Abril 28, 2025
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Imprensa

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O secretário de combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Almir Aguiar, participa nesta quarta-feira (22) do debate “Desafios eleitorais para 2024 e as políticas de promoção da igualdade nacional”, promovido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Com mediação de Ianê Germano e Marcelo Dias, o evento também terá a participação de Adriana Martins, Dolores Lima, Eloi Ribeiro, Juca Ribeiro e Lucimar Felisberto.

Em formato híbrido (presencial e remoto), o evento será realizado, das 14h às 17h, no auditório da Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro, na rua da Ajuda, nº 5, 2º andar. Para participação remota, as inscrições podem ser feitas até o dia do evento pelos linkshttps://bit.ly/3SkFsUC e https://tinyurl.com/yc72mvcf.

Almir Aguiar destaca a relevância do debate, “porque discutir os desafios eleitorais para 2024 é muito importante quando você o faz pela perspectiva do negro e da negra. Temos sempre que lembrar que somos 57% da população brasileira, e o número de parlamentares negros e negras é muito pequeno”.

O secretário lembra que “recentemente, a Justiça Eleitoral determinou que mais recursos devem ser destinados a mulheres e negros e negras no processo eleitoral, mas os partidos não cumpriram a decisão e entraram com uma proposta de emenda constitucional para uma anistia, pois as multas seriam muito altas”. Para Almir, “só haverá mudanças efetivas, na educação, na saúde, no trabalho, na vida em geral, quando tivermos um número de parlamentares negros que corresponda ao percentual da sociedade”.

Fonte: Contraf-CUT

Nos dias 13 e 14 de novembro, representantes de Federações de Bancários, de várias regiões do país, se reuniram na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, na primeira reunião presencial da Comissão Nacional de Aposentadas e Aposentados, recém criada pela Confederação.

A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), da qual o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense é filiado, foi representada por Jorge Valverde, Diretor do Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis e Região.

Jorge Valverde e Rita Lima, Coordenadora do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, compõem a Comissão.

A REUNIÃO

Foi feito um diagnóstico do número de aposentados bancários brasileiros, assim como de suas demandas e reivindicações.

Ações imediatas como a criação de um Cadastro Nacional de Aposentados, e outras de médio prazo, como a busca de melhorias e um estudo sobre planos de saúde, foram aprovadas.

“A exposição do representante do Dieese, no primeiro dia do evento, apresentou números que subsidiaram os debates e nos mostrou que o etarismo, preconceito contra idosos, é uma realidade na sociedade brasileira e praticado fortemente por empresas, como os bancos, por exemplo.”, comentou Jorge Valverde.

A Comissão volta a se reunir no mês de dezembro, de forma virtual.

Fonte: Fetraf RJ/ES

A representação dos empregados da Caixa Econômica Federal, formada pelo Comando Nacional dos Bancários e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, voltou a se reunir com o banco, nesta quinta-feira (16), desta vez na capital paulista, para continuar a discutir soluções ao Saúde Caixa, o plano de saúde das empregadas e empregados.

As negociações vêm se intensificando desde 29 junho. Só em novembro, ocorreram três rodadas, com a participação da coordenação do Comando Nacional dos Bancários. Segundo últimas apurações apresentadas pelo banco, o plano de saúde acumula déficit de R$ 422 milhões em 2023 e a projeção, para 2024, é de cerca de R$ 660 milhões.

Desde 2004, o acordo coletivo do Saúde Caixa mantém cláusula que estabelece que, em caso de saldo deficitário, ao final de cada ano, o banco e os titulares serão chamados a arcar com o saldo negativo. Como o estatuto da Caixa, alterado em 2017, estabelece que o banco não pode gastar mais de 6,5% da folha de pagamento com o plano de saúde, e este limite já foi atingido, o ônus total dos déficits recairiam sobre os trabalhadores.

“Desde o início das negociações, estamos cobrando reforma estatutária, mas essa é uma disputa que passa por vários órgãos reguladores. Vamos continuar lutando”, destacou Neiva Ribeiro, uma das coordenadoras do Comando. “Na reunião de hoje, conquistamos que, havendo revisão no estatuto e mudanças nos parâmetros, que impactam no Saúde Caixa, a mesa de negociação será retomada”, completou.

Pelo valor do déficit de 2023 (R$ 422 milhões), apresentado pelo banco, se nenhuma alternativa for encontrada, os titulares serão chamados a arcar com 4,18 parcelas extraordinárias.

A advogada Laís Carrano, que presta assessoria à CEE, confirmou que caso não haja avançou nas negociações, há previsão de a Caixa efetuar cobranças extraordinárias dos beneficiários, em razão do déficit do plano de saúde”.

Ela observou ainda que “o judiciário tem jurisprudência desfavorável relativo ao aumento dos custos em plano de saúde, a exemplo do que foi visto no caso dos Correios. E, mais recentemente, na análise da situação do Saúde Caixa pelo TRT10, no caso ‘Plano de Saúde, alteração mediante acordo coletivo – Onerosidade Excessiva do Empregador’, sobre cláusula de alteração das regras do plano de saúde para, assim, possibilitar a manutenção do benefício para a coletividade”. Na análise, segundo a advogada, “não se constata alteração contratual unilateral lesiva, nem ofensa ao direito adquirido”.

Ou seja, como o sistema de custeio do Saúde Caixa não está integrado ao contrato de trabalho (direito adquirido), pode sofrer alterações quando o plano de saúde entra em déficit.

Entenda

Atualmente o Saúde Caixa conta com 286 mil usuários, entre titulares (128 mil) e dependentes (158 mil), sendo que os dependentes respondem por 12% das receitas e por 41% das despesas.

Para 2023, as despesas projetadas somam R$ 3,408 bilhões e, para 2024, R$ 3,743 bilhões.

Propostas

Na reunião anterior, em 9 de novembro, o banco apresentou como proposta para solucionar o déficit de 2024, aumentar de 3,5% para 4% a contribuição do titular, com teto de 10%, penalizando duplamente o empregado. Por isso a proposta foi rechaçada pela representação dos empregados.

No encontro de hoje (16), a Caixa trouxe como proposta a manutenção de 3,5% da contribuição do titular, com valor fixo de R$ 450 por dependente, mas mantendo o teto de 10% da remuneração, conforme tabela abaixo. Caso essa proposta seja implementada, os dependentes passariam a arcar com 48% das despesas e os titulares com 52%.

Tabela apresentada pela Caixa, na mesa de 16 de novembro

“O teto de 10% é maior do que o praticado, por exemplo, pelo Banco do Brasil, de 7,5%. Já havíamos rejeitado isso na reunião anterior, porque representa um aumento substancial”, ressaltou Juvandia Moreira, uma das coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

De acordo com o economista do Dieese, Gustavo Cavarzan, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o IPCA acumulado (medidor da inflação), entre janeiro de 2016 e outubro de 2023, foi de 51%. No mesmo período, a inflação acumulada dos planos de saúde foi de 96% – portanto, mais que o dobro da média geral dos preços no país.

Ele lembra também que a pesquisa “O que pensam os brasileiros sobre a saúde no Brasil?”, encomendada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e realizada pelo PoderData em 2022, mostra que, considerando as despesas médicas dos usuários da saúde suplementar como proporção da renda mensal:

– 59% têm um dispêndio equivalente a até 25% dos ganhos mensais;
– 14% gastam de 25% a 33%;
– 13% gastam 50%; e
– 7% gastam mais de 50% da renda mensal com planos de saúde.

Avanços: déficit 2023 zerado

Nas duas últimas negociações, que ocorreram nos dias 1 e 9 de novembro, os trabalhadores conseguiram da Caixa o compromisso de incorporar as despesas de pessoal, até 2023, retroagindo a 2021, e que valerá para os próximos anos também.

“A solução significa uma redução de R$ 177 milhões no déficit. E, somada ao uso das reservas técnicas e de contingência, zera o déficit deste ano e ainda sobram R$ 40 milhões para ajudar em 2024”, frisou Juvandia Moreira.

Outro avanço obtido pelos trabalhadores, é o compromisso do banco em repassar, a cada seis meses, informações financeiras e atuariais do plano (dados primários), para que os empregados e suas entidades representativas possam acompanhar o equilíbrio financeiro do Saúde Caixa. 

Novas negociações

“É fundamental que os trabalhadores fiquem atentos e mobilizados até que seja renovado o acordo coletivo sobre o Saúde Caixa, cuja vigência vai até o fim de dezembro deste ano”, ressaltou a coordenadora da CEE/Caixa e do GT Saúde Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “O Saúde Caixa é um patrimônio inestimável das empregadas e empregados e seus dependentes e que deve continuar cumprindo o seu papel de proteção à saúde de todos e todas”, completou.

A próxima reunião foi agendada para quarta-feira da próxima semana, dia 22 de novembro, em Brasília. 

Comando

Além dos membros da CEE/Caixa, as coordenadoras do Comando (Juvandia Moreira, presidenta da Contraf/CUT, e Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região), participaram das negociações Sérgio Takemoto, presidente da Fenae, Leonardo Quadros, presidente da Apcef São Paulo e José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do município do Rio de Janeiro e membro do Comando Nacional dos Bancários.

Fonte: Contraf-CUT

Representantes dos trabalhadores e do Santander reuniram-se no Grupo de Trabalho de Saúde, na segunda-feira (13), para discutir o cumprimento da cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho – o texto prevê o debate sobre as formas de acompanhamento das metas estipuladas para cada trabalhador e suas cobranças –; o programa de incentivos aos funcionários da rede de agências no Brasil; e o programa Mais Certo, por meio do qual o banco estabelece as metas semestrais para cada segmento de especialistas.

Na reunião foram apresentadas as atribuições das metas por ESN (especialista de serviço do negócio), como se dá o acompanhamento para que cada funcionário atinja as metas e um comitê de metas por segmento de clientes.

A área de incentivos alega que Santander é o único banco que paga variável ao especialista de negócio do serviço, ou seja, aos primeiros cargos que ingressam nas redes de agências.

Também argumentou que há um canal de contestação por meio do qual o funcionário pode abrir um chamado caso ocorra alguma alteração na produção realizada e não seja computada no sistema.

O banco alterou recentemente o programa de incentivo e paga por resultado, ou seja na medida em que os trabalhadores entregam suas metas, eles são qualificados por produtividade e conduta no atendimento dos clientes, que é avaliada após as vendas dos produtos financeiros.

O Santander apresentou para os representantes dos trabalhadores a área de incentivos as métricas e como se dá o acompanhamento das metas que são estabelecidas semestralmente, mas são monitoradas e cobradas mensalmente pelos trabalhadores.

Os representantes dos trabalhadores relataram as numerosas denúncias por parte dos funcionários apontando que muitas vezes há alteração das métricas antes do fechamento do mês. O banco alegou que essas alterações ocorrem quando há algum erro sistêmico, mas eles seguem a meta semestral.

Porém, além do programa Mais Certo, o banco tem também o Índice Certo, que são as metas diárias, que são cobradas além daquilo que está estabelecido. Por exemplo: o gerente tem de entregar 100% da meta. Mas os aceleradores incentivam também com a remuneração aquele gerente que entrega 150%, 200% da meta mensal.

“Nós frisamos que essa cobrança deve ser de acordo com as metas divulgadas semestralmente, para que também haja um incentivo e condições de trabalho adequadas aos funcionários. E as cobranças de área, de acordo com o índice certo, não reflitam em algo exagerado que seja prejudicial à saúde dos trabalhadores”, ressalta Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Os representantes dos trabalhadores vão continuar acompanhando também a forma com que o banco faz a avaliação de qualidade e a aplicação das normas de conduta.

Também foi reivindicado mais treinamento a todos os funcionários da rede no sentido de esclarecer uma venda responsável dos produtos financeiros, tanto visando um bom atendimento ao cliente como também para que não haja penalizações, carta de orientações ou advertências aos trabalhadores.

“Aguardamos do banco uma nova data para darmos continuidade no GT nas próximas semanas para que a gente também possa avançar nesse debate levando todas as reivindicações e tendo como incentivo o programa de pagamento da variável frisando que o Santander faz o pagamento tanto da variável semestral como também da PLR sem subtrair nenhuma das conquistas importantes, além das clausula na convenção coletiva de trabalho e do Acordo Coletivo de Trabalho, ambos com validade até 31 de agosto de 2024”, afirma Wanessa de Queiroz.

Fonte: Contraf-CUT

Pelo 12º mês consecutivo, os bancos eliminam postos de trabalho, de acordo Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) de setembro de 2023. Entre outubro de 2022 e setembro de 2023, foram fechadas 6.163 vagas. Só no nono mês do ano, foram eliminadas 196 vagas, decorrência de 3.050 admissões contra 3.246 desligamentos. No ano, o fechamento de postos de trabalho ultrapassa 5,6 mil.

Em setembro, apenas os bancos múltiplos com carteira comercial, que engloba, por exemplo, Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander, apresentaram saldo negativo com o fechamento de 406 vagas. Em 2023, este grupo já eliminou 5.903 vagas e no acumulado dos últimos 12 meses o resultado foi negativo em 6.235 vagas.

Em setembro, 62% dos desligamentos foram por demissão sem justa causa, 31,7% por pedido do trabalhador e 3,2% por demissão com justa causa.

O salário mensal médio do bancário admitido em agosto alcançou o valor de R$ 5.701,19, enquanto o do desligado era de R$ 7.507,78. Isto é, o salário médio do admitido correspondeu a 72,94% do desligado.

O secretário da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale, destaca que, mais uma vez, os bancos não se preocupam com sua responsabilidade social. “A eliminação de postos de trabalho tem sido uma política permanente dos bancos. Inclusive, demitindo trabalhadores com média salarial maior e, quando surge alguma contratação, o contrato de trabalho é rebaixado, ou seja, há uma rotatividade planejada, com foco naqueles bancários com salário maior e maior tempo de banco. Isso rebaixa a média salarial do setor financeiro e ainda impede o bancário de chegar perto da aposentadoria. Uma política totalmente nociva para a vida e para a carreira profissional de milhares de trabalhadores”.

Ramo financeiro

No que se refere ao emprego no ramo financeiro, excluindo a categoria bancária, houve saldo positivo em setembro, com a abertura de 2.151 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, foram criados 14,9 mil postos de trabalho, uma média de criação de 1,3 mil postos por mês.

Emprego geral

O emprego celetista no Brasil apresentou expansão em setembro de 2023, com saldo de 211.764 postos de trabalho. Esse resultado decorreu de 1.917.057 admissões e de 1.705.293 desligamentos, menor registro do ano. Os saldos foram positivos em todos os grandes grupamentos de atividades econômicas: Serviços (98.206 postos); Comércio (43.465); Indústria (43.214); Construção (20.941); e Agropecuária (5.942).

A PEB é realizada pela Rede Bancários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense percorreu agências do Itaú, em Nova Iguaçu, para protestar contra a onda de demissões que vem ocorrendo nestes últimos meses.

Foi o Dia de Luta do Banco Itaú, com atos que ocorreram nas bases dos sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES).

As diretoras e diretores do Sindicato exibiram uma faixa, entregaram informativos onde mostram números e dados alarmantes do que vem ocorrendo no setor bancário. O Sindicato conversou com clientes e se colocou, como sempre, à disposição dos trabalhadores bancários. Também pediu que denunciem qualquer tipo de abuso, caso ocorra.

O fechamento de agências, além do assédio moral, também motivaram as manifestações realizadas nas agências da região.

LUCRO DE R$ 26 BILHÕES EM 2023

O Itaú Unibanco obteve lucro líquido recorrente gerencial – que exclui efeitos extraordinários – de R$ 26,217 bilhões nos nove primeiros meses de 2023, montante 13,4% maior em relação ao mesmo período de 2022. Apenas no terceiro trimestre, o resultado foi de R$ 9,04 bilhões, um crescimento de 3,4%, frente aos R$ 8,74 bilhões registrados nos três meses imediatamente anteriores.

MAS SEGUE DEMITINDO…

Mesmo com esses resultados, o banco fechou 1.082 postos de trabalho em 12 meses. No trimestre, foram 881 vagas extintas. O grupo fechou 180 agências físicas no Brasil em 12 meses e 31 em três meses. Nesse mês, o Itaú tinha 2.608 unidades no país.

QUEM LUCRA, E MUITO, NÃO DEMITE!

O segundo e último dia do VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado no sábado (11), terminou com a aprovação de seis medidas de incentivo à diversidade no setor que inclui bancos, financeiras e empresas de cartão de crédito.

“Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a população negra corresponde a 56,1% dos brasileiros. Entretanto, a população negra é a maioria entre os trabalhadores desprotegidos e com rendimento médio menor. Na categoria bancária, pretos e pardos representam apenas 24% do total de trabalhadores no setor”, explicou o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar.

Para alterar essa realidade, os participantes do evento aprovaram:

  1. Programa de incentivo a empresas que aderirem a um programa de inclusão racial corporativo;
  2. Criação de um protocolo de intenções entre o Ministério de Igualdade Racial, Ministério da Educação e Cultura (MEC) e bancos públicos, para promover a inclusão de bolsistas do Prouni (Programa Universidade para Todos) no programa de estágios;
  3. Debater junto aos bancos um novo Censo da Diversidade;
  4. Propor na mesa de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a reserva de 30% das cotas raciais para contratação de empregados em bancos privados;
  5. Propor na mesa de negociação com a Fenaban a reserva de 30% das cotas raciais nos cargos de confiança dos bancos privados; e
  6. Propor protocolo de intenções entre o Ministério da Igualdade Racial e bancos públicos para promover a reserva de 30% para cotas raciais dos cargos de confiança dos bancos públicos, atendendo o Decreto 11.443/2023, que dispõe sobre o preenchimento por pessoas negras de percentual mínimo de cargos em comissão e funções de confiança no âmbito da administração pública federal.

“Nos bancos, à medida que os cargos vão subindo, em nível de hierarquia, a representação da população negra vai caindo”, explicou o economista e servidor do Banco Central, Rodrigo Monteiro, durante sua palestra no Fórum, conforme site do SindBancários. “Nos Conselhos de Administração, por exemplo, a presença de negros é de menos de 5%. Já no quadro de trainees o percentual aumenta para 58,2%, mostrando um possível impacto da Lei de Cotas, de 2012. Temos mais pessoas negras com nível superior disputando vagas. É resultado de uma ação afirmativa de lá atrás”, disse.

Leia também: Lei que atualiza política de cotas é sancionada

Monteiro destacou que, no Banco Central, a inserção de negros é menor do que a média registrada no sistema bancário: apenas 15,3% dos trabalhadores se autodeclaram pretos e pardos.

Por outro lado, o servidor apontou como uma mudança positiva na questão da diversidade a nomeação, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de Ailton de Aquino Santos para a diretoria de Fiscalização, se tornando o primeiro negro a assumir uma diretoria do BC em quase 60 anos de existência da instituição.

Outro exemplo positivo, levantado pelos realizadores do Fórum, é a nomeação de Tarciana Medeiros, a primeira mulher e negra a assumir a presidência do Banco do Brasil, após 214 anos de existência da instituição.

Monteiro observou que a grande desigualdade racial do sistema financeiro é reflexo do racismo perpetuado pelo regime escravagista. “O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, não houve reparação financeira aos negros libertos, eles deixaram as propriedades rurais e criaram aglomerados urbanos nas cidades. Então ações afirmativas são ações compensatórias, não são favores”, ressaltou.

Entre as ações afirmativas mais recentes, o economista citou:

  • Lei 12.711 (2012): define percentual de cotas para ensino superior;
  • Lei 12.990 (2014): destina 20% das vagas em concursos públicos para negros;
  • Decreto 11.443 (2023): dispõe sobre preenchimento por pessoas negras de percentual mínimo de cargos em comissão e funções de confiança no âmbito da administração pública federal (mínimo de 30%);
  • Criação do Ministério da Igualdade Racial e a retomada das políticas públicas em prol das populações negras e quilombolas (2023);
  • Bancada Negra no Congresso Nacional (2023): a nova bancada é uma consequência da Emenda Constitucional 111, que adotou novas regras para a Câmara Federal. De acordo com a emenda, os votos a mulheres e pessoas negras contarão em dobro para a distribuição dos recursos do fundo eleitoral entre os partidos políticos até as eleições de 2030.

Sobre a Bancada Negra, Monteiro ressaltou que “é preciso votar em candidatos negros que lutem pela causa negra, pois não é por ser negro que está com os negros; tem que estar comprometido”. O economista defendeu ainda a necessidade de as pessoas negras ocuparem posições de liderança no sistema financeiro e no mercado de trabalho como um todo. “Temos que escrever a nossa história e não deixar que outros façam isso por nós”, decretou.

Matéria escrita pela Contraf-CUT em parceria com SindBancários (Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região)

Fonte: Contraf-CUT

O Coletivo Nacional de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniu nesta segunda-feira (13) com a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban), para exigir tratamento humanizado para bancários e bancárias adoecidos e que buscam tratamento e afastamento pelo INSS.

“Pedimos que os bancos acolham esses bancários, levando em consideração o espírito das cláusulas acordadas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), ou seja, que não haja perda salarial e nem endividamento desses trabalhadores, por motivos de saúde”, explicou o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles. “Cobramos, especialmente, que as antecipações e complementações efetuadas pelos bancos, conforme cláusulas de nossa convenção, ocorram somente após o trabalhador receber do INSS o benefício”, completou.

O Coletivo destacou que há registros de trabalhadores que sofreram descontos significativos na folha de pagamento, mesmo tendo recorrido junto ao INSS e tido o benefício garantido judicialmente.

“Temos casos de bancários que ficaram sem recurso nenhum, porque descontos foram realizados de uma única vez, num determinado mês. Isso resultou na falta de dinheiro para remédios e para sua própria subsistência, agravando o problema de saúde por conta de todo o transtorno financeiro”, pontuou Mauro Sales.

Canal de acolhimento e combate ao assédio

Os representantes das trabalhadoras e dos trabalhadores do ramo financeiro solicitaram ainda a criação, pelos bancos, de canal de acolhimento, para atendimento específico sobre o tema de bancários adoecidos.

Outro tema levado à mesa pelo Coletivo foi a proteção de trabalhadores que denunciam assédio no trabalho. “Questionamos os encaminhamentos adotados por bancos, em várias situações, em que denunciantes vítimas de assédio foram expostos por terem denunciado”, explicou Mauro Salles.

Resposta dos bancos

Os representantes dos bancos responderam que as demandas do Coletivo serão debatidas entre as empresas, alegando que há casos em que não receberam as informações da situação dos trabalhadores adoecidos e afastados pelo INSS dos órgãos previdenciários competentes.

As demandas sobre a criação do canal de acolhimento e combate ao assédio também serão analisadas e uma devolutiva deverá ser entregue em próxima reunião bipartite, prevista para ocorrer na próxima semana, mas ainda sem data definida.

Fonte: Contraf-CUT

A nova Lei de Cotas, programa que tem como pré-requisito a reserva de vagas para estudantes que vem de escolas públicas e estudantes negros, pardos, indígenas, quilombolas e com deficiência (PCDs), foi sancionada pelo presidente Lula, nesta segunda-feira (13). A assinatura aconteceu durante cerimônia em Brasília, que reuniu diversos representantes de movimentos sociais responsáveis pela articulação do Projeto de Lei nº 5384/2020, de autoria dos deputados Maria do Rosário (PT-RS), Benedita da Silva (PT-RJ) e Damião Feliciano (PDT-PB), e que atualiza a Lei de Cotas n° 12.711/2012.

“A promulgação dessa lei (…) só é possível numa sociedade democrática, que se organiza como ela quer e tem direito de cobrar. Nem sempre, no Brasil, a gente teve o direito de cobrar. Muitas vezes ficar calado era a opção que se tinha, senão aconteceria algo pior”, declarou Lula na cerimônia.

O que muda

“O PL 5384 determina, agora, que os candidatos do sistema de cotas devem ter renda per capita familiar igual ou inferior de 1 salário-mínimo (R$ 1.320). A lei anterior, de 2012, estabelecia que as cotas deveriam ser destinadas a estudantes de famílias com renda per capita de 1,5 salário-mínimo (R$ 1.980). A atualização da lei de cotas inclui ainda pessoas quilombolas na reserva de vagas pelo sistema de cotas, além dos que já estavam incluídos desde 2012: os autodeclarados pretos, pardos e indígenas e pessoas com deficiência”, explicou o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar.  

A PL 5384 também permite que os candidatos do sistema de cotas, caso não alcancem a nota de corte, concorram pela reserva de vagas. Pelas regras da anterior, o candidato precisava escolher em qual categoria de vagas preferiria concorrer. Outra novidade que a lei traz é que estudantes em situação de vulnerabilidade sejam priorizados no recebimento de auxílio estudantil e, ainda, que as instituições federais promovam políticas de inclusão.

Por fim, a nova lei estabelece que o Poder Executivo deverá desenvolver metodologia para atualizar o percentual de pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência em relação à população de cada unidade federativa, após três anos de divulgação de resultados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Lei que transformou universidades

“Fui a primeira da minha família a ingressar no ensino superior público, graças à política de cotas”, declarou a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella, durante a cerimônia de sanção do Projeto de Lei 5384. “A UNE lutou gerações para que a gente estivesse aqui hoje”, completou a estudante de Engenharia Ambiental e segunda mulher negra e primeira mulher negra nordestina a presidir a entidade.

“Em 2012, quando a Lei de Cotas foi aprovada pelo Congresso Nacional, com a presidenta Dilma, estava em curso um acerto de contas do Brasil com o seu passado, um passado de violência e exclusão contra negros, negras e indígenas”, destacou a deputada Dandara Tonantzin (PT-MG). “Nesta última década as cotas foram responsáveis por alterar profundamente a cara, o cheiro, a cor, a origem da universidade brasileira. Diferentemente do que pregavam aqueles que se colocavam contrários às cotas, diziam que ela dividiria o país, hoje as cotas são importante instrumento de união, em torno de um país justo e solidário, para todos, todas e todes”, completou.

“Esse projeto de lei traz um avanço no histórico de lutas pela educação e por justiça social dos povos indígenas, dos quilombolas, dos negros e negras, das pessoas com deficiência e das camadas mais vulneráveis e de baixa renda de nossa população brasileira. O aprimoramento da lei de cotas e das ações afirmativas vem garantir o acesso e equidade desses estudantes nas instituições federais de ensino superior e técnico de nível médio, o que fortalece e confirma o compromisso deste governo com a democracia”, frisou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

“A política de cotas é uma política de memória, de justiça e de não repetição de desigualdades e violências, num país que foi formado pela escravização de africanos e indígenas, em um país que mata jovens negros nas periferias, que ainda discrimina pessoas com deficiência”, explicou o ministro de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Almeida. “Os dados do IBGE mostram que as pessoas com deficiência têm sistematicamente menor acesso à educação, trabalho e a renda”, completou.

“A lei de cotas contribui significativamente para o ingresso de indígenas e negros no ensino superior, em percentuais nunca vistos nas nossas universidades. Para se ter ideia, dos 810 mil cotistas que ingressaram no SISU (Sistema de Seleção Unificada), quase 500 mil se declararam pretos, pardos e indígenas e se matricularam nas instituições de ensino superior públicas, de 2012 a 2023”, observou o ministro da Educação, Camilo Santana. “Em 2017 ocorreu mais um avanço com a inclusão de pessoas com deficiência. Desde sua implementação, foram realizadas pela lei de cotas 17.093 matrículas [de pessoas] nessa condição. A lei de cotas é uma esperança na educação pública, pois, antes de tudo, garante que metade das vagas ofertadas pela rede federal de ensino seja ocupada pelos egressos de escolas públicas, onde estão matriculados mais de 80% de todos os alunos desse nível de ensino”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco obteve Lucro Líquido Contábil de R$ 13,4 bilhões nos primeiros nove meses de 2023, queda de 30,5% em relação ao mesmo período de 2022 e crescimento, no trimestre, de 2,3%, tendo em vista que o lucro no 3º trimestre. O retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) do banco ficou em 11,0%, com decréscimo de 5,3 pontos percentuais em doze meses. De acordo com o relatório do banco, o aumento trimestral do lucro foi influenciado pelos resultados positivos das receitas de serviços, margem com mercado e redução nas despesas com PDD. Além disso, o documento destaca que a boa performance das receitas de serviços e do resultado de seguros amenizou o efeito do resultado da margem com clientes e maiores despesas com contingências cíveis, com investimentos em tecnologia e com efeitos do acordo coletivo ocorrido no 3T23.

A holding Bradesco encerrou o 3º trimestre com 86.102 funcionários, fechamento de 2.272 postos de trabalho em doze meses (e abertura de 818 no trimestre). A base de clientes diminuiu em 0,8 milhão em relação a setembro de 2022, totalizando 71,7 milhões. Em relação à estrutura física, foram fechadas 117 agências, 206 postos de atendimento e 231 unidades de negócios em 12 meses (33 agências e 24 postos de atendimento foram fechados e 34 unidades de negócios foram abertas em relação ao trimestre imediatamente anterior).

Veja aqui o destaque completo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Fonte: Contraf-CUT