O Banco Bradesco obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 19,6 bilhões, em 2024, crescimento de 20% em relação ao resultado do ano anterior. Considerando apenas o resultado do quarto trimestre, o crescimento foi de 3,4%, tendo em vista que o lucro foi de R$ 5,4 bilhões, frente aos R$ 5,2 bilhões do trimestre imediatamente anterior.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco ficou em 11,7%, 1,7 ponto percentual (p.p.) a mais em doze meses. De acordo com o relatório do banco, a melhora na margem bruta com clientes, que cresceu 3,3%, e a redução da PDD (-10,7%), influenciaram no aumento do lucro. O documento também destaca o resultado das operações de seguros, que atingiu R$ 5,5 bilhões, com um lucro líquido de R$ 2,5 bilhões, impulsionado pela redução da sinistralidade.
A holding Bradesco encerrou 2024 com 84.022 funcionários (sendo 72.642 do Banco Bradesco), com fechamento de 2.200 postos de trabalho em doze meses. A base de clientes cresceu em 3,2 milhões em relação a dezembro de 2023, totalizando 109,1 milhões.
Além de reduzir o número de funcionários, o banco também reduziu sua estrutura física. Foram fechadas 390 agências, 903 postos de atendimento e 92 unidades de negócios em doze meses. Com isso, o Bradesco chegou ao final de 2024 com 2305 agências, 728 postos de atendimento e 728 unidades de negócios.
As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias cresceram 5,2% em doze meses, totalizando R$ 29,7 bilhões. Esta é uma receita secundária, irrisória frente à arrecadação obtida pelo banco com suas transações financeiras principais. Mesmo assim, apenas com estas receitas secundárias, o banco consegue cobrir toda as despesas de pessoal (R$ 24,4 bilhões), e ainda sobra 21,8% do valor arrecado.
“Um banco que tem 20% de crescimento do lucro, rentabilidade de quase 12%, com crescimento de quase 2% no ano, aumento de 3,2 milhões de clientes e mesmo assim promove redução de pessoal e de unidades de atendimento, está fazendo mais com menos. Os esforços dos funcionários, que resistem bravamente, e conseguem fazer com que o banco obtenha esses excelentes resultados, precisam ser reconhecidos”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Erica de Oliveira. “Não pode ser uma política que apenas precariza as condições de trabalho e prejudica o atendimento aos clientes e não reconhece os esforços dos empregados que conseguem manter seus empregos”, completou.
A Carteira de Crédito Expandida do banco apresentou expansão de 11,9% em doze meses, somando R$ 981,7 bilhões em dezembro de 2024. A carteira pessoa física cresceu 13,3% no período, totalizando R$ 414,1 bilhões. Os destaques desse segmento foram o crédito pessoal (+24,8%), o imobiliário (+14,9%) e crédito rural (51,2%). O segmento pessoa jurídica apresentou crescimento de 10,9% no período, totalizando R$ 567,6 bilhões. O saldo da carteira de grandes empresas cresceu 2,5%, enquanto o das micro, pequenas e médias empresas, registrou expansão de 28% em 12 meses. A taxa de inadimplência superior a 90 dias ficou em 4% ao final de 2024, com queda de 1,2 p.p. em comparação a 2023.
Veja abaixo a tabela resumo do balanço ou, se preferir, leia a íntegra da análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Fonte: Contraf-CUT
O setor bancário eliminou 6.198 postos de trabalho em 2024, segundo dados da Pesquisa do Emprego Bancário elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). O setor caminha em sentido contrário ao do mercado de trabalho geral do país, que no mesmo período abriu 1.693.673 postos de trabalho, 16,3% a mais do que em 2023.
Contabilizando apenas as atividades econômicas com mais de 10 mil trabalhadores e excluindo a categoria bancária, nota-se que, de 458 atividades, 407 abriram novas vagas (+ 1,7 milhão de postos de trabalho) e 51 atividades reduziram vagas (-44,9 mil). Isto é, 88% com saldo positivo o que enfatiza o bom desempenho das demais categorias perante a bancária.
“Os bancos batem recordes consecutivos de lucro e rentabilidade. E, mesmo com lucros que crescem sem parar, demitem seus funcionários, num total descaso com os trabalhadores, suas famílias e as consequências sociais e econômicas para o país”, avaliou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é também vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Em contrapartida, vemos a categoria adoecida em decorrência da sobrecarregada e das cobranças abusivas pelo cumprimento de metas e a população a cada dia pagando tarifas mais caras por serviços que ela mesma precisa se virar para realizar. São operações pelas quais ela paga e que deveriam ser realizadas por um trabalhador bancário”, completou. “E não se engane com bancos e fintechs que dizem não cobrar tarifas. Eles cobram pelos serviços por meio de taxas de juros mais altas”, continuou.
Durante todo o ano de 2024, apenas em janeiro e fevereiro os bancos contrataram mais do que demitiram. Nos 10 meses seguintes o número de demissões superou o de contratações, resultando no saldo de quase 6,2 mil postos de trabalho a menos no setor no ano. Em dezembro o saldo negativo foi 771 postos a menos, mas em outros três meses do ano (março, julho e agosto) a perda de postos de trabalho foi ainda maior, quando foram fechados 815, 1.424 e 1.684 postos de trabalho, respectivamente.
“A maior responsabilidade pelo fechamento de vagas no setor está associada aos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, atividade em que estão inseridos os principais bancos privados e o Banco do Brasil, com a extinção de 3.608 vagas, e a Caixa Econômica com a eliminação de 3.198 vagas bancárias”, observa o Dieese no texto da pesquisa. “Importante ressaltar que ao longo do ano, o número de desligamentos realizado pela CEF foi ampliado consideravelmente motivados pela adesão dos trabalhadores ao Plano de Desligamento Voluntário (PDV)”, lembra a pesquisa em outro trecho.
De maneira geral, as vagas abertas no setor bancários estão associadas à Tecnologia da Informação, área na qual os bancos realizam grandes volumes de investimentos, como a ocupação Analista de Desenvolvimento de Sistemas, que sozinha foi responsável por 1.601 vagas abertas no setor.
Por outro lado, as ocupações tradicionalmente ligadas às agências físicas foram as que mais sofreram com a eliminação de vagas, como é o caso, por exemplo, de gerente de contas, gerente de agência e escriturário de banco, que juntos tiveram mais de 6,5 mil postos de trabalho encerrados.
O setor bancário fechou vagas de trabalho em todas as regiões do país em 2024. Em números absolutos, a Região Sudeste perdeu o maior número de postos de trabalho (-3.133 vagas), seguido pela região Sul (-1.835 vagas), Nordeste (-557 vagas), Centro-Oeste (-475 vagas) e Norte (-198 vagas). Na análise pela proporcionalidade, observa-se que o estoque para cada região encolheu cerca de 1%, exceto para a região Sul, onde a queda foi superior a 3%.
Na análise por unidade da federação, houve aumento das vagas apenas no Distrito Federal (+73 vagas), Maranhão (+26 vagas) e Acre (+12 vagas). Nas demais 24 unidades, verificou-se saldo negativo, sendo Rio de Janeiro (-1.273 vagas), São Paulo (-931 vagas) e Minas Gerais (-832 vagas) os estados mais afetados.
Mais uma vez, há prevalência de saldo negativo entre as mulheres. Dos 6.198 empregos eliminados, 72,8% eram ocupados por mulheres, refletindo a menor contratação feminina, que representou apenas 44% das admissões.
Deve-se enfatizar que essa dinâmica está relacionada a mudanças estruturais ocupacionais, especialmente com a ampliação de vagas em áreas de Tecnologia da Informação, tradicionalmente dominadas por homens.
“Já acompanhamos há algum tempo esse movimento de redução de vagas para as mulheres e buscamos solução para resolver o problema, o que gerou, inclusive, a inclusão de cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho voltadas à equidade de gênero na tecnologia”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, que coordena as negociações do Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos.
No que diz respeito à movimentação segundo a faixa etária, há saldo positivo para as faixas até 29 anos (+8.190 vagas) e negativa para faixas superiores (-14.388 vagas).
Em seguida, as informações sobre Raça/Cor (nomenclatura utilizada nas bases de dados do Ministério do Trabalho, cujo registro parte de autodeclaração do trabalhador) revelam que, em 2024, o saldo para pessoas pretas e pardas foi positivo em 904 vagas.
As admissões de pessoas negras representaram 35% do total e os desligamentos foram 28,3% da totalidade. A ampliação de vagas para pessoas pretas e pardas é pauta histórica e habitual das negociações da categoria bancária.
Mas, ao analisarmos a remuneração salarial, a maior diferença salarial na categoria ocorre entre homens não negros (R$ 8.298,49 na admissão e R$ 9.756,27 no desligamento) e mulheres negras (R$ 5.000,02 na admissão e R$ 5.771,76 no desligamento) que possuem remunerações 39,7% e 40,8%, respectivamente, menores na admissão e no desligamento.
“A discrepância evidencia desafios estruturais na equidade salarial e fortalece a relevância da Lei de Igualdade Salarial, Lei 14.611/2023, promulgada em julho de 2023 e regulamentada em novembro do mesmo ano pelo presidente Lula. A Mesa de Igualdade de Oportunidades da Categoria Bancária, firmada há mais de duas décadas, trata de forma frequente e persistente a temática”, ressalta o Dieese no documento da pesquisa.
Mais informações na íntegra da pesquisa do Dieese.
Fonte: Contraf-CUT
O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, através da Diretora Elizabeth Paradela e do Diretor Fernando Sá, participou do Curso de Formação Sindical: “Introdução à História do Movimento Sindical e as Ferramentas de Luta – Módulo I”, em Itaperuna (RJ), no último sábado, dia 8 de fevereiro.
O evento foi realizado pela Secretaria de Formação da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) e pela Secretaria de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e é direcionado aos dirigentes sindicais da base da Fetraf RJ/ES, principalmente novos e novas dirigentes, ou que ainda não participaram de atividades formativas.
O Sindicato dos Bancários de Itaperuna e Região, filiado à Fetraf RJ/ES, foi o anfitrião do evento, que representou um marco na história sindical da região, e teve como objetivo proporcionar formação crítica e histórica sobre o movimento sindical.
Além disso, discutir e capacitar os participantes no uso de ferramentas de luta, para que possam fortalecer as relações e conquistas da categoria.
O CURSO
Foi um dia inteiro de atividades, com a participação de especialistas em história sindical e lideranças atuantes na área, com debates e trocas de experiências entre os Sindicatos presentes.
O surgimento do movimento sindical no Brasil e no mundo; Principais conquistas históricas da classe trabalhadora; Estratégias e ferramentas de luta no contexto contemporâneo, foram alguns dos assuntos tratados no curso.
Nesta quinta-feira, 6 de fevereiro, funcionárias e funcionários do Banco Itaú, base do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, aprovaram, em assembleia, o Acordo da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV).
A assembleia ocorreu, presencialmente, na Sede do Sindicato, em Duque de Caxias.
A primeira convocação ocorreu às 18 horas; e a segunda convocação, às 18h30.
O que é CCV do Itaú
A Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) do Itaú é um fórum tripartite – que reúne o ex-funcionário que pleiteia direitos devidos, representantes do Sindicato e representantes do banco – que tem como objetivo a realização de acordos para pendências trabalhistas antes que sejam levadas à Justiça.
Qualquer trabalhador pode recorrer à CCV, exceto demitidos por justa causa, uma vez que o fórum atua na reivindicação dos direitos trabalhistas que possam ter sido violados durante o contrato de trabalho.