Maio 04, 2025
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O banco Santander é uma das cinco instituições financeiras que atuam no Brasil com os maiores lucros, que crescem ainda mais na crise e nesse período pós-golpe de 2016, em que aumenta também o desemprego e a miséria no país. As instituições privadas Santander, Itaú e Bradesco, lucraram juntas R$ 14,3 bilhões no 1º trimestre de 2018.

Ocorre que o Santander é um banco espanhol que possui sedes espalhadas pelo mundo, como é o caso do Brasil, e esse fator permite comparações de sua margem de lucro nas diversas regiões. Nos três primeiros meses de 2018, por exemplo, o Santander Brasil foi o responsável por 27% do lucro mundial do banco, se mantendo como a mais lucrativa, conforme já ocorreu no fechamento do balanço de 2017.

Um dos fatores mensuráveis sobre esse desempenho é o fato do banco cobrar 20 vezes mais dos clientes brasileiros nas taxas de empréstimos bancários. Na opinião de Everaldo Gornaski Ribeiro, bancário em Guarapuava e representante dos trabalhadores do banco da regional Pactu, na Comissão de Organização dos Empregados (COE) Santander Paraná, é porque o próprio sistema financeiro brasileiro também permite essa prática, através, principalmente, do spread alto, que tem como consequência essa prática abusiva do banco com juros, tarifas e taxas.

“O Santander mantém essa prática desde que chegou ao Brasil, sem responsabilidade com a sociedade e com o desenvolvimento econômico do país”, explica o dirigente sindical. “Com a justificativa do Banco Central regular o sistema financeiro para que as instituições financeiras não voltem a ‘falir’, permite a prática abusiva das instituições financeiras, criando um certo monopólio dos bancos. Não há uma política de Governo e do Banco Central que obrigue uma contrapartida da responsabilidade social dos bancos estrangeiros e principalmente do Banco Santander, que redireciona seus lucros, que poderiam ser investidos no Brasil, para a matriz espanhola”.

De acordo com o mais recente levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), referente aos três primeiros meses de 2018, o lucro líquido do Santander nesse período foi de R$ 2,8 bilhões, crescimento de 25,4% em relação ao mesmo período de 2017. O impulsionamento das operações de crédito, que tiveram aumento de 21% para pessoas físicas no período de 12 meses, foi movido por empréstimos consignados (39%) e cartão de crédito (20%), principalmente, gerando arrecadação de R$ 113,7 bilhões para o banco no período. Da mesma forma, o banco teve arrecadação de R$ 4,1 bilhões com prestação de serviços e cobrança de tarifas bancárias, representando alta de 11,5% em um ano.

“É necessário que sociedade brasileira também se manifeste contrária aos abusos do banco espanhol, para que o Santander reduza suas taxas, tarifas e juros, tendo o banco a sua responsabilidade social com o a economia do Brasil, seus clientes e funcionários”, convoca Everaldo, indicando que uma das formas de se manifestar é denunciar irregularidades.

Nesse primeiro trimestre de 2018, o Santander aparece como o segundo conglomerado financeiro no ranking de reclamações do Banco Central, com índice de 25%, considerando o número de reclamações registradas pela ouvidoria do BC no período, no comparativo com o número de clientes da instituição. As reclamações consideradas procedentes, que podem ser consultadas aqui, incluem irregularidades nas operações de cartão de crédito, no internet banking, informações e ofertas inadequadas de produtos e serviços, débitos não autorizados e cobrança irregular de tarifas, justamente os serviços bancários que engordam o lucro da sede brasileira do Santander.

São esses os serviços também que não dependem necessariamente de atendimento presencial, os que o banco dedica sua publicidade para atrair novos clientes ou ainda a população que já é correntista, com cartazes que estimulam o acesso aos serviços bancários via aplicativo de celular, por exemplo.

Ainda que tenha como viés de atuação o internet banking, o Santander Brasil, pela outra via, também precariza as condições de trabalho dos funcionários, em diversas tentativas de implementar os termos da reforma trabalhista com a convenção coletiva dos bancários ainda em vigência. “A continuidade do desrespeito do banco Santander se concretiza com a desvalorização de seus funcionários, sobrecarga de trabalho e demissões. A diferenciação entre as matrizes do banco no mundo continua também no tratamento dado aos funcionários brasileiros. A matriz do Banco na Espanha reconhece o Comitê Europeu de trabalhadores do Banco Santander, mas não faz o mesmo com a rede de trabalhadores nas Américas e nem concebe a formação de uma rede mundial dos trabalhadores, que reivindica a assinatura de um Acordo Marco Global, onde se estabeleceriam padrões de igualdade de tratamento a todos os trabalhadores da empresa no mundo”, explica o dirigente.

Pior banco para trabalhar
Em pesquisa realizada pelo movimento sindical no Paraná, os bancários identificaram o Santander como o banco em que mais se pratica assédio moral, em que 32,4% dos trabalhadores confirmaram já terem sido vítimas, é também o local de trabalho em que mais bancários confirmaram o uso de remédio controlado (26,6%), e o banco em que é mais alto o índice de ameaça de punição ou demissão pelo não cumprimento de metas elevadas (37,77%), no comparativo com os bancos Itaú, Bradesco, Caixa e BB.

Spreads bancários
Os spreads bancários são a diferença entre o que os bancos pagam ao captarem recursos e o valor que cobram por um negócio, os juros da concessão de empréstimo para a população. Na última terça-feira, 05 de junho, uma audiência pública realizada no Senado debateu o tema, mas sob a ótica da regulação pelo Banco Central e na Comissão de Assuntos Econômicos, com atuação a favor da criação de um cadastro positivo, colocando nas costas do consumidor final a responsabilização pela alta dos spreads, reduzindo o problema à inadimplência e sem considerar práticas abusivas do mercado.

O movimento sindical bancário é contra o projeto de lei que torna obrigatória a participação de todos os consumidores no cadastro positivo (PLP 441/17, do Senado). Com a obrigatoriedade proposta pelo projeto, os gestores de bancos de dados terão acesso a todas as informações sobre empréstimos quitados e obrigações de pagamento que estão em dia. E é essa a defesa no contexto da audiência pública realizada, que não teve a participação de trabalhadores. Com a alteração, todos os consumidores brasileiros que possuem CPF passam a fazer parte automaticamente do cadastro, um banco de dados operado pelo SPC Brasil, com informações sobre o histórico de pagamentos realizados pelos consumidores.

Fonte: Fetec-CUT/PR

As entidades representativas do pessoal da Caixa vão intensificar as ações da campanha “Saúde Caixa: eu defendo” durante o mês de junho. As atividades começam durante o 34° Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), nos dias 7 e 8 de junho. Na ocasião, os usuários poderão gravar depoimentos, serão distribuídos materiais informativos e haverá um ato com a presença de representantes de diversas entidades. No dia 20, os empregados devem se vestir de branco, para mostrar a união da categoria na defesa do plano de saúde do pessoal da Caixa. A intensificação vai até a primeira semana de julho, quando o Saúde Caixa completa 14 anos. No dia 1º de julho de 2004, foi implementado o atual modelo de custeio do plano de saúde, que prevê a responsabilidade do banco sobre 70% do custo assistencial e 100% das despesas operacionais e administrativas.

“Muitos usuários se engajaram na campanha até aqui. Agora, é hora de intensificarmos ainda mais, com materiais informativos e iniciativas que sensibilizem as pessoas para a importância dessa defesa”, afirma a diretora de Saúde e Previdência da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae), Fabiana Matheus.

Para a secretária de Cultura Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, é importante que os empregados mostrem que estão engajados na campanha e unidos em torno da defesa do Saúde Caixa. “As propostas do governo inviabilizam a manutenção do plano e prejudicam ainda mais os trabalhadores. Temos que mostrar que estamos unidos para nos defender de mais esse ataque”, disse Fabiana, que representa a Contraf-CUT na Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).

Seminário e audiência pública
As entidades também planejam realizar um seminário em defesa dos planos de saúde de autogestão das empresas estatais. O evento tem data prevista para 28 de junho e contará com a participação de representantes de usuários da Cassi, Postal Saúde, AMS/Petrobras e PAS/BNDES.

“O ataque do governo não é apenas contra a Caixa, nem somente contra o plano de saúde dos empregados da Caixa. Outras empresas e seus respectivos planos sofrem o mesmo ataque. Queremos unir não apenas os empregados da Caixa, mas também de outras empresas públicas sob ataque para aumentar ainda mais nossa força”, destacou a dirigente da Contraf-CUT.

Também está programada a realização de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, quando a questão será debatida no Congresso Nacional. A data da audiência ainda será confirmada.

Usuários apoiam PDC 956/18
A Câmara dos Deputados veicula em seu site uma enquete sobre o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 956/2018), de autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), com o objetivo de sustar a resolução da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR) que trata do custeio das empresas estatais em relação aos benefícios de assistência à saúde aos empregados. A resolução é justamente a que determina as alterações que afetam decisivamente o Saúde Caixa. Para acessar a enquete e apoiar o PDC 956/2018, clique aqui.

As resoluções publicadas pelo governo e a recente alteração no Estatuto da Caixa propõem um limite correspondente a 6,5% da folha de pagamento para a participação da Caixa nessas despesas, à revelia do modelo de custeio previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que vigora até agosto.

Como a inflação médica aumenta mais rapidamente que os índices de correção dos salários e benefícios previdenciários, e como a Caixa vem reduzindo seu quadro de pessoal, em breve, o novo limite estipulado será atingido e os custos excedentes recairão sobre os usuários.

Fonte: Contraf-CUT, com informações da Fenae

A construção, pela mídia, do mito da Petrobras financeiramente quebrada, as consequências do alinhamento da estatal aos interesses do mercado e, principalmente, dos Estados Unidos, e a greve dos caminhoneiros foram alguns dos temas debatidos no seminário "O mito da Petrobras quebrada, política de preços e suas consequências para o Brasil" na noite desta terça-feira.

Promovido pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) e o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, o evento teve a participação do economista aposentado da estatal Cláudio Oliveira, do presidente da Aepet, Felipe Coutinho, e do especialista em Minas e Energia e Engenharia do petróleo Paulo César Ribeiro Lima.

"A Petrobras não tem nem nunca teve problema financeiro", enfatizou Oliveira em sua exposição. Enquanto os saldos de caixa das norte-americanas Chevron e Exxon, por exemplo, estão caindo (são de 4,81 e 3,20 bilhões de dólares, respectivamente, em 2017) o da Petrobras, embora também em curva descendente, estava em 22,52 bilhões de dólares no mesmo ano.

"Eles dizem que vendem ativos para saldar dívida. Com 22 bilhões de dólares em caixa, essa é a empresa que eles dizem que está quebrada?", questionou. Para o economista, dizer que a estatal tem uma dívida impagável serve "só para justificar a venda de ativos e desmonte da Petrobras".

O presidente da Aepet, Felipe Coutinho, fez uma exposição dividida entre uma abordagem econômica e política. O mito de Petrobras quebrada graças a subsídios, corrupção e maus investimentos, disse, embasou toda a política desenvolvida a partir da posse de Michel Temer e a politica de preços que desencadeou a greve dos caminhoneiros. "Os números têm que ser discutidos fora da mitologia da mídia. As impressões vão construindo o senso comum com interesses claros contra a Petrobras e antinacionais, coerentes com os meios de comunicação."

A política de alinhamento aos preços do mercado internacional viabilizou a importação por parte de concorrentes, principalmente dos Estados Unidos, segundo ele. "Ganham os produtores norte-americanos, os importadores, e perdem os consumidores, a Petrobras, porque perde mercado, a União e os Estados."

A política implementada pelo ex-presidente da Petrobras Pedro Parente é baseada no princípio "The America first", ironizou Coutinho, em alusão ao bordão utilizado pelo presidente dos EUA Donald Trump, durante sua campanha eleitoral em 2016, quando  prometeu, se eleito, voltar o governo aos interesses de seu país.

"O aumento relativo dos preços da Petrobras viabiliza a importação de derivados por seus concorrentes que ocupam o mercado da estatal, que fica com suas refinarias ociosas."

Segundo Coutinho, em 2015, o Brasil importou 2,5 milhões de toneladas (Mt) de diesel dos EUA, o que representou 41% do total e 1,4 bilhão de dólares. Em 2017, a importação subiu para 8,9 Mt de diesel e US$ 4,5 bilhões. De 2015 a 2017, o diesel americano quase dobrou sua participação, de 41% para 80,4% do total importado pelo Brasil.

Paulo Cesar Ribeiro Lima foi aplaudido ao dizer que "o pré-sal tinha que ser monopólio". Considerando que o Brasil é rico em petróleo, mão de obra e tecnologia, "a crise é fabricação de mentes doentias", afirmou.

Segundo ele, na gestão Parente, o brasileiro pagou 40% mais caro no preço do diesel do que o consumidor americano, sem considerar os impostos. "É realmente inacreditável." "É até possível fazer uma politica de direita bem feita. Mas essa é mal feita", avaliou. De acordo com ele, a sistemática que permitia aumentos até diários dos combustíveis é o emblema da política mal feita.

Para Coutinho, com a solução encontrada pelo governo Temer contra a crise, subsidiando a diminuição do preço do diesel via impostos regressivos, os importadores saem diretamente beneficiados. A Petrobras deveria arbitrar preços justos compatíveis com seus custos, beneficiando o consumidor, defendeu. Com isso, a estatal recuperaria o mercado perdido e os preços mais baixos favoreceriam o consumidor, gerando mais caixa à Petrobras.

Em sua exposição, Felipe Coutinho enumerou uma série de "fatos relevantes" que, cronologicamente, mostrariam a relação entre o golpe que derrubou Dilma Rousseff e a política da gestão Parente na Petrobras em benefício dos Estados Unidos.  

Entre eles, o treinamento de agentes judiciais brasileiros nos EUA, revelado por documento interno do governo norte-americano e vazado pelo WikiLeaks. Teriam participado promotores e juízes federais dos 26 estados brasileiros e 50 policiais federais de todo o país.

Esses fatos se sucederam, segundo ele, da seguinte maneira:

1 – Anúncio da descoberta do pré-sal, em 2006 (ainda no governo Lula)

2 – Primeira extração do pré-sal, no campo de Tupi, atual Lula (novembro de 2017)

3 – Roubo de notebooks e HDs da Petrobras (janeiro de 2008)

4 – Reativação da Quarta Frota dos EUA (abril de 2008)

5 – Governo anuncia projeto de regime de partilha do pré-sal (agosto de 2009)

6 – EUA treinam agentes judiciais brasileiros (outubro de 2009)

7 – Reunião de executiva da Chevron (Patricia Pradal) no consulado dos EUA sobre a reversão da Lei da Partilha (dezembro de 2009)

8 – Protestos de junho de 2013

9 – Brasil e Petrobras são alvos de espionagem dos EUA (2013)

10 – Operação Lava Jato e "cooperação internacional" (março de 2014)

11 – Golpe do impeachment de Dilma Rousseff (maio de 2016)

12 – Temer assume agenda das multinacionais do petróleo (a partir da maio de 2016)

13 – Nova política de preços da Petrobras, exportação de petróleo cru, importação de derivados e ociosidade do refino no Brasil (desde outubro de 2016)

14 – "Parcerias estratégicas", o novo codinome da privatização dos ativos da Petrobras (desde 2016)

15 – Pagamento de US$ 2,95 bilhões aos acionistas da Petrobras nos EUA (janeiro de 2018)

16 – Pré-sal representa mais de 50% da produção brasileira de petróleo (2018)

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Nesta terça-feira, dia 05 de junho, as Entidades da Mesa de Negociação da Cassi se reuniram com o Banco do Brasil para entregar documentos das entidades sobre a proposta apresentada para a Cassi e cobrar do BB a retomada da mesa de negociação, uma vez que o Banco do Brasil anunciou que apresentou proposta diretamente na governança da Cassi sem passar pela mesa das Entidades.  A reunião aconteceu nas instalações da GEPS/RJ, no prédio do CCDB.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB apontou ao banco a contradição entre o que o banco tem escrito nos seus boletins sobre o processo de não decisão na Cassi e ao mesmo tempo remete a proposta para aquela instância.

A Contraf-CUT entregou ao banco um documento com contrapontos às propostas apresentadas pelo BB, tanto a primeira, quanto a segunda versão.

A entidade representante dos trabalhadores é contra a proposta, mesmo a nova versão, uma vez que continua quebrando a solidariedade penalizando os menores salários, aumentando mais a contribuição dos associados, reduzindo a participação proporcional do BB e mudando o modelo de governança quebrando a paridade de gestão, incluindo agentes de mercado externos ao corpo de associados da Cassi.

A Contraf-CUT se reuniu anteriormente à reunião com o BB com as demais entidades da Mesa: CONTEC, ANABB, FAABB e AAFBB para acordar o pedido de retomada das negociações, assim como discutir sobre os documentos apresentados por cada entidade.


A Contraf-CUT informou ainda às entidades que nos dias 7 a 10 de junho acontecerão o Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil e também a Conferência Nacional dos Bancários, onde o tema Cassi será amplamente debatido e uma proposta para negociação será elaborada tendo como subsídios os debates do Congresso dos Funcionários.

O Banco informou que vai levar a proposta de retomar a mesa de negociação para que seja a avaliada junto ao comitê patrocinador, estrutura da direção do BB.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa, ao reafirmar a necessidade de retomar a mesa de negociação, os sindicatos ratificam sua posição contrária à proposta do Banco que mais que dobra a contribuição dos associados. “Ao apresentar a proposta diretamente na Cassi o banco prejudica o processo negocial pois joga com o terrorismo com o corpo funcional do BB. É importante esclarecer que nenhuma proposta pode ser implantada sem passar pela votação dos associados e aprovada também dentro da Cassi. Então, cada associado deve cobrar do banco a retomada da Mesa com Entidades de Representação dos Funcionários, bem como pressionar os eleitos na Cassi para que não votem essa proposta como está hoje pois prejudica funcionários da ativa e aposentados”, explicou.

Contraf-CUT repudia ataques de executivo do BB em rede social

Os Representantes da Federações filiadas à Contraf-CUT repudiaram em mesa a atitude do executivo responsável pelas negociações do BB na sua página pessoal do Facebook, com ataques às representações e aos dirigentes sindicais, desqualificando dirigentes por não trabalharem no dia a dia do BB.

“Ao longo de todo o processo de negociação, mesmo nos tempos da ditatura militar, nunca houve um ataque um ataque público às representações sindicais, como o publicado pelo representante do Banco na Mesa de Negociação”, afirmou Wagner Nascimento.

O executivo do banco fez uma retratação na rede social e na mesa, contudo, a Contraf-CUT cobrou uma postura mais profissional, uma vez que o cargo de representante do banco é indissociável da pessoa, ainda mais quando pública, sobre um tema tão específico de função exercida, como negociação coletiva e a proposta da Cassi.

Sobre o episódio envolvendo os ataques aos dirigentes sindicais, o coordenador da Comissão de Empresa comenta que é lamentável esse tipo de postura nos dias de hoje e que os cargos que ocupamos exigem mais responsabilidade ao lidar com as redes sociais, inda mais com comentários carregados de preconceitos e desconhecimento sobre a atividade sindical. “Os dirigentes sindicais têm jornadas até maiores que muitos funcionários no dia a dia e conhecem e visitam mais locais de trabalho, além de estarem sempre se atualizando e estudando sobre temas como negociação coletiva, economia, estatística, segurança e automação bancária, saúde e previdência complementar e todos os assuntos que envolvem o contrato de trabalho e a atividade bancária. Todas as funções são importantes dentro do Banco, inclusive quem faz o contraponto às jornadas excessivas, assédio moral e descumprimento de direitos”, completou Wagner.

Wagner Nascimento disse ainda que “é importante agora retomar o processo negocial com serenidade e equilíbrio, uma vez que há expectativas quanto às negociações da Cassi da Campanha Nacional dos Bancários”, finalizou.

Clique aqui e veja o documento. 

Fonte: Contraf-CUT

Os bancários dos cinco maiores bancos do país (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) e do Banco Mercantil do Brasil realizam nesta quinta e sexta-feira (7 e 8/6), em São Paulo, seus encontros nacionais. O principal objetivo é definir as demandas dos trabalhadores de cada um dos bancos e elaborar as minutas de reivindicações específicas.

“Existem demandas gerais, que serão definidas na Conferência Nacional da categoria e são negociadas pelo Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), mas outras são específicas por bancos. São questões que existem em alguns bancos e em outros não. Estes casos são negociados pelas COEs (Comissões de Organização dos Empregados) de cada um dos bancos com as direções das respectivas instituições. Estas questões são levantadas nestes encontros nacionais”, explicou o secretário Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

As questões gerais levantadas nestes encontros serão levadas para deliberação na Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada na sequência dos encontros nacionais por bancos, nos próximos dias 8, 9 e 10, também em São Paulo.

Caixa
34º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), terá como principais eixos do debate o corte de direitos dos empregados, a defesa da manutenção do caráter 100% público do banco, do Saúde Caixa e da Funcef.

O 34º Conecef será realizado no Hotel San Rafhael, em São Paulo (Largo do Arouche, 150).

Banco do Brasil
As atividades do 29º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB) serão realizadas na Quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo (rua Tabatinguera, 192).

Bradesco e Santander
Os encontros nacionais dos bancários do Bradesco e do Santander serão realizados na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo (rua São Bento, 413).

Itaú e BMB
As atividades do Itaú e do Banco Mercantil serão realizadas na sede da Contraf-CUT (rua Líbero Badaró, 158).

 

Fonte: Contraf-CUT

Negros e brancos no Brasil vivem em realidades distintas no que se refere à violência. Em 2016, a taxa de homicídios de negros foi de 40,2 por 100 mil habitantes, duas vezes e meia maior à de não negros, que ficou em 16. Quando se analisa o período entre 2006 e 2016, enquanto a taxa de homicídios de negros aumentou 23,1%, a de brancos diminuiu 6,8%. Na prática, 71,5% dos brasileiros assassinados por ano são pretos ou pardos.

“É como se, em relação à violência letal, negros e não negros vivessem em países completamente distintos”, diz trecho do Atlas da Violência 2018, lançado nesta terça-feira (5) no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O estado de Alagoas é o exemplo perfeito da disparidade em que vivem negros e brancos no Brasil. Ao mesmo tempo em que teve a terceira maior taxa de homicídios de negros, com 69,7 por cem mil habitantes, Alagoas apresentou também a menor taxa de homicídios de não negros, com 4,1. Para os analistas do Atlas, “é como se os não negros alagoanos vivessem nos Estados Unidos, que em 2016 registrou uma taxa de 5,3 homicídios para cada 100 mil habitantes, e os negros alagoanos vivessem em El Salvador, cuja taxa de homicídios alcançou 60,1 por 100 mil habitantes em 2017”.

Além de Alagoas, outros seis estados registraram taxas de homicídios de brancos de apenas um dígito – exceção num país que, em 2016, teve a taxa de 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. São eles: Paraíba (5,8), Piauí (7,0), Amapá (7,8), Ceará (8,3), São Paulo (9,1) e Espírito Santo (9,3).

Quando o recorte da pesquisa é por gênero, a desigualdade se mantém: a taxa de homicídios de mulheres negras foi 71% superior à de mulheres não negras.

Apesar do abismo na exposição à violência entre brancos e negros em Alagoas, as maiores taxas de homicídios de negros, no Brasil, estão em outros dois estados nordestinos: Sergipe, com 79 por 100 mil; e Rio Grande do Norte, com 70,5. Em sentido oposto, as menores taxas de assassinatos de negros no país estão em Santa Catarina (22,4), Paraná (19) e São Paulo (13,5), os três estados do país com maior porcentagem de população branca, segundo o IBGE. O Paraná, inclusive, é o único estado do Brasil onde a taxa de homicídio de brancos é superior à de negros: 30,6 por 100 mil habitantes e 19, respectivamente.

“A conclusão é que a desigualdade racial no Brasil se expressa de modo cristalino no que se refere à violência letal e às políticas de segurança. Os negros, especialmente os homens jovens negros, são o perfil mais frequente do homicídio no Brasil, sendo muito mais vulneráveis à violência do que os jovens não negros. Por sua vez, os negros são também as principais vítimas da ação letal das polícias e o perfil predominante da população prisional do Brasil. Para que possamos reduzir a violência letal no país, é necessário que esses dados sejam levados em consideração e alvo de profunda reflexão. É com base em evidências como essas que políticas eficientes de prevenção da violência devem ser desenhadas e focalizadas, garantindo o efetivo direito à vida e à segurança da população negra no Brasil”, destaca o Atlas da Violência.

Ao todo, o Brasil registrou em 2016 a marca histórica de 62.517 homicídios, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Essa quantidade representa uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes – 30 vezes superior à taxa da Europa. De acordo com o estudo divulgado, 553 mil pessoas foram assassinadas no Brasil nos últimos 10 anos.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

A Liga Jurídica Carioca decidiu nesta segunda-feira (4) penalizar a delegação da PUC-Rio com a perda do título dos jogos Jurídicos do Rio 2018, após o registro de atos racistas durante o evento, disputado em Petrópolis, na região serrana do estado. A Liga ainda suspendeu a participação da delegação em competições ao longo do ano e nos Jogos Jurídicos de 2019.

Segundo denúncias de estudantes pelas redes sociais, no sábado (2), após partida de  futebol entre PUC-Rio e a Universidade Católica de Petropólis (UCP), uma integrante da torcida da PUC jogou uma casca de banana na direção de um atleta negro da UCP.

O ato não foi isolado. No domingo, após a final do basquete masculino entre PUC-Rio e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), torcedores da PUC imitaram macacos diante dos torcedores negros do rival. No mesmo dia, integrantes da torcida da universidade chamaram uma atleta de handebol da Universidade Federal Fluminense (UFF) de "macaca".

"Como bem sabemos, os jogos jurídicos universitários nunca foram um espaço confortável para pessoas negras. Vir para se divertir e torcer sem muitas preocupações sempre foi – e ainda é – um privilégio que apenas as pessoas brancas possuem", diz nota da campanha Jogos Sem Racismo. Junto com os coletivos os coletivos Negros Patrice Lumumba (UERJ), Caó (UFF) e Cláudia Silva Ferreira (UFRJ - FND), a campanha exigiu as punições à PUC-RJ, o que foi acatado pela Liga Universitária.

Com a decisão, nenhuma faculdade participante será sagrada como campeã geral, ainda que os resultados das modalidades serão mantidos em respeito aos atletas participantes. A PUC-Rio havia terminado a competição com o maior número de pontos pela primeira vez.

A universidade divulgou nota afirmando que vai formar uma  Comissão Disciplinar para averiguação das informações, composta por professores de Direito da Universidade e também pela professora de Direito Constitucional Thula Pires, que é coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente (Nirema).

"Hoje, depois do que podem ter sido os quatro mais dolorosos dias das nossas vidas enquanto negros estudantes de direito, pudemos começar a fazer justiça com nossos atletas, torcedores e torcedoras agredidos", diz o texto da campanha. "Esperamos, ao menos, que essa dor descomunal se revele uma oportunidade para que TODAS as Faculdades de Direito repensem suas práticas e tornem os Jogos um ambiente mais inclusivo."

Com informações da Rádio Agência Nacional e Vermelho

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu a comercialização de 31 planos de saúde feito por 12 operadoras, a partir da próxima sexta-feira (8), em função de reclamações relacionadas a cobertura assistencial. A decisão foi tomada com base em protestos recebidos pelo Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento da agência reguladora, durante o primeiro trimestre deste ano.

Foram analisadas cerca de 14 mil reclamações no período – a maior parte (39;53%) por causa de questões gerenciais, como autorização prévia, franquia, coparticipação. Também houve grande número de problemas relacionados ao rol de procedimentos e coberturas (15;85%) e prazos máximos para atendimento (15;04%). A decisão da ANS proíbe apenas a venda para novos clientes.

As operadoras que tiveram a comercialização de planos suspensos foram a Good Life Saude Ltda; a Unimed Norte/Nordeste-Federação Interfederativa das Sociedades Cooperativas de Trabalho Médico; a Ami - Assistência Médica Infantil Ltda; a Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas; a PAME - Associação de Assistência Plena em Saúde; o Gamec - Grupo de Assistência Médica Empresarial do Ceará Ltda; a Ameno Assistência Médica S/S Ltda; a Lotus Operadora de Planos Odontológicos Ltda; a Caixa Seguradora Especializada em Saúde S/A; a Quallity Saúde Assistência Médica Ambulatorial Ltda; a Associação Santa Casa de Sorocaba e a Green Life Plus Planos Médicos Ltda - EPP.

A suspensão pode ser revertida se as operadoras comprovarem melhoria no atendimento nesses planos. Trinta e três planos de 16 operadoras, que haviam sido suspensos anteriormente, por exemplo, serão reativados a partir de sexta.

Fonte: Rede Brasil Atual com informações da Agência Brasil

O Banco do Brasil fugiu da mesa de negociações e, aproveitando a posse dos novos dirigentes eleitos, vai pressionar os diretores e conselheiros da Cassi a reduzir as contribuições patronais à Cassi e mandar a conta para os associados, aumentando as contribuições de ativos e aposentados e instalando a cobrança por dependentes.

O banco despreza o fato de que o custeio da Cassi precisa ser resolvido entre o banco e os legítimos representantes dos associados, as entidades sindicais e associativas, para depois ser levado à votação pelos associados. O banco quer passar o trator nos associados e espera contar com o apoio e conivência dos dirigentes da Cassi.

A Comissão de Empresa solicitou negociação para 5 de junho, mas o banco ignorou. O banco só abandonou as negociações porque avalia que poderá contar com voto dos novos eleitos.

Nova proposta pode aumentar contribuição em até 167% – A nova “proposta” do BB não altera significativamente a primeira. Quebra o princípio da solidariedade, aumenta a contribuição do associado de 3% para 4%, institui a cobrança por dependente por critério que penaliza mais os salários e aposentadorias menores.

Um associado da ativa com 2 dependentes e salário de R$ 5.000 hoje paga R$ 150 à Cassi e passará a pagar R$ 400 (4% mais R$ 108,17 por dependente, limitado a 8% do salário), aumento de 167%. Um aposentado que recebe R$ 7.500 e tem um dependente hoje paga R$ 225, passará a pagar R$ 600 (4% mais R$ 324,51 por dependente, limitado a 8%), aumento de 167%.

Se incluirmos na conta o aumento na coparticipação, muitos associados pagarão até 10% de seu salário.

O banco ainda quer roubar o poder dos associados e implantar o voto de minerva para poder alterar o estatuto e as contribuições à revelia dos funcionários.

Banco dá calote de R$ 450 milhões e quer jogar a culpa nos associados. O BB está omitindo que possui uma dívida de R$ 450 milhões com a Cassi, relativa ao grupo de Dependentes Indiretos. Ele assumiu esta dívida por acordo feito com as entidades representativas em 2008, mas até hoje não pagou.

A diretoria financeira da Cassi, indicada pelo banco, nunca fez a cobrança. A Cassi teve de contratar consultoria para dimensionar o valor exato da dívida, avaliada em R$ 450 milhões. Só o pagamento desta dívida já resolve o déficit atual do plano de saúde.

Para Wagner Nascimento,  coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Bancodo Brasil, ao acabar com uma mesa de negociação o banco quer impor aos associados uma conta salgada demais financeiramente e ainda impor todos os cortes em programas que quis fazer nos últimos anos. "A Consultoria Accenture elogiou a área de programas gerenciada pelos eleitos, mas o banco quer passar para o mercado. A Consultoria criticou a área de TI dos indicados do BB e o banco quer passar para os eleitos tirando fora a sua responsabilidade.

Quer pesar no bolso dos associados e ainda retirar direitos históricos como a paridade de gestão". "O banco não consegue negociar e quer ganhar na força.  A dúvida agora é se os novos eleitos votarão contra os associados como espera o banco", completou.

Fonte: Contraf-CUT

Pesquisa do Datafolha, divulgada na quarta-feira 30, revela que 55% dos brasileiros são contrários à privatização da Petrobras. Para um número ainda maior, 74%, a empresa não deveria ser vendida para grupos estrangeiros em hipótese alguma. Pesquisa da CUT/Vox divulgada na segunda-feira 28 apontou resultado semelhante.

No mesmo dia da divulgação da pesquisa do Datafolha comprovando que a maioria dos brasileiros é contra a entrega do patrimônio público ao setor privado, o Sindicato e a Faculdade 28 de Agosto promoveram seminário sobre o tema que se mostra necessário diante da intenção do governo Temer de privatizar dezenas de empresas públicas por meio do Programa de Parceria do Investimento (PPI), muitas delas estratégicas para a soberania nacional, como a Eletrobras e a Casa da Moeda. 

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“A Casa da Moeda faz moeda para o Brasil e mais cinco países da América Latina. O resultado da empresa foi positivo nos últimos anos. Mesmo assim está na lista de privatização”, alertou durante o seminário Maria Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e representante eleita pelos empregados no Conselho de Administração da Caixa. 

Os relatórios financeiros mostram que a companhia teve superávit de R$ 783 milhões em 2013, R$ 223 milhões em 2014, R$ 300 milhões em 2015 e R$ 60 milhões em 2016. Apenas em 2017 houve prejuízo de R$ 117 milhões, justamente por falta de repasses do próprio governo federal, que pretende privatizar a empresa. 

Petrobras e o preço dos combustíveis

A Petrobras ainda não foi totalmente privatizada, mas teve várias ativos vendidos. “Alguns anos atrás, o Brasil era autossuficiente em combustíveis, mas agora compra gasolina refinada dos Estados Unidos, a preços praticados no mercado internacional, e por isso o custo não para de aumentar. A greve dos caminhoneiros é interessante porque mostrou aquilo que a gente vinha alertando há anos: as consequências do sucateamento das empresas públicas”, afirma Rita. 

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Rita Serrano (esq.), Ernesto Izumi (BB), Leonardo Quadros (Caixa) e Ione Amorim (Idec)


A diminuição das políticas públicas operacionalizadas pelos bancos públicos também coloca um grande problema para o país, avalia Rita. O programa Minha Casa, Minha Vida, financiado pela Caixa Federal, foi usado como exemplo. Os investimentos foram reduzidos de R$ 20 bilhões, em 2015, para R$ 7,9 bilhões, em 2016, e R$ 2,7 bilhões em 2017.

“De 2015 para cá foram investidos R$ 18 bilhões a menos em um único programa. O setor da construção civil é um dos que mais gera empregos para a população de baixa escolaridade. Isso significa menos investimento social, aumento do desemprego, da carência por habitação popular e da pobreza. Também afeta toda a cadeia produtiva e obviamente resulta em um prejuízo para as empresa dessas áreas”, resume Rita. 

Outro exemplo dos danos que a redução da função social dos bancos públicos causam à sociedade se deu na última reunião do conselho de administração da Caixa, realizada na terça-feira 22. Segundo Rita Serrano, foi informado que o banco deixou de emprestar R$ 3 bilhões para a agricultura, porque para sua atual direção, a taxa de juros não compensava. “Isso é papel de banco público?”, questiona Rita, que estava presente àquela reunião.  

Descapitalização do BNDES

O BNDES é o maior investidor das empresas do país, mas desde 2016, quando Michel Temer tomou o poder, sofreu descapitalizações totalizando mais de R$ 100 bilhões que  poderiam ser investidos no setor produtivo e consequentemente resultariam em geração de emprego.

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Parte desse montante será usada para o pagamento da dívida pública. Os bancos privados são detentores de parcela considerável desses títulos. 

Além disso, o Congresso Nacional acabou com a taxa de juros subsidiado do banco público e criou uma taxa de juros de mercado, muito mais alta. 

 

“Vocês acham que as empresas vão pegar crédito no BNDES?”, questiona Rita. “Nem no BNDES e nem no Itaú, no Bradesco, no Santander, porque os juros praticados no Brasil são altíssimos. Ao invés de investir no setor produtivo, as empresas vão investir na especulação financeira, porque ficou mais caro para investir no setor produtivo, o que irá resultar em mais desinvestimento e desemprego.”

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Caixa e Banco do Brasil

Embora tenham ficado de fora da lista de privatizações, a Caixa e o Banco do Brasil enfrentam processo de encolhimento e ameaças constantes. Em 2017, o movimento sindical conseguiu barrar a intenção do governo federal de transformar a Caixa em sociedade anônima, o que seria o primeiro passo para privatização do banco. 

Entretanto, a Caixa sofre um processo de encolhimento, com fechamento de agências, postos de trabalho e privatização das operações. Está marcada para 14 de junho, na Bolsa de Valores de São Paulo, a privatização da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), cujas operações são administradas pela Caixa. 

Loteria que Temer quer vender 'bate recorde' de receita

“Se as loterias fossem somente jogos de azar, eu não defenderia que um banco publico fosse operador. Mas 48% da arrendação da loterias são investidos em programas sociais como cultura e educação e segurança”, ressalta Rita. “Ao privatizar a loteria instantânea, aquilo que ia para investimento social vai para o bolso da multinacional, e os editais são feitos de uma forma que só as multinacionais estrangeiras podem participar”, afirma Rita, acrescentando que empresas dos Estados Unidos, da Austrália e do Canadá se mostraram interessadas em comprar a Lotex. 

Rita lembrou que o Banco do Brasil foi transformado em uma instituição de economia mista, com ações negociadas na bolsa de valores, em 1969, em pleno período mais repressivo da ditadura militar, quando a organização dos trabalhadores era proibida. 

Em um novo período de ruptura democrática resultante do golpe que alçou Michel Temer ao poder, o Banco do Brasil fechou 670 agências e eliminou 10 mil postos de trabalho por meio de planos de demissão

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“Os banco públicos deveriam ter a função de atender às necessidades da população, do investimento em desenvolvimento. E no atual governo, os bancos vêm adotando os juros, as tarifas e os modelos dos bancos privados”, denuncia Rita. 

Clientes também sofrem 

Durante o seminário, a economista do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Ione Amorim, apresentou documentário sobre o resultado dos juros extorsivos aplicados pelos bancos no país, resultado da enorme concentração bancária. Também revelou que desde que o governo Temer assumiu o poder, os bancos públicos também adotaram mudança na política que prejudica os clientes.

 

Segundo levantamento do Idec com dados do Banco Central, entre 2016 e 2017 a Caixa Econômica impôs reajuste de 78% nas tarifas cobradas dos clientes. Nesse mesmo período, a inflação foi de 2,7%. 

O reajuste médio das tarifas bancárias dos cinco principais bancos (BB, Bradesco, Caixa Itaú e Santander) ficou em torno de 12%. “Nós questionamos os bancos e eles responderam ‘nós estamos repassando a inflação’. Que inflação? Quatro vezes a inflação do período?”

“A Caixa realmente tinha preços competitivos, mas a política mais recente trouxe essa realidade e realinhou seus serviços aos dos grande bancos privados, ao invés de puxar para baixo os custos das tarifas, como um grande banco público, com uma carteira de 88 milhões  de clientes, deveria fazer, juntamente com o Banco do Brasil”, acrescenta Ione. 

Fonte: SP Bancários