Maio 01, 2025
Slider
Imprensa

Imprensa

A saúde e condições de trabalho, com o foco no adoecimento da categoria, por conta da política de gestão por metas dos bancos, foi o tema da nova rodada da mesa de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban), no âmbito da campanha nacional da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Os trabalhadores registraram a correlação entre a saúde e a pressão exercida sobre a categoria, para que cumpram os resultados das empresas. Apesar de representar 0,8% do emprego formal no Brasil, em 2022, a categoria bancária respondeu por 3,7% dos afastamentos acidentários e 1,5% dos afastamentos previdenciários naquele ano, considerando todas as categorias do país. 

"Os dados mostram que o afastamento bancário é três vezes maior que a média geral. Nossa Consulta Nacional, com cerca de 47 mil, mostra ainda que os bancários e bancárias estão fazendo relação direta entre metas exageradas e problemas de saúde. Estamos falando de preocupação com o trabalho, cansaço e fadiga constantes, dificuldade de dormir, medo de perder a cabeça. Queremos ações concretas dos bancos contra isso", pontuou a coordenadora do Comando Nacional, Juvandia Moreira, que também é presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). 

Levantamento do Dieese, com base em dados do INSS e da RAIS, mostra ainda que a categoria bancária foi responsável por 25% de todos afastamentos acidentários, relacionados à saúde mental, em 2022. 

Depoimento das redes 

Antes de começar a mesa, a Contraf-CUT abriu uma caixa de perguntas, no Instagram, pedindo depoimentos de bancários e bancárias de como suas vidas são afetadas pela gestão dos bancos, baseada em metas exageradas. Em menos de 14 horas, quase 100 pessoas desabafaram. Algumas das respostas a seguir: 

"Afeta ao ponto de tomar medicação para ir trabalhar e para conseguir dormir"
"Estou afastado com síndrome de burnout. Não posso ouvir a voz do meu gerente"
"O meu trabalho é cronometrado. Além de ser cobrado por metas, sou por tempo. É angustiante!"
"Tô achando lindo este semestre, maioria das agências não está nem perto de entregar, tiro no pé".
"Ansiedade. Vc acha que está dando conta, atualiza o sistema e tem mais do que sua jornada comporta"
“Afeta minha casa, meu relacionamento e minha vida social”
“Celular, teams, reuniões online o tempo todo, telefone, clientes na agência... e muita cobrança” 
“Do jeito certo, ético e legal, ninguém bate todas as metas”
“Cobrança via whatsapp até no final de semana”
“Passei 30 dias afastado devido às cobranças exageradas no mercado saturado” 


Reivindicações 


As reivindicações dos trabalhadores sobre o tema se concentraram em quatro eixos, e que envolvem os artigos que vão de 75 até o 104 da minuta de reivindicações, que a categoria entregou aos bancos no começo da campanha nacional:

- Definição de metas e a política de gestão na aplicação das metas
, para que não sejam conduzidas de forma abusiva e que a elaboração dos programas conte com a participação dos trabalhadores.

Neste ponto, Juvandia lembrou que, na campanha passada, em mesa sobre o tema, consultoria contratada pelos próprios bancos identificou problemas com o prazo de metas.

"Esse problema continua. Cobramos nesta mesa que os prazos sejam razoáveis e respeitados. Notificamos casos em que, apesar de serem estabelecidas metas, por exemplo, semestrais, as mesmas viram mensais ou até quinzenais, sobrecarregando os trabalhadores e essa sobrecarga tem relação direta com a saúde mental", pontuou. “O Santander é um exemplo disso, e quer que o trabalhador atinja a meta do mês até o 15º dia”, completou.

- Combate ao assédio moral. Os trabalhadores registraram que os acontecimentos desse tipo de violência estão atrelados ao primeiro ponto, por conta da pressão de gestores para que as equipes alcancem as metas. O comando registrou também a importância de os bancos cumprirem a cláusula 61, conquista dos trabalhadores na CCT e que prevê o combate ao assédio moral.

"Queremos a melhoria do texto da cláusula 61, para que que haja a participação dos sindicatos na apuração dos casos e a criação de canais específicos que recebam as denúncias de assédio, protegendo e acolhendo a vítima de maneira humanizada, com a apuração adequada de cada caso e com sigilo absoluto dos denunciantes", destacou o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles. 

- Fluxo humanizado para o atendimento de trabalhadores e trabalhadoras que, em decorrência de doenças, precisam acionar o INSS para afastamento.

"A nossa reivindicação é que os trabalhadores não tenham perdas salariais, quando precisarem se afastar pelo INSS. Também que os bancos não dificultem os procedimentos técnicos necessários para esse afastamento e, por fim, que quando esses trabalhadores retornarem às atividades, não sejam discriminados e não sejam perseguidos. Pois é um momento de fragilidade e, não havendo acolhimento adequado, o adoecimento poderá ser aprofundado", resumiu Mauro Salles.

Um exemplo apresentado foi o caso do Itaú, como um banco que está comprando a estabilidade do trabalhador adoecido. Ao invés de acolher e ajudá-lo no processo de recuperação, está oferecendo dinheiro para que o trabalhador deixe a empresa. “É uma maneira de se livrar desse bancário”, completou Salles. 

- Direito à desconexão. Os trabalhadores também reivindicaram o cumprimento de cláusula que assegura o direito não terem que participar de reuniões e de não receberem qualquer tipo de mensagem de trabalho após o horário laboral. “O direito à desconexão também está atrelado à questão de saúde mental”, complementou Juvandia. 

Impactos da gestão sobre saúde mental

A também coordenadora do Comando Nacional e presidenta do Sindicato de São Paulo, Osasco e Região (Seeb-SP), Neiva Ribeiro, destacou que avanços na mesa de saúde são urgentes. "O impacto entre saúde e ambiente de trabalho não é uma reivindicação nova e os bancos estão deixando a desejar nesta mesa permanente", reforçou.

Além de dados do INSS e que revelam que a categoria bancária tem índice superior de afastamentos por saúde mental, em comparação a outras categorias, os trabalhadores trouxeram o resultado da Consulta Nacional do Bancários, feita neste ano com cerca de 47 mil respondentes.

Na questão “quais impactos a cobrança excessiva pelo cumprimento de metas causa à sua saúde?”, de múltipla escolha, o resultado foi:

- 67% - preocupação constante com o trabalho
- 60% - cansaço e fadiga constante
- 53% - desmotivação, vontade de não ir trabalhar
- 47% - crise de ansiedade/pânico
- 39% - dificuldade de dormir, mesmo aos finais de semana
- 26% - medo de “estourar”, perder a cabeça
- 24% - crises constantes de dor de cabeça
- 23% - vontade de chorar sem motivo aparente
- 23% - dores de estômago/gastrite nervosa

"Eles não estão falando da vida lá fora, vida social, de casa. Perguntamos sobre o ambiente de trabalho e esse foi o resultado da consulta. Os bancários estão fazendo relação direta entre metas e problemas de saúde", reforçou Juvandia.

O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, apresentou ainda dados da “Pesquisa Nacional da Contraf-CUT: modelos de gestão e patologias do trabalho bancário”, feita em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho, da Universidade de Brasília (UnB), com cerca de 5.800 bancárias e bancários.

Entre os resultados estão:

- 76,5% relataram terem tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho, no último ano.
- 40,2% dos respondentes estavam em acompanhamento psiquiátrico no momento da pesquisa.
- 54,5% indicaram o trabalho como principal motivo para buscar tratamento médico.

A Fenaban negou que os dados são suficientes para comprovar que os casos de adoecimento mental estão ligados à atividade do trabalho bancário, considerando, entre os argumentos, informações da Organização Mundial de Saúde e que uma rápida pesquisa no Google contradiz.  “A Fenaban começou dizendo que tinha preocupação com as pautas apresentadas, mas depois seguiu negando todas as evidências apresentadas na mesa. Isso vai contra a imagem que os bancos querem passar para a sociedade”, acrescentou Neiva.

Matéria da própria OMS diz que "o trabalho amplifica questões sociais que afetam negativamente a saúde mental", completando ainda que "bullying e a violência psicológica (também conhecidos como assédio moral) estão entre as principais queixas de assédio no local de trabalho, impactando negativamente na saúde mental".

Mauro Salles complementou ainda que, quando os representantes dos bancos registraram que não há relação entre trabalho e saúde mental, se esqueceram que a síndrome de burnout está incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID), da OMS, e também está descrita pelo Ministério da Saúde (MS) "como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade".

“Inúmeras pesquisas mostram essa correlação entre trabalho e saúde mental. Além disso, decisões judiciais, movidas pelo Ministério Público do Trabalho ou pelos próprios bancários, têm condenado os bancos por assédio moral e pressão por resultados. Também auditorias fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, em inspeções nos locais de trabalho, constatam essa relação”, concluiu Salles.

“A própria Fenaban trouxe informações que houve um total de 1.608 denúncias de assédio, recebidas pelos canais dos bancos. E constatou que houve um aumento”, completou Juvandia.

Outras devolutivas da Fenaban nesta mesa 

Após uma pausa, solicitada pelos próprios bancos, esses retornaram com a afirmação de que irão trazer, em próximas reuniões, propostas de avanços sobre os temas cobrados. 

Fonte: Contraf-CUT

A taxa de afastamentos para tratamento de saúde em decorrência de acidentes de trabalho, ou doenças profissionais das empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal (6,2) é mais de três vezes maior do que a taxa geral do mercado de trabalho (2,0), segundo dados do INSS.

“Isso quer dizer que a cada mil empregados, 6,2 se afastaram por causa de acidente de trabalho, ou por doença profissional. Este número é muito alto e indica que há alguma coisa na Caixa que afeta demasiadamente o cotidiano de trabalho, a ponto de adoecer as empregadas e empregados do banco muito mais do que a média geral dos trabalhadores”, explicou o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Rafael de Castro. “E temos que resolver esse problema, pois não podemos permitir que o trabalho leve os trabalhadores ao adoecimento”, completou.

“Queremos que o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) deixe de ser apenas um exame no qual a saúde da empregada e do empregado é avaliada e, como definido na norma regulamentadora número 7 (NR7), seja uma ferramenta para preservar a saúde, com avaliação do ambiente de trabalho e dos riscos que este têm para a saúde dos trabalhadores”, disse a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil. “Se a média de adoecimento profissional na Caixa é mais elevada do que a média geral, este é um sinal de que há algum problema que causa o adoecimento dos colegas”, completou.

Este é apenas um dos temas que serão tratados na reunião entre a CEE e a Caixa para negociar a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) das empregadas e empregados do banco, que acontecerá nesta sexta-feira (25). Mas a cereja do bolo deve ser o plano de saúde do pessoal do banco, o Saúde Caixa, devido aos inúmeros problemas que o envolvem, desde o atendimento precário devido à falta de médicos na rede credenciada em localidades mais afastadas dos grandes centros do país, à manutenção do custeio do plano.

Acompanhe as informações sobre as negociações com a Caixa nos sites e redes sociais da Contraf-CUT e das federações e sindicatos associados.

Composição da CEE

Coordenador: Rafael Castro;
Contraf: Eliana Brasil;
Feeb/BA-SE: Emanoel Souza e Marcelo de Oliveira;
Fetec-CN: Antonio Abdan e Tatiane Oliveira;
Fetrafi-MG: Lívio Santos e Assis e Selim Oliveira;
Fetrafi-NE: Chay Cândida e Odaly Medeiros;
Fetec-PR: Felipe Pacheco e João Paulo Pierozan;
Federa-RJ: Rogério Campanate e Serginho Amorim;
Fetraf-RJ/ES: Lizandre Borges e Marcio Wanderley;
Fetrafi-RS: Sabrina Muniz e Lucas Cunha;
Fetrafi-SC: Edson Heemann e Eduardo Cesar:
Fetec-SP: Vivian Sá e Hugo Saraiva;
Feeb/SP-MS: Tesifon Neto e Carlos Augusto Silva (Pipoca).

Fonte: Contraf-CUT
 

Nesta quarta-feira, 24 de julho, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense percorreu agências do Lote XV, em Belford Roxo, para falar com bancárias e bancários sobre o "Dia Nacional de Luta #MenosMetasMaisSaúde".

A ação foi realizada em todo o país, organizado pelo movimento sindical, com o objetivo de pressionar os bancos contra a prática de modelo de gestão que vem afetando a saúde metal dos trabalhadores e trabalhadoras do setor.

Além disso, as diretoras e diretores do Sindicato falaram sobre o andamento da Campanha Nacional dos Bancários 2024.

O dia nacional de luta acontece um dia antes da quarta rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban), no âmbito da campanha nacional da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A pauta do encontro será saúde e condições de trabalho, com foco na política de metas praticadas pelas empresas.

DADOS

Pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário”, realizada pela Secretaria de Saúde da Contraf-CUT, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), e divulgada no final de 2024, revela que 80% dos trabalhadores bancários tiveram ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Destes, quase metade estavam em acompanhamento psiquiátrico.

O principal motivo declarado para a busca de tratamento médico foi o trabalho. Entre os que estavam em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% utilizavam medicações prescritas pelo psiquiatra, percentual que reduzia para 64,4% entre os que estavam em outros tipos de acompanhamento médico.

Entre 2013 e 2020, foram registrados 20.192 afastamentos de bancários pelo INSS, com alta de 26,2% entre 2015 e 2020, percentual 1,7 vez acima do crescimento total de afastamentos registrados no país (de 15,4% no período), considerando todas as categorias. Em relação ao total dos afastamentos acidentários por doenças mentais e comportamentais, os afastamentos de bancários correspondiam a 12% do total, em 2012, e a 25%, em 2022.

*confira mais fotos em nossas redes sociais 

As diretoras do Sindicato dos Bancários da Baixada FluminenseRenata Soeiro e Elizabeth Paradela, estão representando a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) no IV Fórum Brasil-União Europeia: O Brasil e a União Europeia: Políticas e economias nas transições verde e digital para um desenvolvimento justo e inclusivo, que acontece nestes dias 22 e 23 de julho, no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

O evento é organizado pela Fundação Euroamerica e pela União Europeia.

O Fórum irá debater igualmente as parcerias e investimentos analisando a importância da cooperação internacional e do investimento privado. “Inclusão social e econômica: Estratégias para uma distribuição equitativa dos benefícios das transições.

Este encontro é crucial, sobretudo num momento em que questões ambientais e tecnológicas são centrais na formulação de políticas públicas e na condução das economias globais.

“Evento super importante para que todas a partes envolvidas encontrem soluções e saibam enfrentar, da melhor maneira, os desafios atuais, promovendo sociedades e economias sustentáveis e competitivas.”, comentou a Coordenadora Geral do Sindicato, Renata Soeiro.

O EVENTO

Brasil, maior economia da América Latina e nona do mundo, possui grandes recursos naturais com uma matriz energética amplamente sustentável e um imenso mercado de consumo, exercendo um papel líder na região com um peso cada vez maior nas instituições internacionais.

Brasil é membro do Mercosul, do Grupo BRICS, do Fórum IBAS, da Celac e da OEA, entre muitos outros. Atualmente, ocupa a presidência do G20 com o lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”.

Apesar de não escapar da complexa situação econômica internacional desde a pandemia, a evolução de sua economia é otimista, com crescimento do PIB, queda do desemprego e das taxas de juros, estabilização da inflação e balança comercial positiva.

Destacam-se as reformas trabalhista, previdenciária e tributária aprovadas nos últimos anos que devem impulsionar o crescimento do investimento externo. Com uma estrutura produtiva diversificada, o atual governo do presidente Lula da Silva apresentou um ambicioso plano de reindustrialização do Brasil com o objetivo de promover, modernizar e diversificar sua indústria com o uso da digitalização e da descarbonização. Por seu lado, a União Europeia enfrenta os novos e importantes desafios do futuro através da sua tripla transição digital, verde e social, para a qual procura aliados em outros países e regiões do mundo.

O Brasil, principal destino comercial da União Europeia na América Latina, é considerado pela Europa como um parceiro estratégico, principalmente após a assinatura do Acordo de Parceria Estratégica em 2007. A União Europeia, por outro lado, é o maior parceiro comercial do Brasil.

Essas e outras questões que afetam o presente e o futuro das relações entre essas duas grandes regiões do mundo serão analisadas e discutidas durante o IV Fórum Brasil-União Europeia que, organizado pela Fundação Euroamérica e pela União Europeia, será realizado no Rio de Janeiro, no hotel Copacabana Palace nos dias 22 e 23 de julho, com o título “O Brasil e a União Europeia: Políticas e Economias nas Transições Verde e Digital para um Desenvolvimento Justo e Inclusivo”.

Fonte: Fetraf RJ/ES

O movimento sindical bancário organiza, em todo o país, ações para o "Dia Nacional de Luta #MenosMetasMaisSaúde", para 24 de julho. O objetivo é pressionar os bancos contra a prática de modelo de gestão que vem afetando a saúde metal dos trabalhadores e trabalhadoras do setor.

O dia nacional de luta acontecerá um dia antes da quarta rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban), no âmbito da campanha nacional da categoria para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A pauta do encontro será saúde e condições de trabalho, com foco na política de metas praticadas pelas empresas.

Pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário”, realizada pela Secretaria de Saúde da Contraf-CUT, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), e divulgada no final de 2024, revela que 80% dos trabalhadores bancários tiveram ao menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. Destes, quase metade estavam em acompanhamento psiquiátrico.

O principal motivo declarado para a busca de tratamento médico foi o trabalho. Entre os que estavam em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% utilizavam medicações prescritas pelo psiquiatra, percentual que reduzia para 64,4% entre os que estavam em outros tipos de acompanhamento médico.

Entre 2013 e 2020, foram registrados 20.192 afastamentos de bancários pelo INSS, com alta de 26,2% entre 2015 e 2020, percentual 1,7 vez acima do crescimento total de afastamentos registrados no país (de 15,4% no período), considerando todas as categorias. Em relação ao total dos afastamentos acidentários por doenças mentais e comportamentais, os afastamentos de bancários correspondiam a 12% do total, em 2012, e a 25%, em 2022.

“Esses dados são inaceitáveis e comprovam que há prática de uma gestão adoecedora por parte dos bancos que precisa mudar. Portanto, o objetivo das manifestações é dar visibilidade ao alto número de adoecimento causados por metas excessivas, pressão por resultados e assédio moral para erradicar essas práticas”, explica secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal reiterou a cobrança, nesta sexta-feira (19), em reunião de negociações realizada em São Paulo, para que o banco tenha mais compromisso com a promoção de medidas de respeito à diversidade e de inclusão das pessoas com deficiência (PcD) e neurodivergentes.

Representantes do Comitê de Diversidade da Caixa também participaram da reunião e entregaram ao banco um documento com considerações sobre o Programa de Diversidade e Inclusão da Caixa.

O texto recorda que, após cobrança das entidades sindicais, a Caixa retomou o Programa de Diversidade e Inclusão, em julho do ano passado, mas que não se percebeu avanços nas políticas específicas. “Há um ano, quando fomos empossados no Comitê de Diversidade, ficamos muito felizes com a possibilidade de retomar debates e políticas de inclusão e igualdade na Caixa. Passado esse tempo, o balanço de mudanças efetivas está aquém do que esperávamos. Precisamos ter avanços concretos”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira, que faz parte do Comitê de Diversidade da Caixa pela Região Norte.

Outro ponto ressaltado pelo texto é que “tanto os membros das comissões (de diversidade), quanto os demais empregados e empregadas da empresa, demonstram insatisfação em relação à postura da Caixa no que diz respeito ao programa de diversidade.”

“Há um distanciamento muito grande entre aquilo que a Caixa nos apresenta e sobre a forma que diz conduzir estas políticas, do que diz nossos colegas que hoje estão aqui representando o Comitê de Diversidade. Precisamos discutir a organização das comissões regionais de diversidade para que haja soluções efetivas para os problemas que afetam esse público”, cobrou o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da CEE/Caixa, Rafael de Castro, ao propor uma reunião de organização das ações antes do evento específico para este público, que a Caixa vai realizar no dia 26 de julho.

O banco se comprometeu a manter contato com as gerências regionais de pessoas (Gipes) e as representações regionais (Repes), que estão previstas para voltar a funcionar no dia 5 de agosto, para acertar esta organização e, na semana que vem, antes do evento específico que será realizado pela Caixa no dia 26, se reunir com os representantes do Comitê.

O representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Fetrafi) de Santa Catarina, Edson Heemann, citou a frase “devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”, de Aristóteles, para destacar que a Caixa deve reforçar não apenas a igualdade, mas buscar a equidade entre seus empregados. “Pais e mães de PcD têm uma jornada diária muito diferente da nossa. Para fazer o acompanhamento dos filhos, têm um trabalho muito grande. Por isso, a Caixa precisa ter um olhar diferente sobre essas pessoas”, disse.

A representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Vivian Sá, destacou o pedido de redução de jornada para quatro horas diárias para pais de PcD. “Existem diversas questões que precisam ser observadas e clausuladas para que haja a garantia do direito às pessoas PcD”, disse. “Na Caixa existem muitas coisas, como cadeiras inadequadas, piso elevado quebrado, mobiliário do caixa que atrapalham o dia a dia de pessoas sem deficiência,  as que têm deficiência isso é muito pior”, observou.

Os representantes da Caixa afirmaram que o banco não é contrário a inclusão de cláusulas em relação à diversidade no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e, diante dos muitos pontos a serem tratados, se dispôs a continuar as negociações sobre as políticas voltadas às PcD em uma mesa específica, no mês de agosto. Mas disseram que as reivindicações que envolvem custos para o banco precisam ser negociadas com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Igualdade salarial

Diante da afirmação da Caixa de que no banco não há diferença salarial entre homens e mulheres e que a remuneração é definida de acordo com os cargos ocupados, a representação dos empregados observou que, neste caso, o problema está na falta de ascensão na carreira. “Não há salário diferente para o mesmo cargo, mas os dados mostram que as mulheres têm menos acesso aos cargos de direção. Os cargos com salários maiores são restritos aos homens e aí se dá a diferença”, observou Rafael de Castro. “E quando apontamos esta questão, tem gente que vem com argumentos ultrapassados e preconceituosos de que para ascender na carreira é preciso ter qualificação. E, mais uma vez, os dados mostram que as mulheres, mesmo tendo melhor qualificação, são preteridas nas seleções para cargos de direção e têm remuneração menor do que as dos empregados homens”, completou.

 

Texto descritivo da imagem aqui
Texto descritivo da imagem aqui

Invisibilidade e preconceito

O representante da Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro (Federa-RJ), Rogério Campanate, apontou o problema da inviabilização e preconceito sofrido pelas empregadas e empregados LGBTQIA+. “A inviabilização sempre foi e continua sendo um grande problema que impede qualquer avanço na carreira”, disse. “A gente, da comunidade LGBT, é assediado moralmente. Principalmente por gestores de religiões que questionam a comunidade LGBT. São estes que farão as rodas de diálogo com os empregados sobre a questão do preconceito?”, questionou o dirigente, se referindo à proposta da Caixa de realizar rodas de diálogo sobre o tema. “A Caixa precisa ter uma orientação sobre estas atividades, para evitar que isso aconteça”, cobrou.

A CEE criticou a efetividade de programas apresentados pela Caixa, como o formato e a condução das "Rodas de Diálogo", uma vez que não há um tempo efetivo para os empregados se dedicarem aos temas, e muitas vezes não há treinamento, nem identificação do gestor responsável pelas “rodas” com o tema.

“Precisamos trabalhar a efetividade. Nas rodas de conversa vemos que muita coisa é feita apenas para cumprir o protocolo. É preciso selecionar pessoas que se interessem em fazer o debate sobre o tema, para que ela se envolva e consiga envolver seus colegas”, sugeriu o representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito (Fetec) do Centro-Norte, Antonio Abdan.

Discriminação racial

A representante da Fetrafi/NE, Chay Cândida, disse que, com relação às medidas para o enfrentamento ao racismo, o que a Caixa apresentou está em sintonia com que é reivindicado pelos empregados.

“Precisamos de um canal específico para receber denúncias, tanto de quem sofreu a violência, quanto de quem a presenciou. Com pessoas capacitadas para receber as denúncias e um regramento do que deve ser feitio, para evitar o que acontece com casos de violência contra mulheres”, completou, acrescentando que todos sabem da existência do racismo cultural e que é preciso enfrentá-lo.

A Caixa afirmou que o banco vai criar um canal específico para atender exclusivamente as denúncias de discriminação.

“Precisamos colocar isso no nosso Acordo Coletivo de Trabalho, para que não haja risco de deixar de existir”, cobrou a representante da Fetrafi-NE.
 

Texto descritivo da imagem aqui

Gestão pelo medo

A diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil, citou casos de denúncias levadas à Caixa por empregadas vítimas de violência doméstica que foram expostas. “Se existe um canal de atendimento às mulheres vítimas de violência na Caixa, este canal é muito mal divulgado. Uma superintendência recebeu uma denúncia e, ao invés de dar o encaminhamento devido, levou o caso para a ouvidoria do banco”.

A diretora da Contraf-CUT lembrou também das denúncias que foram “engavetadas” na gestão passada e, depois que foram divulgadas pela imprensa levou à queda de Pedro Guimarães, então presidente da Caixa.

“Faz dois anos que toda a imprensa divulgou as denúncias de assédio moral e sexual de um ex-presidente da Caixa. E isso permanece sem resposta. O Pedro Guimarães vai continuar impune e fazendo piadinha sobre o caso nas redes sociais? Ele atingiu a todos nós e a imagem do banco e continua atingindo. Como as mulheres vão confiar que podem denunciar se o agressor permanece impune?”, questionou Eliana.

A CEE ressaltou, ainda que, em muitos casos de denúncias, a empregada é transferida para outra unidade para evitar que a vítima tenha que manter contato com o agressor, mas que, por diversas vezes, acaba perdendo a função e a gratificação a ela destinada, gerando queda da remuneração. A reivindicação é para que a Caixa garanta a manutenção da função para evitar a queda na remuneração.

Tecnologia e sistemas

A representante da Fetraf-RJ/ES, Lizandre Borges, falou sobre o incentivo da Caixa à elevação da escolaridade das empregadas e empregados. “A Caixa pode ampliar esse programa. Principalmente com a formação e adaptação dos empregados às mudanças tecnológicas”, disse.

A Caixa disse que defende a ampliação, principalmente para a elevação do número de mulheres na área de tecnologia da informação (TI).

Ainda na área de tecnologia, os empregados reivindicam que a Caixa invista “na aquisição e manutenção de equipamentos, softwares e demais tecnologias, adotando medidas efetivas contra a indisponibilidade de sistemas”.

“A indisponibilidade de sistemas não pode prejudicar a vida funcional dos empregados. Os inúmeros problemas de sistema afetam a vida funcional dos empregados e isso precisa ser resolvido”, disse o coordenador da CEE, Rafael de Castro.

Ele defende, porém, que estes investimentos sejam feitos com responsabilidade e pensando em solucionar problemas dos trabalhadores, não única e exclusivamente pensando no aumento da produtividade. “Recentemente, a Caixa passou a utilizar tecnologia artificial para ajudar seus empregados a responderem questões dos clientes. E isso me fez lembrar de uma fala do Átila Iamarindo em nosso último Conecef. Ele falou sobre o caso de uma empresa aérea que usa IA para atender seus clientes, mas que não quis se responsabilizar pelo desconto oferecido pela tecnologia a um cliente que comprou uma passagem. Alegaram que a tecnologia ofereceu um desconto que não existia. A Justiça deu ganho de causa ao cliente, claro!”, lembrou Rafael. “O que quero dizer, é que a Caixa não pode responsabilizar o empregado se houver algum desvirtuamento na resposta que ele der seguindo a orientação dada pela IA que a Caixa implementou. Os sistemas oferecidos pela Caixa não podem causar prejuízo à vida funcional do empregado, seja pela queda no sistema, seja pelo desvirtuamento da IA”, completou.

Rogério Campanate lembrou que os constantes problemas de sistema afetam o cumprimento de metas. “Para não causar prejuízo ao empregado, é preciso que, no estabelecimento de metas, a Caixa leve em consideração a média de tempo que o sistema fica fora do ar”, disse.

Outros pontos

Sobre as ausências permitidas, além das que já constam no ACT, foram inseridas na minuta de reivindicações entregue à Caixa, a permissão de ausências para acompanhar parentes em internações sem limite de dias, ausências específicas com relação a sintomas menstruais graves, ausências para acompanhar dependentes PcD em tratamentos e terapias.

Também foram feitas alterações nas reivindicações sobre escala de férias. “Existem muitos conflitos na definição da escala de férias e defendemos que haja priorização para todos que tenham filhos em idade escolar e para pais e mães de PcD”, disse a representante da Fetec-CUT/SP, Vivian Sá.

No artigo sobre o parcelamento do adiantamento de férias, a reivindicação é para que haja opção de o empregado escolher se quer, ou não, receber o adiantamento. “Para os empregados que quiserem receber adiantado o pagamento referente ao mês de férias, nada muda. A devolução do valor adiantado poderá continuar sendo em até 10 parcelas. Com a mudança proposta, o empregado poderá escolher se quer receber o valor adiantado, ou se quer receber na data normal em que receberia seu salário”, explicou o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários (Feeb) de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Tesifon Quevedo Neto. “Sem prejuízo de ele receber o adicional de 1/3 estabelecido em Lei de forma adiantada”, completou.

O representante da Feeb-BA/SE, Emanoel Souza, defendeu o artigo que trata da necessidade de a Caixa continuar a pagar o vale-cultura aos seus empregados. “O vale cultura continua a existir, mas, sem o incentivo de dedução no imposto a ser pago pela empresa, ele deixou de ser pago. Mas, além de ser um estímulo para que o trabalhador consuma cultura, existe o aspecto de fortalecimento da cadeia de produção cultural do país, que gera muitos empregos. A Caixa, como empresa pública, poderia manter o pagamento do vale-cultura para contribuir com o incentivo à cultura e o desenvolvimento econômico do país”, explicou.

Outro artigo defendido por Emanoel é o que trata dos custos da escola inclusiva para filhos PcD ou neurodivergentes. Os trabalhadores defendem que este custo deixe de ser arcado pelo Saúde Caixa e passe a ser de responsabilidade da gestão da empresa.

“Isso não é questão de saúde! Os recursos não devem sair do Saúde Caixa. A empresa deve ser a responsável pela garantia deste direito”, disse.

Outro ponto destacado pelos empregados foi o artigo referente às transferências de local de lotação. “A Caixa precisa ter uma política transparente relacionada às transferências de empregados. Todos precisam conhecer as opções disponíveis e poder se candidatar a elas, pois é natural que as pessoas queiram trabalhar em um local mais próximo de casa ou, que se adeque melhor à sua rotina; em alguns casos isso é também uma necessidade e por este motivo a nossa minuta prevê algumas preferências nestas alocações”, disse o representante da Fetrafi-RS, Lucas Cunha.

Funcef

O Coordenador da CEE lembrou que a Contraf-CUT, a Fenae e a própria CEE, vem cobrando há algumas semanas a instauração de uma mesa de negociações sobre diversas questões que envolvem a Funcef. “A Funcef vem nos chamando para debater, mas é a Caixa e a CEE que devem debater a solução para os problemas da Funcef, por mais que outros atores sejam ouvidos”, disse. “O diálogo em nossa mesa de negociações está fluindo bem. Podemos dar uma demonstração de maturidade e mostrar que somos capazes de resolver isso”, disse. 

Os representantes da Caixa disseram que estão discutindo esta possibilidade, mas que ainda não há uma resposta. “Precisamos que isso seja resolvido logo, pois há muitos empregados e beneficiários que são afetados pela demora nesta solução”, ressaltou o coordenador da CEE.

Calendário

Julho
26 de julho – Saúde e Absenteísmo

Agosto
7 de agosto
14 de agosto
21 de agosto
28 de agosto

Fonte: Contraf-CUT

Na manhã desta sexta-feira (19), em São Paulo, foi realizada a quarta mesa de negociação específica da Campanha Nacional 2024 para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Banco do Brasil. A pauta principal da reunião foi diversidade e igualdade de oportunidades.

Antes de iniciar o debate sobre o tema principal, o banco respondeu ao pedido do movimento sindical apresentando o quadro atualizado da quantidade de horas negativas que os bancários precisam compensar até maio de 2025. Dos 5.497 trabalhadores com banco de horas negativo, 755 têm mais de 60 anos.

Igualdade de Oportunidades

O Banco do Brasil apresentou um panorama atual sobre a igualdade de oportunidades dentro da instituição. Atualmente, o banco conta com 25.724 funcionários negros, o que representa 29,51% do quadro total. Desses, 2.130 ocupam posições de liderança, correspondendo a 28,24% dos líderes.

O banco também destacou o programa "Raça é Prioridade", que conta com 150 pessoas em processo de aceleração para liderança. Ao final do processo de desenvolvimento, estando aptos e havendo vagas, esses profissionais poderão assumir posições de liderança sem passar por novos processos seletivos, abrangendo todos os níveis de gestão. Além disso, os processos seletivos já existentes possuem uma cota racial.

Mulheres

O Banco do Brasil possui atualmente 35.681 mulheres em seu quadro funcional, representando 40,94% do total de funcionários. No entanto, apenas 26,79% dos líderes do banco são mulheres.

Para aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança, o banco apresentou programas com ações afirmativas direcionadas a mulheres. Foi citado um concurso recente para superintendente regional, no qual cerca de 70% dos aprovados foram mulheres, como parte do esforço da empresa para aumentar a participação feminina em posições de liderança.

Demandas da CEBB

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou do banco programas que incluam cotas nos concursos públicos para pessoas trans e mais ações afirmativas para pessoas com deficiência (PCDs).

Canal de Assédio Moral

O Banco do Brasil atendeu à reivindicação do movimento sindical e divulgou o crescimento dos números do canal de denúncias, destacando sua efetividade. Em 2022, 26,9% dos protocolos envolvendo conduta de cunho sexual resultaram em demissões por assédio sexual. Em 2023, esse percentual aumentou para 45,9%. Nos primeiros seis meses de 2024, 65% dos processos de cunho sexual já resultaram em demissões.

"Isso mostra claramente a importância da efetividade do canal. A pessoa tem que ter confiança para denunciar e saber que a denúncia será corretamente investigada e os culpados punidos", afirmou Fernanda Lopes, coordenadora da CEBB, sobre o canal de denúncias.

Discriminação

Desde junho do ano passado, foram catalogados os números de condutas indevidas. Nesse período, 17 denúncias foram investigadas, das quais 65% envolveram raça, 17% gênero, 12% homofobia e 6% crença religiosa. No segundo semestre do ano passado, foi registrada a primeira demissão por racismo na história do Banco do Brasil.

Nome Social

O movimento sindical reivindica que todas as pessoas que utilizam um nome distinto do registro civil tenham o direito de usar o nome social, dentro da política de respeito à diversidade, para acabar com a discriminação a colegas LGBTQIA+. O Banco do Brasil informou que essa mudança já está em processo e se comprometeu a trazer atualizações no próximo encontro.

Licença parental

Outra reivindicação é a licença parental remunerada de 12 meses, a partir do nascimento, adoção ou do fato gerador do direito à licença parental, para cada pessoa de referência da criança ou do adolescente, limitada ao máximo de duas pessoas, sem prejuízo do emprego ou salário, para o desempenho da atividade parental. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto e se estenderá por período igual ao da internação hospitalar do prematuro. Se a pessoa gestante desejar iniciar a licença antes do parto, a outra pessoa de referência poderá optar por iniciar a sua licença a partir do parto. O banco se comprometeu a analisar a pauta e afirmou reconhecer o benefício desta reivindicação.

Etarismo

A CNFBB também reivindicou políticas para combater o preconceito etário. Grande parte da discriminação contra pessoas mais velhas está relacionada a estereótipos, como dificuldades no aprendizado e com a tecnologia, além de problemas de integração ao ambiente.

“É fundamental ‘olhar para dentro’ e refletir sobre a questão etária, bem como a forma de atuar contra o preconceito no ambiente corporativo. Quando falamos em diversidade etária, estamos falando em representatividade, pois os clientes são de todas as faixas etárias. Como ter empatia pelos acima dos 50 anos se não há ninguém dentro da organização que se coloque no lugar deles, que pense como eles e que desenhe produtos e serviços para eles?”, salientou Ana Smolka, representante do Paraná na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Pessoas com deficiência

A Comissão reivindica a inclusão de políticas afirmativas para PCDs e neurodivergentes, além de ampliar a redução da jornada de trabalho para pais e responsáveis por dependentes com deficiência física e/ou mental, para 3 e 2 horas dos funcionários de 8 e 6 horas, respectivamente. Devido à amplitude do tema, o movimento sindical avalia a necessidade de uma mesa específica para tratar de PCDs e neurodivergentes.

Considerando todos os cargos do Banco do Brasil, os PCDs representam 2,86%. Nos cargos de liderança, esse percentual é ainda menor: apenas 1,29%. Em 2024, o banco contratou 357 funcionários com deficiência: 107 com deficiência física, 65 visuais, 16 auditivos, 66 com deficiência mental (95% destes são TEA) e 3 com deficiências múltiplas. Desses, 34 já foram realocados: 19 com deficiência física, 2 visuais, 11 com deficiência mental e 2 com deficiências múltiplas.

Junto a esse grupo, o banco também iniciou dois grandes projetos para apoio e orientação aos gestores, acompanhamento dos funcionários e diálogo com a equipe que os recebe, além de prestar atendimento psicológico. Neste ponto, o movimento sindical levanta a possibilidade de acumular auxílio a filho com deficiência com auxílio creche.

"Reivindicamos que o auxílio a filho com deficiência seja cumulativo com o auxílio creche/babá, já que as mães atípicas estão entre os grupos com menor renda, por serem majoritariamente mães solo e terem maiores dificuldades no encarreiramento. Além disso, os gastos com terapias são altíssimos. Acumular esses valores é fundamental para garantir que os responsáveis possam oferecer todo o suporte necessário aos seus filhos nos primeiros anos de vida", afirmou a secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini.

Avaliação positiva

"O tema da igualdade de oportunidades vem sendo tratado como prioridade pela atual gestão do BB e o debate da mesa foi bastante produtivo, inclusive mostrando em números o avanço no tema. Além disso, destacamos a importância da sinalização de avanço na licença parental, importante tema para combater a divisão sexual do trabalho de cuidados", avaliou Fernanda Lopes.

A coordenadora da CNFBB destacou ainda que "o Banco do Brasil tem mostrado um comprometimento crescente com a diversidade e a igualdade de oportunidades, mas ainda há muito trabalho pela frente. Precisamos garantir que todas as ações e programas sejam realmente efetivos e reflitam uma mudança cultural dentro da instituição."

A próxima reunião será no dia 26 de julho, em São Paulo, sobre saúde e condições de trabalho.

Fonte: Contraf-CUT

 

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco entregou, na manhã desta sexta-feira (19), a minuta de reivindicações específica para a direção do banco. O documento, que foi finalizado durante o Encontro Nacional dos Bancários do Bradesco, ocorrido em 6 de junho, aborda temas cruciais como a manutenção dos empregos, segurança das agências e contratação da remuneração total dos trabalhadores.

A coordenadora da COE Bradesco, Erica de Oliveira, frisou que a entrega da minuta é um passo significativo para os bancários, mas as discussões com o banco sobre os temas contidos nela só terão início após a Campanha Nacional dos Bancários. “No ato da entrega, a COE fez absoluta questão de frisar a preocupação com o processo de fechamento de locais, que continua intenso. Eliminar tantos locais físicos assim é muito prejudicial aos bancários e ao público em geral. A marca começa a diminuir, e isso é perigoso para o próprio banco. Só no mês de julho, aproximadamente 80 agências estão encerrando as atividades. Isso precisa parar!”.

Fonte: Contraf-CUT

 

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal reitera a cobrança, nesta sexta-feira (19), em reunião de negociações que ocorre em São Paulo, de que o banco tenha mais compromisso com a promoção de medidas de respeito à diversidade e de inclusão das pessoas com deficiência (PcD) e neurodivergentes.

Além dos empregados que fazem parte de CEE, a reunião contou com a participação de representantes do Comitê de Diversidade da Caixa que, logo no início da reunião, entregaram ao banco um documento com considerações sobre o Programa de Diversidade e Inclusão da Caixa.

O texto recorda que, após cobrança das entidades sindicais, a Caixa retomou, em julho do ano passado, o Programa de Diversidade e Inclusão, mas que “no entanto, um ano após o lançamento do programa e da criação das Comissões Regionais de Diversidade, não percebemos avanços significativos nas pautas relacionadas aos cinco eixos temáticos do programa: equidade de gênero – mulheres na liderança, raça/cor, geracional, LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência.”

“Há um ano, quando fomos empossados no Comitê de Diversidade, ficamos muito felizes com a possibilidade de retomar debates e políticas de inclusão e igualdade na Caixa. Passado esse tempo, o balanço de mudanças efetivas está aquém do que esperávamos. Precisamos ter avanços concretos”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira, que faz parte do Comitê de Diversidade da Caixa pela Região Norte.

O texto ressalta que as reclamações não são exclusivas das entidades sindicais. “Tanto os membros das comissões, quanto os demais empregados e empregadas da empresa demonstram insatisfação em relação à postura da Caixa no que diz respeito ao programa de diversidade”, diz o documento.

Leia logo mais o texto sobre o que rolou nas negociações sobre igualdade e diversidade e as demais cláusulas sociais a serem tratadas na reunião desta sexta-feira (19) com a Caixa.

Texto descritivo da imagem aqui
Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander obteve melhorias nas condições de trabalho dos Gerentes PJ do banco. Diante de vários problemas enfrentados pelos funcionários do segmento Empresas 1, a COE entrou em contato com a direção do banco para cobrar mudanças na rotina de trabalho desses profissionais.

Os Gerentes PJ eram obrigados a realizar seis visitas a clientes por dia, além de executar funções administrativas como receber, enviar e ler e-mails; enviar propostas; responder clientes e tirar cópias de documentos. Após a intervenção da COE, o banco se comprometeu a reduzir as visitas para quatro por dia.

Havia pressão dos gerentes-gerais para que os gerentes PJ não ficassem nas agências, sendo que eles sequer tinham mesas nas unidades. Depois da cobrança da COE, a direção do Santander garantiu que não haverá mais pressão para que os gerentes PJ se retirem das agências. “Alguns gerentes-gerais falavam ‘sai daqui, o gerente-regional vai chegar e ele não pode ver você aqui.’ Hoje isso acabou”, relata um Gerente PJ.

O banco pede que os gerentes PJ usem o espaço da agência com coerência e realizem as visitas, mas sem a pressão para deixar as unidades bancárias.

Havia muita reclamação dos Gerentes PJ quanto à marcação de ponto. Antes de iniciar a jornada, eles tinham que se dirigir a uma agência próxima do local onde iam trabalhar, para marcar o ponto. No final do dia, precisavam retornar a uma agência para finalizar a jornada. Essa dinâmica atrapalhava os bancários devido ao tempo perdido no deslocamento.

Após intervenção da COE, os Gerentes PJ poderão marcar o ponto no local onde estiverem no início da jornada, ao sair de casa para a primeira visita, ou ao chegar na agência pela manhã; realizar o trabalho na rua e, ao final do expediente, marcar o ponto de onde estiverem. “A mudança melhorou muito, pois se perdia muito tempo da última visita até a agência”, relata um trabalhador do PJ.

“Estes problemas se resolveram porque os bancários procuraram a COE para reportar os problemas. Nós levamos as dificuldades à direção do banco, que conversou com os responsáveis do segmento Empresas 1, e eles constataram que seria necessário reformular o método de trabalho para tornar mais eficiente a atuação dos gerentes PJ. O banco implantou as mudanças e os bancários estão aprovando”, diz a coordenadora da COE, Wanessa Queiroz.

“É importante que os trabalhadores continuem reportando problemas para que possamos ter elementos para cobrar da direção do Santander melhorias nas condições de trabalho. Qualquer problema, procure o representante sindical no seu local de trabalho”, orienta Wanessa.

Fonte: Contraf-CUT