Abril 26, 2025
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No 1º semestre de 2017, o Banco do Brasil obteve um Lucro Líquido Ajustado de R$ 5,2 bilhões, que representou um crescimento de 67,3% em doze meses e 5,3% no semestre. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) ficou em 10,4%, com alta de 3,8 pontos percentuais. Uma análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no relatório do banco, aponta que o resultado foi consequência principalmente pelo aumento das rendas de tarifas e redução da despesa de provisão, quando comparado ao primeiro semestre do ano anterior.

“É um absurdo o que estão fazendo com o banco. Mesmo com queda nas operações, tanto com pessoas físicas quanto jurídicas, foi anunciado que o aumento do lucro foi influenciado pelo crescimento da receita com tarifas. Ou seja, o banco está esfolando seus clientes, da mesma forma que os bancos privados. Onde está o caráter público da instituição?”, questionou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Os dados do relatório mostram que a Carteira de Crédito Expandida do banco caiu 7,6% em doze meses e atingiu R$ 696,1 bilhões (ligeiro crescimento de 1,1% no semestre). As operações com pessoas físicas caíram 2% em relação ao 1º semestre de 2016, mas ficaram estáveis nos seis primeiros meses de 2017, chegando a R$ 185,9 bilhões. As operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 277,2 bilhões, com queda de 15,4% em doze meses e de 1,3% no semestre. Já as operações com o agronegócio cresceram 2% em doze meses e, em relação ao primeiro semestre, o crescimento foi de 4,5%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou alta de 0,85 pontos percentuais no período, ficando em 4,11%. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) caíram 5,7%, totalizando R$ 13,4 bilhões.

A receita com prestação de serviços e a renda das tarifas bancárias cresceram 10% no período, totalizando R$ 12,4 bilhões. Enquanto isso, as despesas de pessoal, já considerando o pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), caíram 1,8%, atingindo R$ 10,9 bilhões. Portanto, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 113,5%.

Desemprego
A holding encerrou o primeiro semestre de 2017 com 99.603 empregados, com fechamento de 10.012 postos de trabalho em relação a 30 de junho de 2016. O expressivo fechamento de postos de trabalho se deveu à adesão de mais de 9,4 mil trabalhadores ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), anunciado em novembro de 2016. O número de agências se reduziu em 543 unidades, em virtude do plano de reorganização institucional que previa, no decorrer de 2017, o fechamento de 402 agências, com outras 379 passando a ser postos de atendimento (PABs). Não há no relatório, porém, menção ao número de PABs, mas verifica-se que a rede própria do banco foi reduzida em 1.083 pontos de atendimento.

“O próprio ministro da Fazenda reconhece que o desemprego impede a retomada do crescimento econômico. Mas, o Banco do Brasil, que é controlado pelo governo, demonstra não ter qualquer responsabilidade com a recuperação da economia, ao reduzir postos de trabalho e suspender os concursos para contratação de mais funcionários. Assim, o próprio governo contribui para a manutenção da crise”, observou Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Movimento sindical precisa estar unido para se fortalecer na luta contra a retirada de direitos

A Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), sancionada por Michel Temer (PMDB) no dia 13 de julho, entrará em vigor em três meses e inaugurará a CLT dos patrões, com todas as principais reivindicações dos empregadores e uma artilharia pesada contra o trabalho decente.

O Coletivo Jurídico da Central da CUT observou na quinta-feira (10), em São Paulo, durante reunião entre assessores e dirigentes de organizações da CUT que as organizações sindicais terão de apostar na solidariedade, na parceria entre ramos e categorias e em negociações coletivas para enfrentar os ataques autorizados pela nova legislação trabalhista.

“Diversas organizações sindicais do ramo financeiro estão participando desta reunião com o objetivo de traçarmos juntos estratégias jurídicas e políticas para combater esta ‘contrarreforma’, que traz enormes prejuízos para a classe trabalhadora”, afirmou Mauri Sergio Martins de Sousa, secretário de Assuntos Jurídicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “O movimento sindical precisa estar unido para se fortalecer na luta contra a retirada de direitos”, completou o dirigente.

Os dirigentes apontaram ainda que o cenário vai exigir a aproximação entre a classe trabalhadora, desembargadores, representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para discutir uma jurisprudência capaz de manter condições dignas na relação entre trabalhadores e empregadores.

As informações são da CUT.

Os trabalhadores de cooperativas de crédito aprovaram em assembleia realizada nesta quinta-feira (10) a proposta feita pela entidade patronal de reajuste de 5,99% para salários e demais verbas como vales refeição, alimentação, 13ª cesta e auxílios (veja valores no quadro abaixo).

“Um dos melhores reajustes do semestre foi conquistado pelas cooperativas”, avalia Jair Alves, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), responsável pelo segmento. O dirigente sindical observou ainda que somente as cláusulas econômicas foram renovadas e os demais direitos continuam valendo até 31 de maio de 2018.

Entenda
A categoria celebrou em 2016 uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com vigência de dois anos, sendo que as cláusulas econômicas seriam renovadas em um ano. Assim, após longa negociação, a entidade patronal apresentou o índice de 5,99%, que equivale ao INPC/IBGE acumulado do período de junho/2016 a maio/2017 (3,35%) mais aumento real de 2,55%.

Assistencial
A contribuição assistencial autorizada no ano passado também terá reajuste, passando a R$ 27,97. Os trabalhadores que forem contra o desconto deverão registrar sua contrariedade junto ao seu sindicato.

“Após essa reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso, será ainda mais necessária a aproximação dos trabalhadores junto aos sindicatos, a fim de combater os prejuízos trazidos pela lei e para manutenção dos direitos já conquistados pelos acordos coletivos celebrados há mais de 20 anos. Vamos ter um novo desafio pela frente e precisamos estar unidos e bem organizados”, destacou o dirigente.

Fonte: Contraf-CUT, com SPBancários

Jovens realizam ato a favor de Diretas Já e contra as Reformas

O Coletivo de Juventude da Confederação Nacional dos Trablhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reunirá no dia 24 de agosto, a partir das 10h, na sede da entidade, em São Paulo, para discutir ações para fortalecer e unir os jovens contra as propostas do governo Temer.

No mesmo dia, às 17h30, acontecerá o Grito da Juventude pelas Diretas Já e contra as Reformas. A concentração para o ato será em frente ao Sindicato dos Bancários de São Paulo (rua São Bento, 413, Centro, São Paulo).

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, na figura das Diretoras Renata Soeiro e Elizabeth Paradela, se fez presente ao evento promovido pela Secretaria de Políticas Sociais da Fetraf-RJ/ES, em parceria com o escritório Crivelli Advogados Associados, ao Seminário Direitos LGBT e conjuntura. O evento ocorre dia 10 de agosto, na sede da Fetraf-RJ/ES.

O Seminário sobre direitos LGBT recebe também reunião da CGROS.

Documento entregue pelo Comando Nacional dos Bancários à Fenaban contém 21 pontos que delimitam atos que possam prejudicar trabalhadores

O Termo de Compromisso entregue pelo Comando Nacional dos Bancários à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), durante reunião de negociação realizada na terça-feira (8), contém 21 pontos que visam a proteção dos empregos e de direitos históricos da categoria, além de resguardar os trabalhadores de ações que podem fragilizá-los ainda mais diante do poder dos bancos.

“A Lei das Terceirizações (13.429/2017) e a nova Lei Trabalhista (13.467/2017), recentemente aprovadas, podem interferir nas relações de trabalho e nas negociações coletivas entre bancos e bancários e trazer grande prejuízo aos trabalhadores. Nossa intenção é evitar os prejuízos, ou pelo menos, reduzi-los o mais que pudermos”, explicou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.

No preâmbulo do documento, o Comando Nacional observa que “...vai se apresentar um cenário diferente, que poderá remeter ao que existia antes da Convenção Coletiva de Trabalho Nacional, na qual as regras de relações de trabalho eram pulverizadas entre sindicatos regionais e bancos, dificultando tanto a igualdade de direitos e oportunidades entre os trabalhadores quanto inviabilizando a movimentação de bancários entre locais de diferentes contratos”, podendo, desta forma, atingir também os bancos, caso sejam cumpridas à risca as determinações das leis.

Ao final do preâmbulo, antes de listar os 21 pontos do termo, o Comando Nacional observa que estes constituem apenas uma proposta, que deve ser tratada em reunião entre as partes.

A próxima reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban será realizada, em São Paulo, no dia 24 de agosto, quando voltam à pauta as negociações sobre a cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria.

Leia abaixo a íntegra do documento.


À Fenaban

As leis nº 13.429/2017 e 13.467/2017, recentemente aprovadas, irão, sem dúvida, interferir nas relações de trabalho e nas negociações coletivas entre bancos e bancários de modo negativo e desigual para a representação dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Para os bancos, também vai se apresentar um cenário diferente, que poderá remeter ao que existia antes da Convenção Coletiva de Trabalho Nacional, na qual as regras de relações de trabalho eram pulverizadas entre sindicatos regionais e bancos, dificultando tanto a igualdade de direitos e oportunidades entre os trabalhadores quanto inviabilizando a movimentação de bancários entre locais de diferentes contratos.

A reforma trabalhista unilateral e sem nenhum debate com os trabalhadores desqualificou nossos direitos e tratou as conquistas duramente acumuladas como privilégios.

É necessário dizer que não concordamos com a prevalência do negociado sobre o legislado na perspectiva da redução de direitos conforme deseja esta reforma.

Nesta perspectiva propomos reunião para tratar da construção de um Termo de Compromisso entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários que proteja empregos, resguarde direitos históricos e que delimite os atos nocivos que podem advir das referidas leis e de outras que ainda tramitam no Congresso Nacional.

Termo de Compromisso

1º. As partes ajustam entre si que todas as negociações serão feitas exclusivamente com os sindicatos.

2º. As partes ajustam entre si que a Convenção Coletiva de Trabalho é válida para todos os empregados das instituições financeiras e bancárias que o assinam, independente de faixa de escolaridade e de remuneração em que se enquadram.

3º. As partes ajustam entre si que todos os trabalhadores que prestam serviço em favor da cadeia de valores, da qual sejam integrantes os bancos e as instituições financeiras sejam representados pelos sindicatos de bancários.

4º.  As partes ajustam entre si que todas as homologações dos desligamentos serão feitas nos sindicatos.

5º. As partes ajustam entre si que o empregador é responsável pelas condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho, seja ele interno ou externo.

6º. As partes ajustam entre si que os bancos não contratarão trabalhadores terceirizados em atividades fim.

7º. As partes ajustam entre si que os bancos não empregarão, por intermédio de contratos de autônomos, de contratos intermitentes, de contratos temporários, de contratos a tempo parcial e de contratos a regime 12x36.

8º. As partes ajustam entre si que jornada, pausas e intervalos serão consideradas como norma de saúde, higiene e segurança do trabalho.

9º. As partes ajustam entre si que os dirigentes terão livre acesso a todos os locais de trabalho, inclusive, agências digitais.

10. As partes ajustam entre si que todas as cláusulas da CCT estarão asseguradas após a data base e permanecerão as suas vigências até a celebração de nova contratação.

11. As partes ajustam entre si que todas as gratificações de função ou comissões serão incorporadas após dez anos de recebimento.

12. As partes ajustam entre si que PLR não será parcelada em mais de duas vezes.

13. As partes ajustam entre si que não será feita rescisão de contrato de trabalho de comum acordo no formato previsto na lei 13.467/2017.

14. As partes ajustam entre si que não haverá compensação de banco de horas, sem negociação coletiva.

15. As partes ajustam entre si que os intervalos de repouso e de alimentação terão duração mínima de uma hora.

16. As partes ajustam entre si que as férias anuais não serão parceladas em mais de duas vezes.

17. As partes ajustam entre si que não será utilizado o artigo 223 F e incisos da Lei 13.467/2017 que limita a liberdade de expressão dos sindicatos e dos trabalhadores individualmente.

18. As partes ajustam entre si que o salário não será pago em prêmios ou por produtividade.

19. As partes ajustam entre si que não farão a quitação anual de passivos na forma prevista na lei 13.467/ 2017.

20. As partes ajustam entre si que não serão constituídos representantes de empregados não vinculadas aos sindicatos para negociar diretamente com os bancos.

21. As partes ajustam entre si que constituirão o Grupo de Trabalho permanente para avaliar os impactos nas relações de trabalho advindas das mudanças previstas nas Leis da Reforma Trabalhista.

Comando Nacional dos Bancários

Fonte: Contraf-CUT

Em entrevista concedida ao portal Sul21, o assessor jurídico nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Eymard Loguércio, disse que o modelo de sociedade projetado pela nova legislação trabalhista pode jogar o Brasil de volta ao século XIX, com relações de trabalho extremamente precarizadas e um mercado onde poucos ganham muito e a grande massa da população se empobrece cada vez mais. Para o advogado, esse será o cenário da conjuntura no Brasil após a implementação da nova Lei. Para ele, os efeitos dessa mudança, irão muito além da esfera das relações de trabalho.

Leia a entrevista na íntegra no site do Sul21

Fonte: Contraf-CUT

Banco informou à Contraf-CUT e à Fenae que não pretende usar o normativo para contratação de trabalhadores temporários


O diretor de Gestão de Pessoas da CAIXA, José Humberto Pereira, informou à Fenae e à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) que o banco “não tem intenção de utilizar o RH037 para contratação de bancários temporários. A Caixa desde 2009 não realiza este tipo de contratação e foram feitos ajustes de conformidade a uma legislação”.

Na última semana, o banco publicou uma nova versão do normativo, gerando protestos por parte das entidades representativas dos trabalhadores.

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) vai cobrar em negociação da mesa permanente, agendada para 15 de agosto, a revogação do RH.

As entidades representativas dos trabalhadores entendem que não há justificativa para a manutenção de um instrumento que traz insegurança ao conjunto dos empregados. Na mesa de negociação, os representantes dos empregados reforçarão que não aceitam a terceirização.

Fonte: Fetrafi/MG

Acordo entre empregado e Caixa prevê metas individuais. Entre as consequências do GDP estão o aumento da pressão, do assédio moral e dos níveis de adoecimento da categoria

A Caixa Econômica Federal iniciou nesta semana a ampliação do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) para todos os empregados. A medida, que está prevista na mais recente versão do normativo RH 205, publicada em julho, atinge a totalidade dos trabalhadores que tenham concluído o período de contrato de experiência e que não estejam cedidos, requisitados ou liberados.

Entre os vários pontos previstos no normativo e considerados inadmissíveis e inegociáveis pelas entidades representativas, está a assinatura de acordo individual entre o bancário e a empresa. Outro absurdo é a classificação do desempenho do empregado em incipiente, emergente (quatro níveis), eficaz, superior em estilo, superior em resultado ou excepcional, de acordo com o cumprimento de metas.

Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae, reforça que a ampliação do GDP é apenas uma das medidas do projeto para desmontar a Caixa. “Esse processo começa exatamente pelo enfraquecimento dos trabalhadores, que enfrentam mais dificuldades no dia a dia. Éramos 101 mil no final de 2014 e agora temos 90 mil. E a expectativa é de que o total caia para cerca de 87 mil após a conclusão de mais um plano de demissão”, diz.

A diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, acrescenta que a implantação do GDP afronta todos os princípios coletivos da relação de trabalho. “É explosiva a combinação de mecanismos perversos de ascensão/descenso na carreira com a redução de pessoal. Isso torna os ambientes cada vez mais hostis, com sobrecarga, aumento da pressão, assédio moral e adoecimento da categoria”, lembra.

Uma das maiores atrocidades do GDP está sendo cometida contra os avaliadores de penhor, como explica Rita Lima, diretora de Relações do Trabalho da Fenae. “Eles serão obrigados a aumentar o número de contratos. Esse é um produto tradicional da Caixa, mas é impossível para os trabalhadores venderem no mercado, ‘de porta em porta’. Esse é um papel da Caixa, que pode buscar clientes por meio dos bilhões de Reais que investe em propaganda”, frisa.

Histórico
A implantação do GDP começou em 2015, sem qualquer discussão com os representantes dos empregados. Em maio daquele ano, Contraf-CUT e Fenae iniciaram uma ampla campanha de conscientização e mobilização contra o programa. Na ocasião, foram divulgadas uma nota de repúdio das entidades e uma cartilha. Esta última publicação foi impressa e enviada para todos os trabalhadores do banco.

De lá para cá, o GDP foi tema de diversas reuniões da mesa permanente de negociações. Apesar da pressão das entidades do sindicais e do movimento associativo, a Caixa manteve a intransigência. “No ACT 2015-2016, conquistamos a suspensão do programa. A direção do banco sempre se recusou a revoga-lo, já planejando sua retomada, o que está ocorrendo agora. Trata-se de mais um golpe contra nossos direitos”, diz Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretor da Fenae.

Fonte: Fenae

O projeto de Estado mínimo do governo de Michel Temer, entre outros flagelos, visam o desmonte de pelo menos quatro bancos públicos brasileiros. A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil (BB), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) estão sofrendo severos ataques que favorecem o processo de privatização.

Essas empresas públicas estão diretamente relacionadas a programas sociais de habitação, saneamento, microcrédito, agricultura familiar, além da administração de vultosos fundos públicos como FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), Programa de Integração Social (PIS), Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), enfim, mercados os quais os bancos privados ambicionam, literalmente, explorar.

As chamadas “reestruturações” anunciadas resultaram em fechamento de agências, desligamentos de bancários, corte de postos de trabalho, sobrecarga de atividades e, consequentemente, na precarização do atendimento à população e na fragilização do papel social desempenhado pelos bancos públicos.

O BB, empresa de economia mista fortemente influenciada pelo capital privado, foi a primeira a implementar o plano perverso do governo. Fechou 402 agências no país, sendo sete em Pernambuco. Além de transformar outras 379 unidades em postos de atendimento e encerrar 31 superintendências. A adesão ao Plano de Demissão Voluntária (PDV), lançado em novembro de 2016, representou uma redução de 9.306 funcionários. Estima-se que cerca de 500 deles atuavam em Pernambuco. Com isso, o quadro de pessoal foi reduzido para 99.964.

“Sabemos que o desmonte dos bancos públicos integra o plano golpista do Estado mínimo de Temer. O BB, inclusive, afirmou que não prorrogará a Vantagem de Caráter Pessoal (VCP), verba que garantia o complemento salarial dos funcionários prejudicados pela reestruturação. Mas, vamos continuar resistindo para garantir os direitos da classe trabalhadora”, afirma a secretária-Geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Sandra Trajano.

Sob o subterfúgio do ajuste fiscal, a Caixa também passa por um processo de redução do seu quadro funcional. Com o relançamento do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), a empresa 100% pública pretende desligar mais 5.480 empregados, além dos 4.600 que aderiram ao PDVE na primeira etapa. A medida inclui também o fechamento de cerca de 120 agências e de onze gerências, que terão suas atividades direcionadas para cinco centralizadoras nas regiões Sudeste e Sul do país.

As mudanças que integram o processo de reestruturação estão concentradas nas Vice-Presidências de Logística (VILOG), Governo (VIGOV), Habitação (VIHAB), Fundos de Governo (VIFUG), Finanças e Controladoria (VIFIC), Gestão de Pessoa (VIPES) e Tecnologia da Informação (VITEC). Processos relacionados a FGTS, repasses, programas sociais e habitação estão entre os que serão impactados negativamente. “Em Pernambuco, as gerências mais afetadas serão a Gipes, que dos 39 funcionários passará a ter quatro; e a Gifug que tem 72 e, agora, ficará com 12. O Sindicato vai acompanhar de

perto o trabalho do Comitê de Realocação para garantir os direitos dos empregados da Caixa”, assegura a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

Ainda segundo Suzineide, além de prejudicar a população, a reestruturação da Caixa também ataca os diretos da categoria. “Tudo leva a crer que a Caixa simplesmente abolirá o seu sistema próprio de incorporação de função a partir da reforma trabalhista, o que atenta contra os direitos adquiridos pelos bancários e não será tolerado pelo Sindicato”, afirma.

A entidade ingressou com ações coletivas, contra a Caixa e BB, que buscam o reconhecimento judicial do direito à incorporação dos adicionais dos exercentes de função que serão afetados pelo processo de reestruturação dos dois bancos federais.

Os bancos estaduais e regionais também são alvo da política de minimização do Estado. O Banco do Nordeste fechará 19 agências no país e reduzirá o número de funcionários. Dos 1.540 aposentáveis do BNB, 474 aderiram ao Programa de Incentivo à Aposentadoria (PIA). Em Pernambuco, foram abertas 115 vagas e 18 bancários chegaram a concluir o processo de adesão. “É lamentável assistir uma instituição de desenvolvimento como o BNB sendo duramente atacada. O Sindicato vai lutar para que sejam feitas as reposições das vagas e para que não haja sobrecarga de trabalho”, diz o secretário de Assuntos Intersindicais e funcionário do BNB, Fernando Batata.

Assim como o BNB é responsável por financiar o desenvolvimento da região Nordeste, oferecendo apoio ao micro e pequeno empresários, o Banrisul fomenta a agricultura familiar no Rio Grande do Sul e está sob ameaça de cortes. Em janeiro deste ano, foram divulgadas informações sobre uma possível federalização do Banrisul, que seria dado como garantia na negociação da dívida do Rio Grande do Sul junto à União. O Ministério da Fazenda já condicionou à negociação da dívida à alienação do banco.

“Nos sentimos constantemente ameaçados pelo governo golpista e especulador de Michel Temer, que já revelou a intenção de vender o banco. Consideramos essa posição completamente inadmissível, tendo em vista que nenhuma venda de estatal coloca o país para frente. Portanto vamos continuar à frente dos movimentos contra as privatizações, contra as reformas, em favor da classe trabalhadora", analisa a diretora do Sindicato e funcionária do Banrisul, Janaína Kunst.

Apesar do lucro de R$ 659 milhões, o Banrisul também iniciou o seu Plano de Aposentadoria Voluntária (PAV), que segue com prazo de adesão até o próximo dia 31 de agosto e é destinado a 700 funcionários aposentáveis. “Não podemos aceitar essas demissões em massa e a desvalorização do quadro de funcionários, enquanto o banco lucra milhões”, ressalta Janaína.

Frente aos desmontes em curso, o Sindicato reitera o seu compromisso de lutar em defesa dos bancos públicos, do emprego e do fortalecimento do Brasil. “Prescindir de um forte sistema financeiro público significa comprometer a soberania social e econômica do nosso país. Não vamos permitir que Temer venda o Brasil, tornando o rico cada vez mais rico e gerando uma nação de miseráveis”, conclui Suzineide Rodrigues.

Fonte: Seec-PE