Dezembro 15, 2025
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Nesta quinta-feira (20), o Brasil celebra o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, pela segunda vez como feriado nacional, oficializado pelo presidente Lula (PT) em 2023. A data, criada para homenagear Zumbi dos Palmares, Dandara e todos que resistiram à escravidão, tornou-se um momento essencial para refletir sobre o racismo estrutural e reafirmar a luta por igualdade racial.

O 20 de novembro foi instituído inicialmente em 2011, no governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), e desde então se consolidou como um dos principais marcos da agenda antirracista no país.

O que significa celebrar o 20 de Novembro?

A data cumpre múltiplas funções: homenageia a trajetória de resistência do povo negro, recupera memórias apagadas pela história oficial e escancara desigualdades que seguem vivas desde a escravidão. Como aponta o Boletim Especial do Dieese (2025), as desigualdades entre negros e não negros não são acidentais, mas estruturais, resultado direto da escravização e da ausência de políticas públicas de inclusão após a abolição.

Logo após a abolição, negras e negros foram lançados à própria sorte, sem acesso à terra, educação, moradia ou direitos trabalhistas — um processo que moldou as disparidades que persistem até hoje.

Brasil é um país negro — mas a desigualdade segue como regra

Segundo o estudo População Negra – Brasil e Regiões 2025, a população negra representa 56,4% dos brasileiros, cerca de 120 milhões de pessoas, sendo maioria em todas as regiões, com exceção do Sul.

Mesmo assim, os indicadores sociais e econômicos mostram que a cor da pele segue determinando oportunidades, salários e condições de vida:

  • Mulheres negras: 23,9 milhões — maioria entre os desocupados e trabalhadores informais.
  • Homens negros: 32,8 milhões — também maioria entre ocupados e desempregados.
  • Taxa de desocupação da população negra: 6,5%, acima da média nacional (5,8%).
  • Desocupação entre mulheres negras: 8,0%, o dobro da taxa dos homens brancos.

A desigualdade se expressa de forma contundente na renda:

  • Mulheres negras ganham 53% menos que homens brancos — uma diferença anual de R$ 30.800, segundo o Boletim do Dieese.
  • Entre trabalhadores com ensino superior, a defasagem chega a R$ 58 mil por ano.
  • Homens negros recebem 41,1% menos que homens não negros, mesmo realizando trabalho semelhante.

O estudo também revela que:

  • 39% das mulheres negras estão na informalidade — contra 31% dos homens brancos.
  • 49% das mulheres negras ganham até 1 salário-mínimo.
  • A população negra ocupa apenas 33% dos cargos de gerência e direção no país.
  • Mulheres negras: base da sociedade, alvo da desigualdade.

O Dieese mostra que as mulheres negras sustentam 30% dos lares brasileiros, mas continuam sendo o grupo mais explorado e menos remunerado.

Elas acumulam trabalho remunerado e não remunerado, sendo responsáveis pela maior parte dos cuidados familiares — crianças, idosos e pessoas com deficiência — o que restringe sua permanência no mercado formal.

Entre as profissões mais comuns estão:

  • trabalhadoras domésticas (1ª posição),
  • limpeza de edifícios,
  • balconistas,
  • cozinheiras,
  • cuidadoras de crianças,
  • profissionais da beleza.

Muitas dessas ocupações pertencem à chamada “economia do cuidado”, historicamente desvalorizada e mal remunerada.

Racismo estrutural e mercado de trabalho: um desafio histórico

A apresentação “Participação de Negros e Negras no Mercado de Trabalho” reforça que a exclusão racial não é um fenômeno recente: ela começa na escravidão e se perpetua pela ausência de políticas públicas que integrem a população negra ao trabalho formal e à educação de qualidade.

Os efeitos dessa herança são claros:

  • ingresso tardio no mercado formal,
  • maior informalidade,
  • altos índices de subutilização,
  • dificuldade de ascensão profissional,
  • salários mais baixos,
  • menor presença em cargos de gestão.

O relatório também mostra que, mesmo após políticas afirmativas e avanços sociais, a cada ano a desigualdade racial se reproduz nos indicadores: mulheres negras e homens negros permanecem entre os grupos mais vulneráveis e com as piores remunerações.

Violência: a face mais brutal do racismo

A violência letal no Brasil também tem cor. Segundo dados citados na apresentação do Dieese:

  • a chance de uma pessoa negra ser morta por intervenção policial é 3,5 vezes maior que a de uma pessoa branca;
  • mulheres negras são 63,6% das vítimas de feminicídio;
  • jovens negros de 18 a 44 anos são os que mais sofrem com violência doméstica e urbana.

Além disso, negros são a maioria entre vítimas de roubos e furtos de celulares, demonstrando como a vulnerabilidade social também amplia a exposição à violência.

“O Dia da Consciência Negra é compromisso com o presente e o futuro”, diz Almir Aguiar

O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, reforça que o 20 de novembro é uma convocação para ação permanente. “Celebrar Zumbi e Dandara é reconhecer a enorme contribuição da população negra e, ao mesmo tempo, denunciar as desigualdades que atravessam a nossa história até hoje. O movimento sindical tem um compromisso com a luta antirracista. Isso significa lutar por igualdade salarial, oportunidades reais, representatividade e políticas públicas que enfrentem o racismo estrutural em todas as suas dimensões. O 20 de Novembro não é só memória — é responsabilidade, é mobilização, é futuro.”

Rumo a um Brasil antirracista

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é mais do que um feriado: é uma ferramenta de transformação social. É um dia que chama o país a reconhecer que:

  • não existe democracia plena com desigualdade racial;
  • não existe desenvolvimento econômico sem justiça social;
  • não existe futuro possível sem enfrentar o racismo estrutural em todas as esferas.

Como mostram os estudos do Dieese, negros e negras continuam movendo o Brasil — mas seguem sem receber o reconhecimento, os direitos e as oportunidades que merecem. O 20 de Novembro nos convida a mudar essa realidade não apenas na data, mas todos os dias.

Fonte: Contraf-CUT

Cerca de 40 dirigentes e assessores, que atuam na imprensa de entidades sindicais do ramo financeiro, se reuniram na capital paulista para o "Whorkshop de comunicação e atuação em redes", realizado pela UNI Américas e Contraf-CUT, segunda (17) e terça-feira (18).

Solange Ribeiro, Diretora do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, participou do evento.



Carolina González, Assistente de Comunicação da UNI Américas (braço regional da UNI Global Union nas Américas), abordou as estratégias de comunicação para os sindicatos. "Fortalecer a identidade e a unidade interna; tornar visível as reivindicações; ganhar o apoio da sociedade; pressionar empresas e governos; e atrair novos filiados: todos esses são pontos importantes ao movimento sindical e que precisam ter a comunicação como ferramenta estratégica para convencer e alcançar as transformações que as entidades buscam", explicou.

A especialista ressaltou que comunicação estratégica "não é comunicar por comunicar" e sim "comunicar com propósito, planejando o (1) como, (2) o que, (3) quando e (4) para quem” se deseja comunicar. "É fundamental que as mensagens inspirem os trabalhadores, para isso, precisamos considerar o 'tom' da comunicação que realizamos de forma a criar conexão com a audiência; humanizar o sindicato ao público e fazê-lo refletir sobre a cultura sindical, gerando coerência e credibilidade", acentuou. "O dado informa, o tom inspira", completou.

Carolina González também foi taxativa sobre a necessidade de as peças de comunicação terem como elementos-chave mensagens claras e narrativas que conectem a mensagem com a vida real.

A segunda atividade da oficina, com o título "Como temos usado a comunicação na organização sindical?", foi realizada por Peter Barton Kuhns, Organizador Lead Brasil da UNI Américas, cargo relacionado à coordenação de atividades de captação de pessoas para dentro do movimento sindical.

Kuhns mostrou, na prática, as estratégias que a UNI vem realizando para ajudar cuidadores de idosos e profissionais da Tecnologia da Informação (TI) na criação de seus próprios movimentos sindicais. Além do contato direto e humano, indo até esses trabalhadores para conhecer suas demandas, a entidade utiliza ativamente as ferramentas digitais, de acordo com cada público.

"Como o Facebook, por exemplo, é uma rede mais utilizada hoje por pessoas nem tão jovens, se tornou a nossa principal mídia para a formação da Rede de Cuidadoras e Cuidadores do Brasil, porque geralmente esses são profissionais mais maduros em termos de idade", destacou. Ele explicou ainda como utilizaram ferramentas, como a central de anúncios do Facebook, para orientar as publicações ao público-alvo, ou seja, trabalhadoras e trabalhadores com perfil de cuidadoras e cuidadores. Com isso, em menos de um ano, a UNI conseguiu formar uma comunidade de mais de mil seguidores à página da Rede de Cuidadoras e Cuidadores do Brasil, que segue em expansão.

Já no caso dos profissionais de TI, Kuhns ressaltou o LinkedIn como uma ferramenta eficiente para conhecer o perfil e reunir essa categoria, geralmente formada por pessoas mais jovens.


Experiencia da Contraf-CUT e do Seeb-SP

Os responsáveis pelas redes sociais da Contraf-CUT, Henrique Guilherme Batista, e do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região (Seeb-SP), Erica de Oliveira (secretária de Comunicação e Imprensa da entidade), apontaram os desafios do dia a dia na comunicação de redes, além dos números que revelam conquistas nessa trajetória de defender a narrativa do movimento sindical e dos direitos trabalhistas tanto à categoria quanto à população no geral.

"Estamos em todas as redes, porque o bancário está em todo o lugar. Então, a nossa estratégia é multiplataforma: o site é o carro-chefe, a mãe de todas as publicações, de onde derivamos todas as outras formas de comunicação que vão para as demais plataformas, desde a folha imprensa (que é o material que é entregue nas mãos dos bancários, nas ruas), passando pelas redes sociais, WhatsApp e o conteúdo elaborado pela assessorai de imprensa, que é a voz do sindicato para os meios de comunicação externos", explicou Erica de Oliveira.

Guilherme, por sua vez, ressaltou que os objetivos da Contraf-CUT nas redes sociais vão além da divulgação de informações produzidas pela própria Confederação, incluindo a elaboração conjunta de conteúdos com as federações e sindicatos representados pela entidade. "Diante desse esforço, para atingir o máximo em público, focamos ainda na criação de materiais sobre assuntos de interesse da categoria e da população em geral, que envolvem justiça social, direitos das minorias e sustentabilidade. Porque partimos da premissa de que se um tema interessa ao trabalhador, também interessa ao movimento sindical", pontuou.

O profissional de redes da Contraf-CUT reforçou ainda que um dos pilares para o desempenho das mídias da entidade são as postagens colaborativas com influencers. "As parcerias com os influencers, em especial, são importantes para aumentar o público, ampliam o alcance das nossas publicações ao furar a bolha do movimento sindical", explicou.


Ferramentas digitais ao alcance de um celular

O primeiro dia do "Workshop de comunicação e atuação em redes" teve também a colaboração da especialista em Comunicação e Marketing, Nathalia Helena Madeiros Santos, e que já passou por entidades como a WWF, Banco BMG e B2W Digital.

"As redes sociais modelaram as pessoas, as empresas, e os sindicatos não escapam à essa necessidade de atualização constante, diante da popularização dos canais de comunicação", observou. "Hoje, cada dirigente, cada trabalhador, carrega no bolso um megafone, uma gráfica, uma câmera, um estúdio de rádio e TV: o celular, ou, como podemos também chamar esse aparelho, 'o novo megafone da luta coletiva'", completou a especialista.

Em outras palavras, a luta coletiva não depende mais dos jornais da grande mídia. "Mas para utilizar os algoritmos em seu favor, os sindicatos devem dominar o uso dessas novas ferramentas, garantir que a voz coletiva seja amplificada e atravesse as fronteiras desejadas", reforçou Nathalia. Em seguida, a especialista foi à pratica com os alunos, a partir da realização de exercícios de produção de vídeos e cards por meio de aplicativos que podem ser manobrados no celular.

A prática também foi o centro das aulas de Brunna Rosa Alfaia, estrategista digital e cientista social, que atua há pelo menos duas décadas com tecnologia, mídias digitais, comunicação popular e mobilização. Ela participou do segundo e último dia do workshop para abordar o tema "Algoritmos e Inteligência Artificial (IA)".

"O Brasil é um dos países mais conectados do mundo, o que torna as redes sociais, hoje, o espaço central da comunicação no país", destacou. "Com destaque de que cada rede exige um jeito próprio para se comunicar, e essas diferenças devem ser dominadas por nós", completou.

Ela acrescentou que a prática é fundamental para alcançar a eficiência na comunicação. "Não é magia, é tecnologia, que só se domina na prática, assim como o movimento sindical só se torna eficiente na mobilização de rua. Mas, neste percurso, da prática, é normal haver erros, publicações que não vão dar certo. Entretanto isso não deve ser motivo para desistir, porque quanto maiores forem os experimentos, maiores as chances de acertar na comunicação”, ressaltou. “E já existem vários casos de sucesso de entidades que dominaram a narrativa indo pra cima, utilizando as diversas ferramentas que hoje estão disponíveis, como a IA", reforçou.

Ainda durante sua participação na oficina, Brunna montou um site, a partir de uma ferramenta de IA. Em seguida, separou os alunos em várias turmas, cada uma responsável por colocar em prática uma campanha de comunicação, com base nas ferramentas de produção de mídia e de IA que foram apresentadas.


Avaliação dos organizadores

A secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa, destacou a importância do workshop. "Entender conceitos e a prática da comunicação estratégica e ágil é fundamental porque, hoje em dia, não basta apenas formar dirigentes sindicais e profissionais da comunicação como base nos temas que defendemos. Temos também que conhecer com profundidade as ferramentas de comunicação e criação, para fazer de cada uma e cada um de nós um comunicador, capacitado a enfrentar a batalha de ideias em curso e numa proporção nunca vista anteriormente", ressaltou. "Saímos desta oficina com o objetivo cumprido, de entender melhor como construir e dar voz às nossas lutas", pontuou.

O secretário de Comunicação da Contraf-CUT, Elias Hannemann Jordão, acrescentou: "Vivemos uma realidade que não tem volta, uma realidade em que as tecnologias, o uso das ferramentas de IA e das redes sociais ganharam uma importância sem precedentes. Ao mesmo tempo que temos que seguir no embate pela regulamentação das plataformas e dos serviços dominados pelas chamadas big techs, temos que estar preparados para usar as redes, conforme as regras determinadas pelas mesmas big techs em suas plataformas, para conseguir enfrentar o embate de igual para igual com os opositores às políticas sociais e trabalhistas que defendemos", explicou. "Diante deste cenário, concluímos como muito positivo todo o aprendizado que tivemos ao final desses dois dias de oficinas", concluiu o dirigente.

Fonte: Contraf-CUT

A direção da Caixa Econômica Federal divulgou, na tarde da última terça-feira (18), um ofício destacando que as bases que não aprovaram proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do plano de saúde não poderão acessar as conquistas negociadas para o Saúde Caixa.

No ofício, a empresa argumenta que sem a adesão ao ACT, não será possível preservar o modelo de custeio do plano de saúde. "Como representantes das empregadas e empregados, vamos questionar que tipo de assistência saúde a caixa pretende implementar, e nos mantemos à disposição das bases que não aprovaram o acordo específico para o Saúde Caixa", destacou Felipe. 

Após meses de negociações e de fortes mobilizações ocorridas em todo o país, o banco concordou, no dia 10 de outubro, com o reajuste zero no plano de saúde, ao aceitar a proposta dos empregados de renovação do ACT do Saúde Caixa com a manutenção do percentual do salário a ser pago pelos titulares (3,5%) e do valor fixo pago pelos dependentes (R$ 480).

Seguindo o rito de transparência e legitimidade das decisões que afetam bancários e bancárias de todo o país, a proposta foi submetida, ainda em novembro, à votação em assembleias que ocorreram em bases de todo o país. Do total de votantes no sistema centralizado pela Contraf-CUT (que representa cerca de 100 sindicatos), 65,84% foram favoráveis ao acordo.

Já as assembleias do Sindicato de São Paulo, Osasco e Região; do Sindicato dos Bancários da Bahia; e do Sindicato dos Bancários Espírito Santo, que utilizaram sistemas próprios de votação, os resultados das assembleias pela aprovação foram, respectivamente, 71,58%; 61% e 59%.

Com a aprovação de maioria expressiva das bases, o próximo passo será a assinatura, dia 11 de dezembro, do novo ACT Saúde Caixa, que passará a valer 1º de janeiro, com vigência até 31 de agosto de 2026.

Porém, a proposta vigente do Saúde Caixa, ou seja, não o acordo prestes a ser assinado entre o banco e a representação dos empregados, já havia sido recusado por algumas bases. E são essas que o banco informou, em ofício divulgado ontem, que não poderão acessar os direitos conquistados no acordo mais recente para o plano de saúde.

"Em um momento em que milhões de brasileiros e brasileiras enfrentam aumentos recordes nos planos de saúde, o reajuste zero foi uma conquista dos empregados e empregadas da Caixa", afirmou Felipe. "Nós vamos, agora, avaliar os impactos deste ofício, analisaremos os pontos colocados pelo banco, nos mantendo à disposição das bases afetadas”, reforçou o coordenador da CEE.

Veja abaixo o resumo das conquistas na proposta que será assinada em 11/12

Pauta de Reivindicações Atendidas
•    Reajuste zero, permanecendo as regras atuais;
•    Respeito ao pacto intergeracional e mutualismo;
•    Ampliação do plano de saúde para filhos até 27 anos (R$ 800,00);
•    ACT válido até a próxima data-base (31/08/2026).

Outros pontos negociados em 2025
•    Serão vertidas ao Saúde Caixa as contribuições, patronal e pessoal, incidentes sobre valores pagos a empegados e ex-empregados, decorrentes de processos judiciais trabalhistas individuais, coletivos e acordo judiciais que tenham como objeto parcelas de natureza salarial. (a partir da assinatura do acordo);
•    Carência de 3 meses para novos contratados;
•    Elaboração de medidas estruturantes em 2026, com vistas à sustentabilidade do plano. Com retomada já em fevereiro das mesas permanentes de negociação com vistas a preparar o debate para o próximo ano.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense realizou, nesta quarta-feira, 19 de novembro, um ato pela campanha contra demissões e fechamento de agências do Banco Bradesco.

A campanha, criada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, que assessora a Contraf-CUT e o Comando Nacional dos Bancários nas negociações e na relação sindical com o banco, tem como objetivo denunciar estas práticas à sociedade e, também, alertar a categoria sobre estes malefícios.

Com o tema “Saca só, Bradesco! Demitir Pra quê? Fechar pra quê?”, a campanha foca, principal e primeiramente, nas demissões.

Posteriormente, os focos passam a ser o fechamento de agências e a qualidade do plano de saúde dos funcionários.

DEMISSÕES E PRECARIZAÇÃO

De junho de 2024 a junho de 2025, o Bradesco fechou 342 agências, 1.002 postos de atendimento e 127 unidades de negócios no país, deixando bancários e bancárias sem emprego e precarizando o atendimento à população.

Os bancários do Bradesco de todo o país aprovaram, em assembleia virtual realizada na última sexta-feira (14), a proposta de renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) referente ao Sistema de Registro Eletrônico de Jornada. A votação ficou aberta entre 9h e 18h. Das 116 entidades que realizaram as assembleias pelo Votabem, 114 aprovaram.

Na Baixada Fluminense, o acordo foi aprovado por 85,71% dos votantes. 

A proposta aprovada mantém o sistema de ponto eletrônico já utilizado pelos trabalhadores, mas dá início a uma fase de evolução tecnológica que será implementada ao longo de toda a vigência do acordo, entre 2025 e 2027. A principal mudança será a migração gradual do registro do ponto — atualmente feito no relógio de parede — para o computador dos bancários, em todas as agências e departamentos do banco. 

Entre as novidades estão:

  • Mensageria: avisos na tela alertando o trabalhador quando a jornada estiver prestes a terminar ou quando apontar início de hora extra,  por exemplo;
  • Trava-tela: bloqueio automático da estação de trabalho quando houver irregularidades na marcação do ponto, impedindo o bancário de trabalhar até a regularização.

O acordo não prevê uso de celular, geolocalização ou qualquer forma de monitoramento adicional. As mudanças foram apresentadas pelo banco à Comissão de Organização dos Empregados (COE), com cronograma definido para implementação nacional.

Para Erica de Oliveira, coordenadora da COE, o resultado representa um avanço importante para a categoria. “A aprovação deste acordo é uma conquista que reforça a proteção da jornada dos bancários. O novo sistema traz mecanismos que podem evitar abusos e garantir maior transparência nas marcações. Agora, nossa expectativa é que todas as melhorias sejam implementadas dentro dos prazos acordados e que cada trabalhador tenha segurança e autonomia para acompanhar seu próprio registro. O movimento sindical seguirá atento e pronto para cobrar sempre que necessário,” afirmou.

Os representantes dos trabalhadores reforçam que não há qualquer alteração além do que já estava previsto sobre o registro do ponto eletrônico. Os bancários não votaram nada que trate de não pagamento de horas extras ou de instituição de banco de horas. O acordo aprovado é exatamente o que a categoria já conhece, incorporando apenas as melhorias construídas ao longo dos anos pelo movimento sindical — entre elas, a transição do relógio de ponto para o registro diretamente na estação de trabalho, com travas que garantem segurança e transparência no controle da jornada.

*com informações da Contraf-CUT

A Contraf-CUT, por meio da Secretaria de Cultura, prorrogou até o dia 19 de novembro o prazo de inscrições para a 3ª Copa Contraf-CUT de Futebol Virtual (EA FC 25), antigo FIFA. A competição será realizada no dia 22 de novembro, a partir das 10h, e promete mais uma edição marcada por integração, lazer e muita disputa saudável entre bancários e bancárias de todo o país.

Consolidado como um dos eventos culturais mais esperados da categoria, o campeonato foi organizado para até 64 participantes e será disputado em três plataformas: PlayStation 5, Xbox Series X/S e computadores (PC). As semifinais e a final terão transmissão ao vivo pelos canais oficiais da Contraf-CUT.

Inscrições seguem abertas até 19 de novembro

As federações e sindicatos da base da Contraf-CUT podem indicar bancários e bancárias sindicalizados ou seus dependentes diretos (filhos e cônjuges). A taxa de inscrição é de R$ 50,00 por participante, e o cadastro deve ser realizado diretamente nos sindicatos de base.

Formato da competição

A Copa será organizada em parceria com a SMU Games, responsável pela organização técnica, arbitragem e transmissões.

Os confrontos poderão ocorrer em fase de grupos e/ou mata-mata, conforme o número final de inscritos.

Fase de grupos: jogos de ida; os dois melhores de cada grupo avançam.

Mata-mata: jogos de ida e volta até as quartas de final.

Semifinais e final: disputadas em jogo único.

Todas as partidas acontecerão online, e os competidores deverão garantir conexão mínima de 20 MB (ou 50 MB para quem for transmitir suas partidas). 

Premiação

Os quatro primeiros colocados receberão premiação em dinheiro:

1º lugar: R$ 3.000

2º lugar: R$ 1.500

3º e 4º lugares: R$ 500 cada

As partidas decisivas terão narração profissional e transmissão ao vivo no YouTube e Facebook da Contraf-CUT. 

Mais do que um torneio: um espaço de convivência e união

Para o secretário de Cultura da Contraf-CUT, Carlos Damarindo, a Copa já se consolidou como um momento importante de integração da categoria. “A proposta da Copa é promover união, lazer e interação entre trabalhadores do ramo financeiro. O sindicalismo também é espaço de convivência, amizade e diversão, e esse evento reforça o papel da cultura na aproximação das pessoas”, afirma.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco do Brasil registrou lucro de R$ 3,785 bilhões no 3º trimestre de 2025, resultado praticamente estável em relação ao trimestre anterior. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o lucro líquido ajustado somou R$ 14,943 bilhões, uma queda de 47,2% na comparação com igual período de 2024, quando alcançou R$ 28,317 bilhões.

O resultado foi impactado principalmente pela deterioração dos indicadores de risco da carteira, em especial no segmento agro. A inadimplência do agronegócio vem subindo de forma contínua, passando de 1,97% no 3º trimestre de 2024 para 5,34% no trimestre atual. Essa piora elevou de forma significativa o volume de provisões, pressionando diretamente o lucro. As despesas com Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) cresceram 48,7% em 12 meses, totalizando R$ 47,129 bilhões entre janeiro e setembro de 2025.

Por outro lado, a carteira de crédito ampliada apresentou avanço de 7,5% em 12 meses — impulsionada pelas altas de 10,4% na carteira PJ, 7,9% na carteira PF e 3,2% na carteira agro. Já as receitas com tarifas bancárias e prestação de serviços recuaram 1,2%, somando R$ 25,978 bilhões nos primeiros nove meses do ano.

Redução de trabalhadores e aumento da pressão por metas

Ao final de setembro de 2025, o BB contava com 85.802 funcionários, uma redução de 1.299 postos de trabalho em 12 meses e de 157 somente no trimestre. Mesmo com o quadro mais enxuto, o banco apresentou índice de eficiência de 28,1%, o que indica intensificação do ritmo de trabalho e maior sobrecarga para os funcionários.

Para Fernanda Lopes, coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), a postura da direção do BB precisa ser revista. “Para reverter o menor lucro, a direção do BB tem sustentado um modelo de gestão baseado em pressão por metas descoladas da realidade, o que intensifica o ritmo de trabalho e leva muitos colegas ao adoecimento. Esse ambiente, marcado por cobrança excessiva e tensão constante, prejudica tanto os trabalhadores quanto a qualidade do atendimento à sociedade.”

Ela reforça que, como instituição pública, o Banco do Brasil tem responsabilidades que vão além do resultado financeiro. “O BB tem a missão de fomentar o desenvolvimento, apoiar o pequeno agricultor, ampliar o crédito sustentável e garantir acesso ao crédito para os trabalhadores. Para cumprir esse papel estratégico, é essencial manter uma estrutura sólida de agências e profissionais capaz de atender a diversidade de públicos e territórios do país.”

As despesas com pessoal caíram 10,6% em 12 meses, totalizando R$ 21,3 bilhões, enquanto as receitas com tarifas e serviços somaram R$ 25,9 bilhões — sinal de que o banco mantém receitas elevadas sobre sua base de clientes, mesmo adiando a reposição necessária de trabalhadores.

Negociação sobre metas e contratações já está em pauta

Diante desse cenário, Fernanda afirma que o movimento sindical seguirá cobrando soluções concretas. “Exatamente por esse cenário de sobrecarga e redução de pessoal, já está acordada uma mesa específica para debater metas. Também continuamos cobrando mais contratações, porque não é possível manter um banco público forte sem valorizar e ampliar seu quadro de trabalhadores.”

Fonte: Contraf-CUT

Começa nesta segunda-feira, 17 de novembro, a pesquisa para a análise das condições de trabalho e saúde mental da categoria bancária. 

A pesquisa é uma parceria entre o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense e o Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

IMPORTANTE: A PESQUISA É 100% CONFIDENCIAL, seguindo os padrões rigorosos de ética e confidencialidade, com total respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

ENTENDA

Nos últimos anos, a categoria tem enfrentado um aumento preocupante de doenças como o burnout, ansiedade, depressão, síndrome do pânico, insônia e o uso abusivo de substâncias (psicofármacos e psicotrópicos), com impactos diretos na produtividade, na convivência e na vida pessoal dos bancários.

Por isso, é fundamental identificar a associação entre condições de trabalho, fatores de risco e problemas de saúde, existentes na categoria.

PARA PARTICIPAR

Para responder o questionário e participar da pesquisa, basta clicar no link: https://redcap.link/bancarios_b

Ou pelo QR Code:

qr-code-bancarios-b.png

Sua participação é fundamental!

O Centro de Formação Profissional 28 de Agosto lança nova turma do curso “Paternidade e Maternidade com Relações Compartilhadas, destinado aos interessados em aprender a construir boas relações com os filhos.

As inscrições já podem ser feitas (clique aqui) para as aulas que serão ao vivo e totalmente online, de 1 a 4 de dezembro (segunda a quinta), das 19h30 às 21h30.

Para o público em geral, o valor total é R$ 280, mas para os bancários filiados aos sindicatos da base da Contraf-CUT o valor é de apenas R$ 180.

Bancário, amplie sua licença paternidade para 20 dias!

O curso é pré-requisito para que os bancários tenham a licença-paternidade de 20 dias - uma conquista da categoria, obtida na Campanha Nacional de 2016.

"O curso paternidade responsável é fundamental para que os homens compreendam a dinâmica de lidar com uma criança recém-nascida, algo que historicamente foi delegado apenas às mulheres. Por isso, nós incentivamos a inscrição dos colegas neste curso, para que possam compartilhar, da forma mais justa possível, esse trabalho de cuidado com os filhos, e assim reduzir o peso que recai mais sobre as mulheres", destaca a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes.

“O curso é interdisciplinar, realizado por professores de diversas áreas da educação, psicologia, sociologia e médica", explica uma das docentes do curso, Ana Tercia Sanches. "A chegada de uma criança é um momento especial, que ficará marcado na vida dos pais e das mães, afinal, no corre-corre da vida destinamos pouco tempo para pensar nestas relações e cuidados tão essenciais”, observou.

Para mais informações e para inscrições acesse o link - Paternidade e Maternidade com Relações Compartilhadas.

Fonte: Contraf-CUT

As empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal, titulares do Saúde Caixa, aprovaram a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do plano de saúde em assembleias realizadas por sindicatos da categoria em todo o país. Do total de votantes no sistema centralizado pela Contraf-CUT, 65,84% foram favoráveis ao acordo.

O acordo foi aprovado em todas as capitais e nas grandes bases sindicais, exceto em Belo Horizonte. A deliberação foi realizada de forma remota, por meio de plataforma eletrônica de votação, das 19h de terça-feira (11), às 14h desta quarta-feira (12). Aposentados e pensionistas titulares do plano também participaram do pleito. O resultado não inclui as bases do Seeb/SP, Seeb/BA e Seeb/ES, que utilizam sistema próprio de votação.

Em Brasília, 65,31% dos votantes aprovaram o acordo. Na base do Seeb/BH o acordo foi rejeitado. Nas bases do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP), Seeb/BA e Seeb/ES, que utilizam sistema próprio de votação, o acordo foi aprovado com 71,58%, 61% e 59% dos votos, respectivamente.

BAIXADA FLUMINENSE 

Na Baixada Fluminense, a proposta foi rejeitada com 78,16% dos votos contrários e 20,69% de votos a favor.

O Sindicato aguarda as novas orientações da CEE-Caixa, da Contraf-CUT e do Comando Nacional para os próximos encaminhamentos.