prestes a ser desfigurado ::

De um lado, o governo tateia possibilidades. Entre elas, está a edição de um decreto para instituir o novo programa, segundo antecipado na ultima terça (26) pelo site O Antagonista. O objetivo seria publicar a norma após a volta da Itália, para onde o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viajou na quinta (28).

As informações divulgadas até agora pelo governo dão conta de que as parcelas terão valores 20% mais elevados que os do Bolsa Família, política lançada pelo PT no primeiro mandato do ex-presidente Lula (2003-2007) e que Bolsonaro tenta ofuscar em meio à disputa que polariza com o petista.

:: “Uma vergonha”: substitutos do Bolsa Família e do PAA devem gerar impacto negativo no Nordeste ::

Provável candidato à reeleição, o chefe do Executivo estaria em busca de dividendos eleitorais em troca da oferta do novo programa, que deverá atender 17 milhões de famílias, de acordo com o ministro da Cidadania, João Roma.

“Nós queremos que as pessoas tenham direito a um auxílio decente e permanente, mas a gente tem que saber que a motivação do Bolsonaro é apenas eleitoreira, que não tira a necessidade de se ter um auxílio permanente, mas esse projeto nem está claro como se vai financiar”, ressalta a deputada Fernanda Melchiona (RS), vice-líder da bancada do Psol na Câmara, ao mencionar a disputa em torno da chamada “PEC dos Precatórios” (PEC 23).

:: Governo publica decreto que institui o Auxílio Brasil. O que acontece com outros benefícios? ::

O governo tenta avançar com esta última sob o discurso de que, ao parcelar os precatórios – dívidas adquiridas pelo Estado a partir de causas definitivamente perdidas na Justiça –, o Executivo poderia modificar o cálculo do Teto de Gastos e abrir uma folga fiscal de R$ 44 bilhões para liberar verbas de custeio para o Auxílio Brasil.

A gestão vinha projetando parcelas no valor de R$ 400 a serem pagas até o final de 2022. As limitações impostas pelo ajuste fiscal em vigor no país fariam com que R$ 100 desse total extrapolassem o teto. A intenção custou ao governo duras críticas. Há resistência à medida tanto dentro da direita liberal quanto na oposição.

“Bolsonaro tenta como fonte de financiamento fazer uma PEC do calote e junto embutir mais emendas pro centrão, que está sempre querendo dinheiro. Nós defendemos que se extinga o Teto de Gastos, evidentemente. Estamos falando isso há muito tempo, mas é possível financiar um programa social taxando as grandes fortunas, por exemplo”, aponta Melchiona, ao mencionar a proposta desenhada no Projeto de Lei (PL) 3934, apresentado pela bancada do Psol no ano passado.

:: Auxílio Brasil dará conta de resolver desafios atuais do país? Entenda no Programa Bem Viver ::

Lentidão e duração

Diferentes atores também se queixam da demora do governo em anunciar os rumos da política social de atendimento à população que mais se prejudicou diante dos estragos da crise sanitária. Com o agravamento da crise socioeconômica, a alta do desemprego e da inflação, o mundo político acusa o governo de inoperância diante da gravidade da situação e chama a atenção também para outros fatores.

Entre eles, estão a falta de credibilidade do país diante de investidores e o limbo em que ficam jogados os trabalhadores que dependem do auxílio para garantir uma manutenção mínima de suas necessidades básicas.


Segundo pesquisas, pelo menos 19 milhões de pessoas estão em situação de fome no Brasil/ Foto: Roberto Parizotti

“Essa demora toda é porque ele não quer ajudar os pobres. Se tivesse interesse, já teria apresentado o programa, mas, ao não apresentar em tempo hábil, mostra dois aspectos: o primeiro é que ele não quer, que é o principal, e o segundo é que ele não tem capacidade. É uma desestruturação total do governo, que é consequência da primeira característica”, critica o líder da bancada do PT na Câmara, Bohn Gass (RS).

O parlamentar lembra a preocupação da gestão com a queda na popularidade de Bolsonaro, que tenta sedimentar o caminho rumo a um segundo mandato. “Ele está apertado agora querendo votar os precatórios porque a eleição está batendo à porta dele e também porque os índices de aprovação popular do governo estão muito baixos”.

Uma pesquisa divulgada quinta-feira (28) pelo PoderData, plataforma ligada ao portal Poder 360, mostrou que o ex-capitão hoje é desaprovado por 58% da população.

 “Ele está tentando melhorar os índices, aí vê que tem que ajudar os pobres, mas não quer e coloca um fim para o programa, que é o ano que vem, como se política pública para o pobre só se pudesse ter em época de eleição. A pessoa sai do programa quando ela passa a ter sua renda, e não quando bate a urna. Sob todos os aspectos o Bolsonaro está errado”, alfineta Bohn Gass.

O posicionamento tem ressonância também entre o PCdoB, cuja bancada vê com maus olhos a ideia de extinção do Bolsa Família e a duração da nova política que vem sendo anunciada pelo governo.

“É bom deixar claro que, em nome de uma campanha eleitoral, Bolsonaro acaba com um programa permanente que já dura mais de 18 anos. Nenhum governo até hoje teve coragem de acabar com o Bolsa Família e dificilmente algum governo futuro teria essa coragem. É muito preocupante e é muita maldade com os pobres de quem faz um negócio desses”, diz Perpétua Almeida (PCdoB-AC), uma das vice-líderes da oposição.

O segmento – que reúne principalmente PT, PDT, PSB, Psol, PCdoB e Rede –, também entoa o coro por um auxílio de R$ 500, R$ 200 a mais do que o governo tem projetado para o novo programa. A proposta vem sendo publicamente defendida inclusive por Lula (PT), que recentemente desafiou Bolsonaro nas redes sociais a subir o benefício para R$ 600.

Paralelamente, o Congresso Nacional deverá analisar e votar a Medida Provisória (MP) 1061/2021, assinada por Bolsonaro em agosto, que revoga o Bolsa Família a partir de novembro e institui o Auxílio Brasil.

A controvérsia em torno do assunto se expressa, por exemplo, no número de emendas (sugestões de alteração) apresentadas à MP. Já foram 461 até agora, segundo o sistema do Congresso. Um levantamento feito pelo Poder360 e divulgado na última terça (26) aponta que o número é maior que 95% das MPs que já tiveram tramitação encerrada durante a gestão Bolsonaro.

Apesar das divergências sobre o conteúdo da proposta e dos maus lençóis em que o governo se meteu na economia, a oposição sabe que não há atualmente, no Congresso, terreno político favorável à aprovação de um benefício no valor de R$ 600. A ordem entre o grupo, no entanto, é não sucumbir às dificuldades do cenário de articulação no Legislativo.

“Nós vamos continuar insistindo contra a PEC dos Precatórios, não vamos concordar com esse calote e seguiremos batalhando por um auxílio mais justo para os trabalhadores”, diz Bohn Gass.

Fonte: Brasil de Fato

Na maior tragédia humana que o país já enfrentou em sua história, onde o maior representante da nação colocou os brasileiros no corredor da morte e da miséria ao não combater a pandemia da covid-19 de maneira responsável e de acordo com estudos científicos, nós, representantes do povo no Congresso Nacional, temos a obrigação de defender a vida e os direitos das pessoas em meio ao caos implantado pelo governo Bolsonaro.

Os atos diretos do presidente da República investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia, comprovam a atitude irresponsável de colocar em risco a população brasileira e não podemos descansar enquanto Bolsonaro e membros do seu governo sejam punidos no Brasil e nos tribunais internacionais penais pelos crimes que cometeram.

Sou membro da Comissão de Seguridade Social e Família na Câmara dos Deputados e aprovamos o Projeto de Lei 2.671/21 de minha relatoria, que cria a Semana Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19, iniciada todos os anos em 17 de outubro, dia que é celebrado o Dia Nacional da Vacinação. Este projeto propõe que seja  lembrado o papel da vacinação no controle da pandemia no país.

Instituída em âmbito nacional, a semana será destinada para que governos estaduais e municipais promovam campanhas educativas, debates, palestras e mobilizem a sociedade para que seja mantida na memória do povo brasileiro a importância da imunização.

Elaborado em parceria com a Associação Vida e Justiça em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19, o projeto também tem por objetivo levar informação sobre os danos sanitários, psicológicos e sociais da pandemia.

Famílias e pessoas que foram e ainda são vítimas da Covid-19 precisam de acolhimento, em especial os órfãos desta pandemia. De acordo com estudos publicados, o Brasil conta com mais de 100 mil órfãos da Covid-19. Brasileiros de 12 a 19 anos que tinham como esteios da família mães, pais, avós e avôs que foram vítimas da doença.

Sou autor do Projeto de Lei 2.333/21 que garante o direito de pensão por morte ao adolescente cujo genitor falecer em decorrência do coronavírus e também do Projeto de Lei 1.820/21 que cria a Política de Atenção Integral às vítimas e familiares da pandemia, ela assegura a garantia da plena recuperação das sequelas físicas e dos impactos sociais desenvolvidos.

Em defesa dos profissionais da saúde e dos serviços de assistência social, aprovamos a Lei  Nº 14.128/21, minha proposta que garante indenização aos familiares desses profissionais em caso de morte no enfrentamento à pandemia.

Os desafios do Brasil no pós-pandemia são gigantes. Na área da saúde, por exemplo, temos a preocupação do cuidado dos problemas de saúde que foram represados durante esses quase dois anos, como exames, consultas e cirurgias que não eram de urgência e que foram desmarcados. Além do fortalecimento da atenção social, precisamos lutar pelo endurecimento de políticas e recursos destinados ao SUS para que possamos reduzir os sofrimentos físicos e psíquicos causados pela pandemia.


*Alexandre Padilha é médico, professor universitário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da Coordenação Política de Lula, Ministro da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.

Fonte: Rede Brasil Atual

A deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), defende no Congresso um projeto para que o Sistema Único de Saúde (SUS) mantenha a estrutura emergencial criada para o atendimento de pacientes com covid-19. Apesar da eficácia da vacinação, com redução no número de internações, permanece o receio de que leitos e ambulatórios abertos durante a pandemia sejam precocemente desmontados. Isso porque o surto provocou grande represamento da demanda de pacientes que deixaram de buscar assistência desde março do ano passado. O projeto de lei 3.468/21, de autoria da parlamentar, busca sanar este déficit. “Com praticamente todos os leitos voltados para combater o coronavírus, a realização de cirurgias eletivas, de fundamental importância para a manutenção da saúde de muitas pessoas, ficou comprometida”, afirma Gleisi em seu PL.

Os números da demanda represada comprovam a necessidade apontada pela parlamentar. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), cerca de 30 milhões de procedimentos médicos ambulatoriais do SUS deixaram de ser realizados no período. O órgão informa que “restrições de acesso aos hospitais, contingenciamento de leitos para o tratamento da covid-19 e o medo de pacientes em procurar ajuda médica em função do risco de contaminação provocaram a queda”.

Uma comparação entre o volume de atendimentos médicos – entre exames com finalidade diagnóstica, procedimentos clínicos, cirurgias ambulatoriais, além de transplantes de órgãos, tecidos e células – entre março e dezembro de 2020 e o mesmo período do ano anterior, revela o represamento. “Por exemplo, os procedimentos realizados por oftalmologistas, sobretudo consultas e exames de mapeamento de retina e aferição da pressão intraocular (tonometria), caíram de 18,5 milhões em 2019 (março a dezembro) para 12,2 milhões. Um déficit de pelo menos 6,3 milhões (-34%) entre os períodos analisados”, informa a entidade.

Mais números

Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Ministério da Saúde dão conta de que a queda em procedimentos com finalidade diagnóstica foi de 20% em 2020, em comparação a 2019. Percentual que deve se repetir em 2021. Procedimentos essenciais para o atendimento à saúde da população, como tomografias, mamografias e cirurgias de praticamente todas as especialidades médicas. “Os procedimentos não realizados por causa da pandemia ampliaram ainda mais a fila de cirurgias do SUS, já extensa antes da pandemia”, relata Gleisi.

 

Uma pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e pela Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) em março deste ano apontou que 43% dos entrevistados reduziram a busca por consultas médicas durante a pandemia. “O descuido com a saúde aumentou durante o período de pandemia, tanto na prevenção com idas ao médico para acompanhamento das doenças e prevenção pelos exames laboratoriais, como pelos cuidados com uma vida mais saudável”, aponta a revista especializada Medicina S/A.

demanda represada
Números revelam demanda represada em procedimentos no SUS. Fonte: CFM

Reflexos

Apenas 2% das pessoas aumentaram a frequência junto a unidades hospitalares, sejam privadas ou da estrutura do SUS, segundo a publicação, levadas por: ansiedade agravamento de diabetes e acompanhamento de exames, entre outras motivações. A pesquisa também detectou que 58% dos entrevistados decidiram adiar a realização de exames laboratoriais, especialmente exames de sangue, mamografias, preventivo de colo de útero e eletrocardiograma.

“O reflexo da covid-19 na saúde dos brasileiros será sentido ao longo dos próximos anos, pois a prevenção foi deixada de lado, e causará um impacto inevitável, principalmente no caso das doenças crônicas que necessitam de constante monitoramento”, afirma o presidente executivo da CBDL, Carlos Eduardo Gouvêa.

Mais problemas

Além da demanda represada, como o Brasil fracassou no combate ao coronavírus, existe um número expressivo de pessoas curadas, mas com sequelas. Estudo publicado no início deste mês no periódico científico Jama Network Open aponta que mais da metade dos infectados tende a desenvolver algum tipo de sequela. No Brasil, este número significa mais de 10 milhões de pessoas.

“A gente vê a propaganda oficial comemorando o número de pessoas recuperadas. Mas o fato de a gente ter tantas pessoas recuperadas foi porque essas pessoas adoeceram. Não tem como a gente não citar todas as consequências das pessoas que tiveram covid nesse período” , afirma o médico de família e comunidade Aristóteles Cardona, em entrevista para o Brasil de Fato.

Verbas

Alguns estados já tocam com urgência políticas públicas para ampliar a realização de exames e consultas. É o caso do Maranhão. “Estamos atuando em regime de mutirão, para compensar as perdas que tivemos na pandemia. Sabemos do represamento, que é grande, de consultas, exames e cirurgias e estamos voltando à normalidade do sistema de saúde, em regime de mutirão”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula. A administração do governador Flavio Dino (PSB) disponibilizou, inicialmente, 14 tendas e cinco consultórios para realização de procedimentos oftalmológicos. A ideia é expandir durante este fim de ano.

Para a realização de ações como esta, o modelo de saúde pública brasileiro prevê a necessidade de verbas emergenciais do governo federal. Este é outro ponto central da proposta de Gleisi.

“O projeto prevê o incentivo do Ministério da Saúde aos estados e municípios, para o financiamento de ações como mutirões para a realização de exames de diagnóstico e de cirurgias eletivas, a fim de ampliar o acesso da população a esses procedimentos, possibilitando maior qualidade de vida a essas pessoas. que estão há muito tempo à espera da realização do seu tratamento.”

Fonte: Rede Brasil Atual

Por ampla maioria, as assembleias realizadas nas bases do Comando Nacional dos Bancários em todo país aprovaram o novo modelo de gestão e custeio do plano de saúde dos empregados da ativa, aposentados e pensionistas da Caixa Econômica Federal, o Saúde Caixa.

O modelo de custeio aprovado não traz alterações nos princípios de solidariedade e no pacto intergeracional estabelecidos desde o início do Saúde Caixa. Também foi mantida a proporcionalidade do custeio entre os empregados (30%) e a Caixa (70%), limitado a 6,5%  da folha de pagamentos e proventos, devido a uma alteração realizada pelo banco em seu estatuto.

A alteração mais significativa é a autorização de cobrança de um valor extra na parcela de novembro de 2022 (quando é pago o 13º salário), para fazer frente à necessidade de aumento de arrecadação para cobrir os 30% dos custos do plano que são de responsabilidade dos empregados.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na última quinta-feira (28), por 8 votos a 1, que o crime de injúria racial pode ser equiparado ao de racismo e ser considerado imprescritível, ou seja, passível de punição a qualquer tempo.

De acordo com o Código Penal, injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro em que se utiliza palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.

O crime de racismo, previsto em lei, é aplicado se a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade — por exemplo: impedir que negros tenham acesso a estabelecimento. O racismo é inafiançável e imprescritível, conforme o artigo 5º da Constituição.

O julgamento começou em novembro do ano passado com o voto do relator, ministro Edson Fachin. Ele afirmou que existe racismo no Brasil e que o crime é uma "chaga infame, que marca a interface entre o ontem e o amanhã”.

Na sessão seguinte, no dia 2 de dezembro, o ministro Nunes Marques divergiu e votou contra tornar a injúria racial imprescritível. Para o ministro, essa é uma competência do Legislativo.

O ministro Alexandre de Moraes, que havia pedido vista para analisar o caso, acompanhou o voto do relator nesta quinta-feira (28).

“Amanhã, o Congresso pode estabelecer outros tipos penais que permitam o enquadramento das modalidades de racismo. O que a Constituição torna imprescritível é qualquer prática de condutas racistas, e essa prática da paciente foi uma conduta racista”, afirmou Moraes.

Em seguida, o ministro Luís Roberto Barroso também acompanhou o relator.

“Estamos todos no Brasil passar por um processo de reeducação nessa matéria. E quando eu digo todos é para a gente ter a autopercepção de quando produzimos comportamentos indesejáveis”, declarou Barroso.

O ministro Ricardo Lewandowski argumentou que a vontade do legislador era determinar que o crime de injúria racial é imprescritível.

O ministro Luiz Fux, presidente da Corte, também acompanhou o relator. O ministro Gilmar Mendes não votou.

O caso

O plenário do STF analisa o caso específico de uma mulher de 79 anos, condenada a um ano de prisão em 2013 por agredir, com ofensas de cunho racial, a frentista de um posto de gasolina.

O caso entrou na pauta após o assassinato de um homem negro por seguranças brancos em um supermercado da rede Carrefour em Porto Alegre (RS). 

Segurança diz que tentou conter João Alberto e que não tinha intenção de matar

A defesa disse que a mulher não pode ser mais punida pela conduta em razão da prescrição do crime por causa da idade. Pelo Código Penal, o prazo de prescrição cai pela metade quando o réu tem mais de 70 anos.

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu que a injúria racial não prescreve, mas os advogados recorreram ao STF.

Fonte: G1

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal se reuniu com o banco na quarta-feira (27) para dar continuidade às negociações sobre condições de trabalho nas agências e departamentos da Caixa. Em pauta, estava o retorno ao trabalho presencial dos empregados de grupos de risco à Covid-19 e temas relacionados ao programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), Programa de Qualidade de Vendas (PQV), Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), promoção por mérito, cross-selling (venda casada) e assédio (inclusive o gerador de “sprints” como mais uma ferramenta que pode resultar em assédio).

“Infelizmente não conseguimos debater sobre todos estes temas, pois o que ouvimos sobre o retorno ao trabalho presencial e principalmente sobre a GDP nos deixaram estarrecidos. Para usar a palavra dita por alguns de meus colegas durante a reunião, o que o banco nos apresentou é ‘surreal’”, afirmou a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ao informar que o banco reconheceu que novos mecanismos da GPP, como a “curva forçada” visam mudar a cultura dos empregados da Caixa e estabelecer valores empresariais de mercado e forçar a competição pela venda de produtos.

Retorno presencial

Logo no início da reunião, a coordenadora da CEE ressaltou que a Caixa é o único banco que convocou até mesmo os empregados que fazem parte dos grupos de risco para o retorno ao trabalho presencial e reforçou o pedido de prorrogação do prazo as pessoas solicitarem a manutenção do trabalho em home office, para dar mais tempo para a obtenção do laudo médico indicando a necessidade de permanecerem trabalhando em casa.

O representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb/SP-MS), Carlos Augusto “Pipoca” também lembrou que, para reduzir custos, durante a pandemia o banco entregou alguns de seus prédios e promoveu a concentração de departamentos em alguns edifícios. “Com essa redução de prédios e contração dos departamentos não há estrutura suficiente para que todas as pessoas retornem ao trabalho. Precisamos lembrar que ainda estamos vivendo em uma situação de pandemia e alguns dos prédios possuem elevadores que suportam apenas quatro pessoas em situação normal. Com pandemia apenas duas. Como vai ficar a entrada e saída destas pessoas? Elas não vão nem conseguir sair para almoçar”, observou.

O representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Leonardo Quadros, levantou a questão de casos específicos que precisam ser analisados. “Por exemplo, um casal que ambos trabalham na Caixa e já tomaram a segunda dose, mas têm uma filha de três anos que nasceu cardiopata e, não pode ser vacinada. Se eles retornarem ao trabalho presencial, a decisão da direção da Caixa estará colocando a vida da criança em risco”, disse, ao lembrar que é muito curto o prazo dado pela Caixa para que os empregados apresentem laudos médicos e/ou outros documentos que comprovem sua situação e contestem a convocação de retorno. “Além disso, a divulgação do canal (GT de Prevenção) para que isso seja feito foi muito precária e muitos funcionários não sabem como fazer”, completou.

A coordenadora da CEE alertou que os cientistas afirmam que o retorno somente deve acontecer quando 70% da população estiver vacinada e o grupo de risco com a dose de reforço e que mães com filhos menores de um ano também devem permanecer em home office, uma vez que é muito curto o tempo para a recolocação das crianças em creches devido à falta e vagas. “E estamos falando em 70% da população, não 70% dos empregados”, ressaltou.

A representação dos empregados também cobrou que o novo protocolo seja inserido no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e que os gestores de unidades sejam muito bem informados com relação à orientação sobre a possibilidade de contestação do chamado de retorno para os casos específicos.

Os representantes da Caixa afirmaram que o novo protocolo, com chamada para o retorno ao presencial, é somente para os empregados do grupo de risco e nunca houve orientação para o afastamento daqueles que não fossem do grupo de risco. Esta era uma decisão de cada gestor, de acordo com a disponibilidade de seu quadro de empregados. Com relação à proibição do retorno ao presencial daqueles que se recusem a se vacinar, o banco sustenta que não existe esta orientação e que, inclusive, para o pessoal que se manteve no presencial, sempre houve a convivência entre quem estava vacinado e quem não estava.

Isso é um absurdo! A convivência entre vacinados e não vacinados era aceitável quando não havia vacina para todos. Mas, o que estamos falando é daqueles que se recusam a se vacinar e colocam em risco a vida não apenas deles, mas também a dos colegas”, disse indignado o representante da Feeb/BA-SE, Emanoel Souza.

A Caixa se comprometeu a melhorar a comunicação aos gestores e aos empregados em geral sobre a possibilidade de contestação do retorno ao presencial com o GT de Prevenção em até cinco dias, que situações excepcionais podem ter avaliação do próprio gestor e reforçou que os pedidos de análise podem ser feitos pelo serviços.caixa. Também disse que vai analisar a questão dos prédios sem estrutura para receber os empregados, além disso, disse que pode estudar como proceder com empregados que se negam a se vacinar, no entanto, alegou não poder proibir o retorno deles ao trabalho caso eles queiram retornar.

Contratações

“A segurança para o retorno ao trabalho presencial é um ponto muito importante. Sabemos que os colegas que estão na linha de frente nas agências estão sobrecarregados e pedem para que haja aumento do efetivo de trabalho, mas essa é uma questão que queremos resolver com a contratação de mais empregados, não colocando em risco a vida daqueles que têm alguma comorbidade e que, por isso, foram afastados”, disse Fabiana ao cobrar os números de contratações realizadas em 2021 e especificamente aquelas realizadas depois de agosto, quando o Ministério da Economia autorizou o aumento do efetivo da Caixa.

A Caixa informou que no primeiro semestre de 2021 foram contratados 2.800 novos empregados. De agosto até 25/10 foram contratados outros 1.500. A portaria do Ministério da Economia, publicada em agosto, autoriza a contratação de mais 3.300 novos empregados, aproximadamente.

“Precisamos que estas contratações sejam realizadas o mais rápido possível para desafogar os empregados que estão sobrecarregados, sem colocar em risco aqueles que têm necessidade de se manterem afastados até que haja segurança para o retorno ao presencial”, cobrou a coordenadora da CEE.

GDP

O ponto mais polêmico da reunião foi o debate sobre as novas medidas do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) implementadas em 2021. Segundo a representante da Caixa, o movimento sindical não concorda com a GDP por uma questão ideológica.

Para a coordenadora da CEE, a maior preocupação é com o reflexo da GDP na carreira dos trabalhadores. “Hoje aqueles que não têm avaliação, são muito novos, são impedidos até de fazer o processo de seleção interna e não têm possibilidade de concorrer às vagas existentes. São reflexos graves na vida dos trabalhadores. Isso não é questão ideológica, mas o fato de que, a cada ano, a GDP apresenta mais retrocessos, mais pontos de prejuízos aos empregados”, disse.

Fabiana disse ainda, que, apesar de o movimento sindical discordar da GDP, sabe que se trata de um mecanismo que o banco utiliza para gestão. “Ao contrário do que pensa o banco, queremos discutir sim a GDP. Se o banco vai utilizar esta ferramenta para a gestão do desempenho de seus empregados, queremos discutir formas para que a ferramenta não seja utilizada para o assédio, o ranking, enfim, como forma de medir apenas a capacidade de venda de produtos, sem avaliar o desempenho como um todo”, disse.

A Caixa informou que o banco fez uma pesquisa na qual os entrevistados disseram concordar com a GDP, seus mecanismos e apontaram problemas pontuais. Disse também o que o banco quer com a GDP e como funcionam os novos mecanismos de “gestão” implementados agora em 2021. Segundo uma representante da Caixa, o banco quer que seus empregados tenham “valores empresariais” e a “curva forçada”, visa mudar a cultura de trabalho e aumentar o interesse de ascensão profissional, ao ajudá-lo a se comparar com os demais.

Para a Caixa a GDP traz clareza ao trabalho e que a cartilha de sua aplicação prevê parâmetros para calibrar os objetivos para cada uma das funções e os gestores estão sendo preparados isso. O banco defende que o resultado da GDP não refletia o real desempenho dos empregados e, por isso, aplicaram a “curva forçada”, que visa gerar mudança cultural no sistema de avaliação. A Caixa disse ter ciência de que a curva é um instrumento atrasado.

A CEE disse que o problema do modelo não é pontual, como a direção do banco quer fazer parecer, mas sim estrutural. Disse que a mudança cultural, que os representantes do banco admitem que pretendem promover, é uma violência com os empregados, e que, como efeito, os está levando ao adoecimento.

O representante da Federação dos Bancários do Estado do Rio de Janeiro (Federa/RJ), Rogério Campanate, foi taxativo ao falar sobre a curva forçada. “É um mecanismo retrógado, que parte do princípio que 5% não atende aos requisitos exigidos pela Caixa, que na verdade tratam-se apenas de apontar quem vende e quem não vende. É um mecanismo que reforça e abre possibilidades para o assédio moral e o ranking de pessoas, que é proibido pela nossa Convenção Coletiva”, observou o dirigente da Federa/RJ.

Para a CEE, o resultado da “curva forçada”, nos locais em que foi implementada, foi a desagregação das equipes e a piora do clima organizacional, lembrando que a mesma foi abandonada pelo mercado e que a mesma foi criada para demitir pessoas. “Os empregados estão revoltados com esta ‘curva forçada’, que acaba sendo uma fonte de assédio moral institucionalizada pela empresa. A Caixa precisa lembrar que seus empregados são concursados e, por mais que o governo tenha tentado acabar com a estabilidade, ela ainda existe. Não adianta querer forçar os empregados a empurrar produtos desnecessários para os clientes”, disse indignado o representante da Feeb/BA-SE.

O representante da Federa/RJ lembrou que existem casos de suicídios de trabalhadores, que não se enquadraram ao que o mercado lhes forçava a fazer. “Vocês querem trazer essa realidade para dentro da Caixa?”, questionou, reforçando que a ferramenta é imposta pela empresa.

A CEE também questionou qual é a preparação dada aos gestores e chefes de departamento com relação à aplicação da GDP, já que há exemplos de “objetivos Smart” de caixas maiores do que os de gerente de varejo. A CEE lembrou, ainda, que não há nenhuma forma do empregado validar o que foi estipulado pela chefia como objetivo que ele deve cumprir e questionou se o acordo de desempenho deveria ser acordado entre banco e empregado. Como a Caixa respondeu que sim, a CEE questionou, porque há um item que é obrigatório na rede, que é o Time de Vendas (TDV). Disse existir inúmeros casos em que os objetivos foram lançados sem a ciência do empregado e outros em que, após o lançamento, a chefia alterou sem que o empregado soubesse da alteração.

A Caixa disse que a validação pelo empregado, pode ser avaliada pela empresa.

A representação dos empregados apontou ainda casos de chefias de agências, com autorização de superintendentes, que têm feito ranking de funcionários e inclusive colocado tais rankings em grupos nas redes sociais e chats privados de comunicação (WhatsApp) e utilizado a ferramenta de “sprints” para forçar a “venda casada” de produtos aos clientes sem que os mesmos tenham necessidade. “Uma dos exemplos da pressão que os empregados tem sofrido é o incentivo de a fazer a chamada ‘troca com troco de seguro prestamista’, prática que prejudica todas as partes envolvidas. Se houver um sinistro ou uma reclamação, quem pode responder pela prática é o empregado, já que a posição oficial dos representantes da empresa na mesa é que a prática não é orientação e que é irregular”, apontou Leonardo Quadros, da Fetec-CUT/SP.

Outra representante da Caixa defendeu a posição do banco dizendo que “precisamos passar pela curva forçada para avançar na questão do desempenho”. Um terceiro integrante da representação da Caixa agradeceu os apontamentos trazidos pela representação dos empregados e disse que não é intenção da Caixa usar os mecanismos para assédio, promoção de rankings entre empregados, ou forçar o cumprimento de metas irá reforçar a comunicação com os gestores para que estas práticas não sejam realizadas.

A CEE discordou da posição da Caixa. “As entidades tem recebido muito mais reclamações sobre o modelo da GDP imposto pela direção do banco neste ano que recebeu nos anos anteriores. Disseram que realizaram uma pesquisa entre os empregados antes de implementar este modelo, mas, pelas reclamações que temos recebido, não devem ter implementado nenhuma sugestão dos empregados ouvidos nesta pesquisa”, ponderou Leonardo Quadros, que além de representante da Fetec-CUT/SP é presidente da Associação do Pessoal da Caixa do Estado de São Paulo (Apcef/SP).

“Nossa sugestão é fazermos uma pesquisa conjunta sobre o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas e os mecanismos utilizados por ele. Se a Caixa quer mesmo saber o que os empregados acham da GDP e valoriza tanto nossos apontamentos, vamos juntos construir uma pesquisa e ouvir o que os empregados têm a dizer”, sugeriu a coordenadora da CEE.

Continuidade das negociações

A próxima reunião de negociações não foi marcada. O banco entrará em contato com a coordenação da CEE durante a próxima semana para agendar a nova data.

Fonte: Contraf-CUT