Abril 26, 2025
Slider
Imprensa

Imprensa

O Banco Santander no Brasil obteve o maior lucro líquido gerencial de sua história no 1º semestre de 2017. Nos seis primeiros meses do ano o lucro do banco foi de R$ 4,615 bilhões, um crescimento de 33,2%, em relação ao mesmo período de 2016 e de 2,4% em relação ao 1º trimestre de 2017. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) ficou em 15,9%, com aumento de 3,1 pontos percentuais em doze meses. O Brasil continua sendo o país mais lucrativo entre todos nos quais o banco atua. O lucro obtido no Brasil representa 26% do lucro global da Instituição, € 3,616 bilhões. Em seguida vem o Reino Unido, com 17%, e a Espanha, com 15%.

Mas, o excelente desempenho do banco no Brasil não foi suficiente para impedir a redução de postos de trabalho no país. A holding encerrou o 1º semestre de 2017 com 46.596 empregados, com queda expressiva de 2.281 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado, sendo 301 a menos no trimestre. Foram fechadas 11 agências e três postos de atendimento bancários (PABs) no período.

Sobrecarga

Mesmo com redução de agências, PABs e postos de trabalho, a carteira de clientes segue crescendo: 2,154 milhões a mais de clientes em um ano, totalizando 36,537 milhões em junho de 2017. O número de clientes digitais alcançou 7,4 milhões crescimento de 35% em doze meses.


O Bradesco obteve lucro líquido ajustado de R$ 9,352 bilhões no primeiro semestre de 2017. O resultado é 13% maior do que o obtido no mesmo período do ano passado, quando o banco lucrou R$ 8,274 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) ficou em 18,2%, com aumento de 0,8 p.p. em doze meses.

Ganhando com crise

Em relatório, o banco afirma que o aumento das receitas com prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes foi um fator preponderante para o aumento das receitas. O aumento foi 16,9% em doze meses, totalizando R$11,7 bilhões.

Segundo análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a holding encerrou o 1º semestre de 2017 com 105.143 empregados, com alta de 15.719 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado, por causa da incorporação dos funcionários do antigo HSBC. Porém, após essa aquisição, em setembro de 2016, o quadro de pessoal já sofreu uma redução de 4.779 postos.

Com a adesão ao Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE) que o banco abriu agora em julho e que deve ser encerrado em 31 de agosto, o quadro de pessoas deverá sofrer outro impacto.

Com reajuste definido por campanha de dois anos fechada em 2016, trabalhadores farão mobilização nacional contra terceirização, contratos precários de trabalho e retirada de direitos

por Redação RBA

 

Reunidos durante três dias na 19ª Conferência Nacional, os cerca de 700 delegados que representaram bancários de todo o país definiram hoje (30) um plano de lutas em defesa dos empregos, dos bancos públicos e de resistência à retirada de direitos imposta pelas contrarreformas trabalhistas e da Previdência em curso no governo de Michel Temer (PMDB). No início de agosto, representantes da categoria entregarão à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) um documento político reivindicando termo de compromisso contra a retirada de direitos. Em 2016, após 31 dias de greve, a campanha nacional unificada garantiu aos bancários um acordo com validade de dois anos para todos os trabalhadores de bancos públicos e privados do país.

"Como fechamos um acordo de dois anos, nossa estratégia este ano é unir forças com outras categorias contra o desmonte trabalhista. Consolidado o golpe no ano passado, os trabalhadores estão mobilizados contra o retrocesso imposto pela reforma trabalhista. Estamos unidos também em defesa dos bancos públicos, contra a terceirização e precarização do trabalho, conforme aprovado em nosso plano de lutas ", disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva.

O plano de lutas inclui aprofundar o debate sobre os impactos da reforma trabalhista, a resistência e a defesa do emprego e combate à terceirização sem limites e precarização do trabalho, além da luta pelo restabelecimento do Estado democrático de direito, o fortalecimento dos bancos e empresas públicas, e da democracia.

O presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, destacou rechaçar quaisquer alterações nos contratos de trabalho. "Queremos respeito a todas as cláusulas da nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Não aceitaremos, por exemplo, a prevalência do negociado sobre o legislado, que tem o objetivo de retirar direitos. E queremos garantias de respeito aos empregos e direitos da categoria", afirmou.

Lucro dos bancos

Nos três primeiros meses do ano, o lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander) atingiu a marca de R$ 17,3 bilhões. Um crescimento de 30% em relação a igual período do ano passado.

No primeiro semestre, os bancos fecharam quase 11 mil postos de trabalho. O setor financeiro passa por forte reestruturação tecnológica com impacto profundo no emprego bancário. A digitalização das transações bancárias e de diversas etapas do trabalho avança a cada ano. Atualmente, 57% das transações financeiras são realizadas na internet ou no celular.

"O avanço tecnológico é positivo, mas os ganhos precisam ser compartilhados com toda a sociedade. A tecnologia precisa de fato melhorar a vida das pessoas. Todos precisam ganhar com esse processo e não apenas os banqueiros, como vem acontecendo, já que estão demitindo bancários e elevando as tarifas dos clientes. Da forma como a tecnologia vem sendo implementada nos bancos ela acabará gerando maior desigualdade social", disse Ivone Silva.

Os bancários são uma das poucas categorias no país com convenção coletiva de trabalho (CCT) válida nacionalmente. São cerca de 504 mil trabalhadores, dos quais 142 mil na base do sindicato de São Paulo.

O banco Santander no Brasil obteve o maior lucro líquido gerencial de sua história no 1º semestre de 2017. Nos seis primeiros meses do ano o lucro do banco foi de R$ 4,615 bilhões, um crescimento de 33,2%, em relação ao mesmo período de 2016 e de 2,4% em relação ao 1º trimestre de 2017. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) ficou em 15,9%, com aumento de 3,1 pontos percentuais em doze meses. O Brasil continua sendo o país mais lucrativo entre todos nos quais o banco atua. O lucro obtido no Brasil representa 26% do lucro global da Instituição, € 3,616 bilhões. Em seguida vem o Reino Unido, com 17%, e a Espanha, com 15%.

Mas, o excelente desempenho do banco no Brasil não foi suficiente para impedir a redução de postos de trabalho no país. A holding encerrou o 1º semestre de 2017 com 46.596 empregados, com queda expressiva de 2.281 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado, sendo 301 a menos no trimestre. Foram fechadas 11 agências e três postos de atendimento bancários (PABs) no período.

"Os ganhos expressivos obtidos no Brasil não se traduziram em nenhuma contrapartida social, já que o banco segue fechando agências e demitindo milhares de pais e mães de família, trabalhadores que geraram esse lucro astronômico por meio do seu esforço e dedicação", criticou Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Sobrecarga
Mesmo com redução de agências, PABs e postos de trabalho, a carteira de clientes segue crescendo: 2,154 milhões a mais de clientes em um ano, totalizando 36,537 milhões em junho de 2017. O número de clientes digitais alcançou 7,4 milhões crescimento de 35% em doze meses.

A Carteira de Crédito Ampliada do banco cresceu 5,4% em doze meses e atingiu R$ 324,9 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 12,2% em relação a junho de 2016, chegando a R$ 97,4 bilhões, impulsionadas por cartão de crédito, crédito consignado e crédito rural. Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 122,3 bilhões, com queda de 2,5% em doze meses. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 0,3%, enquanto o segmento de grandes empresas diminuiu em 3,5% no período. Assim como a carteira PF, a carteira de "financiamento ao consumo", gerada fora da rede de agências, também apresentou expansão (15,7%) em doze meses, totalizando R$ 37,0 bilhões.

"Isso quer dizer que os trabalhadores banco precisam se desdobrar para atender um número cada vez maior de clientes, gerando sobrecarga de trabalho", explicou a dirigente sindical.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 17% em doze meses, totalizando R$ 7,5 bilhões. Já as despesas de pessoal, inclusive PLR subiram 4,5%, atingindo R$ 4,4 bilhões. O que mostra que o banco consegue cobrir todas as despesas com seu quadro de funcionários somente com as receitas das tarifas cobradas dos clientes e ainda sobra 70,3% do valor. Sem contar os lucros obtidos com as demais transações realizadas pelo banco.

"Esse dado comprova que o Santander não só pode, como deve contratar mais funcionários a fim de prestar melhor atendimento aos clientes que pagam tarifas altas e também para contribuir socialmente com o país que dá tanto lucro para esse banco espanhol", enfatiza.

Veja análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)sobre o balanço do Santander do primeiro semestre de 2017.

Fonte: Contraf-CUT

A 19ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em São Paulo e que se encerrou neste último domingo, foi diferente de todas as anteriores.
Em todas as edições, a conferência nacional centralizou as ações no sentido de agregar valores à convenção coletiva do trabalho, com o objetivo de buscar cada vez mais a qualidade de vida dos trabalhadores bancários.
Todos os benefícios que fazem a categoria bancária diferenciada das demais foram extraídos dessas conferências.
Em 2016, o comando nacional de negociação dos bancários firmou uma acordo de dois anos, com vigência até 31 de agosto de 2018, com manutenção de todas as conquistas e aumento real de salário.
Desse modo a 19ª Conferência Nacional se concentrou na luta contra o retrocesso trabalhista e previdenciário que está em curso e em defesa dos bancos públicos com o lema: Lutar, defender e garantir NENHUM DIREITO A MENOS.
A programação da conferência teve palestras bastante ricas de conteúdo e teve no seu início uma apresentação da análise de conjuntura nacional e internacional, com a apresentação do presidente nacional da CUT Vagner Freitas.
Num segundo momento o foco foi a defesa do emprego frente às novas tecnologias, com a apresentação da técnica do Dieese Vivian Rodrigues e o representante da Associação 28 de agosto, Moisés Marques.
A seguir, foi abordada a reforma trabalhista e os seus efeitos na relação de trabalho, com a palestra do Senador Roberto Requião, árduo crítico da reforma trabalhista.
Segundo o Senador, a medida é uma ideia de “senhores da Idade Média que tentam impor uma legislação da Idade Média aos trabalhadores”.
Reforma Previdenciária foi o tema da apresentação da professora Denise Gentil (UFRJ).
A economista foi categórica ao afirmar que a reforma da previdência apresentada pelo governo visa apenas atender ao sistema financeiro privado.
"Ao não cobrar sonegadores e conceder renúncias fiscais, a União alimenta o problema que diz combater", disse a economista. A economista ainda concluiu: "O governo abriu guerra contra a classe trabalhadora".
No domingo, dia 30, a plenária da 19ª conferência nacional dos bancários aprovou resoluções importantes na luta pela preservação do emprego e contra as reformas e as suas aplicações na categoria bancária.
O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense foi representado pelos diretores Roberto Domingos, Cláudio, Rúbio, Elizabeth e Marcelo.
 

Organizar a mais forte Campanha Nacional dos Bancários já vista até hoje é a principal tarefa da 19ª Conferência Nacional, que acontece de sexta (28) a domingo (30), em São Paulo. A defesa do emprego e dos direitos de toda a categoria, ameaçados pelas novas regras da reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Temer, vai exigir dos bancários empenho, participação e mobilização total.
Esta deve ser a mais dura Campanha até hoje. Nela estarão em jogo a sobrevivência da categoria como a conhecemos. Ao precarizar e assim baratear a contratação da mão de obra, as novas regras trabalhistas representam o risco de demissões em massa. Além disto, a permissão da contratação irrestrita via pessoa jurídica, acaba com direitos como a jornada fixa de seis horas, férias, 13º salário, FGTS, multa de 40% na rescisão, e a Convenção Coletiva Nacional.
Além da reforma trabalhista, o governo quer ver aprovada a reforma da Previdência, outra luta que faz parte da campanha junto com a defesa dos bancos públicos, que vêm sendo desmantelados por Temer. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal extinguiram setores inteiros e demitiram milhares de funcionários através de plano de "incentivo" à aposentadoria. O BNDES também está sob ameaça, com o fim da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).

Nenhum direito a menos
O lema central da Conferência, que deve ser adotado na Campanha, sintetiza o objetivo das mobilizações que virão: "Lutar, defender, garantir. Nenhum direito a menos". "Temos que ter em mente que nossos empregos estão em jogo, que nossos direitos estão em jogo. Mas que temos como preservá-los construindo, juntos, uma campanha forte, com garra e disposição de luta", afirmou a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso.
Para a dirigente, só uma categoria como a bancária, numa campanha nacional, será capaz de conquistar salvaguardas que garantam a manutenção dos empregos e dos direitos, barrando a implementação das regras da reforma. "Caso seja necessário, vamos à greve para garantir isto", frisou. Classificou como um acerto a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários (CCT) por dois anos. "Garantimos, desta forma, aumento real nos salários e demais verbas, quando o que vemos é a maioria das categorias com dificuldades em suas campanhas", constatou.

Vamos manter o aumento real
Veja na tabela do Dieese o aumento real médio conquistado pelos trabalhadores no primeiro de 2017, em 270 negociações, que envolveram diversas categorias. O aumento real dos bancários, válido até 2018 é de 1%, conforme o acordo com a Fenaban.
Se esta média se mantiver nesse patamar, os bancários terão um aumento real acima da média nacional. As mobilizações da Campanha Nacional dos Bancários terão a tarefa de lutar para manter inalteradas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

O Bradesco obteve lucro líquido ajustado de R$ 9,352 bilhões no primeiro semestre de 2017. O resultado é 13% maior do que o obtido no mesmo período do ano passado, quando o banco lucrou R$ 8,274 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) ficou em 18,2%, com aumento de 0,8 p.p. em doze meses.

"O sistema financeiro no Brasil é altamente lucrativo. Basta analisar os balanços dos bancos para ver que, mesmo com crise econômica, os lucros sempre são, no mínimo, na ordem dos bilhões. É uma pena que para alcançar estas marcas eles arrochem seus funcionários e esfolem seus clientes com as altas taxas pelos serviços que, muitas vezes, são executados pelos próprios clientes", criticou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Ganha muito
O banco afirma em seu relatório, que um dos fatores que impulsionou seu lucro no período foi o aumento das receitas com prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes, que cresceu 16,9% em doze meses, totalizando R$ 11,7 bilhões. Além das tarifas por serviços, melhores desempenhos com operações de seguros, previdência e capitalização contribuíram para o crescimento do lucro do banco.

Segundo o banco, o lucro só não foi maior porque houve aumento de despesas com pessoal, menor resultado com a margem financeira e leve aumento da despesa com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs.

As despesas de pessoal subiram 29,2%, em função da entrada dos funcionários oriundos do HSBC, adquirido no segundo semestre de 2016, atingindo R$ 9,4 bilhões. Mas, mesmo com o crescimento das despesas com pessoal, em março de 2017, o banco conseguia cobrir tais despesas apenas com as receitas secundárias e ainda sobrava recursos. A arrecadação com receitas secundária, no período, 23,7% maior do que as despesas com pessoal.

"O banco diz que aumentou a despesa com pessoal. O dito 'aumento de despesa' se deve à incorporação do pessoal do HSBC e o pagamento da primeira parcela do 13º salário. Na verdade, o que o banco mais tem feito é reduzir as despesas com pessoal por meio de demissão de funcionários", explicou Gheorge Vitti, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Segundo análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a holding encerrou o 1º semestre de 2017 com 105.143 empregados, com alta de 15.719 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado. O crescimento, no entanto, é influenciado pela incorporação dos funcionários do antigo HSBC. Porém, após essa aquisição, em setembro de 2016, o quadro de pessoal já sofreu uma redução de 4.779 postos. Quadro esse que deverá ser mais afetado quando se mostrarem os resultados da adesão ao Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE) que o banco abriu agora em julho e que deve ser encerrado em 31 de agosto.

"O número de clientes, principalmente com a aquisição do HSBC, cresceu muito. O de funcionários só reduz. O que significa que aumentou a carga de trabalho dos bancários. Ou seja, o lucro dos bancos aumenta proporcionalmente ao aumento da exploração do trabalho dos bancários", disse o coordenador da COE do Bradesco.

Acesse a íntegra da análise do Dieese para mais detalhes da análise sobre o balanço semestral do Bradesco.

Fonte: Contraf-CUT

Medidas previstas na reforma que começa a valer em novembro preveem multas contra o autor da ação, o que pode afastar ainda mais o acesso ao Judiciário

“Entre na Justiça e saia devendo.” Essa frase, que pode parecer absurda em um primeiro momento, vai se tornar normal após entrar em vigor a Lei 13.467 – também conhecida como reforma trabalhista –, a partir do mês de novembro.

A nova legislação prevê dispositivos que poderão resultar em punições ao trabalhador que acionar o Judiciário reivindicando direitos trabalhistas. O artigo 793 da reforma, por exemplo, versa sobre o litigante de má-fé. O texto descreve essa figura como quem, aos olhos da Justiça, tenta alterar a verdade dos fatos; usa o processo para conseguir objetivo ilegal ou interpõe recurso com intuito manifestamente protelatório – ou seja, pretende, com uma ação, adiar o processo como um todo.

“Podemos interpretar que, na prática, isso significa que o trabalhador que perder em primeira instância por decisão da Justiça pode ser penalizado caso entre com recurso e este seja entendido como tendo ‘intuito protelatório’. Nesse caso, o trabalhador poderá ser condenado a pagar uma multa, que pode chegar a até 10% do valor da causa, além de arcar com honorários advocatícios”, afirma João Fukunaga (foto), secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil. “Portanto, o que antes seria um direito trabalhista de reclamação justa, pode se tornar uma penalização ao trabalhador. Principalmente se levarmos em consideração que boa parte das ações individuais e coletivas levadas à primeira instância em São Paulo sempre foi desfavorável ao bancário em reclamações como assédio moral, dano moral, ou outros tipos de reclamações”, completa.

Ausência será castigada – Os empecilhos ao acesso à Justiça presentes na reforma não param por aí. O artigo 844 prevê, em seu parágrafo segundo, que se o trabalhador que ingressar com ação – ou mesmo a testemunha indicada – faltar à audiência, o reclamante na ação será condenado a pagar as custas do processo, “ainda que beneficiário da justiça gratuita”.
A não ser que consiga comprovar em até 15 dias que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável, o trabalhador poderá ser obrigado a pagar até quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) de R$ 5.531,31, conforme consta no artigo 789 da mesma lei. Além disso, só poderá ingressar com nova demanda se efetuar o pagamento dessas custas.

Outras ameaças – Esses não são os únicos pontos que desestimulam a busca por direitos trabalhistas na Justiça. O artigo 790-B determina que “a responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita”. Ou seja, caso não tenha ganho de causa na ação, o trabalhador terá de pagar o valor de uma eventual perícia que tenha sido realizada em decorrência do processo.
Mais adiante, no artigo 791-A, o texto prevê a possibilidade de pagamento de honorários de sucumbência recíproca. “Honorário de sucumbência” é o princípio que determina que a parte perdedora em um processo arque com os honorários do advogado da parte vencedora. O terceiro parágrafo desse artigo trata da questão da “sucumbência recíproca”, quando há procedência parcial. Ou seja, se o trabalhador conseguir na Justiça apenas uma parte dos direitos pleiteados inicialmente, terá de pagar parte dos honorários dos advogados da empresa.

Histórico – O Sindicato sempre defendeu que recorrer à Justiça fosse algo necessário após esgotar todos os processos negociais cabíveis, pois em inúmeros casos as sentenças do Judiciário são desfavoráveis ao trabalhador. Com essa reforma, a reivindicação trabalhista se torna um ônus financeiro para o próprio trabalhador, inviabilizando os direitos no curto prazo e, no longo prazo, tornando a Justiça do Trabalho inoperante frente às empresas.

A política econômica do governo Temer, juros altos e corte drástico no investimento público, está fazendo a economia andar para trás: aumenta o desemprego e impede o crescimento econômico. A avaliação é de Fernando Amorim, o novo técnico da Subseção Bancários do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), que desde o último dia 5 assessora o Sindicato. Economista e mestre em Política Internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Amorim substitui o economista Fernando Benfica, transferido para o escritório central do Dieese no Rio.
O governo alega que é preciso cortar gastos, manter os juros altos para conter a inflação e quem sabe até aumentar impostos para equilibrar as contas públicas para gerar crescimento e mais empregos. Para o economista, no entanto, vai ser um tiro no pé. "Ao reduzir o montante de recursos públicos destinados à economia e manter o crédito caro, ao mesmo tempo que retira do Estado o papel de indutor do crescimento, o governo diminui ainda mais o consumo. Cai a produção de bens e aumenta o desemprego, dificultando ainda mais a retomada do crescimento, afetando, inclusive, a receita do próprio governo", explicou. Acrescentou que o governo pressupõe o aumento de impostos para "corrigir" e manter o ajuste das contas, mais um fator a impedir o crescimento e aumentar o desemprego", frisou.

Imposto mais alto
O aumento do imposto recai no preço da gasolina. Traz um efeito cascata sobre as demais tarifas e preços gerais. "O governo deveria ter uma política anticíclica com elementos de combater à recessão. Deveria incentivar o crescimento e gerar empregos, aumentando a receita, o que poderia ser reforçado por uma reforma tributária que cobrasse impostos mais altos dos mais ricos", defendeu.
Fernando Amorim apontou efeitos perversos da reforma trabalhista, como a redução de direitos e de salários, que diminuirá a capacidade de consumo, forçando as empresas a reduzirem a sua produção. "Hoje, mesmo com as novas regras ainda não estando em vigor, já vemos isto acontecendo nos bancos, com a demissão em massa, e a contratação de novos com salários valendo em média 60% da remuneração de quem saiu", exemplificou.
O desmonte e a privatização de bancos públicos – Caixa, BB e BNDES – trarão sérios impactos sobre toda a economia. "Os bancos públicos existem para fomentar a economia. Investem no desenvolvimento econômico e nos programas sociais. Este não é, portanto, um problema somente dos bancários, mas de toda a sociedade que será atingida por este processo de esvaziamento destes bancos", afirmou.
Para o economista, a extinção dos juros menores do BNDES, com a substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pela Taxa de Longo Prazo (TLP), fará com que os juros do banco estatal sejam iguais aos praticados pelos bancos privados. "Por isto mesmo, as empresas recorrerão a empréstimos externos, ficando dependentes da oscilação do câmbio, podendo ter dificuldades no pagamento e até quebrar, como já aconteceu antes", lembrou.

Pela terceira vez no ano, reunião da comissão bipartite de segurança bancária termina sem avanço

 

A Contraf-CUT se reuniu, nesta quarta-feira (26), com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a comissão bipartite de segurança bancária. Pela terceira vez no ano, os trabalhadores não obtiveram a resposta esperada dos bancos sobre a proteção aos bancários, prevista na clausula 33-Ca da Convenção Coletiva de Trabalho, considerada prioridade para a segurança da categoria.

A clausula 33- C da CCT amplia a possibilidade de realocação dos trabalhadores para outra agência ou posto de atendimento bancário, quando os mesmos tenham sido vítimas de sequestro consumado.  A reivindicação principal da categoria é ampliar a proteção ao bancário vítima de extorsão mediante sequestro. A Fenaban afirmou não ter uma conclusão, do ponto de vista técnico, sobre a mudança e vai entregar uma resposta antes da próxima reunião, marcada para o dia 11 de setembro.

Para Gustavo Tabatinga, secretário de Políticas Sindicais da Contraf-CUT, a prioridade para os trabalhadores é a ampliação da proteção aos bancários, vítimas de extorsão mediante sequestro. “Tínhamos uma grande expectativa, pois o tema já foi debatido nas reuniões anteriores e em todas o assunto tem sido postergado. Acreditamos que os bancos já tiveram um bom tempo para realizar a análise e para nós essa questão é prioritária. ”

Durante a reunião também foram discutidas estratégias para o combate de assaltos a agências e redução do número de ocorrências. A Fenaban afirmou que no ano de 2017 houve uma redução de assaltos a agências bancárias. De acordo com a entidade, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Goiás apresentaram uma redução mais acentuada.

No caso das agências destruídas por assaltos, principalmente em cidades pequenas, os bancos afirmaram que há uma dificuldade maior nessas áreas, onde as questões de segurança pública são precárias.

Seminário de Segurança Bancária
Em reunião, realizada na terça-feira (25), na sede da Contraf-CUT, os bancários definiram a data para o Seminário de Segurança Bancária, que está programado para acontecer nos dias 22 e 23 de agosto, e também discutiram sobre a elaboração de uma ferramenta de monitoração a ataques aos bancos.

Fonte: Contraf-CUT