Abril 30, 2025
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Nesta quarta-feira, 14 de agosto, em São Paulo, o Banco do Brasil apresentou respostas a algumas das reivindicações da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) durante a sétima rodada de negociaçãoespecífica da Campanha Nacional 2024, focada na renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

No entanto, as respostas geraram grandes frustrações por serem classificadas como insatisfatórias.

Bethania Emerick, Diretora de Cultura e representante em exercício da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na CEBB, representou a entidade na reunião.

“A expectativa era que o BB trouxesse sinalização de avanços em alguns temas, que são muito caros ao funcionalismo. Infelizmente, saímos frustrados com as poucas devolutivas trazidas. Esperamos que a próxima mesa seja mais produtiva.”, declarou Bethania.

Entre os temas discutidos, um dos pontos centrais foi o assédio moral e a desconexão. O banco propôs a utilização de uma nova ferramenta, chamada Slack, que teria controle de jornada e salvamento de conversas, substituindo o uso do WhatsApp para questões de trabalho, que será proibido.

Outro ponto abordado foi o banco de horas negativas adquiridas durante a pandemia da covid. Atualmente, 5.233 funcionários ainda possuem horas devedoras. Desses, 4.707 têm até 360 horas negativas, algo que, segundo o banco, seria possível de zerar até o prazo estabelecido, em maio de 2025. No entanto, 566 funcionários enfrentam uma situação mais complicada, com uma média de 1.034 horas devedoras, sendo que 239 destes têm mais de 60 anos de idade. Como proposta, o Banco do Brasil sugeriu anistiar as horas de quem tem mais de 60 anos e pais com filhos com deficiência que possuem redução de jornada, além de iniciar um programa de incentivo ao pagamento das horas restantes. A comissão reforçou o pedido por anistia a todos funcionários. “Nós não queremos chegar em maio do ano que vem e temos de debater este tema novamente. Está na hora de deixarmos a pandemia para trás”, afirmou o secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga Jr.

Sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o banco negou a possibilidade de eliminar o teto existente, frustrando uma das expectativas dos funcionários. Em relação à revisão de cargos, o banco ainda não deu nenhuma devolutiva, alegando que a questão ainda está em debate interno.

A comissão também cobrou um retorno sobre o programa Perfoma, plano de cargos e salários, e sobre as metas impostas aos funcionários. “A rede varejo continua nos cobrando muito, pois os funcionários continuam adoecendo com essa cobrança enlouquecedora por vendas. Era importante a gente sair daqui com um retorno,” destacou a coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes.

Outro ponto que ficou sem resposta foi a questão da saúde e previdência dos incorporados, assim como a reposição de funcionários após o desmonte que o Banco do Brasil sofreu nos últimos governos federais. A comissão também ressaltou a importância da ampliação da licença parentalidade. “A gente esperava sinalizações positivas para que avançássemos para a renovação do acordo,” concluiu Fernanda.

Durante a reunião, o banco também anunciou que todos os funcionários da rede, agências e escritórios serão migrados para uma nova plataforma digital de concorrência a partir desta quinta-feira (15), deixando o sistema antigo obsoleto. “Consideramos positiva a migração do TAO para o DIGITAO, pois garante maior transparência nos processos de concorrência e ascensão”, afirmou Fernanda.

A próxima reunião foi marcada para o dia 22 de agosto, às 15h, em Brasília.

*com informações da Contraf-CUT

Apesar de os representantes dos financiáriosterem aberto a reunião cobrando das financeiras responsabilidade com a mesa de negociação e a proposta global para um acordo, os representantes das empresas não levaram nada a sério.

Trouxeram para a reunião, realizada nesta quarta-feira, 14 de agosto, uma proposta de reajuste para salários e demais verbas de 80% do INPC. Ou seja, abaixo da inflação e sem nada de aumento real.

Além disso, para a PLR a proposta foi de pagamento de até 5% do lucro e com teto de 1,8 salário, o que rebaixaria os ganhos de quem tem salários mais baixos e trabalha muito.

O Diretor de Bancos Privados da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), Max Bezerra, participou da reunião, ocorrida em São Paulo, representando a entidade.

“Nossa data base foi 1º de junho, entregamos nossa pauta em 9 de maio. E depois de seis rodadas de negociação, e mais de três meses, vieram com uma proposta tão ruim que tivemos de rejeitar imediatamente, na mesa desta quarta-feira”, afirma a secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT, Magaly Fagundes. “Ganho real é muito importante. Não aceitaremos retirada de direitos ou rebaixamento nos ganhos dos financiários”, avisa.

“Praticamente nada do que foi reivindicado teve algum retorno positivo das financeiras”, critica o coordenador do Coletivo Nacional dos Financiários da Contraf-CUT, Jair Alves. “Tem como melhorar essa proposta, com certeza”, ressalta.

Os trabalhadores reivindicam um acordo de dois anos, com reajuste salarial que cubra a inflação medida pelo INPC (3,34%), de junho de 2023 a maio de 2024, e de junho de 2024 a maio de 2025, acrescido de 5% de aumento real. Os mesmos índices devem ser aplicados na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Para vales alimentação, refeição e auxílio-creche babá aumento real de 7%.

Razões para rejeitar

A proposta apresentada pela Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), de aumento de 80% do INPC, representa reajuste de apenas 2,67% para salários e demais verbas. O índice imporia aos trabalhadores perda de 0,65%.

“Não tem sentido apresentar uma proposta que sequer repõe a inflação para os financiários. Nossa reivindicação é de aumento real”, frisa Magaly. “O pedido de reajuste maior para vales alimentação e refeição, auxílio creche-babá foi ignorado.”

Além disso, a proposta de PLR representaria perdas de R$ 1.729 para quem ganha o piso de R$ 2.940. “Os salários até R$ 4.500 perderiam com essa proposta de 5% de distribuição do lucro líquido com teto de 1,8 salários para a PLR”, explica Jair.

Também não houve retorno por parte dos representantes das empresas sobre a proposta de dois anos. Nem sobre a alteração da data base (atualmente em 1º de junho) para se adequar ao tempo que as financeiras levam para apresentar propostas.

Dados dos financiários

A Fenacrefi ressaltou a importância da discussão mais abrangente realizada até agora, inclusive para o setor patronal. A pesquisa sobre Rosto dos Financiários, com dados fundamentais sobre a categoria, reivindicada pelos trabalhadores, deve finalmente ser feita.

Os negociadores das financeiras se comprometeram com a realização do combate à violência contra a mulher: treinamento, cartilhas e compromisso efetivo no combate, disseram.

Sobre o assédio moral, a Fenacrefi se comprometeu com ações de combate. “Também já existem ações nesse sentido, mas vamos trabalhar em cima disso, além de cuidados de promoção à saúde de uma forma geral”, informaram os negociadores das financeiras.

Uma nova rodada de negociação está marcada para 22 de agosto, em São Paulo. E os trabalhadores cobram respeito e uma proposta defensável que represente o esforço dos financiários.

*com informações da Contraf-CUT

A Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal está reunida com o banco, neste momento, para dar continuidade às negociações para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do pessoal da Caixa.

A expectativa é que a Caixa traga respostas para as reivindicações apresentadas em reuniões anteriores.

Fonte: Contraf-CUT

A 7ª rodada de negociações para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que aconteceu nesta terça-feira (13/8), começou com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não trazendo nenhuma proposta às reivindicações das cláusulas econômicas: aumento real dos salários, melhorias na PLR e demais remunerações, incluindo vales alimentação e refeição (VA/VR).

“Nossa expectativa é que tivessem apresentado uma proposta completa, diante de todas as informações que trouxemos nas mesas anteriores, defendidas com dados sobre a realidade do setor e capacidade dos bancos, que é o setor com maior geração de lucros no país”, destaca a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e também presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

O argumento apontado pelos representantes da Fenaban foi a competitividade no setor. O que foi prontamente rebatido pelos trabalhadores, que relembraram que os bancos seguem com presença segura no mercado financeiro do país. “Dos 8.809 setores no país que fizeram negociações salariais, neste ano, 86% tiveram aumento real. Vários deles convivem com concorrência e tem lucros e rentabilidade muito inferiores aos dos bancos, a exemplo de comercio, agropecuária, serviços médicos hospitalares e energia elétrica”, destacou Juvandia, com base em dados levantados pelo Dieese.

Devolutivas sobre outras reivindicações

A Fenaban trouxe algumas devolutivas de reivindicações da categoria, em sua maioria, relacionadas às cláusulas sociais:

1 - Criação de cláusula de combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho.

Já existe mecanismo de combate a esses tipos de violência, conquistado pela categoria na CCT. A novidade trazida pela Fenaban é a inclusão do termo "assédio moral".

"Pela primeira vez os bancos concordam em incluir o termo assédio moral, uma reivindicação nossa. Os bancos sempre tiveram resistência em incluir a frase ‘assédio moral’ na convenção. Com isso, há um reconhecimento dessa forma de violência no trabalho e que precisa ser combatida", observa Juvandia Moreira. “A ideia é reforçar e aprimorar o canal de denúncia e dar visibilidade ao tema por meio da SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho)”, completa.

Os trabalhadores destacaram que a cláusula sobre assédio deve estar atrelada à garantia de anonimato para as vítimas e denunciantes. E, ainda, que os bancos devem garantir prazos acelerados de apuração para pessoas que estiverem sob risco iminente. Os bancos concordaram também com o acompanhamento na negociação setorial sobre o tema.
 
2. Saúde mental dos bancários

A Fenaban não trouxe retorno efetivo sobre o tema, mas sinalizou propostas que foram criticadas pelos representantes dos trabalhadores. Por conta disso, ficou de remodelar o texto, que será entregue na próxima negociação.

Sobre saúde, os trabalhadores cobraram respostas na gestão por metas abusivas e sua relação com o aumento do adoecimento na categoria, que, atualmente, responde por 25% dos afastamentos acidentários por saúde mental no país.

“A resposta da Fenaban foi que não vão tratar o tema metas. O que é um absurdo, porque o regime de metas, do modo como é implementado, normaliza o abuso de cobranças no setor, com impacto na saúde da bancária e do bancário”, pontua Juvandia Moreira. “Vamos continuar insistindo neste tema”, completou.

3. Contratação de mulheres na TI

Também atendendo ao pedido do comando, os bancos apresentaram propostas de formação de mulheres para a área de Tecnologia da Informação (TI), a partir da contratação de duas entidades especializadas em trazer mulheres para este mercado.

Os trabalhadores e os bancos combinaram de marcar uma nova reunião para que essas empresas se apresentem e falem sobre o trabalho que realizam.

Inicialmente, a proposta foi apresentada pela Fenaban para atender a comunidade e bancárias desligadas. Mas o Comando Nacional cobrou que as bancárias em atuação sejam atendidas também. “Nós pedimos a requalificação, porque temos dados de que quem mais está perdendo espaço nas vagas nos bancos são mulheres, o que estaria atrelado à ampliação tecnológica no setor”, explica Juvandia.

Sobre a proposta de requalificação às bancárias, os bancos ficaram de trazer uma proposta mais aprimorada.

4. LGBTQIA+, com atenção especial às pessoas transgênero  

- Criação de cláusulas de repúdio à discriminação, com canais de apoio.
- Respeito ao nome social, em todos os sistemas do banco, antes da obtenção do registro civil de retificação de nome para pessoas transsexuais.
- Garantia do uso do banheiro conforme o gênero que a pessoa se reconhece.

Esse ponto inclui trabalho de letramento em toda a categoria para o combate à discriminação.

5. Mudanças climáticas

Cláusula de garantia de criação de Comitê de Gestão de Crise, sempre que pedido pelo Comando Nacional dos Bancários, por meio da Contraf-CUT, em casos de calamidade.

O comitê terá autorização prévia para tomada de decisões necessárias aos bancários atingidos por calamidades, como as que foram necessárias nos casos recentes do Rio Grande do Sul e Petrópolis. Entre essas ações estão a liberação de teletrabalho e de banco de horas.

“Essa cláusula é um avanço importante. Mas cobramos que os bancos não fechem permanentemente as agências nas localidades afetadas, como tem ocorrido. Mas esse pedido foi negado, demonstrando total insensibilidade, por parte dos bancos, aos trabalhadores e às comunidades atingidas”, completou Juvandia Moreira.

6. Combate à violência contra a mulher

Outra reivindicação atendida é o reforço ao programa de apoio às bancárias vítimas de violência doméstica, previsto em cláusulas na CCT.

“A mesa de igualdade de oportunidade tem que ter acesso amplo e periódico aos dados e medidas tomadas, como quantas mulheres foram atendidas e qual percentual de instituições financeiras fizeram esses atendimentos. São respostas que precisamos para aprimorar o programa voltada às bancárias vítimas de violência doméstica”, ressalta Juvandia Moreira.

7. Igualdade salarial entre gêneros

Para atender às obrigações da lei federal de igualdade salarial entre homens e mulheres, reivindicadas também pela categoria bancária, a Fenaban disse que irá melhorar a divulgação do relatório de transparência salarial do setor. Os representantes dos bancos também afirmaram que estão trabalhando um plano de ação para alcançar a igualdade.

8. Censo da Diversidade da categoria

Inicialmente, a Fenaban disse que não há necessidade da realização do censo, e que existem bancos que já levantam e compartilham dados sobre diversidade no setor.

Os bancários rebateram e cobraram a realização do censo, sendo que o último foi divulgado em 2019, além de ser um compromisso firmado na CCT. “Esse censo da diversidade do setor é muito importante para termos construção de políticas assertivas”, completou Neiva Ribeiro.

Após essas ponderações, a Fenaban disse que irá reavaliar a realização do levantamento.

O que faltou

O Comando Nacional cobrou outros pontos que os bancos não trouxeram retorno, como as reivindicações de pais de PCDs, o combate ao endividamento dos bancários, respeito ao direito à desconexão, combate à terceirização, garantia dos empregos, jornada de quatro dias, ampliação do teletrabalho, além do aumento real da remuneração.   

Os trabalhadores exigiram que, na próxima reunião, em 20 de agosto, a Fenaban traga respostas.

A entidade sinalizou que irá trazer as propostas apresentadas na reunião desta terça, mas não garantiu que trará respostas sobre as demais reinvindicações, e isso inclui as econômicas (aumento salarial real e melhorias nas demais verbas).

“Nós aguardamos uma proposta completa e global, inclusive sobre as questões econômicas, que são imprescindíveis para a categoria. Entregamos a pauta em 18 de julho, há quase dois meses. E ao longo desse período discutimos cada item”, pontua Juvandia Moreira. “Na negociação de 2022, a proposta foi apresentada no dia 19 de agosto. Diante da incerteza, o Comando Nacional está chamando mobilização para o dia 15, para cobrar proposta completa”.

Um dia antes da próxima negociação, em 19 de agosto, a categoria também realizará um dia nacional de luta por proposta digna.

Calendário

Dias nacionais de luta:
- 15 de agosto
- 19 de agosto

Próximas mesas:
- 20 e 21 de agosto

O Banco do Brasil apresentou lucro de R$ 18,80 bilhões no primeiro semestre de 2024. O valor significa crescimento de 8,5% em relação ao primeiro semestre de 2023. No segundo trimestre, o BB apresentou resultado de R$9,50 bilhões, 2,2% maior do que o apresentado no primeiro trimestre do ano, quando o lucro foi de R$ 9,30 bilhões.

O retorno sobre patrimônio líquido (PSPL), indicador financeiro também conhecido como ROE e que mede a capacidade de a empresa em agregar valor, teve aumento de 0,3 pontos percentuais (p.p.) em doze meses, chegando a 21,7%, exatamente o mesmo percentual apresentado na divulgação dos resultados do primeiro trimestre deste ano.

Segundo o BB, o resultado foi influenciado pelo aumento das receitas de crédito e tesouraria, combinado com a queda nas despesas financeiras e que resultou no crescimento de 16,4% da margem financeira bruta.

“O lucro do BB é fruto direto da dedicação de todos funcionários. E, por isso, nós estamos cobrando valorização real nos salários e aumento na remuneração, incluindo PLR, para que o banco valorize devidamente aos trabalhadores e trabalhadoras”, destaca Fernanda Lopes, coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Agências e clientes

Dados divulgados no relatório produzido pela equipe do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre os recentes resultados do BB mostram que, no final do semestre concluído em junho, o BB contava com 87.130 funcionários – aumento de 2.099 postos de trabalho em 12 meses. A entidade destaca, entretanto, que enquanto o número de funcionários cresceu apenas 2,5% o de estagiários cresceu 28,7%, totalizando 485 no final do semestre.

No mesmo período, o BB abriu mais uma agência tradicional, ficando com um total de 3.172 unidades, além de 13 agências digitais, passando a ter no país 826 estruturas deste perfil. Por outro lado, em doze meses, houve a redução de 40 postos de atendimento bancário (totalizando 1.530 unidades) e aumento de 1,64 milhão de clientes, alcançando 83,29 milhões em junho de 2024.

“Existe um movimento no setor bancário do Brasil de redução de vagas e fechamento de agências no setor, mesmo diante do crescimento de lucros. Então, esse dado do BB, de aumento de 2.099 postos e praticamente manutenção de agências formais mostra a importância dos bancos públicos para o setor, com perspectiva de abertura de novos concursos públicos”, avalia Fernanda Lopes.

O BB está no grupo dos quatro maiores bancos do país, ao lado de Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. Enquanto o banco público apresentou crescimento no número de vagas, na variação entre o primeiro semestre de 2023 e primeiro semestre de 2024, todos os demais reduziram: Itaú em -1.785; Bradesco em -573 e Santander em -80. No total, os bancos esses privados fecharam no país 2.438 vagas de emprego.

Carteira de crédito

A concessão de crédito cresceu 13,2% em 12 meses e 3,9% no trimestre, totalizando R$ 1,18 trilhão, em junho de 2024. O Agronegócio, que representa um terço de toda a carteira da instituição, foi o que mais cresceu: 14,9%, em um ano, totalizando R$ 335,45 bilhões.

No mesmo período, a carteira Pessoa Física cresceu 5,7% (R$ 317,24 bilhões) e a carteira Pessoa Jurídica expandiu 10,9% (R$ 323,81 bilhões).

Inadimplência e despesas com PCLD

O BB afirma que o índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias ficou em 3,00%, aumento de 0,27 p.p. em relação a junho de 2023, mas ainda abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (3,20%).

Já as despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), também chamada de provisões para devedores duvidosos (PDD), cresceram 56,1%, em doze meses, totalizando R$ 19,96 bilhões no primeiro semestre de 2024.

A título de comparação, em março, o BB havia divulgado crescimento de 145,3% na PDD, totalizando R$ 10,15 bilhões no primeiro trimestre de 2024. Esse aumento significativo na provisão havia sido reflexo do agravamento do risco nos segmentos large corporate (grande empresa) e agronegócio.

“No 2º trimestre, houve redução na PDD, porém, poderia ter caído mais, porque o BB não sofre com uma inadimplência significativa e, por mais que a carteira de crédito tenha crescido, não foi de maneira tão significativa, quando consideramos a evolução em 12 meses”, avalia a economista da subseção do Dieese na Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vivian Machado.

Ela explica que a PDD é uma reserva importante, que é feita para que o banco se proteja de uma futura perda em relação aos inadimplentes, entretanto essa despesa impacta negativamente no lucro. “Ou seja, quanto maior a PDD menor o resultado o que, por sua vez, impacta, por exemplo, na distribuição do Participação nos Lucros e Resultados (PLR), aos funcionários. Se o BB tivesse reduzido em R$ 1,5 bi, o lucro apresentado no semestre teria superado ao do banco Itaú”, completa.

Confira aqui os destaques completos do balanço, apontados pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

Os empregados do BNDES aprovaram, nesta quarta-feira (8), com 75% dos votos favoráveis, a pauta de reivindicações a ser apresentada ao banco e demais empresas do sistema (BNDES, Finame e BNDESPAR). Os votos contrários à proposta somaram 11,06% e as abstenções 13,94%. No dia anterior (07/08), houve uma live para debate das propostas e informações aos empregados.

“A categoria bancária está em campanha para aprovação da sua Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Agora, esta pauta de reivindicações será apresentada ao BNDES para iniciarmos as negociações para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos empregados do BNDES”, explicou o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Sistema Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção, que representa a entidade nas negociações com as empresas do sistema BNDES.

Os empregados também elegeram dois representantes para compor a Comissão de Negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2026. Os eleitos foram Fernando Henrique de Araújo Goes Newlands, que recebeu 41,83%, e Breno Berbert Coulamy, com 26,92%.

Além dos dois eleitos, Juliana Souto de Noronha obteve 19,47%; Carlos Frederico Siqueira de Azevedo, 5,53%; Gustavo André Pereira Guimarães, 4,33%; e Alberto Zanini Caixinhas, 1,

Fonte: Contraf-CUT

Nesta segunda-feira, 12 de agosto, o Sindicato dos Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense percorreu agências bancárias de Nilópolis, reivindicando por reajustes na remuneração da categoria.

Foram diversas manifestações e atos em todo o país, pelo Dia Nacional de Luta, com o mote "Se tem lucro, tem que ter valorização” e que ocorrem um dia antes da 7ª rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na Campanha Nacional dos Bancários para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Na última mesa de negociação, realizada quarta (7), os trabalhadores apertaram os bancos com dados que demonstram que, no Brasil, as instituições seguem obtendo lucros e rendimentos exorbitantes. Ainda assim, os porta-vozes da Fenaban disseram que estariam em perigo no país, devido ao aumento da concorrência e, ainda, fizeram sugestões que precarizam direitos e rebaixam salários no setor, prontamente recusadas pelo Comando Nacional dos Bancários.

Os trabalhadores destacaram que, enquanto os cinco maiores bancos do Brasil pagam remuneração média anual de R$ 9 milhões às diretorias, nos últimos oito anos, os bancários tiveram um déficit nos salários de 0,3%, abaixo da inflação.

O Comando também exigiu que, na próxima reunião, que acontecerá na terça (13), os bancos tragam propostas sobre a série de reivindicações já levadas às meses de negociação e que incluem:

- Aumento real salarial, melhora na PLR, VA/VR e demais remunerações, como auxílio creche e babá;
- Saúde e condições de trabalho, com o foco no adoecimento da categoria;
- Combate ao assédio moral e sexual;
- Direito à desconexão;
- Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;
- Igualdade de oportunidade e igualdade salarial, entre gênero e raça;
- Mais mulheres na TI;
- Olhar especial para as trabalhadoras e os trabalhadores transexuais, dada a vulnerabilidade social desse grupo, para que, além de terem acesso às vagas no setor, consigam permanecer e ascender na carreira.

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Na manhã desta sexta-feira (9), a quarta reunião de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e a direção do banco aconteceu na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo. O encontro, que integra as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), debateu novos temas relacionados à saúde e às condições de trabalho dos empregados.

Entre as principais demandas apresentadas pela COE, destaca-se a proposta de que empregados com deficiência, conforme definido por lei, tenham prioridade na transição para o teletrabalho ou trabalho remoto. A comissão defende que qualquer recusa por parte do banco a esses pedidos deve ser devidamente justificada. A mesma prioridade ao teletrabalho é reivindicada para empregados com filhos com deficiência e/ou neurodivergentes, independentemente da idade, incluindo dependentes sob guarda provisória e enteados. Além disso, em casos que não for possível o trabalho remoto, deverá ser garantido uma redução de jornada diária nos dias de comparecimento presencial, sem que isso acarrete qualquer desconto no salário.

Outro ponto central das negociações foi teletrabalho e trabalho externo. Ao Santander foi solicitado que forneça um telefone celular corporativo para os empregados que também desempenham atividades externas. Esse dispositivo deverá contar com uma linha de dados suficiente para permitir a conexão compartilhada (Wi-Fi) com equipamentos de trabalho, como notebooks ou tablets. A COE também enfatizou a importância de garantir a comunicação direta e individualizada entre os representantes sindicais e os empregados que atuam nessas modalidades, por qualquer meio telemático.

"O nosso objetivo é garantir que todos os trabalhadores do Santander, especialmente aqueles que enfrentam maiores desafios, como pessoas com deficiência ou que têm filhos neurodivergentes, tenham condições de trabalho que respeitem suas necessidades específicas”, afirmou a coordenadora da COE Santander, Wanessa Queiroz. “As propostas que levamos para esta mesa de negociação visam assegurar que esses trabalhadores tenham acesso prioritário ao teletrabalho e condições que lhes permitam conciliar suas responsabilidades pessoais com suas atividades profissionais sem prejuízos", completou.

Prevenção de riscos laborais

A proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores também foi discutida. Os representantes dos trabalhadores reivindicam a criação de um Grupo de Trabalho (GT) paritário, composto por representantes de ambas as partes, com a missão de eliminar ou reduzir riscos no ambiente laboral, com atribuições e prazos previamente definidos.

Além disso, a análise ergonômica incluirá a prevenção contra riscos de violência, tanto internos quanto externos ao ambiente de trabalho, garantindo apoio e acompanhamento médico e psicológico para os trabalhadores afetados. 

Desconexão

Outro tema debatido foi a regulamentação voltada para o uso de tecnologias no ambiente de trabalho. Os trabalhadores devem ter o direito a se desconectar fora do horário de trabalho legalmente estabelecido, garantindo-lhes seu tempo de descanso e privacidade.

Para assegurar o cumprimento desse direito, o movimento sindical solicita a proibição do uso de dispositivos digitais como celulares e e-mails corporativos fora do horário de expediente. O banco também deve fornecer aos trabalhadores os equipamentos necessários para o desempenho de suas funções, como celulares e notebooks. “É impossível a desconexão quando o trabalhador usa o celular próprio. Por isso, é fundamental que o aparelho seja cedido pela empresa”, enfatizou diretora da Contraf-CUT e funcionária do banco Santander, Rita Berlofa.

A cláusula ainda garante a privacidade dos trabalhadores, limitando o uso de tecnologias de vigilância e controle digital, e estabelece o direito dos empregados a não serem submetidos a decisões automatizadas sem intervenção humana, assegurando a participação dos sindicatos em casos de uso de inteligência artificial nos processos de tomada de decisão.

Para Rita, "a proteção dos direitos dos trabalhadores em um ambiente de trabalho cada vez mais digitalizado é fundamental. Precisamos de regras claras que garantam a privacidade, o direito à desconexão e a transparência no uso de novas tecnologias. As negociações sobre esses temas são cruciais para que o avanço tecnológico seja uma ferramenta de melhoria das condições de trabalho, e não um fator de opressão ou desgaste para os empregados."

A direção do Santander se comprometeu a apresentar uma resposta global às demandas entre os dias 22 e 23 deste mês.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal cobrou, na quarta-feira (7), durante reunião de negociação para renovação do Acordo Coletivo, a chamada “substituição em cascata”, nos casos de colegas que precisem cobrir as tarefas daqueles que precisarem se afastar temporariamente. E que sejam pagas as devidas gratificações das funções para todos os empregados que integrem a cadeia de substituições e ocupem as mencionadas funções.

“A pessoa que exerce uma função tem que receber pela função exercida. E quem a substitui tem que receber também. Mas existe um bloqueio que impede a substituição em cascata”, disse o representante da Fetec-PR, Felipe Pacheco. “A Caixa alega que tem que haver um mínimo de dias trabalhados na função para poder receber por esta função, mas quando é do interesse dela, consegue até pagar por minuto exercido”, disse, fazendo referência aos pagamentos para quem exerce função de tesoureiro e caixa minuto.

A Caixa disse que vai estudar a possibilidade da substituição em cascata, com o devido pagamento aos colegas.

Bônus

A CEE também reivindicou o reconhecimento do trabalho de todas as empregadas e empregados no pagamento do Bônus Caixa. “Há anos são feitos regulamentos para o Bônus Caixa sem a participação da representação dos empregados. Queremos trazer esse debate para a mesa”, disse o diretor da Contraf-CUT e coordenador da CEE, Rafael de Castro. “Não queremos tirar de quem já recebe, mas é ruim quando um setor é privilegiado. Se todo mundo participa do resultado, todos devem ser reconhecidos”, completou, ao acrescentar que é preciso amadurecer este debate para responder ao pedido que é feito em toda a rede de agências.

“A forma de atingimento de metas dos gerentes gerais é, via de regra, reunir toda a equipe e dividir a meta. Eles envolvem todos os empregados na busca dessa meta. É o que ele chama de equipe”, disse o representante da Fetrafi-SC, Edson Heemann. “Quando a meta é alcançada, é sempre com a contribuição de todos. Não apenas das gerências. Nada mais justo que todas as pessoas que trabalham para atingi-la também recebam parte do bônus”, completou.

O coordenador da CEE observou que, a partir do momento em que foi instituído o pagamento do Bônus Caixa, houve um aumento do adoecimento mental dos trabalhadores. “A Caixa diz que o Bônus é pago somente às gerências pois trata-se de uma forma de promover lideranças sustentáveis. Mas o que percebemos é o aumento do adoecimento mental a partir de 2017, exatamente no ano em que o Bônus Caixa passou a ser pago”, disse Rafael.

Texto descritivo da imagem aqui

Segundo o coordenador da CEE, as reclamações nas agências é que os gerentes pressionam a equipe para cumprimento da meta para que ele receba a premiação. “As pessoas são pressionadas a cumprir uma meta sem que isso lhes traga qualquer benefício. Isso não tem nada de liderança sustentável”, disse. “Como explicar para as empregadas e empregados que eles têm que aceitar a pressão pelo cumprimento de uma meta que não lhes trará nenhuma premiação? Se todos contribuem com o resultado, todos precisam ser reconhecidos”, continuou o coordenador da CEE.

Rafael também lembrou que, na reunião passada, a CEE reivindicou a equiparação da remuneração dos Gerentes Executivos de Varejo com os Gerentes de Rede e dos Gerentes de Varejo com os Gerentes de Carteira, e que isso inclui o pagamento do porte.

Transferências

Os empregados também reivindicaram que a Caixa crie um plano permanente de realocação de pessoas e que sejam observados os pedidos de transferências registrados no Movimenta.Caixa, antes das contratações de novos empregados aprovados no último concurso público. “Mas, com relação ao Movimenta.Caixa, é preciso haver a possibilidade para que, de fato, seja observado o interesse. Porque, no dia a dia, o que acontece é que isso não é observado e o gestor escolhe quem será transferido”, disse o representante da Fetrafi-MG, Lívio Santos.

Lucas Cunha, da Fetrafi-RS, reforçou o pedido, ao explicar que é preciso que existam critérios e formas pré-estabelecidas para as transferências e que elas sejam feitas com transparência.

“Nos casos de vacância de função, é preciso que o Movimenta.Caixa ‘saia da prateleira’ e seja efetivamente utilizado. É uma boa ferramenta, mas as pessoas registram seu interesse e ficam esperando. Não conseguem e assistem outras pessoas ocupando a vaga que gostariam”, ressaltou o representante da Feeb-SP/MS, Tesifon Quevedo Neto.

Os empregados também citaram problemas que estão acontecendo no processo de reestruturação da Caixa, com a transformação de agências físicas em digitais e o fechamento de algumas unidades.

“A Caixa disse que os empregados das unidades atingidas poderiam se inscrever para dizer qual sua preferência de lotação; que haveria prioridade para pais e mães de pessoas com deficiência. Mas, ao que nos parece, as superintendências não acessam o Movimenta.Caixa e estas prioridades precisam ser observadas. As transferências e lotações não podem ficar apenas nas mãos e seguir critérios pessoais dos gestores. Precisamos que haja uma ferramenta perene, que não deixe as transferências à critério dos gestores”, explicou a representante da Fetec-SP, Vivan Sá.

Sobre as transferências que estão acontecendo devido à reestruturação da Caixa, Vivian também lembrou da necessidade de garantia de manutenção da função e da devida remuneração. “A Caixa garantiu que ninguém seria prejudicado com a perda de função”, lembrou.

Endividamento

Também foram cobradas soluções para o endividamento dos trabalhadores e que o banco aplique a menor taxa que é concedida pelo banco para os empregados da ativa e aposentados nos casos de empréstimos consignados.

“Estamos preocupados com o endividamento e superendividamento dos empregados da ativa e aposentados. Quando inserimos no nosso ACT a menção de que a taxa a ser cobrada dos empregados era de nível 5, esta era a menor taxa aplicada pelo banco. Mas, hoje sabemos que o banco oferece taxas menores para outros segmentos de clientes. Temos que melhorar a redação da cláusula no ACT para deixar claro que a taxa para os empregados tem que ser a menor que pode ser oferecida”, observou o coordenador da CEE.

Outras questões

Funcef: A CEE voltou a cobrar que a discussão da proposta para o equacionamento dos déficits do plano REG/Replan, da Funcef, seja feita em mesa de negociações com a representação dos empregados participantes dos planos.

PLR Social de 2020: A representação dos empregados também cobrou solução para o pagamento a menor da PLR Social de 2020. O coordenador da CEE informou que, das 24 ações judiciais coletivas que pleiteiam a correção do valor sob responsabilidade do escritório jurídico que assessora a CEE, 13 já têm decisões favoráveis aos trabalhadores, inclusive algumas com sentença final, transitada em julgado. “Vamos resolver isso em mesa de negociação e acabar com esse problema?”, questionou.

Gipes e Repes: A representação dos empregados cobrou a rápida estruturação das Gipes e Repes, para que elas possam, o mais rápido possível, começar a desempenhar sua função e, desta forma, sejam solucionados problemas regionais que prejudicam o dia a dia de trabalho e a qualidade de atendimento do Saúde Caixa.

Mobilização

“O banco tem acolhido nossas reivindicações e dito que podem ser estudadas soluções, mas ainda não trouxe nada de concreto para que a gente possa apresentar para o conjunto das empregadas e empregados”, disse o diretor da Contraf-CUT e coordenador da CEE, Rafael de Castro. “A promessa era a de que no início de agosto as devolutivas sobre nossas reivindicações nos seriam apresentadas. Esperamos que na semana que vem sejam trazidas as respostas”, completou.

Na mesa única de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), as respostas dos bancos não têm sido tão diferentes e a representação sindical dos trabalhadores já agendou para o dia 12 de agosto (segunda-feira), um dia de mobilização nacional para cobrar respostas satisfatórias às reivindicações da categoria. “A orientação é para que as empregadas e empregados participem ativamente das atividades e estejam mobilizados para cobrar respostas da Caixa e da Fenaban”, orientou Rafael de Castro.

Fonte: Contraf-CUT

No primeiro semestre de 2024, o Itaú Unibanco atingiu um lucro líquido recorrente gerencial de R$ 19,843 bilhões, representando um aumento de 15,5% em relação ao mesmo período de 2023. No segundo trimestre de 2024, o lucro líquido gerencial foi de R$ 10,072 bilhões, uma alta de 3,1% em relação ao trimestre anterior. Esse desempenho foi impulsionado pelo crescimento da margem financeira com clientes, resultado de TVM, e redução das despesas com PDD e captação. A carteira de crédito do banco também cresceu, atingindo R$ 1,254 trilhões, com destaque para operações de crédito pessoal, veículos e imobiliário.

Apesar dos resultados financeiros robustos, a situação dos trabalhadores do banco se mostra preocupante. Valeska Pincovai, coordenadora da COE Itaú, expressou preocupação com a postura do banco em relação à manutenção dos postos de trabalho. "Com um lucro altíssimo desses, o banco tem condições de manter os postos de trabalho, aliás, criar novos ao invés de eliminar, como vem fazendo. Não precisa terceirizar e precarizar o trabalho como vem acontecendo em diversas áreas," afirmou.

As declarações de Valeska destacam a contradição entre os lucros recordes e as condições de trabalho dos bancários. Segundo ela, "Este lucro é graças ao trabalho dos bancários e bancárias que vêm cada vez mais adoecendo nos locais de trabalho por pressão e metas abusivas."

Além disso, Valeska chamou a atenção para a necessidade de uma responsabilidade social autêntica por parte do Itaú. "O Itaú pode fazer diferença valorizando seus trabalhadores, respeitando e principalmente atendendo as nossas reivindicações da Campanha Nacional, que são justas! O Itaú precisa ter responsabilidade social de verdade, e não somente apresentar nos comerciais de TV, para fazer para toda população brasileira acreditar que ele tem," ressaltou a coordenadora da COE Itaú.

O relatório financeiro do Itaú revela que, apesar do crescimento da receita com prestação de serviços e tarifas bancárias, que somou cerca de R$ 24,405 bilhões, o banco fechou 1.785 postos de trabalho nos últimos doze meses. Ao final do segundo trimestre de 2024, a holding contava com 86.293 empregados no país e fechou 175 agências físicas em um ano.

Valeska concluiu afirmando que o banco precisa fazer sua parte para o crescimento do país, gerando mais empregos. "Passou da hora do banco fazer sua parte para o crescimento do país, gerando mais empregos," disse. “Os trabalhadores do Itaú esperam que, diante dos resultados financeiros positivos, o banco adote uma postura mais favorável aos seus funcionários, promovendo a valorização e melhores condições de trabalho”, finalizou.

Fonte: Contraf-CUT