Abril 26, 2025
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Bancários e Bancárias do Rio e Espírito Santo defenderam a unidade de todos os trabalhadores brasileiros para combater a retirada de direitos e o atentado à democracia representado pelo projeto do atual governo

A 19ª Conferência Interestadual dos Bancários e Bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo foi realizada nos dias 14 e 15 de julho, no auditório do Sindicato dos bancários do Rio de Janeiro.

Os debates centraram na necessidade de unidade da classe trabalhadora e na busca das formas de organização e comunicação com o povo brasileiro para enfrentar os impactos das reformas impostos pelo governo Michel Temer e sua base aliada no Congresso Nacional, e o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve presente.

Bancários atingidos

O presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues disse que a condenação de Lula tem como objetivo não apenas tirar o líder das pesquisas de intenção de votos da eleição em 2018, mas tirar a atenção das pessoas dos efeitos perversos da reforma trabalhista.

"Não foi por acaso que o juiz Sérgio Moro decidiu pela condenação de Lula no mesmo dia em que foi aprovada a reforma no Senado, foi tudo combinado. Criaram um fato político, por via de uma condenação baseada em argumentos vazios, sem nenhuma prova, para tirar o foco dos efeitos perversos da reforma, para não levarmos este debate para a sociedade", afirma.

A ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e atual vice-presidenta da Contraf-CUT e diretora executiva da CUT nacional, Juvândia Moreira, também criticou a decisão de Moro.

"Estamos vivendo uma ditadura, a politização do poder judiciário, um atentado a nossa democracia". A sindicalista atacou a precarização do trabalho imposto por Temer.

"Esta reforma regulariza o bico, precariza o trabalho e dificulta o acesso à Justiça do Trabalho. A empresa pode 'pejotizar', terceirizar, sem a presença dos sindicatos para negociar. Ninguém mais vai receber hora extra. Extinguiram a incorporação de função, que atinge em cheio, por exemplo, os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que depois de dez anos de trabalho tinha este direito", denuncia.

Unidade dos trabalhadores

O presidente da Fetraf-RJ/ES (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio e Espírito Santo), Nilton Damião, o Niltinho, destacou a presença dos 13 sindicatos e dos bancários de base na Conferência. Defendeu ainda a reforma política, criticando as reformando trabalhista e da Previdência e lembrou que os bancos já estão se antecipando a nova legislação que retira direitos. "A Caixa, o BB e o Badesco estão implementado PDVs – Planos de Demissão Voluntária – e isso já é o início da terceirização e da pejotização, que é demitir para contratar mão-de-obra precarizada", disse.

Representantes das centrais sindicais, CUT, CTB, Intersindical e CSP Conlutas defenderam a unidade da classe trabalhadora para enfrentar o maior ataque aos direitos trabalhistas da história do país.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou uma nota na tarde de quinta-feira (13) dizendo que “não aceita e não reconhece qualquer legitimidade” do Congresso Nacional, que liquidou os direitos dos trabalhadores ao aprovarem o projeto da reforma trabalhista.

A CUT tampouco reconhece a legitimidade do atual presidente Michel Temer, que assumiu o cargo após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, sem que a mesma tenha cometido crimes que justificassem seu impedimento.

Na nota, a CUT conclama as suas bases a seguir na luta pela revogação da, agora Lei 13467/2017, reforma trabalhista e diz que utilizará todos os meios jurídicos, políticos e sociais para atingir esse objetivo.

Leia abaixo a íntegra da nota da CUT.

 

A CUT não aceita o desmonte dos nossos direitos
Pela revogação do PLC-38 da "Reforma Trabalhista"

A Central Única dos Trabalhadores não aceita e não reconhece qualquer legitimidade no fato de 50 senadores liquidarem direitos trabalhistas duramente conquistados, obedecendo as ordens de um governo golpista e ilegítimo e a serviço dos interesses de empresários.

A CUT conclama as suas bases a seguir na luta pela Revogação do PLC 38 e utilizará todos os meios jurídicos, políticos e sociais para atingir esse objetivo. A sanção de Temer a essa lei que atropela inclusive direitos constitucionais não encerra a questão. É preciso derrotar esse ataque maior aos direitos trabalhistas e aos sindicatos através da luta de classe.

A CUT considera que não é uma mera coincidência que esse golpe contra os nossos direitos tenha sido dado em 11 de julho e que, no dia seguinte, o ex-presidente Lula tenha sido condenado pelo juiz de 1ª instância Sérgio Moro, sem qualquer prova material, a nove anos e meio de prisão.

Trata-se da continuidade do golpe dado a serviço dos interesses do capital que se iniciou com o “impeachment” sem crime de responsabilidade da presidenta Dilma, que hoje prossegue no ataque aos direitos e que pretende mais adiante acabar com a aposentadoria com o desmanche da Previdência pública.

Só a força da classe trabalhadora organizada, aliada aos movimentos populares e forças políticas que defendem os interesses do povo, é que poderá reverter essa série de ataques aos direitos sociais, à democracia e à soberania nacional. Por isso mesmo a CUT reafirma sua posição de Fora Temer, Diretas Já e Constituinte para restabelecer a democracia, anular os atos dos golpistas nocivos aos nossos direitos e à nação brasileira.

Desde já a CUT conclama as suas bases – CUTs estaduais, ramos e sindicatos – à mobilização total, pois, além da luta para revogar a contrarreforma trabalhista, temos diante de nós a luta para barrar a aprovação da PEC 287 (Previdência) cuja tramitação na Câmara dos Deputados está prevista para o início do segundo semestre. Esses ataques ao conjunto da nossa classe e aos setores populares colocam novamente na ordem do dia a preparação de uma greve geral.

A LUTA CONTINUA: NENHUM DIREITO A MENOS!
FORA TEMER!
DIRETAS JÁ!

DIREÇÃO EXECUTIVA DA CUT

Fonte: Contraf-CUT

Menos de 48 horas depois de projeto passar pelo Senado, governo Temer sanciona reforma trabalhista, que entra em vigor em 120 dias

 
O presidente Michel Temer (PMDB) sancionou, na tarde da quinta-feira (13), a nova legislação trabalhista, a maior alteração da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde sua criação. Em seu pronunciamento, Temer afirmou que conduz um "governo de diálogo" e que o projeto de lei sancionado é reflexo dessa característica. Abordou a situação do país como de "suposta crise" e avaliou que em apenas 14 meses, seu governo está "revolucionando" o Brasil.


Fonte: Rede Brasil Atual

Contratos mantidos por 48 milhões de trabalhadores no país poderão ser alterados quando a reforma entrar em vigor. "Quem não aceitar, estará na rua e ponto final", diz o presidente

Beto Barata/PR

Os 48 milhões de trabalhadores que têm carteira assinada no país, segundo os dados da RAIS, e portanto já estão no mercado de trabalho, poderão ser prejudicados pela reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Michel Temer nesta quinta-feira (13). "Daqui a 120 dias quando o desmonte de Temer entrar em vigor, os contratos formais de trabalho poderão ser alterados. Para isso, bastará uma simples 'conversa' entre patrão e empregado, sem a intervenção do sindicato da categoria", escreveu em seu blog o presidente da CUT, Vagner Freitas.

"O patrão ou seu preposto do RH simplesmente vai pressionar o trabalhador a aceitar as mudanças de regras. Se não aceitar, estará na rua e ponto final", afirmou ainda Freitas.

As regras do contrato de trabalho que poderão ser alteradas via negociação individual entre trabalhador e patrão são: 1) banco de horas; 2) parcelamento de férias; 3) jornada de trabalho; 4) negociação dos intervalos para amamentação; 5) demissão de comum acordo com o patrão. Neste último caso, o presidente da CUT destaca que "o trabalhador ou a trabalhadora irá negociar sozinho, sem apoio do seu sindicato a sua própria demissão, e isso em um dos momentos em que se sente mais fragilizado, preocupado com o futuro, em como levará comida para a mesa da família".

O texto da nova lei diz que o contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador. "Nesse caso, olha a desgraça", escreve Freitas, "a multa de 40% do FGTS é reduzida a 20% e o aviso prévio será de 15 dias. O trabalhador tem direito a 80% do FGTS, mas perde o direito de receber seguro-desemprego".

Freitas considera que esse verdadeiro ataque aos direitos dos trabalhadores "foi comandado por um Congresso Nacional ultraconservador, cheio de senadores e deputados empresários de todos os setores da economia. A aprovação do extermínio da CLT é uma mostra de como isso prejudica os interesses da classe trabalhadora".

Segundo levantamento do Congresso Em Foco, 37 dos 50 senadores que aprovaram o extermínio da CLT são empresários diretamente interessados em aumentar os lucros explorando seus empregados.

Fonte: Rede Brasil Atual

Dos 50 senadores que votaram a favor da reforma trabalhista, aprovada na noite de terça-feira (11) em plenário, 37 têm participação societária em corporações, ações ou possuem alguma empresa ou fazenda em seu nome – neste último caso, qualificando o parlamentar em questão como empresário devido à relação formal ou informal com a força de trabalho no meio rural.

O total é equivalente a 74% dos senadores que votaram favoravelmente à reforma trabalhista patrocinada pelo governo Michel Temer, denunciado por corrupção passiva ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na lista de propriedades ou ações, destacam-se as participações societárias e fazendas dos senadores Ronaldo Caiado (DEM-GO), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Wilder Morais (PP-GO), três dos senadores mais ricos desta legislatura (2015-2018). Apenas os três senadores detêm um patrimônio declarado de centenas de milhões de reais.

Duas das mais numerosas bancadas do Senado, PSDB e PMDB são os partidos com mais senadores empresários ou acionistas de empresas ou corporações congêneres. São nove os peemedebistas no grupo de parlamentares-empresários, enquanto são sete os tucanos nessa situação. São 13 os senadores que não constam como empresários ou detentores de ações, propriedades ou bens correlatos que os configurem como tal. Vale lembrar que há a hipótese de registro de bens e títulos diversos em nomes de familiares e terceiros, mas usufruídos pelos parlamentares. E, mais grave, ocultação de patrimônio, o que descambaria para a prática criminal.

Os dados constam de levantamento realizado pelo site Congresso em Foco, onde é possível ler a matéria completa e ver a relação de senadores-empresários e seus respectivos bens, ou participações societárias.

Fonte: Congresso em Foco, com edições da Contraf-CUT

Apoiada por banqueiros e maus empresários, a reforma trabalhista devastará o mundo do trabalho como o conhecemos. Bancários precisam se somar à luta e construir a resistência contra a retirada de direitos. Associar-se ao Sindicato e se mobilizar passou a ser imprescindível

 

Apoiada por banqueiros e maus empresários, a reforma trabalhista aprovada pelo Senado na noite de terça-feira 11 devastará o mundo do trabalho como o conhecemos hoje. Os bancários precisam se somar à luta e construir a resistência contra a retirada de direitos. Associar-se ao Sindicato e se mobilizar contra todos os projetos e mudanças passou a ser imprescindível contra o plano de implodir a categoria. Confira algumas perdas que o desmonte trabalhista já trouxe e os riscos para o futuro.

 

Negociar direto com o patrão
O PLC 38/2017 aguarda a sanção de Temer. Sobrepõe à lei o que for "acordado" entre patrões e empregados. E permite, ainda, que patrões estabeleçam diretamente com os empregados diversos pontos do contrato de trabalho, sem a obrigatoriedade de negociar por meio dos sindicatos. Na prática, tira a força das entidades para impor acordos piores para os trabalhadores. E vale para aumentar a jornada de trabalho, reduzir o tempo de almoço, piorar planos de cargos e salários, até a PLR tem risco de ser menor!

Trabalhar em casa tirando do próprio bolso
A reforma regulamentou o trabalho em home-office. Até então, essa modalidade era regida por legislações análogas, que eram aplicadas por falta de lei específica. Agora, está claro: o trabalhador é o responsável por arcar com a estrutura do trabalho, como custos com telefone, internet e energia elétrica.

Acidente no caminho? Problema seu!
O deslocamento entre casa/empresa/casa era considerado parte da jornada para efeitos de cobertura de acidentes de trabalho. A reforma isenta o patrão de responsabilidade quando o trabalhador se machucar indo ou voltando do trabalho.

Higiene e alimentação 'fora do expediente'
Isso também altera o modo como as empresas passarão a ver o tempo em que o empregado passa fazendo sua higiene pessoal, troca de uniforme e até o tempo gasto entre a portaria e o posto de trabalho. A diminuição do conceito de 'tempo a disposição do empregador' afetará especialmente trabalhadores da indústria, já que o tempo em que ele se higieniza passa a ser um problema dele e não da empresa que o expôs à sujeira.

Banco de horas sem limites
A CLT estabelece um limite de horas-extras que o trabalhador acumula para converter em folgas (banco de horas). A nova lei abre a porteira e permite que isso seja estabelecido pela empresa, em 'negociação direta' com o trabalhador. Ou seja, não haverá limite de horas, nem regras específicas sobre quando o empregado poderá gozar do descanso.

12 horas de expediente
Qualquer empregador poderá obrigar os trabalhadores, através de acordos em CCT ou individuais, a atuar no regime de 12 horas de trabalho ininterruptos, o que prejudica a organização familiar, capacidade de estudos, lazer e expõe o trabalhador a uma jornada acima das horas consideradas ideais pela Medicina do Trabalho e as normas de saúde e segurança.

Dois salários, duas indenizações
Um capítulo do projeto aprovado vincula a indenização por danos morais ao salário dos empregados, oficializando uma distinção entre melhores salários e melhores funções. Uma ofensa pequena a um gerente terá uma indenização maior do que uma ofensa grave a quem tem um salário menor.

Pagamento 'por fora'
Ajuda de custo, vale refeição (mesmo pago em dinheiro), diárias para viagem, prêmios e abono passam a ser excluídos do salário, e as empresas poderão pagar essas verbas 'por fora', fazendo com que elas não impactem em 13º salário ou férias.

Trabalho que é 'bico'
Uma das mais nefastas modalidades criadas, o trabalho intermitente deixa o empregado à mercê do patrão o tempo que for preciso, e só recebe pelo período trabalhado. Ou seja, você pode trabalhar três horas em um dia e ficar outras três sem trabalhar (nem receber). O cálculo de direitos como o 13º, por exemplo, ficam atrelados ao número de horas trabalhadas. Menos dinheiro no bolso!

Entre na Justiça e saia devendo
Se você precisar entrar na Justiça Trabalhista para garantir seus direitos, poderá sair do tribunal com uma dívida. Pela regra anterior, o trabalhador não pagava custas do processo. Agora, se perder a ação, terá de pagar até a sucumbência (os honorários do empregador com advogado). Insegurança para quem precisar cobrar seus direitos na Justiça, ameaça velada ao trabalhador que, desempregado, poderá ter de arcar com ainda mais esse prejuízo.

Demissão em massa
As empresas agora podem fazer demissões coletivas por mera vontade, sem necessidade de debate com os trabalhadores ou com sindicatos. Agora uma empresa pode mandar embora metade de seus empregados sem dar qualquer tipo de satisfação ou demonstrar a necessidade financeira disso.

Terceirização irrestrita
A reforma trabalhista complementa a lei aprovada no início do ano que libera empresas para terceirizar inclusive atividades-fim. De encomenda dos bancos, que perdiam muitas ações, e agora poderão contratar terceirizados até para executar atividades essencialmente bancárias como abertura e movimentação de contas, uma grande ameaça à categoria.

Perda de direitos
Hoje, para que um direito seja alterado em uma negociação coletiva, como a CCT dos bancários, é preciso que se tenha uma contrapartida vantajosa em troca, sob o risco de anular a negociação. A partir da reforma será legal apenas retirar direitos já conquistados, sem contrapartida.

Direitos 'com limite'
Acaba-se também com a ultratividade das convenções coletivas, o que significa que, uma vez terminado o prazo de vigência do acordo coletivo, as condições mais benéficas para o trabalhador deixarão de existir até que um novo seja firmado.

Férias parceladas
Se as férias podiam ser parceladas em no máximo duas vezes, agora elas podem ser divididas em três vezes. É importante recordar que quem determina quando o empregado vai usufruir das férias é o patrão. Então, se a empresa não autorizar que o trabalhador tire férias em dias seguidos, ele terá de aceitar a divisão do período.

'Igualdade' em processos
Quem ganha mais de dois salários da Previdência não será considerado como parte frágil em um processo e poderá enfrentar um procedimento arbitral. Em resumo, um bancário que ganha R$ 12 mil, por exemplo, será considerado tão capaz de enfrentar um processo como o próprio banco.

Acordo de dois anos - O acordo de dois anos assinado pela categoria em 2016 tem validade até 2018. Assim, bancários estão salvaguardados, nesse período, em diversas circunstâncias que colocam de imediato outros trabalhadores em risco. "Os bancários são uma categoria forte e temos de nos manter unidos e organizados, reagindo pontualmente a cada tentativa de retira de direitos. Não vamos aceitar calados que os bancos avancem contra nossas conquistas", explica a presidenta do Sindicato, Ivone Silva.

William De Lucca, Spbancarios

Apesar da resistência de sindicalistas, dentro e fora do Senado, e das senadoras que ocuparam a mesa diretora da Casa, Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN) e Regina Sousa (PT-PI), o projeto da reforma trabalhista foi aprovado. Foram 50 votos a favor, 26, contra e uma abstenção.

Os traidores

Aécio Neves (PSDB-MG), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Armando Monteiro (PTB-PE), Ataídes Oliveira (PSDB-TO), Benedito de Lira (PP-AL), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Cidinho Santos (PR-MT), Ciro Nogueira (PP-PI), Cristovam Buarque (PPS-DF), Dalirio Beber (PSDB-SC), Dário Berger (PMDB-SC), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Edison Lobão (PMDB-MA), Eduardo Lopes (PRB-RJ), Elmano Férrer (PMDB-PI), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Gladson Cameli (PP-AC), Ivo Cassol (PP-RO), Jader Barbalho (PMDB-PA), João Alberto Souza (PMDB-MA), José Agripino Maia (DEM-RN), José Maranhão (PMDB-PB), José Medeiros (PSD-MT), José Serra (PSDB-SP), Lasier Martins (PSD-RS), Magno Malta (PR-ES), Marta Suplicy (PMDB-SP), Omar Aziz (PSD-AM), Paulo Bauer (PSDB-SC), Pedro Chaves (PSC-MS), Raimundo Lira (PMDB-PB), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Roberto Muniz (PP-BA), Roberto Rocha (PSB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Rose de Freitas (PMDB-ES), Sérgio Petecão (PSD-AC), Simone Tebet (PMDB-MS), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Valdir Raupp (PMDB-RO), Vicentinho Alves (PR-TO), Waldemir Moka (PMDB-MS), Wellington Fagundes (PR-MT), Wilder Morais (PP-GO), Zezé Perrella (PMDB-MG).

Votaram a favor dos trabalhadores

Álvaro Dias (Pode-PR), Ângela Portela (PDT-RR), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Eduardo Amorim (PSDB-SE), Eduardo Braga (PMDB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Fernando Collor (PTC-AL), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), João Capiberibe (PSB-AP), Jorge Viana (PT-AC), José Pimentel (PT-CE), Kátia Abreu (PMDB-TO), Lídice da Mata (PSB-BA), Lindbergh Farias (PT-RJ), Otto Alencar (PSD-BA), Paulo Paim (PT-RS), Paulo Rocha (PT-PA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Regina Sousa (PT-PI), Reguffe (sem partido-DF), Renan Calheiros (PMDB-AL), Roberto Requião (PMDB-PR), Romário (Pode-RJ), Telmário Mota (PTB-RR) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM).

Abstenção

Lúcia Vânia (PSB-GO)

Não votou

Eunício Oliveira (PMDB-CE); como presidente do Senado, ele só votaria em caso de empate

Não compareceram

Acir Gurgacz (PDT-RO)

Hélio José (PMDB-DF)

Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Brasil usa reforma espanhola como modelo, mas mudança na legislação criou empregos precários

RAMÓN OLIVER

A espanhola Alba Nicolás (27 anos) formou-se em Publicidade e Relações Públicas em 2013. Ao concluir o curso, ela se mudou para Barcelona, onde fez uma especialização e depois uma pós-graduação. Lá começou a trabalhar como estagiária em empresa de marketing digital com um salário de 150 euros (cerca de 556 reais) por mês a título de "ajuda de transporte". "Fui contratada para ser formada community manager, mas tudo o que aprendi foi por minha conta e na base da tentativa e erro. Tinha um tutor que corrigia o meu trabalho e o enviava ao cliente, mas ele nunca tinha tempo para me formar", conta. Ela estava na empresa havia um ano e nove meses quando descobriu que não tinham pago a previdência social um único mês. Quando denunciou a empresa, seus chefes foram obrigados a oferecer-lhe um contrato permanente. "35 horas por semana, com um salário que continuava deixando muito a desejar e aguentando os maus modos no tratamento pessoal". Nove meses depois, foi despedida.

Alba é uma millennial, geração dos nascidos entre 1981 e 1994 e tinha 22 anos quando seu país aprovou uma reforma trabalhista que mudou a relação de trabalho entre as empresas e os funcionários —boa parte deles jovens como ela. E é justamente esta reforma, aprovada em 2012 na Espanha, que o Governo do presidente Michel Temerusa como principal referência para a sua proposta de reforma trabalhista, que pode ser votada nesta terça-feira pelo plenário do Senado. A geração de Alba representará 35% da força de trabalho global em 2020, de acordo com o Manpower Group.

O conceito de millennial tornou-se uma marca global. Deles se disse que são a geração mais preparada da história; que estão permanentemente conectados porque cresceram com a Internet e as novas tecnologias; que o dinheiro não é sua prioridade; que o que buscam são experiências motivadoras com as quais possam crescer; que preferem trabalhar em empresas comprometidas com o meio ambiente e a sociedade; que não querem ouvir e nem falar de um horário das 9h às 18h, mas de modelos flexíveis e por resultados; que são empreendedores; que entendem como ninguém a nova economia, porque a vivem em primeira pessoa como consumidores do Uber, Airbnb, Wallapop...

Com tais credenciais, o normal seria que as empresas brigassem por esse talento emergente. De fato, esse é o discurso que muitas delas fazem com insistência. Numa pesquisa feita em 2015 pela Deloitte sobre a Geração do Milênio, Barry Salzberg, seu CEO, exortou a comunidade empresarial dos mercados desenvolvidos a "identificar as mudanças que necessitam fazer para atrair e se comprometer com essa geração". E advertiu: "Caso contrário, corre-se o risco de perdê-los e ficar para trás". No entanto, as taxas de desemprego que assolam os jovens na Espanha, de aproximadamente 40% (e de cerca de 27% no Brasil), indicam que, pelo visto, não há tanta pressa para seduzi-los. E isso tem outras consequências sociais: a idade média de emancipação é 29 anos (quase dez anos a mais que os suecos), sua situação pessoal não tem nada a ver com a de seus pais quando estes tinham a mesma idade e a idade média em que as espanholas são mães passou de 28,2 anos em 1980 para 32,2 em 2014.

Juan María González-Anleo, professor de Sociologia da ESIC Business & Marketing School e autor do livro Generación Selfie, lembra que millennial é um conceito importado dos Estados Unidos. "Talvez nos países anglo-saxões ou na Alemanhase aposte mais decisivamente nesse talento, mas na Espanha as empresas não estão muito empenhadas", lamenta. Ana Sarmiento, especialista em estratégias de trabalho para a geração do milênio está de acordo. "Muito poucas empresas sabem o que fazer com esses jovens. E o mais triste é que muito poucas estão interessadas em saber". No máximo, continua, começam a se se interessar agora por sua faceta de consumidores para tentar fidelizá-los. "Mas os millennials não só consomem, também são uma nova geração de profissionais livres, abertos e digitais. E poucas organizações tiveram a ideia de tentar fidelizá-los também como empregados.

Antes de se tornar empreendedor, o espanhol Luis Alberto Santos (27 anos) ouviu muitas histórias nas entrevistas de emprego que a realidade logo desmentiu. "Horários flexíveis que na prática eram horários fixos, lugares em que é mal visto sair no horário, normas de segurança que só são cumpridas caso haja uma auditoria ou uma visita importante", enumera. A lista dos horrores também se estende à gestão de talentos. "Muitas empresas enchem a boca com a promoção ou a carreira profissional. Mas nunca me perguntaram o que eu mais gosto, quais tarefas eu executo melhor ou como poderia desenvolver meu talento".

O discurso das empresas, no entanto, geralmente é outro. São frequentes as proclamações lembrando que muito em breve essa geração estará no comando: os millennials são chamados para acabar com os estilos autoritários de liderança, para impulsionar um novo modelo de trabalho colaborativo e digital... Mas por enquanto a "chamada" que parece chegar a eles com mais nitidez é a de ir tentar a sorte no exterior. Conforme dados do Instituto Nacional de Estatística, no primeiro semestre de 2016 emigraram da Espanha 47.784 pessoas. Boa parte dessa diáspora é de millennials. "É muito triste que as conversas que escuto dos meus alunos quando saio para fumar nos intervalos tratem sobre se o Chile é um bom lugar para trabalhar ou se as condições no Reino Unido pioraram muito para os espanhóis por causa do Brexit", comenta o professor González-Anleo.

Geração de desencantados

Os especialistas falam dos millennials como uma geração desencantada. "Eles se sentem enganados. Prometemos a eles que se estudassem uma profissão, fizessem uma especialização e aprendessem línguas estrangeiras teriam uma vantagem competitiva em relação ao trabalho. E agora temos jovens profissionais muito capacitados, com pouco emprego e baixa remuneração", afirma Sarmiento.

Quando aprovada em 2012, durante a segunda recessão de uma longa crise que o país tenta superar há mais de 10 anos, a reforma trabalhista espanhola prometia mais empregos o que, da fato, ocorreu. Entretanto, passados cinco anos, várias pesquisas mostram que, embora haja mais vagas disponíveis no mercado de trabalho formal que na época da aprovação da mudança na legislação, eles são mais precários.

Para o professor González-Anleo foram rompidos os pactos fundamentais que regiam as relações entre trabalhadores e empresas. E assim é difícil esperar compromisso ou fidelidade: "Uma empresa pode exigir que você deixe sua alma no trabalho se você recebe 2.000 euros por mês. Mas recebendo 700 ou menos e sabendo, além disso, que no mês seguinte você pode estar na rua, pouco te podem pedir".

Luis Alberto Santos aponta que as gerações anteriores são o principal obstáculo. "Se a empresa é dirigida por baby boomers, a mentalidade e os hábitos do millennial desaparecem, provocando uma grande insatisfação e um sentimento de frustração", diz. É recíproco. Arrogantes, volúveis, egocêntricos, preguiçosos... são alguns dos rótulos com os quais os mais velhos identificam, por sua vez, essa geração. Uma imagem que Alba Nicolás não compartilha: "Pelo menos no meu ambiente, todos os meus amigos trabalharam e estudaram simultaneamente em algum momento de suas vidas. Nos preocupamos com o nosso futuro, com trabalhar duro e continuar a nossa formação".

Ana Sarmiento não acredita que levantar a questão em termos de guerra geracional ajude qualquer uma das partes. "Os ambientes de trabalho estão se polarizando excessivamente. Os mais velhos estigmatizam os millennials e os jovens fazem o mesmo com a velha guarda. Acredito que seria mais inteligente construir pontes que permitissem que essa geração se ajustasse a um sistema produtivo que não foi criado para ela, mas pelo qual será responsável muito em breve". Alba Nicolás, por sua vez, pede maior compromisso e ação também dos próprios millennials. "Temos de nos mexer mais, lutar por nossos direitos e reivindicar o que é justo para poder realizar o nosso trabalho em condições aceitáveis".

O QUE OS MILLENNIALS PENSAM DAS OUTRAS GERAÇÕES?

Assim nos vemos, assim somos vistos. Dados do relatório. 'Diagnóstico de la Diversidad Generational' (Diagnóstico da Diversidade Geracional), um estudo do Observatorio Generación & Talento e da Universidad Pontificia de Comillas-ICAI-ICADE:

Da geração baby boomers (1956-1970)

- É muito difícil ver valor nessa geração.

- Recebem salários muito altos para o que contribuem com a organização.

- Tem muita gente sobrando e que não se adaptou ou não quis se adaptar ao novo.

Da geração X (1971-1981)

- Não identificam muitas pessoas para seguir.

- Ausência clara de líderes e falta de qualidade diretiva.

- Observam uma lealdade ou fidelidade à empresa, o que eles não têm.

Da a geração Z (a partir de 1995)

- São ainda mais bem preparados do que eles.

- Têm um espírito mais livre e empreendedor, pois cresceram durante a crise.

- São os verdadeiros nativos digitais.

Movimentos sindical, social e oposição ao governo resistiram por mais de seis horas, tentando votar destaques que remeteriam projeto de volta à Câmara, mas base de Temer composta majoritariamente por PMDB e PSDB não quis debate: atropelou e aprovou retirada de direitos; veja como cada senador votou
 

Cláudia Motta, Spbancarios
 

O dia 11 de julho de 2017 vai entrar para a história do Brasil como a data em que os trabalhadores começaram a perder todos os seus direitos.

Por 50 votos a favor, 26 contra e uma abstenção, os senadores aprovaram o PLC 38/2017, o desmonte trabalhista de autoria do governo Temer, com apoio de banqueiros, maus empresários e industriários (veja como votou cada um dos senadores).

Ivone Silva, presidenta do Sindicato, lamentou. "Travamos toda luta que esteve ao alcance dos movimentos social e sindical, mas, a partir de agora, direitos duramente defendidos pelos trabalhadores no dia a dia da relação desigual entre empregados e patrões deixarão de existir", disse. "Estivemos em Brasília na defesa dos direitos dos bancários, mas os que mais lucram nesse país venceram e vão lucrar muito mais, agora à custa da precarização do trabalho."

A dirigente afirma, no entanto, que o momento é de os trabalhadores aumentarem ainda mais a mobilização. "Os bancários são uma categoria forte e temos de nos manter unidos e organizados, reagindo pontualmente a cada tentativa de retira de direitos. Não vamos aceitar calados que os bancos avancem contra nossas conquistas."

Resistência – Senadoras de partidos de oposição ao governo Temer – Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) – ocuparam a mesa do Senado, na tentativa de conduzir uma votação que garantisse amplo debate. O presidente da Casa, Eunício Oliveira, mandou cortar os microfones e apagar as luzes do plenário.

Foram mais de seis horas de resistência na tentativa de incluir pelo menos um destaque para levar a reforma a debate – contra a autorização de gestantes e lactantes trabalharem em ambientes insalubres. Os senadores governistas – principalmente do PSDB e PMDB – não queriam nenhuma mudança, porque isso remeteria o texto novamente a discussão na Câmara dos Deputados.

"Eles queriam a aprovação rápida do desmonte trabalhista porque sabem que se houvesse mais debates ficariam expostos aos eleitores. Se os brasileiros se interessarem pelo que fazem seus parlamentares, esses deputados e senadores que votaram a favor da reforma trabalhista nunca mais serão eleitos", ressalta a presidenta do Sindicato.

Reforma burra – Além de retirar direitos dos trabalhadores (veja abaixo), a reforma trabalhista que na verdade é um desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho será nociva também para o país. "Esse desmonte vai aumentar a rotatividade, rebaixar salários e isso terá um efeito cascata sobre a economia nacional", alerta Ivone.

Estudo feito pelo Centro de Estudos Sindicais e de Economia da Unicamp) aponta que a reforma trabalhista de Temer não traz um único ponto que beneficie o trabalhador. E reforça o prejuízo ao Brasil: "o estreitamento do mercado de consumo pela ausência de demanda forçará, necessariamente, um processo de reconcentração de renda em mãos do capital, comprometendo o próprio desenvolvimento e aumentando os níveis de pobreza".

"Voltaremos a ser um Estado refém do capital externo, ainda mais dependentes dos altos juros cobrados pelos bancos privados, os principais interessados nesse desmonte", completa a dirigente. "Isso só interessa a setores que já ganham muito à custa dos trabalhadores e do povo brasileiro."

Todos contra – O argumento de modernização e criação de empregos, utilizado pelos defensores do desmonte, é atacado pelas principais autoridades da área de trabalho.

Além de milhões de trabalhadores em todo Brasil, posicionaram-se contra a reforma trabalhista de Temer autoridades no assunto e entidades como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), juízes do Tribunal Superior do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Centro de Estudos Sindicais e de Economia (o Cesit, da Unicamp).

E agora?

Julho 12, 2017

O governo Temer aprovou na noite desta terça-feira, 11 de julho, no Senado, a reforma trabalhista, o maior ataque aos direitos dos trabalhadores na história de nosso país. A derrota não anula a resistência heroica de senadoras e demais parlamentares da oposição e da pressão dos sindicatos no Congresso Nacional, em Brasília, que lutaram até o fim com coragem e dignidade.

Temer e sua tropa aliada rasgaram a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a mais importante rede de proteção social em séculos de nossa história.

Mas a guerra não acabou. O povo luta ainda para impedir que o projeto da reforma da Previdência também passe no Congresso e o PMDB, PSDB e DEM concluam o projeto neoliberal e privatizem empresas e bancos públicos. Eles querem o estado mínimo para os pobres para que toda a riqueza e o patrimônio público e natural estejam inteiramente nas mãos dos ricos.

Os trabalhadores têm a obrigação moral de derrubar Temer antes mesmo que ele sancione este projeto de Lei criado e aprovado para bajular banqueiros, empreiteiros, especuladores e empresários.

É preciso resistir e derrubar este governo golpista, moribundo, perverso e corrupto, sem um único voto popular, sem moral e sem legitimidade e que envergonha o Brasil diante de uma opinião pública internacional estarrecida e indignada.

Como o Sindicato desde o princípio tanto alertou, o golpe não foi apenas contra um governo democrático, mas principalmente contra nós, trabalhadores e trabalhadoras.

A democracia foi roubada por que este governo surrupiou o poder para atender, unicamente, à ganância de uma elite cruel e desumana que vê em nossas terras continentais apenas a colônia e uma massa de mão-de-obra para ser explorada, aviltada e desprezada.

Aprovaram um projeto que precariza ainda mais as condições de trabalho, oficializa o subemprego e traz ainda mais sofrimento ao já tão humilhado povo brasileiro. Entregam um país mais pobre, dependente e submisso aos interesses internacionais. Caminham com uma pressa desmedida para o desmonte absoluto do estado social brasileiro, conquistado há quase 90 anos por compatriotas que deram seu suor, sangue e até a vida pela democracia e pelos direitos de nosso povo.

Derrubar Temer sim, mas não para entregar a nação ao seu par similar Rodrigo Maia (DEM). Só há uma saída. Garantir eleições diretas e já a fim de que o poder possa emanar verdadeiramente da vontade popular, como prevê e garante a Constituição Federal.

Agora, mais do que em qualquer outra época da história, é necessário unificar a classe trabalhadora, fortalecer as representações sindicais e lutar por uma ruptura do atual modelo econômico e político que fecha um ciclo podre e vergonhoso. É hora de reconstruir ideais para passar esse país a limpo e tornar o Brasil uma nação justa e soberana. O sonho não acabou. Diretas, Já.