Abril 30, 2025
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A pesquisa State Of The Global Workplace, realizada pela consultoria especializada em análise comportamental no Trabalho, Gallup, com 128 mil funcionários e funcionárias em mais de 160 países, revelou que, no Brasil, 46% dos trabalhadores estão estressados, 25% tristes e 18% com raiva. Esse dado coloca o país em quarto lugar, na América Latina, em sentimentos de raiva e tristeza, e em sétimo lugar em estresse na região.

Em cada um dos países, a consultoria entrevistou cerca de mil pessoas. Quando questionados se vivenciavam estresse um dia antes da pesquisa, 46% dos brasileiros responderam positivamente. Globalmente, 41% dos trabalhadores entrevistados responderam que sentiram estresse um dia antes da pesquisa, 21% raiva e 22% tristeza.

A consultoria não divulgou o levantamento por setor de atividades. Mas outra informação que chamou a atenção foi que os resultados deste ano são os piores, desde que a Gallup iniciou o levantamento, como mostra trecho do relatório, no qual a entidade diz que “nos últimos 10 anos, o número de pessoas expressando estresse, tristeza, ansiedade, raiva ou preocupação tem aumentado, atingindo seus níveis mais altos desde o início das pesquisas da Gallup.”

Cenário regional

No quesito raiva, no qual o Brasil ocupa a quarta colocação na América Latina, os países que lideram o ranking são, respectivamente: Bolívia (25%), Jamaica (24%) e Peru (19%). No quesito tristeza, o Brasil repete a quarta colocação, Bolívia também lidera (32%), seguida de El Salvador (26%) e Jamaica (26%).

Os países que ocupam a última colocação de raiva no ranking são Uruguai (9%) e México (7%). E os com menos tristeza são Paraguai (34%) e Panamá (15%).

No ranking com trabalhadores mais estressados, Bolívia (55%), República Dominicana (51%), Costa Rica (51%), Equador (50%), El Salvador (50%) e Peru (48%), ocupam as seis primeiras posições, respectivamente. Nesse quesito os países que aparecem nos últimos lugares são Jamaica (35%) e Paraguai (34%).

“Perceba que esses números da Jamaica e Paraguai, apesar de serem menores, são absurdos: estamos falando de quase um terço de trabalhadores estressados, nos países onde há menos sofrimento neste quesito”, observa a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT).  “Na perspectiva do capitalismo, que globaliza as desigualdades e concentra as riquezas e os benefícios nas regiões centrais, podemos identificar que as grandes corporações, sobretudo as estrangeiras, reduzem jornadas, ampliam salários e benefícios onde têm sede e, nos demais países, aplicam o exato oposto. Por isso a importância das negociações coletivas, que têm origem na Organização Internacional do Trabalho (OIT), e que, por meio de sindicatos fortes, possibilita reduzir as desigualdades entre patrões e empregados”, completa a dirigente.

O levantamento da Gallup revela ainda que as nações europeias registraram o segundo percentual mais baixo de trabalhadores que vivenciam “tristeza diária” (17%) e que a região mantém fortes proteções laborais.

Avanços da categoria bancária no combate ao assédio moral 

Entre as lutas do movimento sindical bancário por melhores condições de trabalho estão o combate a todo o tipo de assédio e violência no ambiente laboral e a redução da jornada semanal para quatro dias. “Na categoria bancária, temos dados que convergem para essa realidade apresentada pela consultoria internacional, infelizmente. Um exemplo é o levantamento feito pelo Dieese, a nosso pedido, com base em dados do INSS e da RAIS, e que mostrou que bancários e bancárias representaram um quarto (25%) de todos os afastamentos acidentários por saúde mental, em 2022”, ressalta Juvandia.

Na “Pesquisa Nacional da Contraf-CUT: modelos de gestão e patologias do trabalho bancário”, feita em 2023, em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho, da Universidade de Brasília (UnB), com cerca de 5.800 bancárias e bancários, 76,5% relataram terem tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho, no último ano; 40,2% que estavam em acompanhamento psiquiátrico no momento da pesquisa; e 54,5% indicaram o trabalho como principal motivo para buscar tratamento médico. O mesmo trabalho apontou que cerca de 80% declararam pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano e, desses, quase metade seguia em tratamento psiquiátrico.

A Consulta Nacional dos Bancários 2024, realizada neste ano com 46.824 trabalhadoras e trabalhadores do setor em todo o país, revelou ainda, em pergunta de múltipla escolha, que 67% sofriam com preocupação constante com o trabalho; 60% cansaço e fadiga; 53% com desmotivação e vontade de não ir trabalhar; e 47% com crises de ansiedade e/ou pânico.

“Nossas pesquisas e estudos apontam que a implementação de metas abusivas está atrelada aos casos de adoecimento entre nossos colegas. Por isso, avaliamos que os dados alarmantes apresentados pela Gallup também podem estar ligados a modelos de gestão que adoecem”, pontua secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles. “E esse é um dos motivos para uma das nossas principais lutas: que os bancos discutam com a classe trabalhadora os sistemas de metas”, completa.

O debate entre a saúde e as condições de trabalho foi ainda um dos temas de maior embate entre a categoria e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), durante as mesas de negociação deste ano que resultaram na renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para o biênio setembro de 2024 – agosto de 2026, e que obteve um avanço importante: a inclusão do termo “assédio moral” no documento.

“Nós já tínhamos conquistado, em negociações de anos anteriores, mecanismos de combate a esse tipo de violência. Mas os bancos sempre se recusavam a usar essa terminologia de forma explícita, colocando no lugar expressões como ‘conflitos no ambiente de trabalho'”, destaca Mauro Salles.

Na nova CCT 2024-2026, o tema ganha um capítulo chamado “Combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho”, que, entre as cláusulas, determina que os bancos disponibilizem “canal de apoio para questões relacionadas ao acolhimento” de vítimas, com prazo máximo de até 90 dias para o encaminhamento das denúncias.

“Para conseguir esses avanços, foi necessário levar para as mesas os resultados da Consulta, pesquisas, depoimentos de bancárias e bancárias e informações da própria Organização Mundial de Saúde, entidade que diz que o trabalho pode amplificar questões sociais que afetam negativamente a saúde mental, apontando a violência psicológica (também conhecida como assédio moral) entre as principais queixas de assédio no local de trabalho e que impactam negativamente a saúde mental”, completa Juvandia Moreira, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.

A primeira vez que mecanismos de assédio moral foram conquistados na CCT dos bancários foi em 2010, com a criação da Comissão Bipartite para Prevenção de Conflitos que, na redação da nova CCT, passa a se chamar Negociação Nacional sobre Assédio Moral, Sexual e outras Formas de Violência no Trabalho.

“De lá para cá, obtivemos outros avanços na discussão do tema. Entendemos que essas conquistas e a constante luta não são apenas da categoria bancária, mas da classe trabalhadora como um todo, porque passam a servir de referência para que outros setores avancem em direitos por melhores condições no trabalho”, conclui Juvandia Moreira.

Fonte: Contraf-CUT

Após forte pressão da Comissão de Organização dos Empregados (COE), o Banco Santander apresentou uma proposta para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), durante a negociação realizada nesta terça-feira, 24 de setembro, em São Paulo.

O novo acordo traz novas cláusulas importantes para os trabalhadores. Confira abaixo os principais avanços:

  • Manutenção do ACT: Após inúmeras reuniões com o banco, os trabalhadores garantiram a renovação integral das condições já asseguradas pelo Acordo Coletivo de Trabalho. Isso inclui a manutenção das regras do Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS), sem compensação na Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
  • Isenção da coparticipação no plano de saúde para PCDs: Outro avanço significativo foi a conquista da isenção da coparticipação no plano de saúde para empregados com deficiência (PCD).
  • Suspensão de metas após licença de saúde: O banco também aceitou suspender as metas por 30 dias para os empregados que retornarem de afastamentos por doença, saúde ou licença maternidade superiores a 180 dias.

No entanto, ainda há pontos que não avançaram nas negociações:

  • O banco não apresentou nenhuma proposta para o grupo de neurodivergentes, incluindo tanto os funcionários quanto os filhos desses empregados.
  • Também não foi atendida a reivindicação de isenção de tarifas bancárias para os funcionários, além da ausência de propostas sobre linhas de crédito com taxas diferenciadas.
  • Outro ponto fundamental que não avançou foi a representação de todos os trabalhadores das empresas do conglomerado Santander, que prestam serviços ao banco e contribuem para seus lucros.

“A COE permanece firme na luta por essa representação nas próximas rodadas de negociação”, completou Wanessa.

A COE também reivindicou que, na próxima reunião sobre relações trabalhistas, o Santander discuta os problemas enfrentados nos planos de saúde dos funcionários da base da Bahia e do Distrito Federal, que têm gerado insatisfação entre os trabalhadores dessas regiões.

Assim que o Santander formalizar a redação final da proposta, os sindicatos dos bancários de todo o país convocarão assembleias para a deliberação.

Fonte: Contraf-CUT

As funcionárias e funcionários do sistema BNDES vão deliberar, a partir das 9h desta quarta-feira (25), se aprovam o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico sobre a jornada de trabalho. A votação, que ocorrerá por meio de plataformas digitais com acesso pela internet, seguem até às 19h de quinta-feira (26). Na quarta-feira, das 18h às 19h, serão realizadas plenárias por videoconferência para debate e esclarecimento da proposta.
Os links das plenárias e das assembleias serão divulgados pelas entidades de representação de cada base sindical dos trabalhadores no Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Recife.
“Conseguimos trazer a regulamentação do trabalho em home office para dentro do acordo. Isso traz mais segurança ao trabalhador, pois a empresa não poderá mudar as normas sem antes negociar com as entidades de representação do funcionalismo do BNDES”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção, que representa a entidade na mesa de negociações com o banco. “Também conseguimos aumentar de seis meses para um ano a redução de uma hora na jornada para mulheres lactantes”, completou.

Outras negociações

Além do ACT da Jornada de Trabalho, ainda estão em negociação o ACT Geral e o específico sobre a PLR. “No ACT Geral, o banco já disse que vai seguir o que foi negociado com a Fenaban. Restam apenas alguns pontos específicos a serem discutidos. O ACT da PLR também já foi negociado e será debatido com o funcionalismo do BNDES na semana que vem”, informou o vice-presidente da Contraf-CUT.

Sistema BNDES

Além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, as subsidiárias de fomento de investimentos imobiliário (BNDESPAR) e de financiamento à produção e comercialização de máquinas e equipamentos (Finame) fazem parte do Sistema BNDES.

Fonte: Contraf-CUT

No dia 6 de outubro, brasileiras e brasileiros vão às urnas nos 5.569 munícipios de todo o país para eleger prefeitas, ou prefeitos, e vereadoras e vereadores. A menos de duas semanas do pleito, a Contraf-CUT reforça a resolução aprovada pela categoria bancária, em junho, durante sua 26ª Conferência Nacional, que ressalta a importância das eleições municipais para a construção do debate sobre grandes temas nacionais para a conquista de direitos para a classe trabalhadora e a consolidação da democracia no país.

O texto foi construído com base na resposta de 74% dos quase 47 mil bancários e bancárias que participaram da Consulta Nacional à categoria e avaliaram como muito importante a eleição para as câmaras municipais e prefeituras, de candidatas e candidatos comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Para outros 18%, é importante a eleição de candidatos com esse perfil. Apenas 4% avaliam como pouco importante e outros 4% que não tem importância.

A resolução, aprovada em junho pela categoria, destaca que “o acirramento nas disputas de projetos políticos para o Brasil tem demonstrado que é fundamental que os trabalhadores avancem e garantam a continuidade e o aprofundamento de políticas que fortaleçam nosso projeto de sociedade democrática, o que implica em desenvolvimento sustentável, com melhor distribuição de renda, inclusão social e geração de empregos de qualidade”.

“O apoio da categoria às candidaturas comprometidas com as pautas da classe trabalhadora é fundamental para que se altere a correlação de forças nas câmaras municipais e nas prefeituras que hoje são ocupadas, em grande parte, por quem atua contra os trabalhadores e contra a democracia”, disse a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. “Precisamos estar atentos e votar com consciência para tirarmos do poder quem quer manter a concentração de renda e não pensa em políticas sociais para reduzir a desigualdade social. Já passou da hora de pararmos de eleger quem trabalha para deixar o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Nós, trabalhadores, somos maioria! Precisamos eleger quem nos representa!”, completou.

 

Proximidade com o eleitor

Juvandia também lembra que é na esfera municipal que o eleitor consegue ver com mais clareza a importância da política para seu dia a dia. “O prefeito é o responsável pela Unidade Básica de Saúde e pela creche, é ele quem deve consertar os buracos nas ruas e cortar o mato das calçadas. Mas também é na política municipal que se constrói a base de debate para os grandes temas nacionais”, observou a presidenta da Contraf-CUT. “Por isso, além de elegermos prefeitas e prefeitos comprometidos com nossas pautas, temos que eleger vereadoras e vereadores que fiscalizem a atuação destes prefeitos e estejam em cada bairro, em cada vila, em cada comunidade de nossas cidades, para levar o debate e construir a visão social sobre a cidade, o estado e o país que queremos”, completou.

Veja abaixo seis pontos da resolução aprovada pela categoria bancária que devem ser considerados neste processo eleitoral:
•    Mapear e apoiar as candidaturas comprometidas com as pautas da classe trabalhadora será decisivo para que se altere a correlação de forças nas Câmaras Municipais e nas prefeituras, hoje ocupadas, muitas delas, por representantes da extrema direita, antidemocrática e antipovo;
•    Ampliar as fronteiras da cidadania com a criação de novos direitos e a democratização dos espaços de decisão e gestão das políticas públicas é uma prioridade a ser encampada por todas e todos os trabalhadores organizados;
•    A consolidação da democracia e a participação popular são necessárias para que mudanças estruturais ocorram e a disputa de projetos passa pela eleição de representantes nos parlamentos municipais e na gestão dos municípios brasileiros;
•    Defendemos reformas estruturais para a construção de uma sociedade democrática e igualitária, para que a democratização das cidades seja plena;
•    É necessário intensificar nossa estratégia organizativa e de lutas, construindo propostas e diretrizes para um projeto nacional de desenvolvimento, consolidadas nas pautas a serem defendidas por aquelas e aqueles que, de fato, nos representam e disputarão as eleições municipais de 2024;
•    Uma nova composição das casas legislativas e dos executivos municipais, unificando as forças em prol de um mundo justo e democrático, no qual os trabalhadores e trabalhadoras sejam reconhecidos como classe social digna de direitos e de cidadania é essencial à nossa luta.

Fonte: Contraf-CUT

Há 32 anos, o dia 21 de setembro foi instituído como o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência (PcD), uma data que simboliza a constante busca por acessibilidade, emprego, educação e, sobretudo, respeito às diferenças. Segundo dados do IBGE, 34% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, enfrentando desafios diários em uma sociedade que ainda precisa avançar na inclusão.

A data, que foi oficializada em 14 de julho de 2005 pela Lei Federal nº 11.133, é resultado da luta e mobilização do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade). O dia 21 de setembro foi escolhido por sua proximidade com a primavera e o Dia da Árvore, representando o nascimento das reivindicações por cidadania e participação plena em igualdade de condições.

Desde então, a data é celebrada anualmente em todos os estados do Brasil, servindo como um momento de reflexão e de incentivo à sensibilização por mais inclusão social. Os direitos das pessoas com deficiência são garantidos pela Constituição Federal de 1988, e o Brasil se destaca por ter uma das legislações mais avançadas do mundo nessa área.

Neste ano, a categoria bancária tem um motivo especial para comemorar a data voltada para o reconhecimento e reivindicação de direitos aos PcD: o resultado da Campanha Nacional dos Bancários 2024, que incluiu na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) a concessão de abono de ausência para conserto ou reparo de próteses, garantindo que esses trabalhadores possam atender suas necessidades sem enfrentar prejuízos financeiros ou profissionais.

“O Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência é mais uma oportunidade para fortalecer essa caminhada, relembrando as conquistas e buscando sempre novos caminhos para garantir o respeito e a igualdade de todos os cidadãos”, destaca a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Elaine Cutis, "Tivemos, sem dúvida, alguns avanços importantes, frutos de muita luta. No entanto, ainda há muito, muito mesmo a se fazer quando falamos sobre as pessoas com deficiência. Precisamos criar condições acessíveis e dignas para esse público, desde garantir empregos decentes até proporcionar capacitação e oportunidades reais de ascensão dentro das empresas. Essas são questões centrais da nossa luta e esperamos poder continuar avançando, sempre com o objetivo de construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva", completa.

Maria Cleide Queiroz, coordenadora do Coletivo Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras com Deficiência da CUT, acredita que "a luta em defesa dos direitos e por mais conquistas é permanente, e seguiremos na perspectiva de dias melhores, buscando que a real inclusão das pessoas com deficiência aconteça em todas as esferas da sociedade e na garantia dos direitos humanos."

Fonte: Contraf-CUT

No Dia Internacional da Igualdade Salarial, comemorado nessa quarta-feira (18), os ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE) apresentaram o 2º Relatório de Transparência Salarial e anunciaram uma série de medidas para que o Brasil alcance a equidade. Segundo o levantamento, feito com base em informações enviadas ao Governo por mais de 50 mil empresas com 100 ou mais empregados e empregadas, em 2023, as mulheres recebem em média 20,7% que os homens. O documento considerou ainda os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) daquele ano.

Nos cargos de gerência, a desigualdade é ainda mais aprofundada, com as mulheres recebendo cerca de 73% dos salários dos homens que exercem a mesma função. E, quando se trata de profissionais em nível superior, elas ganham 31,2% menos que os homens. Durante a divulgação do relatório, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, avaliou que o combate à desigualdade salarial é resultado de preconceito estrutural, ou seja, está na raiz da sociedade e, portanto, necessita de vários instrumentos sociais para ser superada. “Ainda acham que o que as mulheres [ganham] é o complemento do salário dos homens. Não é. Nós precisamos convencer as empresas, os homens e todo o mundo que as mulheres, hoje, são aquelas que mantêm suas famílias. O desafio é colocar as mulheres na centralidade do debate", completou.

"Os dados deste 2ª relatório mostram que houve aumento na diferença salarial entre homens e mulheres, em relação ao 1º relatório de transparência, divulgado em 25 de março pelo governo, com base nos dados de 2022 e que mostrava que as mulheres recebiam 19,4% menos que os homens no Brasil", observa a secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fernanda Lopes, que participou do evento de divulgação do relatório deste ano, em Brasília, representando a entidade.

A dirigente ressalta ainda que a desigualdade salarial entre gêneros rouba recursos da economia ao lembrar que, recentemente, o instituto internacional McKinsey divulgou pesquisa com dados de 118 países mostrando que a paridade acrescentaria cerca de R$ 60 trilhões (US$ 12 trilhões) ao PIB global.

"A igualdade salarial entre homens e mulheres é uma reivindicação dos movimentos sociais em âmbito mundial. São necessários avanços, neste sentido, em todo o mundo. Aqui no Brasil, tivemos avanços recentes com a elaboração de políticas para criar e fortalecer mecanismos que mudem essa realidade, como o relatório de transparência, que traz um diagnóstico essencial para que nós, como sociedade, reconheçamos a situação para poder superá-la", completa Fernanda, que também representou o movimento sindical bancário no Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) do Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens.

Desigualdade racial

O 2º Relatório de Transparência Salarial confirma também que o país continua praticando desigualdade salarial entre brancos e pretos: mulheres pretas recebem em média metade (50,2%) do salário dos homens brancos e representam cerca de 10% dos trabalhadores dos estabelecimentos analisados.

O relatório aponta ainda que somente 35,3% das empresas têm alguma política de incentivo à contratação das mulheres e 22,9% delas oferecem auxílio creche. Além disso, somente 27,9% das empresas indicaram ter política de incentivo à contratação de mulheres negras.

Ações

O relatório de transparência é um dos mecanismos da Lei da Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios (nº 14.611), criada e sancionada pelo governo Lula. No evento deste ano, para a divulgação do material, os ministérios envolvidos com a proposta anunciaram 79 ações para combater a desigualdade salarial entre gêneros, divididas em três eixos:

1 - Acesso e ampliação da participação das mulheres no mundo do trabalho, com 36 ações de enfrentamento às barreiras que impedem as mulheres de acessar o mundo do trabalho em condições de plena igualdade;

2 - Permanência das mulheres nas atividades laborais, com 19 ações para reduzir os obstáculos à permanência das mulheres e promover políticas de compartilhamento das responsabilidades familiares; e

3 - Ascensão e valorização profissional das mulheres no mundo do trabalho, com 24 ações que visam estimular e criar oportunidades para mulheres jovens acessarem carreiras vinculadas às ciências exatas.

Na categoria bancária

Fernanda Lopes ressalta que a desigualdade salarial entre gêneros também é enfrentada na categoria. Segundo levantamento do Dieese, de 2022, apesar de representarem quase 48% da categoria, as bancárias têm remuneração média 20% inferior à remuneração média dos homens bancários. O recorte racial revela uma distorção ainda pior: as mulheres bancárias negras (pretas e pardas) têm remuneração média 36% inferior à remuneração média do bancário branco.

Por conta dessa diferença, para que as mulheres negras bancárias recebam a mesma remuneração que os colegas homens e brancos, elas teriam que trabalhar num mês de 48 dias ou mais 7 meses do ano para haver igualdade salarial. 

"Neste ano, conquistamos entre os avanços sociais para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) o compromisso dos bancos de alcançar a paridade salarial e de oportunidade de ascensão nas empresas do setor", destaca a dirigente.

Na Consulta Nacional da Categoria Bancária, realizada neste ano com quase 47 mil trabalhadores do setor de todo o país, o tema Igualdade de Oportunidade apareceu na 5ª colocação entre as prioridades da classe, relacionadas às cláusulas sociais. Entretanto, quando analisado separadamente as respostas de homens e mulheres, Igualdade de Oportunidade apareceu na 1ª colocação para 65% das mulheres, atrás de outros temas das cláusulas sociais, como manutenção de direitos, combate ao assédio moral e emprego. Enquanto que, para a maioria dos homens, manutenção de direitos é que aparece na 1ª colocação, ficando Igualdade de Oportunidade somente na 6ª posição.

Fonte: Contraf-CUT

Depois de diversas reclamações de bancários, pais e mães de crianças e pessoas do espectro autista, sobre os altos valores cobrados de coparticipação para terapias, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) interveio junto ao Bradesco para buscar soluções. Muitas famílias cobradas pela Bradesco Saúde tiveram o comprometimento de quase a totalidade de sua renda.

Em resposta à solicitação de providências, o Bradesco explicou, na noite de quinta-feira (19), que inicialmente sua tabela de coparticipação prevê uma cobrança de 30% sobre consultas, terapias e exames de baixa complexidade. No entanto, reconheceu que, no caso de pessoas do espectro autista, que necessitam de uma série de terapias frequentes, muitas realizadas em mais de uma sessão semanal, os custos se tornam excessivos.

Com isso, o banco se comprometeu a reduzir a coparticipação para 15% (metade do valor original) nos pacotes de terapia para Transtorno do Espectro Autista/TEA). Essa mudança passa a valer a partir do dia 1º de outubro, e é necessário que o segurado informe na clínica responsável pelo tratamento que ela deve enquadrar as sessões como pacote de terapias TEA.

Além disso, o banco informou que os valores já cobrados até o momento serão corrigidos, com a devolução de 50% da coparticipação realizada. O crédito será feito automaticamente na conta dos trabalhadores no dia 27 de setembro, sem necessidade de qualquer ação por parte dos bancários. O Bradesco também se comprometeu a informar diretamente esses trabalhadores sobre a devolução.

“Fomos muito insistentes com o banco na resolução desse problema desde o início das queixas dos bancários. Continuaremos atentos, em contato com essas pessoas, para ver se está tudo como o combinado. Qualquer mudança no comportamento, o bancário deve procurar o sindicato de sua base”, elucidou Erica de Oliveira, coordenadora da COE.

Empréstimo social mantido

Para os bancários que entraram em contato com o programa VivaBem e solicitaram o empréstimo social para lidar com os custos elevados, o banco informou que o empréstimo será mantido, mas, mesmo assim, as correções nos valores de coparticipação serão efetuadas.

Fonte: Contraf-CUT

 

O Banco Santander confirmou que irá realizar o pagamento da antecipação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2024 no dia 30 de setembro, prazo limite previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários.

A antecipação faz parte do acordo estabelecido na Campanha Nacional Unificada 2024, que garante o benefício aos trabalhadores com base nos lucros obtidos pelo banco.

[Link do cálculo da sua PLR]

Reflexo da política de corte de custos

A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa Queiroz, destacou que o expressivo crescimento do lucro do banco no primeiro semestre de 2024 se deu, em grande parte, pela implementação da multicanalidade e uma política agressiva de corte de custos. Esse cenário inclui a fusão de agências, o fechamento de postos de trabalho e a descentralização do atendimento do segmento Empresa, que hoje opera de forma externa. “O banco tem aumentado seus lucros enquanto diminui sua força de trabalho e fecha pontos de atendimento. O modelo de multicanalidade tem incentivado o uso dos canais digitais pelos clientes, reduzindo o atendimento presencial e descentralizando as operações. Essa estratégia impacta diretamente os trabalhadores e a população, que agora enfrentam menos opções de atendimento nas agências”, explicou Wanessa.

No primeiro semestre de 2024, o Santander alcançou um Lucro Líquido Contábil de R$ 6,18 bilhões, um aumento de 46,9% em comparação ao mesmo período de 2023. Apenas no segundo trimestre, o lucro foi de R$ 3,2 bilhões, uma alta de 10,6% em relação ao trimestre anterior. Porém, apesar dos resultados financeiros positivos, o Santander encerrou o semestre com 55.091 funcionários, uma redução de 80 postos de trabalho em relação ao ano anterior. Além disso, foram fechadas 380 agências e postos de atendimento no mesmo período, enquanto a base de clientes cresceu em 3,9 milhões, totalizando 67,2 milhões de clientes.

“Estão ganhando mais dinheiro porque estão reduzindo custos, diminuindo a força de trabalho, reduzindo locais de atendimento para a população, e o modelo de multicanalidade tem norteado um atendimento mais remoto e descentralizado”, reiterou Wanessa.

PLR dos bancários 2024

A Participação nos Lucros e Resultados dos bancários é regulamentada pela CCT 2024/2026, que define as regras de pagamento, cálculo, datas e critérios. O valor da PLR é determinado pelo lucro anual do banco e é pago em duas parcelas: a antecipação até 30 de setembro e o restante até 1º de março do ano seguinte.

A fórmula da primeira parcela/antecipação da PLR dos bancários corresponde a “54% do salário + valor fixo de R$ 2.005,82” (Regra Básica), além da Parcela Adicional, que distribui 2,2% do Lucro Líquido de forma linear, com um teto de R$ 3.471,13. Esses valores já incluem o reajuste de 4,64% conquistado na Campanha Nacional 2024.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco Itaú tem buscado fazer acordos com funcionários afastados por motivos de saúde ou com estabilidades provisórias garantidas por lei para que deixem a empresa. Muitos desses bancários e bancárias estão atualmente afastados pelo INSS, e o banco tem oferecido uma indenização em troca da desistência do afastamento e da estabilidade.

Além disso, a indenização proposta pelo Itaú inclui o plano de saúde, no qual o banco pretende oferecer valores em dinheiro ao invés de continuar custeando o benefício. Essa oferta, no entanto, implica na quitação plena de todos os direitos relacionados à saúde dos trabalhadores.

O movimento sindical manifestou seu desacordo com essa decisão unilateral do banco, considerando-a uma prática que retira direitos dos trabalhadores e dá plena quitação ao contrato de trabalho, impedindo futuras ações judiciais. O Itaú, por sua vez, alega que a decisão de aderir ou não ao acordo cabe aos bancários e que possui respaldo na nova legislação trabalhista.

Diante desta situação, orientamos todos os bancários que receberam essa proposta a procurar seus sindicatos para esclarecimentos, especialmente através dos departamentos de saúde e jurídico. É importante ressaltar que, após a reforma trabalhista, as homologações de rescisões de contrato não são mais realizadas nos sindicatos, o que torna ainda mais fundamental buscar orientação sindical antes de tomar qualquer decisão.

José Renato Riscado, representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) na COE Itaú, que participou virtualmente da reunião entre a COE e GT de Saúde do Itaú, comentou.

“Reafirmamos a importância de buscar ajuda e esclarecimentos aos Sindicatos de suas bases, para esta, ou quaisquer outras questões, antes de qualquer decisão. O Sindicato está, e sempre estará, ao seu lado para defender e lutar pela manutenção dos seus direitos. Saúde é vida!”

Fonte: Contraf-CUT

A categoria bancária injetará R$ 86,5 bilhões na economia do país a partir de setembro deste ano até agosto de 2025, montante resultado de conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) obtidas em mesa de negociações entre a categoria bancária e os bancos.

Do total deste valor, R$ 12,7 bilhões correspondem ao reajuste de 4,64% sobre os salários, vales refeição e alimentação e PLR, obtido na campanha deste ano e com validade de renovação da CCT 2024-2026. “O importante também é sair da campanha garantindo a manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho para todos, além de preservar e ampliar direitos,” avalia a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro, Juvandia Moreira. “Por meio do reajuste aos trabalhadores do setor, obtidas com mobilização sindical, a categoria contribui para a economia. Porque é o dinheiro no bolso do trabalhador e da trabalhadora que movimenta o comércio e a indústria", completa.

Considerando apenas os salários, o reajuste representa um acréscimo de R$ 2,95 bilhões para uma massa salarial anual da categoria de R$ 66,5 bilhões.

As conquistas para a PLR injetarão por volta de R$ 9,2 bilhões até março de 2025, sendo que R$ 4,3 bilhões deste total já estão sendo distribuídos na antecipação da PLR neste mês de setembro.

Já o reajuste nos vales alimentação e refeição representam R$ 474,5 milhões a mais no total desses direitos que somam R$ 10,7 bilhões recebidos anualmente pela categoria.

Ainda segundo o Dieese, desta vez considerando todos os setores econômicos, as negociações coletivas do país trazem um ganho adicional médio de R$ 250 bilhões por ano para o bolso dos trabalhadores e trabalhadoras. 

"As negociações coletivas, organizadas via ação sindical, são mecanismos fundamentais na correlação de forças entre trabalhadores e empresas. Não apenas promovem avanços na recomposição salarial como também funcionam como mecanismos para a desconcentração de renda", completa Juvandia Moreira.

Fonte: Contraf-CUT