Apesar de terem mais escolaridade que os homens, as mulheres na categoria bancária recebem, em média, 78,1% do salário dos colegas do sexo masculino. A remuneração média das mulheres pretas bancárias é ainda menor: 59% da média dos homens brancos. Os termos usados para a identificação étnica seguem os mesmos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O quadro foi exposto pelo Comando Nacional dos Bancários na última rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), como parte das negociações da Campanha Nacional de 2022.
“Esses dados refletem quão distorcida é a visão do mercado financeiro sobre as mulheres”, avalia secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes. “Em termos de valores salariais, enquanto um homem branco bancário ganha, em média, R$ 10 mil, a mulher branca recebe R$ 7,8 mil e a mulher negra apenas R$ 5,9”, completa.
Os dados que o Comando Nacional trouxe à mesa de negociação foram organizados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2019. Ao observar a proporção de bancários por sexo e escolaridade, no grupo com ensino completo, as mulheres recebem em média 76% do salário dos homens.
Reivindicações
A “garantia de direitos e salários iguais para trabalho de igual função e valor” e o direito a “igual salário sem distinção de raça, cor, gênero, idade e orientação sexual (LGBTQIA+)” são pontos presentes nos artigos 67 e 68 da minuta da pauta de reivindicações da Campanha 2022.
“A discriminação salarial nas promoções, ocupação de altos cargos na empresa são uma grave realidade à mulher bancária que não podemos aceitar. O que exigimos dos bancos é a formulação de programas para eliminar essas distorções”, pontua Fernanda Lopes.
Campanha nacional
Igualdade de Oportunidades foi o tema da reunião que correu entre o Comando Nacional e a Fenaban, na última quarta-feira (6). Além da igualdade salarial, também foram tratados temas relacionados às pessoas com deficiência, diversidade e racismo, com foco principal no combate ao assédio moral e sexual.
Próximas reuniões
Sexta-feira, 22 de julho: Cláusulas Sociais e Teletrabalho
Quinta-feira, 28 de julho: Cláusulas Sociais e Segurança Bancária
Segunda-feira, 1º de agosto: Saúde e Condições de Trabalho
Quarta-feira, 3 de agosto: Cláusulas Econômicas
Segunda-feira, 8 de agosto: Cláusulas Econômicas
Quinta-feira, 11 de agosto: Continuação das Cláusulas Econômicas
Fonte: Contraf-CUT