Abril 29, 2025
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O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado recorrente de R$ 21 bilhões em 2021. O número representa alta de 51,4% em relação a 2020. Só no último trimestre do ano passado, o resultado foi de R$ 5,9 bilhões, crescimento de 60,5% frente ao mesmo período do ano anterior e de 15,4% em relação ao terceiro trimestre de 2021. O BB ainda revisou suas projeções corporativas para 2022, entre R$ 23 bilhões e R$ 26 bilhões.

Ao divulgar os resultados, na segunda-feira (14), o banco indicou que o “bom desempenho” foi impacto de menores despesas com provisões de crédito, crescimento da carteira de crédito, incremento nas receitas de prestação de serviços e na margem financeira bruta, “com destaque também para a estabilidade das despesas administrativas”. O BB apontou ainda que os resultados só não foram melhores porque houve crescimento com as despesas de pessoal que se deu, especialmente, por conta das despesas com o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE).

Ao analisar os novos resultados, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) pontuou que, ao final de dezembro de 2021, o BB contava com 78,3 milhões de clientes e 84.597 funcionários, com fechamento de 7.076 postos de trabalho em doze meses. “Além disso, foram fechadas 388 agências tradicionais e abertos 8 postos de atendimento bancário em comparação a dezembro de 2020. Esses resultados foram decorrentes da reorganização estrutural implementada pelo banco ao longo do ano”, aponta a entidade em seu relatório.

“Os resultados astronômicos do BB, obtidos trimestre após trimestre, são fruto de uma gestão do enxugamento do quadro de funcionários e do número de agências, submetendo aqueles que são mantidos a pressões cada vez maiores para alcançar as metas”, observa o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Esses resultados também afetam os clientes que precisam superar filas cada vez maiores nos atendimentos“.

Outro estudo do Dieese, com base em dados da Previdência Social, apontou os bancos como responsáveis por 15% dos afastamentos por causas mentais entre os setores de atividade econômica, nos anos de 2012 a 2017. Proporção que aumenta para 16% quando considerado os afastamentos por depressão.

“Não estamos dizendo, de forma alguma, que o banco não deveria atuar para melhorar seus resultados. O que estamos apontando é que para que o Banco do Brasil possa cumprir de fato seu papel de banco público, como instrumento para o desenvolvimento de todo o país, não pode aplicar a mesma produtividade e expectativa de retorno dos bancos privados”, esclarece o coordenador da CEBB, lembrando, em seguida, que o sistema financeiro do país é oligopolizado, concentrando lucros e clientes em poucas instituições privadas, tornando o Brasil detentor de uma das mais elevadas taxas de juros. “Sem os bancos públicos, como o BB, essa concorrência desleal seria ainda maior”, pontua Fukunaga.

Fonte: Contraf-CUT 

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú aproveitou a primeira reunião de 2022 com a diretoria do banco, na tarde desta quarta-feira (16), para cobrar soluções para as reivindicações apresentadas no último ano, como mudanças no programa de remuneração variável, GERA; o alto índice de demissões, inclusive entre pessoas com deficiência (PCDs); banco de horas negativas; aumento de casos de Covid-19, com volta do crescimento do número de mortos; aumento do assédio moral e fechamento de agências.

“Chegamos à conclusão de que este modelo de negociação não está sendo efetivo, por isso, sugerimos um novo formato, com uma pauta única e a obrigatoriedade de encaminhamento para a solução no próprio encontro”, explicou Jair Alves, coordenador da COE Itaú. “O banco concordou e já definimos as pautas dos dois próximos encontros”, completou, ao informar que a pauta da reunião agendada para o dia 9 de março é banco de horas negativo. No dia 16 de março será debatido remuneração.

Banco de horas negativas

O acordo do modelo de compensação do banco de horas negativas, negociado pela COE e aprovado pelos trabalhadores no início de 2021, garantiu aos bancários um período de 18 meses, a partir do mês de março, com o limite de duas horas por dia, para compensar as horas negativas. “Está chegando o prazo final de compensação, que é agosto, precisamos iniciar a negociação para a ampliação deste prazo, pois muitos trabalhadores não estou conseguindo compensar”, Valeska Pincovai, representante do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na COE Itaú.

O acordo de banco de horas negativo foi negociado para garantir os direitos dos trabalhadores que foram afastados ou em regime de rodízio nas agências, por conta da pandemia de coronavírus.

Remuneração

As alterações feitas no programa de remuneração variável, GERA, para 2022 tem causado bastante reclamação entre os trabalhadores, que denunciam que a pressão aumentou, as metas estão muito difíceis de ser alcançadas e, por isso, estão recebendo menos.

Agências

O movimento sindical apontou que, no balanço divulgado pelo banco na semana passada, conta apenas 15 agencias fechadas. Pelo levantamento dos sindicatos de bancários de todos o Brasil, este número é, no mínimo, o triplo. O banco ficou de estudar o desencontro dos números e dar um retorno.

PDV

O Itaú anunciou nesta quinta-feira (17) a abertura de Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Nos próximos dias, o banco divulgará as regras de elegibilidade ao PDV e o que é oferecido aos trabalhadores que aderirem ao programa.

Fonte: Contraf-CUT 

A campanha para a disputa às Eleições Cassi 2022 começou oficialmente na última sexta-feira (11). Na mesma semana, a atual diretoria executiva da Cassi aprovou a redução da coparticipação para os percentuais de 2018. A medida atende uma reivindicação antiga dos funcionários do Banco do Brasil e foi uma das promessas não cumpridas até agora pela chapa do atual diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes, Emilio Flesch, e metade do Conselho Deliberativo eleito.

“Nossas suspeitas são de oportunismo e populismo praticados na gestão da Cassi, com uso político da entidade em pleno período eleitoral”, avalia o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Não podemos permitir a mistura institucional com a campanha eleitoral. O uso da máquina para fins particulares fragiliza a democracia e a governança da entidade”, completa.

Antes de entrar em vigor, a redução da coparticipação precisa da aprovação do Conselho Deliberativo (CD). A entidade irá se reunir no dia 25 de fevereiro para avaliar a mudança.

Fukunaga lembra que o aumento da coparticipação foi aprovado em 2018 pelo CD, com voto dos eleitos da chapa do diretor Luiz Satoru e apoio do presidente do Conselho Deliberativo Sergio Faraco. “Na discussão do acordo que salvou a Cassi, lá em 2018, a gente colocou como condição que a coparticipação voltasse aos patamares iniciais assim que a Cassi retomasse o reequilíbrio das contas. E eles demoraram quase dois anos – a partir de 2020, quando a Cassi retomou esse reequilíbrio – para colocar o tema em discussão e justamente às vésperas das eleições”, continua.

Valores retroativos

Desde 2020, a direção da Cassi vem recebendo diversos ofícios das entidades sindicais, incluindo da CEBB e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Além do retorno da coparticipação aos níveis de 2018, as organizações que representam os trabalhadores cobram a devolução dos valores pagos de coparticipação retroativos. “Nós queremos a devolução dos valores relativos aos últimos dois anos, já que o compromisso firmado era que, quando entrasse recursos na Cassi, a coparticipação voltaria aos patamares iniciais”, pontua o coordenador da CEBB.

O movimento sindical tem ainda feito reivindicações quanto ao Programa de Assistência Farmacêutica (PAF), que teve sua lista de medicamentos abonáveis reduzida em 1.818 produtos. Outra preocupação dos trabalhadores é o desmonte da rede credenciada, diminuída em cerca de 5.400 prestadores e serviços desde 2016.

Fonte: Contraf-CUT

O Movimento Sindical Bancário está unindo forças neste momento difícil para os moradores de Petrópolis, vítimas das fortes chuvas nos últimos dias, e está disponibilizando a conta do Sindicato dos Bancários de Petrópolis, para receber doações de QUALQUER VALOR, na tentativa de amenizar a dor e os estragos causados pela tragédia.

Os valores serão repassados ao Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis.

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense está em contato com os companheiros e companheiras bancárias da cidade atingida, e se colocou à disposição para ajudar no que for possível.

Além disso, se solidariza com todas as famílias e vítimas destas chuvas.

PARA AJUDAR

Conta do Sindicato dos Bancários de Petrópolis para enviarem doação:

*Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e no Ramo Financeiro dos Municípios de Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto
*CNPJ 31.168.602/0001-86

Banco do Brasil
Agência: 2885-1
Conta: 17.000-3

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O Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil lucraram R$ 69,4 bilhões em 2021. Esse é o maior valor nominal da história. Cresceu 34,8% em comparação com 2020. Os maiores bancos privados do país haviam lucrado mais de R$ 51 bilhões no 1º ano da pandemia de covid-19. O levantamento leva em consideração o lucro líquido recorrente (ou gerencial) das empresas. O Itaú foi o banco com maior lucro: R$ 28,88 bilhões. Também registrou o maior crescimento em relação ao ano anterior, com 45% de alta. Os 3 bancos estão listados na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo).

SANTANDER

O banco Santander obteve Lucro Líquido Gerencial de R$ 16,347 bilhões em 2021, alta de 7% em relação a 2020, com rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROAE) de 21,2%. O lucro mundial do banco foi de € 8,654 bilhões, crescimento de 70,3%.

 

O resultado no Brasil representa 26,9% do lucro global, segundo análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em contrapartida, o Santander contribui com o desemprego no país. O banco encerrou 2021 com 48.834 empregados. O saldo entre contratações e demissões foi positivo nos três primeiros trimestres, mas no quarto houve uma redução de 452 postos de trabalho. No ano, o saldo foi positivo, com a abertura de 4.235 postos de trabalho em doze meses. Se considerarmos o período de dez anos (2012 a 2021) houve uma redução de 5.198 postos de trabalho bancário no Santander.

Outro desfalque que o banco causa ao país é o fechamento de agências bancárias. Em 2021 foram fechadas 166 agências bancárias e 27 postos de atendimento bancário (PABs). Mas, ao analisarmos os balanços de todo o período da pandemia, vemos que foram fechadas 341 agências e 128 PABs do Santander. A maior parte destas unidades fechadas era localizada em cidades distantes dos grandes centros de poder econômico do país, ou nas periferias das grandes cidades.

A Carteira de Crédito Ampliada do banco no país teve alta de 11,8% em doze meses e de 1,9% no trimestre, atingindo R$ 536,5 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 20,6% em doze meses, chegando a R$ 210,2 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas, especialmente, pelo crédito pessoal / outros (+33,9%), crédito imobiliário (+20,5%), por Leasing / Veículos (+17,4%) e por Rural (+14,3%).

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,7%, com alta de 0,6 pontos percentuais em comparação a 2020. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram reduzidas em 6,8%, totalizando R$ 15,356 bilhões.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço do Santander, ou leia a íntegra da análise, ambos elaborados pelo Dieese.

BRADESCO

O Bradesco obteve Lucro Líquido Recorrente, que exclui eventos extraordinários, de R$ 26,215 bilhões, em 2021. O resultado representa alta de 34,7% em relação ao ano de 2020 e queda de 2,3% na comparação do 4º trimestre (R$ 6,613 bilhões) em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 6,767 bilhões).

Em contrapartida, o banco encerrou o ano com 87,274 empregados, fechamento de 2,301 postos de trabalho em doze meses (no trimestre, foram fechados 452 postos de trabalho). No ano, foram encerradas ainda 448 agências, enquanto foram abertas e 273 unidades de negócio.

Veja aqui os destaques completos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

ITAÚ

O lucro líquido do Itaú foi de R$ 26,879 bilhões, um crescimento de 45% em relação ao ano de 2020. No 4º trimestre, o lucro líquido do banco foi de R$ 7,159 bilhões, uma alta de 5,6% em relação aos três meses anteriores, quando o valor foi de R$ 6,779 bilhões. No país, a rentabilidade (retorno recorrente consolidado sobre o patrimônio líquido anualizado – ROE) foi de 19,9%, elevação de 4,6 pontos percentuais (p.p.) no período.

De acordo com o Itaú Unibanco, o resultado se deve ao crescimento e à mudança do “mix” da carteira de crédito da carteira no segmento do varejo, que elevaram em 8,3% a margem financeira com clientes. O aumento dos juros, segundo a instituição, também ampliou a remuneração do capital de giro próprio e a margem de passivos, que se somam ao aumento na margem financeira com o mercado e à redução no custo do crédito no período.

Outros negócios do banco também tiveram crescimento sensível, como carteira de crédito (18,2%, subindo para R$ 1.027 bilhões), operações com pessoas físicas no país (30,2%, para R$ 331,7 bilhões) e operações com pessoas jurídicas (11,3%, para R$ 282,6 bilhões). O segmento de micro e pequenas empresas foi responsável pela movimentação de R$ 149,6 bilhões, valor que representa alta de 23,1%, enquanto a carteira de grandes empresas cresceu apenas 0,6% no período, com um total de R$ 133,1 bilhões. A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 9,3% e alcançou os R$ 43,3 bilhões. As despesas de pessoal, considerada a PLR, por sua vez, cresceram 10,8%, com um total de R$ 24,8 bilhões.

Ao final de 2021, a holding tinha 87.341 empregados no país, com abertura de 3.422 postos de trabalho em doze meses. Esse saldo, porém, se deve a contratações para a área de TI, visando a acelerar o processo de transformação digital, o que levou ao fechamento de 15 agências físicas, reduzidas a 3.026 unidades, e à abertura de 28 agências digitais, que agora são 223 no país. 

Veja aqui os destaques completos do Departamento Intersindical de Estatísticas de Estudos Socioeconômicos (Dieese).



Primeiro de janeiro, o sargento aposentado da Brigada Militar de Ijuí (RS) Vilmar Cabreira, de 57 anos, assassinou com tiros de arma de fogo a esposa Clairane dos Santos, de 40 anos, e a vizinha Fernanda Dornelles Coelho, de 24, durante a madrugada de 1º de janeiro, em São Borja (RS). 17 de janeiro, duas mulheres, mãe e filha, foram mortas a tiros pelo ex-companheiro da mais jovem, na cidade de Passo Fundo. 7 de fevereiro, uma mulher de 26 anos foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre

Cinco corpos de mulheres que tombaram em razão do gênero. No mês de janeiro de 2022, foram registrados 10 feminicídios consumados e 20 tentativas no Rio Grande do Sul, de acordo com o Observatório Estadual de Segurança Pública do RS.

Uma pesquisa feita pela Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID), do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), divulgada em janeiro deste ano, aponta uma realidade já conhecida: a maioria dos feminicídios são cometidos por companheiros ou ex que não aceitam o fim do relacionamento e acontecem na casa da vítima.

Leia também: Feminicídios aumentam em 2021, e pesquisadora alerta sobre perigo para mulheres do RS

Em 2021, o estado registrou 97 feminicídios, em 2020 foram 80. Pelo levantamento feito pelo projeto Lupa Feminista contra o Feminicídio, foram registrados 99 casos, dois destes de mulheres trans. De acordo com a Associação Nacional dos Travestis e Transexuais (ANTRA), ocorreram cinco transfeminicídios no Rio Grande do Sul em 2021. 

Na última década (2012 até 10 de fevereiro de 2022), foram registrados 954 feminicídios no estado. “Os dados demonstram que o Estado mantém certa estabilidade, em altos patamares, em relação a esses números, com um pequeno recuo somente entre 2012 e 2014. Se tu for olhar o ano de 2018, por exemplo, ocorreram 116 feminicídios no estado”, destaca Thaís Pereira Siqueira, mestre em Psicologia Social e Institucional, psicóloga e consultora de projetos e integrante do Coletivo Feminino Plural, e coordenadora do Lupa.

Em 2020, ano que estourou a pandemia, o Rio Grande do Sul ocupou o 4º lugar no país em números de feminicídios. 

Levantamento TJ-RS

O levantamento realizado pelo TJ-RS analisou o perfil de vítimas e agressores envolvidos em 176 processos que tramitam na Vara Especializada de Feminicídios da Comarca da Capital.

:: Força-tarefa de combate a feminicídios organiza ações no Rio Grande do Sul ::
 
Segundo a pesquisa, dos 176 processos, 34 envolvem feminicídios consumados. Em 69% dos casos, as tentativas ou assassinatos de mulheres envolvem os ex ou companheiros atuais das vítimas.

Dos crimes que acontecem nas casas das vítimas, 58% são motivados pela inconformidade com o fim dos relacionamentos e por sentimentos de posse e de ciúmes. Em 86% dos casos, as mulheres não contavam com Medidas Protetivas de Urgência (MPU). A maior parte são mulheres jovens de 18 a 38 anos, 63% brancas e 22% negras. Já os réus, 79% são brancos e 16% negros. As armas utilizadas nesse tipo de crime são as brancas (53%), de fogo (19%) ou as próprias mãos (17%).

“Os ex-companheiros serem os principais agressores, no caso assassinos (feminicidas), é uma questão de muito tempo já. A casa é identificada para as mulheres e crianças brasileiras como o local mais violento. Enquanto os homens estão vinculados à violência urbana, as mulheres nas suas mortes e diversos tipos de violência estão vinculadas à vida doméstica. Essa já é uma situação conhecida, o machismo aponta o quanto o corpo da mulher e suas vontades estão sujeitas à morrer em virtude do comportamento de companheiros”, salienta coordenadora da Força-Tarefa Interinstitucional de Combate aos Feminicídios, Ariane Leitão.

Conforme destaca Thais, é preciso estar atento aos feminicídios íntimos quanto a outros tipos de feminicídio. De acordo com o Anuário de Segurança Pública de 2021, ocorreram 3.913 homicídios de mulheres no país em 2020. Desse universo, 1.350 foram considerados feminicídios, os demais foram considerados homicídios de mulheres.

Leia também: Projeto Maria da Penha Vai à Escola vai integrar política nacional de combate ao feminicídio

“14,7% dos homicídios de mulheres foram cometidos por parceiro ou ex-parceiro e não foram considerados feminicídio. Foram em números brutos, 377 mulheres que foram mortas por alguém com quem possuíam um vínculo íntimo, mas que não foram situações consideradas feminicídio. Por isso as Diretrizes Nacionais para investigar, processar e julgar com perspectiva de gênero as mortes violentas de mulheres são tão importantes e devem ser seguidas pelos órgãos de segurança pública e justiça”, expõe. 

Casa de abrigo a local de risco 

Além das consequências sociais, econômicas, a pandemia aprofundou a violência doméstica. Como destaca o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as mulheres sofreram mais violência dentro da própria casa e os autores de violência são pessoas conhecidas da vítima. Uma em cada quatro mulheres brasileiras (24,4%) acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência ou agressão. 

O relatório anual da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS), divulgado ano passado, mostra que, de outubro de 2020 a setembro de 2021, o número de peticionamentos (pedidos feitos pelos defensores públicos à Justiça), envolvendo violência doméstica, aumentou 257%. No total, foram 25 mil peticionamentos na área. A violência doméstica também foi o sétimo assunto mais frequente dos atendimentos, sendo responsável por 17 mil registros, contra 10 mil do período anterior – um aumento de 70%.

“O que a gente sabe também é que aumento na verdade é a ponta do iceberg. Porque o número de subnotificações é muito alto. Estima-se que haja quatro subnotificações para cada caso que chegue no sistema de justiça, que entra pela porta da delegacia de polícia. Então se sabe que os números reais da violência doméstica lamentavelmente são muito maiores do que esses”, enfatiza a defensora pública Luciana Artus Schneider. 

Para a defensora, o isolamento resultante da pandemia agravou o quadro de conflitos domésticos. “O período pandêmico causou um empobrecimento das famílias gerado pelo alto índice de desemprego, pela inflação, a diminuição do poder de compra, aumento do preço das cestas básicas, gás de cozinha. Essa questão do empobrecimento também potencializou os conflitos dentro das famílias. A pandemia serviu então como um gatilho para o aumento de casos de violência doméstica. O excesso de convivência dentro de um ambiente acaba potencializando conflito ao invés de potencializar uma convivência sadia e harmoniosa dentro da família”, acredita.

Ausência de políticas para as mulheres

Com o advento da Lei Maria da Penha, uma rede para enfrentar à violência contra as mulheres foi se criando e sedimentando com as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), os Centros de Referência, que formam a porta de entrada para uma mulher em situação de violência buscar ajuda, assim como Unidades Básicas de Saúde, CRAS, CREAS, hospitais, Brigada Militar, defensoria pública. 

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Apesar de haver uma estrutura, a rede de proteção foi sendo afetada pelo desmonte das políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres. No estado, esse desmonte teve início em 2015 com a extinção da Secretaria de Políticas para Mulheres e a total desarticulação da Rede Lilás. 

“Alguns Centros de Referência e abrigos, por exemplo, foram ou estão sendo fechados. O Centro de Referência Estadual Vânia Araújo, por exemplo, foi fechado e a equipe se encontra trabalhando na garagem do CAFF (Centro Administrativo Fernando Ferrari). Hoje nós temos alguns serviços, mas não temos rede de fato, o que pressupõe um trabalho articulado que prevê estratégias efetivas de prevenção e políticas públicas com assistência qualificada às mulheres”, aponta Thais. 

Para Ariane, o aumento da violência como também dos casos de feminicídio refletem a ausência de políticas para as mulheres e uma rede de atendimento aqui no RS. “Infelizmente, perdemos 97 mulheres no ano passado, mesmo denunciando e fazendo todo um trabalho de enfrentamento, não foi possível identificar nenhuma ação concreta do governador para enfrentar os feminicídios, ao contrário, só mais desarticulação da Rede Lilás”, frisa. Ela também destaca a não aplicação de recursos públicos para garantia de direitos humanos de mulheres e crianças.

Saiba mais: Falta de recursos e de políticas para mulheres agravam violência na pandemia

“É uma opção politica e ideológica deste governo. O governo Eduardo Leite sabe bem o que faz: a não articulação das políticas públicas, a falta de posse para o Conselho Estadual da Mulher, a ausência de orçamento para este espaço que fiscaliza as políticas públicas”, enumera. Ela também alertou para o descaso do governo federal, que vem cortando verbas de forma permanente para as políticas públicas para as mulheres, sobretudo as que enfrentam violência.

“A Lei Maria da Penha e as Diretrizes Nacionais de acolhimento às vítimas de violência, que é um documento nacional que não foi revogado, elaborado durante a época da existência do Ministério das Mulheres, determinam a destinação de orçamento. Enquanto essas normativas não forem cumpridas nós vamos continuar tendo um aumento nos feminicídios no RS e de todas as formas de violência contra a mulher”, frisa Ariane.

"É urgente o aumento de casas de acolhimento para as mulheres"

Para a defensora Luciana, ainda há muito que crescer e evoluir em termos de rede. “Nós vemos na prática que para a mulher sair do ciclo de violência ela precisa desse empoderamento, desse apoio. Tem muitas mulheres que não separam, que não saem do relacionamento por medo, pelo risco de perder os filhos. E isso é uma ideia que precisa ser desconstruída. É ai que entra a educação em direitos, muito importante para que aquela mulher, através da informação saiba os seus direitos e não tenha receio, não tenha que se submeter a um relacionamento abusivo por medo”, enfatiza, destacando a urgência do aumento de casas de acolhimento para as mulheres, especialmente no Interior.

“Precisaria de um lugar para ficar, protegido e preparado para recebê-la. Muitos municípios fazem convênios com hotel, pousada para suprir aquilo que mais se tenta evitar, que eu mesma já presenciei, que é uma mulher, com seus filhos pequenos dormindo no chão de uma delegacia de polícia. Isso nós não podemos admitir”, finaliza. 

Do início deste ano até o momento, o Lupa Feminista contra o Feminicídio identificou através da imprensa, no mínimo 12 mulheres assassinadas por serem mulheres. “Somente com uma rede forte, articulada e estabelecida poderemos enfrentar de fato as situações de violência e realizar trabalho preventivo. Em nível nacional, temos um governo federal que não trabalha a favor das mulheres, ao contrário, quer revogar direitos e diminui cada vez mais o orçamento para as políticas para as mulheres”, afirma Thais. 

Clique aqui ara acessar os dados do Lupa Feminista

De acordo com a psicóloga, o trabalho vem sendo realizado de forma desarticulada entre os serviços existentes. “Os serviços direcionados às mulheres possuem cada vez menos importância. Vemos as equipes trabalhando e fazendo o que podem para manter os serviços em funcionamento. A política do governo estadual está concentrada na segurança pública, que é importantíssima, porém é insuficiente para o enfrentamento da violência contra as mulheres”, enfatiza. 

“Nós já sabemos onde essas mulheres estão, onde a violência acontece e o perfil desses agressores. Nós precisamos trabalhar também do ponto de vista da prevenção, atuando nas escolas, com os grupos reflexivos de gênero (que a Lei Maria da Penha determina), que faz com o que os homens pensem sobre a violência”, conclui Ariane.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

O desgoverno de Jair Bolsonaro continua levando adiante a política do “passa boiada”, defendida pelo ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Dessa vez, com o financiamento de tratores e de outras máquinas agrícolas para produtores rurais em dívida com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A descoberta foi feita pelo site Repórter Brasil.

Os financiamentos eram operados pelo Banco John Deere, divisão financeira da fabricante de equipamentos agrícolas do mesmo nome. As cifras chegam a R$ 28,6 milhões em empréstimos para cinco produtores com embargos junto ao Ibama, o que é expressamente proibido por determinação do Banco Central, através da Resolução CMN nº 4.883, de 23 de dezembro de 2020.

Mas, o descaso com a lei e a distribuição de benesses com o dinheiro público, que deveria estar financiando pequenos produtores e a agricultura familiar, não param. Além dos quase R$ 29 milhões distribuídos a embargados pelo Ibama, outros R$ 39,7 milhões foram emprestados a 11 fazendeiros, todos multados por desobediência aos códigos ambientais num total de R$ 31,4 milhões.

Num dos casos, o BNDES socorreu uma grande produtora de soja com nada menos do que R$ 4,5 milhões, entre os anos de 2016 e 2019. Em 2021, o Ibama embargou o imóvel da produtora após descobrir o desmatamento de 1.188,618 hectares de floresta nativa no Bioma Amazônico, em Área de Reserva Legal, sem a autorização do órgão ambiental competente. A mesma produtora, acumula cerca de R$ 18 milhões em multas por destruição do meio ambiente, montante que jamais foi pago.

Estudos mostraram que a regra do Banco Central impedindo financiamento para terras embargadas na Amazônia protegeu, entre 2008 e 2011, cerca de 2.700 km², que deixaram de ser devastados. Mas, com a chegada ao poder do capitão reformado, as normas e as regras de proteção ao meio ambiente passaram a ser ignoradas. Isto permitiu que o segundo maior devedor de multas ambientais fosse aquinhoado com quase R$ 7 milhões e empréstimos, mesmo que ele tenha sido responsável pelo desmatamento de 2 mil hectares de vegetação nativa no Cerrado, incluindo área na Unidade de Conservação Parque das Nascentes do Rio Parnaíba, na divisa dos quatro estados que formam o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a nova fronteira agrícola brasileira e condenado a 2 anos de cadeia em 2020, pena que foi substituída por multas e prestação de serviços comunitários.

As máquinas agrícolas adquiridas no Brasil são, em sua grande maioria, 65%, custeadas pelo dinheiro público vindo do BNDES e a John Deree é a líder mundial no segmento, tendo no mercado brasileiro seu segundo maior comprador. O Banco John Deree, que opera os empréstimos concedidos pelo BNDES foi o terceiro em financiamentos pelo Plano Safra nos últimos 10 anos. Todo este domínio do mercado agrícola e toda a tecnologia presente nas máquinas da empresa (segundo Paulo Herrmann, presidente da marca no Brasil, é possível saber onde está um equipamento com precisão de 2 centímetros) não foram suficientes para que a empresa descobrisse que estava vendendo para fazendeiros com histórico de sonegadores e crimes ambientais.

Fonte: Contraf-CUT

Depois de questionamento da Comissão de Organização dos Empregados (COE/BMB), o Banco Mercantil do Brasil garante que não haverá demissões em massa por causa da transformação de agências em Postos de Atendimento. Funcionários, clientes e usuários do Banco Mercantil do Brasil foram surpreendidos, na última sexta-feira (10), com cartazes afixados nas unidades bancárias, com o anúncio de transformação de agências em Postos de Atendimento Avançado. As mudanças vão valer a partir do dia 14 de março de 2022. As unidades atingidas pelas transformações serão Juiz de Fora e Divinópolis, em Minas Gerais, e Araras, Limeira, Campinas e Bragança, em São Paulo.

“Os trabalhadores e os sindicatos estão alertas e mobilizados para cobrar da direção do Mercantil do Brasil que mantenha a sua palavra de que a transformação de agências em PAAs não acarretará em demissões em massa de pais e mães de família, o que, consequentemente, poderia impactar negativamente o atendimento aos milhares de clientes e usuários, que diariamente necessitam de ajuda dos funcionários nas transações bancárias nas agências”, garantiu Marco Aurélio Alves, coordenador Nacional da Comissão de Organização dos Empregados do Banco (COEBMB).

A COE/BMB também denunciou à direção do banco que os funcionários das agências do Mercantil do Brasil estão sendo obrigados a cobrir horário de almoço dos vigilantes e a controlar acesso de porta giratória, desviando totalmente sua função bancária, o que é proibido por lei. A Comissão aguarda pronunciamento oficial do banco sobre a regularização e volta dos vigilantes para cobrir a demanda nesse horário.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região

Banco Central (BC) voltou a disponibilizar um site para a consulta de dinheiro esquecido em bancos e instituições financeiras. Desde a meia-noite desta segunda-feira (14), é possível fazer a pesquisa no Sistema Valores a Receber (SVR) por meio do endereço — valoresareceber.bcb.gov.br.

Com o novo site, as pessoas que tiverem valores a receber, informados no momento da consulta, podem confirmar o montante e solicitar a transferência em março, dependendo da sua data de nascimento ou de criação da empresa (no caso de CNPJ).

Para ajudar a encontrar esse dinheiro que nem sabia que existia, o CNN Brasil Business preparou um passo a passo para auxiliar na hora da consulta. Confira:

Como consultar se tem dinheiro esquecido nos bancos

Ao fazer a consulta no site do Banco Central, se tiver dinheiro esquecido em bancos e instituições financeiras, o consumidor será informado da data e período para solicitar o resgate do saldo existente e saber o montante.

As datas serão agendadas de acordo com o ano de nascimento da pessoa ou da criação da empresa. Confira o calendário abaixo:

Se não comparecer na data e período informado, será necessário voltar no sábado da repescagem, de acordo com o calendário acima. A repescagem vai funcionar durante todo o dia, das 4h às 24h, informou o BC.

Se o usuário também perder o sábado de repescagem, poderá consultar ou solicitar o resgate do saldo existente a partir de 28 de março.

Mesmo se você não consultar ou solicitar o resgate do saldo existente em todas essas datas, isso não afeta o direito sobre os recursos a devolver. Eles continuarão guardados pelas instituições financeiras, esperando a solicitação do resgate.

Como resgatar os valores

  1. Será preciso se cadastrar no site Gov.br. O cadastro é feito no site ou pelo aplicativo Gov.br
  2. A conta Gov.br tem três níveis de segurança e acesso: bronze, prata e ouro. Será necessário ter nível prata ou ouro para consultar e solicitar os recursos
  3. Depois, volte ao site valoresareceber.bcb.gov.br na data e período informados e use seu login Gov.br para acessar o sistema, consultar e solicitar o resgate do saldo existente

Fonte: CNN

De 14 a 17 de fevereiro estará disponível o site https://eleicaoca.caixa.gov.br/siele/ para a escolha do representante dos empregados no Conselho de Administração (CA) da Caixa.
 
A votação será pela internet, e todos os empregados ativos podem participar.
 
O pleito ocorre das 8 horas do dia 14 de fevereiro até as 19 horas do dia 17 de fevereiro (horário de Brasília).
 
Siga o passo a passo e saiba como votar.