Abril 30, 2025
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A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com o banco no final da tarde de sexta-feira (5) para debater a minuta de reivindicações específicas dos funcionários do banco. “Estamos sem negociação desde antes da pandemia, há praticamente dois anos”, lembrou a coordenadora da COE, Magaly Fagundes, durante o encontro.

Emprego, saúde e segurança são os principais pontos da minuta. O documento foi construído de forma coletiva e atualizado no Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, que ocorreu em agosto.

O banco assumiu o compromisso de, ainda nesta semana, entre 8 e 12 de novembro, enviar uma proposta de calendário de negociação da minuta específica e sobre os seguintes pontos abordados também no encontro:

Teletrabalho

O rodízio de teletrabalho na rede de agências acabou no dia 4 de outubro. Recentemente o Comando Nacional dos Bancários divulgou o resultado da 2ª Pesquisa de Teletrabalho da Categoria Bancária. “Com base neste material, o Diesse (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) está preparando um relatório com o recorte do Bradesco. A partir dele, precisamos ajustar o acordo à realidade das funcionárias e funcionários do banco”, ponderou Magaly, completando que é preciso ainda rever o acordo de teletrabalho que foi assinado em 2020.

Planos de Saúde

Antes da pandemia, os representantes dos funcionários haviam levantado uma série de questões relacionadas à ampliação dos planos Saúde e Dental. Na ocasião, antes do lockdown, o banco pediu 90 dias para buscar soluções. Na reunião, portanto, os sindicatos pediram a retomada da discussão para rever os problemas com a rede de credenciados pelas federações e seus respectivos sindicatos.

Igualdade de oportunidades

Os representantes dos trabalhadores também se manifestaram sobre a necessidade de o banco apresentar propostas para alcançar a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, brancos e negros, além da equidade salarial entre todos e todas.

Reestruturação

Apesar de o Bradesco não anunciar, oficialmente, que há um programa de reestruturação em andamento, as demissões acontecem ao mesmo tempo em que o banco vem transformando agências em unidades de negócio (UN), estruturas sem caixas e com atendimento automatizado.

“De janeiro até agora, segundo levantamento que fizemos nas bases dos sindicatos, passamos de 3 mil demissões. Isto tem a ver com a implementação das unidades de negócios?”, questionou Magaly. Considerando doze meses, encerrados em setembro de 2021, o Bradesco eliminou cerca de mil agências, resultando no corte de mais de 8.100 postos de trabalho.

Os representantes do banco argumentaram que as UNs são “uma estratégia de negócio que respondem a uma demanda de mercado”, processo que já vinha ocorrendo, mas que foi “acelerado pela pandemia” e que “não existe, neste momento, reestruturação”.

Os representantes dos trabalhadores rebateram: “Temos cidades com 300 mil habitantes onde o banco deixou apenas uma agência para atender todo o público, sobrecarregando os funcionários”, destacou o diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, Geraldo Rodrigues de Oliveira.

Magaly pontuou ainda que os sindicatos receberam manifestações de funcionários preocupados com a segurança. “As UNs não têm tanto movimento como as agências, mas há um caixa eletrônico que acaba expondo o funcionário”, destacou.

Em relação ao aumento das demissões, os porta-vozes da direção do Bradesco disseram que parte dos desligamentos “são de pessoas que estão pedindo demissão para trabalhar em outras áreas, indústrias, ou abrir negócio próprio”.

Os representantes dos trabalhadores rebateram: “As demissões não tem a ver com o descontentamento dos funcionários com a situação do trabalho, plano de carreira e salários?”, perguntou Magaly. “Quando olhamos para os números, ficamos um pouco assustados, porque o Bradesco sempre defendeu ser ele um banco de carreira”, completou a coordenadora da COE.

“Hoje aconteceram dois casos comigo, de duas bancárias distintas. Uma gerente de agência, dizendo que o motivo da sua demissão foi ‘reestruturação’, palavra que saiu da boca da gestora dela, e outra que pediu para sair por causa de sobrecarga no trabalho, para buscar emprego em outro banco”, contou a representante do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região na COE Bradesco, Erica Oliveira.

Para os representantes dos trabalhadores, o fechamento de agências e a redução do número de funcionários, da forma como estão ocorrendo, precisam ser esclarecidos pelo Bradesco. Durante o encontro eles destacaram a necessidade de o banco apresentar em breve uma resposta à minuta de reivindicações que abre, justamente, com o pedido para que a empresa institua “medidas que visem aumentar o número de empregados, adequando o seu quadro funcional à praça e ao porte das agências, de modo que não ocorra sobrecarga de trabalho e o tempo de espera no atendimento dos clientes e usuários não seja superior a 15 minutos”.

Fonte: Contraf-CUT

Embora as tecnologias digitais sejam celebradas como motor de mudança e solução de problemas (até mesmo estruturais) da sociedade, não é possível negar o papel considerável que elas exercem no reforço de opressões e desigualdades.

Essa relação direta é tema de análise no dossiê 46 do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social. Com o título Big Techs e os desafios atuais para a luta de classes, o documento parte do princípio de que as ferramentas digitais presentes no cotidiano são "mais uma peça" na engrenagem do capitalismo.

"A sociedade capitalista frequentemente produz conhecimentos, técnicas e tecnologias que expressam sua própria natureza e suas contradições. Apropria-se do que existe e busca moldar a realidade para satisfazer suas dinâmicas", diz o texto.

O dossiê é fruto do Seminário Tecnologias Digitais e Luta de Classes, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Carolina Cruz, que atua no setor de Tecnologia da Informação do MST e participou da produção do documento, afirma que o objetivo é entender os fenômenos a partir da perspectiva das lutas sociais.

"A gente parte da compreensão de que as tecnologias são fruto do seu tempo. São produzidas por pessoas e expressam as relações, a cultura de um tempo e a forma predominante em que essa sociedade se organiza. A gente vive em um tempo em que a forma predominante é o modo capitalista".

Esse é o ponto central da análise, que demonstra em exemplos como a precarização do trabalho, a insegurança alimentar, a vigilância social e a concentração de renda, informação e poder continuam intactas, a despeito de todos os benefícios prometidos pelas novidades tecnológicas.

"As relações são dominadas pela lógica de acumular cada vez mais capital, mais do que satisfazer as nossas necessidades e criar melhores condições de vida para a população. O que nos leva a absurdos como os recordes de exportação do agronegócio brasileiro em um momento em que a fome volta a assolar o país".

O dossiê avalia as relações entre gigantes do agronegócio e empresas de tecnologia, causadoras de impactos que vão desde o avanço do uso de sementes geneticamente modificadas até mecanismos de financiamento da produção. Hoje é possível dizer que a segurança alimentar da humanidade está nas mãos da iniciativa privada.

Essa conclusão é aplicável a diversos outros setores, "para compreender a ascensão das grandes corporações de tecnologia, conhecidas como Big Techs (Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft etc), é preciso compreender como elas se relacionam com os mecanismos de acumulação do capital", pontua o texto.

Segundo o dossiê, "Por mais que se apresentem como “solução” aos problemas econômicos atuais, essas corporações são sintomas, ou seja, expressam como o capitalismo em crise busca direcionar as tecnologias para seus interesses".

Como caminho para reverter esse processo de reafirmação das desigualdades, o texto aponta como a necessidade de estabelecimento da tecnologia como bem comum e não como propriedade de um grupo seleto. 

Dar acesso aos recursos e produtos não é suficiente. É necessário "um projeto tático e estratégico de classe" para que a eficiência das soluções sejam reais. A conclusão do dossiê é de que o debate não pode ser pautado por interesses individuais, mas pela coletividade e participação.

::Ciência Popular | Acesso à tecnologia e desigualdade social::

Carolina Cruz ressalta que é preciso combater a ideia de que a dinâmica atual da presença das tecnologias na vida da população é um processo inescapável, "Há uma função ideológica nisso. Ao acreditar que está tudo controlado, a gente fica sem margem de ação e acaba se conformando com as coisas como elas estão", alerta.

Fonte: Brasil de Fato

Nesta semana, entre os dias 9 e 12 de novembro, os trabalhadores nascidos em maio, junho, juho e agosto inscritos no auxílio emergencial por meio do site ou aplicativo da Caixa Econômica Federal (CEF) ou inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) podem sacar a sétima e última parcela do benefício.

O cronograma deste último ciclo prevê que os saques serão liberados a todos os trabalhadores até o dia 19 de novembro. Aniversariantes de setembro, outubro, novembro e dezembro recebem na próxima semana.

:: Confira aqui o calendário completo ::

Como sacar?

A liberação do dinheiro é feita em duas etapas. Na primeira, é necessário acessar o aplicativo “Caixa Tem” e selecionar as opções “Saque sem cartão” e “Gerar código de saque”. Depois, com o código em mãos, o beneficiário tem até uma hora para fazer a retirada do dinheiro em lotéricas ou agências da Caixa. O saque é liberado de acordo com o mês de aniversário da pessoa inscrita.

Até então, o dinheiro apenas podia ser movimentado apenas digitalmente, permitindo o pagamento de contas com o aplicativo Caixa Tem e compras com o cartão virtual. 

Auxílio Brasil  

Criado em 2020 devido à crise econômica intensificada pela pandemia de covid-19, o auxílio emergencial encerrou em outubro passado, com as últimas liberações de saque neste mês de novembro.

De acordo com o ministro da Cidadania, João Roma, a partir deste mês de novembro será implementado o Auxílio Brasil, que irá substituir o Bolsa Família e o auxílio emergencial.

Para os beneficiários do Auxílio Brasil, será feito um reajuste de 20% sobre o valor médio pago às famílias. Já para os trabalhadores inscritos no CadÚnico e que estão inseridos nas faixas de pobreza e pobreza extrema haverá um benefício mínimo de R$ 400. 

Incertezas 

A criação do Auxílio Brasil pretende derrubar o Bolsa Família, que completou 18 anos no último dia 20 de outubro. A proposta de alteração no programa de transferência de renda foi encaminhada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, em agosto deste ano, por meio da Medida Provisória (MP) 1061/2021.  

O Bolsa Família é um programa popular, citado em artigos e manifestos, não apenas por seu impacto em diversas esferas da sociedade brasileira ao longo dos anos, mas também pelo fato de estar sendo aniquilado pelo governo Bolsonaro.  

A mudança, entretanto, pode diminuir a quantidade de beneficiários. Uma reportagem do Estadão, com dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostrou que cerca de 5,4 milhões de beneficiários podem ter uma redução no valor do benefício, o que representa 37% dos 14,7 milhões de atuais beneficiários do programa.

Fonte: Brasil de Fato

Este artigo analisa como a precarização do trabalho, disfarçada no discurso de “modernização” das relações de contratação, ficam evidentes em momentos de instabilidade econômica, causando diminuição de renda e incertezas aos trabalhadores e trabalhadoras. O texto foi originalmente publicado na 19ª Carta do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) – que pode ser acessada por aqui.

A “reforma” trabalhista aprovada em 2017 “legalizou”, em alguma medida, um conjunto de práticas no campo do trabalho que, historicamente, foram questionadas e combatidas, através do enfrentamento político e jurídico, pelos representantes da classe trabalhadora. Durante o processo que culminou na aprovação, determinados setores da sociedade – empresários, partidos políticos, meios de comunicação –, contrapondo-se à opinião de que a “mudança” na legislação (CLT), na forma como estava sendo feita, retiraria a proteção dos trabalhadores, não economizaram munição no enfrentamento, no campo das ideias, que buscou convencer a população de que o país precisava modernizar sua legislação trabalhista.

A promessa, com a aprovação da “reforma”, e com a diminuição de encargos (apresentados como “desnecessários”), era de geração de emprego, criação de postos de trabalho, aumento das exportações, enfim, o Brasil se tornaria mais “competitivo” no cenário mundial. A ideia de “menos direitos” foi apresentada como uma pauta positiva, associado a uma relação menos “engessada”, com maior flexibilidade e autonomia do trabalhador para negociar seu contrato de trabalho. Esta não é uma situação exclusivamente brasileira. Trabalhadores de outros países também foram, nos últimos anos, vítimas da “flexibilização” que levou a precarização nas relações de trabalho. David Harvey, geógrafo inglês, explica que as crises, no capitalismo neoliberal, são sempre uma justificativa para retirada de direitos.


‘Reforma’ trabalhista levou à precarização do trabalho e ao ‘massacre’ dos trabalhadores


Ao mesmo tempo em que se constrói um discurso positivo sobre a “flexibilização”, surgem modelos de contratação, no âmbito da prestação de serviços, que estão em absoluta consonância como essas ideias. A “uberização” do trabalho, termo utilizado por, entre outros, Ricardo Antunes, sociólogo do trabalho, é um exemplo disto. O trabalho por meio de “aplicativos” estabelece uma relação mediada por uma “plataforma digital”, o que rompe com o tradicional vínculo entre empresa e trabalhador, e sugere que os indivíduos sejam “agora” donos de seu próprio negócio. Este novo modelo permite uma relação que substituí a ideia de funcionário pela ideia de “parceiro”, o que, pelo menos em tese, contribui para subtrair, das empresas, um rol de responsabilidades.

Com relação aos “novos modelos” de trabalho, que ganharam protagonismo no último período, algumas coisas se conjugaram, entre elas: 1) a chegada de tecnologias (aplicativo) que permitem a intermediação entre “empresa” e “pessoas”, permitindo o seu uso, para a prestação de serviço, em qualquer horário, o que garante um autocontrole de jornada, dando assim a impressão de autonomia; 2) um discurso massivo de que a flexibilização, da jornada e das relações de trabalho, é algo “moderno” e traz vantagens, inclusive de que as pessoas deixam de ser “empregadas” e passam a ser donas de seu próprio negócio; 3) uma alta taxa de desemprego, o que tornou o serviço por aplicativo uma alternativa de renda importante e 4) a legitimação (Reforma Trabalhista) de um modelo de contratação em que a flexibilização de jornada e de direitos são legalizados.

Uma nova “mentalidade” para uma nova tecnologia

A ideia de que um emprego fixo – com renda e jornada fixas, e com direitos (férias, 13º salário, auxílio-refeição etc.) – é coisa do passado, vem sendo utilizada, já há algum tempo, inclusive pelos meios de comunicação, como argumento de que a flexibilização, nas relações de trabalho, é o melhor caminho para tornar as empresas competitivas e a econômica pujante. “Autonomia” tornou-se a pedra de toque para este debate que tenta enfraquecer a concepção “coletiva” de organização dos trabalhadores e põe o individualismo no centro.

Mas, como isso tem ocorrido na prática? Quais são os desafios financeiros para um trabalhador que não tem seu salário garantido no final do mês?

Quando as corridas por aplicativo chegaram ao Brasil, muitos tiveram ganhos satisfatórios a ponto de deixarem seus empregos fixos para dedicação exclusiva ao novo “empreendimento”. Com o tempo, o gasto com a manutenção do automóvel baixou um pouco a expectativa, mas a alta taxa de desemprego, no País, consolidou o “aplicativo” como uma alternativa de trabalho e renda.

Instabilidade econômica

pandemia da covid-19, que obrigou uma parcela significativa de pessoas a ficar em casa, revelou alguns dos problemas que a falta de empregos formais e bons acordos coletivos podem trazer para os trabalhadores. Uma constatação, sobre este modelo de trabalho, especialmente com a necessidade de ficar em casa por conta da pandemia, é a dificuldade de formar uma provisão. A manutenção, um fator de pouca previsibilidade, obriga o dono do automóvel a gastar parte do dinheiro que poderia tornar-se uma poupança. Outra questão é a necessidade de uma jornada muito alta para garantir o ganho necessário para as contas do mês.

precarização no trabalho
Precarização no trabalho: Para tentar compensar os gastos com o combustível, motoristas chegam a trabalhar de 14 a 16 horas, diariamente (foto de arquivo pessoal, via BBC News)

Com a manchete “’Se aumentar mais, profissão acaba’: alta dos combustíveis já levou 25% dos motoristas de apps a desistir”, matéria na BBC News aborda esta questão, e mostra que mesmo pessoas que chegaram a ter, outrora, uma renda satisfatória, têm considerado, no momento, deixar de trabalhar com o aplicativo por ser impraticável realizar corridas, e ter um ganho razoável, com o atual preço dos combustíveis.  Situação que se agrava quando o motorista precisa alugar um automóvel, que pode chegar a dois mil reais por mês.

Para tentar compensar os gastos com o combustível, motoristas chegam a trabalhar de 14 a 16 horas, diariamente. Além disso, as empresas não vinham, há algum tempo, reajustando os valores para os motoristas, o que fez com que uma parcela deixasse de trabalhar com o aplicativo. As empresas, por sua vez, negam que estejam perdendo “parceiros” e afirmam que estão reajustando – o que teria acontecido em setembro – o preço das corridas sem repassar aos clientes (G1/Economia).


O fato é que os trabalhadores de “aplicativo” – usamos aqui o exemplo das “corridas”, mas poderíamos citar outros setores, como “entregas” etc. – vêm sentindo dificuldade em obter a renda necessária para cobrir suas despesas. Muitos afirmam que “paga-se para trabalhar”. Quando a economia está melhor, o desemprego é baixo e as pessoas estão consumindo mais, o discurso que defende a flexibilização do trabalho, como um modelo paradigmático, esconde melhor suas desvantagens, e torna-se “aceitável”, sobretudo entre os jovens. Mas, quando se enfrenta alguma crise, logo fica evidente o quanto, num país como o Brasil, faz-se necessário uma legislação que garanta renda e direitos mínimos. A flexibilização, nessa conjuntura, agrava a “precarização” e leva parcela importante dos trabalhadores ao empobrecimento.

Se a precarização do trabalho, por si só, leva às pessoas ao problema da renda (pela supressão de direitos), também agrava o problema da saúde, pois é necessário trabalhar mais (de forma extenuante) para garantir um determinado padrão. Esse conjunto de coisas faz da oposição entre negociações individuais e coletivas um tema, em tempos de crise, fundamental para uma reflexão sobre o futuro da classe trabalhadora.


Claudio Pereira Noronha é graduado em Administração de Empresas, com pós em Globalização e Cultura. Mestre e doutor em Ciências da Religião e assessor do Sindicato dos Bancários do ABC.

Fonte: Rede Brasil Atual

Durante reunião com a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, realizada na sexta-feira (5), o banco anunciou a ampliação de 10% para 20% do quadro de trabalhadores no esquema presencial, a partir do dia 16 de novembro.

Os funcionários que estão em home-office recebem o convite para o retorno ao trabalho presencial a partir desta segunda-feira (8). O retorno valerá para todas as estruturas administrativas. A cada semana, o banco irá incrementar em mais 20% o quadro presencial. Porém, avaliando o cenário a cada 15 dias para determinar se mantém o fluxo de retorno ou suspende.

Apenas aqueles que estiverem totalmente imunizados estarão elegíveis para o trabalho presencial. Funcionários do grupo de risco e gestantes continuarão em home-office. E, conforme solicitado anteriormente pelos sindicatos, o retorno será de forma gradual, respeitando os protocolos de segurança e com escalas nos horários de almoço, de entrada e de saída de funcionários.

A coordenadora da COE, Magaly Fagundes, manifestou que os sindicatos continuarão atentos para que o grupo de risco seja protegido. “Chegou para nós a informação de uma pessoa com diabetes que recebeu do gestor a solicitação para voltar ao trabalho presencial. Então, pedimos para que os gestores sejam reorientados a não buscarem ninguém do grupo de risco”, destacou.

Em reunião anterior, realizada em setembro, os representantes dos bancários cobraram a manutenção dos protocolos de segurança e saúde, negociados desde o início da pandemia, como uso de máscara por clientes e funcionários, manutenção do distanciamento, álcool em gel e melhoria na qualidade das máscaras fornecidas aos funcionários. No encontro dessa sexta, o banco confirmou a aplicação do protocolo e a compra de um novo modelo de máscara, de proteção tripla, que será fornecida aos funcionários a partir da próxima remessa.

Horário de atendimento

O Bradesco manterá o horário reduzido para o público normal nas agências, das 10h às 14h. E, para os aposentados, em dia de pagamento, das 8h às 14h e, em dias normais, das 9h às 14h.

Fonte: Contraf-CUT

O banco Bradesco obteve lucro líquido recorrente de R$ 19,602 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, crescimento de 54,9% em relação ao mesmo período de 2020. No 3º trimestre, o lucro foi de R$ 6,767 bilhões, alta de 7,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado do banco –ROE) foi de 18,3%, com alta de 5,4 pontos percentuais (p.p.) em doze meses.

O resultado é melhor, inclusive, do que o dos períodos que antecederam a pandemia. Segundo o banco, é reflexo da melhora da atividade econômica, do resultado obtido com as operações de seguros, que evoluíram mais de 100% no trimestre, da alta das receitas com margem financeira com clientes e prestação de serviços, além das menores despesas com PDD.

“O resultado do banco foi excelente e seria motivo de a gente ficar feliz por o país estar se recuperando. Mas, a realidade é bem diferente. A fome voltou ao Brasil! E o banco, não tem sequer vergonha de dizer que um dos motivos de seu astronômico crescimento é a cobrança de tarifas por prestação de serviços dos brasileiros. Isso faz com que, ao invés de felizes com o crescimento do lucro do banco, a gente fique triste”, lamentou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Magaly Fagundes. “Ficamos ainda mais tristes quando vemos que não apenas o Bradesco, mas os bancos de uma forma em geral, lucram muito mesmo com a imensa crise que vive o país e o mundo. Este não é o sistema financeiro que a gente quer! Este não é o sistema financeiro que o Brasil precisa!”, completou.

A receita obtida pelo Bradesco com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 5,3% em doze meses, totalizando R$ 20,4 bilhões. Esta é uma fonte secundária de receitas do banco. O valor é muito grande, porém muito menor do que os obtidos pelo banco com suas principais transações financeiras. Mas, mesmo com este valor “secundário”, o banco consegue pagar todas as despesas de pessoal e ainda sobra 38,3%.

Demissões e fechamento de agências

Nos últimos três meses, o banco abriu 374 postos de trabalho. Mas, se olharmos a quantidade de vagas fechadas no decorrer de um ano, veremos que a verdade é que banco vem reduzindo seu quadro de funcionários. Ao final de setembro de 2021, a holding contava com 87.736 empregados no país, com fechamento de 8.198 postos de trabalho em doze meses.

E os clientes, como demonstra o relatório do próprio banco, estão pagando cada vez mais tarifas, têm menos trabalhadores para atendê-los e também menos agências para procurar em caso de necessidade. Em doze meses, foram fechadas 765 agências e 120 postos de atendimento (PA).

“O lucro do banco foi expressivo em todas as operações. Não se justifica a redução do quadro de funcionários e o fechamento de agências”, disse Magaly.

Carteira

A carteira de crédito expandida do banco cresceu 16,4% em doze meses, atingindo R$ 773,3 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 24,7% no período, totalizando R$ 303,5 bilhões, com destaque para o financiamento imobiliário (+41,3%), cartão de crédito (+26%) e o crédito consignado (+24,2%). As operações com pessoas jurídicas somaram R$ 469,8 bilhões no país, com alta de 11,6% em doze meses. Nesse segmento, destacaram-se o crédito rural (+41%), o CDC/Leasing (+31,7%) e o financiamento imobiliário (+18,4%). O Índice de Inadimplência para atrasos superiores a 90 dias subiu 0,3 p.p., ficando em 2,6% no 3º trimestre. As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) foram reduzidas em 47% em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 11,1 bilhões em setembro de 2021.

Fonte: Contraf-CUT

CUT Brasil – No segundo dia da viagem do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, à Venezuela, a comitiva de sindicalistas foi recebida por ministros do governo de Nicolás Maduro, em Caracas. O dirigente brasileiro está no país vizinho desde terça-feira (2), em uma ação de solidariedade aos trabalhadores e ao governo venezuelano, que, em janeiro deste ano, doou 130 mil litros de oxigênio hospitalar a Manaus (AM), onde pacientes internados com covid-19 morreram por asfixia.

Em retribuição, a CUT fez uma campanha de arrecadação e conseguiu recursos para a compra de uma tonelada de peças de reposição para a usina local de produção deste insumo hospitalar. “Nosso principal interesse [ao doar o oxigênio] era salvaguardar vidas de brasileiros, porque nossa vontade infinita é sempre poder expressar ao povo do Brasil nosso carinho e respeito sincero”, disse o chanceler Rander Peña, vice-ministro das Relações Exteriores do país vizinho.

A Venezuela sofre embargo econômico internacional há seis anos, principalmente dos Estados Unidos, o que impede o país de comprar insumos às suas plantas.

“A unidade e troca de experiência entre todos os trabalhadores e trabalhadoras latino-americanos, por meio de seus representantes legítimos, é muito importante para o movimento sindical e para a Região, porque temos lutas semelhantes em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da democracia e da soberania de cada país”, afirmou o presidente nacional da CUT.


Acompanhado do secretário de Relações Exteriores da CUT, Antonio Lisboa, de Miguel Torres, presidente da Força Sindical, e de Sandro Cezar, presidente da CUT-Rio, Sérgio Nobre se reuniu na tarde desta quarta-feira (3) com Rander Peña, ao lado do embaixador venezuelano no Brasil, Alberto Castellar, e do vice-ministro e chanceler Carlos Ron, presidente do Instituto Simon Bolívar. Antes, o presidente da CUT teve encontro com o ministro do Trabalho da Venezuela, José Ramon Rivera.

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Encontro reafirmou aos ministros venezuelanos o agradecimento pela doação de oxigênio a Manaus / Reprodução

Relações

Até sábado (6), quando retornarão ao Brasil, o presidente nacional da CUT e comitiva terão reuniões com lideranças sindicais e sociais venezuelanas.

O chanceler Rander Peña se disse honrado e agradeceu a presença dos sindicalistas brasileiros ao afirmar que “a vinda dessas importantes representações sindicais do Brasil à Venezuela nada mais é do que o interesse mútuo, a expressão genuína de nossos povos de se abraçarem como sempre deveria ter sido e jamais deveria ter sido interrompido”.

O governo Bolsonaro não reconhece o presidente Nicolás Maduro, retirou equipe diplomática daquele país e nunca agradeceu a doação de oxigênio feita por Nicolás Maduro. “Para o povo venezuelano, para o presidente Nicolás Maduro e para a Revolução Bolivariana, é importante a vida de cada homem e cada mulher latino-americano no mundo”, responde o vice-ministro Peña.

O presidente nacional da CUT reafirmou aos ministros venezuelanos o agradecimento pela doação de oxigênio a Manaus e disse que o principal objetivo da visita, além de reforçar relações, é retribuir a solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras venezuelanos, que foi crucial para evitar mais mortes durante o colapso da saúde em Manaus.

Sérgio Nobre visitará a Usina de Sidor, em Orinoco, a 320 quilômetros da capital Caracas, que produziu o oxigênio hospitalar doado ao Brasil, em janeiro. A compra foi feita com os recursos arrecadados durante os quatro meses da campanha lançada pela CUT em 29 de junho, junto a seus entes filiados.

Pesquisadores do Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) defendem cautela na retomada de eventos sociais com aglomeração diante do índice ainda insuficiente de vacinação no país. De acordo com os cientistas, a retomada irrestrita de hábitos como esses só é efetivamente segura quando a imunização completa contra o novo coronavírus e suas variantes é de 80% do total da população – enquanto o país está com 56%.

O alerta é publicado em um momento em que diversas regiões do país convocam 100% por dos alunos para o retorno às aulas presenciais, como o estado de São Paulo. Além disso, eventos em locais de aglomeração, como estádios de futebol, cinemas, casas de shows e baladas já ocorrem com lotação máxima. Os pesquisadores alertam, porém, que não basta que apenas a população adulta esteja devidamente vacinada. E, também, que “quantidade expressiva” de pessoas ainda precisa retornar para a aplicação da segunda dose ou dose de reforço. Até 25 de outubro, mais de 14 milhões de brasileiros estavam com mais de 15 dias de atraso para a segunda dose do imunizante.

“Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis”, diz a publicação.

boletim destaca que a cobertura vacinal vem aumentando paulatinamente, tendo alcançado. No entanto, esses índices ainda estão distantes do patamar considerado “ideal”.

Até que essa taxa de vacinação seja alcançada, a Fiocruz recomenda que sejam mantidas medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos. Além disso, eventos com aglomeração só devem ocorrer mediante exigência de comprovante de vacinação entre todos os participantes.

Não vacinados e a ‘quarta onda’

Em função do relaxamento das medidas restritivas, o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, alertou nesta quarta-feira (3) para o surgimento de uma “quarta onda” da covid-19 em seu país. “Em algumas regiões da Alemanha, os leitos de UTI disponíveis estão ficando novamente esgotados”, advertiu. De acordo com o ministro, esse novo aumento no número de casos e internações tem se dado “essencialmente” entre os não vacinados.

Nesse sentido, ele cobrou que os estados adotem medidas mais rígidas de controle de circulação dos não vacinados. Ele citou, por exemplo, a proibição do acesso a locais públicos ou a exigência de um teste PCR negativo – mais caros que os testes de antígenos adquiridos em farmácia.

Na Itália, as autoridades de Saúde da região de Friuli Veneza Giulia, também constataram um novo foto de contaminação pela covid-19. Trieste, a capital da região, vem registrando seguidos protestos contra o passaporte, desde meados de outubro, quando o governo nacional estabeleceu o chamado “passe verde”, que obriga a apresentação do comprovante de vacinação para acessar os locais de trabalho.

Grupos que resistem à vacinação também têm colocado em risco os avanços no enfrentamento da pandemia em diversos outros países, como França, Estados Unidos e Rússia. Neste último, o país voltou a registrar novo recorde de óbitos – 1.189 mortes – nesta quinta (4). Para conter o avanço da doença, medidas restritivas foram adotadas até este domingo, mas deverão ser estendidas pelo governo russo. Apenas serviços essenciais estão autorizados a funcionar presencialmente. Por lá, menos de 35% foi totalmente imunizada até o momento.

Reino Unido aprova medicamento

Também nesta quinta (4), o governo do Reino Unido foi o primeiro a autorizar o uso do medicamento molnupiravir contra a covid-19. Produzido em cápsulas, o novo medicamento, que tem o nome comercial de Lagevrio, é produzido pela farmacêutica Merck (MSD, no Brasil). Ainda não há definição se o remédio poderá ser adquirido em farmácias ou se será distribuído pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS).

De acordo com a agência regulatória britânica, a nova medicação é recomendada para pessoas acometidas com casos leves ou moderados da doença, e que tenham ao menos um fator de risco – imunodeficiência, diabetes, obesidade, doenças cardíacas, etc. Nesse sentido, seu uso deve ocorrer imediatamente após a doença ter sido diagnosticada em testes laboratoriais. Ou dentro de cinco dias após os surgimentos dos primeiros sintomas.

Números da pandemia no Brasil

O Brasil registrou 463 óbitos confirmados pela covid-19, totalizando 608.671 vítimas fatais, nesta quinta (4). Na média móvel dos últimos sete dias, as mortes registradas ficaram em 229. É o menor número desde 24 de abril de 2020. De acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), 13.352 casos novos foram confirmados nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o total de casos chega a 21.849.137. O estado de São Paulo segue no topo da lista em número de casos e óbitos. E o Rio de Janeiro lidera na taxa de mortalidade.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Itaú Unibanco teve alta de 34,8% no lucro do terceiro trimestre em relação ao ano anterior, impulsionado por empréstimos para pessoas físicas e menores provisões. O lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários, foi de R$ 6,779 bilhões, em linha com a estimativa compilada pela Refinitiv de R$ 6,735 bilhões, e comparado com R$ 5,03 bilhões um ano antes.

O retorno sobre o patrimônio líquido, um indicador de lucratividade, foi de 19,7% no trimestre, contra 15,7% na mesma etapa de de 2020.

A carteira de crédito do Itaú cresceu 5,9% no trimestre e 13,6% em 12 meses, impulsionada por financiamentos de veículos, cartões de crédito e crédito imobiliário.

A rápida expansão dos empréstimos de varejo, juntamente com maiores ganhos comerciais, resultaram em aumento de 15,3% na receita líquida de juros, para R$ 19,5 bilhões.

O índice de inadimplência dos empréstimos de 90 dias subiu de 2,3% para 2,6% na comparação sequencial. Ainda assim, as provisões para devedores duvidosos caíram 17,2% na comparação anual, para R$ 5,232 bilhões.

As receitas com tarifas cresceram 6,4% ano a ano, mesmo com o resultado da corretora XP, uma vez incorporado à linha de rendas de tarifas, não mais consolidado no Itaú.

Apesar de um acordo coletivo de trabalho que garantiu aos empregados de bancos no Brasil um aumento de 11% em setembro, as despesas operacionais do Itaú subiram apenas 1% em relação ao ano anterior, bem abaixo da taxa de inflação de dois dígitos.

CONTRASTE 

Mesmo com esses resultados, foram fechadas 92 agências físicas no Brasil e abertas sete agências digitais, em doze meses, totalizando 3.035 e 202 unidades, respectivamente.

Ao final de setembro de 2021, a holding contava com 86.195 empregados no país, com abertura de 1.923 postos de trabalho em doze meses, sendo 1.196 no trimestre.

Nos dias 9 e 10 de novembro de 2021, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense realizará assembleia para deliberar sobre a negociação e assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho, referente ao “Programa de Capacitação designado CIPA” 2021/2022, com vigência de dois anos, a contar da data de sua assinatura, a ser celebrado com o Banco Bradesco.

A assembleia será aberta para todas as bancárias e bancários do Bradesco.

A votação será das 8 horas do dia 9/11 até às 18 horas do dia 10/11.

Para votar e participar, basta acessar o link de votação: https://bancarios.votabem.com.br/

O link estará, também, disponível em nosso site (http://www.bancariosbaixada.org.br/)