Maio 04, 2025
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O Comando Nacional dos Bancários entregou nesta quarta-feira (13) à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) documentos com as demandas da categoria para renovação da convenção coletiva nacional de trabalho, válida para os 485 mil profissionais do setor em todo o país. As reivindicações foram objeto de consulta com participação de mais de 35 mil pessoas nos locais de trabalho e ratificadas em conferências estaduais e nacional.

A valorização salarial e da participação nos lucros ou resultados, a garantia contra demissões em massa e política de expansão dos atendimentos e criação de novos empregos, compartilhamento dos ganhos com investimentos em tecnologia na forma de melhores condições de trabalho e de atendimento, manutenção das cláusulas da atual convenção coletiva enquanto se desenrolarem as negociações e universalização de tudo que for negociado entre todos os bancários – sem fragmentação da categoria para negociação em separado – estão entre as prioridades da campanha nacional.

Também na consulta, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 60% dos bancários afirmaram defender uma possível greve caso os bancos dificultem as negociações. O cenário político também foi tema da consulta, que revelou que 79% não pretendem votar em candidatos que aprovaram a reforma trabalhista, que se revelou um fracasso na criação de empregos e ainda proporcionou a expansão do trabalho precário e com menor remuneração.

Pela primeira vez desde 1992, ano da primeira convenção coletiva nacional, o comando é coordenado por duas mulheres: Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT. Em entrevista à RBA, elas afirmam que o “fenômeno” é de certa forma observado com atenção porque ainda se vive numa sociedade muito influenciada por cultura machista.

Mas asseguram que há muito tempo o movimento sindical bancário tem em sua agenda a questão da igualdade de oportunidades e do empoderamento feminino. Com isso, a mesa de negociação já trata as representantes com respeito e uma naturalidade acima da média. “Sempre fomos respeitadas como dirigentes de uma categoria importante, que por sua vez sempre se destacou pela presença de mulheres em cargos de poder”, diz Ivone.

O comando nacional é integrado por presidentes de 10 federações, 22 sindicatos, Contraf-CUT mais os representantes dos trabalhadores de quatro bancos federais. Nove desses 33 integrantes são mulheres, todas presidentas em suas entidades. O próprio presidente da Fenaban, Murilo Portugal, admite que a negociação flui melhor sob o protagonismo das mulheres: elas são mais decididas. A primeira rodada de negociação está marcada para 28 de junho.


O fato de pela primeira vez duas mulheres coordenarem negociações que têm forte repercussão no mundo do trabalho e na sociedade causa alguma expressão de preconceito na mesa?
Ivone Silva – Nunca senti demonstração de preconceito. Sempre fomos respeitadas como dirigentes de uma categoria importante, que por sua vez sempre se destacou pela presença de mulheres em cargos executivos, seja na presidência ou em outras posições importantes, como secretaria-geral, de finanças, entre outras.

Juvandia Moreira – Quando assumi a presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo (em 2010), foi a primeira vez que uma mulher esteve também na coordenação do comando nacional. Na ocasião, também os bancos estavam ampliando a presença de mulheres na mesa de negociação.

Essa mudança do nosso lado também foi acompanhada do lado de lá. Santander tem uma mulher presente, o Bradesco também nomeou uma diretora executiva. Isso foi evidenciado como uma preocupação. Quando não tinham mulheres no primeiro escalão, ia alguém do segundo. Acho que agora, mais do que nunca, essa preocupação está presente.

A presença feminina vem crescendo?
Ivone – Sim. Nosso sindicato já vinha trilhando esse caminho.

Juvandia – As federações estaduais de São Paulo (Aline Molina) e de Minas Gerais (Magaly Fagundes) também são presididas por mulheres. As presidentas dos sindicatos do Rio de Janeiro (Adriana Nalesso), Belo Horizonte (Eliana Brasil), Pernambuco (Suzineide Rodrigues), Campinas (Ana Stela Alves de Lima) também estão nesta mesa. Até mesmo dentro do movimento essa condição já é respeitada há muito tempo.

Ivone – É claro que existe uma ou outra diferenciação no tratamento, até porque vivemos numa sociedade ainda machista. Por exemplo, as pessoas querem saber com quem você anda. Se uma mulher participa de muito compromisso ao lado de homens, alguns vão inferir que o homem é que manda; se é homem com outro homem, então ninguém manda nele. Então, não dá para dizer que dentro do movimento sindical não existe resquício de machismo.

Mas à medida que fomos introduzindo em nossa cultura, lá atrás, a questão da igualdade de gênero e do empoderamento feminino em cursos, reuniões, debates, negociações, esse preconceito foi ficando mais distante. Ainda tem, mas todos os dias a gente avança um passinho rumo a uma situação de mais respeito, não só entre os homens, mas também entre as mulheres que ainda padecem de uma cultura machista, porque são criadas e vivem numa sociedade machista.

Juvandia – A gente disputa espaço e isso vai se tornando algo natural. Não era, nem aqui nem no mundo desenvolvido, onde quem não pode se superar com as ideias, disputa o controle na base da força bruta. A desconstrução desses valores ultrapassados e a construção de valores de igualdade e respeito, inclusive dentro do movimento sindical, são parte de um mesmo desafio.

No nosso caso, esse machismo está cada vez menos presente, aparece muito delicadamente. Até porque já lideramos inúmeras campanhas com excelentes resultados. O mundo tem de ir se acostumando com isso, e as mulheres, à medida que vão ocupando esses espaços, têm de estimular outras a também ocupar.

É um processo de amadurecimento.
Ivone – Tenho certeza que as novas gerações já estranham menos essa emancipação feminina do que as que vieram antes de nós. Outro dia estava ouvindo uma entrevista em que uma mulher relata que a filha, de 11 anos, vinha de uma aula de judô e comentou que tinha mulheres lá. E a mãe: “Mulheres?” E a filha: “Sim, ué, por quê?” Ou seja o estranhamento da mãe, que é de um tempo em que praticar aquele esporte era algo extremamente masculino, já não está presente na natureza da filha, que nem sequer entendeu a surpresa da mãe.

E caminhamos para esse tempo futuro, em que, por exemplo, nem caiba essa sua pergunta sobre o significado de sermos duas coordenadoras, mulheres, numa mesa de negociação importante como essa, cujos resultados são uma referência não só para mundo do trabalho mas para a sociedade no geral. E isso já é uma realidade no movimento social, na cidade e no campo. Esperamos que em breve seja algo tão natural que as pessoas vão deixar de enxergar como ponto fora da curva.

O fato de a campanha dos bancários se desenrolar praticamente no mesmo cenário em que o país se prepara para um importante processo de eleições gerais ajuda ou atrapalha?
Juvandia – Acho até que ajuda, porque as campanhas dos bancários sempre foram marcadas por discutir também projetos de país. Em ano de eleição, esse debate aflora. Bancários sempre tiveram característica de fazer uma pauta que não é corporativa, sempre dissemos que não dá para melhorar a vida dos bancários só na mesa de negociação ou no local de trabalho. E neste ano também é eixo da campanha o debate da eleição. Defendemos os bancos públicos, que estão sofrendo ataques, fechando agências, demitindo, prejudicando o atendimento.

E não vai ser na mesa de negociação que faremos isso. Para defender o papel estratégico dos bancos públicos tem de trocar de governo e de Congresso. Enfim, para defender os bancários temos de defender o Brasil. Daí a importância das eleições, de votar em candidatos comprometidos com os bancos públicos, os direitos dos trabalhadores. Precisamos pensar num governo que viabilize a Petrobras como ferramenta de desenvolvimento, e não drenando dinheiro dela para os mais ricos. A mesma coisa para a Eletrobras, os bancos públicos.

Ivone – Isso é importante para o país todo. Sistema de captação residencial de energia solar, por exemplo, financiada pelo BNDES. Energia limpa, sustentável e mais barata para o consumidor. São muitas as políticas públicas importantes para o país, e que mexem diretamente com o dia a dia das pessoas, que podem ser impulsionadas por empresas públicas. Queremos gerar empregos para os bancários e desenvolvimento para o Brasil. Com agência bancária a economia cresce e desenvolve o município.

Vão apoiar algum nome?
Juvandia – Nossa conferência nacional apontou para a defesa da liberdade do ex-presidente Lula e de seu direito de disputar, por uma questão de justiça e de democracia. Mas o que nos unifica é a defesa de projetos que ajudem a recuperar a soberania e um Estado comprometido com desenvolvimento e distribuição de renda. Tanto do Executivo quanto no Parlamento. Ou seja, devemos apoiar quem revogue as leis da reforma trabalhista, da terceirização, do congelamento de gastos públicos por 20 anos. Não é votando no Alckmin, no Partido Novo, que são a favor da privatização, que as pessoas vão conseguir isso. Votar no Bolsonaro porque ele promete liberar o uso de armas tem sentido? Um jovem ter uma arma é garantia de que irá se proteger? Vai lhe dar acesso a uma universidade? Um emprego digno? Se eleger candidatos que mantenha essa pauta de votar para os mais ricos, a condição de vida da população vai piorar cada vez mais. Vamos orientar o voto em candidatos progressistas.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Comando Nacional dos Bancários entregou na quarta-feira (13) a pauta específica dos funcionários do BB para a Campanha Nacional dos Bancários de 2018.

Além da Minuta do Acordo Específico Aditivo (ACT) atualizada, foi entregue ao Banco documento contendo as Resoluções e Propostas aprovadas no 29° Congresso Nacional dos Funcionários do BB, que aconteceu nos dias 7 e 8 de junho.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), juntamente com a Coordenação do Comando Nacional e representantes das Federações e Sindicatos fez a entrega ao Diretor da Gestão de Pessoas do banco, Caetano Minchillo, na Sede da Fenaban.

(Veja a minuta e as Resoluções do Congresso)

“Os bancários de base tiveram ampla participação no congresso dos funcionários. Eles foram a maioria dos delegados inscritos. Os debates foram bastante amplos e subsidiados pelos economistas do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos), assessoria jurídica e executivos e conselheiros da Previ, Cassi e Economus”, afirmou Wagner Nascimento, coordenador da CEBB. “Esperamos uma campanha efetiva e que o banco atenda nossas reivindicações, construídas e debatidas por bancárias e bancários de todo o Brasil desde os encontros regionais até o Congresso Nacional dos Funcionários do BB”, completou o coordenador da CEBB.

Fonte: Contraf-CUT

O episódio sobre o terço abençoado pelo papa Francisco entregue a Lula na segunda-feira (11) levou a esfera jornalística a questionar o alcance do poder das agências de checagem (fact checking). Após o PT e a assessoria de imprensa do ex-presidente informarem que o presente teria vindo do próprio sumo pontífice, agências de checagem, como a Lupa e a Aos Fatos, cravaram o status de fake news para portais que noticiaram o fato.

Acontece que a checagem foi realizada por meio de uma nota curta do Vatican News, publicada em português, que afirmava que o responsável por tentar entregar o presente, o advogado Juan Grabois, barrado pela Polícia Federal, era um "ex-consultor" e que sua visita tinha "caráter pessoal". Entretanto, algumas horas depois da nota, e de as agências, de forma apressada, terem decidido que se tratava de fake news, o portal do Vaticano apagou a nota e a corrigiu, informando que, de fato, Grabois é consultor de um conselho papal e que a nota anterior trazia erros de tradução.

Diante da nova nota, as próprias agências de fact checking reescreveram suas análises sobre o tema. Entretanto, o estrago já havia sido concretizado. A mídia comercial conservadora divulgou ostensivamente que a notícia era "fake news" e as agências de checagem, após o recuo do Vaticano, não divulgaram a versão correta. As agências citadas também advertiram o Facebook que os conteúdos eram falsos, já que tais grupos agora atuam como parceiros da rede social para barrar o que elas consideram como fake news.

O caso revelou a fragilidade desses grupos. Tendo nem sequer realizado o trabalho de apuração correto, tradicional do jornalismo profissional, as agências definiram censura sem realizar qualquer trabalho qualificado, baseando-se apenas em uma nota curta e imprecisa divulgada pelo Vatican News, que foi prontamente corrigida. O fato acabou por acarretar em um fake news de terceira mão.

Imprecisão

Primeiramente, os veículos de notícias, baseados em manifestações de assessorias do PT e do ex-presidente Lula, divulgaram uma informação que, de fato, trazia traços de imprecisão. A RBA foi uma que não caiu no equívoco e, desde o início, deixou claro no texto a origem das informações.

Em um segundo momento, a agência de notícias do Vaticano questionou a veracidade da informação em uma nota curta e com problemas. Prontamente, de forma veloz, as agências de fact checking se apressaram em taxar as notícias sobre o tema de fake news. Por sua vez, a mídia empresarial divulgou amplamente a censura.

No terceiro momento, a agência reviu suas afirmações, apontando problemas e reescrevendo a nota, tirando dela pontos polêmicos utilizados pela mídia como o que dizia que "terços como esse são levados, como o Santo Padre deseja, a tantos prisioneiros do mundo sem entrar no mérito de realidades particulares". Este ponto, para reafirmar, foi retirado da nota. As agências corrigiram suas análises, sem a mesma pressa de antes, mas o estrago da fake news de terceira via já estava feito. A imprensa comercial manteve a versão de que a história era inverídica, impactando definitivamente na versão apresentada inicialmente.

Versão dos jornalistas

A revista Fórum e o Brasil 247 foram dois veículos apresentados como percursores da fake news em questão pelas agências de fact checking. Entretanto, após todo o imbróglio apresentado neste texto, eles se manifestaram. A Fórum chegou a entrar em contato direto com as agências para tentar corrigir a situação.

"A Fórum reproduziu a reportagem e, se cometeu um equívoco, foi o de não atribuir com mais clareza que a informação baseava-se em nota da página do ex-presidente. Quando soube da notificação, imediatamente entrei em contato com o redator que assinava a nota da Agência Lupa, Leandro Resende, questionando-o, em primeiro lugar, por que citava a Fórum como site que espalhou notícia maliciosa sem nos procurar para ouvir nossa posição", afirma o jornalista, editor da Fórum, Renato Rovai.

O posicionamento de Rovai continua: "Ele não respondeu de forma clara este ponto que me parece o mais grave de todos para um trabalho de uma agência que se propõe a checar fatos", disse. O jornalista ainda afirma que, na intenção de apresentar a informação da forma mais apurada possível, fez, ele mesmo, uma checagem mais completa e uma posterior reportagem. "Passei o link dessa matéria que fiz ao redator e insisti com ele que a abordagem da Lupa, nos atribuindo a produção de fake news, era um claro exagero e um atentado à liberdade de imprensa."

Por sua vez, o Brasil 247 também se posicionou, classificando a ação das agências como "arma na guerra política". "A posição oficial do Vaticano neste momento pode ser resumida da seguinte forma: Grabois é consultor do pontífice e veio ao Brasil com a missão de trazer a Lula um terço abençoado e também as palavras do Santo Padre – o que evidencia caráter institucional – e não meramente pessoal – de sua visita", completa.

Forças ocultas

Outro detalhe apresentado por jornalistas da mídia alternativa é que as agências de fact checkingpossuem ligação direta com representantes da mídia empresarial. "A Lupa tem como investidora a Editora Alvinegra, que pertence a João Moreira Salles, um dos herdeiros do Itaú Unibanco, e é parceira do Uol, da família Frias, que edita a Folha de S.Paulo, jornal que, em editoriais, apoiou a deposição da presidente Dilma Rousseff (PT) e a prisão do ex-presidente Lula – dois processos amplamente questionados por intelectuais, acadêmicos e juristas do Brasil e do mundo", disse o 247.

Veja a carta de Grabois sobre o não encontro com Lula

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FONTE: Rede Brasil Atual

Copa do Mundo da Rússia começa nesta quinta-feira (14), a partir das 11h, com a cerimônia de abertura no Estádio Luzhniki, em Moscou, que também será palco da estreia da seleção anfitriã, a Rússia, contra a Arábia Saudita, às 12h.

Nesta edição, as seleções de Brasil, a atual campeã Alemanha, e França são as principais favoritas ao título, com Argentina, Bélgica e a Espanha correndo por fora. 

Brasil entra na competição tendo como missão a conquista do hexacampeonato, além de apagar a lembrança do 7 a 1 sofrido contra a Alemanha, na semifinal do Mundial de 2014. Liderada pelo craque Neymar, na primeira fase da competição a Seleção enfrentará Suíça, Costa Rica e Sérvia, pelo grupo E.

A equipe canarinha recuperou o bom futebol após o técnico Tite assumir o comando, sucedendo Dunga. Após as boas vitórias nos últimos amistosos antes do Mundial – contraCroácia e Áustria –, o time mostrou consistência defensiva e  alternativas no ataque. Além disso, a chamada "Neymar-dependência" é menor com o apoio de jogadores como Marcelo, Philippe Coutinho, Wilian e Gabriel Jesus.

Campeã em 2014, no Brasil, a Alemanha é candidata ao bicampeonato consecutivo. Na primeira fase, os alemães terão pela frente México, Suécia e Coréia do Sul, pelo grupo F.

Com opções de qualidade no elenco, o técnico Joachim Löw levou grande parte do elenco que conquistou o tetracampeonato. Ele ainda pôde deixar de fora da lista de convocados o meia Mario Götze, autor do gol do título na última final, e a revelação Leroy Sané, destaque do Manchester City.

As atuações pouco convincentes nos últimos amistosos não enganam, já que o atual time alemão tem a fama de esconder seu jogo. No ano passado, a equipe conquistou o título da Copa das Confederações com uma equipe "alternativa", com jovens atletas e outros que não costumavam constar nas convocações oficiais.

Já a França aposta na sua juventude. Vice-campeã na Eurocopa de 2016, contra Portugal. Pelo grupo C, a equipe francesa enfrenta Austrália, Peru e Dinamarca.

Mesmo com grandes talentos como Paul Pogba, Ousmane Dembélé, Kylian Mbappé e Antoine Griezmann é no jogo coletivo que o time ainda peca, oscilando muito nas mãos do técnico Didier Deschamps. A lista de convocados ainda deixou grandes jogadores de fora como Lacazette, Rabiot, Martial e Payet.

Correndo por fora

Sem o mesmo status das outras três favoritas, Argentina, Bélgica e Espanha também podem alcançar o almejado troféu de campeão do mundo. 

Os 'hermanos' sofreram para garantir a classificação à edição deste ano. O time depende quase por completo do talento de Lionel Messi para que possa sonhar com o tricampeonato. Apesar de ter bons nomes, a atual geração não venceu nenhuma competição importante, esbarrando em vice-campeonatos: Copa do Mundo, em 2014, e Copas América de 2007, 2015 e 2016. Os argentinos enfrentarão Islândia, Croácia e Nigéria, pelo grupo D.

Até quarta (13), a seleção da Espanha era considerada uma das grandes favoritas ao título. Porém, nas vésperas do torneio, a Federação Espanhola de Futebol decidiu demitir o técnico Julen Lopetegui, por ter se sentido desrespeitada com a divulgação, pelo Real Madri, de que iria assumir o comando do time após o Mundial. Difícil prever o comportamento dos atletas diante do episódio, pouco usual em Copas. Eles jogarão contra Portugal, Irã e Marrocos.

Já a Bélgica conta com ótimos jogadores para cumprir o desafio de corresponder às expectativas dos últimos anos. Após uma campanha invicta nas eliminatórias e bons desempenhos nos amistosos, a equipe quer provar que pode vencer seleções mais fortes e chegar a um título inédito.

Guiada por EdenHazard, Romelu Lukaku e Kevin De Bruyne, os Diabos Vermelhos jogarão contra Panamá, Tunísia e Inglaterra, pelo grupo G.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Aumento real, PLR maior, defesa da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para todos, manutenção dos direitos, dos empregos e que qualquer tipo de alteração na forma de contratação seja feita via negociação coletiva. Essas são algumas da prioridades dos bancários, indicadas na pauta de reivindicações entregue pelo Comando Nacional da categoria à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quarta-feira (13). Também foram entregues as pautas dos acordos aditivos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Clique aqui e veja a galeira de fotos da entrega.

Os trabalhadores cobram, ainda, o fim do assédio moral e fazem a defesa intransigente dos bancos públicos e da sua função social para o desenvolvimento do Brasil. A primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2018 foi marcada para 28 de junho.

Em 2016, após 31 dias de greve, bancários de instituições financeiras públicas e privadas de todo o Brasil conquistaram um acordo de dois anos, vigente até 31 de agosto deste ano. Assim, essa é a primeira campanha da categoria após o golpe que colocou na Presidência da República um governo que tem retirado direitos dos trabalhadores e de toda a sociedade. “Antecipamos toda a preparação da campanha para que a categoria não tenha nenhum prejuízo, diante da mudança na lei trabalhista, do nosso ponto de vista bastante ruim para os trabalhadores”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Diante disso, a Conferência Nacional da categoria, realizada entre os dias 8 e 10 de junho, definiu cobrar dos bancos a assinatura de um pré-acordo de ultratividade, para que todos os direitos previstos na CCT continuem valendo até a assinatura de um novo acordo. “Queremos garantir que tenhamos um processo negocial tranquilo”, ressaltou Juvandia, uma das coordenadoras do Comando.

“A defesa do emprego, dos salários e dos direitos dos trabalhadores é função intrínseca do papel dos sindicatos, mas nesse momento ainda mais. Foi bastante importante fechar aquele acordo de dois anos, mas de lá para cá foram fechados cerca de 40 mil postos de trabalho nos bancos. O Brasil está vivendo uma fase preocupante. O país não cresce, mas o sistema financeiro tem lucros crescentes. Foram quase 34% nos lucros no ano passado, mais de 20% no primeiro trimestre deste ano. E isso só dos bancos representados nessa mesa (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander).”

Valorização da CCT – Juvandia destacou ainda a importância da organização da categoria bancária. “Na greve dos caminhoneiros vimos o caos que foi não ter quem fizesse essa representação, que falasse pela maioria. E isso tudo porque têm uma forma de contratação de autônomos. Mais uma mostra da importância de lutarmos para que nossa categoria tenha emprego de qualidade, não como PJ, terceirizado, autônomo”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT.

“Já assinamos 26 CCTs e esperamos que assinemos muitas mais. E que essa mesa tenha a sabedoria de fazer a renovação desse acordo via negociação. Este momento nos preocupa porque entendemos que a nossa democracia está fragilizada e isso é muito ruim principalmente para os trabalhadores”, finalizou a dirigente.

“Queremos este ano assinar nossa 27 CCT”, reforçou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também coordenadora do Comando. “Sabemos que nossa mesa de negociação nunca foi fácil, mas chegamos sempre a um acordo. Somos a única categoria que assina uma CCT nacional para todos os trabalhadores e todas as empresas ao mesmo tempo. Temos uma organização nacional, junto com vocês, que permite fazer toda essa negociação numa única mesa e isso é muito importante”, salientou.

“Queremos assinar um acordo coletivo que valha pra todo mundo, independente do salario. Discutimos muito na nossa conferência, também, a importância de manter a mesa única, com bancos públicos e privados. Assim, valorizamos nossa negociação na qual sempre conseguimos chegar a assinatura da CCT. E isso queremos: garantir todos os direitos para todos. E colocando na sociedade os bilhões de reais que ajudam a movimentar a economia nacional, via aumento real, PLR maior”, completou Ivone Silva.

Para o presidente da Fenaban, Murilo Portugal,  a CCT dos bancários é um marco para o Brasil e toda a América Latina. “Concordo com vocês. Temos um processo de negociação nacional unificada muito amplo. É um processo complexo. E, infelizmente, as coisas que são difíceis de montar são fáceis de destruir. As regras são as mesmas para o Brasil e acho que isso é uma contribuição importante que o setor dá para reduzir a desigualdade que é tão grande no nosso Brasil, como disse a Ivone.”

Bancos e sociedade – Com o mote Todos por Tudo, os bancários definiram, ainda, a importância que as eleições 2018 terão n a recuperação da democracia e dos direitos dos trabalhadores. “Nossa pauta não é só corporativa. Queremos bancos melhores e o fortalecimento das empresas públicas pelo desenvolvimento do Brasil. Precisamos eleger candidatos que se comprometam com a revogação da ‘reforma’ trabalhista, com o direito à aposentadoria, com o fim da PEC da Morte, com a defesa dos bancos públicos e outras estatais como a Eletrobras e Petrobras”, ressaltou Juvandia.

E os bancários concordam: pesquisa realizada pela Contraf-CUT junto a mais de 35 mil empregados de bancos públicos e privados em todo o Brasil apontou que 73% dos bancários avaliam como péssima a reforma trabalhista (lei 13.467/2017) e 79% responderam que não votarão nos deputados e senadores que aprovaram a nova lei.

De acordo com essa consulta, 60% dos bancários estão dispostos a aderir a uma eventual paralisação, caso as negociações não avancem.

 

Fonte: Contraf-CUT

Os bancários cobraram a reabertura de agências fechadas após ataques na primeira reunião da Comissão Bipartite de Segurança Bancária do ano, realizada na terça-feira (12), na sede da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

“Muitas agências, principalmente, as do interior, após a explosão por bandidos, não são mais reabertas pelos bancos. Um verdadeiro absurdo, pois acaba deixando a população desasistida de serviços bancários”, explicou Elias Jordão, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança da Contraf-CUT.

O represenante da Fenaban afirmou em mesa que há muitas demandas judiciais sobre segurança bancária iniciadas pelos sindicatos, o que impossibilita a viabilidade da mesa de segurança. A afirmação foi imediatamente questionada pelo secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga Jr.. “A Fenaban foge do debate de segurança bancária estabelencendo diversos impasses na negociação. O tempo não bate palmas para ninguém. A vida dos bancários e das pessoas não podem esperar mais até que os banqueiros implementem os itens de segurança nas agências. A segurança bancária é urgente.”

A Contraf-CUT propôs a assinatura de um ofício conjunto para o presidente do Senado favorável a aprovação do PL do Estatudo de segurança privada, como solução ao tema trazido pela Fenaban, que mais uma vez faltou com o compromisso com a vida das pessoas.

Durante o encontro, o movimento sindical também deu continuidade às negociações sobre as alterações dos itens do artigo 33 e do 31 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que visam ampliar os direitos dos bancários vítimas de extorsão mediante sequestro. As alterações reivindicadas pelos representantes dos bancários exaltam a necessidade da inclusão do crime também nos itens A, B e D do artigo 33 e do 31 da CCT.

Jodão reiterou à Fenaban a importância da mesa temática, por tratar justamente do bem mais valioso que temos, que é a vida dos bancários e clientes. “Por conta disso, cobramos também que os balanços dos bancos não privilegiem apenas altas despesas em Marketing e em Tecnologia, mas que passem também a investir mais em Segurança.”

Fonte: Contraf-CUT

Os bancários realizaram um ato lúdico, na manhã desta quarta-feira (13), no Largo da Batata, em São Paulo, para marcar o lançamento da Campanha Nacional 2018. A atividade foi organizada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP) junto com a Federação dos Bancários de São Paulo (Fetec-CUT/SP) e contou com a participação do Comando Nacional dos Bancários, responsável pela negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Numa alusão à Copa do Mundo, que terá início nesta quinta-feira (14), duas equipes entraram em campo, literalmente. Na disputa, a equipe Todos Por Direitos Futebol Clube, representante dos trabalhadores com os jogadores: Democracia Sempre, Petrobrás, Caixa 100% Pública, Aposentadoria 65/60, Água, Categoria (450 mil bancários) e Conquistas (CCT), contra o escrete Ganância Futebol Clube, composto por empresários, banqueiros e o “vampirão” Temerário.

No final do jogo, como não poderia deixar de ser, a equipe Todos Por Direitos venceu a partida por 3x1, e provou, mais uma vez, a força e a capacidade da classe trabalhadora na defesa por seus direitos.

A presidenta do Seeb/SP, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, reforçou que o sucesso da Campanha Nacional depende da participação de toda a categoria.

“A nossa intenção é que os banqueiros atendam as nossas reivindicações, porque os lucros dos cinco maiores bancos nos três primeiros meses deste ano já chegaram a R$ 20 bilhões, então eles não podem dizer que não têm condições de atender as reivindicações da categoria bancária, e o nosso foco também é a defesa dos empregos. Participem, acompanhem e entrem em contato com os seus sindicatos para obter as informações oficiais sobre a campanha, orientou Ivone.

Aline Molina, presidenta da Fetec-CUT/SP e representante do Comando Nacional ressaltou a importância da defesa da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários na Campanha Nacional. “Nós somos 450 mil bancários no país, sendo 170 mil em São Paulo, juntos para defender a nossa CCT. Somos a única categoria no Brasil que tem um acordo nacional e, por isso, vamos gritar: força pela nossa CCT! Todos por direitos! Todos por oportunidade e melhores condições de trabalho”, ressaltou Aline.

No início da tarde, o Comando Nacional dos Bancários entregou a pauta de reivindicações da categoria à Fenaban.

Fonte: Contraf-CUT

Com inflação menor, a maioria das campanhas salariais pesquisadas pelo Dieese em 2017 teve reajuste acima da inflação. Foram 63,3% das campanhas com ganho real, ante 28,6% com aumentos equivalentes à variação do INPC e 8,1% abaixo. O desempenho é melhor do que no ano anterior, mas está distante do período 2006-2014 – em que os ganhos reais estiveram presentes em perto de 90% dos acordos (confira tabela ao lado). E os resultados menos já são menos favoráveis no último trimestre, contrariando o discurso da "retomada" econômica.

"As negociações coletivas de 2017 foram – e, ao que tudo indica, as de 2018 também serão – praticadas em um ambiente econômico desfavorável, agravado pelas incertezas causadas pela mudanças na legislação trabalhista, que impactam fortemente a jurisdição do trabalho", diz o Dieese. "Talvez o problema dos trabalhadores nos processos negociais não seja a reposição do valor real dos salários, que – dadas as baixas taxas inflacionárias – não deve enfrentar resistências do empresariado. As dificuldades devem surgir no âmbito das negociações das cláusulas sociais, onde se concentra agora a ofensiva patronal pela flexibilização dos direitos trabalhistas."

O instituto analisou 643 negociações, menos do que nos anos anteriores, quando o total superava 700 e chegou a atingir 816 casos, em 2008. Uma queda "não usual", segundo o Dieese, que lista entre as possíveis causas um possível efeito da Lei 13.467, de "reforma" trabalhista.

"Embora não seja possível afirmá-lo categoricamente, é sabido que algumas das principais negociações coletivas brasileiras foram – e estão – sendo afetas pela reforma: seja pela insegurança jurídica gerada, que poderia paralisar as negociações, seja por dificuldades maiores em chegar a acordo, em decorrência da ofensiva patronal em flexibilizar direitos trabalhistas."

Dos 407 acordos com aumento real de salário, sempre tomando por base o INPC-IBGE, mais de um terço variou pouco acima da inflação, entre 0,01 e 0,5 ponto percentual a mais. Foram 184 acordos com reajustes equivalentes ao INPC e 52 abaixo. A média de ganho real foi de 0,35 ponto percentual, para uma inflação com média anual de 3,37%.

Entre os setores, a indústria apresentou o resultado menos favorável, com 58% dos reajustes acima da inflação, ante 63% da média geral. O comércio também teve 63% e os serviços, 70%. Na  indústria, 10% dos acordos foram fechados com índice abaixo da variação do INPC, ante 2% no comércio e 9% na área de serviços. O aumento real médio foi de 0,38 ponto na indústria, 0,55 no comércio e 0,49 nos serviços.

O Dieese afirma que, apesar de certa melhora, os resultados ainda estão muito distantes dos obtidos na segunda metade dos anos 2000 e primeira metade da atual década. "Esse desempenho contrariou as expectativas de que seria possível retomar os patamares de reajustes com ganhos reais pré-crise econômica, tanto em razão dos baixos índices inflacionários verificados quanto da perspectiva de recuperação da economia." 

O instituto acrescenta que a aparente trajetória de melhora não se sustentou nos três últimos meses de 2017. "Ao contrário, prevaleceram os efeitos da recessão econômica que atingiu o Brasil no biênio 2015-2016, com altas taxas de desemprego e crescimento do trabalho informal."

 

FONTE: Rede Brasil Atual

“O governo atual resolveu que seu inimigo número 1 é o movimento sindical. O que é totalmente equivocado. Os sindicatos são importantes para qualquer país capitalista, pois são responsáveis por fazer as negociações e buscar o entendimento.”

Segundo o secretário nacional de Assuntos Jurídicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Valeir Ertle, além de desregular o mercado de trabalho, a Reforma Trabalhista enfraqueceu os sindicatos nos processos de defesa de direitos e negociações coletivas.

“A reforma dificultou o autofinanciamento dos sindicatos, estabelecendo a autorização expressa de contribuições firmadas em convenções coletivas e retirando das assembleias o fórum de decisão dos trabalhadores.”

Dentre os aspectos sindicais priorizados na proposta do Estatuto do Trabalho, os debatedores ainda discutiram questões relacionadas à liberdade de negociação coletiva, contribuição sindical e direito à greve.

Contribuição sindical
Para a presidente da Comissão de Direito Sindical e Associativo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Denise de Oliveira, a “nova CLT” precisa explicitar a compulsoriedade da contribuição sindical destinada ao financiamento de negociação coletiva.

“Enquanto um trabalhador está se beneficiando e é filiado, o outro não é filiado, mas mesmo assim é beneficiado. No mínimo, a pessoa precisa contribuir com aquilo que a está beneficiando.”

Direito de greve
Ricardo Lourenço Filho, membro da Comissão de Direitos Humanos da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), afirmou que é importante a incorporação da lei atual de greve na SUG 12/18.

“O artigo nono da Constituição Federal não define a greve. É um texto que garante um proceder sobre a greve. Garante aos trabalhadores decidir quando e por que exercer a greve. Isso é importante porque não faria sentido, em termos constitucionais, permitir ao poder judiciário ou ao legislador restringir esse poder de decisão dos trabalhadores.”

Sugestão Legislativa
A Sugestão Legislativa (SUG) 12/18 tem como autores a Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho (ALJT), a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), cujo relator na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) é o senador Paulo Paim (PT-RS).

 

Fonte: Diap

A campanha nacional dos bancários começa nesta quarta-feira (13). Depois de uma jornada de preparação que envolveu debates regionais nos estados e uma conferência nacional unificada, com 627 delegados representantes de trabalhadores de bancos públicos e privados – encerrada no domingo (10) –, o Comando Nacional da categoria entrega à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a sua pauta de reivindicações.

Paralelamente à reunião com a Fenaban, uma manifestação no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo, lembrará que a mobilização nos locais de trabalho e nas ruas, componente de todas as campanhas salariais da categoria em mais de três décadas, terá de fazer a diferença novamente.

É a primeira vez que uma convenção coletiva de trabalho deverá ser renovada depois de um período de dois anos de vigência. Celebrado em setembro de 2016, o acordo de validade nacional que determina as condições de trabalho e de vida de 485 mil profissionais do setor em todo o país expira em 31 de agosto. O impacto das conquistas dos bancários na política e na economia do país é importante.

E as preocupações são muitas. Alguns dos primeiros resultados do golpe de 2016, a “reforma” trabalhista e a lei da terceirização trouxeram problemas como a "legalização" do uso abusivo da mão de obra terceirizada precária, a possibilidade da contratação por “empreitada” com trabalho intermitente, a "pejotização" e até mesmo a possível perda dos direitos previstos do acordo vigente caso este não seja renovado a partir da data-base, 1º de setembro.

A primeira medida do Comando Nacional da reunião desta quarta com os bancos é buscar um pré-acordo que mantenha as atuais cláusulas da convenção coletiva em vigor até que uma nova seja celebrada. Os acordos específicos negociados por banco após a assinatura da convenção também são parte dessa demanda.

Empregos e salários

O reajuste reivindicado pela categoria inclui a reposição da inflação dos últimos 12 meses acrescido de aumento real de 5%, baseado na elevada rentabilidade do setor. A mesma valorização deve ser aplicada à participação nos lucros ou resultados (PLR). E não é para menos.

Os cinco maiores bancos do país – que concentram mais de 80% dos trabalhadores e das operações do sistema – alcançaram lucros de R$ 77 bilhões no ano passado, com aumento de 33% em relação ao ano anterior, mesmo com a equipe econômica da dupla Temer-Meirelles afundando o país numa crise sem precedentes.

“O resultado por si só torna inexplicável que, desde o golpe, há dois anos, os bancos tenham eliminado 40 mil empregos e ainda pretendam agravar a precarização das condições de trabalho”, afirma a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contra-CUT), Juvandia Moreira.

Daí o fato de ter forte peso nas negociações a defesa dos empregos, da garantia contra demissões em massa, do reconhecimento de terceirizados como bancários, da realização de homologações com supervisão dos sindicatos, da composição de mesa única de negociações e da extensão dos direitos acordados para todos os trabalhadores.

“Num momento em que a nova lei após a reforma permite a negociação direta entre empregador e empregados, e até individual para faixas salariais mais altas, é fundamental que seja assegurado que qualquer discussão de contrato, jornada e condições de trabalho passe pelo Comando Nacional dos Bancários e pelos sindicatos”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, reiterando a defesa da manutenção da universalidade das cláusulas do acordo para todos os bancários.

“E se há um setor no país em condições de negociar um acordo decente e partilhar de maneira mais justa seus ganhos com os trabalhadores e com toda a sociedade, na forma de melhores condições de atendimento, são os bancos”, afirma Ivone, lembrando que o sistema começou este ano como iniciou o anterior: com lucros de quase R$ 21 bilhões de janeiro a março (20% mais que em igual período de 2017).

Nesta segunda-feira (11), Ivone e Juvandia participaram do programa Momento Bancário, produzido pelo sindicato, ao lado dos também diretores executivos da entidade João Fukunaga e Dionísio Reis, coordenadores das comissões de empregados do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, respectivamente. No programa, que pode ser visto na íntegra logo abaixo, os dirigentes sintetizaram os debates da conferência nacional realizada no fim de semana.

 

Os bancários e o país
A 20ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada entre sexta e domingo em São Paulo, discutiu temas nacionais que têm conexão direta com a realidade da categoria. Entre eles, a defesa dos bancos públicos no âmbito das questões profissionais e também do papel social e estratégico dessas instituições para a economia.

O controle público e o fortalecimento de Banco do Brasil, Caixa, Banco do Nordeste, BNDES e de empresas como a Petrobras e a Eletrobras são parte, segundo o Comando Nacional dos Bancários, de um mesmo objetivo: defender a economia e a soberania do país das agressões da geopolítica externa e das ambições do capital privado voltado para o interesse exclusivo do mercado.

A diferença entre a política de regulação de preços da Petrobras de antes do golpe e a atual é apenas um exemplo dessa importância. “Como pode um país com a riqueza natural e mineral do Brasil deixar de investir em refinarias para bancar sua autossuficiência? Importar o que poderia ser produzido aqui, gerar empregos aqui, praticar preços para satisfazer os acionistas e petrolíferas estrangeiras, e não o interesse nacional”, questiona Juvandia.

A questão é estendida aos projetos de privatização da Eletrobras, que pode transformar a farta capacidade de geração e distribuição em mercadoria, um negócio de multinacionais estrangeiras (inclusive estatais, como a italiana Enel, que acabou de adquirir 73% do controle da Eletropaulo). Ou seja, privatizada no final dos anos 1990, a Eletropaulo volta agora a ser estatal. Italiana.

O coordenador da Comissão de Empresa da Caixa Econômica Federal, Dionísio Reis, alerta que a política do governo Temer para os bancos públicos é uma evidente ação de desmonte voltada para a privatização. “O próprio ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles diz que a Caixa está ‘pronta’ para a venda”, observa Dionísio. “A Caixa responde por 90% do financiamento habitacional do país, e vem reduzindo essas operações, só que os bancos privados não estão ocupando esse papel com a mesma qualificação”, afirma.

O Banco do Brasil, por sua vez, fundamental para a oferta do crédito não apenas do agronegócio, mas sobretudo dos empreendimentos de agricultura familiar que são responsáveis por colocar comida na mesa dos brasileiros, também está na mira do mercado privado e em processo de sucateamento.

“O BB tem um déficit aproximado de 500 funcionários nas agências. Já tem cliente querendo brigar com funcionários por falta de condições de atendimento. E se faltar o crédito aos pequenos produtores familiares, vai faltar comida saudável na mesa e vai sobrar o veneno dos agrotóxicos. O alimento vai encarecer”, alerta o coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil, João Fukunaga.

O papel das empresas públicas torna a campanha dos bancários estratégica também para os demais trabalhadores brasileiros. Isso porque parte dessa luta, como concluíram os delegados presentes na convenção, passa pelas eleições de outubro. Os bancários não decidiram apoiar um nome para a eleição presidencial. Mas reafirmaram a defesa do direito de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “preso político e sem prova de crime”, se candidatar.

E decidiram pelo apoio a todos os candidatos do campo progressista, com objetivo de propor a revogação das leis da “reforma” trabalhista e da terceirização, da emenda constitucional que impõe um congelamento de gastos sociais com educação, saúde e políticas de distribuição de renda por 20 anos. O objetivo vale também para os poderes legislativos.

“É preciso restaurar a democracia. Não basta eleger presidente e governadores progressistas e manter uma maioria conservadora, golpista no Senado, na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas. A disputa por um Brasil soberano, que respeite a Constituição e que olhe para o conjunto da sociedade passa pela eleição de parlamentares comprometidos com os interesses nacionais e dos trabalhadores”, afirma Juvandia Moreira, da Contraf-CUT.

O resgate do Estado democrático de Direito foi um dos assuntos abordados na conferência, tema do jurista Pedro Serrano. Segundo o professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o capitalismo mundial vive uma onda de supressão de direitos que contraditoriamente põe em risco até seus próprios preceitos liberais.

“Hoje é muito claro isso. Algumas pessoas falam que a esquerda divide a sociedade. Todo mundo já deve ter visto essa bobagem no Facebook. Não é a esquerda que divide a sociedade. É a democracia que divide a sociedade. Democracia é o modo de compor os conflitos sociais de forma pacífica”, explica Serrano.

Fonte: Rede Brasil Atual